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QUESTÕES DE FARMACOTÉCNICA & TECNOLOGIA INDUSTRIAL FARMACÊUTICA EXÉRCITO 1 Formas Farmacêuticas Sólidas 2 3 proteção da luz e umidade. forma eficaz de mascarar sabor amargo ou desagradável do fármaco. pode ser otimizado no que tange a coloração e ao polimento brilhante. revestimentos coloridos permitem identificar o produto. conferir resistência adicional ao núcleo dos comprimidos revestidos. obter propriedades de liberação controlada ou entérica. mais resistentes à destruição por abrasão que as drágeas. Comprimidos com Revestimento Pelicular Variáveis a considerar: Propriedades dos Comprimidos Processo de Revestimento Composição do Revestimento 4 Propriedades dos Comprimidos para Revestimento Superfície lisa e não porosa Forma ideal esférica (rolar na bacia de revestimento) x Forma cúbica (possui faces planas – materiais de revestimento se acumulam) Faces arredondadas e superfície convexa (menor aderência) x oblongos (abrasão nas bordas) Resistente à abrasão e não devem lascar (dureza superior a 8 Kgf e friabilidade menor que 1%) Processo de Revestimento Movimento dos comprimidos perpendicular (bacia de revestimento) ou verticalmente (revestimento por fluidização) à aplicação do material de revestimento – velocidades excessivas devem ser evitadas 5 Processo de Revestimento Drageadeira Convencional Ângulo próximo de 30 a 40° Ar quente inserido diretamente sobre o leito de comprimidos. Solução de revestimento é adicionada manualmente ou através de spray sobre o leito de comprimidos em movimento. Aplicação do spray e a insuflação do ar de secagem podem ser contínuo ou intermitente dependendo do tipo de revestimento e das condições de secagem (O spray tem que formar um ângulo de 90° com o leito dos comprimidos). 6 Leito Fluidizado O fluxo de ar é controlado de forma que o centro da coluna tenha maior fluxo de ar promovendo a elevação dos comprimidos na parte central e descida dos mesmos pela parte lateral que se movem novamente para o centro e entram novamente na fluidização. A solução de revestimento normalmente é aplicada por spray na parte inferior ou superior do leito fluidizado. Processo de Revestimento 7 Variáveis do Processo de Revestimento Equipamento e método de atomização (top, bottom e tangencial) Distância entre atomizador e o leito dos comprimidos (grau de atomização) Tamanho da gotícula Velocidade e pressão do spray Volume da coluna de ar Tamanho do lote Tempo de secagem Temperatura do ar 8 Polímeros usados: Materiais não gastroresistentes: Hidroxipropilmetilcelulose Metiletilhidroxicelulose, etilcelulose, hidroxipropilcelulose, Povidona, Carboximetilcelulose sódica, PEGs, Polímeros do ácido acrílico (Eudragit ® E) Materiais gastroresistentes: Acetoftalato de celulose, Polímeros acrílicos (Eudragit ® L – solúvel em pH neutro e insolúvel em meio ácido e Eudragit ® S – só se dissolve em meio alcalino), Ftalato de hidroxipropilmetilcelulose Composição de Revestimento 9 Defeitos do Filme Adesão e Remoção do Material Sobremolhagem ou excesso de adesividade do filme Solução: diminuir a velocidade de aplicação do líquido ou aumento da temperatura e/ou volume de ar. Fratura Tensão interna do filme excede seu limite de resistência Solução: Aumentar a resistência – uso de polímeros de PM elevados ou mistura de polímeros. Superfície pouco uniforme (“casca de laranja”) Viscosidade elevada da solução Solução: Diluição da solução com mais solventes. 10 Rugosidade Partículas secam mais rapidamente antes de atingirem o leito do comprimido – depósito sobre a superfície dos comprimidos das partículas aspergidas ao invés de gotículas finamente divididas da solução de revestimento. Solução: Diminuir grau de atomização – aproximar bico de aspersão e Diminuir concentração de pigmentos e polímeros na solução de revestimento. Variação de Cor (Marmorização) Condições de processamento ou da formulação Mistura imprópria, padrão de aspersão irregular e revestimento insuficiente – migração de corantes solúveis, plastificantes e outros durante a secagem. Uso de corantes em vernizes elimina a migração. 11 12 13 Adjuvantes no Processo Diluentes Solúveis Originar comprimidos de peso conveniente Lactose: forma cristalina (alfa lactose monohidratada e beta lactose anidra) e amorfa (spray-dried - dissolve-se mais rapidamente que a cristalina e apresenta melhor compactabilidade. Contudo, é higroscópica e fisicamente instável (cristaliza de maneira espontânea se existirem condições de temperatura elevada ou alta umidade relativa) Reação de Maillard Sacarose = pequenas quantidades. Manitol = baixa solubilidade, paladar agradável (comprimidos mastigáveis). Praticamente não higroscópico (formulações para vitaminas ou vitamina C ou AAS). Sorbitol 14 Adjuvantes no Processo Diluentes Insolúveis Amido • Vários tipos : de batata, de mandioca, de trigo, de arroz... • Diluente insolúvel mais usado. Baixo custo. • Propriedades aglutinante e desagregante. Celuloses • biocompatível, quimicamente inerte e possui boas propriedades de formação de comprimidos. • Empregadas também como aglutinantes secos e desagregantes. • Mais comum - celulose microcristalina - Material para compressão direta (produção de comprimidos coesos, apresentando poder aglutinante e boas características de fluxo). 15 Adjuvantes no Processo Absorventes Servem para incorporar princípios ativos higroscópicos, evitando que a umidade atmosférica ou residual de pós provoque alterações desses ativos. Ex: Aerosil (gel de sílica pulverizado) Fosfato tricálcico Caulim Bentonita Molhantes Opõem-se a libertação do pó durante a compressão. Opõem-se a hidrofobicidade deixada pelos lubrificantes. Ex: lauril sulfato de sódio sais de trietanolamina tween 80 16 Adjuvantes no Processo Aglutinantes Empregar mínima quantidade possível (2 a 10% - Aulton, 2005) – opõem-se a desagregação. Na forma de pó seco ou solução (mais efetivos – melhor distribuição na mistura) Ex: sacarose, glicose, lactose gomas: arábica (mucilagem – 10 a 35%) , adraganta (10%) gelatina (solução aquosa a 2-4%) amido (cozimento- 10 a 30%) alginatos (1%) Derivados da celulose: metilcelulose, CMC e HPMC celulose microscristalina Povidona (PVP) solução aquosa ou alcoólica (10 a 30%) ácido esteárico, parafina, polietilenoglicóis 17 Adjuvantes no Processo Desintegrantes Facilitar a ruptura ou desintegração do comprimido quando entra em contato com a água em fragmentos menores, os quais promovam uma rápida dissolução do fármaco. Adição na formulação: Intragranular / Extragranular / Intra e Extragranular A) Inchando em contato com a água. EX: amido 5-15% (Prista), acima de 10% (Aulton) ágar-ágar, pectina, caseína derivados da celulose (CMC sódica – 2%) glicolato de amido sódico (explosol®) crospovidona (explotab®) croscarmelose sódica Efetivas na captação de água Superdesintegrantes 0,5 a 5% 18 Adjuvantes no Processo B) Reagindo com a água ou com ácido clorídrico do estômago liberando gases. EX: mistura de carbonatos e bicarbonatos (10%), peróxidos (10 a 20%) C) Dissolvendo-se na água e abrindo canalículos que facilitam a penetração dos fluidos e proporcionando a desagregação dos comprimidos. EX: Lactose, Glicose, Cloreto de sódio Agentes tensoativos 19 Adjuvantes no Processo Deslizantes ou Promotores de Fluxo Promover o escoamento dos granulados ou de pós. Reduz a fricçãointerparticular e a tendência à adesão. Ex: talco - 3% a 10% (Prista), 1 a 2% (Aulton) amido de milho - 5 a 10% sílica coloidal (aerosil) – 0,25 a 3% Lubrificantes Anti-aderentes Diminui a adesão dos grânulos ou das partículas do pó às faces das punções ou à parede da matriz. Ex: Estearato de magnésio (mais empregado) Parafina Ácido esteárico 20 Adjuvantes no Processo Corantes Adicionados durante revestimentos (mais comum) ou antes da compressão. Mascarar a descoloração de fármacos Identificação do produto e torná-lo mais atrativo Aromatizantes Sabor mais agradável - Limita-se uso a comprimidos mastigáveis ou outros que se dissolvam na boca. Edulcorantes Correção do gosto da preparação. Açúcares Ex: sacarina e ciclamato 21 22 23 24 25 Problemas na Fabricação de Comprimidos DESCOROAÇÃO OU LAMINAÇÃO CAPPING PICKING E BINDING COMPRIMIDOS SARAPINTADOS VARIAÇÃO DE PESO ESCOAMENTO DEFICIENTE VARIAÇÃO DA DUREZA COMPRIMIDO FRIÁVEL 26 LAMINAÇÃO Divisão do comprimido em duas ou mais camadas distintas. DESCOROAÇÃO Separação parcial ou completa das coroas, superior ou inferior de um comprimido do resto do comprimido. Laminação e Descoroação Verificação: Teste de friabilidade Causa: Deve-se as propriedades de deformação dos materiais da formulação durante e após a compressão. 