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www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 11 Josiane Minardi 1 IPTU – Art. 156, I da CF e Arts. 32 a 34 do CTN Critério Material: Ser Proprietário de Imóvel Urbano Proprietário nos termos do art. 1.228 do Código Civil é quem tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. A posse deflui do conceito de possuidor, como sen- do todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade (art. 1.196 do Código Civil). Não são considerados Contribuintes: 1 – Cessionário de uso de bem público; 2 – o mero detentor, ou seja, aquele que conserva a posse em nome de outrem e em cumprimento das ordens deste; 3 – o usuário e o titular de direito de habitação 4 – Locatário, arrendatário e comodatário 5 – Contrato de direito real de concessão de uso; 6 – Circos, quiosques, barracas de camping e banca de jornal. PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. ALEGAÇÃO GENÉRICA. SÚMULA 284/STF. IPTU. CONTRIBUINTE. AU- SÊNCIA DE ANIMUS DOMINI. CONDOMÍNIO. MERO ADMINISTRADOR. (...) 2. O fato gerador do IPTU, conforme dispõe o art. 32 do CTN, é a propriedade, o domínio útil ou a posse. O contribuinte da exação é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio ou seu possuidor a qualquer título (art. 34 do CTN). 3. A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que somente a posse com animus domini é apta a gerar a exação predial urbana, o que não ocorre com o condomínio, in casu, que apenas possui a qualidade de administrador de bens de terceiros.4. "Não é qualquer posse que deseja ver tributada. Não é a posse direta do locatário, do comodatário, do arrendatário de terreno, do administrador de bem de terceiro, do usuário ou habitador (uso e habita- ção) ou do possuidor clandestino ou precário (posse nova etc.). A posse prevista no Código Tributário como tributá- vel é a de pessoa que já é ou pode ser proprietária da coisa." (in Curso de Direito Tributário, Coodena- dor Ives Gandra da Silva Martins, 8ª Edição - Impos- to Predial e Territorial Urbano, p.736/737).Recurso especial improvido.(REsp 1327539/DF, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julga- do em 14/08/2012, DJe 20/08/2012) TRIBUTÁRIO. IPTU. TLP. IMÓVEL PERTENCEN- TE À UNIÃO. CONCESSÃO DE USO. RELAÇÃO DE DIREITO PESSOAL. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE ENTRE CESSIONÁRIO E CONTRI- BUINTE. NÃO INCIDÊNCIA DO TRIBUTO. 1. Nos termos da jurisprudência do STJ, o cessioná- rio do direito de uso não é o contribuinte do IPTU e da TLP, haja vista que é possuidor por relação de direito pessoal, não exercendo animus domini, sen- do possuidor do imóvel como simples detentor de coisa alheia. 2. Precedentes: AgRg no AREsp 152437/DF, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, Segunda Turma, julgado em 26/6/2012, DJe 7/8/2012; AgRg no REsp 1205250/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 26/10/2010, DJe 16/11/2010. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1350801/DF, Rel. Ministro HUM- BERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/02/2013, DJe 05/03/2013) OBS1: O STJ entendeu que não há base legal para cobrança de IPTU de quem apenas se utiliza de servidão de passagem de imóvel alheio. OBS 2: Há entendimento doutrinário no sentido de que o superficiário também poderá figurar como contribuinte, uma vez que responde pelos encargos e tributos que incidirem sobre o imóvel (art. 1.371, Código Civil) Superfície é o direito real pelo qual o proprietário concede por tempo determinado ou indeterminado, gratuita ou onerosamente, a outrem o direito de construir, ou plantar em seu terreno urbano ou rural, mediante escritura pública, devidamente resgistrada no Cartório de registro de Imóveis. (CC, art. 1.369, 1.370 e Estatuto da Cidade, art. 21 – Lei nº 10.257/01) OBS 3: O promitente comprador pode ser conside- rado contribuinte do IPTU, conjuntamente com o proprietário do imóvel, responsável pelo seu paga- mento. Súmula 399 STJ: Cabe à legislação municipal esta- belecer o sujeito passivo do IPTU. O promitente comprador será contribuinte se se tratar de promessa irretratável de venda, houver pago parcelas contratuais e se encontrar habilitado a lavrar escritura ou promover a adjudicação com- pulsória. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO. RECURSO ESPECIAL.SUPOSTA OFENSA AO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. TRIBU- TÁRIO. IPTU. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. LEGITIMIDADE PASSIVA DO POSSUIDOR (PROMITENTE COM- PRADOR) E DO PROPRIETÁRIO (PROMITENTE www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 11 Josiane Minardi 2 VENDEDOR). ESPECIAL EFICÁCIA VINCULATIVA DO ACÓRDÃO PROFERIDO NO RESP 1.110.551/SP. 1. Não havendo no acórdão recorrido omissão, obs- curidade ou contradição, não fica caracterizada ofensa ao art. 535 do CPC.2. "A jurisprudência des- ta Corte Superior é no sentido de que tanto o promi- tente comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no Regis- tro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU" (REsp 1.110.551/SP, 1ª Seção, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 18.6.2009 — recurso submetido à sistemática prevista no art. 543-C do CPC).3. Agravo regimental não provido.