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FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS: PÓS e GRANULADOS Polimorfismos Arranjos estruturais diferentes de uma mesmo molécula → alterações Significativas das propriedades de um sólido: · P.F. = temperatura de desestruturação da rede cristalina · Facilidade de quebra da estrutura (moagem e compactação/compressibilidade) · Dissolução = formais estáveis, ponto de fusão alto · Retículo forte – baixa velocidade de dissolução (baixa biodisponibilidade) ⇒ Pseudopolimorfismo Hidrato (solvente é a água) e solvatos (qualquer outro solvente sem ser água): durante o processo de cristalização, moléculas do solvente ficam retidas no retículo cristalino – cristais apresentam propriedades diferentes que a forma anidra. · Solubilidade anidro x hidrato: O anidro tem uma solubilidade maior que o hidrato, atinge uma concentração maior mais rápido · Diferentes hábitos de um mesmo composto não necessariamente significa que se trata de polimorfos diferentes, uma vez que o termo polimorfismo se refere às diferenças em relação à estrutura interna do cristal. ⇒ Tamanho da partícula É extremamente importante para obtenção de formulações otimizadas e fabricação de medicamentos eficazes. · Redução (cominuição): processo de propagação da quebra, no qual, por meio de aplicação de uma força localizada; · Métodos de redução do tamanho (moagem) - Cortes: moinho de facas - Método por Compressão(gral e pistilo, moinho de rolos) - Impacto (moinho de martelos, vibratório) - Atrito (rolos) - Combinam Atrito e Impacto: bolas, energia fluida, pinos · Energia fluida → Micronizadores por ar comprimido: O equipamento tem uma turbina que produz um jato de ar em alta velocidade que arrasta as partículas e quando estas atingem um anteparo quebram em partículas menores. · Moinho de Pinos: Onde dois discos com pinos proximamente espaçados giram um contra o outro em altas velocidades. · Spray drying: solução do fármaco é aspergida dentro de uma câmara de secagem sob uma corrente de ar quente e seco que evapora o solvente das gotículas formando partículas – Forma mais eficaz porém, mais cara ⇒ Seleção do método · Custo do processo; · Tamanho da partícula requerida · Propriedades das partículas a serem modificadas (dureza, resistência, fiabilidade, abrasividade); · Distribuição de tamanho das partículas · Determinação do grau de tenuidade (granulometria): - Fixar a percentagem máxima de partículas de pequenas dimensões que poderá conter. - A classificação de um pó deverá ser feita em referência a 2 tamises padronizados ⤷ classificação consistente e precisa dos pós ⇒ Seleção do método de análise Informação previamente existentes dos instrumentos que tenham no laboratório · Tamisação: Separação do material pela granulometria dos pós. Permitir a calibração do pó (separar pós de diferentes tamanhos). Estabelecer a tenuidade dos pós no processo de divisão. Pode ocorrer contaminação cruzada. Diâmetro da peneira · Dispersão de luz laser: determinado pela redução da intensidade luminosa que alcança o sensor à medida que a partícula, imersa num líquido ou gás, passa na zona de medida (0,2-50 0 µm). Pode usar laser He-Ne, detector fotodiodo e sonda ultra-sônica (0,02-20 00 µm) · Microscopia: feita com auxílio de uma grade calibrada ou outro dispositivo de medida (0,2-100 µm). MISTURA Tipos de mistura: · Convecção: transferências de grupos de partículas para outra região; misturador de palhetas e pás; · Cisalhamento: deslocamento do material em forma de camadas, as quais deslizam uma sobre as outras, que pode ocorrer em misturadores por tombamento, e há um gradiente na velocidade das diferentes camadas formadas; misturadores de alto cisalhamento/deslizamento instável; · Difusão: mistura aleatória, deslizamento ou fluxo do leito de pós e ocupação de um volume maior, com o movimento individual das partículas, em que uma camada de partículas que está em repouso é forçada a se movimentar/fluir, aumenta o volume por diminuição do empacotamento possibilitando as partículas caírem por força gravitacional com baixa velocidade de mistura. · Misturador em V: Este equipamento utiliza a técnica de tombamento dos materiais para produzir a homogeneização , caracterizada por uma predominância de movimento de cisalhamento aliado a movimentos de difusão das partículas. Em pequena escalas... · Trituração: Para reduzir o tamanho e misturar os pós; gral de vidro para se obter a mistura sem ter que reduzir o tamanho