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Bioética e uso de animais 2013

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MAG 
Prof. Dr. Marco Aurelio Guimarães 
Centro de Medicina Legal - CEMEL 
Departamento de Patologia e Medicina Legal 
FMRP-USP 
MAG 
Problema 
Moral 
? 
OU Ético 
MAG 
Moral 
É um sistema de valores, do qual resultam normas que são 
consideradas corretas por uma sociedade. 
Barton & Barton, 1984 
Ética 
Percepção dos conflitos da vida psíquica (emoção X razão) e 
da condição que podemos adquirir, de nos posicionarmos de 
forma coerente, face a esses conflitos. 
Segre & Cohen, 1999 
MAG 
27 Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, 
criou o homem e a mulher. 28 Deus os abençoou: “Frutificai, disse 
ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os 
peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que 
se arrastam sobre a terra. 
Gênese, 1: 27-28 
26 Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos 
celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais 
do que elas? 
Mateus, 6: 26 
A Visão Antropocêntrica 
MAG 
A Visão Biocêntrica 
19 De tudo o que vive, de cada espécie de animais, farás entrar na arca 
dois, macho e fêmea, para que vivam contigo. 20 De cada espécie de aves, 
e de cada espécie de quadrúpedes, e de cada espécie de animais que se 
arrastam sobre a terra, entrará um casal contigo, para que lhes possa 
conservar a vida. 21 Tomarás também contigo de todas as coisas para 
comer, e armazená-las-ás para que te sirvam de alimento, a ti e aos 
animais. 
Gênese, 6: 19-21 
6 Não se vendem cinco pardais por dois asses? E, entretanto, nem um só 
deles passa despercebido diante de Deus. 
Lucas, 12: 6 
MAG 
HUMANA ANIMAL 
O valor da vida é uma questão ética notoriamente difícil e nós somente 
podemos chegar a uma conclusão razoável sobre o valor comparativo das 
vidas humanas e animais após termos discutido o valor da vida em geral. 
Peter Singer 
MAG 
Para aprender como homens e animais vivem, 
nós não podemos evitar ver um grande número 
deles morrer, porque o mecanismo da vida pode 
ser desvendado e provado somente pelo 
conhecimento dos mecanismos da morte. 
Claude Bernard (1813-1878) 
Introdução ao Estudo da Medicina Experimental 
MAG 
Aristóteles - Animais têm mente, mas não razão = exclusão da comunidade 
moral. 
Descartes (1596-1650) - Sobre os animais: 
A falta de linguagem e raciocínio abstrato demonstraria a falta de mente. 
A capacidade para sensações seria estritamente corporal e mecânica, 
sendo que por esta razão eles seriam incapazes de sentir dor. 
“Animais agem naturalmente e mecanicamente, como um relógio que conta 
o tempo melhor que o nosso julgamento o faz.” 
Predomínio da filosofia cartesiana até o século XVIII. 
Visão Antropocêntrica 
MAG 
Nós temos o direito de fazer experimentos em animais e vivissecção? Eu 
penso que temos este direito, total e absolutamente. Seria estranho se 
reconhecêssemos o direito de usar animais para serviços caseiros e 
alimentação , mas proibíssemos o seu uso para o ensino de uma das 
ciências mais úteis para a humanidade. Experimentos devem ser feitos 
tanto no homem quanto nos animais. Penso que os médicos já fazem muitos 
experimentos perigosos no homem, antes de estudá-los cuidadosamente 
nos animais. Eu não admito que seja moralmente aceitável testar remédios 
mais ou menos perigosos ou ativos em pacientes hospitalizados, sem 
primeiro experimentá-los em cães. 
Claude Bernard, 1865 
Visão Antropocêntrica 
MAG 
MAG 
1) O Modelo das Propriedades Humanas 
a) Auto-consciência 
b) Capacidade de se engajar em uma seqüência de atos com um propósito 
c) Capacidade de apreciar razões para agir 
d) Capacidade de se comunicar usando uma linguagem 
e) Capacidade de fazer julgamentos morais 
f) Racionalidade 
2) Especiecismo 
Visão Antropocêntrica 
MAG 
3) A teoria Deontológica 
Kant (1724-1804) - Diferente de coisas e animais, seres humanos nunca 
podem ser usados como meios para um determinado fim. 
Animais devem ser vistos como instrumentos do homem e como meios para 
um fim. 
Seres humanos não têm obrigações diretas para com animais. Só indiretas. 
4) Valor inerente 
Visão Antropocêntrica 
MAG 
Justificativas para usar animais 
1) Nenhum sistema biológico preparado para experimentação responde de 
modo tão complexo quanto um organismo vivo. 
2) Muitos procedimentos são demasiado invasivos, dolorosos ou arriscados 
para serem testados diretamente em humanos. 
3) A ciência progride mais rápido com o uso de animais. 
4) O benefício do conhecimento adquirido para os seres humanos. 
 