27 Solução na laminação ou descoroação: Realizar pré-compressão. Diminuição da velocidade de produção. Diminuição da pressão na compressão. Uso de punções planos permite eliminar tensão adicional. Observar percentual de umidade na formulação. Granulado muito seco: laminação ou descoroação. Adicionar substância higroscópica (sorbitol, metilcelulose, PEG) pode ajudar a manter um teor de umidade apropriado. Observar desgaste de punções e matrizes. Laminação e Descoroação 28 Capping Comprimidos saem descabeçados, lascados ou esfoliados separando-se da sua parte superior quando são ejetados da matriz. Causas: Secura demasiada do granulado ou Falta de aglutinante Cristais muito grande Aumento de percentagem de partículas demasiado pequenas (não mais de 20% partículas demasiado pequenas ou de pó a envolver ) Pressão demasiada Velocidade exagerada de compressão Presença de muito ar absorvido (após a compressão o ar aprisionado expande e abre o comprimido) Punções e matrizes sujos ou rugosos. 29 Picking e Binding STICKING (conjunto de Picking e Binding) PICKING Descrever o material à superfície de um comprimido que é removido pelo punção. Materiais que aderem aos punções podem acumular-se na sua ponta ao ponto de impedir o reconhecimento da gravação. BINDING Material a comprimir adere a matriz de compressão. Manifesta-se durante a ejeção podendo levar a formação de lascas provenientes das arestas dos comprimidos. 30 Causas do Picking e Binding Granulado demasiado úmido. Absorção de umidade durante a compressão. Umidade libertada no interior do comprimido. Emprego de punções e matrizes riscados. Existência de folgas entre a matriz e punção inferior. Deficiente quantidade de lubrificante. 31 Comprimidos Sarapintados Conhecido como “mottling” Distribuição desigual da cor pela superfície do comprimido, apresentando porções mais claras e outras mais escuras em uma superfície que se deseja uniforme. Causas: Fármaco cuja cor difere dos excipientes. Produtos de degradação corados. Corante migrar durante a secagem para a superfície do comprimido. 32 Comprimido Friável Causam aparecimento de pó e fragmentos quando manuseados e podem criar sujeira excessiva durante os processos de compressão, drageamento e embalagem. Pode acarretar variação de peso e problemas de uniformidade de conteúdo. Causas: Forma inadequada do granulado Tamanho insuficiente dos grânulos Quantidade inadequada de deslizante Pouca umidade na massa a comprimir Pouco aglutinante 33 VARIAÇÃO DE PESO Qualquer fator que possa alterar o processo de enchimento da matriz . Resulta do irregular calibre dos grânulos a comprimir e deficiência na quantidade de lubrificante (deslizante) ou sua irregular distribuição. ESCOAMENTO DEFICIENTE Solução: adição de um deslizante ou aumento da quantidade de lubrificante VARIAÇÃO DA DUREZA Depende do peso do material e do espaço entre os punções superior e inferior no momento da compressão. 34 35 36 37 Friabilidade Verificar se os comprimidos suportam a abrasão. Resistência do comprimido em relação ao choque, atrito, rolamento e agitação. Ex: Friabilômetro tipo Roche (100 rotações – 25RPM -4 min) Granulados muito secos – comprimidos mais friáveis Comprimidos são considerados aceitáveis quando a perda é igual ou inferior a 1,5% do seu peso (exceção: comprimidos mastigáveis e efervescentes) Aparelho para teste de friabilidade (Farm Bras, 5 ed) 38 Desintegração Aceita-se com princípio geral que um fármaco para ser absorvido pelo organismo tem que estar em solução. Os comprimidos tem que desintegrar, caso permaneça resíduo após o teste este deve ser de consistência mole. FF Sólida não Revestida Granulados Partículas Menores Fármaco em Solução ou dissolvido Fármaco na corrente circulatória ou outros fluidos biológicos ou tecidos DESINTEGRAÇÃO DESAGREGAÇÃO DISSOLUÇÃO ABSORÇÃO 39 Desintegração O ensaio é realizado em aparelhos chamados de desintegradores. Realizado por agitação em um meio aquoso de um dado comprimido a uma temperatura definida (37°C) registrando-se o tempo necessário para que todos os fragmentos visíveis dos comprimidos sejam eliminados. Simula o que acontece in vivo após a ingestão do comprimido: movimentos do TGI, presença de fluidos e temperatura corporal. Controle realizado durante o processo. (n=6 comprimidos por vez) Influenciado pela dureza do comprimido, pelos constituintes da formulação, pelo processo de fabricação... Máximo 30 min (em água a 37°C) 40 Desintegração O produto está de acordo com a especificação quando o tempo para alcançar o ponto final encontra-se abaixo do especificado na literatura. Comprimidos gastro-resistentes: 1ª fase: suco gástrico (HCl 0,1M a 37°C) não deve desintegrar em 60 min 2ª fase: suco entérico (solução tampão fosfato pH 6,8 a 37°C) deve desintegrar em 45 min Comprimidos efervescentes: máximo de 2 min sublinguais: máximo 5 min (sem discos) 41 Desintegração Aparelho para teste de desintegração de comprimidos e cápsulas - dimensões em mm. (Farm Bras, 5ed) 42 Dissolução A medida que um comprimido se fragmenta em pedaços pequenos, aumenta a área de superfície, facilitando a dissolução no meio. Aparatos mais utilizados: cesta e pá Estudos de dissolução são realizados por várias razões: Determinar a velocidade de dissolução do ativo na forma farmacêutica. Avaliar o efeito das variáveis da formulação e do processamento sobre a biodisponibilidade do fármaco. Assegurar que o produto cumpre as especificações. Indicar a eficiência do produto sob condições in vivo. 43 Dissolução 44 Critérios de aceitação para o teste de dissolução de formas farmacêuticas de liberação imediata Estágios Nº de amostras testadas Critérios de aceitação E1 06 Cada unidade apresenta resultado maior ou igual a Q + 5% E2 06 Média de 12 unidades (E1 + E2) é igual ou maior que Q e nenhuma unidade apresenta resultado inferior a Q – 15%. E3 12 Média de 24 unidades (E1 + E2 + E3) é igual ou maior do queQ, não mais que duas unidades apresentam resultados inferiores a Q – 15% e nenhuma unidade apresenta resultado inferior a Q – 25%. O termo Q corresponde à quantidade dissolvida de fármaco, especificada na monografia individual, expressa como porcentagem da quantidade declarada. 45 46 47 UNIFORMIDADE DE CONTEÚDO Para assegurar a administração de doses corretas (quantidade do ativo próxima a declarada) – dosagem menor 25mg ativo Farm Bras, 5 ed. Total: 30 comprimidos ao acaso Doseamento individual: 10 comprimidos 9 comp = 85% a 115% de teor 1 comp = 75% a 125% de teor Repetir com os outros 20 comprimidos nenhum fora de 85 a 115% 48 Produção de Comprimidos Granulação Via Seca 49 Ansel, 2000. Produção de Comprimidos Granulação Via Úmida 50 1ª Fase: Umedecimento dos pós Líquido de umedecimento: Solvente volátil, atóxico e facilmente removido após a secagem Ex: água, etanol, álcool isopropílico com 5% amido. Importante no processo de granulação. Pontes líquidas que se formam entre as partículas e resistência dessas ligações: responsáveis pela formação inicial dos grânulos e a sua dureza. Granulação a Úmido 51 Granulação a Úmido 2ª Fase: Granulação da massa úmida Conversão da massa úmida em agregados através de moinhos de martelos ou granulador oscilante equipados com redes de orifícios grandes. Granulação melhora escoamento dos materiais – formação de agregados de forma esférica ou regular a que se chamam grânulos. O tipo de tamis ou placa perfurada que se escolhe está condicionado ao peso do comprimido que posteriormente se pretende obter. 