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PREVIDENCIARIO 34 PROCESSO CIVIL PREVIDENCIARIO PROF. RENATO 13.09.14 manha

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PROCESSO CIVIL PREVIDENCIÁRIO
Da inicial até a execução
RENATO BARTH PIRES
Juiz Federal
Mestre em Direito pela PUC/SP
Professor da Faculdade de Direito da PUC/SP
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Proposta de trabalho
Razoável duração do processo (art. 5º, LXXVIII, CF/88).
Cabe aos operadores do Direito dar a sua contribuição para isso.
É claro que nem todos têm interesse em uma rápida solução da causa (basicamente, quem deve ou quem teme)
Quando se litiga contra o Estado, a situação é pior, diante das várias prerrogativas (“privilégios”) processuais: prazos, intimação pessoal, duplo grau de jurisdição, execução, etc.
Ao litigar contra o Estado, é preciso atuar para contrabalançar esse desequilíbrio
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Proposta de trabalho
Isso significa:
Redigir a petição inicial de forma tecnicamente correta, com clareza e objetividade
Facilitar a compreensão dos fatos e da controvérsia
Interpor os recursos adequados
Enfim, ADVOGAR ESTRATEGICAMENTE
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REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
Artigo 282 do CPC.
Por que se exige do advogado redigir uma petição inicial formalmente apta?
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REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL 
1. O Juiz ou Tribunal a que é dirigida.
Competência:
Delimitação da jurisdição
Distribuição racional do trabalho
Especialização
Erro:
Se incompetência relativa – prorroga se não excepcionada (15 dias ou 60 dias para o INSS);
Se incompetência absoluta – alegada em preliminar de contestação – declarada de ofício (a qualquer tempo).
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1. O Juiz ou Tribunal a que é dirigida
Onde localizar critérios de competência?
Constituição Federal
Leis federais (CPC)
Leis de organização judiciária dos Estados
Provimentos dos Tribunais (TJ, TRF, TRT, TRE, etc).
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1. O Juiz ou Tribunal a que é dirigida
Justiça Federal:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
INSS é autarquia federal;
Logo, a maioria das ações previdenciárias será proposta perante a Justiça Federal.
Competência firmada pela qualidade da parte (autarquia federal) – é absoluta – pode ser declarada de ofício e arguida em preliminar de contestação.
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1. O Juiz ou Tribunal a que é dirigida
Justiça Estadual:
Art. 109.
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
“Competência delegada”: recurso para o TRF.
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1. O Juiz ou Tribunal a que é dirigida
Justiça Estadual é opção do segurado/assistido.
Observações:
1) Opção não pode ser exercida se o autor é domiciliado em cidade que é sede da Justiça Federal ou de JEF.
2) Não pode haver uma “quarta via”: por exemplo, Justiça Federal em outra Subseção (que não a da Capital).
Exemplo: segurado domiciliado em Campos do Jordão, que não tem Justiça Federal, mas integra a jurisdição das Varas Federais de Taubaté;
Segurado pode escolher propor a ação na Justiça Estadual em Campos do Jordão, na Justiça Federal em Taubaté ou na Justiça Federal em São Paulo – mas não pode propor na Justiça Federal em São José dos Campos (Súmula 689 do STF)
TRF – pode ser declarada de ofício (alguns julgados).
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1. O Juiz ou Tribunal a que é dirigida
Acidente do trabalho:
Artigo 109, I, da Constituição: “exceto as de acidente do trabalho” – Justiça Estadual.
Competência absoluta – Juiz declara de ofício.
Recurso para o TJ.
Como saber? Em benefícios por incapacidade (aposentadoria por invalidez, auxílio doença e auxílio-acidente), é necessário identificar a origem da doença e do acidente?
se doença profissional ou acidente do trabalho, Justiça Estadual;
indício: Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT); algumas vezes: só depois da perícia.
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1. O Juiz ou Tribunal a que é dirigida
Conceito legal de acidente do trabalho e doença profissional: artigos 20 e 21 da Lei nº 8.213/91:
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; 
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa; 
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
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1. O Juiz ou Tribunal a que é dirigida
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; 
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; 
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior.
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1. O Juiz ou Tribunal a que é dirigida
Cuidado: mandado de segurança.
