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1 Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade de Farmácia Disciplina: Farmacotécnica 1 - noturno Operações Farmacêuticas Profª Ana Lúcia Villa • Conceito: São todas as operações necessárias que se praticam com o objetivo de transformar um fármaco (de origem natural ou sintética) em uma forma farmacêutica definida. •São divididas da seguinte maneira: Precisas Grosseiras ou aproximadas Pesadas Inteiro Aproximado Volume Ordem Geral Separação Op. Preliminares Propriamente ditas Acessórias Divisão Especial ou propriamente dita OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS DE ORDEM GERAL Pesadas Precisas Pesagem rigorosa Pequenas quantidades Balanças analíticas (sensibilidade de 0,1 mg) Grosseiras ou aproximadas Pesar grandes quantidades alguns gramas a kilogramas de peso sensibilidade de 0,1 – 0,2g OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS DE ORDEM GERAL Volume Exatos (inteiros ou fracionados) Aproximados OBS: Conta gotas: influenciado pela densidade, capilaridade e temperatura, portanto deve - se calibrar. Medida da dose: 20 gts água à 20°C ± 1°C equivale a 1g ± 0,05g 2 OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS ESPECIAIS SEPARAÇÃO: Objetivo: separar partes inertes ou alteradas que acompanham as drogas, principalmente as de origem vegetal ou para eliminar substâncias estranhas. Triagem ou Monda: separar contaminantes Tamisação Levigação: suspensão em líq inerte. Levigador Sólido / Sólido Sólido / Líquido ou Líquidos imiscíveis Decantação: sifão (gdes vol.) / escoamento (peq vol.) Filtração Expressão: uso de prensas Centrifugação Clarificação Líquido / Líquido Destilação: líq com PE ≠ (dest. Fracionada) Decantação: líq insolúveis OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS TAMISAÇÃO: • Permitir a calibração do pó (separar pós de diferentes tamanhos). Estabelecer a tenuidade dos pós no processo de divisão •Pode ocorrer contaminação cruzada. • Tipos de tamis Simples Cobertos: para drogas muito ativas (ex AZT, hormônios citostáticos) • Classificação: n° 10,12, 14, 16, 18, 20, 30, 40, 60, 100, 200. Onde os n° são de malha por polegada linear (mesh) Quanto maior o n° menor a abertura de malha. • Material: aço inoxidável, latão, nylon, seda. Classificação do pó OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS CLARIFICAÇÃO: • Quando a impureza for de origem coloidal podendo atravessar a placa filtrante. •Métodos: Filtração: quando a impureza não tiver problema. Uso do calor: Impureza viscosa: diminui a viscosidade, fácil deposição das partículas; Impureza de natureza proteica: desnatura, depositando rapidamente. Uso de coagulantes sintéticos: aprisionamento das partículas de água pelo alúmen. Adição de subst proteica + calor: deposição das partículas por aprisionamento OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS FILTRAÇÃO: • Objetivo de clarificar ou de separar o componente sólido ou líquido, por efeito de uma pressão sobre uma superfície porosa, ficando o sólido retido e passando o líquido através de aberturas do septo filtrante. •Mecanismos: • Clivagem: mecânico. Placa filtrante apresenta poros pequenos impedindo a passagem de partículas – ideal para líquidos. • Adsorção: físico ou físico-químico. A impureza forma ligações com a placa filtrante. Depende das forças envolvidas: ligações tipo H ou forças eletrostáticas 3 Objetivos da filtração: - Isolar e aproveitar os sólidos em suspensão num líquido. - Obter soluções límpidas e/ou clarificadas. Características dos produtos sujeitos à filtração: - A natureza dos produtos varia enormemente. - A viscosidade do líquido, que influencia na velocidade de filtração. OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS Filtro = realiza a separação Suporte ou base = atuação da filtração TEORIA DA FILTRAÇÃO: Passagem do líquido através do septo Sistema sólido líquido Filtração (diferença de pressão): líq. atravessa o filtro Part. maiores retidas: formação camada superfície do filtro Formação do septo filtrante = filtro + camada part. retidas EM RESUMO: O escoamento do líquido através da camada filtrante é comandada por 2 forças antagônicas: - Pressão diferencial. - Resistência dos elementos da unidade filtrante. FATORES QUE INFLUENCIAM A VELOCIDADE DE FILTRAÇÃO: • Débito da filtração. • Superfície útil de filtração. • Pressão diferencial. • Permeabilidade do meio filtrante. • Viscosidade do líquido • Camada filtrante (espessura e porosidade). MATERIAIS FILTRANTES - FILTROS: Características desejáveis: - Ser inerte. - Sofrer o mínimo de alterações. - Deixar passar o máximo de líquido e reter os sólidos em suspensão. Q = S.P.B0 .e PRINCIPAIS MATERIAIS FILTRANTES: A. PAPEL: - Formas: circular e folha quadrada - Porosidade: pápeis grossos apresentam poros mais largos, filtrações mais rápidas. B. TECIDOS: Podem ser utilizados como suportes de superfícies filtrantes ou como filtros. C. RÍGIDOS: C.1. Materiais porosos de natureza variada: sílica, alumina, vidro poroso. 