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FSA Trabalho Final

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UNIVERSIDADE POTIGUAR - UnP 
ESCOLA DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS – 1 MA 
PROFESSORA: GABRIELA ASSUNÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
CAPITALISMO COMERCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
ALUNA: MARIA LUÍZA DA SILVA GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL, JUNHO DE 2015. 
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INTRODUÇÃO 
 O presente trabalho, com caráter avaliativo, tem como objetivo retratar o 
capitalismo, com enfoque no capitalismo comercial desenvolvido entre os 
séculos XV e XVII. Por definição, o termo capitalismo refere-se ao sistema 
econômico baseado na legitimidade dos bens privados e na irrestrita liberdade 
de comércio e indústria, com o principal objetivo de adquirir lucro. No decorrer 
do desenvolvimento, será abordado desde a sua consolidação, com a crise do 
sistema feudal, até sua contribuição para o desenvolvimento e modificação das 
cidades. Assim como suas principais características. 
 
1. O CAPITALISMO COMERCIAL 
 Considerado a primeira fase do capitalismo, o capitalismo comercial, 
teve início na Europa entre os séculos XV e XVIII se desenvolvendo, 
principalmente, nas cidades italianas de Gênova, Espanha, Portugal, 
Alemanha, França, Inglaterra e Países Baixos. Contudo, só veio ganhar força 
no século XV com o desenvolvimento da burguesia comercial européia. As 
grandes navegações e conquistas marítimas dos séculos XV e XVI tiveram 
total importância para a evolução do capitalismo comercial, permitindo a 
consolidação de uma das principais características do período, que é era o 
acumulo de capital. 
 Enquanto o sistema feudal enfrentava grandes crises, resultantes do 
crescimento do comércio. A Europa passava por um amplo desenvolvimento 
urbano e comercial, com a multiplicação das relações de produções 
capitalistas. Fortificando, cada vez mais, a consolidação do capitalismo 
comercial e a desintegração do feudalismo. 
 O referido sistema foi caracterizado, principalmente, pela expansão 
marítima das potências da Europa Ocidental da época, a procura de novas 
rotas de comércio, especialmente para as Índias. Tendo como objetivo encerrar 
o monopólio das cidades italianas, como por exemplo, Veneza e Gênova, no 
comércio com o Oriente pelo Mediterrâneo. Esse processo, concluiu no 
descobrimento de novas terras e apropriação de amplos territórios, assim 
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como, na utilização da mão de obra escrava de milhões de nativos da América 
e da África. Criou-se um comércio entre América, África e Europa. 
 Houve também, a expansão dos mercados consumidores e 
abastecedores, além da descoberta de novas jazidas minerais. Contudo, o 
que, verdadeiramente, interessava aos comerciantes e a nobreza era o 
comércio de especiarias, açúcar, tabaco, escravos, tapetes, sedas, perfumes, 
ouro, prata, entre outros, com ampla lucratividade e não encontrados em solo 
europeu. Outra característica da época, era a manufatura rudimentar, na qual o 
empresário era o dono dos meios de produção e pagava ao empregado um 
salário em troca do seu trabalho. 
 Segundo Rodrigo, o acúmulo de capital pela burguesia, outro aspecto do 
sistema, se dava por meio do comércio com a troca de mercadorias. Esse 
acúmulo de capitais era estabelecido pela política colonial mercantilista, 
doutrina econômica que guiava o capitalismo comercial, através da 
acumulação de materiais preciosos. Tendo como bases, uma balança 
favorável (exportar mais e importar menos), o protecionismo (proteção ao 
mercado interno com altos impostos), o uso da mão de obra-escrava e a 
proibição do comércio das colônias com outros Estados a não ser a própria 
metrópole (pacto colonial). 
 
2. REPERCUÇÃO NA FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO 
 O projeto das cidades medievais ou burgos não seguiam nenhum 
traçado predefinido, não havia nenhuma demarcação de ruas ou lotes. A terra 
era comunal, ou seja, poderia abertamente ser ocupada pelos moradores, de 
acordo que iam chegando. Com as simples técnicas de construção da época, 
juntamente com o modo espontâneo que se dava a ocupação do espaço, a 
cidade e as casas iam se adaptando aos traçados irregulares. Também não 
havia uma preocupação com a fachada e estética das cidades, inclusive as 
mesmas possuíam um único dono, que era o senhor feudal. 
 Com desenvolvimento comercial, houve o incentivo a extinção do 
sistema feudal, que já estava em crise devido aos acontecimentos da época. 
Junto, vieram as novas oportunidades de emprego para os servos e 
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consequente migração dos mesmos para as cidades, ocasionando o êxodo-
rural. De acordo com o crescimento da atividade mercantil e manufatureira, 
algumas cidades passaram a controlar todo o comércio do Mar Mediterrâneo, 
como é o caso de Gênova. Assim, com o auxilio das atividades comerciais, as 
cidades passaram de uma economia natural, simples, para umas economia 
mercantil. 
 De acordo com Rolnik, em meio a todo esse processo de mudanças e 
avanços urbanos, o mapa da Europa foi além de uma rede de cidades, 
tornando-se um mosaico de Estados. Com isso, houve uma grande 
reorganização na forma das cidades, o primeiro ponto foi a mercantilizarão do 
espaço, no qual a terra urbana passa a ser uma mercadoria e também 
sinônimo de lucros, passando a ter vários donos. Sobre isso, Rolnik assim 
escreveu: 
Em segundo lugar, a organização da cidade passa a ser 
marcada pela divisão em classes: de um lado os proprietários 
dos meios de produção, os ricos detentores do dinheiro e 
bens; de outro, os vendedores de sua força de trabalho, os 
livres e despossuídos. Entre os dois estão os artesãos 
independentes, donos de seu próprio negócio, que oscilam 
entre identificar-se com os demais proprietários ou aliar-se 
com os que estão com eles, alijados do poder. (ROLNIK, 
1995, p. 39). 
 Na Europa durante esse período de evolução no urbanismo, houve 
também, uma grande preocupação com a beleza arquitetônica, dando 
destaque aos edifícios e igrejas. Os reis absolutistas, por exemplos, 
encomendavam palácios grandiosamente belos e decorados com traços 
barrocos e que chegaram até a possuir a impressão de movimento, a partir da 
utilização de técnicas. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Ao decorrer de todo esse período de mudança do feudalismo para o 
capitalismo, mais especificamente o comercial, houve uma série de fatores que 
caracterizaram e aceleram esse processo. Os quais afetaram diretamente o 
desenvolvimento, organização e recorte urbanista das cidades. Conclui-se, 
então que o desenvolvimento do trabalho, foi de total importância para a melhor 
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compreensão do tema, assim como, para a aquisição de uma visão melhor e 
mais abrangente concepção de cidade. 
 
REFERÊNCIAS 
RODRIGO. (09 de fevereiro de 2012). O Capitalismo e a formação do 
Espaço Mundial. Disponível em: < http://rodrigogeografia.blogspot.com.br/>. 
Acesso em: 23 de maio de 2015. 
CORRÊA, Helio. (02 de março de 2014). Fases do Capitalismo. Disponível 
em: < http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfIfIAI/fases-capitalismo#>. 
Acesso em: 26 de maio de 2015. 
ROLNIK, Raquel. O que é a cidade. 3 ed. São Paulo: Brasiliense, 2004. 
FERNAND, Braudel. Capitalismo Comercial. Disponível em: 
<http://www.suapesquisa.com/capitalismo/capitalismo_comercial.htm>. Acesso 
em: 26 de maio de 2015.

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