da partícula; quando uma pequena quantidade de substância potente deve ser misturada a grande quantidade de diluente = diluição geométrica · Espatulação: Mistura de pequenas quantidades de pós, que não sejam não-potentes; não tem homogeneidade assegurada; tem pouca compressão ou compactação do pó; aceitável para misturas de pós que formam misturas eutéticas; para diminuir o contato, utiliza-se um diluente inerte como óxido de magnésio e carbonato de magnésio, que separa fisicamente os componentes problemáticos. · Peneiramento: Obtenção de produto leve e solto; não aceitável para pós potentes. Misturas especiais... · Mistura eutética: Utiliza-se diluentes para evitar problemas de liquefação (cânfora, mentol, timol, aspirina, fenilsalicilato) · Diluição geométrica: Pequena quantidade de fármaco (princípio ativo) e muito diluente (excipiente em maior quantidade); fármacos potentes 1. Volume igual de fármaco e diluente → mistura 2. Adição de diluente: volume igual da mistura (1) 3. Adição de diluente: volume igual da mistura (2) 4. ... até que todo o pó seja incorporado · Substâncias higroscópicas (deliqüescentes): Utilizar substâncias absorventes ou realizar granulação Importante: Evitar segregação · No processo de mistura, os pós devem ser semelhantes quanto ao tamanho, forma e densidade das partículas para evitar segregação. ⤷ que não se misturam de forma ideal · Partículas que apresentam propriedades semelhantes procuram juntar-se umas às outras, criando regiões com concentrações maiores de um determinado componente da mistura. · Quando acontece segregação? · Diferença de tenuidade (tamanho): - partículas menores caem dentro dos espaços entre as partículas maiores, deslocando-se para o fundo – segregação por percolação; - partículas maiores deslocam-se a distâncias maiores – segregação de trajetória; - quando partículas ficam em suspensão no ar (como em um descarregamento de container), as partículas mais finas são as ultimas a se depositarem – segregação por elutriação. · Efeito da densidade de partícula - maior densidade deslocam para baixo, mesmo com tamanhos iguais (segregação por percolação); · Efeito da forma das partículas - partículas esféricas possuem melhor fluxo, se misturam mais fáceis, porém também segregam mais facilmente; - partículas irregulares possuem entrelaçamento, diminuindo tendência de segregação. · Como corrigir a segregação · redução do tamanho (cominuição); · seleção de frações de tamanho para uma distribuição estreita (calibração); · cristalização controlada durante a produção dos fármacos ou adjuvantes, para controle do tamanho e forma; · adjuvantes com densidades semelhantes aos fármacos; · redução no nível de vibração ou movimentação dos pós após a mistura; · alimentadores projetados para minimizar o tempo de permanência do pó; · utilização de equipamento onde diversas operações possam ser realizadas, sem transferência da mistura (secadores de leito fluidizado ou granuladores-misturadores de alta velocidade); · granulação da mistura de pós Estudo das propriedades de fluxos... · Adesão (em superfícies diferentes) = forças moleculares que fazem com que partículas solidas tendam a se aderir; · Coesão (entre as partículas de um sólido – Força de van der Waals e outras forças atrativas, como eletrostática). Quando a força de atração entre as partículas são fortes os pós apresentam fluxo ruim, entretanto quando a s forças são fracas os pós apresentam fluxo bom a regular. · Efeito do tamanho de partícula – adesão e coesão são fenômenos de superfície, por isso o tamanho influencia no fluxo → maior área superficial (menor tamanho)= maior coesividade (< 100μm). *Fluxo livre > 250 μm; · Forma da partícula – partículas esféricas (menos irregulares) = melhor fluxo (partículas irregulares podem sofrer entrelaçamento mecânico de adesão/coesão); · Densidade da partícula – maior densidade = menor coesividade (considerando mesma forma e tamanho). ⇒ Caracterização do fluxo de pós · Métodos indiretos: Ângulo repouso > 50° = fluxo deficiente ~25° = fluxo bom Índice de Carr Densidade bruta x Densidade de compactação · Métodos diretos Velocidade de escoamento (tempo que o pó leva para escoar completamente) e Fluxômetro (tempo que o pó leva para escoar completamente sob uma balança = velocidade de escoamento e uniformidade de fluxo): Velocidade com que escoa do alimentador (método mais simples de se medir o fluxo de um pó). Melhora na fluxibilidade... · Alteração no tamanho de partículas e