4 C.2. Placas e discos filtrantes: Membranas de celulose com diferentes porosidades (8 m – 0,01 m de diâmetro médio de abertura do poro) (Millipore e Sartorius). Para filtração clarificante, esterilizante e ensaios de esterilidade (filtros HA 0,45 m e GS 0,22 m) . É comum a utilização de PRÉ-FILTROS Vantagens dos meios filtrantes rígidos: • Robusto, resistentes a pressões, adaptáveis a sistemas mecânicos. • Duráveis e possuem alto poder clarificante. Desvantagens: • Entopem com facilidade. • Difícil limpeza. • Filtração mais lenta. Características dos adjuvantes: • Capaz de formar uma rede porosa indeformável. • Apresentar um grau de divisão suficiente para reter as partículas sólidas a filtrar. • Apto a manter-se em suspensão no líquido. • Livre de impurezas. • Não reativo. • Anidro. EXEMPLOS: Sílica de diatomáceas (marca comercial: Celite); Carvão; Talco. ADJUVANTES DA FILTRAÇÃO É toda substância inerte utilizada com a finalidade de aumentar a velocidade de filtração e o grau de clarificação da solução. TÉCNICAS DE FILTRAÇÃO 1) Filtração por ação da gravidade: • Conjunto filtrante-suporte. • Funil: parades lisas ou com saliências • Papel: liso (aproveitar o sólido) ou pregueado (clarificar a solução) • Filtração à quente: Diminui a viscosidade tornando a filtração mais rápida. • Filtração a frio. 2) Filtração por sucção ou a vácuo: Operação muito rápida, devido a maior diferença de pressão nos dois lados do septo filtrante. Tipos: esterilizante (Millipore ou Sartorius) ou clarificante. TÉCNICAS DE FILTRAÇÃO 3) Filtração sob pressão: • Filtro Seitz / adaptáveis à seringas / Millipore. • Filtros para filtração esterilizante em escala laboratorial: • Pequenos volumes: monodisco • Grandes volumes: 20 discos 4) Ultrafiltração: • Filtrar colóides e fracionar compostos de elevados mas diferentes pesos moleculares. • Através de uma membrana semipermeável utilizando sucção ou a pressão para vencer a fraca permeabilidade. • Membranas de poros mais apertados. 5 OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS DIVISÃO: Tem por objetivo, aumentar a superfície de contato do fármaco. 1) OPERAÇÕES PRELIMINARES: Triagem ou monda: seleção, retirada de impurezas, lavagem Divisão grosseira: fragmentar as drogas tornando-as aptas a sofrerem uma divisão posterior ou ser submetidas a certas técnicasextrativas. Corte ou secção: uso de um instrumento cortante. Ex: tesoura, faca, corta-raízes. Contusão: por meios de choques repetidos. Ex: almofariz. 1) Operações preliminares 2) Operações propriamente ditas 3) Operações acessórias Deixar a matéria prima em uma forma conveniente para a pulverização Sólidos OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS OPERAÇÕES PRELIMINARES: Divisão grosseira: Rasuração: atritar sobre uma superfície áspera subst. de grande dureza (metais e noz-vómica). Ex: lima ou raspador. Granulação: apenas para metais. Extinção: aquecimento ao rubro e brusco arrefecimento em água. Ex: materiais de natureza argilosa e silicosa. Sólidos OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS Secagem: executada em substância que tem certo grau de umidade. Dificultar a atividade enzimática (T = 40-50°C) • Estufas de ar quente: mais utilizado. Sólidos termo-resistentes. • Leito fluidizado: ar quente, sendo mais eficiente porque cada partícula é rodeada pelo ar • Infravermelho: fonte de calor para evaporação da água. Vantagens: aquecimento rápido à superfície mas lento no interior dos corpos e distribuição homogênea do calor. • Liofilização: pode - se eliminar até 99 % de água. Vantagens: O processo se desenvolve a temperaturas muito baixas, conserva melhor as substâncias voláteis, depois de seco é facilmente solubilizado • Amolecimento: para subst. muito compacta ou de consistência córnea resistente aos processos de pulverização (ex: tubérculo de salepo e semente de noz-vómica) • Exsicadores • Ar livre 6 OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS Estabilização: finalidade de manter inalterável a composição química das drogas vegetais. Evitar as transformações de ordem enzimática (hidrólise e a oxidação). Mét. Bourquelot (álcool à ebulição + carbonato de cálcio): desvantagem de originar sol. alcoólica e não estabilizar a planta. Calor úmido: autoclave (vapor d’água ou álcool sob pressão – Mét. Perrot- Goris). Calor seco: secagem em estufas. OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS Dispersão mecânica: Formação de um sistema disperso onde a fase interna ou dispersa é representada pelo líquido (ou sólido) dividido, podendo a fase externa ou dispersante ser um sólido, líquido ou gás. Líquido-líquido: emulsões. Sólidos-líquidos: suspensões Líquido-gases ou sólidos-gases: aerosóis Líquidos OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS Em almofariz: técnicas de contusão e trituração. Ex: ferro, mármore, porcelana, vidro. Por intermédio: subst. que não são pulverizáveis diretamente. Ex: cânfora, baunilha, terpina. • Sólidos: sulfato de sódio, açúcar, carbonato de cálcio. • Líquidos: éter, água, álcool, azeite Por tamises: para substâncias friáveis e moles. Subst que se aglomeram. 