(AgRg no AREsp 114.617/RS, Rel. Ministro MAURO CAMP- BELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/05/2012, DJe 14/05/2012) OBS 4: Entende-se que o usufrutuário é contribuinte porque tem direito a posse, uso, administração e percepção dos frutos do imóvel; TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. RESTITUIÇÃO DE IN- DÉBITO. IPTU. USUFRUTUÁRIO. LEGITIMIDADE. OBSCURIDADE. INOCORRÊNCIA. (...) II - No que se refere à legitimidade do usufrutuário para questionar a cobrança de IPTU, nada tem de obscuro o aresto que entendeu encontrar-se o acór- dão recorrido encontra-se em consonância com o entendimento desta Corte acerca do assunto, por- quanto, nas hipóteses de usufruto de imóvel, não há falar em solidariedade passiva no tocante ao IPTU quando apenas o usufrutuário é quem possui o di- reito de usar e fruir exclusivamente do bem. (...) (EDcl no AgRg no REsp 698.041/RJ, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/04/2006, DJ 04/05/2006, p. 137) OBS 5: Quem sendo contribuinte e esbulhado na posse pelo próprio Município, não está obrigado a recolher o tributo até nela ser reintegrado por sen- tença judicial. OBS 6: Área de Preservação Permanente Ambiental e o IPTU LOTEAMENTO. INCIDÊNCIA SOBRE ÁREA DE IMÓVEL URBANO DENOMINADA ÁREA DE PRE- SERVAÇÃO PERMANENTE. LEGALIDADE. RES- TRIÇÃO À UTILIZAÇÃO DE PARTE DO IMÓVEL QUE NÃO DESNATURA A OCORRÊNCIA DO FA- TO GERADOR DO TRIBUTO. PROPRIEDADE. LIMITAÇÃO DE NATUREZA RELATIVA. AUSÊN- CIA DE LEI ISENTIVA. (...) 3. A restrição à utilização da propriedade referente a área de preservação permanente em parte de imó- vel urbano (loteamento) não afasta a incidência do Imposto Predial e Territorial Urbano, uma vez que o fato gerador da exação permanece íntegro, qual seja, a propriedade localizada na zona urbana do município. Cuida-se de um ônus a ser suportado, o que não gera o cerceamento total da disposição, utilização ou alienação da propriedade, como ocorre, por exemplo, nas desapropriações. Aliás, no caso dos autos, a limitação não tem caráter absoluto, pois poderá haver exploração da área mediante prévia autorização da Secretaria do Meio Ambiente do município. 4. Na verdade, a limitação de fração da propriedade urbana por força do reconhecimento de área depreservação permanente, por si só, não conduz à violação do artigo 32 do CTN, que trata do fato ge- rador do tributo. O não pagamento da exação sobre certa fração da propriedade urbana é questão a ser dirimida tam- bém à luz da isenção e da base de cálculo do tribu- to, a exemplo do que se tem feito no tema envol- vendo o ITR sobre áreas de preservação permanen- te, pois, para esta situação, por exemplo, há lei fe- deral permitindo a exclusão de áreas da sua base de cálculo (artigo 10, § 1º, II, "a" e "b", da Lei 9.393/96). (REsp 1128981/SP, Rel. Ministro BENEDITO GON- ÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/03/2010, DJe 25/03/2010) Imóvel Urbano: Regra Geral: Localização: Zona urbana, definida pela Lei Munici- pal – Necessária a existência de dois, no mínimo, dos cinco melhoramentos do § 1º do Art. 32 do CTN. Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se co- mo zona urbana a definida em lei municipal; obser- vado o requisito mínimo da existência de melhora- mentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos inci- sos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 11 Josiane Minardi 3 I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem poste- amento para distribuição domiciliar; V - escola primária ou posto de saúde a uma distân- cia máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel consi- derado. § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, cons- tantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior. AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. IPTU. MU- NICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO. SÍTIO RECREIO. INCIDÊNCIA. IMÓVEL SITUADO EM ÁREA URBANA DESPROVIDA DE MELHO- RAMENTOS. DESNECESSIDADE. 1. A recorrente demonstra mero inconformismo em seu agravo regimental que não se mostra capaz de alterar os fundamentos da decisão agravada. 2. A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de que é legal a cobrança do IPTU dos sítios de recreio, localizados em zona de expensão urbana definida por legislação municipal, nos termos do arts. 32, § 1º, do CTN c/c arts. 14 do Decreto-lei nº 57/66 e 29 da Lei 5.172/66, mesmo que não conte- nha os melhoramentos previstos no art. 31, § 1º, do CTN. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 783.794/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julga- do em 15/12/2009, DJe 08/02/2010). Exceção: Destinação nos termos do art. 15 do Decreto-Lei nº 57/66. Art 15. O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não abrange o imóvel de que, comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agro- industrial, incidindo assim, sôbre o mesmo, o ITR e demais tributos com o mesmo cobrados. 2) Critério Temporal: 1º de janeiro de todo ano 3) Critério Espacial: Município de Localização do Bem 4) Critério Pessoal: Sujeito Ativo: Município da situação do bem Sujeito Passivo: Proprietário do bem 5) Critério Quantitativo a) Base de Cálculo: Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel. Parágrafo único. Na determinação da base de cál- culo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade. b) Alíquotas Progressividade: Art. 182, § 4º, II Art. 156, I da CF (permitida apenas após EC nº 29/2000) Súmula nº 668 – STF É INCONSTITUCIONAL A LEI MUNICIPAL QUE TENHA ESTABELECIDO, ANTES DA EMENDA CONSTITUCIONAL 29/2000, ALÍQUOTAS PRO- GRESSIVAS PARA O IPTU, SALVO SE DESTINA- DA A ASSEGURAR O CUMPRIMENTO DA FUN- ÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA. Súmula nº 589 STF: É INCONSTITUCIONAL A FIXAÇÃO DE ADICIO- NAL PROGRESSIVO DO IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO EM FUNÇÃO DO NÚME- RO DE IMÓVEIS DO CONTRIBUINTE. Súmula 539 STF: É CONSTITUCIONAL A LEI DO MUNICÍPIO QUE REDUZ O IMPOSTO PREDIAL URBANO SOBRE IMÓVEL OCUPADO PELA RESIDÊNCIA DO PRO- PRIETÁRIO, QUE NÃO POSSUA OUTRO. Súmula 397 do STJ: O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. IPTU. EXE- CUÇÃO FISCAL. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. TERMO A QUO. NOTIFICAÇÃO. 1. Nos tributos sujeitos a lançamento de ofício, co- mo no caso do IPVA e IPTU, a constituição do crédi- to tributário perfectibiliza-se com a notificação ao sujeito passivo, iniciando, a partir desta, o termo a quo para a contagem do prazo prescricional quin- quenal para a execução fiscal, nos termos do art. 174 do Código Tributário Nacional. (...) (AgRg no AREsp 246.256/SP, Rel. Ministro HUM- BERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/11/2012, DJe 04/12/2012) www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 11 Josiane Minardi 4 PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ES- PECIAL. IPTU. (...). PRESUNÇÃO DE NOTIFICA- ÇÃO QUE SE AFASTA MEDIANTE COMPROVA- ÇÃO DO CONTRIBUINTE. APLICAÇÃO DO RESP "REPETITIVO" N. 1.111.124-PR (ART. 543-C DO CPC). (...) 3. O Recurso Especial n. 1.111.124-PR, representa- tivo de controvérsia, conforme a sistemática do art. 543-C do CPC, sufragou o entendimento nesta Cor- te acerca da necessidade da notificação do contri- buinte, que se presume com a entrega do carnê do IPTU, cabendo ao contribuinte o ônus de provar que não o recebeu. 4. Portanto, se há provas de que o carnê não foi entregue (ônus de prova pelo contribuinte), neces- sário se faz sua notificação, nos termos do art. 142 e 145 do CTN. Implicando, sua ausência, a nulidade da execução fiscal. 5. É proibida a inovação de tese recursal em sede de agravo regimental. 6. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 91.127/PR, Rel. Ministro BENEDI- TO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 13/11/2012, DJe 22/11/2012) ITBI: Art. 156, II da CF Arts. 35 a 42 do CTN Critério Material: “transmissão "inter vivos", a qual- quer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição Direitos Reais – Art. 1.225 do Código Civil: Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de mora- dia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) XII - a concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) Hipóteses de Incidência: Compra e venda, dação em pagamento, permuta (troca), mandado em cau- sa própria com poderes equivalentes para a trans- missão de bem imóvel, arrematação, adjudicação, valor do imóvel que na divisão de patrimônio comum ou na partilha, forem atribuídos a um dos cônjuges separados ou divorciados, uso e fruto. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.TRIBUTÁRIO. ITBI. ARREMATAÇÃO DE IMÓVEL. BASE DE CÁLCU- LO. VALOR ALCANÇADO NA HASTA PÚBLICA. PRECEDENTES.1.A orientação das Turmas que integram a Primeira Seção/STJ firmou-se no sentido de que a arrematação corresponde à aquisição do bem alienado judicialmente, razão pela qual se deve considerar, como base de cálculo do ITBI, o valor alcançado na hasta pública. Nesse sentido: AgRg no AREsp 22.274/MG, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe de 3.4.2012; AgRg nos EDcl no Ag 1.391.821/MG, 1ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe de 1º.7.2011; REsp 1.188.655/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 8.6.2010; REsp 863.893/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 7.11.2006.2. Recurso ordinário não provido.(RMS 36.293/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/10/2012, DJe 11/10/2012) Hipóteses de Não Incidência: Usucapião, desapro- priação, servidões, contratos de promessa de com- pra e venda (haja vista tratar-se de contrato que poderá ou não se concretizar em contrato definitivo, este sim ensejador da cobrança do aludido tributo). Imunidades Específicas do ITBI: Art. 156 (...) § 2º I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurí- dica em realização de capital, nem sobre a trans- missão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; Art. 184, § 5º CF – § 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imó- veis desapropriados para fins de reforma agrária. Súmula nº 111 STF: É legítima a incidência do im- posto de transmissão "inter vivos" sobre a restitui- ção, ao antigo proprietário, de imóvel que deixou de servir a finalidade da sua desapropriação. Critério Espacial: Município de situação do Bem Imóvel www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 11 Josiane Minardi 5 Critério Temporal: No momento da transmissão do Bem Imóvel. (art. 1.245 do Código Civil) Ocorre com o registro do Imóvel em Cartório. TRIBUTÁRIO. ITBI. FATO GERADOR. OCOR- RÊNCIA. REGISTRO DE TRANSMISSÃO DO BEM IMÓVEL.1. Rechaço a alegada violação do art. 458 do CPC, pois o Tribunal a quo foi claro ao dispor que o fato gerador do ITBI é o registro imobiliário da transmissão da propriedade do bem imóvel. A partir daí, portanto, é que incide o tributo em comento.2. O fato gerador do imposto de transmissão (art. 35, I, do CTN) é a transferência da propriedade imobiliá- ria, que somente se opera mediante registro do negócio jurídico no ofício competente.Precedentes do STJ.3. Agravo Regimental não provido.