52 número de malhas por cm2 do tamis Diâmetro dos punções (mm) Peso comprimido (g) 25 16 0,90-1,0 36 14-15 0,70-0,90 42 12-13 0,40-0,70 64 10-11 0,20-0,40 81 8-9 0,12-0,20 100 6-7 0,06-0,12 225 5 < 0,6 Granulação a Úmido 2ª Fase: Granulação da massa úmida 53 3ª Fase: Secagem do granulado obtido Interessa para uma perfeita compressão a existência de uma quantidade ótima de água – variável para cada comprimido. atua como AGENTE DE LIGAÇÃO. Granulado muito seco – comprimidos FRIÁVEIS Granulado muito úmido – causa de rupturas nos revestimentos aplicados posteriormente nos comprimidos. Granulação a Úmido Umidade intragranular pode dispor-se de várias formas: (A) Estado pendular (B) Estado funicular (C ) Estado capilar (D) Estado em gotículas Não existe força de atração intergranular. Estufas: 4 a 5 horas a 40-50°C Secadores de leito fluidizado 54 4ª Fase: Calibração dos granulado Tamanho da malha depende: equipamento de moagem usado diâmetro e peso do comprimido a ser produzido Tolera-se de 10-20% das partículas menores que a média, podendo executar a calibração quer por tamisação ou intermédio de um granulador oscilante. Granulação a Úmido 55 Ansel, 2000. Produção de Comprimidos Compressão Direta 56 57 58 Comprimidos Mastigáveis Comprimido formulado para que possa ser mastigado, produzindo um sabor residual agradável na cavidade oral. O fármaco não é dissolvido na boca, o comprimido após desintegração é engolido, dissolvendo-se no estômago ou intestino. Face a dificuldade em deglutir em crianças e idosos é uma forma atrativa de administração. Comprimidos mastigáveis são similares, na sua composição, aos comprimidos convencionais, exceto que normalmente não apresentam desintegrantes na formulação. 59 Comprimidos Bucais e Sublinguais São retidos na boca, onde liberam o fármaco para absorção direta através da mucosa oral. Alojados entre as bochechas e os dentes (bucais), ou embaixo da língua (sublinguais). Essa via evita o metabolismo de primeira passagem. Indicados para absorção de fármacos que são destruídos pelo suco gástrico e/ou são mal absorvidos no TGI. Normalmente são pequenos, porosos, na forma lenticular e apresentam pequena espessura, a fim de facilitar a rápida desintegração e cedência do fármaco. 60 61 62 Tipos de corpos e fechamentos de cápsulas rígidas: 1. Cápsulas normais sem sistema de travamento; 2. Cápsulas de corpo reto e sistema de travamento (Snap-fit ®); 3. Cápsulas com borda do corpo cônico e sistema de travamento (Conisnap- fit®); 4. Cápsulas com dimensões alteradas (Supro®) 63 64 Controle de Qualidade Cápsulas Moles Peso Médio Para determinar o peso médio do conteúdo, cortar as cápsulas. Previamente pesadas, lavá-las com éter etílico ou outro solvente adequado. Deixar os invólucros expostos ao ar, em temperatura ambiente, até completa evaporação do solvente. Pesar novamente. Tempo de desintegração Observar as cápsulas após 30 minutos ou conforme especificado na monografia do medicamento. Todas as cápsulas devem estar completamente desintegradas, ou restando, na tela, apenas fragmentos insolúveis de consistência mole. Umidade Teor de água residual é de 8-10% 65 Peso Médio Pesar, individualmente, 20 unidades, remover o conteúdo. Limpar adequadamente e pesar novamente.Determinar o peso do conteúdo de cada cápsula pela diferença de peso entre a cápsula cheia e a vazia. Pode-se tolerar não mais que duas unidades fora dos limites Especificados, porém, nenhuma poderá estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens indicadas. Farm. Bras, 5ed. Controle de Qualidade Cápsulas Duras 66 Teste de Desintegração Omitindo o uso dos discos. Imersão em água a 37°C Observar as cápsulas após 45 minutos ou conforme especificado na monografia do medicamento. Todas as cápsulas devem estar completamente desintegradas, ou restando, na tela, apenas fragmentos insolúveis de consistência mole. Controle de Qualidade Cápsulas Duras 67 Desintegração para Cápsulas com Revestimento Entérico Utilizar HCl 0,1 M mantido a 37 ± 1 ºC por 60 minutos ou o tempo especificado na monografia individual. Nenhuma unidade pode apresentar qualquer sinal de desintegração, rachadura ou amolecimento, que possibilite o extravasamento do seu conteúdo. Utilizar solução tampão fosfato pH 6,8 mantido a 37 ± 1 ºC. Decorridos 45 minutos ou o tempo especificado na monografia. Todos as cápsulas devem estar completamente desintegrados, podendo restar apenas fragmentos de revestimento insolúveis. Controle de Qualidade Cápsulas Duras 68 Uniformidade de Dose Farm. Bras, 5ed. Analisar, individualmente, 10 unidades conforme indicado na monografia individual para o doseamento, a menos que um procedimento especial para uniformidade de conteúdo seja descrito na monografia. Cápsulas duras contendo 25 mg ou mais da substância ativa compreendendo 25% ou mais, em peso, da dose unitária ou o conteúdo da cápsula, deve ser demonstrada pelo método de Uniformidade de Conteúdo. Controle de Qualidade Cápsulas Duras 69 Dissolução Umidade Teor de água residual é de 14-16% Farm. Bras, 5ed. O termo Q corresponde à quantidade dissolvida de fármaco, especificada na monografia individual, expressa como porcentagem da quantidade declarada. Controle de Qualidade Cápsulas Duras 70 71 Características dos Invólucros de Gelatina invólucros facilmente digeríveis. que não percam ou absorvam mais de que uma quantidade mínima de água. que não deixem atravessar pela umidade e que em presença desta não modifiquem, apreciavelmente, as suas propriedades mecânicas (elasticidade, dureza...) que não se altere com variações de temperatura de armazenagem. Quantidade de água residual dos invólucros de cápsulas duras oscila entre 14%-16% sendo desejável que estas não absorvam água do meioambiente – AMOLECIMENTO (PEGAJOSOS), nem perca sua água residual – PERDA DE ELASTICIDADE (QUEBRADIÇAS E COM ALTERAÇÃO DE DIMENSÕES). 72 Características dos Invólucros de Gelatina Os invólucros devem ser manuseados em zonas com UR entre 30 e 45% . Temperatura de conservação ótima entre 10°C e 25°C Devem ser acondicionadas os invólucros em sacos de folhas de alumínio e hermeticamente fechadas. Esse nível de umidade deve ser mantido durante a armazenagem. Temperaturas de 35-40°C durante algum tempo pode provocar aumento da fragilidade das paredes das cápsulas, que se tornam quebradiças 73 Formas Farmacêuticas Líquidas 74 75 76 Xaropes Características organolépticas Límpidos, viscosos e de sabor agradável Características físicas (mais importantes!) Viscosidade (190 cPo a 200C) Densidade (1,30 a 1,33 a 15-200C) Propriedades Polarimétricas (+8,260 e +8,500) - açúcar invertido (- 2,260 e – 2,340) Características químicas Teor de açúcar invertido: método de Fehling determina açúcares redutores dissacarídeos: coloração avermelhada monossacarídeos: coloração esvedeada Teor de sacarose 77 78 Preparações farmacêuticas líquidas, cujo veículo único ou principal é o ÁLCOOL ETÍLICO de diversas graduações. Obtidos por: dissolução simples ou dissolução extrativa de produtos sintéticos ou naturais, podendo a droga estar no estado seco (secagem em estufa) ou estado fresco. De acordo com a natureza e propriedades do material utilizado na preparação e conforme esta for conduzida (dissolução simples ou extrativa) pode-se ter: Soluções Simples ou Alcoolitos Alcoolaturas Tinturas Alcoóleos 79 Formas farmacêuticas obtidas por dissolução simples. Em alguns casos, pode-se auxiliar a dissolução com aquecimento moderado, enquanto em outros casos, pode-se recorrer a utilização de adjuvantes. Exemplos: Solução alcoólica de cânfora (soluções de massagem) Solução alcoólica de iodo (anti-séptico) Elixires Soluções Simples ou Alcoolitos 80 Formas farmacêuticas que resultam da ação dissolvente