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Teorema de Heckscher-Ohlin na Economia Internacional

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Economia Internacional
Teorema de Heckscher-Ohlin
Cap. 4, K & O
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Introdução
Economistas suecos, Eli Heckscher e Bertil Ohlin (início do século XX)
Desenvolveram uma teoria do comércio internacional que destaca as diferenças internacionais entre dotações de categorias abrangentes de fatores produtivos (trabalho, capital e terra), dos quais, nenhuma é setor-específico
Modelo 2 x 2 (economia que produz 2 bens com 2 fatores de produção)
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Resultados recentes do modelo
Dois países que compartilham uma tecnologia, mas que diferem em suas dotações de fatores de produção básicos, podem, assim mesmo, perceber que o livre comércio de mercadorias força uma igualdade absoluta dos salários entre países
Defensores do protecionismo concluem que mesmo um fator de base ampla, como o trabalho, pode ter um ganho inequívoco com a imposição de tarifas
*
*
*
Paradigmas fundamentais do modelo 2 x 2
1. O padrão de comércio reflete as dotações relativas de fatores de produção – países com mão-de-obra relativamente abundante tendem a exportar mercadorias relativamente intensivas em mão-de-obra
2. A liberalização comercial beneficia o fator de produção relativamente abundante, mas prejudica o fator relativamente escasso
*
*
*
Hipóteses
Dois produtos: vestimentas e alimentos
Produção ocorre num ambiente competitivo e que a tecnologia exibe rendimentos de escala constantes
Ambas as indústrias competem pelo mesmo par de fatores de produção: trabalho e capital
*
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*
Hipóteses / Cont.
A diferença fundamental que distingue a produção de alimentos da produção de vestimentas é a intensidade de fatores que cada um requer
A razão entre capital e trabalho utilizada na produção de alimentos difere daquela verificada no setor de vestimentas
*
*
*
O caso de tecnologia rígida
As idéias do modelo podem ser representadas num cenário simples que se supõe uma tecnologia rígida
Supõe-se que existe apenas uma maneira de se produzir vestimentas, onde aLV e aKV representam coeficientes fixos de insumo-produto
Estes coeficientes indicam quanto de mão-de-obra e de capital, respectivamente, são utilizados para produzir uma unidade de vestimentas
Da mesma forma, a tecnologia para a produção de alimentos pode ser determinada através dos coeficientes aLA e aKA 
*
*
*
Relação capital/trabalho 
A comparação de capital/trabalho nos dois setores é importante porque determina qual setor é capital-intensivo
Assume-se que o setor de vestimentas é intensivo em mão-de-obra, ou seja que:
aLV /aKV > aLA /aKA
As dotações de fatores também são importantes para determinar os níveis de produção e o padrão de comércio
Assume-se então que o país local tem uma abundância relativa de mão-de-obra, ou seja:
L/K > L*/K*
*
*
*
Tecnologia rígida, tipo de produção e dotação de fatores
Assume-se ainda que os fatores não são deslocáveis internacionalmente e que a tecnologia é dada e comum a ambos os países
Isto tudo determina que a cesta de dotações de fatores de um país, juntamente com sua tecnologia, determina suas possibilidades de produção
*
*
*
Curvas de possibilidades de produção
As curvas de possibilidades de produção dos dois países revelam a tendência para o padrão do comércio, determinada pelas diferenças nas dotações de fatores
Restrição de mão-de-obra para o estrangeiro:
aLVx*V + aLAx*A = L* 
Restrição de capital para o estrangeiro:
aKVx*V + aKAx*A = K* 
Note que a produção de qualquer um dos bens agora precisa não somente de usar mão-de-obra, mas também capital
*
*
*
Alimentos
Vestimentas
L*
K*
L
Q
S
A
N
M
0
*
*
*
Em ambas as linhas de restrição de fatores, os coeficientes de insumo-produto não têm asteriscos, ou seja, supõe-se que a tecnologia é a mesma em ambos países
*
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*
Características do formato dessas linhas