(AgRg no AREsp 215.273/SP, Rel. Ministro HERMAN BEN- JAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/10/2012, DJe 15/10/2012) Súmula 108 STF: É legítima a incidência do imposto de transmissão "inter vivos" sobre o valor do imóvel ao tempo da alienação, e não da promessa, na con- formidade da legislação local. Súmula 420 STF: O imposto de transmissão "inter vivos" não incide sobre a construção, ou parte dela, realizada, inequivocamente, pelo promitente com- prador, mas sobre o valor do que tiver sido constru- ído antes da promessa de venda. Súmula 656 STF: É inconstitucional a lei que esta- belece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel. ISSQN – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natu- reza – Art. 156, III da CF e LC nº 116/03 Critério Material: Prestar Serviços de Qualquer Natureza. 1) Serviço 2) Que não seja de Competência dos Estados e DF, ou seja, de incidência do ICMS 3) Tenha previsão em Lei Complementar A Lista anexa à LC nº 116/03 é taxativa, porém po- de ter interpretação extensiva para serviços congê- neres. Lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. 1 – Serviços de informática e congêneres. (...) 3.03 – Exploração de salões de festas, centro de convenções, escritórios virtuais, stands, quadras esportivas, estádios, ginásios, auditórios, casas de espetáculos, parques de diversões, canchas e con- gêneres, para realização de eventos ou negócios de qualquer natureza. (...) 4 – Serviços de saúde, assistência médica e congê- neres. 15 – Serviços relacionados ao setor bancário ou financeiro, inclusive aqueles prestados por institui- ções financeiras autorizadas a funcionar pela União ou por quem de direito. 15.01 – Administração de fundos quaisquer, de con- sórcio, de cartão de crédito ou débito e congêneres, de carteira de clientes, de cheques pré-datados e congêneres. 15.02 – Abertura de contas em geral, inclusive con- ta-corrente, conta de investimentos e aplicação e caderneta de poupança, no País e no exterior, bem como a manutenção das referidas contas ativas e inativas. 1. Conforme a orientação desta egrégia Corte Su- perior, é taxativa a Lista de Serviços anexa ao De- creto-lei 406/68, para efeito de incidência de ISS, admitindo-se, em ampliação aos já existentes, apre- sentados com outra nomenclatura, o emprego da interpretação extensiva para serviços congêneres (interpretação extensiva, observado, contudo, a natureza dos serviços). (AgRg no REsp 1260079/SP, Rel. Ministro NAPO- LEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 24/04/2012, DJe 07/05/2012) Súmula 424 STJ - É legítima a incidência de ISS sobre os serviços bancários congêneres da lista anexa ao DL n. 406/1968 e à LC n. 56/1987. 1) Operações Mistas – Serviço e Entrega de Merca- dorias LC nº 116/03 Art. 1º (...) § 2 o Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de Servi- ços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias. 7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifí- cios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). 17.11 – Organização de festas e recepções; bufê (exceto o fornecimento de alimentação e bebidas, que fica sujeito ao ICMS). www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 11 Josiane Minardi 6 Súmula 274 STJ - O ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência médica, incluindo-se neles as refeições, os medicamentos e as diárias hospitalares. Art. 155, § 2º, IX da CF (...) b) sobre o valor total da operação, quando mercado- rias forem fornecidas com serviços não compreen- didos na competência tributária dos Municípios; Súmula 163 STJ - O fornecimento de mercadorias com simultânea prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação. TRIBUTÁRIO. ICMS E ISS. SERVIÇOS DE COM- POSIÇÃO GRÁFICA PERSONALIZADO E SOB ENCOMENDA. SÚMULA 156/STJ. MATÉRIA SUBMETIDA AO RITO DOS RECURSO REPETI- TIVOS. INCIDÊNCIA DO ISS. 1. A Primeira Seção do STJ, no julgamento do REsp 1.092.206/SP, de relatoria do Min. Teori Albino Za- vascki, submetido ao rito dos recursos repetitivos nos termos do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ, consolidou entendimento segundo o qual: "As operações de composição gráfica, como no caso de impressos personalizados e sob enco- menda, são de natureza mista, sendo que os servi- ços a elas agregados estão incluídos na Lista Anexa ao Decreto-Lei 406/68(item 77) e à LC 116/03 (item 13.05). Consequentemente, tais operações estão sujeitas à incidência de ISSQN (e não de ICMS),Confirma-se o entendimento da Súmula 156/STJ: 'A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS'." 2. Não incidência da Súmula 7/STJ, pois a matéria discuti- da no presente caso é eminentemente de direito. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1301117/SP, Rel. Ministro HUM- BERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/04/2012, DJe 25/04/2012) EMENTA : CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONFLITO ENTRE IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA E IMPOSTO SOBRE OPERAÇÃO DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORI- AS E DE SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO E DE TRANSPORTE INTERMUNICIPAL E INTERESTA- DUAL. PRODUÇÃO DE EMBALAGENS SOB EN- COMENDA PARA POSTERIOR INDUSTRIALIZA- ÇÃO (SERVIÇOS GRÁFICOS). AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE AJUIZADA PARA DAR INTERPRETAÇÃO CONFORME AO O ART. 1º, CAPUT E § 2º, DA LEI COMPLEMENTAR 116/2003 E O SUBITEM 13.05 DA LISTA DE SER- VIÇOS ANEXA. FIXAÇÃO DA INCIDÊNCIA DO ICMS E NÃO DO ISS. MEDIDA CAUTELAR DEFE- RIDA. Até