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Aula 04 RICARDO GOMES

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
AULA 4 
PROF: RICARDO GOMES 
Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br
“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
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Queridos Alunos! 
Aula 4 de Direito Processual Civil para o STJ!!! 
Agora vamos lá! 
Ricardo Gomes 
Por sua aprovação no STJ! 
AVISOS: 
• Disponibilizamos Cursos de: 
• REGIMENTO INTERNO DO STJ- TEORIA E EXERCÍCIOS 
• DIREITO PROCESSUAL CIVIL PARA O STJ – TEORIA E 
EXERCÍCIOS 
• Não percam esta oportunidade de praticarem e aperfeiçoarem 
ainda mais seus conhecimentos! 
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QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
1. Das Partes e dos Procuradores: 
a. Da capacidade processual; 
b. Dos deveres das partes e dos seus 
procuradores; 
c. Dos procuradores. 
1. Das Partes e dos Procuradores. 
a. Capacidade Processual. 
Em linguagem simples, o processo judicial tem por finalidade 
decidir um determinado conflito de interesses entre sujeitos da vida social
(sujeitos de direito), isto é, por fim a uma lide, uma “briga”, uma discursão 
entre dois ou mais sujeitos (composição de litígios, mediante a aplicação do 
direito ao caso concreto). Além disso, o processo visa à pacificação social e à 
realização da justiça como fim maior. 
Em um litígio deverá haver sujeitos litigando, “degladiando-se”, 
não é verdade? No Processo eles são chamados de PARTES Processuais. Em 
regra, são o AUTOR e o RÉU, podendo envolver mais de 1 Autor e mais de 1 
Réu. 
Para decidir o conflito mostra-se imprescindível uma “mão-forte”, 
entre as Partes, que é a figura do MAGISTRADO, o JUIZ, outro Sujeito 
principal do processo. Com isso, o processo desenvolve-se em uma relação 
processual triangular, pois as 2 Partes mais o Juiz formam um Triângulo 
no seguinte sentido: 
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Registro três peculiaridades da Relação Jurídica Triangular entre o 
Juiz e as Partes: 
ƒ O Juiz fica entre as Partes, como autoridade pública 
competente para dirimir o conflito, demonstrando o 
distanciamento e como a figura independente que separa os 
dois polos da relação processual. 
ƒ O Juiz fica equidistante do Autor e do Réu, demonstrando 
a Imparcialidade do Magistrado (Princípio Processual 
Constitucional da Imparcialidade), sem o vínculo direto com 
as partes, em igualdade de distanciamento. 
ƒ Muitos também conceituam esta relação como ANGULAR, 
pois no Triângulo há um ângulo exatamente na figura do 
JUIZ. 
Quem são as PARTES do Processo? 
As Partes são os sujeitos PARCIAIS do Processo, são os pedem
ou os que sofrem os referidos pedidos, sendo os legitimamente interessados 
no deslinde da questão posta em juízo. As Partes resumem-se ao AUTOR e ao 
RÉU, que são os legitimamente interessados na relação jurídico-processual. O 
Autor é o requerente e o Réu é o requerido. As Partes podem assumir diversas 
denominações a depender dos diversos tipos de processos (impetrante e 
impetrado, credor e devedor, denunciante e denunciado, etc). 
Por outro lado, no processo existe a figura imparcial que decide o 
conflito: o JUIZ. 
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Assim, o processo agrega os seguintes sujeitos: 
ƒ Sujeitos PARCIAIS: as PARTES do Processo (Autor e Réu) 
ƒ Sujeito IMPARCIAL: o JUIZ
Para o sujeito ser autor e réu em um Processo Judicial (ser sujeito 
processual) é necessário o preenchimento dos requisitos processuais mínimos 
a seguir listados: 
1. Capacidade de Ser PARTE – terá capacidade de ser 
parte no processo todo aquele que for um Sujeito de 
Direito. O conceito de Sujeito de Direito confunde-se, 
em regra, com a definição de personalidade civil (ser 
sujeito de direitos e obrigações na órbita do Direito). 
Assim, todo Sujeito de Direito em sentido amplo tem 
capacidade de ser parte em algum processo. Mas quem 
são, de fato, os Sujeitos de Direito? Resposta: toda 
pessoa natural (física/humana) ou jurídica, bem 
como os entes despersonalizados (espólio, herança 
jacente e vacante, massa falida, condomínio, 
sociedades sem personalidade jurídica, órgãos públicos, 
etc) e o nascituro (embrião pendente de nascimento). 
Todos esses têm, em tese, capacidade de ser Parte no 
Processo Judicial, têm aptidão para adquirir direitos e 
contrair obrigações na vida civil. 
2. Capacidade de Estar em Juízo (Capacidade 
Processual ou Legitimidade ad processum) – é a 
capacidade de exercitar os direitos em juízo, isto é, a 
capacidade de fato de estar em juízo. Só pensar que, 
apesar de todos os sujeitos de direito ostentarem 
status suficiente para adquirem direitos, nem todos 
podem pleitear por conta própria seus direitos na 
esfera judicial. Exemplo: uma criança de 5 ANOS não 
pode interpor uma Ação Judicial sem a representação 
de seus genitores ou responsáveis (representantes 
legais). A criança possui capacidade ser parte (é 
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sujeito de direito e possui direitos), mas não tem 
capacidade de estar em juízo por conta própria. 
Observação: não confundir Capacidade de Estar em Juízo com 
Capacidade Postulatória, que consiste na habilitação técnica para 
representação em juízo, ou seja, na aptidão para procurar em juízo (restrita 
aos Advogados, Procuradores Estatais, Defensores Públicos e Membros do 
Ministério Público). Estudaremos linhas à frente acerca da Capacidade 
Postulatória. 
O art. 7º do Código de Processo Civil (CPC) tem uma redação 
pouco técnica, ao prevê que toda pessoa que se acha no exercício dos seus 
direitos tem capacidade de estar em juízo. Na realidade, todos os sujeitos de 
direito (mais amplo que “toda pessoa”) têm capacidade de ser parte, mas nem 
todas têm capacidade de estar em juízo por conta própria. 
CPC 
Art. 7o Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos
tem capacidade para estar em juízo. 
Os INCAPAZES civilmente para a prática dos atos da vida civil são 
classificados em Absolutamente ou Relativamente Incapazes (arts. 3 e 4 do 
Código Civil de 2002 – CC-02). No âmbito do Direito Civil, o CC-02 define 
quem são cada um: 
Absolutamente incapazes: 
1. os menores de 16 ANOS; 
2. os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para a prática desses atos; 
3. os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir 
sua vontade. 
Relativamente incapazes: 
1. os maiores de 16 e menores de 18 ANOS; 
2. os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por 
deficiência mental, tenham o discernimentoreduzido; 
3. os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
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4. os pródigos. 
Os incapazes civilmente são também incapazes para estar em 
juízo. Esta incapacidade poderá ser suprida pela Representação ou Assistência 
dos Pais, Tutores ou Curadores. Os Absolutamente incapazes são 
Representados, já os Relativamente incapazes são apenas Assistidos. 
Desse modo, o menor de 14 ANOS é Representado pelos seus Pais em Juízo, já 
o menor de 17 ANOS é apenas Assistido pelos Pais. 
O representante ou assistente não assume a posição de PARTE no 
processo, tão somente comparece para suprir a incapacidade do representado 
ou assistido. 
CPC 
Art. 8o Os incapazes serão representados ou assistidos por seus 
pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil. 
Legitimidade Ad Processum X Legitimidade Ad Causam. 
Observação: Não confundir Capacidade de Estar em Juízo 
(Legitimidade ad processum – para o processo) com a Legitimidade Ad 
Causam, que é uma das Condições da Ação. 
Enquanto que a ausência de capacidade de estar em juízo
(Legitimidade Ad Processum – para o processo) gera a nulidade do processo, 
posto a parte não ter a capacidade própria para atuar no processo (ex: 
processo instaurado por criança de 10 ANOS sem a assistência dos Pais), a 
falta de Legitimidade Ad Causam (para a causa) gera a extinção do processo 
sem resolução de mérito, por carência de ação. 