A competência para julgar o mandado de segurança firma-se de acordo com a categoria da autoridade impetrada e de sua sede funcional;
Matéria previdenciária: autoridade do INSS (chefe da APS, gerente executivo, etc.).
Mesmo se forem acidente do trabalho: STJ: prevalece a natureza da autoridade sobre a natureza do direito material controvertido.
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E o JEF?
Lei nº 10.259/2001: “Art. 3º Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como executar as suas sentenças”.
Em resumo: todas as causas do art. 109 da CF, desde que não se encaixem em alguma das exceções da Lei nº 10.259/2001 ou se tratar de pessoa que não pode ser parte perante o JEF.
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“Até 60 salários mínimos”
Qual salário mínimo? o fixado em lei federal válido para a data da propositura da ação (Enunciado nº 15 do FONAJEF).
Hoje: R$ 43.440,00
Como medir o valor da causa no JEF?
Se obrigações vincendas (futuro): a soma de 12 parcelas não pode ser superior a 60 salários mínimos.
Se obrigações vencidas (passado) e vincendas (futuro): a soma do total, com juros e correção monetária, não pode passar de 60 SM (todas as vencidas e mais 12 vincendas).
Se pedido incluir indenização por dano moral: obrigações vencidas, 12 vincendas e mais indenização.
TRF 3ª Região (alguns julgados): para fixar competência do JEF, considera-se o dano moral em valor até o do dano material:
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A competência do JEF é absoluta:
Lei nº 10.259/2201: “Art. 3º § 3º No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é absoluta”.
Consequências:
Incompetência deve ser alegada em preliminar de contestação (não em exceção de incompetência);
Juiz pode declarar a incompetência de ofício (mesmo sem provocação do réu), a qualquer tempo (não preclui).
Jurisdicionado não pode escolher onde propor (JEF ou Vara), se houver JEF e Vara instalados na cidade de seu domicílio.
Conduta do Juiz: extinção do processo:
Enunciado nº 24 do FONAJEF: Reconhecida a incompetência do Juizado Especial Federal, é cabível a extinção do processo, sem julgamento de mérito, nos termos do art. 1º da Lei n. 10.259/2001 e do art. 51, III, da Lei n. 9.099/95, não havendo nisso afronta ao art. 12, § 2º, da Lei 11.419/06. 
Lei nº 11.419/2006 (informatização do processo judicial). Art. 12.  A conservação dos autos do processo poderá ser efetuada total ou parcialmente por meio eletrônico. § 1º Os autos dos processos eletrônicos deverão ser protegidos por meio de sistemas de segurança de acesso e armazenados em meio que garanta a preservação e integridade dos dados, sendo dispensada a formação de autos suplementares. § 2º Os autos de processos eletrônicos que tiverem de ser remetidos a outro juízo ou instância superior que não disponham de sistema compatível deverão ser impressos em papel, autuados na forma dos arts. 166 a 168 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, ainda que de natureza criminal ou trabalhista, ou pertinentes a juizado especial.
Conflito de competência entre JEF e Vara dentro da mesma Região:
Súmula 428 do STJ: Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária.
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Valor da causa e dano moral no JEF
“(...) . 2. Tendo o valor da causa reflexos na competência do Juízo para a demanda (art. 3º, § 3º, Lei nº 10.259/2001), bem como na verba de sucumbência e nas custas processuais, não pode o autor fixá-lo ao seu livre arbítrio. O valor da causa deve corresponder ao proveito econômico perseguido pela parte, podendo o magistrado, de ofício, com base nos elementos fáticos do processo, determinar a sua adequação. 3. É certo que, havendo cumulação dos pedidos de concessão de benefício previdenciário e de indenização por danos morais, os respectivos valores devem ser somados para efeito de apuração do valor da causa (inteligência do art. 259, II, do CPC). Contudo, a pretensão secundária não poderia ser desproporcional em relação à principal, de modo que, para definição do valor correspondente aos danos morais, deveria ter sido utilizado como parâmetro o quantum referente ao total das parcelas vencidas e vincendas do benefício previdenciário pretendido. 4. Sendo excessivo o valor atribuído à indenização por danos morais, vale dizer, ultrapassando o valor pretendido o limite equivalente ao total das parcelas vencidas mais doze vincendas do benefício (inteligência do art. 260 do CPC), é perfeitamente possível que o Juízo reduza, de ofício, o valor da causa, ao menos provisoriamente, com vistas à fixação da competência para o julgamento do feito (...) (TRF 3ª Região, SÉTIMA TURMA, AI 0034397-46.2012.4.03.0000, Rel. Desembargador Federal FAUSTO DE SANCTIS, julgado em 20/05/2013, e-DJF3 Judicial 1 DATA:29/05/2013)
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Competência para concessão de liminar e/ou tutela antecipada
A concessão de medidas liminares é, obviamente, do Juízo competente para aquele processo.
