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Universidade Federal do Rio de Janeiro — Instituto de F´ısica Oficinas de F´ısica — 2015/1 Gabarito Oficina 8 Dinaˆmica Angular 1) (a) A energia mecaˆnica conserva-se pois num rolamento sem deslizamento a forc¸a de atrito na˜o dissipa energia, ale´m disto, a forc¸a normal de contacto na˜o realiza trabalho e a forc¸a peso e´ conservativa. (b) Coloquemos o “zero”do potencial gravitacional na mesma altura do centro de massa do cilindro (como e´ homogeˆneo e´ o seu centro geome´trico). A condic¸a˜o para que haja rolamento sem deslizamento e´ que a velocidade instantaˆnea do ponto de contacto entre o cilindro e o plano seja zero, em mo´dulo, isto implica que v = ωR. Notemos que v e´ dado do problema. O momento de ine´rcia do cilindro em torno do eixo perpendicular que passa pelo seu CM e´ I = 1 2 MR2. Assim a energia mecaˆnica deste ponto, doravante denotado como A e´: EA = KA+ UA︸︷︷︸ =0 = Ktranslac¸a˜o+Krotac¸a˜o = 1 2 Mv2+ 1 2 Iω2 = 1 2 Mv2+ 1 2 ( 1 2 MR2 )( v R )2 = 3 4 Mv2. (c) Na posic¸a˜o que que a roda atinge a situac¸a˜o mais alta, a altura do centro de massa em relac¸a˜o ao “zero”do potencial e´ H (vide a figura abaixo), sua velocidade de translac¸a˜o do centro de massa e´ zero, como ele roda sem deslizar, sua velocidade angular tambe´m sera´ zero, de modo que a energia cine´tica neste ponto e´ nula. Apo´s estas considerac¸o˜es a energia no ponto mais alto, doravante chamado de B, sera´: EB = KB︸︷︷︸ =0 +UB = MgzCM = MgH. h ✓R M R M R H (c) Como a energia mecaˆnica conserva-se temos que: EA = EB ⇔ 3 4 Mv2 = MgH ⇒ H = 3v 2 4g . 1 Pore´m a altura pedida no problema e´ a altura em relac¸a˜o ao plano horizontal que e´ portanto h = H +R = R + 3v2 4g . 2) (a) O ioioˆ desloca-se com dois modos de movimento dados pela dinaˆmica de rotac¸a˜o e de translac¸a˜o. translac¸a˜o : ∑ ~F ext = M~aCM rotac¸a˜o : ∑ ~τ ext = I~α Na direc¸a˜o e sentido do movimento de translac¸a˜o e considerando que o ioioˆ gira em torno do seu centro de massa no sentido anti-hora´rio sem deslizar sobre o corda e que os torques sa˜o calculados em relac¸a˜o centro de massa, temos: Mg − T = MaCM TR = Iα aCM = αR → Mg − T = MaCM (i) T = IaCM/R 2 (ii) A soluc¸a˜o do sistema de equac¸o˜es da direita permite obter a acelerac¸a˜o do centro de massa, aCM = Mg (I/R2 +M) como I = (1/2)MR2 ∴ aCM = 2 3 g (b) Para obter o valor da tensa˜o da corda podemos usar a equac¸a˜o (ii) do sistema de equac¸o˜es, substituindo o valor da aCM obtido do item anterior. Logo, T = IaCM R2 → T = 1 3 Mg (c) A velocidade do centro de massa do ioioˆ apo´s ele cair de uma altura h, pode ser obtida aplicando o princ´ıpio da conservac¸a˜o de energia mecaˆnica. Assim temos: Ei = Mgh e Ef = KR +KT = 1 2 Iω2 + 1 2 Mv2CM Para Ei = Ef e ω = vCM/R, v2CM = 2Mgh (I/R2 +M) com I = (1/2)MR2 → vCM = √ 4 3 gh 2 (d) A energia cine´tica de rotac¸a˜o e´ KR = (1/2)Iω 2 e de translac¸a˜o KT = (1/2)Mv 2 CM . Portanto, KR KT = (1/2)Iω2 (1/2)Mv2CM = (1/2)MR2v2CM/R 2 Mv2CM ∴ KR KT = 1 2 Este resultado vale para qualquer instante t e tambe´m quando o ioioˆ cai de uma altura h. 3) (a) De acordo com os