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Aula 01 RICARDO GOMES

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
AULA DEMONSTRATIVA 
PROF: RICARDO GOMES 
Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br
“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
1 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) 
Queridos Alunos! 
Abaixo, nossa Aula 1 de Direito Processual Civil para o STJ!!! 
Agora vamos lá! 
Ricardo Gomes 
Por sua aprovação no TJ/RJ! 
AVISOS: 
• Disponibilizamos Cursos de: 
• REGIMENTO INTERNO DO STJ- TEORIA E EXERCÍCIOS 
• DIREITO PROCESSUAL CIVIL PARA O STJ – TEORIA E 
EXERCÍCIOS 
• Não percam esta oportunidade de praticarem e aperfeiçoarem 
ainda mais seus conhecimentos! 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
AULA DEMONSTRATIVA 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
2 
QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
1. Ação. 
a. Conceito e natureza jurídica 
b. Condições 
c. Classificação 
1. Da Ação. 
Conceito e Natureza Jurídica da Ação. 
Inicialmente, cabe delinear, em linhas gerais, que o direito de Ação 
é o direito de pedir a jurisdição, de solicitar o exercício da atividade 
jurisdicional. Este direito surgiu em decorrência do monopólio estatal da 
jurisdição (que é o poder do Estado de dizer o direito, solucionando as lides). 
Assim, em virtude deste dever estatal surgiu o direito subjetivo aos sujeitos de 
direito de acionarem o Poder Judiciário para solucionarem, de forma definitiva, 
seus conflitos de interesse. 
Com efeito, se o conceito de Ação fosse assim definido seria muito 
bom, mas a doutrina mundial, ao longo do tempo, digladiou-se em várias 
espécies de conceituação. Com isso, a discursão doutrinária a respeito do 
conceito de Ação estendeu-se por longa data até a atualidade. No Direito 
Processual Brasileiro formou-se 3 (três) correntes distintas na tentativa de 
definir de forma completa e abrangente o conceito e a natureza da Ação, as 
quais destacaremos abaixo: 
1. Ação como Direito Autônomo e Concreto – para esta 
corrente a Ação é um direito autônomo em relação ao direito 
material protegido, mas ele somente seria reconhecido se a 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
3 
decisão judicial fosse favorável ao autor. Apenas se após a 
decisão judicial o direito material abrangido restasse 
configurado é que seria reconhecido o ao autor o direito de 
Ação. Assim, o direito de Ação seria posteriormente 
dependente da efetiva existência do direito material. Por isso 
que a Ação seria um Direito Autônomo inicialmente, mas 
Concreto (dependência posterior da concretude do direito 
material). 
2. Ação como Direito Autônomo e Abstrato – a Ação é 
autônoma e independente do direito material protegido, 
sendo um direito preexistente ao processo e a qualquer outra 
relação jurídica. Assim, o autor tem direito de ação mesmo 
na hipótese de sua pretensão posta em juízo não ser 
acolhida. Exemplo: autor ajuíza ação solicitando 
reconhecimento de um direito de posse de determinado bem; 
o Juiz nega o direito, indeferindo o pedido (neste caso, o 
autor não terá o direito material levado a juízo, mas mantém 
incólume seu direito de ação, direito de levar a juízo sua 
pretensão). 
Para esta teoria, existem 2 relações jurídicas diversas
envolvidas no processo: 
1. Direito de Ação – relação processual entre o Autor
e o Estado-Juiz; 
2. Direito Material – relação jurídica material entre as 
partes do processo (Autor e Réu), que estão em 
conflito. 
3. Teoria Eclética do Direito de Ação – para esta teoria, o 
direito de Ação não é totalmente concreto e nem é 
totalmente abstrato (é uma mistura das duas teorias 
anteriores). O direito de Ação inegavelmente é abstrato, 
inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas 
deve preencher os requisitos necessários para seu exercício 
(direito concreto): as chamadas Condições da Ação. Estas 
condições conferem ao direito de Ação um aspecto mais 
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concreto, pois a sua ausência gerará, segundo o CPC, em 
carência de Ação. Esta é a teoria adotada pelo Código de 
Processo Civil, em decorrência da influência de Liebman na 
doutrina brasileira, sendo evidenciada em vários dispositivos 
do CPC. 
CF-88 
Art. 5 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito; 
A Teoria Eclética vem sofrendo severas críticas pela doutrina 
mais atual, no entanto, permanece em vigor, sendo aceita 
como a dominante para qualquer efeito. 
Após a definição das Teorias do Conceito do direito de Ação, vale 
frisar suas principais características, para fins de memorização: 
• Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a 
atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e 
Estado-Juiz – relação processual); 
• Direito Autônomo – a natureza do direito de Ação (relação 
processual) é distinta da natureza do direito material (relação 
material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte; 
• Direito Abstrato – a existência do direito de Ação
independe da efetiva existência do direito material. O 
sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese 
de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça. 
Em outros termos, a Ação é o direto de provocar a atuação da 
tutela jurisdicional, mediante o Processo, distinto do direito material deduzido 
em juízo, que pode ser pleiteado em qualquer hipótese, mesmo no caso de 
improcedência do pedido. 
Elementos da Ação. 
As Ações possuem elementos objetivos e subjetivos, que 
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caracterizam cada uma delas, evitando-se possível repropositura de novas 
demandas, sob pena de proferimento de decisões contraditórias, em 
decorrência de possíveis propostas simultâneas de duas ou mais ações (caso 
de litispendência) ou de casos já definitivamente julgados (coisa julgada). 
São 3 (três) os ELEMENTOS básicos das Ações (sigla PCP): 
1. PARTES – Autor e Réu. São os que efetivamente 
participam da relação jurídica processual, triangularizada 
com a figura do Juiz, mediante o contraditório. 
As partes do processo podem ser únicas em cada polo, ou 
2 ou mais (caso de Litisconsórcio – pluralidade de partes
– assunto específico de Direito Processual Civil). 
Ademais, é possível que as partes do processo não sejam 
exatamente as partes envolvidas na lide (relação jurídica 
de direito material), hipótese na qual será substituída por 
Legitimado Extraordinário, que defende em nome 
próprio direito alheio – outro assunto específico. 
2. CAUSA DE PEDIR – constitui-se dos fatos e dos 
fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nadamais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como 
dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. A 
Causa de Pedir é dividida pela doutrina em duas (aplicação 
da Teoria da Substanciação): 
i. Causa de Pedir Remota (Fática) – relaciona-se 
com o fato, sendo apenas a descrição fática da 
lide, com indicação da efetiva e concreta lesão ou 
ameaça de lesão ao direito do autor. O fato terá 
repercussões jurídicas, por isso precisa ser 
delimitado e descrito. 
ii. Causa de Pedir Próxima (Jurídica) – é a 
descrição das consequências jurídicas
decorrentes do fato alegado. Não é necessária a 
descrição do fundamento legal preciso que dê 
sustentáculo ao pedido, basta a enunciação das 
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próprias consequências jurídicas (isto é, não 
precisa mencionar em que lei, artigo, dispositivo 
de norma, etc, encontra-se o direito requerido). 
Não há esta necessidade porque o Juiz conhece o 
direito (Princípio do iura novit cúria). O que 
importa é o autor mencionar qual a consequência 
jurídica do fato. 
Exemplo 1: pessoa sem pai conhecido descobre 
a existência do seu pai; fato: relação de 
paternidade; fundamento jurídico: nasce direito 
de reconhecimento formal da paternidade. 
Observem que neste caso não há qualquer 
necessidade do autor informar o dispositivo legal 
que lhe assegura o direito à paternidade, basta à 
afirmação desta consequência jurídica. 