e extrativa do álcool sobre as drogas vegetais FRESCAS. A extração é feita a frio ou a ebulição, obtendo-se 2 tipos de alcoolaturas: ORDINÁRIAS: maceradas por 10 dias em álcool 90° (em certos casos 80° e 75°). A quantidade relativa entre a droga e o álcool é de 1:1 a 1:2. ESTABILIZADAS: droga sob álcool fervente – em refluxo – 40 a 60min. Exemplos de Alcoolaturas: Alcoolatura de casca de limão Alcoolatura da castanha da Índia Alcoolaturas 81 Soluções extrativas alcoólicas (graduação entre 30° a 90°) obtidas a partir de drogas vegetais, animais e minerais no estado SECO. Se apresentam coradas e são líquidos límpidos. Drogas ricas em substâncias hidrosólúveis (alcalóides, heterosídeos, taninos, flavonas): álcool de baixa graduação Drogas menos hidrossolúveis (essências, resinas, bálsamos): álcool mais concentrado Vantagem: riqueza em ativos e excelente conservação face às invasões microbianas. Tinturas 82 Habitualmente drogas vegetais Heróicas (grande atividade) e não-heróicas (pouco ativas) Usam-se geralmente drogas divididas – pó Relação entre a quantidade de droga:álcool 10:100 – drogas vegetais heróicas Ex: beladona, coca, ópio 20:100 – drogas vegetais não-heróicas Ex: jaborandi, bálsamo de tolú, arnica, açafrão Processo Geral de Obtenção de Tinturas Maceração - Preparar tinturas de drogas não-heróicas (tempo:10 dias). Percolação ou Lixiviação - Para obter tinturas de drogas heróicas. Conduz até o esgotamento total da droga Tinturas 83 Preparações farmacêuticas obtidas pela concentração até determinado grau das soluções resultantes do esgotamento das substâncias medicamentosas por um dissolvente. Droga a esgotar pode ser de origem vegetal e animal (seca e dividida). Classificam-se em relação ao líquido extrator e consistência: Natureza do Solvente Quanto a Concentração Extratos Alcoólicos Extratos Fluidos Extratos Aquosos Extratos Moles Extratos Etéreos Extratos Firmes ou Pilulares Outros: glicerinados, glicólicos Extratos Secos Extratos 84 Mais conhecido de todos. São preparações líquidas, extrativas e concentradas, que equivalem no seu conteúdo em princípios ativos às drogas vegetais de onde foram obtidas. 1g ou 1mL de extrato = aos PA contidos em 1g da droga seca Mais concentrados que as tinturas (5 a 10 vezes). Se necessário podem ser adicionados conservantes inibidores do crescimento microbiano. Extrato Fluido Preparados por PERCOLAÇÃO sendo o álcool o veículo mais empregado na extração (30°, 45°, 60°, 70° e 80°). 85 Xaropes-Soluções orais que contêm sacarose ou outros açúcares na sua composição, caracterizada pela alta viscosidade. Elixir-Preparação farmacêutica líquida, límpida, hidroalcoólicas (15° a 50°) de sabor adocicado (edulcoradas). Preparados por dissolução simples. Espíritos-Forma farmacêutica líquida alcoólica ou hidroalcoólica, contendo princípios aromáticos (substâncias voláteis). Em geral, são obtidos pela dissolução de substâncias aromáticas em etanol, geralmente na proporção de 5% (p/v) Águas Aromáticas-Soluções saturadas de óleos essenciais ou outras substâncias aromáticas em água. Possuem odor característico das drogas com as quais são preparadas. Tipos de Preparações Líquidas 86 87 Filtros Multimeios Remoção mecânica das partículas de até 15µm e sem poder de remoção bacteriana Métodos para remoção de ferro Troca Iônica / Arejamento seguido de filtração / Oxidação química seguida de filtração / Oxidação catalítica Métodos para remoção de cloro Filtro de carvão ativado - Remover matéria orgânica em seus sítios, através da adsorção (potencialidade para aparecimento de contaminação microbiológica). Dosagem de metabissulfito - reação rápida de redução do cloro presente em solução. Bomba de dosagem: bissulfito e sulfito de sódio Métodos para remoção de Cálcio e Magnésio Abrandamento Técnicas de Pré-Tratamento 88 Abrandamento 89 Processo parcial de troca iônica. Água potável passa em um leito de resina catiônica forte (no ciclo sódio). Os íons cálcio e magnésio, solúveis na água, são retidos no grupamento do ácido sulfônico e os íons sódio da resina liberados para a água. Quando todos os íons presos ao grupamento do ácido sulfônico foram trocados por cálcio e magnésio, a resina se encontra no estado saturado e deve ser regenerada. Esse processo retira apenas os sais formadores de dureza da água bruta (potável). Largo emprego industrial (utilizado na proteção de tecnologias sensíveis a incrustações - osmose reversa) Tecnologias de Purificação Destilação Troca Iônica, Desmineralização ou Deionização Osmose Reversa Eletrodeionização Ozonização 90 Consiste no aquecimento, evaporação, condensação e resfriamento da água em um dispositivo adequado. Existem casos de tratamento de água em que a separação da água dos contaminantes solúveis geralmente ocorre com ponto de ebulição muitas vezes superior ao da água. Técnica Robusta – mudança de fase e temperaturas elevada. Desvantagens: alto consumo de energia e não é suficiente para remover compostos orgânicos, devendo-se agregar um filtro de carvão ativado. Destilação 91 Consiste na remoção de cátions e ânions dissolvidos na água. Uma resina catiônica forte (no ciclo hidrogênio) é utilizada para remover os cátions da água (ex: cálcio, magnésio e sódio) liberando hidrogênio ácido, Em seguida a água é passada em resina âniônica, fracamente ou fortemente básica. Troca Iônica, Desmineralização ou Deionização 92 Instalação simples, resinasregeneráveis (HCl 1M– catiônica e NaOH 1M - aniônicas), baixo investimento e consumo de energia elétrica. Desvantagens: resinas só removem compostos iônicos, pode ocorrer facilidade de proliferação de microorganismos. Osmose Reversa (a) Fluxo Osmótico (b) Equilíbrio Osmótico (c) Osmose Reversa 93 Consiste na aplicação mecânica de uma pressão superior à pressão osmótica do lado da solução mais concentrada. Assim, a água pura pode ser retirada de uma solução salina por meio de uma membrana semipermeável. 94 Utilizada em sistemas de purificação de água. 185nm + 254nm – oxidação dos compostos orgânicos e consequente redução de sua concentração (redução de TOC). Água deve estar no estágio final de purificação 254nm – ação germicida nos diversos pontos da sequência de purificação, onde é necessário reduzir a contagem microbiana. Radiação UV 95 96 Conservantes Características de um Conservante Ideal: Eficaz contra espectro grande de microorganismos. Estável física, química e microbiologicamente. Não pode ser tóxico, irritante, deve ser solúvel no meio a conservar, compatível com outros componentes da formulação. Sua eficiência não seja prejudicada pelo pH da solução ou por interação com outros componentes da formulação. Exemplo: ésteres do ácido p-hidroxibenzóico tem tendência à partição, migrando em parte para alguns óleos aromatizados. 97 Conservantes Classe de Conservante Conservantes Concentração (%) Acídicos Fenol Odor característico e instabilidade na presença do oxigênio 0,2-0,5 Clorocresol 0,05-0,1 Ésteres alquílicos de ácido p- hidroxibenzóicos Muito solúveis em água. Metil: Propil (10:1) 0,001-0,2 Ácido Benzóico e seus sais 0,1-0,3 Ácido Bórico e seus sais 0,5-1,0 Ácido sórbico e seus sais 0,05-0,2 98 Conservantes Classe de Conservante Conservantes Concentração (%) Neutros Volatilidade apresenta problemas de cheiro bem como problemas na capacidade conservante com o envelhecimento Clorobutanol 0,5 Álcool Benzílico 1,0 Álcool beta-fenietílico 0,2-1,0 Mercúricos Reduzidos rapidamente a mercúrio livre Tiomersal 0,001-0,1 Acetato e nitrato de fenilmercúrico 0,002-0,005 Nitromersol 0,001-0,1 99 Conservantes Classe de Conservante Conservantes Concentração (%) Compostos de Amônio Quaternário Inativados por substâncias aniônicas Cloreto de Benzalcônio 0,004-0,02 Cloreto de cetilpiridínio 0,01-0,02 Microorganismos indesejáveis em sistemas orais: Salmonella, E. coli, Enterobacter, espécies de Pseudomonas (P. aeruginosa), C. albicans e espécies proteolíticas de Clostridium. 