Mas a doutrina entende que o “poder geral de cautela” é inerente à função jurisdicional.
Assim, mesmo o Juiz incompetente pode deferir medida de urgência destinada a evitar o perecimento de direito.
Essa medida de urgência pode ser revista, se for o caso, pelo Juízo competente.
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2. Os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu
Qualificação completa e correta:
Maria Silva é diferente de Maria da Silva;
Isso é essencial para o pagamento do precatório/RPV: se estiver errado, devolve.
Profissão:
Informação fundamental para os benefícios por incapacidade (auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e auxílio-acidente).
Domicílio e residência do autor (atualizados): alguns problemas administrativos na implantação do benefício;
INSS manda uma carta pedindo complementação de algum documento, não obtém resposta e o “sistema” bloqueia o pagamento;
Perícias domiciliares: (estudo sócio econômico em LOAS);
Intimações pessoais (para prestar depoimento pessoal, para constituir novo advogado em caso de renúncia).
Art. 238, parágrafo único, do CPC: intimações válidas se dirigidas ao endereço constante dos autos.
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2. Os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu
CPF:
Importantíssimo:
Na JF não se distribui ação sem CPF (indica possíveis ações anteriores, inclusive no JEF);
Precatório/RPV: CPF inválido ou irregular faz com que a requisição de pagamento seja devolvida;
Se “pendente de regularização”, impede o levantamento dos depósitos judiciais;
CPF do advogado:
Incluir na procuração;
Precisa ser intimado para apresentar e aí passa o 1º de julho (só em 2016);
Não recebe honorários (já cheguei a requisitar só do cliente do advogado que, intimado, não informou o CPF)
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“Valor da causa” e “valor da condenação”
É possível que, em razão do tempo decorrente do processamento da ação, o valor da condenação supere os 60 salários mínimos.
Qual é a conduta do Juiz? Extinguir? Intimar o autor para renunciar ao excedente?
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“Valor da causa” e “valor da condenação”
Lei nº 10.259/2001:
Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão, o pagamento será efetuado no prazo de sessenta dias, contados da entrega da requisição, por ordem do Juiz, à autoridade citada para a causa, na agência mais próxima da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil, independentemente de precatório.
§ 1o Para os efeitos do § 3o do art. 100 da Constituição Federal, as obrigações ali definidas como de pequeno valor, a serem pagas independentemente de precatório, terão como limite o mesmo valor estabelecido nesta Lei para a competência do Juizado Especial Federal Cível (art. 3º, caput). (...).
§ 4o Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no § 1º, o pagamento far-se-á, sempre, por meio do precatório, sendo facultado à parte exequente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, da forma lá prevista.
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“Valor da causa” e “valor da condenação”
5ª Turma Recursal de São Paulo:
“(...) II - VOTO Inicialmente, não há que se falar em incompetênciado Juizado Especial Federal, em razão do valor da causa, pois não há nos autos comprovação de que o montante pretendido pela parte autora supera o limite de alçada estabelecido no artigo 3°, § 2°, da Lei federal n° 10.259/2001. Note-se que os conceitos de valor da causa e valor da condenação são inconfundíveis. A Lei nº 10.259/2001 permite expressamente a expedição de precatório no âmbito dos Juizados Especiais Federais (artigo 17, § 4º), razão pela qual nada impede que a execução seja realizada em valor superior a sessenta salários mínimos, conquanto a competência seja limitada a esse valor na data do ajuizamento da demanda. Tal é, inclusive, o entendimento já pacificado pelas Turmas Recursais: SÚMULA Nº 16 - É possível a expedição de precatório no Juizado Especial Federal, nos termos do artigo 17, §4º, da Lei nº 10.259/2001, quando o valor da condenação exceder 60 (sessenta) salários mínimos." (Origem Enunciado 20 do JEFSP)” (Processo 00294956220124036301, Rel. Juiz OMAR CHAMON, e-DJF3 24.5.2013).