Exemplo 2: pessoa bate no veículo de outra e 
gera prejuízo. Pede-se em juízo uma 
indenização: o acidente que gerou prejuízo 
danoso e culposo é o fato jurídico; o direito de 
ser indenizado é o fundamento jurídico. 
Exemplo 3: celebração de um contrato com 
erro. Pede-se em juízo o a anulação: a 
celebração do contrato em erro é o fato jurídico; 
o direito de anular é o fundamento jurídico. 
Exemplo 4: negativação indevida do nome no 
SERASA. Pede-se em juízo a retirada imediata do 
cadastro: a inscrição indevida do nome na 
SERASA é o fato jurídico; o direito de tirar o seu 
nome é o fundamento jurídico. 
Teoria da Substanciação da Causa de Pedir. 
O Direito Processual Brasileiro adotou esta teoria, 
ao exigir os Fatos e os Fundamentos jurídicos
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como elementos da causa de pedir e não 
somente a fundamentação legal (definição exata 
da norma aplicável: lei, dispositivo, etc). Para 
esta Teoria, o mais importante é a descrição 
fática correta, pois é esta que limita o 
conhecimento do Juiz quando for decidir a ação. 
Isto porque, a fundamentação legal definida pelo 
autor não é vinculante ao Juiz, que pode dar 
outra interpretação e aplicação jurídica para os 
mesmos fatos. Exemplo: o autor que alega em 
juízo a aplicação do Código de Defesa do 
Consumidor ao caso apresentado nos autos; o 
Juiz, diante do caso concreto, poderá afastar sua 
aplicação, pelo Princípio do iura novit cúria, e 
definido a norma jurídica adequada ao caso (com 
base nos fatos alegados). 
A Teoria da Substanciação contrapõe-se à Teoria 
da Individuação, que preleciona a necessidade 
de apresentação, pelo autor, apenas dos 
fundamentos jurídicos do pedido, não havendo 
necessidade de apresentação dos fatos. Esta 
última Teoria é rechaçada pela doutrina pátria, 
sem aplicação no Direito Brasileiro. 
3. PEDIDO (OBJETO) – é a parte final da Ação, consistente 
na solicitação ao Estado-Juiz da prestação da tutela 
jurisdicional, obrigando ao réu o respeito à pretensão do 
autor. 
Para a doutrina, o pedido divide-se em 2: 
• Pedido Imediato – é exigência formulada contra o 
Estado-Juiz de prestação da tutela jurisdicional; ou 
seja, é a providência jurisdicional ou espécie tutela 
jurisdicional solicitada pelo autor. Exemplo: tutela 
condenatória, constitutiva ou meramente 
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declaratória; executiva ou cautelar. 
• Pedido Mediato – é o pedido do autor para que o réu 
submeta-se à pretensão de direito material do autor, 
isto é, trata-se do bem jurídico pretendido. Exemplo: o 
autor, locador de imóvel no qual o locatário está 
inadimplente, solicita que o Estado-Juiz condene o réu 
(Pedido Imediato: condenatório) ao pagamento do 
valor devido (Pedido Mediato: que o réu atenda à 
determinação judicial de conferir o bem jurídico 
desrespeitado/lesado). 
A distinção entre as duas espécies de pedido tem 
repercussão na possiblidade de definição de litispendência, 
coisa julgada, conexão e continência entre duas ou mais 
ações do mesmo autor. Estes assuntos serão tratados de 
forma separada. 
Condições da Ação. 
Para que o direito de Ação seja efetivamente reconhecido no 
âmbito judicial (consoante Teoria Eclética e CPC), será necessário o 
preenchimento das Condições da Ação. 
É importante que se explique desde já que quando o autor interpõe 
qualquer Ação, o Juiz deve verificar se foram preenchidos todos os requisitos 
legais para seu processamento, entre eles, as Condições da Ação, 
juntamente com os pressupostos processuais (os dois são requisitos 
necessários para a Sentença de Mérito). Somente após a superação de tais 
requisitos legais é que o Juiz analisará o mérito da questão (pretensão 
material do autor da demanda). 
Isto é, a análise de mérito do caso, que será pela procedência ou 
improcedência da demanda, será um passo à frente da análise do 
preenchimento dos requisitos legais para o processamento da ação. 
Assim, ao receber o processo o Juiz analisa a pretensão processual 
do autor. Se não preenchidas as Condições da Ação, o processo iniciado pelo 
autor será extinto SEM resolução do mérito. Esta é a chamada pela 
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doutrina de Carência de Ação. Se preenchidos, inclusive os pressupostos 
processuais, será iniciada a análise de mérito do processo. 
Os pressupostos processuais, estudados de forma apartada, são 
requisitos necessários à validade e eficácia da relação processual, enquanto 
que as condições da ação são requisitos que legitimam o autor a pleitear a 
tutela jurisdicional. 
CPC 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de 
constituição e de desenvolvimento válido e regular do 
processo; 
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, 
como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o 
interesse processual; 
Mas quais e quantas são as Condições da Ação? 
1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO – o pedido do 
autor não pode ser vedado pelo ordenamento jurídico 
brasileiro. Qualquer pedido do autor que seja contrário à 
lei, será reputado como juridicamente impossível de 
sequerser apreciado pelo Poder Judiciário. É preciso que o 
pedido possa ser atendido, ou seja, que o pedido seja 
juridicamente viável. 
Exemplo 1: pedido de casamento entre parentes de 2º 
grau, consanguíneos ou afins (vedação às núpcias 
incestuosas) – art. 1521 do Código Civil. 
Exemplo 2: pedido de terra na lua. 
Exemplo 3: pedido de herança dos bens de pessoa ainda 
viva. 
Exemplo 4: pedido de cobrança de dívida de jogo. 
2. INTERESSE DE AGIR – o interesse de agir depende de 
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dois aspectos relevantes: 
a. Necessidade/Utilidade da Ação – o processo deve 
ser o meio necessário, além de qualquer outro, para 
que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão. 
Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como 
mais uma forma do autor “resolver seu problema”, 
devendo ser o único caminho existente para solução do 
conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta 
pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente 
quando não houver outra forma de dirimir a lide. O 
processo deve ser o meio necessário e útil para a parte 
ter o seu conflito resolvido. 
b. Adequação da Ação – a ação proposta pelo autor 
deve ser a adequada para o caso apresentado (o 
procedimento iniciado pela Ação deve ser o correto, 
adequado e previsto na norma processual). Não há 
como o cidadão interpor uma Ação Popular quando for 
caso de Mandado de Segurança. 
Apesar de ser bastante criticado tal requisito, tem sido 
o prevalecente em provas e para a doutrina 
majoritária. 
CPC 
Art. 3o Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse 
e legitimidade. 
3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM) – é a 
relação que o titular do direito material tem com o direito 
processual, que só poderá ser aferida no caso concreto do 
processo, nunca em abstrato (é a pertinência subjetiva do 
autor com o direito material controvertido). O autor deve 
ser o titular da pretensão proposta em juízo, bem como, o 
réu deve ser aquele que efetivamente se sujeitará à 
eventual sentença de procedência da ação (Legitimidade 
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do Autor e do Réu – Legitimação Ativa e Passiva). 
Não confundir Capacidade de Estar em Juízo 
(Legitimidade ad processum – para o processo) com 
a Legitimidade Ad Causam, que é uma das Condições 
da Ação. Enquanto que o juízo acerca da legitimidade ad 
processum (referente à capacidade processual do 
sujeito) é realizado em abstrato (basta ter capacidade 
para estar em juízo para ter preenchido o requisito da 
legitimação para o processo), a legitimidade ad causam
é aferida pelo Juiz quando do exame das condições da 
ação, se a parte tem real relação com o direito material 
posto em juízo. A ausência de capacidade de estar em 
juízo (Legitimidade Ad Processum – para o processo) gera 
a nulidade do processo, posto a parte não ter a 
capacidade própria para atuar no processo (ex: processo 
instaurado por criança de 10 ANOS sem a assistência dos 
Pais). De outro lado, a falta de Legitimidade Ad Causam
(para a causa) gera a extinção do processo sem resolução 
de mérito, por carência de ação. 