100 101 102 Formas Farmacêuticas Suspensões, Emulsões & Semi-sólidos 103 104 Emulsionante Compatibilidade com diversos componentes. Estável. Não deve ser tóxico, ausência de cor, odor e sabor. Facilitar a emulsificação durante o processo de produção. Garantir estabilidade durante prazo de validade. Formar filme, adsorvido ao redor das gotículas dispersas, entre as duas fases. 105 Formação de uma emulsão por três mecanismos: Redução da Tensão Interfacial (estabilização termodinâmica). Formação de filme interfacial rígido (barreira mecânica contra a coalescência). Formação de dupla camada elétrica (potencial elétrico produzido pela dupla camada cria efeito repulsivo entre as partículas evitando a sua coalescência). 106 Sistema HLB ou EHL Para cada tensoativo é designado um valor de EHL o qual representa as proporções relativas das partes hidrofílicas e lipofílicas das moléculas. Valores de 1 a 20: valores elevados (EHL 8-16): propriedades hidrofílicas valores baixos (EHL 3-8): propriedades lipofílicas 107 Aulton, 2005 108 109 110 111 112 Tensoativos Sintéticos e Semi-sintéticos Tensoativos Aniônicos Tensoativos Catiônicos Tensoativos Não-iônicos Tensoativos Anfóteros Corpo lipofílico Cabeça hidrofílica + _ + - Catiônico Aniônico Não iônico Anfôtero 113 Tensoativos Aniônicos sabões de metais alcalinos e de amônio (Sais de sódio, potássio ou amônia de ácidos graxos de cadeia Ex: estearato de sódio) sabões de metais divalentes e trivalentes (Sais de cálcio Ex: oleato de cálcio) sabões aminados (Ex: estearato de trietanolamina) compostos sulfatados e sulfonados (Ex: laurilsulfato de sódio ) Tensoativos Catiônicos compostos de amônio quaternário (Cloreto de benzalcônio) Tensoativos Anfóteros lecitina (estabilizar emulsões lipídicas - uso IV) 114 Tensoativos Não-iônicos Ésteres da glicerina e glicólicos (Ex: monoestearato de glicerila) Ésteres de Sorbitano (Ex: Spans 20, 60 e 80) Polissorbatos (Ex: Polissorbato 20, 60, 80 - Tween®) Éteres Poliglicólicos de álcoois graxos (Ex: éter cetoestearílico de macrogol (22) Ésteres Poliglicólicos de álcoois graxos (Ex: estearato de polioxietileno 40) Álcoois Polioxílicos (Ex: copolímeros de polioxietileno e polioxipropileno) Ácidos graxos de cadeia longa (Ex: membros hexadecílicos (cetílicos) e octadecílicos (estearílicos) 115 116 Estabilidade Física das Emulsões Creaming Agregação dos flóculos previamente originados, os quais passam a constituir uma camada disposta à superfície ou no fundo da emulsão. Separação da emulsão em duas fases (uma mais rica em fase dispersa que a outra). Não constitui problema sério (Agitação) Perde aspecto homogêneo. Dose incorreta (se não for agitado corretamente) Indesejável: Aumenta probabilidade de ocorrer coalescência (gotículas mais próximas) 117 Estabilidade Física das Emulsões Creaming Lei de Stokes Onde: Vg = Velocidade de sedimentação d2 = diâmetro das partículas Pp = densidade da partícula Pe = densidade do meio G = cte gravitacional Ŋ = viscosidade do meio Pp < pe – Vg negativo formação de creme na superfície Pp > pe – Vg positivo formação de creme na parte inferior da emulsão 118 119 120 Velocidade de Sedimentação Equação de Stokes Onde: Vg = Velocidade de sedimentação d2 = diâmetro das partículas Pp = densidade da partícula Pe = densidade do meio G = cte gravitacional Ŋ = viscosidade do meio 121 122 Floculação x Defloculação Sedimentos mais frouxos e fáceis de redispersar. Vg é rápida (sobrenadante límpido). Vg é lento (sobrenadante permanece mais tempo turvo). Se ocorrer sedimentação, o sedimento é compacto, difícil redispersão Aulton, 2005. 123 Agentes Floculantes Próximo estágio na formulação de suspensões é garantir que o produto tenha um grau de floculação adequado. Argilas (magma diluído de bentonita) - Facilita a suspensão por dar sustentação ao floco formado. Amido, alginatos, derivados da celulose, goma adraganta, carbômeros e silicatos - Permitem a ocorrência de ligações cruzadas entre as partículas, formando um retículo semelhante a um gel. Eletrólitos - Reduzem a barreira elétrica entre as partículas do suspensóide e formam uma ponte entre elas. carga positiva - sais de Alumínio carga negativa - sais de Fosfato 124 125 126 CERATOS: Preparações com elevada quantidade de cera (20% ou mais). Ex: pomada de cânfora (10% cera branca + 10% espermacete) UNGUENTOS: Contém grande quantidade de resinas. Preparações de resistência firme, mais espessa que os ceratos. PASTAS Pomada contendo grande quantidade de sólidos em dispersão (20 a 50%)*. São mais firmes e espessas. Utilizadas para ação epidérmicas. Ex: Pasta de Óxido de Zinco (Pasta de Lassar) - Mistura de 25% de óxido de zinco e de amido com vaselina branca e mole* Farm Bras, 5ª ed preconiza pelo menos 25% 127 CREMES São definidos como “emulsões líquidas viscosas ou semi- sólidas do tipo O/A ou A/O”, ou seja, formados por uma fase hidrofílica e outra lipofílica. Contém um ou mais PA dissolvidos ou dispersos em uma base apropriada. Apresentam aparência opaca, em contraste com as pomadas que são translúcidas. GÉIS Sistemas semi-sólidos de um ou mais ativos que contém um agente gelificante para fornecer firmeza a uma solução ou dispersão coloidal (partículas de dimensões de 1nm e 1µm distribuídas em um líquido). São transparentes constituídos de dispersões de pequenas partículas inorgânicas ou moléculas orgânicas encerradas e interpenetradas por um líquido. Transparentes e brilhantes 128 129 CLASSIFICAÇÃO DAS POMADAS Três tipos de pomadas de acordo com o local de atuação e ação terapêutica (Prista et al): EPIDÉRMICAS (ação superficial) ENDODÉRMICAS (penetrantes - ação na derme) DIADÉRMICAS ( absorvíveis) 130 131 132 133 Viscosidade é a expressão da resistência de líquidos ao escoamento, ou seja, ao deslocamento de parte de suas moléculas sobre moléculas vizinhas. A viscosidade dos líquidos vem do atrito interno, isto é, das forças de coesão entre moléculas relativamente juntas. Com o aumento da temperatura, aumenta a energia cinética média das moléculas, diminui (em média) o intervalo de tempo que as moléculas passam umas junto das outras, menos efetivas se tornam as forças intermoleculares e menor a viscosidade. A determinação da viscosidade – ensaio para o qual a especificação da temperatura é imprescindível devido à sua influência decisiva sobre o resultado (em geral, a viscosidade é inversamente proporcional à temperatura) 134 VISCOSÍMETRO DE STOKES O princípio operacional do viscosímetro de Stokes baseia-se na determinação da velocidade de queda livre de uma esfera através do fluido do qual se deseja obter a viscosidade. Viscosímetro de Stokes http://www.conjuntos-de-fisica.com.br/wp-content/uploads/2013/01/viscosimetro-stokes-multicronometro-rolagem-sensores-EQ124N.jpg 135 VISCOSÍMETRO DE OSTWALD Consta de tubo dobrado em U. Para a determinação propriamente dita, transferir para o viscosímetro quantidade suficiente de líquido para atingir nível da ordem de 5 mm abaixo do traço de referência inferior. Viscosímetro de Ostwald Para efetuar a medida, parte do fluido residente no bojo inferior deve ser conduzido para os dois bojos menores superiores; isto é feito através de aspiração Durante as medidas, quando nível do fluido passa pelo anel superior, indicado pela letra “A” o cronômetro é acionado, e é travado quando o nível do líquido passar pelo anel “B” . Um termômetro deve subsidiar o controle da temperatura do banho 136 VISCOSÍMETRO DE HÖPPLER O sistema de medida Höppler, mede o tempo que uma esfera sólida precisa para percorrer uma distância entre dois pontos de referência dentro de um tubo inclinado com amostra.Determina a viscosidade de líquidos newtonianos e gases (com uma bola especial para gases), com precisão. Entre suas aplicações figuram a investigação, o controle de processos e o controle de qualidade, utilizado principalmente para substâncias de baixa viscosidade, entre 0,6 e 100 000 mPa.s. Viscosímetro de Hoppler 137 VISCOSÍMETRO BROOKFIELD A viscosidade de uma forma farmacêutica pode ser determinada por um viscosímetro de Brookfield, que mede a viscosidade pela força necessária para girar o spindle no líquido que está sendo testado. Para utilizar esse aparelho, deve-se proceder da seguinte forma: • adicionar a amostra a ser analisada no recipiente coletor do aparelho, até a marca desejada; • programar o aparelho, escolhendo um número de spindle e uma rotação a serem testados, de acordo com metodologia específica e imergir o spindle na amostra a ser analisada; • acionar o aparelho e, após estabilização do valor, que aparecerá no display do aparelho, anotar esse valor que será expresso em centipoise (cP); caso não haja estabilização do valor, teste novamente, utilizando outro número de spindle ou outra rotação. 