ƒ Legitimidade Ad Processum – Pressuposto processual 
(ausência gera nulidade do processo) 
ƒ Legitimidade Ad Causam – Condição da Ação (ausência 
gera a extinção do processo sem resolução de mérito, por 
carência de ação). 
A Legitimidade Ad Causam, como uma das condições da ação, é a 
relação que o titular do direito material tem com o direito processual, que só 
poderá ser aferida no caso concreto do processo, nunca em abstrato. O juízo 
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acerca da legitimidade ad processum é realizado em abstrato (basta ter 
capacidade para estar em juízo para ter preenchido o requisito da legitimação 
para o processo), a legitimidade ad causam é aferida pelo Juiz quando do 
exame das condições da ação, se a parte tem real relação com o direito 
material posto em juízo. 
Fiquem tranquilos, pois o exame das Condições da Ação não é 
objeto desta específica aula. 
Curador Especial. 
A Lei impõe a necessidade de nomeação de Curador Especial aos 
seguintes sujeitos, em virtude do interesse público envolvido e pela 
necessidade de observância do contraditório e da ampla defesa (art. 9º do 
CPC): 
o ao INCAPAZ, se não tiver representante legal, ou se os 
interesses do incapaz colidirem com os do representante; 
o ao RÉU PRESO e ao RÉU REVEL (que não compareceu em 
juízo) citado por edital ou com hora certa. 
A Lei impõe que nas comarcas onde houver Representante Judicial 
de incapazes ou de ausentes previamente definido, a este competirá a função 
de curador especial. 
Capacidade Processual dos Cônjuges (Pessoas Casadas). 
A regra é que os cônjuges têm independência para defenderem-se 
e atuarem judicialmente no interesse de seus direitos. No entanto, o CPC 
estabelece algumas restrições, tanto para interporem ações quanto para serem 
réus em determinados processos. 
o Limitação para Propor Ação (restrição à Capacidade 
Processual Ativa/Autor): para propor ação que verse sobre 
direitos reais IMOBILIÁRIOS o cônjuge precisa do 
consentimento do outro. Exemplo: um dos cônjuges deseja 
entrar com uma Ação Reivindicatória de um determinado 
bem IMÓVEL, para tanto, necessita do consentimento do 
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outro. 
Observações: 
a) esta restrição é apenas para proposição desta ação 
sobre direitos reais IMOBILIÁRIOS. Qualquer outra 
ação que verse sobre outro direito não necessita de 
autorização ou consentimento. 
b) Atenção que é direito real Imobiliário (sobre Imóveis) 
e não Mobiliário (bens móveis). 
c) Não se trata de Litisconsórcio Necessário Ativo, que não 
existe, isto é, a Lei não está obrigando ao cônjuge 
entrar uma Ação/Demanda em juízo necessariamente 
com o outro. Apenas se exige o seu 
consentimento/autorização. 
d) Ações que versam sobre direito real imobiliário: 
desapropriação indireta; execução de hipoteca; 
usucapião e divisória de imóvel, etc. 
e) Se os cônjuges forem casados no regime da 
Separação Absoluta de Bens não se aplica esta 
obrigatoriedade de consentimento (art. 1647 do CC-
02); faz sentido, não é verdade? 
o Limitação para ser RÉU (restrição à Capacidade Processual 
Passiva/Réu): será necessária a citação de ambos os 
cônjuges (marido e mulher) nas ações que versarem sobre: 
1. que versem sobre direitos reais IMOBILIÁRIOS; 
2. resultantes de fatos que digam respeito a ambos os 
cônjuges ou de atos praticados por eles. Exemplo: 
descumprimento de contrato de aluguel (direito 
pessoal). 
3. fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da 
família, mas cuja execução tenha de recair sobre o 
produto do trabalho da mulher ou os seus bens 
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reservados; 
4. que tenham por objeto o reconhecimento, a 
constituição ou a extinção de ônus sobre imóveis de 
um ou de ambos os cônjuges. 
Caso específico de Ações Possessórias. Regra: no caso de ações 
possessórias, que envolvam a posse de determinado bem imóvel, o cônjuge 
não precisa do consentimento do outro. Exceção: será necessária a 
participação do outro cônjuge na hipótese de composse ou de ato por 
ambos praticados. 
É admissível suprimento judicial do consentimento do cônjuge
quando a recusa não for devidamente justificada ou não seja possível 
obtê-la. Se o consentimento do cônjuge não for conferido ou não for suprido 
por via judicial, o processo será invalidado (causa de nulidade processual). 
Representação Judicial dos sujeitos de direito. 
O CPC elenca os representantes judiciais (tanto no polo ativo 
quanto no passivo) dos seguintes sujeitos de direito: 
o a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, 
por seus PROCURADORES; 
o o MUNICÍPIO, por seu *Prefeito* ou Procurador – os 
anteriores são representados apenas pelos Procuradores, já o 
Município pode ser representado pelo próprio Prefeito! 
o a Massa falida, pelo SÍNDICO – dica: o Edifício Faliu, 
chama o Síndico para resolver! rsrs; 
o a Herança jacente ou vacante, por seu CURADOR – a 
Herança jacente é aquela em não foram identificados 
herdeiros, enquanto que a Herança vacante é aquela em 
nenhum herdeiro existente habilitou-se para receber a 
herança. Não confundir Herança com Inventariante! Só 
lembrar que VACA doente precisa de CURADOR, rsrs, entãoHerança Jacente e VACAnte são representados por 
CURADOR. 
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o o ESPÓLIO, pelo inventariante – o espólio é conjunto de 
bens e direitos deixado pelo falecido (de cujos), que precisa 
de um administrador provisório até o término da sucessão. O 
CPC determina que se o inventariante for Dativo
(designado pelo Juiz temporariamente), todos os herdeiros e 
sucessores do falecido serão considerados como autores ou 
réus nas Ações do espólio. 
o as Pessoas Jurídicas, por quem os respectivos estatutos 
designarem, ou, não os designando, por seus Diretores; 
o as Sociedades SEM personalidade jurídica, pela pessoa a 
quem couber a administração dos seus bens – há 
sociedades que não foram devidamente registradas, por isso 
são sem personalidade jurídica. A sua representação é 
realizada pelo Administrador dos seus bens. Estas 
Sociedades sem personalidade jurídica não podem opor 
perante os possíveis autores sua irregularidade de 
constituição. Assim, uma sociedade irregular não pode alegar 
sua irregularidade como fundamento para não responder ao 
processo e as respectivas obrigações dele decorrentes. 
o a Pessoa Jurídica estrangeira, pelo gerente, 
representante ou administrador de sua filial, agência ou 
sucursal aberta ou instalada no Brasil. O gerente da Pessoa 
Jurídica Estrangeira tem presunção legal de autorização para 
receber citação de qualquer espécie de processo em nome da 
representada. 
o o Condomínio, pelo Administrador ou pelo Síndico. 
Sanação da incapacidade processual. 
Se o Juiz verificar que a parte não tem a capacidade processual 
exigida pela lei, deve suspender o processo e marcar prazo para sua sanação. 
Exemplo: se um menor interpõe ação em nome próprio sem o representante 
legal ou assistente; nesse caso o Juiz suspende o processo e marca prazo para 
que se apresente com seus pais, tutores ou curadores. 
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Caso não seja sanado a tempo o vício quanto à incapacidade 
processual, restará ao Juiz adotar as seguintes medidas: 
o Incapacidade do AUTOR - o juiz decretará a nulidade do 
processo; 
o Incapacidade do RÉU - reputar-se-á REVEL; 
o Incapacidade de TERCEIRO - será excluído do processo. 
b. Deveres das Partes e dos Procuradores. 
Deveres. 