o julgamento final e com eficácia apenas para o futuro (ex nunc), concede-se medida cautelar para interpretar o art. 1º, caput e § 2º, da Lei Comple- mentar 116/2003 e o subitem 13.05 da lista de ser- viços anexa, para reconhecer que o ISS não incide sobre operações de industrialização por encomenda de embalagens, destinadas à integração ou utiliza- ção direta em processo subsequente de industriali- zação ou de circulação de mercadoria. Presentes os requisitos constitucionais e legais, incidirá o ICMS. (ADI 4389 MC, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBO- SA, Tribunal Pleno, julgado em 13/04/2011, PRO- CESSO ELETRÔNICO DJe-098 DIVULG 24-05- 2011 PUBLIC 25-05-2011 RDDT n. 191, 2011, p. 196-206 RT v. 100, n. 912, 2011, p. 488-505) ............................... TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. SERVIÇOS DE COMPOSIÇÃO GRÁFICA.CONFECÇÃO DE CARTÕES MAGNÉTICOS PERSONALIZADOS E SOB ENCOMENDA. NÃO INCIDÊNCIA DE ICMS. NÃO APLICAÇÃO DO ENTENDIMENTO DO STF NA MEDIDA CAUTELAR NA ADI 4389. SITUA- ÇÕES FÁTICAS DISTINTAS. ANÁLISE DE DISPO- SITIVOS CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE. COMPETÊNCIA DO STF. (...) 2. No julgamento da medida cautelar na ADI 4389, o STF reconheceu a não incidência do ISS sobre operações de industrialização por encomenda de embalagens destinadas à integração ou utiliza- ção direta em processo subsequente de industriali- zação ou de circulação de mercadoria.3. A incidên- cia do ICMS só ocorrerá nos casos em que a produ- ção de embalagens, etiquetas sob encomenda (per- sonalizada) seja destinada a subsequente utilização em processo de industrialização ou posterior circu- lação de mercadoria, o que não é o caso dos autos. 4. In casu, trata-se de produção de cartões magné- ticos sob encomenda para uso próprio da empresa. No caso, a embargada atua como consumidora final, ou seja, tais cartões não irão fazer parte de futuro processo de industrialização ou comercializa- ção. Incide, portanto, o ISS nos termos do que res- tou determinado pela Primeira Seção do STJ, no julgamento do REsp 1.092.206/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, sujeito ao rito dos recursos respeti- vos, nos termos do art. 543-C do CPC e da Resolu- ção 8/2008 do STJ.5. Não cabe ao STJ analisar suposta violação de dispositivos constitucionais, mesmo a título de prequestionamento, sob pena de usurpação da competência do STF.Embargos de declaração rejeitados.(EDcl no AgRg no AREsp 103.409/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 12/06/2012, DJe 18/06/2012) www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 11 Josiane Minardi 7 Súmula 156 STJ - A prestação de serviço de com- posição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS. Depreende-se da vontade do legislador contida no art. 156, II da CF, que seu objetivo é fazer incidir o ISS sobre o esforço humano que alguém presta a terceiro como um fim a ser alcançado pelo bem que recebeu o serviço. Não há, na norma constitucional, espaço para se estender como tributável a ativida- de-meio do prestador de serviço, isto é, o esforço humano que é realizado, a pedido de terceiro, como sendo ação intermediária para algo a ser feito, a consecução desse “fazer” não está sujeita ao ISS. Os serviços-meio destinados a atingir a execução dos serviços-fim não estão sujeitos à incidência do ISS. São serviços de intermediação, portanto, ele- mentos constitutivos dos principais. Serviço X Industrialização O processo de industrialização compreende as ati- vidades materiais de produção ou beneficiamento de bens, realizadas em massa, em série, estandar- dizadamente; os bens industrializados surgem como espécimes idênticos dentro de uma classe ou de uma série intensivamente produzida (ou produtível denotando homogeneidade não-personificada nem personificável de produtos), sendo certo que indus- trializar em suma, é conceito que reúne dois requisi- tos: a) Alteração da configuração de um bem material; b) padronização e massificação. (Marçal Justen Filho. O Imposto sobre Serviços na Constituição. São Paulo: RT, 1985, p. 115). Algumas Questões: 1) ISS e Informática – Incide ISS sobre software de encomenda TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ISSQN. PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE FILMES. ENCOMENDA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. AGRAVO NÃO PRO- VIDO. 1. As fitas de vídeo produzidas por encomenda, personalizadas para um cliente determinado, confi- guram-se como prestação de serviço, sendo, por conseguinte, devido o ISS sobre o valor cobrado. 2. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1353885/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/06/2012, DJe 13/06/2012) (...) INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. BE- NEFICIAMENTO DE MATÉRIA-PRIMA.ISS. APLI- CAÇÃO DA SÚMULA (...) 3. Infere-se da detida análise dos autos que trata-se de serviços persona- lizados feitos em conformidade com o interesse exclusivo do cliente, distintos dos serviços destina- dos ao público em geral.4. Esta Corte entende que "a 'industrialização por encomenda' caracteriza prestação de serviço sujeita à incidência de ISS, e não de ICMS" (AgRg no REsp 1.280.329/MG, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 27.3.2012, DJe 13.4.2012). Incidência da Súmula 83/STJ.Agravo regimental improvido.