2) OPERAÇÕES PROPRIAMENTE DITAS: Métodos de pulverização: transformar o fármaco em pó 7 OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS Química • Físico-químico: intefere no processo de cristalização • Reação química: uso de óxidos Porfirização: à seco ou a úmido (líquido não pode reagir nem dissolver). Para pós extremamente finos. Por moinhos: manual ou escala industrial. Aço inoxidável. 3 princípios fundamentais: atrito, laminagem, impacto Ex: Facas e Martelos (impacto), Bolas (atrito e impacto), Micronizadores, Coloidal (emulsões). 2) OPERAÇÕES PROPRIAMENTE DITAS: Métodos de pulverização: transformar o fármaco em pó Fatores que interferem na escolha do equipamento de pulverização Propriedades da substância (dureza, elasticidade, umidade, friabilidade, sensibilidade ao calor). Dimensão da partícula a ser pulverizada e a desejada Quantidade a ser pulverizada/moída Problemas da Moagem Ruído Contaminação do ambiente com pós OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS IMPORTÂNCIA DA GRANULOMETRIA O grau de divisão de um sólido tem uma importância muito grande: 1. Velocidade de dissolução 2. Homogeneidade e estabilidade das misturas de pós ou granulados 3. Qualidade dos comprimidos (uniformidade da dose, dureza, friabilidade, dissolução) 4. Estabilidade das suspensões líquidas ou pastosas (xaropes, pomadas, supositórios) 5. Poder adsorvente dos pós 6. Dosagens ou repartição volumétrica dos pós (comprimidos, capsulas) 7. Biodisponibilidade Só será absorvida a substância que estiver solubilizada nos líquidos que banham a membrana. Quanto menor o tamanho da partícula maior será a velocidade de dissolução- primeiro passo para uma melhor biodisponibilidade. 8 OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS 3) OPERAÇÕES ACESSÓRIAS Tamisação: obtenção de pós calibrados. Trociscação: dividir em pequenos aglomerados resultante da porfirização por via úmida, afim de facilitar e tornar mais rápida a secagem do produto pulverizado. OUTRAS OPERAÇÕES: MISTURA: Garantir a homogeneidade das substâncias que são reunidas em todo o sistema. Pode ser de sólidos e líquidos. • Sólidos: espatulação, trituração em almofarizes ou em misturadores. Misturadores: recipiente fixo: de espiral, tipo planetário; recipiente móvel: tipo cúbico, bicônico, em forma de V. • Líquidos: agitadores. TÉCNICA DE TAMISAÇÃO : 1. Verificar se o tamis é o correto para a tenuidade que se deseja 2. A rede do tamis e o produto a tamisar devem ser compatíveis entre si. 3. Ao realizar uma tamisação poderemos usar um tamis simples ou coberto, sendo aconselhável o último quando se tratar de substâncias tóxicas ou irritantes. 4. Colocado o produto a tamisar sobre a malha, fazer movimentos alternados para um e outro lado, procurando evitar sacudidas e solavancos 5. O material deve deslizar naturalmente e sem pressão. 6. A tamisação é terminada quando não passar mais nada pelo tamis e em nenhum caso deve-se comprimir o pó contra a malha. Fatores que interferem na mistura de pós Tamanho de partícula dos componentes, ou seja, a tenuidade do pó Densidade Proporção Problemas da Mistura de pós Segregação Controle de Homogeneidade OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS 9 OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS DISSOLUÇÃO: Operação farmacêutica de ordem física, mudando permanentemente ou transitoriamente o estado físico da droga. SIMPLES: Neutralização de forças intermoleculares que tornam coesos as moléculas da substância a dissolver. EXTRATIVA: Tratamento por um solvente adequado em uma droga vegetal sólida e seca, de modo a obter uma solução de determinados princípios ativos, deixando-se um resíduo. Ex: maceração e técnicas relacionadas. INFLUÊNCIAS: Tamanho das partículas, Temperatura, Polaridade, pH, Agitação. OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS GRANULAÇÃO: Constituem o medicamento definitivo e utilizados na etapa intermediária de obtenção de comprimidos. Obtidos por via úmida, seco ou por fusão. Vantagens: • Facilitar o escoamento. • Melhorar a conservação do princípio ativo. • Os grãos não aderem entre si. • a energia do sistema devido a superfície.
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