As Partes têm diversos deveres e ônus quando litigam 
judicialmente, cujo descumprimento pode acarretar sanções processuais pela 
litigância de má-fé. São deveres das partes e de todos aqueles que de 
qualquer forma participam do processo: 
o expor os fatos em juízo conforme a verdade (ajudar ao 
Poder Judiciário na busca da Justiça – meio utópico); 
o proceder com lealdade e boa-fé (Princípio da Lealdade 
Processual); 
o não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que 
são destituídas de fundamento; 
o não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou 
desnecessários à declaração ou defesa do direito. 
o cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não 
criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de 
natureza antecipatória ou final. 
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A violação deste 5º dever implica em ato atentatório à jurisdição, 
podendo o Juiz aplicar MULTA de até 20% do valor da causa, que, se não 
for paga, será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado. Consoante o 
CPC, não se incluem nesta regra os Advogados que se sujeitam 
exclusivamente ao Estatuto da OAB. O STF decidiu que esta regra aplica-se a 
todos os Advogados, inclusive aos Advogados públicos, que são regidos 
também por Estatutos específicos. 
Proibição. 
As Partes e seus Advogados não podem utilizar palavras injuriosas
nas peças processuais escritas apresentadas no processo e em sua defesa oral. 
Caso escrita palavra injuriosa, o Juiz poderá mandar riscá-las, e se proferida 
oralmente, poderá cassar da palavra após prévia advertência repressora. 
Litigância de Má-fé. 
A despeito de cada parte almejar vitória de sua pretensão em 
juízo, a parcialidade não é motivo para deslealdade no processo. A briga no 
processo tem regras e princípios éticos que precisam ser observados. É só 
lembrar que até na Guerra existem regras recíprocas que cada parte 
beligerante respeita. No processo não é diferente, devendo-se respeitar a boa-
fé processual. 
A Boa-fé é uma regra de conduta, um princípio que impõe aos 
sujeitos da relação jurídica o dever de comportar-se de acordo com a confiança 
e a lealdade entre as partes. Os sujeitos têm um dever de se comportar com 
boa-fé objetiva, com lealdade, respeito. O processo é uma Guerra civilizada, 
rodeada de regras. 
Por isso, o Autor, o Réu ou o terceiro interveniente que litigar 
no processo com má-fé responderá pelos danos processuais causados. A Lei 
presume como Litigância de má-fé da parte que: 
o deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei
ou fato incontroverso. Exemplo: Lei determina que proíbe 
o consumo de drogas entorpecentes e o autor pleiteia em 
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juízo autorização judicial para o consumo. 
o alterar a verdade dos fatos – caso de parte que tenta 
ludibriar o magistrado e as partes envolvidas com medidas 
furtivas e fraudulentas; 
o usar do processo para conseguir objetivo ilegal – Exemplo: 
autor que ajuíza ação de execução sabendo da falsidade da 
Nota Promissória; 
o opuser resistência injustificada ao andamento do processo – 
Exemplo: interpuser petições simples sucessivas visando 
confundir o magistrado qual medida adotar; 
o proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato 
do processo; 
o provocar incidentes manifestamente infundados – 
Exemplo: solicitação de perícia para fato que notoriamente 
independe desta espécie de produção de provas; 
o interpor recurso com intuito manifestamente protelatório - 
apresentar sucessivos embargos declaratórios sem 
fundamento, visando atrapalhar o cumprimento da decisão 
judicial já adotada. 
Sanções ao Litigante de Má-Fé: 
ƒ MULTA de até 1% do valor da causa
ƒ dever de indenizar os prejuízos sofridos pela outra parte, 
que não pode ser superior a 20% do valor da causa; se o 
Juiz verificar que os prejuízos sejam superiores a 20%, 
mandará liquidar por arbitramento de ofício ou a 
requerimento; 
ƒ honorários advocatícios e despesas que efetuou 
Observação: se forem dois ou mais litigantes de má-fé, o Juiz 
condenará cada um deles na proporção do interesse na causa, ou condenará 
de forma solidária (conjunta e igualmente) as partes que tenham se unido 
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para lesar a parte contrária. 
CPC 
Art. 18 O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará 
o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a um por 
cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos 
prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas 
as despesas que efetuou. (Redação dada pela Lei nº 9.668, de 
1998) 
§ 1o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz 
condenará cada um na proporção do seu respectivo interesse na 
causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a 
parte contrária. 
§ 2o O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em 
quantia não superior a 20% (vinte por cento) sobre o valor da 
causa, ou liquidado por arbitramento. (Redação dada pela Lei nº 
8.952, de 1994) 
Despesas e Multas Processuais. 
O serviço de tutela jurisdicional prestado pelo Estado é considerado 
como serviço público remunerado, ressalvados os casos de concessão de 
justiça gratuita aos considerados destituídos de recursos financeiros suficientes 
para “bancar” os custos judiciais sem prejuízo de sua subsistência. 
Se a Justiça fosse sempre gratuita, muitos demandariam perante o 
Poder Judiciário de forma irresponsável e inconsequente, inviabilizando o 
trabalho jurisdicional. 
Apesar de não haver tanta relevância, a doutrina costuma 
classificar os gastos ou custas processuais em três subespécies: Custas, 
Despesas Processuais e Honorários Advocatícios. 
As Custas são verbas pagas aos serventuários da Justiça e aos 
cofres públicos pela prática do ato processual realizado. Já as Despesas 
Processuais abarcam os demais gastos realizados pelas partes na prática dos 
atos processuais, com exclusão dos honorários advocatícios (todos os demais 
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custos dos atos do processo: indenização de viagem, diárias de partes e 
testemunhas, remuneração do assistente técnico, etc). Os Honorários 
Advocatícios são verbas devidas à parte vencedora da demanda pelos custos 
suportados com seu Procurador devidamente habilitado. 
O pagamento das despesas processuais deve ser realizado pelas 
partes, em regra, de forma antecipada. É ônus processual da parte o dever 
de pagamento antecipado das despesas dos atos processuais que realizar ou 
requerer no processo. Se o autor interpõe uma Ação, em regra tem o dever 
comprovar o pagamento das custas judiciais juntamente com a Petição Inicial 
da Ação. 
Assim, a prática de cada ato processual implicará no dever de 
pagamento prévio, antes de sua realização. Registre-se que ao AUTOR cabe 
antecipar (adiantar) as despesas dos atos que o Juiz ordenar de ofício ou a 
requerimento do Ministério Público. É muito comum os alunos confundirem 
como atribuição do Réu! Cuidado, pois cobram frequentemente este ponto em 
prova. 
CPC 
Art. 19. Salvo as disposições concernentes à justiça gratuita, cabe 
às partes prover as despesas dos atos que realizam ou requerem 
no processo, antecipando-lhes o pagamento desde o início até 
sentença final; e bem ainda, na execução, até a plena satisfação do 
direito declarado pela sentença.
§ 1o O pagamento de que trata este artigo será feito por ocasião 
de cada ato processual. 
§ 2o Compete ao autor adiantar as despesas relativas a atos, cuja 
realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do 
Ministério Público. 
A Parte vencida (sucumbente) terá a obrigação de ressarcir à 
Parte vencedora todos os gastos que antecipou, isto porque a Parte que logrou 
êxito com o processo não pode assumir um ônus que, pelo menos em tese, 
não deve ser seu. A parte vencida, por não observar o direito da vencedora, foi 
quem deu causa à instauração do processo, portanto ela também deve arcar 
com as consequencias processuais de seu comportamento. 
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Neste dever de ressarcimento por parte do Sucumbente incluem-se 
todas as Custas, Despesas Processuais e Honorários Advocatícios. 
Há casos em que não necessariamente a Parte perdedora no 
processo arcará com as despesas processuais. Exceções à regra da 
Sucumbência: 
1. Se o RÉU não argüir na sua resposta fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor, dilatando o 
julgamento da lide, será condenado nas custas a partir do 
saneamento do processo e perderá, ainda que vencedor na 
causa, o direito a haver do vencido honorários advocatícios – 
esta é uma previsão legal para o caso do Réu possuir 
fundamento para extinguir o processo, não o faz de forma 
deliberada ou culposa, atrasando o término do processo. 