ƒ Legitimidade Ad Processum – Pressuposto 
processual (ausência gera nulidade do processo) 
ƒ Legitimidade Ad Causam – Condição da Ação 
(ausência gera a extinção do processo sem 
resolução de mérito, por carência de ação). 
A Legitimidade Ad Causam poderá ser: 
a) Legitimidade Ordinária – quando os próprios 
titulares do direito pleiteado são os autores da 
demanda. Na legitimação ordinária há coincidência 
entre o legitimado e o sujeito da relação jurídica 
discutida em juízo. Significa que se alguém vai a 
juízo e é titular do interesse próprio, então ele é o 
legitimado ordinário. Essa é a regra. 
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b) Legitimidade Extraordinária (Substituição 
Processual) – quando a lei autoriza terceiros a 
atuarem em juízo em nome próprio, mas na defesa 
de interesse alheio (interesse do titular do direito), 
em substituição do legitimado ordinário. Na 
legitimação extraordinária há uma não–coincidência 
entre o legitimado e o titular do da relação discutida 
em juízo. Ou seja, o legitimado não coincide com o 
titular da relação discutida. Alguém está em juízo 
em nome próprio defendendo interesse alheio (está 
no processo discutindo um interesse que não é 
dele). Sempre que alguém estiver em juízo 
defendendo interesse de outrem em nome próprio 
será um legitimado extraordinário. 
Exemplo 1: o Ministério Público é legitimado 
extraordinário para pedir alimentos para um menor. 
Todos os legitimados das ações coletivas são 
legitimados extraordinários. 
Exemplo 2: o condômino que atua em juízo em 
nome do condomínio defende interesse próprio, mas 
o interesse não é só dele, ou seja, o interesse é dele 
e também de outros (legitimação ordinária e 
extraordinária simultânea). Ele é co-titular, não é 
dono exclusivo. 
Exemplo 3: legitimados coletivos previstos no CDC 
para defesa dos consumidores por meio de ações 
coletivas (Defensoria Pública, PROCON, associações 
de consumidores, etc). 
Características da Legitimidade Extraordinária: 
• Previsão Legal - decorre da lei em sentido 
amplo, não sendo permitido por simples 
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acordo das partes (exemplo: contratos ou 
quaisquer negócios jurídicos). Ou seja, 
somente com autorização legal (previsão 
expressa na lei) é que será possível a 
legitimação extraordinária (substituição 
processual). 
• O legitimado extraordinário não pode dispor 
do direito discutido em juízo, pois o direito 
não é dele. 
• O legitimado extraordinário é a parte do 
processo. Apesar do direito discutido ser do 
titular, é o legitimado extraordinário quem vai 
pagar as custas, quem pode ser condenado 
por litigância de má-fé, é em relação a ele que 
se vai verificar a competência em relação da 
pessoa. 
• A falta de legitimação extraordinária implica 
carência de ação, não examinando o mérito da 
causa. Se o Juiz decide que não há legitimação 
extraordinária, ele nem discutirá sobre o 
mérito da causa. 
• A legitimação extraordinária (substituição 
processual) não se confunde com Sucessão 
processual. Esta é a troca de sujeitos 
titulares no processo. Sai uma parte entra 
outra. Exemplo: o réu de uma ação de 
cobrança falece e, em seu lugar, entra o seu 
espólio (houve uma sucessão processual de 
um titular antigo para o novo). A substituição 
processual ou legitimação extraordinária não é 
a troca. Ela ocorre quando alguém está em 
juízo defendendo interesse de outrem em 
nome próprio. 
• A legitimação extraordinária(substituição 
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processual) não se confunde com 
Representação processual. O representante 
vai a juízo em nome alheio defendendo 
interesse alheio. O representante não é parte 
do processo, não é o sujeito de direito. A parte 
do processo é o próprio representado. 
Exemplo: o menor que pede alimentos para o 
pai; a representante é sua mãe, que não é 
parte (ela é apenas a representante do 
incapaz). Já o substituto processual 
(legitimado extraordinário) age em nome 
próprio, sendo, portanto, parte. 
CPC 
Art. 6o Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito 
alheio, salvo quando autorizado por lei. 
Verificação das Condições da Ação. 
A ausência de qualquer das condições da ação pode ser atestada 
desde a análise da petição inicial até o fim do processo, com a prolação da 
Sentença de Mérito, não precluindo a sua análise em qualquer fase do 
processo. 
CPC 
Art. 295. A petição inicial será indeferida: 
II - quando a parte for manifestamente ilegítima; 
III - quando o autor carecer de interesse processual; 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
(Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) 
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, 
como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o 
interesse processual; 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
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Ação Meramente Declaratória. 
Vale frisar que o interesse do autor poderá ser limitado apenas 
à simples existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração 
da relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela 
decorrentes), bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a 
Ação meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da 
existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação 
declaratória é uma ação para declarar situações jurídicas e não para declarar 
fatos, salvo a ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um 
documento. 
Mais exemplos de Ações Declaratórias: Ação de usucapião, Ação 
de consignação em pagamento, Ação Direta de Constitucionalidade de Lei 
(ADC), Ação declaratória de inexistência de relação tributária. 
Vale frisar que se admite que o autor entre com ação declaratória
quando seja possível a propositura de uma ação condenatória. Por isso, que 
o CPC prevê que é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a 
violação do direito. Ou seja, poderá apresentar ação condenatória, que é para 
reconhecer e efetivar o direito violado, como também, mesmo nessa situação, 
o autor poderá entrar no Judiciário somente para reconhecer o direito, sem 
desejar efetivá-lo. 
CPC 
Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica; 
II - da autenticidade ou falsidade de documento. 
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que 
tenha ocorrido a violação do direito. 
Súmula 181 – STJ 
É admissível ação declaratória, visando a obter certeza 
quanto à exata interpretação de cláusula contratual. 
No processo existem questões principais (mérito do processo) e 
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podem existir questões prejudiciais (acessórias, das quais depende o exame 
das principais). Estas questões prejudiciais são decididas, em regra, no bojo do 
próprio processo principal. No entanto, o CPC autoriza que tais questões 
prejudiciais podem ser decididas em processo próprio, chamado de 
Incidentes Processuais apensos ao Processo Principal, no qual é proferida 
sentença apta à formação da coisa julgada. 
Esta é a previsão da chamada Ação Declaratória Incidental, que 
se propõe para o reconhecimento ou não reconhecimento de determinada 
relação jurídica de que depende o julgamento da lide. Exemplo: ação de 
alimentos e investigação de paternidade; o vínculo de parentesco é uma 
questão prejudicial à ação de alimentos; este vínculo de parentesco poderá ser 
provado no próprio processo de alimentos ou por meio de Ação Declaratória 
Incidental. Este ponto tem repercussões na coisa julgada, mas deve ser 
estudada em assunto específico. 
CPC 
Art. 5o Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relação 
jurídica de cuja existência ou inexistência depender o 
julgamento da lide, qualquer das partes poderá requerer que o 
juiz a declare por sentença. 
Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão 
prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for 
competente em razão da matéria e constituir pressuposto 
necessário para o julgamento da lide.
Teoria da Asserção e da Exposição na análise das condições 
da Ação. 