No mesmo sentido:
Processo 00184566820124036301, Rel. Juíza FLAVIA PELLEGRINO SOARES, TR3 - 3ª Turma Recursal - SP, e-DJF3 09.5.2013;
Processo 00095013120064036310, Rel. CRISTIANE FARIAS RODRIGUES DOS SANTOS, TR4 – 4ª Turma Recursal, e-DJF3 23.5.2013.
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3. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido
Teoria da substanciação: a causa de pedir decorre tanto da relação jurídica/conflito de interesses como dos fatos (diferente da teoria da individualização – só os fatos).
Bom advogado: claro, direto e preciso.
É a causa de pedir:
remota:	fatos jurídicos.
próxima:	fundamentos jurídicos;
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3. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido
FATOS:
Descrever objetivamente o que interessa para a causa;
ex.: tudo começou quando a mãe do autor, nos idos de 1950, conheceu o então futuro pai do autor....
Não é isso: são os fatos jurídicos relevantes para a causa.
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3. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido
A descrição dos fatos deve ser um espelho do direito material.
Comparar requisitos legais para a concessão do benefício X petição inicial.
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3. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido
Auxílio doença: requisitos legais – incapacidade temporária para a atividade profissional habitual (mais de 15 dias), qualidade de segurado e carência (quando necessária):
	“O autor é segurado da Previdência Social, na qualidade de empregado, como faz prova a cópia da carteira de trabalho anexada (documento nº 2). Foi acometido de síndrome do túnel do carpo no membro superior direito, como fazem prova o relatório médico e os exames ora juntados (documentos nº 3 a 6), doença que é causa de incapacidade para o trabalho, por mais de 15 dias. O autor requereu administrativamente o auxílio-doença, que foi indeferido sob a alegação de que não haveria incapacidade, o que não corresponde a verdade. A síndrome do túnel do carpo é uma neuropatia resultante da compressão do nervo mediano no canal do carpo, estrutura anatômica que se localiza entre a mão e o antebraço. Através desse túnel rígido, além do nervo mediano, passam os tendões flexores que são revestidos pelo tecido sinovial. Qualquer situação que aumente a pressão dentro do canal provoca compressão do nervo mediano e a síndrome do túnel do carpo. No caso do autor, a extensão da doença é causa de parestesias (formigamentos) e dores constantes no membro superior direito, impedindo-o de executar tarefas como manipular objetos pequenos. Considerando que o autor exerce o ofício de montador, atuando na linha de produção de uma indústria de aparelhos eletrônicos, não consegue exercer sua atividade profissional habitual. Tendo cumprido a carência legal exigida (12 meses), tem direito à concessão do auxílio-doença”.
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3. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido
Aposentadoria por invalidez: incapacidade definitiva, para qualquer atividade que lhe garanta a subsistência, carência e qualidade de segurado.
“O autor, segurado da Previdência Social, foi acometido de insuficiência renal crônica, doença que causou incapacidade definitiva para exercer qualquer atividade laborativa que lhe garanta a subsistência, já que não pode fazer quaisquer esforços físicos e sua sobrevida depende da realização de sessões diárias de hemodiálise. Requereu administrativamente o benefício, que foi indeferido sob a alegação de que ocorreu a perda da qualidade de segurado. Ocorre que a cessação de vínculos de emprego e de contribuições à Previdência Social decorreu, exatamente, da incapacidade para o trabalho, razão pela qual tem direito à aposentadoria por invalidez, já que se trata de nefropatia grave, sendo dispensada a carência”.
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3. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido
Revisão de tempo de contribuição:
“O autor requereu ao INSS a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição, benefício que foi deferido. Apesar disso, o INSS deixou de computar, como tempo de contribuição, o período trabalhado à empresa XYZ, o que reduziu indevidamente a renda mensal inicial do benefício.