1. A reta da restrição de capital cruza a de restrição de mão-de-obra, em vez de estar sempre acima dela (caso em que o capital estrangeiro seria tão abundante que seria gratuito) ou sempre abaixo dela (caso em que haveria excesso de oferta de mão-de-obra)
2. A reta de restrição de capital é desenhada menos inclinada que a de mão-de-obra para refletir a suposição de que a produção de vestimentas é relativamente mais intensiva em trabalho
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*
*
Alimentos
Vestimentas
L*
K*
L
Q
S
A
N
M
0
*
*
*
Ponto de pleno emprego
O locus interno NAM forma a curva de possibilidades de produção do país estrangeiro
Apenas nas cestas de produção abaixo ou sobre esse locus, a economia não estará usando mais capital ou mão-de-obra do que há disponível
O ponto de interseção A representa a única combinação na produção em que tanto a mão-de-obra quanto o capital são plenamente empregados
*
*
*
País local
Conforme é assumido que a tecnologia é a mesma em ambos países (rígida), as linhas de restrição do país local são paralelas às do país estrangeiro e dependem de suas dotações de fatores
Se a economia possuir 50% a mais de ambos os fatores, o pleno emprego do país local se situaria no ponto Q
Como assume-se que o país local tem mão-de-obra relativamente abundante, o ponto de pleno emprego situa-se no ponto S
*
*
*
Alimentos
Vestimentas
L*
K*
L
Q
S
A
N
M
0
*
*
*
Teorema de Rybczynski
O ponto S no gráfico mostra que se apenas a dotação de mão-de-obra se expandir, a produção de alimentos, intensiva em capital, deve, de fato, diminuir, uma vez que este último setor precisa liberar capital (assim como mão-de-obra) para o setor de vestimentas que se encontra em expansão
*
*
*
Generalizações do modelo
Para países compartilhando da mesma tecnologia rígida e empregando plenamente capital e trabalho:
O país com relativa abundância de mão-de-obra produz quantidades relativamente grandes da mercadoria intensiva em mão-de-obra
Assim, se as preferências não diferirem muito entre países:
O país local, que tem relativa abundância de mão-de-obra, tenderá a exportar a mercadoria relativamente intensiva em mão-de-obra
*
*
*
Um exemplo numérico
Este exemplo numérico serve para realçar como as diferenças nas dotações entre países afetam os padrões de produção e de troca
Na tabela, a razão capital/trabalho na produção de alimentos (2/1) é maior que na de vestimentas (1/3)
*
*
*
Exigências de fatores por unidade de produção
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*
*
Pleno emprego para o país estrangeiro
Se o país estrangeiro possuir 200 unidades de mão-de-obra e 200 unidades de capital, a única combinação de produções que empregará plenamente capital e mão-de-obra é a produção de 40 unidades de vestimentas e 80 unidades de alimentos, ou seja, para x*V e x*A que indicam a produção de vestimentas e alimentos:
3x*V + x*A = 200 (para trabalho)
x*V + 2x*A = 200 (para capital)
x*V = 40; e x*A = 80 em pleno emprego
*
*
*
No país local:
Supondo que a força de trabalho no país local é 50% maior, ou igual a 300 unidades e que o estoque de capital é o mesmo
Para o pleno emprego no país local, xV = 80; e xA = 60
Uma comparação entre os valores, mostra que o país local, com uma força de trabalho 50% maior, tem uma produção 100% maior no setor intensivo em mão-de-obra (vestimentas) e uma produção mais baixa de alimentos (T. Rybczynski)
Tal comparação dá suporte à suposição de que o país local exporta vestimentas para o país estrangeiro
*
*
*
Mudanças de preços e distribuição de rendas dos fatores de cada país
Assumindo que o preço relativo é mais importante, suponha que o preço dos alimentos é $10 em ambos os países, antes e depois do comércio
A abundância de mão-de-obra no país local é compatível com o preço autárquico de equilíbrio para vestimentas igual a $8, menor que o preço autárquico estrangeiro, igual a $12
Sendo w e r, respectivamente, os valores do salário e do aluguel do capital no país local (e com * no país estrangeiro), a condiçãode que sob equilíbrio, a soma dos custos unitários seja igual ao preço dos bens finais sugere:
*
*
*
Remuneração dos fatores
No país local:
3w + r = 8 (vestimentas)
w + 2r = 10 (alimentos)
No país estrangeiro:
3w* + r* = 12 (vestimentas)
w* + 2r* = 10 (alimentos)
*
*
*
Equilíbrio de autarquia e de livre comércio
O único par de salários e aluguéis domésticos que satisfaz essa condição é um salário de $6/5 e um aluguel de $22/5
No exterior, como as vestimentas são relativamente mais caras sob autarquia, os salários são mais altos, iguais a $14/5, e os aluguéis são mais baixos, iguais a $18/5
Se esses dois países negociarem entre si, serão estabelecidos termos de trocas de equilíbrio que se situam entre os dois preços de autarquia
*
*
*
Equilíbrio de autarquia e de livre comércio / Cont.
Suponha que antes e depois do livre comércio, o preço mundial das vestimentas seja $10 (como o preço dos alimentos) numa relação de 1:1
A resolução do sistema de equações mostra que salários e aluguéis entre os países são igualados: no país doméstico, o salário sobe para um valor de $2 e o aluguel cai para $4; no país estrangeiro, o salário cai para $2 e o aluguel sobe para $4, num movimento oposto
*
*
*
Características centrais do comércio internacional no modelo 2 x 2
1. O livre comércio beneficia o fator de produção abundante e prejudica o fator de produção relativamente escasso
2. Se os países compartilharem uma mesma tecnologia, o livre comércio das mercadorias serve para igualar os retornos dos fatores, apesar de que os mercados de fatores estejam limitados ao interior das fronteiras nacionais sem mobilidade internacional de fatores
Esta característica do modelo é conhecida como o teorema da equalização dos preços dos fatores
*
*
*
Tecnologia flexível e comparações entre autarquias
Com tecnologia rígida, o significado de que a produção de vestimentas é relativamente intensa em trabalho no exemplo discutido é inequívoco
Se a tecnologia for flexível, porém, a escolha efetiva da técnica depende dos valores de mercado dos salários e aluguéis
Salários relativamente altos incentivam todos os setores a adotar métodos de produção relativamente intensivos em capital
*
*
*
Intensidade dos fatores
Para ilustrar a variedade de técnicas disponíveis quando a tecnologia é flexível, usaremos isoquantas
Isoquantas são curvas que mostram, por definição, combinações alternativas de capital e trabalho que podem ser usadas para produzir o mesmo nível de produção
*
*
*
Intensidade dos fatores
A figura mostra as isoquantas para cada um dos setores produtivos na economia
A razão entre salários e aluguéis é indicada pela inclinação das linhas tangentes em A e B
Esses pontos representam a melhor técnica para produzir alimentos e vestimentas para a razão de preços de fatores
O gráfico mostra que vestimentas são trabalho-intensivas enquanto alimentos são capital-intensivos
*
*
*
B
A
C
Alimentos
Vestimentas
Trabalho
Capital
0
*
*
*
Produção sob minimização de custos
É tecnologicamente possível que vestimentas sejam produzidas com técnicas mais intensivas em capital (no ponto C)
Porém, se ambas as indústrias tiverem de comprar fatores de produção no mesmo mercado nacional, as isoquantas mostram que quando os custos são minimizados, a produção de vestimentas é relativamente intensiva em mão-de-obra
*
*
*
Flexibilização das técnicas de produção
O próximo gráfico mostra como a razão capital/trabalho depende positivamente da razão entre salários e aluguéis em cada setor
A mão-de-obra mais cara induz deslocamentos para técnicas mais intensivas em capital nos dois setores, a fim de manter os custos em níveis mínimos
Como vestimentas são intensivas em mão-de-obra, a curva para vestimentas situa-se abaixo da curva que mostra a razão capital/trabalho para alimentos que por sua vez é intensivo em capital
A razão de dotação de capital/trabalho no país local é K
*
*
*
KA/LA
KV/LV
K
K*
K**
0
B
D
C
E
Razão capital/trabalho
Razão salário/aluguel
*
*
*
Reversão da intensidade dos fatores
Nada impede que essas duas curvas se interceptem, de forma que alimentos possam ser produzidos com técnicas intensivas em capital num país e com técnicas intensivas em mão-de-obra em outro
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KA/LA
KV/LV
K
K*
0
B
D
C
E
Razão capital/trabalho
Razão salário/aluguel
*
*
*
Porque a razão salário/aluguel deve estar na região BC?