exclusão de partículas finas (partículas grosseiras escoam melhor = tamanho ideal); · Alteração da forma ou textura das partículas (mais esféricas, melhor fluxo); · Modificação das forças de superfície (redução de cargas eletrostáticas – redução de atrito entre as partículas durante processo); · Adjuvantes promotores de fluxo: deslizantes, lubrificantes e antiaderentes – reduzem coesão e adesão – talco, amido, estearato de Mg, dióxido de silício; qdo fluxibilidade prejudicada pela umidade – óxido de Mg; talco siliconado ou bicarbonato de sódio. · Modificação nas condições do processo – alimentadores sob vibração (cuidado segregação). FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS · Pós e granulados · Cápsulas · Comprimidos · Comprimidos revestidos e drágeas Vantagens: · Menor sensação de gosto · Facilidade de administração e transporte · Maior estabilidade · Menor volume do que o ocupado pelas formas líquidas · Economicamente viável Desvantagens: · Dificuldades de deglutição · Dependência de maquinário PÓS Segundo a farmacopeia brasileira (2010), PÓ é a forma farmacêutica sólida contendo um ou mais princípios ativos secos e com tamanho de partícula reduzido, com ou sem excipientes. ⇒ Formas de apresentação · Pós divididos ou fracionados: Papeis ou saches com dosagem individual · Pós a granel – acondicionados num frasco único: Pós de baixa potência e grande volume; pode acompanhar instrumento de medida · Pós para administração oral: antiácidos, antidiarreicos, dietético · Pós efervescentes: Mistura composta de bicarbonato de sódio e ácidos (ácido cítrico e ácido tartárico); quando adicionados à água, os ácidos e base reagem formando dióxido de carbono → efervescência; possibilita mascaramento do sabor indesejável de alguns fármacos. · Adjuvantes: açúcares, aromatizantes e conservantes · Pós para administração tópica: aplicação sobre superfície da pele e mucosa (afta); aplicação por aspersão; deve ter capacidade de aderência; fármacos - anti-sépticos, antifúngicos, protetores, adsorventes, anti-pruriginosos. · Pós para reconstituição: Fármacos instáveis em solução ou suspensão; Antibióticos para a reconstituição antes do uso (no momento da administração o paciente adiciona água filtrada para a reconstituição) · Pós estéreis para injetáveis: Acompanha ampola com diluente estéril apropriado (água para injetáveis); reconstituição para a aplicação imediata da injeção. · Aerossóis – administração pulmonar: Pós medicamentosos administrados por inalação com auxílio de inaladores de pó seco; 1 a 6 µm de diâmetro Vantagens: · Estabilidade no armazenamento (pós x preparações líquidas) Desvantagens: · Estabilidade prejudicada - Grande área superficial de exposição → maior suscetibilidade à fatores ambientais; umidade, Hidrólise, sublimação (iodo), Oxidação e Fotólise. · Dificuldade de mascarar características organolépticas; · Difícil dosagem precisa; · Inadequada para fármacos potentes; · Custo de fabricação de doses uniformes. ⇒ Processos de elaboração dos pós 1. Redução do tamanho de partículas 2. Avaliação da distribuição de tamanho – calibração 3. Mistura de pós 4. Fracionamento e acondicionamento Acondicionamento · Pós a granel: Pó ou mistura de pós em grande quantidade acondicionados em recipientes de boca larga para facilitar a saída do pó, exemplo: antiácidos (sal de frutas ENO®), suplementos alimentares. · Pós divididos: Pós acondicionados em pequenas embalagens para 1 dose (sachês), exemplo: pós efervescentes (antiácidos) · Pós em polvilhador múltipla dose: Recipientes com tampa que facilita a aplicação do pó na pele, exemplo: antisépticos, antimicrobianos e desodorizantes. GRANULADOS Segundo a Farmacopeia Brasileira (2010), É a forma farmacêutica sólida contendo uma dose única de um ou mais princípios ativos, com ou sem excipientes. Consiste de agregados sólidos e secos de volumes uniformes de partículas de pó resistentes ao manuseio. ⇒ Granulação Processo de aglomeração de partículas pulvéreas primárias em entidades multiparticuladas maiores, chamadas grânulos. · Dependendo do uso pretendido, eles variam de tamanho de 0,2 a 4 mm. · Quando produtos intermediários de 0,2 a 0,5 mm e para FF de 2 a 4 mm. Vantagens: · Melhoria do fluxo do material e da estabilidade; · Evitam a segregação originada pela diferença de tamanho das partículas pulvéreas; · Apresentam a área superficial reduzida e por isso são mais estáveis à umidade; · Reduz risco associado à produção de poeira toxica: manipulação de pós