2. Quando a parte pratica atos manifestamente protelatórios, 
impertinentes ou supérfluos terá que arcar com as despesas, 
diante da má-fé processual. Para tanto, a outra parte deverá 
necessariamente impugnar o ato irregular. 
3. O autor que desistir do Processo ou a parte que reconhecer 
o pedido, arcará com as despesas processuais e honorários 
advocatícios. Se a desistência ou o reconhecimento for 
apenas parcial, a responsabilidade das despesas e dos 
honorários será proporcional à parte de que se desistiu ou 
que se reconheceu. 
4. Se as partes celebrarem transação judicial (Acordo), as 
despesas serão divididas igualmente. 
5. Hipótese de Sucumbência Recíproca - quando o autor e/ou 
o réu saem vencido e vencedor do processo. Isto é, parte da 
demanda foi julgada procedente e parte dela improcedente. 
Nesta situação as despesas e os honorários serão recíproca e 
proporcionalmente distribuídos e compensados entre as 
partes. O CPC prevê que se uma parte decair tão somente de 
uma parte mínima do pedido, a outra responderá 
integralmente pelas despesas e honorários. Esta é uma 
medida razoável, pois se não há uma efetiva 
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sucumbência da parte, também não existe motivo para arcar 
com metade das custas. 
Honorários Advocatícios. 
Ao final do processo o Juiz condenará o perdedor (sucumbente) ao 
pagamento das despesas que a outra parte antecipou e honorários 
advocatícios. Interessante notar que os honorários são fixados somente por 
Sentença, nunca por Despachos ou Decisões Interlocutórias. Já as Custas e 
outras Despesas podem ser fixadas por qualquer decisão. Inclusive, nas 
decisões de Incidentes processuais ou de Recursos, o Juiz deve condenar 
nas respectivas despesas a parte vencida (estas são quase sempre decisões 
interlocutórias). 
Importante ressaltar que os Honorários Advocatícios são devidos
mesmo na hipótese do Advogado funcionar em causa própria. Ou seja, se a 
parte (autor ou réu) for também Advogado e atuar sem outro Procurador, terá 
seu direito aos Honorários plenamente resguardados. 
Mas qual será o valor dos honorários? 
O Juiz fixará os honorários advocatícios entre 10% e 20% do 
valor da condenação sofrida pela partesucumbente, observando-se os 
seguintes critérios para definição específica do percentual: 
ƒ o grau de zelo do profissional; 
ƒ o lugar de prestação do serviço; 
ƒ a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo 
advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
Todos são critérios subjetivos, mas ajudam o Magistrado na fixação 
dos honorários. 
Todavia, há casos em que não existe específico valor de 
condenação do feito que sirva de parâmetro para definição dos honorários. 
Para tais hipóteses o CPC prevê que o Juiz fixará por mera apreciação 
equitativa (juízo de equidade Æ razoabilidade + igualdade), também com 
base nos critérios definidos acima, que são: 
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1. causas de pequeno valor 
2. causas de valor inestimável 
3. causas em que não houver condenação ou for vencida a 
Fazenda Pública (Fazenda Pública representa a União, 
Estados, DF e Municípios, e respectivas pessoas jurídicas de 
direito público) 
4. nas Execuções, sejam embargadas ou não 
Regras gerais acerca das despesas processuais: 
a) Se houver mais de um autor ou mais de um réu, as partes 
vencidas responderão de forma proporcional pelas despesas 
e honorários. Exemplo: 3 réus sucumbentes no Processo 
devem responder em partes iguais por todas as despesas 
(rateio entre os 3). 
b) Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas 
serão adiantadas pelo requerente, mas rateadas entre os 
interessados. 
c) Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados 
pagarão as despesas proporcionalmente aos seus 
quinhões. Exemplo: Ação de Divisão e Demarcação de Terra; 
Ação de Inventário, etc. 
d) As despesas dos atos processuais, efetuados a requerimento 
do Ministério Público ou da Fazenda Pública, serão pagas 
a final pelo VENCIDO. Lembro que o AUTOR adianta as 
despesas dos atos processuais determinados pelo Juiz de 
Ofício ou a requerimento do MP. 
e) Caso o processo seja extinto sem resolução do mérito da 
causa (sem análise de mérito), por pedido do Réu, o Autor 
até poderá apresentar nova ação com o mesmo objeto e 
fundamento, mas terá que antecipadamente pagar ou 
depositar em cartório as despesas e honorários em que foi 
condenado. Assim, se o Autor não comprovar o efetivo 
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19 
pagamento das despesas da ação anterior ele ficará impedido 
de intentar nova ação. 
f) Se o ato processual tiver que ser repetido ou adiado, as 
despesas correspondentes ficarão a cargo da parte, do 
serventuário, do órgão do Ministério Público ou do Juiz que, 
sem justo motivo, houver dado causa ao adiamento ou à 
repetição. Nesse caso até o Juiz pode ser o responsável 
pelas despesas processuais! 
g) O servidor que receber custas indevidas ou excessivas é 
obrigado a restituí-las, incorrendo em MULTA até o 
DOBRO (2 vezes) do valor das respectivas custas. 
h) Em caso de Assistência de Parte incapaz, caso este seja 
vencido ao final do processo, o seu assistente será 
condenado nas custas em proporção à atividade que houver 
exercido no processo. Apesar de não ser o titular do direito 
em questão judicial, o assistente será condenado de forma 
proporcional a sua atuação no processo. 
i) Custas de Perito e Assistente Técnico: 
a. a parte que indicar Assistente Técnico para auxiliar 
no feito arcará com sua remuneração; 
b. a remuneração do PERITO também será paga pela 
parte que houver requerido o exame, salvo se for 
requerida por ambas as partes ou determinada pelo 
Juiz de ofício, hipótese em que será o AUTOR o 
responsável pelo pagamento. 
j) O Juiz poderá determinar que a parte responsável pelo 
pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o 
valor correspondente a essa remuneração. O valor será 
entregue ao perito após a apresentação do laudo, facultada a 
sua liberação parcial, quando necessária. 
k) Aplicam-se estas regras quanto às despesas processuais à 
reconvenção, à oposição, à ação declaratória incidental e aos 
procedimentos de jurisdição voluntária, no que couber. 
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l) Sanções processuais por Má-Fé (estudadas acima): 
a. As sanções impostas às partes em conseqüência de 
má-fé serão contadas como custas e reverterão em 
benefício da parte contrária; 
b. as impostas aos serventuários pertencerão ao Estado. 
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c. Procuradores. 
Como o Direito é um ramo do conhecimento bastante técnico e 
extenso, faz-se imprescindível a figura de um sujeito habilitado em curso 
superior com capacidade para postular em juízo. Daí a imprescindibilidade do 
Advogado para o efetivo acesso à Justiça. O Advogado é o profissional 
devidamente habilitado para representar a parte no processo, exercendo com 
técnica as faculdade conferidas à parte pelas leis do processo. 
Para atuar em juízo, além da capacidade de ser parte e da 
capacidade de estar em juízo, é necessária a representação por pessoa com 
Capacidade Postulatória, que consiste na habilitação técnica para 
representação em juízo, ou seja, na aptidão para procurar em juízo (restrita 
aos Advogados, Procuradores Estatais, Defensores Públicos e Membros do 
Ministério Público). 
Em regra, o processo no qual a parte se faça representar por quem 
não possui a habilitação legal para o exercício da Advocacia é considerado 
nulo. No entanto, nos casos abaixo a Lei faculta às Partes postularem em juízo 
diretamente, sem a presença de Advogado: 
1) em causa própria, quando tiver habilitação legal (quando já 
for Advogado) 
2) mesmo sem ser Advogado (sem habilitação legal), quando 
faltar Advogado no lugar ou recusa ou impedimento dos que 
houver. 