Porque se a razão salário/aluguel for maior que 0C, ambas as indústrias tentarão usar mais capital por unidade de trabalho do que existe disponível no total (0K)
Tal tentativa eleva o os aluguéis e leva os preços relativos dos fatores de volta para o intervalo BC
De forma similar, se os salários forem muito baixos (numa razão abaixo de 0B), a tentativa de empregar técnicas mais intensivas em trabalho em ambos os setores, diante de 0K, elevaria os salários
*
*
*
Países com com mesma tecnologia e dotações de fatores diferentes
Neste caso, assuma que o país estrangeiro seja “capital-abundante”
Se a razão de dotações no país estrangeiro for K*, os intervalos das razões salário/aluguel factíveis nos dois países se sobrepoem em DC 
Isto implica que o livre comércio de mercadorias pode servir para igualar os salários e aluguéis nos dois países, mas apenas se os preços das mercadorias permitirem que as razões de preços de fatores fiquem nesse intervalo
*
*
*
KA/LA
KV/LV
K
K*
K**
0
B
D
C
E
Razão capital/trabalho
Razão salário/aluguel
C’
E’
*
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*
Países com com mesma tecnologia e dotações de fatores diferentes
Se a razão de dotações no país estrangeiro for K**, não há sobreposição nos intervalos das razões salário/aluguel factíveis nos dois países
Isto implica que, quaisquer que sejam os padrões de preferências e os termos de troca de equilíbrio para a mercadoria, o livre comércio de bens jamais igualará os preços dos fatores entre os países
Além disso, como os salários relativos no exterior são mais altos que no país local, o custo relativo de produzir vestimentas, trabalho-intensivas, também deve ser maior no exterior que no país local
Como resultado, o país local, que tem abundância de trabalho, deve ser um exportador de vestimentas, intensivas em trabalho
*
*
*
Distribuição de renda na mudança da autarquia para o livre comércio
O comércio internacional produz termos de troca de equilíbrio que se situam entre os preços relativos autárquicos dos dois países
A produção doméstica de vestimentas aumenta (e a de alimentos cai) ao longo da curva de produção, aumentando os salários e diminuindo os aluguéis
No exterior, conforme o preço de vestimentas cai, trabalho e capital deixam o setor de vestimentas e deslocam-se para o setor de alimentos, que aumenta a produção de alimentos, capital-intensiva, aumentando os aluguéis e reduzindo os salários
*
*
*
Distribuição de renda com o livre comércio
O preço de vestimentas no país local era relativamente baixo antes do comércio e isto refletia-se nos salários
O comércio internacional perimite que a demanda da cada país se livre do padrão de produção, possibilitando que a mão-de-obra seja indiretamente exportada (através das exportações de vestimentas), aliviando a pressão sobre a escassa mão-de-obra estrangeira
O comércio então eleva os salários (e diminui os aluguéis) no país local e diminui os salários (e aumenta os aluguéis) no país estrangeiro
Isto é, o comércio aproxima os salários e aluguéis dos dois países
*
*
*
Equalização de salários e aluguéis
Se os dois países compartilham a mesma tecnologia, uma notável característica do livre comércio é revelada: salários e aluguéis podem ser igualados entre os países, apesar de supormos que a mão-de-obra e o capital estão presos dentro se suas próprias fronteiras nacionais