Segundo a Teoria da Asserção (Teoria da Afirmação; Teoria da 
Verificação das Condições da Ação, Teoria in Status Assertionis), a análise das 
condições da ação deve ser feita apenas a partir do que foi afirmado pelas 
partes (assertivas ou afirmações da parte). Basta ao Juiz verificar o que as 
partes disseram (afirmaram). Se corresponderem às condições da ação, 
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estas devem ser aceitas como preenchidas, sem necessidade de produção de 
prova do quanto asseverado. Exemplo: filho entra com ação pedindo 
alimentos. Pouco importa se após o trâmite do processo restar configurado que 
o réu não era o pai do autor. Neste caso a ação será, ao final, julgada 
improcedente, não sendo indeferida por carência de ação (falta de 
legitimidade). Esta teoria é a que prevalece na doutrina brasileira. 
Já a Teoria da Exposição (Teoria da Comprovação) defende que 
as condições da Ação devem ser comprovadas pelo autor por meio de 
produção de provas. É uma teoria minoritária, portanto, não aplicável para fins 
de concurso público, salvo em provas subjetivas que a cobrem expressamente. 
Classificação da Ação. 
A Ação pode ser classificada de acordo com diversos critérios. 
Delinearemos abaixo as principais classificações da Ação. 
Quanto ao provimento jurisdicional solicitado pelo autor no 
processo, as Ações podem ser: 
a) Ações de CONHECIMENTO (Cognição) – têm por 
finalidade solicitar ao Poder Judiciário a certificação do 
direito, o reconhecimento de um direito. As Ações de 
Conhecimento são subdivididas em outras 3 (três) 
classificações: 
1. Ação Meramente Declaratória – é a Ação 
citada anteriormente, que tem por objeto a 
declaração da existência ou inexistência ou do 
modo de ser de uma situação jurídica, bem como 
a declaração de autenticidade ou falsidade de um 
documento. Nesta Ação o autor não deseja 
compelir o réu a praticar ou deixar de praticar 
ato, mas apenas tempor finalidade a declaração 
judicial, sem a necessidade de posterior execução 
da decisão. Exemplo: Ação de Investigação de 
Paternidade; Ação de nulidade de casamento; 
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Ação de Usucapião. As Ações Declaratórias têm 
efeito ex-tunc, retroagindo à data do fato 
declarado. 
2. Ação Constitutiva ou Desconstitutiva – 
visam à modificação, criação ou extinção de uma 
relação jurídica material preexistente. Para o 
manejo de uma Ação Constitutiva, o autor deve 
ostentar um dos Direitos Potestativos, que são 
aqueles que conferem ao seu titular o poder de 
jurídico de impor a outro sujeito a modificação, 
criação ou extinção de relações jurídicas. 
Exemplo: anulação de ato jurídico; rescisão de 
um contrato, ação rescisória, ação de separação, 
ação de extinção do condomínio, resolução do 
contrato. A parte tem direito à anulação ou à 
rescisão por força de um direito potestativo 
previsto na lei ou contrato. Como a constituição 
ou a desconstituição de um direito é realizada no 
ato da decisão judicial, os efeitos desta Ação são 
ex-nunc, para o futuro, a partir da sentença. 
3. Ação Condenatória – o pedido do autor 
será pela declaração da existência ou inexistência 
de relação jurídica (reconhecimento do direito 
material) e pela fixação de obrigação 
(condenação) ao réu de dar, fazer, não fazer 
ou pagar quantia em dinheiro 
(reconhecimento + condenação), que, se não 
cumpridas, confere ao réu o direito de exigir do 
Poder Judiciário que execute sua própria 
decisão. 
Portanto, mediante a Ação Condenatória, o autor 
não apenas terá o direito de ter certificado seu 
direito, mas terá, a um só tempo, a condenação 
do réu à prestação de uma obrigação. 
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Enquanto a Ação Constitutiva vincula-se a 
direitos potestativos, a Ação Condenatória
versa sobre os direitos a uma prestação (dar, 
fazer, não fazer e pagar quantia). 
As Ações Condenatórias têm efeito ex-tunc
(para trás - retroativo), pois também certificam 
direitos/relações jurídicas preteritamente 
constituídas. 
b) Ações de EXECUÇÃO – solicita ao Poder Judiciário a 
efetivação de um direito já reconhecido. É uma ação de 
caráter satisfativo do direito do credor, mediante atos 
coativos do Judiciário de impelir o réu ao adimplemento da 
obrigação que deveria ter cumprido voluntariamente. No 
processo de execução, a atividade jurisdicional será restrita a 
atos necessários à satisfação do direito do credor e a 
compelir o devedor a adimplir a obrigação, pagando a 
quantia devida, entregando a coisa, fazendo ou não fazendo 
algo. 
c) Ações CAUTELARES – solicita ao Poder Judiciário a proteção 
de um direito (tem natureza acautelatória). Por meio da 
Ação cautelar, o autor visa assegurar a eficácia de outra Ação 
(ação de conhecimento ou de execução). A Ação cautelar é 
um instrumento de garantia das demais ações, justificando-
se pela demora na atuação e satisfação do direito por meio 
do processo de conhecimento até a sua execução. A 
concessão da Cautela (deferimento da Ação Cautelar) 
ocorrerá se ficar comprovada a probabilidade do direito do 
requerente (fumaça do bom direito) e a possiblidade de 
ocorrência de dano de difícil reparação (perigo da demora). 
Apesar destas classificações acima, hoje em dia tais ações tendem 
a ser misturadas. Isto é, os tipos de tutela hoje não são mais estanques como 
eram antigamente. Com a reformulação do Processo Civil, por meio da Lei 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
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nº 12.232/2205, não há mais Processos diversos (Processo de Conhecimento, 
Processo de Execução, Processo Cautelar), mas FASES do Processo. 
Este fenômeno é chamado pela Doutrina de Sincretismo 
Processual (Processo Sincrético), porque no mesmo processo de 
conhecimento é possível executar. A execução do processo tornou-se apenas 
uma mera fase do processo de conhecimento e não um novo processo que 
necessitava ser deflagrado pelo autor. 
Quanto à natureza da relação jurídica/causa de pedir 
próxima: 
1. Ações Reais – ação que trata de um direito Real. Exemplo: 
ação que versa sobre direito de propriedade mobiliária ou 
imobiliária. 
2. Ações Pessoais – ação que trata de um direito Pessoal. 
Exemplo: ação que versa sobre um contrato de prestação de 
serviços. 
Quanto ao objeto do pedido Mediato: 
1. Ações Mobiliárias – quando o pedido for móvel. 
2. Ações Imobiliárias – quando o pedido for Imóvel; 
Cuidado! Uma Ação Real e uma Ação Pessoal podem versar sobre 
móveis e imóveis! 
Exemplo 1: Ação de despejo é pessoal e imobiliária (versa sobre 
um contrato de locação e trata de um imóvel alugado). Poderia se pensar que 
seria real e imobiliária, mas não é! 
Exemplo 2: Ação de reivindicação de automóvel por parte de 
Banco financiador é uma ação real e mobiliária (trata do direito de 
propriedade e de um bem móvel). 
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EXERCÍCIOS COMENTADOS 
QUESTÃO 16: TRE - MA - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 
21/06/2009 (ADAPTADA). 
A respeito da jurisdição, da ação, da competência, do processo e dos 
pressupostos, segundo o direito processual civil, julgue os itens abaixo: 
a) O meio de se provocar a jurisdição é a exceção processual, direito público 
subjetivo a um pronunciamento estatal que solucione o litígio. 
b) A teoria eclética da ação - que não é adotada pelo CPC - proclama que a 
jurisdição só pode ser acionada se houver o direito material postulado. 
c) Pressupostos processuais em sentido lato são requisitos que legitimam o 
autor a pleitear a tutela do Estado. 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. A provocação da jurisdição é realizada por meio da Ação, que 
um Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a atuação da 
tutela jurisdicional (relação entre Autor e Estado-Juiz – relação processual). 