3) causas do Juizado Especial Cível, com valores de até 20 
Salários-Mínimos (Lei nº 9.099/95) 
Mandato ou Procuração. 
Para que o Procurador/Advogado possa representar a parte em 
juízo é necessário que esta outorgue poderes ao seu representante por meio 
de Procuração, por instrumento público ou particular. Sem a procuração em 
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mãos o Advogado não está autorizado a atuar em nome do seu cliente. 
A procuração pode ser assinada digitalmente com base em 
certificado emitido por Autoridade Certificadora credenciada. Esta previsão 
adequa-se ao processo eletrônico que está sendo implantado em todo o Poder 
Judiciário nacional. 
Para que o Advogadopossa praticar atos no processo, basta que a 
procuração contenha a chamada Cláusula Ad Judicia (Procuração Geral para o 
Foro), salvo os atos processuais a seguir listados, que dependem de 
autorização especial (poderes específicos): receber citação inicial, 
confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, 
renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e 
firmar compromisso. 
O instrumento de procuração jamais será dispensado, mas a Lei 
autoriza a prática de medidas de urgência (para evitar prescrição, decadência 
e em outras hipóteses excepcionais). Nesses casos urgentes o Advogado deve 
apresentar a procuração no prazo de 15 DIAS, prorrogável por + 15 DIAS. 
Para tanto o Advogado não precisa prestar caução como garantia da 
apresentação da Procuração. 
Se não for apresentada a procuração dentro do prazo dado, os atos
praticados pelo Advogado são considerados INEXISTENTES e o Advogado 
será responsabilizado pelas custas e perdas e danos ocasionados no processo. 
A parte poderá substituir o seu Advogado a qualquer tempo por 
meio da revogação do mandato, constituindo automaticamente outro 
representante judicial por nova procuração. 
Competência do Advogado. 
O Advogado, quando da atuação em qualquer feito processual 
deve: 
1) declarar, na Petição Inicial (Autor) ou na Contestação (Réu), 
o endereço em que receberá intimação dos atos processuais 
praticados no processo – caso seja declarado o endereço, o 
Juiz determinará, antes mesmo da citação do réu, que seja 
suprida a lacuna no prazo de 48 HORAS, sob pena de 
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indeferimento da Petição Inicial; 
2) comunicar ao escrivão do processo qualquer mudança de 
endereço – nesse caso, se descumprida esta determinação, 
serão reputadas válidas as intimações enviadas. 
Direitos do Advogado. 
Direitos básicos de todo e qualquer Advogado no Processo Civil: 
1) examinar, em cartório de justiça e secretaria de tribunal, 
autos de qualquer processo, com a ressalva dos processos 
que tramitam em segredo de justiça (processos que 
envolvam interesse público, casamento, filiação, separação 
dos cônjuges, conversão em divórcio, alimentos e guarda de 
menores) – qualquer processo poderá ser examinado, mas 
não poderá ser realizada carga do feito (vista dos autos); 
2) requerer, como Procurador da Parte (com instrumento de 
procuração), vista dos autos (carga do feito) de qualquer 
processo pelo prazo de 5 DIAS; 
3) retirar os autos do cartório ou secretaria, pelo prazo 
legal, sempre que lhe competir falar neles por determinação 
do juiz. 
Observação: se as partes tiverem prazos em comum para 
manifestação nos autos (para ambas as partes e simultaneamente), somente 
poderá ser retirado os autos do processo se for em conjunto ou com acordo 
das partes, com expressa petição nos autos. Exemplo: prazo para 
manifestação de ambas as partes acerca de prova produzida. 
É possível também que cada Procurador possa retirar os autos do 
Cartório por até 1 HORA para retirar cópia dos autos. Esta retirada rápida não 
precisa de ajuste entre a partes. 
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EXERCÍCIOS COMENTADOS 
QUESTÃO 95: PM - DF - Oficiais Policiais Militares [CESPE] – 
05/09/2011. 
Para propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários, os cônjuges 
necessitam do consentimento um do outro. 
COMENTÁRIOS: 
Limitação dos Cônjuges para Propor Ação (restrição à 
Capacidade Processual Ativa/Autor): para propor ação que verse sobre 
direitos reais IMOBILIÁRIOS o cônjuge precisa do consentimento do outro. 
Exemplo: um dos cônjuges deseja entrar com uma Ação Reivindicatória de um 
determinado bem IMÓVEL, para tanto, necessita do consentimento do outro. 
RESPOSTA CERTA: C 
QUESTÃO 96: DPU - Agente Administrativo [CESPE] – 30/05/2011. 
Marcos constituiu Fernando como seu advogado e, para tanto, outorgou-lhe 
poderes para o foro em geral mediante instrumento particular. 
Nessa situação hipotética, Fernando 
a) não poderá opor exceção de impedimento do juiz. 
b) poderá receber citação inicial. 
c) poderá renunciar ao direito sobre que se funda a ação. 
d) não poderá realizar transação com a parte contrária sobre o direito em que 
se funda a ação. 
e) poderá desistir da ação, desde que haja certeza de provimento final 
desfavorável. 
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COMENTÁRIOS: 
Para que o Advogado possa praticar atos no processo, basta que a 
procuração contenha a chamada Cláusula Ad Judicia (Procuração Geral para o 
Foro), salvo os atos processuais a seguir listados, que dependem de 
autorização especial (poderes específicos): receber citação inicial, 
confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, 
renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e 
firmar compromisso. 
Como a outorga de procuração foi com cláusula ad judicia, o 
Advogado não tem poderes especiais e não poderá realizar transação com a 
parte contrária. 
RESPOSTA CERTA: D
QUESTÃO 97: DPU - Agente Administrativo [CESPE] – 30/05/2010. 
Quanto ao que estabelece o Código de Processo Civil acerca dos deveres das 
partes e seus procuradores no processo, assinale a opção correta. 
a) Os honorários advocatícios em favor do vencedor serão fixados, na 
sentença, consoante apreciação equitativa do juiz. 
b) Será considerada litigante de má-fé a parte que produzir provas 
desnecessárias à defesa do seu direito. 
c) Se o advogado empregar expressões injuriosas em petição interposta, o juiz 
mandará desentranhá-la dos autos. 
d) As despesas a que se sujeita o vencido a pagar ao vencedor abrangem tão 
somente as custas dos atos do processo. 
e) Se o juiz determinar de ofício a realização de um ato processual, caberá ao 
autor da ação adiantar as despesas. 
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COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. Ao final do processo o Juiz condenará o perdedor 
(sucumbente) ao pagamento das despesas que a outra parte antecipou e 
honorários advocatícios. Interessante notar que os honorários são fixados 
somente por Sentença, nunca por Despachos ou Decisões Interlocutórias. Já 
as Custas e outras Despesas podem ser fixadas por qualquer decisão. 
Inclusive, nas decisões de Incidentes processuais ou de Recursos, o Juiz 
deve condenar nas respectivas despesas a parte vencida (estas são quase 
sempre decisões interlocutórias). 
Importante ressaltar que os Honorários Advocatícios são devidos
mesmo na hipótese do Advogado funcionar em causa própria. Ou seja, se a 
parte (autor ou réu) for também Advogado e atuar sem outro Procurador, terá 
seu direito aos Honorários plenamenteresguardados. 
Mas qual será o valor dos honorários? 
O Juiz fixará os honorários advocatícios entre 10% e 20% do 
valor da condenação sofrida pela parte sucumbente, observando-se os 
seguintes critérios para definição específica do percentual: 
ƒ o grau de zelo do profissional; 
ƒ o lugar de prestação do serviço; 
ƒ a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo 
advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
Todos são critérios subjetivos, mas ajudam o Magistrado na fixação 
dos honorários. 
Todavia, há casos em que não existe específico valor de 
condenação do feito que sirva de parâmetro para definição dos honorários. 