*
*
*
Relação entre preços de mercadorias e retornos dos fatores
Para uma dada tecnologia, há uma forterelação entre os preços das mercadorias (que entram no comércio) e os retornos para os fatores de produção (que não entram)
No gráfico, como as vestimentas são intensivas em mão-de-obra, um aumento nos salários em relação aos aluguéis deve elevar o preço das vestimentas em relação ao dos alimentos
Note, porém, o efeito amplificado do aumento de preço de uma mercadoria sobre o preço dos fatores: um aumento de 10% no preço relativo das vestimentas elevaria a razão salário/aluguel em mais de 10%
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*
*
Salários/aluguéis
PV/PA
0
A
B
A*
p*
T
p
*
*
*
Equalização de preços de mercadorias e fatores
Isto reflete a relação de preços necessária quando dois fatores produzem um único bem: a mudança no preço do produto fica contida entre as mudanças nos componentes do custo (trabalho e capital)
Quando o comércio eleva o preço das vestimentas no país local de 0P para 0T, a mão-de-obra se beneficia em termos reais pois os salários aumentam de 0A para 0B
O comércio equaliza os preços dos fatores porque o salário relativo estrangeiro inicialmente alto, 0A*, é reduzido para 0B, quando o preço relativo das vestimentas no exterior cai de 0P* para 0T
*
*
*
Resultados da distribuição de renda da teoria de 2 x 2 de H-O
1. Teorema da equalização dos preços dos fatores: o livre comércio, que equaliza os preços das mercadorias entre países que compartilham a mesma tecnologia, deve equalizar os salários e aluguéis do país local aos do exterior se cada país produzir ativamente ambas as mercadorias
*
*
*
Condições
Para isto, supõe-se que as razões de dotações de fatores não diferem muito entre países, como nas razões capital/trabalho K e K**, onde os preços dos fatores não podem ser equalizados pelo comércio e pelo menos um país é levado à especialização completa
Além disso, o padrão de comércio deve corresponder à afirmação de que os países exportam bens intensivos no fator ao qual possuem relativa abundância
*
*
*
Resultados da distribuição de renda da teoria de 2 x 2 de H-O
2. Teorema de Stolper-Samuelson: qualquer interferência no comércio que eleve o preço local das importações deve, inequivocamente, beneficiar o fator produtivo usado de forma intensiva na produção do bem que compete com essas importações
*
*
*
Efeitos e conseqüências
A suposição de que os países tenham tecnologias idênticas não é condição fundamental para o resultado do teorema de Stoper-Samuelson
Além disso, o teorema indica que, qualquer que seja a tecnologia do país local, se o país estrangeiro (capital-abundante) impuser uma proteção contra as importações de vestimentas, ele deverá conseguir elevar seus salários reais
*
*
*
O teorema de H-O e os padrões empíricos de comércio
Muitos pesquisadores empíricos tentaram testar as previsões quanto à relação entre padrões de comércio, dotações de fatores e preços de fatores
O teorema da equalização dos preços dos fatores mesmo é refutada
No cotidiano, observa-se que os salários ente os países não são equalizados
*
*
*
Mão-de-obra e capital
O problema é que a mão-de-obra dos diversos países talvez não seja comparável (devido a padrões de educação, vida, etc.)