Item B – errado. Teoria Eclética do Direito de Ação – para esta teoria, o 
direito de Ação não é totalmente concreto e nem é totalmente abstrato (é uma 
mistura das duas teorias anteriores). O direito de Ação inegavelmente é 
abstrato, inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas deve 
preencher os requisitos necessários para seu exercício (direito concreto): as 
chamadas Condições da Ação. Estas condições conferem ao direito de Ação 
um aspecto mais concreto, pois a sua ausência gerará, segundo o CPC, em 
carência de Ação. Esta é a teoria adotada pelo Código de Processo Civil, em 
decorrência da influência de Liebman na doutrina brasileira, sendo evidenciada 
em vários dispositivos do CPC. 
CF-88 
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Art. 5 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito; 
A Teoria Eclética vem sofrendo severas críticas pela doutrina mais atual, no 
entanto, permanece em vigor, sendo aceita como a dominante para qualquer 
efeito. 
Item C – errado. O que legitima ao autor a pleitear a tutela jurisdicional são as 
Condições da Ação e não os pressupostos processuais. 
Para que o direito de Ação seja efetivamente reconhecido no 
âmbito judicial (consoante Teoria Eclética e CPC), será necessário o 
preenchimento das Condições da Ação. 
Quando o autor interpõe qualquer Ação, o Juiz deve verificar se 
foram preenchidos todos os requisitos legais para seu processamento, entre 
eles, as Condições da Ação, juntamente com os pressupostos processuais
(os dois são requisitos necessários para a Sentença de Mérito). Somente após 
a superação de tais requisitos legais é que o Juiz analisará o mérito da 
questão (pretensão material do autor da demanda). 
Isto é, a análise de mérito do caso, que será pela procedência ou 
improcedência da demanda, será um passo à frente da análise do 
preenchimento dos requisitos legais para o processamento da ação. 
Assim, ao receber o processo o Juiz analisa a pretensão processual 
do autor. Se não preenchidas as Condições da Ação, o processo iniciado pelo 
autor será extinto SEM resolução do mérito. Esta é a chamada pela 
doutrina de Carência de Ação. Se preenchidos, inclusive os pressupostos 
processuais, será iniciada a análise de mérito do processo. 
Os pressupostos processuais, estudados de forma apartada, são 
requisitos necessários à validade e eficácia da relação processual, enquanto 
que as condições da ação são requisitos que legitimam o autor a pleitear 
a tutela jurisdicional. 
CPC 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de 
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constituição e de desenvolvimento válido e regular do 
processo; 
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, 
como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o 
interesse processual; 
RESPOSTA CERTA: EEE
QUESTÃO 17: MPS - Análise de Comprovantes de Repasse e 
Parcelamento [CESPE] - 26/09/2010. 
Pode ser manejada ação que vise apenas declarar a certeza da inexistência de 
relação jurídica. 
COMENTÁRIOS: 
O interesse do autor poderá ser limitado apenas à simples 
existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da relação 
de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela decorrentes), 
bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a Ação 
meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da existência ou 
inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação declaratória é 
uma ação para declarar situações jurídicas e não para declarar fatos, salvo a 
ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um documento. 
CPC 
Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica; 
II - da autenticidade ou falsidade de documento. 
RESPOSTA CERTA: C 
QUESTÃO 18: MPS - Análise de Comprovantes de Repasse e 
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Parcelamento [CESPE] – 26/09/2010. 
A ação é um direito subjetivo que se vincula ao direito material da parte. 
COMENTÁRIOS: 
No Direito Processual Brasileiro formou-se 3 (três) correntes 
distintas na tentativa de definir de forma completa e abrangente o conceito e a 
natureza da Ação, as quais destacaremos abaixo: 
1. Ação como Direito Autônomo e Concreto – para esta 
corrente a Ação é um direito autônomo em relação ao direito 
material protegido, mas ele somente seria reconhecido se a 
decisão judicial fosse favorável ao autor. Apenas se após a 
decisão judicial o direito material abrangido restasse 
configurado é que seria reconhecido o ao autor o direito de 
Ação. Assim, o direito de Ação seria posteriormente 
dependente da efetiva existência do direito material. Por isso 
que a Ação seria um Direito Autônomo inicialmente, mas 
Concreto (dependência posterior da concretude do direito 
material). 
2. Ação como Direito Autônomo e Abstrato – a Ação é 
autônoma e independente do direito material protegido, 
sendo um direito preexistente ao processo e a qualquer outra 
relação jurídica. Assim, o autor tem direito de ação mesmo 
na hipótese de sua pretensão posta em juízo não ser 
acolhida. Exemplo: autor ajuíza ação solicitando 
reconhecimento de um direito de posse de determinado bem; 
o Juiz nega o direito, indeferindo o pedido (neste caso, o 
autor não terá o direito material levado a juízo, mas mantém 
incólume seu direito de ação, direito de levar a juízo sua 
pretensão). 
Para esta teoria, existem 2 relações jurídicas diversas
envolvidas no processo: 
1. Direito de Ação – relação processual entre o Autor
e o Estado-Juiz; 
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2. Direito Material – relação jurídica material entre as 
partes do processo (Autor e Réu), que estão em 
conflito. 
3. Teoria Eclética do Direito de Ação – para esta teoria, o 
direito de Ação não é totalmente concreto e nem é 
totalmente abstrato (é uma mistura das duas teorias 
anteriores). O direito de Ação inegavelmente é abstrato, 
inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas 
deve preencher os requisitos necessários para seu exercício 
(direito concreto): as chamadas Condições da Ação. Estas 
condições conferem ao direito de Ação um aspecto mais 
concreto, pois a sua ausência gerará, segundo o CPC, em 
carência de Ação. Esta é a teoria adotada pelo Código de 
Processo Civil, em decorrência da influência de Liebman na 
doutrina brasileira, sendo evidenciada em vários dispositivos 
do CPC. 
CF-88 
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XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito; 
A Teoria Eclética vem sofrendo severas críticas pela doutrina 
mais atual, no entanto, permanece em vigor, sendo aceita 
como a dominante para qualquer efeito. 
Após a definição das Teorias do Conceito do direito de Ação, vale 
frisar suas principais características, para fins de memorização: 
• Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a 
atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e 
Estado-Juiz – relação processual); 
• Direito Autônomo – a natureza do direito de Ação (relação 
processual) é distinta da natureza do direito material (relação 
material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte; 
• Direito Abstrato – a existência do direito de Ação
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independe da efetiva existência do direito material. O 
sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese 
de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça. 
Em outros termos, a Ação é o direto de provocar a atuação da 
tutela jurisdicional, mediante o Processo, distinto do direito material deduzido 
em juízo, que pode ser pleiteado em qualquer hipótese, mesmo no caso de 
improcedência do pedido. 
A questão está errada porque afirmar ser o direito de Ação um 
direito subjetivo vinculado ao direito material. Vimos a regra é que o direito de 
Ação seja autônomo, independente do direito material. 
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO 19: DPU - Agente Administrativo [CESPE] - 30/05/2010. 
O interesse de agir 
a) é aspecto processual de natureza subjetiva que impede a análise pelo juiz. 
b) significa que será legitimado a atuar em juízo apenas o titular do interesse 
levado a juízo pela demanda. 
c) consiste na adequação do provimento jurisdicional e na necessidade da 
tutela pretendida pelo demandante. 
d) estará presente quando não houver, pelo ordenamento jurídico, vedação ao 
pedido deduzido na inicial. 
e) apenas ficará configurado se o resultado final do processo for favorável ao 
autor. 