Para tais hipóteses o CPC prevê que o Juiz fixará por mera apreciação 
equitativa (juízo de equidade Æ razoabilidade + igualdade), também com 
base nos critérios definidos acima, que são: 
1. causas de pequeno valor 
2. causas de valor inestimável 
3. causas em que não houver condenação ou for vencida a 
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Fazenda Pública (Fazenda Pública representa a União, 
Estados, DF e Municípios, e respectivas pessoas jurídicas de 
direito público) 
4. nas Execuções, sejam embargadas ou não 
O erro do item é prevê que a fixação dos honorários será por 
apreciação equitativa do Juiz. Na realidade, deve obedever aos limites de 10 a 
20%, conforme critérios acima. A apreciação equitativa somente ocorrerá se 
não houver valor de condenação especificado. 
Item B – errado. Provas desnecessárias não é hipótese de litigância de má-fé. 
A parte pode produzir as provas que entender necessárias. 
Item C – errado. As Partes e seus Advogados não podem utilizar palavras 
injuriosas nas peças processuais escritas apresentadas no processo e em sua 
defesa oral. Caso escrita palavra injuriosa, o Juiz poderá mandar riscá-las, e 
se proferida oralmente, poderá cassar da palavra após prévia advertência 
repressora. 
Item D – errado. A Parte vencida (sucumbente) terá a obrigação de 
ressarcir à Parte vencedora todos os gastos que antecipou, isto porque a Parte 
que logrou êxito com o processo não pode assumir um ônus que, pelo menos 
em tese, não deve ser seu. A parte vencida, por não observar o direito da 
vencedora, foi quem deu causa à instauração do processo, portanto ela 
também deve arcar com as consequencias processuais de seu comportamento. 
Neste dever de ressarcimento por parte do Sucumbente incluem-se 
todas as Custas, Despesas Processuais e Honorários Advocatícios. 
Item E – correto. Ao AUTOR cabe antecipar (adiantar) as despesas dos 
atos que o Juiz ordenar de ofício ou a requerimento do Ministério Público. É 
muito comum os alunos confundirem como atribuição do Réu! Cuidado, pois 
cobram frequentemente este ponto em prova. 
CPC 
Art. 19. 
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Ministério Público. 
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO 98: BRB – Advogado [CESPE] – 07/03/2010. 
Embora o direito reconheça às pessoas naturais e jurídicas a capacidade de 
serem partes no processo, ele abre exceções em alguns casos, como o do 
condomínio e o da sociedade de fato, a quem não impõe qualquer limite à sua 
atuação no processo. 
COMENTÁRIOS: 
Como vimos, os entes despersonalizados, como o condominío e a sociedade de 
fato, são sujeitos de direito, com prerrogativa de atuarem normalmente no 
âmbito judicial, desde que devidamente representados (Administrador ou 
Síndico). 
 
RESPOSTA CERTA: C 
QUESTÃO 99: TRE - BA - Técnico Judiciário – Administrativa [CESPE] – 
21/02/2010. 
Uma sociedade anônima será representada em juízo, ativa e passivamente, 
por quem os seus respectivos estatutos designarem, ou, estes não os 
designando, por seus diretores. 
COMENTÁRIOS: 
As Pessoas Jurídicas serão representadas por quem os respectivos 
estatutos designarem, ou, não os designando, por seus Diretores. 
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RESPOSTA CERTA: C 
QUESTÃO 100: TRT 17-ª Região - Analista Judiciário – Judiciária 
[CESPE] – 19/04/2009. 
Com referência às partes e aos procuradores em um processo civil, julgue os 
itens que se seguem. 
Não se confundem a responsabilidade de uma das partes por dano processual 
causado a outra com a responsabilidade destas pelas despesas processuais, 
sendo certo que, no primeiro caso, a lei processual enumera taxativamente as 
hipóteses em que se configura a responsabilidade por perdas e danos. 
COMENTÁRIOS: 
Uma coisa é a responsabilidade da parte por eventual dano processual causado 
e outra é a responsabilidade que qualquer parte tem para com as despesas 
processuais. 
O Autor, o Réu ou o terceiro interveniente que litigar no 
processo com má-fé responderá pelos danos processuais causados. A Lei 
presume como Litigância de má-fé da parte que: 
o deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei
ou fato incontroverso. Exemplo: Lei determina que proíbe 
o consumo de drogas entorpecentes e o autor pleiteia em 
juízo autorização judicial para o consumo. 
o alterar a verdade dos fatos – caso de parte que tenta 
ludibriar o magistrado e as partes envolvidas com medidas 
furtivas e fraudulentas; 
o usar do processo para conseguir objetivo ilegal – Exemplo: 
autor que ajuíza ação de execução sabendo da falsidade da 
Nota Promissória; 
o opuser resistência injustificada ao andamento do processo – 
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30 
Exemplo: interpuser petições simples sucessivas visando 
confundir o magistrado qual medida adotar; 
o proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato 
do processo; 
o provocar incidentes manifestamente infundados – 
Exemplo: solicitação de perícia para fato que notoriamente 
independe desta espécie de produção de provas; 
o interpor recurso com intuito manifestamente protelatório - 
apresentar sucessivos embargos declaratórios sem 
fundamento, visando atrapalhar o cumprimento da decisão 
judicial já adotada. 
RESPOSTA CERTA: C 
QUESTÃO 101: TRE - GO - Analista Judiciário – Administrativa [CESPE] 
– 01/02/2009. 
No regime de separação absoluta de bens, o cônjuge necessitará do 
consentimento do outro para propor ações que versem sobre direitos reais 
imobiliários. 
COMENTÁRIOS: 
Se os cônjuges forem casados no regime da Separação Absoluta de Bens 
não se aplica esta obrigatoriedade de consentimento (art. 1647 do CC-02). 
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO 102: TRE - GO - Analista Judiciário – Administrativa [CESPE] 
– 01/02/2009. 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
31 
O incapaz detém legitimação ou capacidade de ser parte processual. 
COMENTÁRIOS: 
Sim, pois é sujeito de direito e detém capacidade de ser parte. Ele não terá 
capacidade de estar em juízo! 
RESPOSTA CERTA: C 
QUESTÃO 103: PGE - AL - Procurador do Estado de Alagoas 1ª Classe 
[CESPE] – 25/01/2009. 
O dever de cumprir com exatidão os provimentos mandamentais atinge não só 
as partes, como também todos aqueles que, de alguma forma, participam do 
processo, ressalvando-se aos advogados sua sujeição exclusiva aos estatutos 
da OAB. 
COMENTÁRIOS: 
As Partes têm diversos deveres e ônus quando litigam 
judicialmente, cujo descumprimento pode acarretar sanções processuais pela 
litigância de má-fé. São deveres das partes e de todos aqueles que de 
qualquer forma participam do processo: 
o expor os fatos em juízo conforme a verdade (ajudar ao 
Poder Judiciário na busca da Justiça – meio utópico); 
o proceder com lealdade e boa-fé (Princípio da Lealdade 
Processual); 
o não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que 
são destituídas de fundamento; 
o não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou 
desnecessários à declaração ou defesa do direito. 
o cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e 
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32 
não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de 
natureza antecipatória ou final. 
A violação deste 5º dever implica em ato atentatório à jurisdição, 
podendo o Juiz aplicar MULTA de até 20% do valor da causa, que, se não 
for paga, será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado. Consoante o 
CPC, não se incluem nesta regra os Advogados que se sujeitam 
exclusivamente ao Estatuto da OAB. O STF decidiu que esta regra aplica-se a 
todos os Advogados, inclusive aos Advogados públicos, que são regidos 
também por Estatutos específicos, mas a questão seguiu a literalidade do CPC. 
RESPOSTA CERTA: C 
QUESTÃO 104: OAB - Exame de Ordem 2008-3 [CESPE] – 18/01/2009. 