Revisão pelo teto das Emendas nº 20/98 e 41/2003:
“O autor é titular de aposentadoria por tempo de contribuição, cuja renda mensal inicial foi fixada no valor correspondente ao teto do salário de benefício; por força das Emendas nº 20/98 e 41/2003, foi elevado o valor desse teto, mas o INSS não aplicou esses novos valores aos benefícios concedidos em datas anteriores, o que se pretende obter”.
Concessão de aposentadoria especial:
“O autor é segurado da Previdência Social e requereu administrativamente a aposentadoria especial, que foi indeferida, sob a alegação de falta de tempo de contribuição. Ocorre que o INSS deixou de reconhecer, como especiais, os períodos de trabalho prestados às empresas X, Y, e Z, de tanto a tanto, o que impediu que alcançasse tempo suficiente para a concessão do benefício”.
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3. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido
Fundamentos jurídicos
1) Doutrina: não é necessária a referência à norma jurídica que ampara a pretensão (não precisa citar os artigos de lei).
MAS: a citação de artigos de lei e da Constituição Federal é indispensável para RE e RESP.
2) Não é relevante a qualificação jurídica que o autor dá ao fato (pode ser mudada pelo Juiz, se achar que é o caso – jura novit curia – livre dicção do direito).
Ex.: o autor afirma que o ato de concessão do benefício foi revogado (na verdade, foi anulado); consequências jurídicas distintas (revoga-se por razões de conveniência e oportunidade; anula-se no caso de invalidade – nulidade ou anulabilidade).
MAS: não custa indicar corretamente a norma jurídica, nem dar a correta qualificação jurídica aos fatos em discussão.
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3. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido
Fundamentos jurídicos
Bom conhecimento do direito material:
Quais são os requisitos legais para ter direito a um determinado benefício?
Auxílio doença: incapacidade para sua atividade profissional habitual por mais de 15 dias, de natureza temporária, mantida a qualidade de segurado e cumprida a carência – quando for o caso);
Pensão por morte: qualidade de dependente; óbito do segurado; manutenção da qualidade de segurado na data do óbito; dispensada a carência
Aposentadoria por idade: idade mínima (65 anos para homens, 60 para mulheres, reduzindo em cinco anos se rural); carência de 180 contribuições; regra de transição do art. 142 da Lei nº 8.213/91; prorrogações da Lei nº 11.718/2008, etc.
Parece óbvio: mas é preciso demonstrar analiticamente que o cliente tem direito ao benefício;
Revisão: qual é o fundamento jurídico que sustenta a revisão pedida?
erro na concessão do benefício;
erro na contagem do tempo de contribuição;
erro no cômputo dos salários de contribuição;
aplicação de índice diverso do previsto em lei (ex. IRSM de fevereiro de 1994 sobre os salários de contribuição anteriores a março);
ilegalidade do ato administrativo que estipulou os critérios de reajuste (aplicou índice menor que o legal);
inconstitucionalidade da lei em que se fundaa concessão do benefício.
Motivo do indeferimento?
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Outros exemplos
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Estratégia de bem advogar
Facilitar o trabalho do Juiz: alguns milhares de processos;
ex.:	réplica: processualmente, serve para uma única coisa: manifestação sobre questões preliminares ou prejudiciais contidas na contestação (art. 301 do CPC);
Evitar só repetir o que está na inicial (solução Ctlr C Ctrl V). – serventuário vai juntar uma petição vazia de conteúdo – demora mais sem nenhum sentido; consome mais papel – frente e verso – ambientalmente correto.
Apontar especificamente os problemas da contestação ou do laudo pericial.
Instruir a petição inicial com prova documental desses fatos;
ex.: reajustes de benefício já concedido: observar a data de início do benefício;
ex.: revisão da renda mensal inicial do benefício: observar se o critério que se pretende rever alcança o período básico de cálculo;
ex.: salário de benefício e salário de contribuição; reajuste do benefício em manutenção e revisão da renda mensal inicial;
Outros cuidados: identificar o número do benefício (NB) - facilita a localização e o cumprimento de eventual tutela antecipada;
Organização correta e coerente dos documentos; facilita a vida do Juiz;
Art. 365, IV (Lei 11.382): cópias de peças dos autos declaradas autênticas pelo advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
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4. O pedido, com as suas especificações
É preciso saber pedir:
Princípio da correlação ou da congruência entre a sentença e o pedido (arts. 128 e 460 do CPC):
Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.