COMENTÁRIOS: 
O INTERESSE DE AGIR é uma das Condições da Ação, que depende de dois 
aspectos relevantes: 
a. Necessidade/Utilidade da Ação – o processo deve 
ser o meio necessário, além de qualquer outro, para 
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que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão. 
Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como 
mais uma forma do autor “resolver seu problema”, 
devendo ser o único caminho existente para solução do 
conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta 
pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente 
quando não houver outra forma de dirimir a lide. O 
processo deve ser o meio necessário e útil para a parte 
ver seu conflito resolvido. 
b. Adequação da Ação – a ação proposta pelo autor 
deve ser a adequada para o caso apresentado (o 
procedimento iniciado pela Ação deve ser o correto, 
adequado e previsto na norma processual). Não há 
como o cidadão interpor uma Ação Popular quando for 
caso de Mandado de Segurança. 
Apesar de ser bastante criticado tal requisito, tem sido 
o prevalecente em provas e para a doutrina 
majoritária. 
CPC 
Art. 3o Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse 
e legitimidade. 
RESPOSTA CERTA: C 
QUESTÃO 20: AGU - ADV - Advogado da União [CESPE] - 01/02/2009. 
Conforme raciocínio possível a partir da teoria eclética da ação, adotada pelo 
CPC, no caso de ação de conhecimento ajuizada com o fim de obter a 
condenação de alguém ao pagamento de quantia já expressa em título 
executivo extrajudicial válido e vencido, existe carência de ação por ausência 
do interesse de agir, e não improcedência do pedido por falta de direito à 
tutela requerida. 
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COMENTÁRIOS: 
Sim, há carência de ação porque não há interesse de agir na hipótese. 
Vejamos. 
A parte já dispõe de um titulo executivo válido e vencido, pronto para ser 
executado. Não há necessidade ou utilidade de entrar com um processo 
para ter certificado o mesmo direito. O Juiz, sabendo da existência desse 
título, deve julgar extinto o processo sem resolução de mérito por carência de 
ação (falta de interesse de agir, tendo em vista a desnecessidade do 
processo). 
Gente, a atividade jurisdicional é coisa séria, não está para brincadeira! 
RESPOSTA CERTA: C 
QUESTÃO 21: AGU - ADV - Advogado da União [CESPE] - 01/02/2009. 
Afirmar que o CPC adotou a teoria da substanciação do pedido em detrimento 
da teoria da individuação significa dizer que, para a correta identificação do 
pedido, é necessário que constem da inicial os fundamentos de fato e de 
direito, também identificados como causa de pedir próxima e remota. 
COMENTÁRIOS: 
CAUSA DE PEDIR como elemento da Ação – constitui-se dos fatos e dos 
fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada mais é do que a 
descrição dos fatos envolvidos, bem como dos respectivos efeitos jurídicos 
deles decorrentes. A Causa de Pedir é dividida pela doutrina em duas 
(aplicação da Teoria da Substanciação): 
i. Causa de Pedir Remota (Fática) – relaciona-se com o 
fato, sendo apenas a descrição fática da lide, com indicação 
da efetiva e concreta lesão ou ameaça de lesão ao direito do 
autor. O fato terá repercussões jurídicas, por isso precisa 
ser delimitado e descrito. 
ii. Causa de Pedir Próxima (Jurídica) – é a descrição das 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
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consequências jurídicas decorrentes do fato alegado. Não é 
necessária a descrição do fundamento legal preciso que dê 
sustentáculo ao pedido, basta a enunciação das próprias 
consequências jurídicas (isto é, não precisa mencionar em 
que lei, artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se o 
direito requerido). Não há esta necessidade porque o Juiz 
conhece o direito (Princípio do iura novit cúria). O que 
importa é o autor mencionar qual a consequência jurídica do 
fato. 
Exemplo 1: pessoa sem pai conhecido descobre a 
existência do seu pai; fato: relação de paternidade; 
fundamento jurídico: nasce direito de reconhecimento 
formal da paternidade. Observem que neste caso não há 
qualquer necessidade do autor informar o dispositivo legal 
que lhe assegura o direito à paternidade, basta a afirmação 
desta consequência jurídica. 
Exemplo 2: pessoa bate no veículo de outra e gera 
prejuízo. Pede-se em juízo uma indenização: o acidente que 
gerou prejuízo danoso e culposo é o fato jurídico; o direito 
de ser indenizado é o fundamento jurídico. 
Exemplo 3: celebração de um contrato com erro. Pede-se 
em juízo o a anulação: a celebração do contrato em erro é o 
fato jurídico; o direito de anular é o fundamento jurídico. 
Exemplo 4: negativação indevida do nome no SERASA. 
Pede-se em juízo a retirada imediata do cadastro: a 
inscrição indevida do nome na SERASA é o fato jurídico; o 
direito de tirar o seu nome é o fundamento jurídico. 
Teoria da Substanciação da Causa de Pedir. 
O Direito Processual Brasileiro adotou esta teoria, ao exigir os 
Fatos e os Fundamentos jurídicos como elementos da causa de pedir e não 
somente a fundamentação legal (definição exata da norma aplicável: lei, 
dispositivo, etc). Para esta Teoria, o mais importante é a descrição fática 
correta, pois é esta que limita o conhecimento do Juiz quando for decidir a 
ação. Isto porque, a fundamentação legal definida pelo autor não é 
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vinculante ao Juiz, que pode dar outra interpretação e aplicação jurídica para 
os mesmos fatos. Exemplo: o autor que alega em juízo a aplicação do Código 
de Defesa do Consumidor ao caso apresentado nos autos; o Juiz, diante do 
caso concreto, poderá afastar sua aplicação, pelo Princípio do iura novit cúria, 
e definido a norma jurídica adequada ao caso (com base nos fatos alegados). 
A Teoria da Substanciação contrapõe-se à Teoria da 
Individuação, que preleciona a necessidade de apresentação, pelo autor, 
apenas dos fundamentos jurídicos do pedido, não havendo necessidade de 
apresentação dos fatos. Esta última Teoria é rechaçada pela doutrina pátria, 
sem aplicação no Direito Brasileiro. 
RESPOSTA CERTA: C 
QUESTÃO 22: TRT 9ª - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 
11/11/2008. 
As condições da ação tornam possível o surgimento de uma relação jurídica e 
válido e regular seu desenvolvimento. 
A ausência de qualquer uma dessas condições acarreta a nulidade do processo 
no todo, ou em parte, ou, ainda, o indeferimento liminar da petição inicial. 
COMENTÁRIOS: 
Se não preenchidas as Condições da Ação, o processo iniciado 
pelo autor será extinto SEM resolução do mérito. Esta é a chamada pela 
doutrina de Carência de Ação. Se preenchidos, inclusive, os pressupostos 
processuais, será iniciada a análise de mérito do processo. 
Os pressupostos processuais, estudados de forma apartada, são 
requisitos necessários à validade e eficácia da relação processual, enquanto 
que as condições da ação são requisitos que legitimam o autor a pleitear a 
tutela jurisdicional. 
CPC 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
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IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de 
constituição e de desenvolvimento válido e regular do 
processo; 
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, 
como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o 
interesse processual; 
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO 23: OAB - Exame de Ordem 2008-1 [CESPE] – 18/05/2008. 