A respeito das despesas e honorários, assinale a opção correta. 
a) Se o réu não arguir fato extintivo do direito do autor, dilatando o 
julgamento da lide, será condenado nas custas a partir do saneamento do 
processo. 
b) Se o autor decair de parte mínima do pedido, o juiz fixará os honorários 
advocatícios de forma equitativa. 
c) Havendo diversos autores ou diversos réus, todos responderão 
solidariamente pelos honorários advocatícios sucumbenciais. 
d) As despesas dos atos processuais efetuados a requerimento do MP serão 
pagas pelo autor. 
COMENTÁRIOS: 
Item A – correto. Se o RÉU não argüir na sua resposta fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor, dilatando o julgamento da lide, 
será condenado nas custas a partir do saneamento do processo e perderá, 
ainda que vencedor na causa, o direito a haver do vencido honorários 
advocatícios – esta é uma previsão legal para o caso do Réu possuir 
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33 
fundamento para extinguir o processo, não o faz de forma deliberada ou 
culposa, atrasando o término do processo. 
Item B – errado. Hipótese de Sucumbência Recíproca - quando o autor e/ou 
o réu saem vencido e vencedor do processo. Isto é, parte da demanda foi 
julgada procedente e parte dela improcedente. Nesta situação as despesas e 
os honorários serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados 
entre as partes. O CPC prevê que se uma parte decair tão somente de uma 
parte mínima do pedido, a outra responderá integralmente pelas despesas e 
honorários. Esta é uma medida razoável, pois se não há uma efetiva 
sucumbência da parte, também não existe motivo para arcar com metade das 
custas. 
Item C – errado. Se houver mais de um autor ou mais de um réu, as partes 
vencidas responderão de forma proporcional pelas despesas e honorários. 
Exemplo: 3 réus sucumbentes no Processo devem responder em partes iguais 
por todas as despesas (rateio entre os 3). 
Item D – errado. As despesas dos atos processuais, efetuados a requerimento 
do Ministério Público ou da Fazenda Pública, serão pagas a final pelo 
VENCIDO. Lembro que o AUTOR adianta as despesas dos atos processuais 
determinados pelo Juiz de Ofício ou a requerimento do MP. 
RESPOSTA CERTA: A
QUESTÃO 105: TRE - AP - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] - 
05/06/2011. 
Considere as seguintes assertivas a respeito dos deveres das partes e dos 
procuradores: 
I. O réu que, por não arguir na sua resposta fato impeditivo do direito do 
autor, dilatar o julgamento da lide, será condenado nas custas a partir do 
saneamento do processo e perderá, exceto se vencedor na causa, o direito a 
haver do vencido honorários advocatícios. 
II. Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará 
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todos, de forma solidária, ao pagamento de multa de 10 a 20% do valor da 
causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu. 
III. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e 
proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as 
despesas. Se um litigante decair de parte mínima do pedido, o outro 
responderá, por inteiro, pelas despesas e honorários. 
De acordo com o Código de Processo Civil brasileiro está correto o que se 
afirma SOMENTE em 
a) II. 
b) III. 
c) I e II. 
d) II e III. 
e) I e III. 
COMENTÁRIOS: 
Item I – errado. Se o RÉU não argüir na sua resposta fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor, dilatando o julgamento da lide, 
será condenado nas custas a partir do saneamento do processo e perderá, 
AINDA que vencedor na causa, o direito a haver do vencido honorários 
advocatícios – esta é uma previsão legal para o caso do Réu possuir 
fundamento para extinguir o processo, não o faz de forma deliberada ou 
culposa, atrasando o término do processo. Esta foi chata! 
Item II – errado. Se forem dois ou mais litigantes de má-fé, o Juiz condenará 
cada um deles na proporção do interesse na causa, ou condenará de forma 
solidária (conjunta e igualmente) as partes que tenham se unido para lesar a 
parte contrária. Portanto, não é necessariamente condenação solidária. 
CPC 
Art. 18 
§ 1o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz 
condenará cada um na proporção do seu respectivo interesse na 
causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a 
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35parte contrária. 
Item III – correto. Hipótese de Sucumbência Recíproca - quando o autor 
e/ou o réu saem vencido e vencedor do processo. Isto é, parte da demanda foi 
julgada procedente e parte dela improcedente. Nesta situação as despesas e 
os honorários serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados 
entre as partes. O CPC prevê que se uma parte decair tão somente de uma 
parte mínima do pedido, a outra responderá integralmente pelas despesas e 
honorários. Esta é uma medida razoável, pois se não há uma efetiva 
sucumbência da parte, também não existe motivo para arcar com metade das 
custas. 
CPC 
Art. 21. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão 
recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre 
eles os honorários e as despesas. 
Parágrafo único. Se um litigante decair de parte mínima do 
pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e 
honorários. 
RESPOSTA CERTA: B 
QUESTÃO 106: TRT 23ª - Analista Judiciário - Execução de Mandados 
[FCC] - 15/05/2011. 
A capacidade processual 
a) é o poder atribuído ao juiz para solucionar o conflito de interesses entre o 
autor e o réu. 
b) é causa de nulidade insanável, não podendo o juiz assinar prazo para a sua 
regularização. 
c) é a aptidão profissional para atuar em juízo, como representante da parte. 
d) não é pressuposto de validade do processo. 
e) é inerente a toda pessoa maior e capaz, com plena capacidade de exercício 
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dos atos da vida civil. 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errada. Este é o conceito de competência/jurisdição. 
Item B – errada. Se o Juiz verificar que a parte não tem a capacidade 
processual exigida pela lei, deve suspender o processo e marcar prazo para 
sua sanação. 
Item C – errado. Este é o conceito de capacidade postulatória. 
Item D – errado. É pressuposto processual de validade do processo, gerando 
nulidade do processo sua ausência. 
Item E – correto. Observem que a questão pediu o texto da lei. O art. 7º do 
Código de Processo Civil (CPC) tem uma redação pouco técnica, ao prevê que 
toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade de 
estar em juízo. Na realidade, todos os sujeitos de direito (mais amplo que 
“toda pessoa”) têm capacidade de ser parte, mas nem todas têm capacidade 
de estar em juízo por conta própria. 
CPC 
Art. 7o Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos
tem capacidade para estar em juízo. 
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO 107: TRT 14ª - Analista Judiciário - Execução de Mandados 
[FCC] - 03/04/2011. 
No que concerne às despesas e honorários, 
a) se um litigante decair de parte mínima do pedido, os honorários e as 
despesas serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados 
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entre eles. 
b) nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados dividirão as 
despesas igualmente entre si e não na proporção dos respectivos quinhões. 
c) havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto as despesas, 
estas serão pagas pelo réu. 
d) se o processo terminar por desistência, as despesas e os honorários serão 
rateados entre as partes. 
e) nos processos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo 
requerente, mas rateadas entre os interessados. 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. O CPC prevê que se uma parte decair tão somente de uma 
parte mínima do pedido, a outra responderá integralmente pelas despesas e 
honorários. Esta é uma medida razoável, pois se não há uma efetiva 
sucumbência da parte, também não existe motivo para arcar com metade das 
custas. 
CPC 
Art. 21. 
Parágrafo único. Se um litigante decair de parte mínima do 
pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e 
honorários. 
Item B – errado. Ao contrário, nos juízos divisórios, não havendo litígio, os 
interessados pagarão as despesas proporcionalmente aos seus quinhões. 
Item C – errado. Se as partes celebrarem transação judicial (Acordo), as 
despesas serão divididas igualmente. 
Item D – errado. O autor que desistir do Processo ou a parte que reconhecer 
o pedido, arcará com as despesas processuais e honorários advocatícios. Se a 
desistência ou o reconhecimento for apenas parcial, a responsabilidade das 
despesas e dos honorários será proporcional à parte de que se desistiu ou que 
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se reconheceu. 
Item E – correto. Essa cai direto! Nos procedimentos de jurisdição 
voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente, mas rateadas 
entre os interessados. 
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO 108: TRT 14ª - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] - 
03/04/2011. 