138 Vaselina Mistura semi-sólida de hidrocarbonetos derivados do petróleo. Vaselina Filante / Vaselina Puríssima / Vaselina Amarela Destituídas de cheiro e sabor. Funde entre 380 e 600C - Viscosidade e PF: depende dos ttos próprios a que for submetida (grau de refinação) incorporar antioxidante (caráter oleofínico) Consistência das pomadas com elas obtidas pode ajustar-se adequadamente, recorrendo a misturas com parafina sólida ou líquida (2 a 5%) ACANTOSE- Quando se administra por muito tempo pomada contendo excipiente principal a vaselina pode levar o desenvolvimento anormal do corpo de Malpichi designado por acantose - obstrução de poros, favorecendo a proteólise anaeróbica. 139 140 PREPARAÇÃO DAS POMADAS INCORPORAÇÃO Componentes são misturados por vários meios até que uma preparação uniforme seja obtida. Incorporação de sólidos Base da pomada, Componentes em pó (finos e misturados) Redução do tamanho das partículas (produto não seja áspero) Pulveriza-se pó com AGENTE PULVERIZADOR ou AGENTE DE LEVIGAÇÃO Ex: óleo mineral ou glicerina Mistura parte do pó + parte da base = mistura uniforme Incorporação de líquidos Substâncias líquidas ou soluções de fármacos são acrescentadas a pomada após a devida consideração da natureza da base. Produção em grande escala: laminadores mecânicos FUSÃO 141 142 143 Formas Farmacêuticas Estéreis 144 145 Um equivalente em cloreto de sódio é definido como a quantidade de cloreto de sódio que é osmoticamente equivalente (produzirá a mesma pressão osmótica) a 1g do medicamento. Ex: O equivalente em cloreto de sódio do sulfato de efedrina é 0,28 (ou seja 1 g de sulfato de efedrina seria equivalente a 0,28g de cloreto de sódio) Isotonizantes Os fluidos corporais (sangue e líquido lacrimal) tem pressão osmótica correspondente a uma solução de cloreto de sódio a 0,9%. Assim, diz-se que a solução de cloreto de sódio com essa concentração é isosmótica, ou seja, tem pressão osmótica igual a dos fluidos fisiológicos. O termo isotônico que significa mesmo tônus, comumente é usado da mesma maneira que isosmótico. 146 Quantidade de cloreto de sódio se apenas cloreto de sódio estivesse presente na solução (0,9/100) x 100mL = 0,9g Quantidade de cloreto de sódio “representada” pelo sulfato de efedrina 1g sulfato efedrina----- 0,28 NaCl Quantidade de cloreto de sódio “representada” pelo clorobutanol 1g clorobutanol ----- 0,18 NaCl x = 0,09g NaCl 0,5g clorobutanol ----- x Quantidade de cloreto de sódio “representada” pelo fosfato monossódico 1g fosfato -------- 0,37g NaCl x = 0,1776g NaCl 0,48g fosfato ----- x Quantidade de cloreto de sódio “representada” pelo fosfato dissódico 1g fosfato ---------0,53g NaCl x = 0,2512g NaCl 0,474g fosfato ------ x 147 Total de Cloreto de sódio representada por cada constituinte da formulação 0,28g + 0,09g + 0,1776g + 0,2512g = 0,7988g Quantidade de cloreto de sódio para tornar a solução isotônica: 0,9g – 0,7988g = 0,1012g 148 149 Indicadores Biológicos 150 151 Preparações Oftálmicas Características: Esterilidade Precisão de Composição Limpidez (exceção suspensões – uso de pós finos) Preservação Isotonicidade Tamponamento Viscosidade (pomadas oftálmicas e suspensões) Acondicionamento Adequado 152 Preparações Oftálmicas Viscosidade Geralmente: diminui viscosidade com aumento da temperatura Serve para auxiliar retenção do fármaco em contato com os tecidosViscosidade ideal = 15 a 25cps Ex: metilcelulose 4000cps (0,25%) metilcelulose 25cps (1%) hidroxipropilmetilcelulose álcool polivinílico 153 154 Preparações Oftálmicas Tamponamento A introdução de uma solução farmacêutica nos olhos estimula o fluxo de lágrimas, na tentativa de neutralizar os excessos de íons hidrogênio ou de íons hidroxila introduzidos com a solução. Nem sempre é possível um vez que em pH 7,4 muitos fármacos são insolúveis em água. O sistema de tamponamento de uma solução oftálmica contribui para a estabilidade, evitando alteração de pH da solução. As lágrimas com pH 7,4 têm capacidade de tamponamento – neutraliza a solução oftálmica e evita desconforto. Líquido lacrimal corrige os que não possuem sistema tampão. 155 156 Preparação Asséptica – Teste Media Fill Deve simular práticas de produção em tempos prolongados – substituir produto por meio de cultura estéril. Pode ser realizado no final do turno da produção. Meios usados: caldo caseína/soja incubados a 22,5ºC ± 2,5ºC ou 32,5ºC ± 2,5ºC por no mínimo 14 dias. Se as duas temperaturas forem usadas: incubados, no mínimo, 7 dias em cada uma delas. Isolados devem ser identificados para gêneros e, quando possível, para espécies a fim de propiciar a investigação de fontes de contaminação. Resultados satisfatórios de media fill demonstram adequação da linha para fabricação do produto. 157 158 Teste de Esterilidade Inativantes de Agentes Antimicrobianos para produtos farmacêuticos e cosméticos PINTO, 2010. 159 160 161 Métodos de Esterilização Cinco métodos: Métodos Físicos: Esterilização por vapor (calor úmido) Esterilização por calor seco Esterilização por filtração Esterilização por radiação ionizante Método Químico: Esterilização por gás 162 Esterilização por Vapor Autoclaves Emprego de vapor saturado sob pressão Princípio de operação: substituição do ar da câmara por vapor saturado (teste de Browie-Dick) Mecanismo de ação: desnaturação e coagulação de enzimas e proteínas essenciais bacteriana. Processo mais eficiente de esterilização. Condições: 10 libras pressão (0,5atm) 115,5°C durante 30 minutos 15 libras pressão (1atm) 121,5°C durante 20 minutos 20 libras pressão (1,5atm) 126,5°C durante 15 minutos 163 Esterilização por Calor Seco Estufas de convecção / Esterilizadores túnel- elétrico ou infravermelho / Túnel com convecção forçada / Chama contínua (Flambagem) Usado em materiais sensíveis a esterilização por calor úmido. Mecanismo de desidratação da célula microbiana, seguida por lento processo oxidativo da membrana bacteriana. Menos eficaz que o calor úmido Necessário temperaturas mais altas e períodos mais longos de exposição. Ciclos ocorrem 160°C a 300°C Temperaturas mais usadas entre 160°C e 170°C por pelo menos 2 horas 164 Esterilização por Filtração Método de esterilização alternativo. Esterilização de soluções termossensíveis e pequenos volumes de líquidos. Remoção física dos microorganismos e material particulado por adsorção no meio filtrante - remoção física dos microorganismos ao invés de inativá-los. Membranas filtrantes disponíveis: Acetato/Nitrato de Celulose – Fluorcarbonato - Polímeros Acrílicos – Policarbonato - Polietersulfona (PES) - Fluoreto de polivinilideno (PVDF) Definir tamanho do poro - efeito esterilizante: 0,22µm. Desvantagem: fragilidade da membrana – garantir ausência de ruptura. 