(AgRg no AREsp 207.589/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe 14/11/2012) 2) O ISS e o Arrendamento Mercantil EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREI- TO TRIBUTÁRIO. ISS. ARRENDAMENTO MER- CANTIL. OPERAÇÃO DE LEASING FINANCEIRO. ARTIGO 156, III, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. O arrendamento mercantil compreende três modali- dades, [i] o leasing operacional, [ii] o leasing finan- ceiro e [iii] o chamado lease-back. No primeiro caso há locação, nos outros dois, servi- ço. A lei complementar não define o que é serviço, apenas o declara, para os fins do inciso III do artigo 156 da Constituição. Não o inventa, simplesmente descobre o que é serviço para os efeitos do inciso III do artigo 156 da Constituição. No arrendamento mercantil (leasing financeiro), contrato autônomo que não é misto, o núcleo é o financiamento, não uma prestação de dar. E financiamento é serviço, sobre o qual o ISS pode incidir, resultando irrelevante a existência de uma compra nas hipóteses do leasing financeiro e do lease-back. Recurso extraordinário a que se dá provimento. (RE 547245, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribu- nal Pleno, julgado em 02/12/2009,DJe-040 DIVULG 04-03-2010 PUBLIC 05-03-2010 EMENT VOL- 02392-04 PP-00857 RT v. 99, n. 897, 2010, p. 143- 159 LEXSTF v. 32, n. 376, 2010, p. 175-200) Súmula 138 STJ - O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis. 3) ISS e Cessão de uso de Marca (...) 4. ISS. Incidência sobre contratos de cessão de direito de uso da marca. Possibilidade. Lei Comple- mentar 116/2003. Item 3.02 do Anexo. 5. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (Rcl 8623 AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 22/02/2011, DJe-045 DIVULG 09-03-2011 PUBLIC 10-03-2011 EMENT VOL-02478-01 PP-00001 RDDT n. 190, 2011, p. 175-177 RSJADV maio, 2011, p. 49-51) www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 11 Josiane Minardi 8 4) ISS E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RE- CURSO ESPECIAL. SERVIÇOS DE CONSTRU- ÇÃO CIVIL. MATERIAIS DEDUZIDOS DA BASE DE CÁLCULO DO ISS. MATÉRIA RECONHECIDA EM REPERCUSSÃO GERAL PELO STF. PRECEDEN- TES. ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. 1. Após oscilações no entendimento, alinhada à orientação firmada pelo STF no recurso extraordiná- rio n. 603.497/MG, a jurisprudência do STJ reco- nhece a legalidade da dedução do custo dos mate- riais empregados na construção civil da base de cálculo do imposto sobre serviços (ISS). Precedente mais recente: AgRg no AREsp 409.812/ES, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 11/04/2014. 2. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1217401/SP, Rel. Ministro BENE- DITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 08/05/2014, DJe 26/05/2014) 5) ISS E ATIVIDADE MEIO TRIBUTÁRIO. ISS. SERVIÇO DE TELECOMUNI- CAÇÃO. ATIVIDADE-MEIO. NÃO INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ. 1. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendi- mento no sentido de que, independente da cobran- ça pela prestação de serviço, "não incide ISS sobre serviços prestados que caracterizam atividade-meio para atingir atividades-fim, no caso a exploração de telecomunicações" (REsp 883254/MG, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, julgado em 18.12.2007, DJ 28.2.2008 p. 74). Precedentes. Incidência da Súmula 83/STJ. 2. É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que o teor da Súmula 83/STJ aplica-se, também, aos recursos especiais interpostos com fundamento na alínea "a" do permissivo constitucional. Agravo regimental improvido. (AgRg no AREsp 445.726/RS, Rel. Ministro HUM- BERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/02/2014, DJe 24/02/2014) Critério Temporal: Momento da Prestação de Serviço Critério Espacial: Art. 3 o O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabeleci- mento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóte- ses previstas nos incisos I a XXII, quando o imposto será devido no local: I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1 o do art. 1 o desta Lei Complementar; II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa; III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa; IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa; V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa; VI – da execução da varrição, coleta, remoção, inci- neração, tratamento, reciclagem, separação e desti- nação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quais- quer, no caso dos serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa; VII – da execução da limpeza, manutenção e con- servação de vias e logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.10 da lista anexa; VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso dos serviços des- critos no subitem 7.11 da lista anexa; IX – do controle e tratamento do efluente de qual- quer natureza e de agentes físicos, químicos e bio- lógicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa; X – (VETADO) XI – (VETADO) XII – do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres, no caso dos serviços des- critos no subitem 7.16 da lista anexa; XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa; XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18 da lista anexa; XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos no subitem 11.01 da lista anexa; XVI – dos bens ou do domicílio das pessoas vigia- dos, segurados ou monitorados, no caso dos servi- ços descritos no subitem 11.02 da lista anexa; XVII – do armazenamento, depósito, carga, descar- ga, arrumação