A condenação por litigância de má-fé 
a) implicará no pagamento de multa não excedente a 1% do valor da causa, 
devidamente atualizado. 
b) depende de requerimento da parte contrária, não podendo o juiz decidir de 
ofício. 
c) não implicará em indenização à parte contrária, estando os prejuízos que 
sofreu incluídos na multa fixada pelo juiz ou tribunal. 
d) não inclui pagamento de honorários advocatícios. 
e) depende de requerimento da parte contrária, não podendo o tribunal decidir 
de ofício. 
COMENTÁRIOS: 
Sanções ao Litigante de Má-Fé: 
ƒ MULTA de até 1% do valor da causa
ƒ dever de indenizar os prejuízos sofridos pela outra parte, 
que não pode ser superior a 20% do valor da causa; se o 
Juiz verificar que os prejuízos sejam superiores a 20%, 
mandará liquidar por arbitramento de ofício ou a 
requerimento; 
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ƒ honorários advocatícios e despesas que efetuou 
Observação: se forem dois ou mais litigantes de má-fé, o Juiz 
condenará cada um deles na proporção do interesse na causa, ou condenará 
de forma solidária (conjunta e igualmente) as partes que tenham se unido 
para lesar a parte contrária. 
O requerimento de condenação pode ser de ofício ou a 
requerimento da outra parte. 
CPC 
Art. 18 O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, 
condenará o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a 
um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária 
dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e 
todas as despesas que efetuou. 
RESPOSTA CERTA: A
QUESTÃO 109: TRT 8ª - Analista Judiciário - Execução de Mandados 
[FCC] – 24/10/2010. 
NÃO se reputa litigante de má-fé a parte que 
a) interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
b) alterar a verdade dos fatos. 
c) só se manifestar nos autos no último dia dos prazos processuais. 
d) proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo.e) deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei. 
COMENTÁRIOS: 
A Lei presume como Litigância de má-fé da parte que: 
o deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei
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ou fato incontroverso. Exemplo: Lei determina que proíbe 
o consumo de drogas entorpecentes e o autor pleiteia em 
juízo autorização judicial para o consumo. 
o alterar a verdade dos fatos – caso de parte que tenta 
ludibriar o magistrado e as partes envolvidas com medidas 
furtivas e fraudulentas; 
o usar do processo para conseguir objetivo ilegal – Exemplo: 
autor que ajuíza ação de execução sabendo da falsidade da 
Nota Promissória; 
o opuser resistência injustificada ao andamento do processo – 
Exemplo: interpuser petições simples sucessivas visando 
confundir o magistrado qual medida adotar; 
o proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato 
do processo; 
o provocar incidentes manifestamente infundados – 
Exemplo: solicitação de perícia para fato que notoriamente 
independe desta espécie de produção de provas; 
o interpor recurso com intuito manifestamente 
protelatório - apresentar sucessivos embargos declaratórios 
sem fundamento, visando atrapalhar o cumprimento da 
decisão judicial já adotada. 
É uma faculdade plenamente regular o fato da parte se manifestar 
no último dia dos prazos processuais. Isso, por si só, não implica em 
resistência injustificada ao andamento do processo. Com isso, o item C é o 
correto. 
RESPOSTA CERTA: C 
QUESTÃO 110: TRT 12ª - Téc. Judiciário – Administrativa [FCC] – 
10/10/2010. 
Os menores de dezesseis anos, apesar de serem titulares do direito material 
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violado, não podem ajuizar a ação competente sem estarem representados ou 
assistidos na forma da lei, por 
a) falta de capacidade para ser parte. 
b) serem entes despersonalizados. 
c) falta de capacidade postulatória. 
d) ausência de interesse de agir. 
e) falta de capacidade processual. 
COMENTÁRIOS: 
Para o sujeito ser autor e réu em um Processo Judicial (ser sujeito 
processual) é necessário o preenchimento dos requisitos processuais mínimos 
a seguir listados: 
1. Capacidade de Ser PARTE – terá capacidade de ser parte 
no processo todo aquele que for um Sujeito de Direito. O 
conceito de Sujeito de Direito confunde-se, em regra, com a 
definição de personalidade civil (ser sujeito de direitos e 
obrigações na órbita do Direito). Assim, todo Sujeito de 
Direito em sentido amplo tem capacidade de ser parte em 
algum processo. Mas quem são, de fato, os Sujeitos de 
Direito? Resposta: toda pessoa natural (física/humana) ou 
jurídica, bem como os entes despersonalizados (espólio, 
herança jacente e vacante, massa falida, condomínio, 
sociedades sem personalidade jurídica, órgãos públicos, etc) 
e o nascituro (embrião pendente de nascimento). Todos 
esses têm, em tese, capacidade de ser Parte no Processo 
Judicial, têm aptidão para adquirir direitos e contrair 
obrigações na vida civil. 
2. Capacidade de Estar em Juízo (Capacidade Processual 
ou Legitimidade ad processum) – é a capacidade de 
exercitar os direitos em juízo, isto é, a capacidade de fato de 
estar em juízo. Só pensar que, apesar de todos os sujeitos de 
direito ostentarem status suficiente para adquirem direitos, 
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nem todos podem pleitear por conta própria seus direitos na 
esfera judicial. Exemplo: uma criança de 5 ANOS não pode 
interpor uma Ação Judicial sem a representação de seus 
genitores ou responsáveis (representantes legais). A criança 
possui capacidade ser parte (é sujeito de direito e possui 
direitos), mas não tem capacidade de estar em juízo por 
conta própria. 
Observação: não confundir Capacidade de Estar em Juízo com 
Capacidade Postulatória, que consiste na habilitação técnica para 
representação em juízo, ou seja, na aptidão para procurar em juízo (restrita 
aos Advogados, Procuradores Estatais, Defensores Públicos e Membros do 
Ministério Público). Estudaremos linhas à frente acerca da Capacidade 
Postulatória. 
O art. 7º do Código de Processo Civil (CPC) tem uma redação 
pouco técnica, ao prevê que toda pessoa que se acha no exercício dos seus 
direitos tem capacidade de estar em juízo. Na realidade, todos os sujeitos de 
direito (mais amplo que “toda pessoa”) têm capacidade de ser parte, mas nem 
todas têm capacidade de estar em juízo por conta própria. 
CPC 
Art. 7o Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos
tem capacidade para estar em juízo. 
Os INCAPAZES civilmente para a prática dos atos da vida civil são 
classificados em Absolutamente ou Relativamente Incapazes (arts. 3 e 4 do 
Código Civil de 2002 – CC-02). No âmbito do Direito Civil, o CC-02 define 
quem são cada um: 
Absolutamente incapazes: 
1. os menores de 16 ANOS; 
2. os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para a prática desses atos; 
3. os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir 
sua vontade. 
Relativamente incapazes: 
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1. os maiores de 16 e menores de 18 ANOS; 
2. os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por 
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; 
3. os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
4. os pródigos. 
Os incapazes civilmente são também incapazes para estar em 
juízo. Esta incapacidade poderá ser suprida pela Representação ou Assistência 
dos Pais, Tutores ou Curadores. Os Absolutamente incapazes são 
Representados, já os Relativamente incapazes são apenas Assistidos. 
Desse modo, o menor de 14 ANOS é Representado pelos seus Pais em Juízo, já 
o menor de 17 ANOS é apenas Assistido pelos Pais. 
O representante ou assistente não assume a posição de PARTE no 
processo, tão somente comparece para suprir a incapacidade do representado 
ou assistido. 
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO 111: TRE - RS - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] – 
18/07/2010. 
João, advogado e irmão de Leila, para evitar decadência de determinado 
direito de sua irmã, intenta a competente ação em nome dela sem o respectivo 
instrumento de mandato. Neste caso, de acordo com o Código de Processo 
Civil, João 
a) não poderia ter intentado a demanda sem a competente procuração, 
devendo a ação ser extinta sem resolução de mérito. 
b) se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de 
mandato no prazo de 15 dias, prorrogável até outros 15, por despacho do juiz. 
c) se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de 
mandato no prazo de 10 dias, prorrogável até outros

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