tóxicos; · São preferíveis para produtos que serão reconstituídos. - Quando comparados a pós muito finos, apresentam maior área superficial efetiva, isto é, em pós finos o ar adsorvido nas partículas dificultam a molhabilidade dos pós, e com isso as partículas finas ficam suspensas na água, pois o ar precisa ser deslocado. Razões para granulação · Prevenir segregação dos constituintes de uma mistura; · Melhorar propriedades de fluxo da mistura; · Melhorar características de compactação da mistura; · Reduzir geração de poeira tóxica formada durante manipulação de pós; · Evitar formação de massa compacta em pós muito higroscópicos (grânulos mantem fluxo mesmo com a absorção de certa umidade); · Grânulos são mais densos, por isso ocupam menor volume (melhor estoque e transporte). ⇒ Métodos de granulação: via seca e via úmida Via de granulação a seco · Método utilizado para fármacos que não apresentem boas características de compressão após granulação por via úmida ou são sensíveis a umidade. · adesão das partículas ocorre devido a pressão aplicada. · partículas pulvéreas agregadas sob alta pressão. · Processo de compressão via seca: comprimidos · Compactação - formação de comprimidos grandes (compactos) em máquina de comprimir ou Compactação em rolo - Pó é pressionado entre dois rolos produzindo lâmina de material pulvereo; · Trituração: técnica de moagem adequada para produzir material granulado. · Calibração dos grânulos: Tamisação – separação da fração requerida. Via de granulação úmida · Método tradicional - Formação de uma massa da mistura de partículas pulvéreas primárias usando líquido de granulação. LÍQUIDO DE GRANULAÇÃO · Solvente volátil, atóxico, facilmente removido após secagem = água, etanol e isopropanol (isolados ou em combinação). · Pode ser usado sozinho ou contendo agente aglutinante dissolvido para garantir adesão depois da secagem do granulado (xarope, PVP, amido, alginato de sódio, CMC e celulose) · Líquido de granulação - Água: Preferível por questões econômicas, ecológicas e de segurança (não é inflamável - dispensa investimento com equipamentos a prova de fogo). - Desvantagens: Hidrólise; requere um tempo de secagem superior aos demais solventes; aumenta tempo de duração do processo afetando adversamente a estabilidade do produto exposto mais tempo ao calor. · Líquido de granulação – Solventes orgânicos: são utilizados quando fármaco é sensível a hidrólise na presença de água ou é necessário curto tempo de secagem. ⤷ Granuladores para via úmida · Cisalhamento (misturadores planetários) → granulador oscilatório/rotatório força a passagem pelo tamis → coleta em bandejas para posterior secagem em estufa →tamisação adicional. · Misturadores/granuladores de alta velocidade → mistura no plano horizontal por lâminas rotatórias → formação da massa úmida → cutelo auxiliar quebra a massa formando leito de material granular → material descarregado em tamis para desaglomeração do agregado grande →secador de leito fluidizado. Granulação por via úmida: secagem · Leito fluidizado → mistura, granulação úmida e secagem em um único equipamento → grânulos mais porosos e superfície recoberta com agente aglutinante. As partículas são colocadas em peça cônica e vigorosa mente dispersas e suspensas, enquanto um excipiente líquido é aspergido sobre elas, formando grânulos e pellets · Spray-drying → secagem por aspersão → grânulos esféricos e ocos (formação de filme líquido favorece a adesão) ⇒ Pós e grânulos efervescente · Bicarbonato de sódio + ácidos orgânicos · Boa mistura de ácidos (1:2) de ácido cítrico e ácido tartárico. · Ácido cítrico – produz massa mais pegajosa · Ácido tartárico – grânulos friáveis · Cálculo da massa de bicarbonato e dos ácidos. Granulados efervescente · Método por fusão · Ácido cítrico → C6H5O7 · H2O (hidrato) · A molécula de água presente no ácido cítrico atua como o líquido de granulação na mistura de pós. · Mistura dos pós rápida em ambiente de baixa umidade. · A mistura de pós é colocada para secagem (30 – 40oC) · A molécula de água presente no ácido cítrico é liberada e atua como aglutinante na mistura de pós. · Ocorre um pouco de efervescência → Massa esponjosa → tamis → Produção dos grânulos no tamanho desejado. · Método a úmido · Todos os pós podem ser anidros · Líquido de granulação: álcool Granulados X Pós efervescentes Maior estabilidade - Maior controle da efervescência, pois possui menor superfície de contato.
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