A respeito da jurisdição e da ação, assinale a opção correta. 
a) Caso seja iniciado um procedimento de jurisdição contenciosa, este deve 
seguir até a sentença final no procedimento escolhido pelo autor, não sendo 
possível transformar o contencioso em voluntário por ato subseqüente ou por 
manifestação de vontade de qualquer das partes. 
b) As condições da ação devem ser verificadas pelo juiz desde o despacho de 
recebimento da petição inicial até a prolação da sentença, pois a falta de uma 
delas durante o processo caracteriza a carência superveniente, que enseja a 
extinção do processo sem resolução do mérito. 
c) Duas ações são consideradas idênticas quando ocorrer identidade de partes, 
objeto e causa de pedir. Assim, caso seja verificada, no cotejo entre as duas 
ações, a invocação de norma jurídica diversa em cada uma delas, haverá 
pluralidade de causas de pedir. 
d) Na chamada jurisdição voluntária, a composição dos litígios é obtida pela 
intervenção do juiz, que substitui a vontade das partes litigantes por meio de 
uma sentença de mérito, aplicando, no caso concreto, a vontade da lei. 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. Ao contrário. Se as partes resolverem conciliar no meio do 
processo, o ato judicial que homologa o acordo será considerado de Jurisdição 
Voluntária, posto que não decidiu qualquer lide (apenas atestou a vontade das 
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partes). 
Item B – correto. A ausência de qualquer das condições da ação pode ser 
atestada desde a análise da petição inicial até o fim do processo, com a 
prolação da Sentença de Mérito, não precluindo a sua análise em qualquer fase 
do processo. 
CPC 
Art. 295. A petição inicial será indeferida: 
II - quando a parte for manifestamente ilegítima; 
III - quando o autor carecer de interesse processual; 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
(Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) 
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, 
como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o 
interesse processual; 
Item C – errado. Sim, a identidade de Ações ocorre quando há identidade dos 
três elementos da Ação: Partes, Causa de Pedir e Pedido (Objeto). No entanto, 
a simples invocação de normas jurídicas diversas não configura 
necessariamente diversas causas de pedir. 
Vimos que a Causa de Pedir não é a alegação de norma jurídica, mas das 
consequências jurídicas do fato. 
CAUSA DE PEDIR – constitui-se dos fatos e dos fundamentos jurídicos do 
pedido do autor ao Juiz. Nada mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, 
bem como dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. A Causa de Pedir 
é dividida pela doutrina em duas (aplicação da Teoria da Substanciação): 
i. Causa de Pedir Remota (Fática) – relaciona-se com o fato, 
sendo apenas a descrição fática da lide, com indicação da efetiva 
e concreta lesão ou ameaça de lesão ao direito do autor. O fato 
terá repercussões jurídicas, por isso precisa ser delimitado e 
descrito. 
ii. Causa de Pedir Próxima (Jurídica) – é a descrição das 
consequências jurídicas decorrentes do fato alegado. Não é 
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necessária a descrição do fundamento legal preciso que dê 
sustentáculo ao pedido, basta a enunciação das próprias 
consequências jurídicas (isto é, não precisa mencionar em que 
lei, artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se o direito 
requerido). Não há esta necessidade porque o Juiz conhece o 
direito (Princípio do iura novit cúria). O que importa é o autor 
mencionar qual a consequência jurídica do fato. 
Item D – errado. Este é o conceito de Jurisdição Contenciosa e não de 
Jurisdição Voluntária. A Jurisdição pode ser classificada em 2 (duas) principais 
espécies: 
o Jurisdição Contenciosa – é a jurisdição propriamente dita, 
sendo a atividade estatal exercida pelo Poder Judiciário, 
consistente no poder de dizer o direito no caso concreto, 
solucionando as lides em substituição aos interesses das 
partes. 
o Jurisdição Voluntária – consiste na integração e 
fiscalização de negócios firmados entre particulares. Há 
muita discursão na doutrina acerca da natureza da Jurisdição 
Voluntária, se também seria ou não propriamente uma 
Jurisdição (se não seria uma mera Administração Pública de 
interesses privados). 
RESPOSTA CERTA: B 
QUESTÃO 24: OAB - SP - 134º Exame de Ordem [CESPE] – 
27/01/2008. 
O interesse de agir é 
a) faculdade da ação. 
b) elemento da ação. 
c) condição da ação. 
d) pretensão. 
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COMENTÁRIOS: 
São 3 as Condições da Ação: 
1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO; 
2. INTERESSE DE AGIR; 
3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM). 
RESPOSTA CERTA: C 
QUESTÃO 25: TRT - 7ª Região - Analista Judiciário – Administrativa 
[FCC] – 11/10/2009 (ADAPTADA). 
No que concerne à jurisdição e à ação, é INCORRETO afirmar: 
a) nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o 
interessado a requerer, nos casos e forma legais. 
b) ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando 
autorizado por lei. 
c) o interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência ou da 
inexistência de relação jurídica. 
d) ocorrendo violação do direito não é admissível a ação declaratória. 
COMENTÁRIOS: 
Item A – correto. Este é o Princípio da INÉRCIA de Jurisdição. 
Item B – correto. Legitimidade Extraordinária (Substituição Processual) 
– quando a lei autoriza terceiros a atuarem em juízo em nome próprio, mas 
na defesa de interesse alheio (interesse do titular do direito), em substituição 
do legitimado ordinário. Na legitimação extraordinária há uma não–
coincidência entre o legitimado e o titular do da relação discutida em juízo. Ou 
seja, o legitimado não coincide com o titular da relação discutida. Alguém está 
em juízo em nome próprio defendendo interesse alheio (está no processo 
discutindo um interesse que não é dele). Sempre que alguém estiver em 
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juízo defendendo interesse de outrem em nome próprio será um legitimado 
extraordinário. Característica principal da Legitimidade Extraordinária: 
Previsão Legal - decorre da lei em sentido amplo, não sendo permitido por 
simples acordo das partes (exemplo: contratos ou quaisquer negócios 
jurídicos). Ou seja, somente com autorização legal (previsão expressa na lei) é 
que será possível a legitimação extraordinária (substituição processual). 
CPC 
Art. 6o Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito 
alheio, salvo quando autorizado por lei. 
Item C – correto. O interesse do autor poderá ser limitado apenas à 
simples existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da 
relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela 
decorrentes), bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a 
Ação meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da 
existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação 
declaratória é uma ação para declarar situações jurídicas e não para declarar 
fatos, salvo a ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um 
documento. 
CPC 
Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica; 
II - da autenticidade ou falsidade de documento. 
Item D – errado. Admite-se que o autor entre com ação declaratória quando 
seja possível a propositura de uma ação condenatória. Por isso, que o CPC 
prevê que é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a 
violação do direito. Ou seja, poderá apresentar ação condenatória, que é para 
reconhecer e efetivar o direito violado, como também, mesmo nessa situação, 
o autor poderá entrar no Judiciário somente para reconhecer o direito, sem 
desejar efetivá-lo. 
CPC 
Art. 4o 
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda 
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que tenha ocorrido a violação do direito. 
RESPOSTA CERTA: D
QUESTÃO 26: OAB - SP - 136º Exame de Ordem [CESPE] – 14/09/2009 
(ADAPTADA). 
Assinale a opção correta acerca da jurisdição, da ação e do processo. 
a) Uma das características da jurisdição é a aptidão para a coisa julgada; por 
conseguinte, somente haverá jurisdição se houver coisa julgada material. 
b) O princípio do juiz natural tem por finalidade garantir a prestação da tutela 
jurisdicional por juiz independente e imparcial. 
c) A capacidade de estar em juízo, o interesse de agir e a possibilidade jurídica 
do pedido são considerados elementos da ação. 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. Somente a Jurisdição tem a característica da Definitividade, 
que é a aptidão para formação da coisa julgada. A jurisdição tem o condão 
de tornar suas decisões imutáveis. 