“Se não testarem em animais, vão testar em quem? Nos nossos filhos?” 
Visão Antropocêntrica 
MAG 
MAG 
Hume (1711-1776) - Nova visão sobre os animais 
Visão cartesiana = Excessiva aderência ao dogmatismo filosófico. 
Aplicação correta das palavras Entendimento (aprendizado por 
experiência) e Razão (inferências casuais). 
Animais podem expressar sentimentos como amor e orgulho. 
Analogias entre capacidades humanas e animais. 
Visão Biocêntrica 
MAG 
A questão não é eles podem raciocinar? 
Ou então, eles podem falar? 
Mas, eles podem sofrer? 
 
Bentham (1748-1832) 
Visão Biocêntrica 
MAG 
MAG 
MAG 
MAG 
MAG 
MAG 
Darwin (1809-1882) - Teoria da Evolução 
Predomínio da razão sobre os instintos naturais em animais. 
Críticas: Razão, capacidade de comunicação e senso moral 
Contraposições de Darwin: 
•Graus de poder da mente 
•Linguagem própria 
•Senso de grupo e afeto individual 
Conseqüências morais: Animais possuem “conceito mental” e “auto-
consciência”. 
Visão Biocêntrica 
MAG 
MAG 
MAG 
Pesquisas atuais 
Identidade genética compartilhada com a espécie humana: 
Chimpanzé – 99,4% (estudos anteriores mostravam 98,6%) 
 
 
 
 
 
Bonobos – 98% Gorilas – 97,5% Orangotangos – 96,3% 
Visão Biocêntrica 
MAG 
Teorias contemporâneas 
Frey - Análise de valor da vida baseada na comparação de qualidade de 
vida dos animais, incluindo o ser humano como animal. 
Cães, Gatos, Chimpanzés > Camundongos, Ratos, Larvas 
Chimpanzé “normal” > Criança “anormal” 
 
Singer - O envolvimento de animais só pode ser justificado com bases nos 
interesses desses animais. 
Rejeição ao utilitarismo de Frey = Exposição de populações vulneráveis 
Visão Biocêntrica 
MAG 
Visão Biocêntrica 
MAG 
Justificativas para NÃO usar animais 
1) Organismos de diferentes espécies podem responder de modo completamente 
diferente a estímulos diversos (ex: AAS, talidomida, fialuridina). 
2) Muitos problemas que afligem a espécie humana não têm modelo 
experimental ou têm modelos de validade questionável (ex:AIDS). 
3) A ciência pode progredir sem o uso de animais (ex: AIDS). 
4) Os custos de produção e manutenção de animais podem ser revertidos para 
pesquisas adequadamente planejadas em seres humanos. 
5) A pesquisa em animais pode gerar conhecimento niilista ou mesmo que atrase 
o verdadeiro conhecimento sobre a espécie humana. 
Visão Biocêntrica 
MAG 
Visão Biocêntrica 
MAG 
Visão Antropocêntrica X Visão Biocêntrica 
Princípios 
Três “Rs” 
Refinement 
Reduction 
Replacement 
Russel & Burch, 1959 
MAG 
Animais 
British Anticruelty Act (1822) 
British Cruelty to Animals Act (1876) 
USA- The Animal Welfare Act (1966; 1970; 1976; 1986; 1989; 1991; 1992) 
BRASIL 
Decreto 24.645, de 10 de julho de 1934. 
Lei 6.638, de 08 de maio de 1979 - Normas para a Prática Didático-Científica da 
Vivissecção de Animais 
9.605, de12 de fevereiro de 1998 - Lei dos Crimes Ambientais 
Humanos 
Declaração de Nüremberg (1946) 
Declaração de Helsinque (1964, 2000) 
Código de Ética Médica (1988) 
Resolução 196, de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde - Pesquisa 
em seres humanos. 
MAG 
MAG 
MAG 
MAG 
1) Guiding Principles in the Care and Use of Animals - American Physiological Society 
2) Guide to the Care and Use of Experimental Animals - Canadian Council on Animal 
Care 
3) Princípios Éticos na Experimentação Animal - Colégio Brasileiro de Experimentação 
Animal (COBEA) 
http://www.cobea.org.br/ 
MAG 
"Princípios Éticos e Práticos do uso de Animais de Experimentação“ 
 