e guarda do bem, no caso dos servi- ços descritos no subitem 11.04 da lista anexa; XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, no caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa; XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos pelo subi- tem 16.01 da lista anexa; XX – do estabelecimento do tomador da mão-de- obra ou, na falta de estabelecimento, onde ele esti- www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 11 Josiane Minardi 9 ver domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa; XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o planejamento, organização e ad- ministração, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.10 da lista anexa; XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodo- viário, ferroviário ou metroviário, no caso dos servi- ços descritos pelo item 20 da lista anexa. Art. 4 o Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporá- rio, e que configure unidade econômica ou profissi- onal, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as de- nominações de sede, filial, agência, posto de aten- dimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utili- zadas. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS (ISS) INCIDENTE NA OPERAÇÃO DE ARRENDAMEN- TO MERCANTIL (LEASING FINANCEIRO). COM- PETÊNCIA DO MUNICÍPIO ONDE SITUADO O ESTABELECIMENTO PRESTADOR. CONTRO- VÉRSIA DECIDIDA PELA PRIMEIRA SEÇÃO NO RESP 1.060.210/SC, SUBMETIDO AO REGIME DO ART. 543-C DO CPC. 1. A Primeira Seção, no julgamento do REsp 1.060.210/SC, submetido à sistemática do art. 543- C do CPC e da Resolução STJ n. 08/2008, firmou a orientação de que "(b) o sujeito ativo da relação tributária, na vigência do DL 406/68, é o Município da sede do estabelecimento prestador (art. 12); (c) a partir da LC 116/03, é aquele onde o serviço é efeti- vamente prestado, onde a relação é perfectibilizada, assim entendido o local onde se comprove haver unidade econômica ou profissional da instituição financeira com poderes decisórios suficientes à concessão e aprovação do financiamento - núcleo da operação de leasing financeiro e fato gerador do tributo". 2. De acordo essa nova orientação, na prática, em se tratando de ISS especificamente sobre as opera- ções de arrendamento mercantil, irrelevante tenham sido referidas operações realizadas na vigência do DL n. 406/68 ou da LC n. 106/2003, pois em qual- quer hipótese "o Município do local onde sediado oestabelecimento prestador é o competente para a cobrança do ISS sobre operações de arrendamento mercantil", pois é nele (estabelecimento) em que o núcleo da operação de arrendamento mercantil, o serviço em si, que completa a relação jurídica, ocor- re, qual seja a "decisão sobre a concessão, a efetiva aprovação do financiamento". 3. No caso dos autos, restou incontroverso que as agravadas não possuem estabelecimento prestador no Município de Florianópolis/SC, situação que au- toriza o reconhecimento da inexistência de capaci- dade tributária ativa deste ente municipal para co- brar o ISS sobre os fatos geradores ora em questão. 4. Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa. (AgRg no REsp 1334305/SC, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/03/2014, DJe 22/04/2014) Critério Pessoal: Sujeito Passivo: Art. 5 o Contribuinte é o prestador do serviço. Critério Quantitativo: Base de Cálculo: Art. 7 o A base de cálculo do imposto é o preço do serviço. Art 9º A base de cálculo do impôsto é o preço do serviço. § 1º Quando se tratar de prestação de serviços sob a forma de trabalho pessoal do próprio contribuinte, o impôsto será calculado, por meio de alíquotas fixas ou variáveis, em função da natureza do serviço ou de outros fatores pertinentes, nestes não com- preendida a importância paga a título de remunera- ção do próprio trabalho. Alíquotas: Máxima: Art. 8 o As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza são as se- guintes: I – (VETADO) II – demais serviços, 5% (cinco por cento). Exercícios 1) Quanto ao imposto sobre a propriedade pre- dial e territorial urbana, é CORRETO afirmar que: A) Tem natureza exclusivamente fiscal. B) Tem como base de cálculo o valor de aquisição do imóvel. C) A progressividade de alíquotas em razão do tem- po é ilimitada. D) A fixação de sua base de cálculo não se submete ao princípio da noventena. 2) O IPTU A) não pode ter alíquotas progressivas porque se trata de imposto real, não se submetendo ao princí- pio da capacidade contributiva. B) é um imposto exclusivamente proporcional, de acordo com o valor venal do imóvel. C) admite progressividade extrafiscal, denominada no tempo, que varia de acordo com o valor venal do imóvel. D) tem que ter alíquotas progressivas em razão da localização e da destinação do imóvel, submetendo- se ao princípio da capacidade contributiva. E) poderá ter alíquotas progressivas em razão do www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 11 Josiane Minardi 10 valor venal do imóvel ou no tempo, e seletivas de acordo com a localização e o uso do imóvel, con- forme o caso. 3) Assinale a opção correta com relação ao IPTU. A) Na determinação da base de cálculo do IPTU, computa-se o valor dos bens móveis mantidos em caráter permanente no imóvel para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade. B) Conforme previsão do CTN, apenas o proprietário do imóvel é considerado contribuinte do IPTU. C) Para os efeitos do IPTU, considera-se zona urbana aquela definida como tal em lei municipal e que conte com sistema de abastecimento de água, requisito mínimo expressamente previsto no CTN. D) Conforme entendimento do STF, a utilização de índices superiores aos índices oficiais de correção monetária para a majoração do valor venal de imóveis para efeito de cobrança do IPTU será inconstitucional se não tiver sido prevista em lei em sentido formal. E) Considera-se fato gerador do IPTU, imposto de competência dos estados, a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana de município. 