Item B – correto. Princípio do Juiz Natural ou Imparcialidade – O Princípio 
do Juízo Natural é extraído do Devido Processo Legal e de dois específicos 
dispositivos do art. 5º da Constituição Federal (incisos XXXVII e LIII). O Juiz 
Natural é aquele investido regularmente na jurisdição (investidura) e com 
competência constitucional para julgamento dos conflitos a ele submetidos. É 
aquele previsto antecedentemente, com competência abstrata e geral, para 
julgar matéria específica prevista em lei. 
Item C – errado. É a legitimidade ad causam e não a capacidade de estar 
em juízo (legitimidade ad processum) que compõe mais uma das condições da 
ação. 
RESPOSTA CERTA: B 
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QUESTÃO 27: TCE - AP - Procurador de Contas [FCC] – 17/10/2010. 
São elementos da ação: 
a) autor, réu e juiz. 
b) juiz, provas e sentenças. 
c) partes, causa de pedir e pedido. 
d) legitimidade, interesse e possibilidade jurídica do pedido. 
e) jurisdição, demanda e defesa. 
COMENTÁRIOS: 
São 3 (três) os ELEMENTOS básicos das Ações (sigla PCP): 
1. PARTES – Autor e Réu. São os que efetivamente 
participam da relação jurídica processual, triangularizada 
com a figura do Juiz, mediante o contraditório. 
2. CAUSA DE PEDIR – constitui-se dos fatos e dos 
fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada 
mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como 
dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. 
3. PEDIDO (OBJETO) – é a parte final da Ação, consistente 
na solicitação ao Estado-Juiz da prestação da tutela 
jurisdicional, obrigando ao réu o respeito à pretensão do 
autor. 
RESPOSTA CERTA: C 
QUESTÃO 28: TRT 12ª - Téc. Judiciário – Administrativa FCC] – 
10/10/2010. 
A legitimidade das partes e a possibilidade jurídica do pedido são condições da 
a) jurisdição e da ação, respectivamente. 
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b) jurisdição. 
c) ação e da jurisdição, respectivamente. 
d) ação. 
e) competência funcional. 
COMENTÁRIOS: 
Não há condições dajurisdição, apenas condições da ação, que são 3: 
1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO; 
2. INTERESSE DE AGIR; 
3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM). 
RESPOSTA CERTA: D
QUESTÃO 29: TRT - 19ª Região - Analista Judiciário – Administrativa 
[FCC] – 07/09/2008. 
O direito de ação é objetivo, decorre de uma pretensão e depende da 
existência do direito que se pretende fazer reconhecido e executado. 
COMENTÁRIOS: 
O direito de Ação possui as seguintes características: 
• Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a 
atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e 
Estado-Juiz – relação processual) – portanto não é 
OBJETIVO! 
• Direito Autônomo – a natureza do direito de Ação (relação 
processual) é distinta da natureza do direito material (relação 
material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte; 
• Direito Abstrato – a existência do direito de Ação
independe da efetiva existência do direito material. O 
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sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese 
de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça. 
RESPOSTA CERTA: E
QUESTÃO 30: TRT 23ª - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] – 
24/06/2008. 
É totalmente correto afirmar que o direito de ação é um direito 
a) subjetivo, privado, autônomo e concreto. 
b) subjetivo, público, autônomo e abstrato. 
c) objetivo, público e vinculado ao resultado do processo. 
d) objetivo, privado e vinculado ao resultado do processo. 
e) objetivo, privado, concreto e abstrato. 
COMENTÁRIOS: 
Vide comentários anteriores. 
RESPOSTA CERTA: B 
QUESTÃO 31: TRT 4ª - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] – 
20/08/2008. 
A respeito da jurisdição e da ação, é correto afirmar que 
a) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da autenticidade de 
documento. 
b) é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do 
direito. 
c) não é necessário ter interesse e legitimidade para propor ou contestar a 
ação. 
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d) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da existência ou 
inexistência de relação jurídica. 
e) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da falsidade de 
documento. 
COMENTÁRIOS: 
Item A, D e E – errados. O interesse do autor poderá ser limitado apenas à 
simples existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da 
relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela 
decorrentes), bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a 
Ação meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da 
existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação 
declaratória é uma ação para declarar situações jurídicas e não para declarar 
fatos, salvo a ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um 
documento. 
CPC 
Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica; 
II - da autenticidade ou falsidade de documento. 
Item B – correto. Admite-se que o autor entre com ação declaratória quando 
seja possível a propositura de uma ação condenatória. Por isso, que o CPC 
prevê que é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a 
violação do direito. Ou seja, poderá apresentar ação condenatória, que é para 
reconhecer e efetivar o direito violado, como também, mesmo nessa situação, 
o autor poderá entrar no Judiciário somente para reconhecer o direito, sem 
desejar efetivá-lo. 
CPC 
Art. 4o 
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que 
tenha ocorrido a violação do direito. 
Item C – errado. A legitimidade e o interesse são condições da Ação aplicáveis 
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tanto para o Autor quanto para o Réu (no polo ativo e passivo). 
RESPOSTA CERTA: B 
QUESTÃO 32: TRT 20ª - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] – 
11/06/2008. 
No que concerne à Jurisdição e à Ação, de acordo com o Código de Processo 
Civil, é correto afirmar que 
a) a jurisdição civil contenciosa e voluntária é exercida pelos juízes e membros 
do Ministério Público em todo o território nacional. 
b) o juiz prestará a tutela jurisdicional ainda que não haja requerimento da 
parte ou do interessado, nos casos e formas legais. 
c) para propor ou contestar ação basta ter legitimidade. 
d) ninguém poderá pleitear, em regra, em nome próprio, direito alheio. 
e) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração de inexistência de 
relação jurídica. 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. Membro do MP exercendo Jurisdição? 
Princípio da Investidura – a atividade jurisdicional deve ser exercida pelos 
órgãos estatais que foram regularmente investidos na função jurisdicional. Ou 
seja, somente poderá exercer a jurisdição aquele órgão a que a lei atribui o 
poder jurisdicional. 
Item B – errado. O Princípio da Inércia impõe que deve haver provocação da 
parte. 
Item C – errado. Não. É preciso preencher todas as 3 condições da ação, 
mais os pressupostos processuais. 
Item D – correto. A Legitimidade Ad Causam poderá ser: 
a) Legitimidade Ordinária – quando os próprios 
titulares do direito pleiteado são os autores da 
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demanda. Na legitimação ordinária há coincidência 
entre o legitimado e o sujeito da relação jurídica 
discutida em juízo. Significa que se alguém vai a 
juízo e é titular do interesse próprio, então ele é o 
legitimado ordinário. Essa é a regra. 
b) Legitimidade Extraordinária (Substituição 
Processual) – quando a lei autoriza terceiros a 
atuarem em juízo em nome próprio, mas na defesa 
de interesse alheio (interesse do titular do direito), 
em substituição do legitimado ordinário. 
Item E – errado. Já vimos que é plenamente possível. 
RESPOSTA CERTA: D
QUESTÃO 33: TRT 9ª - Analista Judiciário - Exec- Mandados [FCC] – 
12/09/2004. 
A respeito do direito de ação, é INCORRETO afirmar que 
a) é o direito subjetivo público de pleitear ao Poder Judiciário uma decisão 
sobre uma pretensão. 
b) é dependente e vinculado ao direito material ou à relação jurídica material 
existente entre as partes. 
c) é assegurado pela Constituição, a qual garante que a lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. 
d) são condições de seu exercício: a legitimidade, o interesse de agir e a 
possibilidade jurídica do pedido. 
e) são elementos identificadores da ação: as partes, o pedido e a causa de 
pedir. 
COMENTÁRIOS: 
Item A – correto. Sim, é uma das características do Direito

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