Monica Levy Andersen, Vania D, Almeida, Gui Mi Ko, Regiane 
Kawakami, Paulo José Forcina Martins, Luiz Edmundo de Magalhães, 
Sérgio Tufik. 
Princípios éticos na experimentação animal – COBEA 
A evolução contínua das áreas de conhecimento humano, com especial ênfase àquelas de biologia, medicinas humana e veterinária, e a obtenção de recursos 
de origem animal para atender necessidades humanas básicas, como nutrição, trabalho e vestuário, repercutem no desenvolvimento de ações de 
experimentação animal, razão pela qual se preconizam posturas éticas concernentes aos diferentes momentos de desenvolvimento de estudos com animais 
de experimentação. 
 
Postula-se: 
Artigo I - É primordial manter posturas de respeito ao animal, como ser vivo e pela contribuição científica que ele proporciona. 
 
Artigo II - Ter consciência de que a sensibilidade do animal é similar à humana no que se refere a dor, memória, angústia, instinto de sobrevivência, apenas lhe 
sendo impostas limitações para se salvaguardar das manobras experimentais e da dor que possam causar. 
 
Artigo III - É de responsabilidade moral do experimentador a escolha de métodos e ações de experimentação animal 
 
Artigo IV - É relevante considerar a importância dos estudos realizados através de experimentação animal quanto a sua contribuição para a saúde humana em 
animal, o desenvolvimento do conhecimento e o bem da sociedade. 
 
Artigo V - Utilizar apenas animais em bom estado de saúde. 
 
Artigo VI - Considerar a possibilidade de desenvolvimento de métodos alternativos, como modelos matemáticos, simulações computadorizadas, sistemas 
biológicos "in vitro", utilizando-se o menor número possível de espécimes animais, se caracterizada como única alternativa plausível. 
 
Artigo VII - Utilizar animais através de métodos que previnam desconforto, angústia e dor, considerando que determinariam os mesmos quadros em seres 
humanos, salvo se demonstrados, cientificamente, resultados contrários. 
 
Artigo VIII - Desenvolver procedimentos com animais, assegurando-lhes sedação, analgesia ou anestesia quando se confignar o desencadeamento de dor ou 
angústia, rejeitando, sob qualquer argumento ou justificativa, o uso de agentes químicos e/ou físicos paralizantes e não anestésicos. 
 
Artigo IX - Se os procedimentos experimentais determinarem dor ou angústia nos animais, após o uso da pesquisa desenvolvida, aplicar método indolor para 
sacrifício imediato. 
 
Artigo X - Dispor de alojamentos que propiciem condições adequadas de saúde e conforto, conforme as necessidades das espécies animais mantidas para 
experimentação ou docência. 
 
Artigo XI - Oferecer assistência de profissional qualificado para orientar e desenvolver atividades de transportes, acomodação, alimentação e atendimento de 
animais destinados a fins biomédicos. 
 
Artigo XII - Desenvolver trabalhos de capacitação específica de pesquisadores e funcionários envolvidos nos procedimentos com animais de experimentação, 
salientando aspectos de trato e uso humanitário com animais de laboratório. 
 
MAG 
http://www.eca.usp.br/nucleos/filocom/existocom/ensaio16b.htm 
MAG 
http://bvsvet.blogspot.com.br/2012/04/bioetica-e-guarda-responsavel-de.html 
MAG 
 Numa famosa disputa pública entre Juan Ginés de Sepúlveda e Bartolomé 
de Las Casas em 1550 e 1551, questões sobre a legalidade da conquista 
espanhola dos Índios Americanos foram formalmente debatidas. Sepúlveda 
argumentava que os Índios eram idólatras, pecadores e menos do que 
humanos. Las Casas considerava as conquistas como violações da justiça 
natural, tendo os Índios como totalmente humanos e vendo o amor e a 
gentileza como as únicas forças legítimas para lidar com eles. 
Terminada a disputa, se tornou muito claro que o debate era centralmente 
sobre a questão se os Índios eram humanos ou sub-humanos e se os 
Europeus poderiam deixar de lado todas as restrições de justiça e 
humanidade nas suas interações com os Índios. 
Muitos acreditam que o debate atual sobre interações humanos-animais 
são fundamentalmente similares. 
Orlans et al., 1998. 
MAG 
Obrigado pela atenção! 
Isso é 
ético? 
MAG

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