Já as remunerações ao capital nos diversos países parecem mais equalizadas
O capital, porém, ao contrário do que a teoria supõe, é bastante móvel entre países e essa mobilidade tende a equalizar os preços entre países sem necessidade à referência aos efeitos do comércio de mercadorias
*
*
*
Mão-de-obra e capital
Por outro lado, as tecnologias ainda são bem diferentes entre os diversos países
Os diversos países não produzem os mesmos bens, não equalizando os preços dos fatores
Falta convergência dos preços dos bens devido às barreiras comerciais e naturais
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*
*
Teste do teorema de H-O
Leontief testou a hipótese de que os EUA eram exportadores de bens produzidos com características de produção capital-intensivas, por serem uma nação rica em capital após a segunda guerra mundial
Leontief mediu as quantidades de capital e trabalho que os EUA usam para produzir uma unidade de cada bem que exporta e de cada bem que produz domesticamente em concorrência com as importações (bens “importáveis”)
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*
*
Teste do teorema de H-O / Cont.
Ele somou esses insumos para economia como um todo, para obter as quantidades totais de capital e trabalho associadas à produção local de bens de exportação (Kx e Lx) e de importáveis (Km e Lm), usando as exportações e importações efetivas para definir as ponderações
A nação rica em capital deve exportar uma cesta de bens mais intensiva em capital do que importa: Kx/Lx > Km/Lm
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*
Resultado: Paradoxo de Leontief 
Para a surpresa de Leontief, seu teste fracassou e no período observado as importações eram intensivas em capital (Paradoxo de Leontief)
Porém, Leontief não levou em consideração o capital humano, que quando incluídos no cálculo reforçaram a hipótese original
Além disso, já nos anos 70, mesmo sem o refinamento do capital humano, o paradoxo de Leontief já havia sido superado
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*
Procurando explicações em outra parte
Daniel Trefler insistiu para que os economistas procurassem novos caminhos, libertando-se de um modelo de padrões de comércio atraente, mas de desempenho sofrível. Ele sugeriu duas alternativas:
1. A primeira remete a Ricardo: um país poderia ser 10% mais produtivo que outro, de forma que as participações dos países na dotação mundial de fatores não serão calculadas corretamente se não forem ponderadas pelas produtividades
*
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Procurando explicações em outra parte
2. A segunda reconhece uma via pela qual os padrões de consumo diferem entre os países: devido a custos de transporte, tarifas ou simplesmente costumes arraigados, um país tende a consumir os bens que são produzidos a custos menores com seu próprio estoque de fatores
Esta segunda reflete o mau resultado referente a H-O de que não se consegue encontrar muitos países cujas quantidades de fatores incorporados nas exportações líquidas sejam muito diferentes daquelas em seu consumo doméstico (comércio desaparecido)
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Explicações via geografia econômica
Outra explicação para os padrões de comércio encontra-se na capacidade das ciscunstâncias históricas em ditar padrões de especialização duradouros
Exemplos são determinadas regiões, dentro de países, que se especializam na produção de um bem, como França, Hollywood, ou o Vale do Silício
Essas concentrações raramente dependem de da detecção de algum recurso natural ou traço físico específico à região.
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*
*
Explicações via geografia econômica / Cont.