vetores unita´rios indicados na figura temos: A forc¸a ~T = T ıˆ corres- pondente a` trac¸a˜o na corda, o peso ~P = −Mgˆ, ambas agindo no centro de massa, a forc¸a de atrito age nos dois pontos de contato com as aplicac¸o˜es que representamos por um u´nico ponto A e e´ dada por ~fat = −fat ıˆ e, finalmente, agindo no ponto de contato A, a reac¸a˜o da superf´ıcie aplicada no cilindro ~N = Nˆ. (b) A equac¸a˜o do movimento para a translac¸a˜o do centro de massa do sistema e rotac¸a˜o em torno do centro de massa sa˜o dadas por: translac¸a˜o: M~aCM = ~T + ~fat +M ~g + ~N rotac¸a˜o: I~α = ~τN + ~τP + ~τfat + ~τT Para a translac¸a˜o do centro de massa segundo as direc¸o˜es de ıˆ e ˆ: MaX = T − fat (1) MaY = N −Mg (2) Para a rotac¸a˜o segundo os torques calculados em relac¸a˜o a o e considerando o sentido anti- hora´rio de rotac¸a˜o como o sentido positivo: I(−α) = −rfat 3 Ale´m das equac¸o˜es acima temos equac¸o˜es adicionais que correspondem aos v´ınculos que dizem: i) O contato tem que ser matido de modo que aY = 0. A equac¸a˜o (2) fornece esta condic¸a˜o, ou seja, N = Mg ii) A velocidade no ponto de contato tem que ser nula: ~vA = ~vT−O + ~ω× −→ OA; ~vT−O e´ a velocidade de translac¸a˜o do centro de massa. Este u´ltimo resultado esta´ de acordo com a condic¸a˜o de que o sistema rola sem deslizar e nos da´: |~vT−O| = ωr. O que implica em aCM = aX = α r . (c) Com as condic¸o˜es descritas anteriormente obtemos o sistema de equac¸o˜es: T − fat = MaX rfat = Iα → T − fat = Mαr rfat = Iα → T − fat = Mαr rfat = 1 2 MR2α A resoluc¸a˜o deste sistema de equac¸o˜es nos fornece para a acelerac¸a˜o angular: α = T M r (r2 +R2/2) (d) Podemos usar o Teorema Trabalho-Energia, para calcular a energia cine´tica apo´s o centro de massa percorrer a distaˆncia d. ∆K = Wtotal Como a forc¸a de atrito esta´tico na˜o fornece trabalho, e as forc¸as ~N e ~P sa˜o perpendiculares a` trajeto´ria do centro de massa, e Ki = 0, K = WT ⇒ K = Td OBSERVAC¸A˜O: seria preciso calcular tambe´m fat e verificar que |~fat| ≤ µE N !! . Qual seria enta˜o a condic¸a˜o para a trac¸a˜o T para que o sistema role sem deslizar? 4) (a) Na figura esta˜o representadas as forc¸as que agem no bloco e no disco, onde ~Pb e´ o peso do bloco, ~PD o peso do disco, ~T a trac¸a˜o do cabo sobre o bloco e ~T ′ a reac¸a˜o agindo sobre o disco, ~FS a forc¸a que o pino exerce sobre o disco e a forc¸a ~F . 4 A dinaˆmica para o disco e´ dada pela relac¸a˜o ∑ i ~τ ext i = I~α e para o bloco ∑ i ~Fi = m~a ale´m da condic¸a˜o de v´ınculo a = αR, admitindo que o cabo na˜o desliza sobre o disco, onde a e´ o mo´dulo da acelerac¸a˜o do bloco e α o mo´dulo da acelerac¸a˜o angular do disco. Assim temos, considerando o sentido de rotac¸a˜o positivo como anti-hora´rio e que |~T | = |~T ′| = T : RT −RF = −Iα T − Pb = ma a = αR ⇒ { F − T = Ia/R2 T − Pb = ma (i) A resoluc¸a˜o do sistema de equac¸o˜es da direita permite obter a acelerac¸a˜o a, onde I = (1/2)MR2, a = F −mg (m+M/2) . (b) A trac¸a˜o do fio pode ser obtida de (i), apo´s substituirmos o valor de a encontrado no item anterior, T − Pb = ma → T = m(F +Mg/2) (m+M/2) . (c) Temos diretamente que: α = a R = F −mg (m+M/2)R . (d) Para a variac¸a˜o da energia cine´tica do disco temos ∆K = Wtotal = Kf , pois Ki = 0. O trabalho total e´ dado pelo trabalho das forc¸as ~F e ~T ′ sobre o disco fazendo-o girar. Como o cabo e´ puxado de h, e lembrando que |~T ′| = T , 5 Kf = (F − T ′)h = [ F − m(F +Mg/2) (m+M/2) ] h ∴ Kf = 1 2 M(F −mg) (m+M/2) h. 5) (a) Temos pelo sistema de eixos da figura que −→ F at = −Fatıˆ = −µcNıˆ, −→N = Nˆ e −→P = −mgˆ. ıˆ |ˆ kˆ �! F at �! N �! P As equac¸o˜es para a dinaˆmica de translac¸a˜o sa˜o dadas pelas componentes de −→ F = m−→a , onde −→a = aıˆ e´ a acelerac¸a˜o do centro de massa e notando que na˜o ha´ acelerac¸a˜o vertical, pois a esfera na˜o perde o contacto com a mesa: ıˆ : ma = −Fatˆ : 0 = −P +N ⇒ ıˆ : ma = −µcNˆ : N = mg ⇒ a = −µcg . O sinal negativo da acelerac¸a˜o do centro de massa da esfera indica que a acelerac¸a˜o aponta para esquerda. Ja´ a equac¸a˜o para a dinaˆmica de rotac¸a˜o, −→τ (ext) = I−→α , fornece −→τ (ext) = I−→α ⇔ −→τ −→N +−→τ −→P +−→τ −→F at = I −→α . O torque da forc¸a normal em relac¸a˜o ao centro de massa e´ nula, pois −→r ‖ −→N , o torque do peso em relac¸a˜oao centro de massa e´ nulo, pois −→r = o. Ja´ o torque da forc¸a de atrito sera´ −→τ −→ F at = −→r ×−→F at = (−Rˆ)×(−µcmg)ˆı = −µcmgRkˆ. Considerando que a acelerac¸a˜o angular e´ −→α = −αkˆ, temos que kˆ : −µcmgR = −Iα⇒ −µcmgR = −2 5 mR2α⇒ α = 5µcg 2R . 6 Note-se que na˜o podemos usar a relac¸a˜o de rolamento sem deslizamento ou seja os dois movimentos sa˜o independentes neste ponto. O movimento de translac¸a˜o do centro de massa possui acelerac¸a˜o constante, cuja velocidade e posic¸a˜o horizontal sa˜o: −→v = −→v0 +−→a t⇒ −→v = (v0 − µcgt)ˆı⇒ ıˆ : v = v0 − µcgt, −→r = −→r 0 +−→v 0t+ 12−→a t2 ⇒ ıˆ : x = v0t− µcgt 2 2 . enquanto a velocidade angular em func¸a˜o do tempo sera´: −→ω = −→ω 0 +−→α t⇒ −→ω = −5µcgt 2R kˆ. Maneira 1: A condic¸a˜o para que exista rolamento sem deslizamente e´ que a velocidade instantaˆnea do ponto de contacto entre a esfera e a superf´ıcie. Ou seja a velocidade de translac¸a˜o (em mo´dulo) e´ igual a velocidade de rotac¸a˜o: v = ωR, usando os resultados do problema anterior: v = ωR⇔ v0 − µcgt = 5µcgt 2R ×R⇒ 7 2 µcgt = v0 ⇒ t = 2v0 7µcg . Maneira 2: A condic¸a˜o para que exista rolamento sem deslizamente e´ que a velocidade instantaˆnea do ponto de contacto entre a esfera e a superf´ıcie. Ou seja a soma vetorial da velocidade de translac¸a˜o e da velocidade de rotac¸a˜o no ponto de contacto e´ zero, assim −→ 0 = −→v translac¸a˜o +−→v rotac¸a˜o ⇒ −→v translac¸a˜o = −−→v rotac¸a˜o ⇒ −→v translac¸a˜o = −−→ω ×−→r , como −→r = −Rˆ, −→ω = −5µcgt 2R kˆ e −→v = (v0 − µcgt)ˆı: (v0 − µcgt)ˆı = −−5µcgt 2R kˆ × (−R)ˆ⇒ (v0 − µcgt)ˆı = 5µcgt 2R ıˆ⇒ v0 − µcgt = 5µcgt 2R ×R ⇒ 7 2 µcgt = v0 ⇒ t = 2v0 7µcg . (b) A posic¸a˜o horizontal da bola no instante em que ela rola sem deslizar e´ d = x ( 2v0 7µcg ) = v0 × 2v0 7µcg − 1 2 µcg ( 2v0 7µcg )2 = 2v20 7µcg − 2v 2 0 49µcg = 12v20 49µcg . (c) A velocidade do centro de massa neste instante sera´ v ( 2v0 7µcg ) = v0−µcg× ( 2v0 7µcg ) = 5 7 v0. 7
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