4) Para fins de instituição e cobrança do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), exige o Código Tributário Nacional a implementação, por parte do Poder Público municipal, de pelo menos dois melhoramentos que elenca. Assinale a alternativa que corretamente traduz esses melhoramentos. A) Meio-fio ou calçamento, com ou sem canalização de águas pluviais e abastecimento de água. B) Abastecimento de água e posto de saúde a uma distância mínima de cinco quilômetros do imóvel considerado. C) Sistema de esgotos sanitários e rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar. D) Sistema de esgotos sanitários e escola primária a uma distância mínima de três quilômetros do imóvel considerado. E) Abastecimento de água e escola primária a uma distância mínima de três quilômetros do imóvel considerado. 5) Assinale a opção correta em relação à progressividade e à regressividade dos tributos. A) O imposto incidente sobre renda e proventos de qualquer natureza será informado pelo critério da regressividade. B) O IPTU é um tributo real e, por essa característica, não poderá ser progressivo. C) O ITR é um tributo real e só poderá ser progressivo no tempo. D) A progressividade é uma característica exclusiva dos tributos pessoais. E) O IPTU poderá ser progressivo em razão do valor do imóvel. 6) Com relação à transmissão de bens ou direi- tos decorrentes de fusão de pessoa jurídica cuja atividade preponderante da adquirente seja a de arrendamento mercantil A) não incide ITBI (imposto sobre a transmissão de bens imóveis), cuja competência é estadual. B) incide ITCMD (imposto sobre a transmissão cau- sa mortis ou por doação), cuja competência é esta- dual. C) incide IR (imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza), cuja competência é federal. D) incide ITBI (imposto sobre a transmissão de bens imóveis), cuja competência é municipal. E) incide IPTU (imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana), cuja competência é municipal. 7) A partilha de um único imóvel de um casal, pelo regime da comunhão universal de bens, quanto ao ITBI – Imposto de Transmissão de Bens Imóveis: A) sofre incidência do ITBI sobre o valor de 100% da avaliação do imóvel partilhado. B) sofre incidência do ITBI sobre 50% da avaliação do imóvel. C) não sofre incidência, pois cada cônjuge já era proprietário de sua metade, não havendo nenhuma transferência de patrimônio. D) sofre incidência do ITBI sobre 25% do valor da avaliação do imóvel. E) Nenhuma das respostas anteriores. 8). Acerca de incidência do Imposto sobre Ser- viços de Qualquer Natureza – ISSQN –,sobre serviços de registros públicos, cartorários e notariais, em julgamento de ação direta de in- constitucionalidade – ADI–, o Supremo Tribunal Federal decidiu A) pela constitucionalidade dos dispositivos de lei federal que permitem a incidência do Imposto. B) que os dispositivos de lei federal que permitem a incidência do Imposto são inconstitucionais, e fun- www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 11 Josiane Minardi 11 damentou a decisão em entendimento consolidado na Corte de que emolumentos extrajudiciais têm natureza jurídica de taxa e há vedação constitucio- nal de que haja incidência de imposto sobre taxa (espécie tributária). C) que os dispositivos de lei federal que permitem a incidência do Imposto são inconstitucionais, e fun- damentou a decisão no princípio da imunidade tribu- tária recíproca, consagrado no art. 150 da Constitui- ção Federal: “Sem prejuízo de outras garantias as- seguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI – instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros...” D) que os dispositivos de lei federal que permitem a incidência do Imposto são inconstitucionais por vio- lação ànorma da Constituição Federal, porquanto a matriz constitucional do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza permitiria a incidência do tributo tão somente sobre a prestação de serviços de índo- le privada. 9) Na cobrança do ISSQN sobre serviços bancá- rios, é correto afirmar, com base nos atuais jul- gamentos do STJ, que: A) a lista de serviços previstos na legislação é exemplificativa, logo, admite outras inclusões. B) a lista de serviços previstos na legislação é taxa- tiva e não admite outras inclusões. C) a lista de serviços previstos na legislação para a atividade bancária tem tratamento específico porque os serviços bancários têm natureza genérica, sujei- tos, portanto, como regra, ao pagamento daquele tributo. D) a lista de serviços previstos na legislação é taxa- tiva, porém, admite leitura extensiva para serviços idênticos embora com denominações distintas. 10) O cálculo do ISS é efetuado mediante aplicação de alíquota determinado pelo município. A incidência máxima dessa alíquota é de: A) 6%; B) 3%; C) 5%; D) 4%; E) 7%. www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 11 Josiane Minardi 12 GABARITO 1-D 2-E 3-D 4-C 5-E 6-D 7-C 8-A 9-D 10-C
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