Estudos indicam que estas concentrações regionais compartilham de duas características:
1. A origem de uma concentração regional, em muitos casos, resulta de algum evento ou instituição acidental, que poderia ocorrer em qualquer lugar
2. A persistência duradoura sustenta-se em muitas economias externas e outros fatores auto-sustentáveis
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*
*
O que está em jogo: comércio e salários
Além das questões de padrões de comércio, as vantagens comparativas têm importância relativamente grande para questões de políticas públicas
A diferença entre salários pagos a trabalhadores especializados e não-especializados aumentou muito ao longo dos anos
Em alguns países houve quedas reais nos salários reais pagos à mão-de-obra não-especializada, enquanto que em países industrializados europeus, a não redução dos salários reais pagos a mão-de-obra não-especializada resultou em altas taxas de desemprego
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*
*
O que está em jogo: comércio e salários
Ao mesmo tempo, as importações dos países desenvolvidos de países emergentes aumentaram significantemente
A pergunta é se esse aumento no diferencial de salários teria sido relacionado com a maior capacidade dos países emergentes em fornecer bens manufaturados de baixo nível de especialização para os países industrializados
A resposta é que isto aconteceria se os países industrializados exportassem bensintensivos em capital e mão-de-obra especializada e importassem bens intensivos em mão-de-obra pouco especializada
*
*
*
Comércio de produtos intensivos em mão-de-obra não-especializada
Há, porém, outras explicações possíveis: diminuição da demanda por manufaturados de baixa especialização, inovações tecnológicas que “poupam” trabalho de baixa especialização, tendências demográficas e grande imigração de trabalhadores não-especializados
*
*
*
A caixa de produção
Usando a caixa de produção, podemos explicar o padrão de comércio no teorema de H-O
Qualquer ponto dentro da caixa representa uma alocação possível de capital e trabalho para os setores de alimentos e vestimentas
Quando empresas de alimentos e vestimentas se defrontam com os mesmos salários para a mão-de-obra e pagam os mesmos aluguéis pelo capital, elas adotam técnicas tais que as inclinações das isoquantas sejam iguais à razão salário/aluguel
*
*
*
0A
0V
KA
KV
LV
LA
Mão-de-obra
Capital
XVC
XAC
XVB
XAB
C
B
*
*
*
A caixa de produção
A curva de contrato mostra todas as alocações eficientes de capital e trabalho para as quais as tangentes das isoquantas são iguais
Para uma dada produção Xac de alimentos, o ponto C representa a alocação que maximiza a produção de vestimentas
Cada ponto na curva de contrato mostra não só alocações eficientes de capital e trabalho, mas também as produções totais de alimentos e vestimentas
Assim, os pontos na curva de contrato indicam as produções ao longo da curva de possibilidades de produção do país
Cada ponto na curva de transformação de um país corresponde a uma alocação de mão-de-obra e capital para os dois setores
*
*
*
0A
0V
KA
KV
LV
LA
Mão-de-obra
Capital
XVC
XAC
XVB
XAB
C
B
*
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*
Mudança de pontos
Um movimento do ponto C para o ponto B corresponde a um aumento na produção de alimento e uma redução na produção de vestimentas ao longo da curva de possibilidades de produção
O diagrama mostra (pelas inclinações dos raios que partem de cada origem para C e B) que tal movimento reduz as razões capital/trabalho usadas em ambas as indústrias, uma vez que eleva a razão entre aluguéis e salários
*
*
*
0A
0V
KA
KV
LV
LA
Mão-de-obra
Capital
XVC
XAC
XVB
XAB
C
B
*
*
*
Mudança de ponto
Assim, em B, alimentos são produzidos com uma razão capital/trabalho mais baixa do que em C
Em B, o par de isoquantas tangentes é menos inclinado do que em C, com a inclinação menor refletindo uma razão salário/aluguel mais baixa
*
*
*
Estruturas produtivas no comércio: Revisão
Duas diferentes estruturas de produção que foram desenvolvidas
O gráfico esquerdo mostra as estruturas de produção do modelo ricardiano, em que a mão-de-obra é um fator que pode ser alocado entre os dois setores com custo de oportunidades constantes
*
*
*
R
D2
D1
FE2
FE1
H-O
Alimentos
Alimentos
Vestimentas
Vestimentas
0
0
(a) Modelo Ricardiano
(b) Modelo de Heckscher-Ohlin
*
*
*
Estruturas produtivas no comércio: Revisão
O gráfico do lado direito mostra as curvas de produção do modelo de H-O, em que os insumos são móveis e realocáveis entre setores a custos crescentes, 
A semelhança entre os dois gráficos é interessante, porque em um modelo, os fatores são móveis entre setores e no outro os fatores são específicos a cada um setor

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