165 Esterilização por Radiação Ionizante Mecanismo de ação: Quando essas radiações atravessam as células criam hidrogênio livre, radicais hidroxilas e peróxidos que causam danos ao DNA celular. Esterilização de produtos termossensíveis (baixas temperaturas). Aplicação limitada: equipamento especializado efeito da radiação sobre os produtos e sua embalagem (mudanças na resistência a tensão, cor, odor e formação de gás) 166 Esterilização por Gás Equipamentos semelhantes a autoclave. Exposição ao gás de óxido de propileno, óxido de etileno, formaldeído, brometo de metila. Altamente penetrante e potencialmente microbicida. Desvantagens: Propriedades mutagênicas Possibilidade de resíduos tóxicos nos materiais tratados Natureza altamente inflamável Funcionam como agentes alquilantes, com efeito letal nos microorganismos por alquilação de proteínas, DNA e RNA. Uso: materiais sensíveis ao calor e à umidade, materiais médicos e cirúrgicos, preparações enzimáticas termolábeis, dispositivos constituídos de plástico. Condições: gás óxido de etileno – 4 a 16 horas de exposição 167 168 Pirogênios Qualquer substância capaz de induzir elevações térmicas, em resposta a injeção ou infecção, em animais e humanos. Pirogênios Endógenos (PE): É produzido internamente pelo hospedeiro em resposta ao estímulo de pirogênios exógenos. Pirogênios Exógenos: Se originam fora do corpo e induzem elevações térmicas quando injetados. Endotoxinas (LPS) Bactérias Gram positivas Alguns fármacos, esteróides, fração de plasma Cepas de estreptococos grupo A produz toxinas eritrogênicas que causam avermelhamento da pele. Mycobacterium tuberculosis é também produtora de duas substâncias pirogênicas e pode produzir febre pela interação com fagócitos, granulomas reativos ou via reação sistêmica. Vírus e fungos 169 Endotoxinas complexos de alto peso molecular associada à membrana externa de bactérias gram negativas Hidrossolúveis Podem provir: matéria-prima, veículo, material usado na preparação ou embalagem. Embora termostáveis, são inativadas por ciclos extensos de calor seco, condições alcalinas ou ácidas e polimixina B sob certas condições. Ação biológica está associada à porção lipídica da molécula, porém porção distinta da endotoxina é responsável em grande parte pela antigenicidade específica das bactérias Gram negativas, respondendo por milhares de sorotipos. 170 171 Ensaio de Pirogênio - Método In Vivo 1942 – USP XII Método Oficial Objetivo: avaliar, dentro dos limites aceitáveis, o risco de reações febris no homem após administração por via i.v. Atividade pirogênica: capacidade de elevar a temperatura. Ensaio Limite Sistema termorregulador apresenta as mesmas características e magnitude da resposta frente ao material pirogênico dos humanos. 172 Imobilizar em gaiolas individuais 3 coelhos. Determinar a temperatura inicial dos coelhos (40 a 90min antes da injeção – introdução do termômetro no reto na profundidade de 6 a 7,5cm) – TC = (TC1+TC2)/2 Injetar (10mL/Kg do peso corporal) na veia marginal da orelha de cada animal injetada e registrar a temperatura a cada 30 min entre 1 e 3 horas após a injeção - Calcular variação de temperatura corpórea de cada animal. Ensaio de Pirogênio - Método In Vivo 1) Satisfatório ∆T ≤ 0,5oC; ∆T (3) 2) Reteste + 5 coelhos total 08 coelhos. No máx 03 dos 08 animais ∆T ≥ 0,5oC e ∆T (8) ≤ 3,3oC. Resultado: Produtos Imunoterápicos Elevação térmica crítica passa a ser 1,1°C, permitida para apenas 1 dos 3 animais, e, quando ser refere à somatória dos 8 coelhos, o valor limite é de 5,5°C, ao invés de 3,3°C. 173 Utiliza-se extrato aquoso dos amebócitos circulantes do Limulus polyphemus ou do Tachypleus tridentatus preparado e caracterizado como reagente LAL. Coagulação em Gel - Método In Vitro Endotoxina da GNB catalisa a ativação da pró-enzima no lisado (LAL). A coagulase ativada hidrolisa ligações especificas em uma proteína coagulante (coagulogênio) também presente no LAL. Essa ativação da enzima depende de íons cálcioGelificação - necessário 4 substâncias das quais 3 estão presentes no lisado amebiano: enzima coagulável, proteínas coaguláveis e íons cálcio. Ao adicionar uma endotoxina inicia-se a reação de gelificação, favorável no pH 6,5 - 8 e temperatura ótima de 37-39°C. Reagente pirogente: lisado contendo amebócitos circulantes do L. polyphemus 174 Adicionadas em tubos de ensaio despirogenizados, em duplicatas. Incubar os tubos em banho de água a 37°C ± 1°C por uma hora. O ponto final da reação é facilmente constatado pela inversão dos tubos a 180° e verificando a integridade do gel. Se houver presença de gel que se mantém firme durante inversão a amostra é POSITIVA para endotoxinas. Coagulação em Gel - Método In Vitro 175 176 Método de esterilização – utiliza vapor de água - 100°C, durante 30 a 60 minutos, por repetidas vezes resfriando-se entre cada aquecimento. Geralmente é aquecido de 3 a 12 vezes. Permite que as células bacterianas que se encontram na forma vegetativa sejam destruídas, porém os esporos sobrevivem. Depois do resfriamento, os esporos entram em processo de germinação e depois de 24 horas a operação é repetida. O número de operações pode variar até a obtenção da esterilização completa. A vantagem desse processo é que podem ser mantidos praticamente todos os nutrientes e as qualidades organolépticas do produto, em proporções maiores do que quando se utilizam outros tratamentos térmicos - Tipo de tratamento térmico usado em alimentos Tindalização 177 178 Conservante Limites Máximos indicados Substâncias que contêm mercúrio e compostos tensoativos catiônicos 0,01% Substâncias como clorobutanol, cresol e fenol 0,5% Dióxido de enxofre como antioxidante ou para uma quantidade equivalente de sulfito, bissulfito ou metabissulfito de potássio ou sódio 0,2% Ansel, 2013, pág. 448. Limites Máximos indicados para Conservantes nos Produtos Parenterais 179 180 Outras Formas Farmacêuticas 181 182 Cálculo da Quantidade de Excipientes Onde: p = peso dos fármacos a incluir por supositório d = respectivas densidades em relação ao excipiente Peso do excipiente = Peso supositórios – (p/d + p`/d`+ pn/dn) Fator de Densidade A densidade dos fármacos e da base não são sempre os mesmos, portanto, não ocupam o mesmo volume. Para calcular a qte de base necessária – é preciso saber qual o volume de base a que corresponde o volume de fármaco utilizar - Conhecer FATORES DE DENSIDADE 183 Cálculo da Quantidade de Excipientes Peso da manteiga de cacau para preparar 1000 supositórios de 3g contendo cada um 1,6 de ácido tânico e 0,1g de salol. Peso excipiente = 3g – (1,6/1,6 + 0,1/1) = 1,9g 1,9g = 1 supositório Para 1000 supositórios = 1900g de manteiga de cacau. 184 185 Aerossol “Formas farmacêuticas pressurizadas, contendo uma ou mais substâncias ativas, aspergidas de seu recipiente como uma névoa, constituída por líquidos ou sólidos”. “Mecanismo com válvula em seu recipiente e de gás propulsor para a aspersão do medicamento. A pressão é formada no sistema aerossol pelo emprego de um ou mais gases liquefeitos. Com a ativação da válvula no recipiente, o gás sob pressão possibilita a aspersão do conteúdo”. São constituídos por partículas sólidas ou líquidas dispersas em um gás. Recipiente: Válvula + Gás Propulsor para aspersão do medicamento (acondicionamento pressurizado) 186 Princípio do Aerossol Inclui 2 componentes: Concentrado do produto É a substância ativa do aerossol combinada com os adjuvantes necessários (antioxidantes, tensoativos e solventes) para uma forma estável e eficiente. Solubilidade do fármaco no propelente constitui uma das principais características do aerossol formado. Propelente Quando é um gás liquefeito ou uma mistura de gases liquefeitos frequentemente desempenha duplo papel de propelente e solvente ou veículo para o concentrado. Em alguns sistemas são usados gases comprimidos não liquefeitos como dióxido de carbono, nitrogênio e óxido nitroso. 187 Gases Propelentes Liquefeitos Clorofluorcarbonos (CFCs) - Abandonados e proibidos por diminuição da camada de ozônio na estratosfera e aumento da radiação UV que atinge a Terra (incidência de câncer de pele) Hidrocarbonetos fluorados ou hidrofluoroalcanos Difluoretano Diclorodifluorometano (Freon 12) Diclorotetrafluoroetano Tricloromonofluorometano Alguns propelentes NÃO são utilizados em certos produtos devido a reação entre elementos da fórmula ou embalagens Ex: Tricloromonofluorometano - Forma ácido clorídrico livre quando formulado com sistemas que contém água ou álcool etílico. O ácido clorídrico não só afeta a eficácia do produto, mas também tem ação corrosiva sobre componentes acondicionadores. 188 189 Legislação referente a Farmacotécnica e Tecnologia Farmacêutica 190 191 192 ZONAS CLIMÁTICAS Espaço ou zona geograficamente delimitada de acordo com os critérios de temperatura e umidade aplicável quando da realização de estudos de estabilidade. No intuito de reduzir o montante de testes de estabilidade, principalmente os de longa duração, Futscher, Schumacher, e Grimm, definiram quatro condições para testes de longa duração que simulam condições climáticas dos mercados alvo categorizados em apenas quatro zonas climáticas diferentes. O Brasil situa-se na Zona Climática IV-B (quente/úmida). A ANVISA, em 2005 adotou 30 ± 2 °C/75 ± 5% UR para testes de estudo de estabilidade de produtos farmacêuticos no país. 193 ZONAS CLIMÁTICAS Zonas Tipo de Clima Condição Zona I Clima temperado 21°C / 45% UR Zona II Clima mediterrâneo 25°C / 60%UR Zona III Clima quente e seco 30°C / 35%UR Zona IV - A Clima quente e úmido 30°C / 65% UR Zona IV - B Clima quente e úmido 30°C / 75%UR SINDUSFARMA, 2009, volume 4, pag 73; Consulta Pública nº 43, de 7 de julho de 2004 194 Estudos de Estabilidade 195 196 Estudos de Estabilidade ACELERADO Projetado para acelerar a degradação química e/ou mudanças físicas de um produto em condições forçadas de armazenamento. Tempo 0, 3 e 6 meses DE ACOMPANHAMENTO Verificar que o produto mantém suas características físicas, químicas, biológicas e micro conforme os resultados obtidos nos estudos de longa duração. Tempo: a cada 12 meses realizar todos os testes. DE LONGA DURAÇÃO Verificação das características físicas, químicas, biológicas e microbiológicas de um produto farmacêutico durante e, opcionalmente, depois do prazo de validade esperado. Os resultados são usados para estabelecer ou confirmar o prazo de validade e recomendar as condições de armazenamento. Tempo: 0, 3, 6, 9, 12,18, 24 meses. 197 A estabilidade de produtos farmacêuticos depende de fatores ambientais como temperatura, umidade e luz, e de outros relacionados ao próprio produto como propriedades físicas e químicas de substâncias ativas e excipientes farmacêuticos, forma farmacêutica e sua composição, processo de fabricação, tipo e propriedades dos materiais de embalagem. Por ocasião do registro poderá ser concedido um prazo de validade provisório de 24 meses se aprovado o relatório de estudo de estabilidade de longa duração de 12 meses ou relatório de estudo acelerado de 6 meses + resultados preliminares do estudo de longa duração de 6 meses. Prazo de validade deve ser confirmado mediante a apresentação de um estudo de estabilidade de longa duração de 24 meses, protocolado na forma de complementação de informações ao processo – documentação necessária para a renovação do registro. 198 199 Validação VALIDAÇÃO VALIDAÇÃO PROSPECTIVA VALIDAÇÃO RETROSPECTIVA VALIDAÇÃO CONCORRENTE Durante a rotina de produção de produtosdestinados a venda Avaliação da experiência passada de produção, sob a condição de que a composição, procedimentos e equipamentos permanecem inalterados. Durante o estágio de desenvolvimento do produto, com base em uma análise de risco do processo produtivo TESTES TESTES DADOS HISTÓRICOS 200 Revalidação após Mudanças Realizada quando a mudança puder afetar o processo, procedimento, qualidade do produto e/ou as características do produto. As mudanças que requeiram revalidação devem ser definidas no plano de validação e podem incluir: I – alterações de materiais de partida (incluindo propriedades físicas, ex. viscosidade, que afetam o processo ou produto) II – alteração do fabricante de MPs III – transferência do processo para outra planta (mudança de Instalações que influenciam o processo) IV – alterações de ME V – alteração no processo de fabricação 201 VI – alterações no equipamento VII – alterações na área de produção e sistemas de suporte (rearranjo das áreas, novo método de tto de água) VIII – aparecimento de novas tecnologias Alterações de equipamentos que envolvam a substituição do equipamento por um equivalente normalmente não requerem revalidação Ex: bomba centrífuga nova substituindo um modelo mais antigo Revalidação após Mudanças 202 Qualificação Conjunto de ações realizadas para atestar e documentar que quaisquer instalações, sistemas e equipamentos estão propriamente instalados e/ou funcionam corretamente e levam aos resultados esperados. É frequentemente uma parte da validação, mas as etapas individuais sozinhas não constituem uma validação de processo. Estágios da Qualificação: QP – fornecer evidências documentais de que as especificações do projeto foram cumpridas. QI - fornecer evidências documentais de que a instalação foi finalizada de forma satisfatória. Especificações de compra, desenhos manuais, lista de parte dos equipamentos e detalhes do fornecedor devem ser verificados durante QI. 203 QO - fornecer evidências documentais de que as utilidades, equipamentos e sistemas e todos os seus componentes operam de acordo com as especificações operacionais – incluir condições de pior caso. Os controles de operação, alarme, interruptores, painéis e outros componentes operacionais devem ser testados. QD - fornecer evidências documentais que demonstrem desempenho consistentes de acordo com as especificações de uso em rotinas. Qualificação 204 205 206 207 Boas Práticas de Controle de Qualidade AMOSTRAS DE REFERÊNCIA: Lote de produto terminado - mantidas por pelo menos 12 meses após o vencimento, exceto SPGV que devem ser conservadas por, no mínimo, 30 dias após o vencimento – em embalagem final e sob condições recomendadas. Amostra de ativos - pelo menos 1 ano após o vencimento do prazo de validade dos produtos finais aos quais tenham dado origem. Amostras de excipientes (exceto solventes, gases e água) - Retidas pelo período mínimo de 2 anos após seu prazo de validade. Quantidade de amostra suficiente para realizar, pelo menos, 2 análises completas. 208 209 Anexo VI: BPMF para Preparação de Dose Unitária Prazo de validade dos produtos: Fracionamento sem o rompimento da embalagem primária – determinado pelo fabricante. Fracionamento com o rompimento da embalagem primária – quando não houver recomendação específica do fabricante, de no máximo 25% do tempo remanescente constante da embalagem original, desde que preservadas a segurança, qualidade e eficácia do medicamento. 210 211 212 Vidraria verificada contra padrão calibrado ou adquirida de fornecedores credenciados pelos laboratórios da Rede Brasileira de Calibração. Cada lote de MP deve ser acompanhado do Certificado de Análise que deve permanecer arquivado, no mínimo, durante 06 meses após o término do prazo de validade do último produto com ela manipulado. Quando se tratar de MP sujeita a controle especial o Certificado de Análise deve ser arquivado, pelo período de, no mínimo 02 anos após o término do prazo de validade do último produto com ela manipulado. A farmácia que realizar preparo de auto-isoterápico deve possuir sala específica para coleta e manipulação até 12CH ou 24DH. 213 Salas de Lavagem, Esterilização e Despirogenização O acesso às salas destinadas à lavagem, esterilização e despirogenização dos recipientes vazios deve ser separada e possuir classificação ISO 8 (100000 partículas/pé cúbico de ar) e a limpeza e higienização de medicamentos, produtos farmacêuticos e produtos para a saúde utilizados na manipulação de produtos estéreis também deve ser realizada em área classe ISO 8. Sala de Pesagem - Classe ISO 7 (até 10.000 partículas/pé cúbico de ar) Sala de Manipulação e Envase - Deve ser independente e exclusiva, dotada de filtros de ar (retenção de partículas e microorganismos) – Classe ISO 5 (100 partículas/pé cúbico de ar) em área Classe ISO 7. .
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