Art. 460. É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Se não pedir, o juiz não concederá; isso é muito mais grave e muito mais frequente do que se imagina.
ex.: pediu o “restabelecimento” do benefício que não foi concedido;
pediu a concessão do benefício, mas não pediu o pagamento dos valores atrasados (o benefício deveria ter sido concedido lá atrás, quando do requerimento administrativo);
pediu para não se sujeitar ao recolhimento da contribuição previdenciária, mas não pediu a devolução do que foi pago indevidamente.
não especificou a data de início do benefício (o juiz fixou a partir da citação ou da propositura da inicial, mas ele era devido desde a data de entrada do requerimento administrativo).
Pode até apelar disso: mas se especificar, o juiz precisa decidir e, se esquecer, embargos de declaração;
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4. O pedido, com as suas especificações
Cumulação de pedidos:
Pedidos alternativos: quero A ou B. Estou satisfeito com qualquer um deles.
Pedidos sucessivos: quero A e B, mas o acolhimento de B depende do acolhimento de A.
Pedidos subsidiários ou eventuais: quero A; se não for possível, quero B; se não for possível, quero C.
ex.: aposentadoria por invalidez, auxílio-doença ou auxílio-acidente;
ex.: aposentadoria especial ou aposentadoria por tempo de contribuição (com contagem de tempo especial, convertido em comum).
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4. O pedido, com as suas especificações
Não precisa pedir: juros (art. 293 CPC)
			 prestações periódicas (art. 290 CPC).
			 despesas processuais antecipadas e honorários de advogado (art. 20 do CPC)
Juros e correção monetária:
se pedir e especificar o critério, provoca uma decisão do juiz a respeito, que faz coisa julgada;
Evita rediscutir a matéria em embargos à execução (só o cálculo, não o critério do cálculo);
Manual de Orientação de Procedimentos para Cálculos na Justiça Federal, aprovado pela Resolução CJF nº 134/2010.
Art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 11.960, de 29.6.2009 (“Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária, remuneração do capital e compensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança”).
Incidente a partir de 30.6.2009. – inconstitucionalidade? – STF, ADI 4357 e 4425 (Emenda nº 62/2009).
Atualização – Resolução CJF nº 267/2013: IPCA-E no lugar da TR como correção monetária.
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5. Valor da causa
Importante calcular: pode alterar o procedimento e a competência (sumário, JEF);
Em regra: valor das prestações vencidas MAIS doze prestações vincendas (artigo 260 do CPC);
Se tiver dano moral – vencidas, 12 vincendas e valor da indenização;
TRF 3ª: para fixação do valor da causa e competência, dano moral não pode ser maior do que o valor do benefício requerido (vencido e vincendas).
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6. As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados 
Importante especificar;
Parte da doutrina distingue:
1) protesto genérico da inicial (“Art. 282, VI: As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados”);
2) especificação (“Art. 324. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando que não ocorreu o efeito da revelia, mandará que o autor especifique as provas que pretenda produzir na audiência”).
É uma especificação guiada por aquilo que for alegado pelo réu.
A distinção não é meramente acadêmica: se as partes são especificamente instadas a indicarem as provas, e não o fazem, ocorreu a preclusão.
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7. O requerimento para a citação do réu
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Antecipação dos efeitos da tutela
Razoável duração do processo e efetividade da jurisdição.
Decisões “liminares”:
“In limine”: no início (embora possam ser incidentais – no curso do processo).
Decisões provisórias;
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Espécies de decisões liminares
Cautelar:
Acautelatória: finalidade de assegurar o resultado útil do processo principal; não pode esgotar o objeto do processo (“satisfativas”).
Ex.: suspensão da pensão deferida a outro pensionista, até o julgamento da ação principal.
Tutela antecipada (antecipação dos efeitos da tutela):
É a própria decisão de mérito, mas deferida antecipadamente.
É exatamente o que o juiz daria na sentença
Ex.: a concessão do benefício.
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Tutela antecipada em matéria previdenciária
Natureza: antecipação do provimento de mérito; é o que obteria na sentença, mas de forma antecipada;
Requisitos:
prova inequívoca;
verossimilhança das alegações
e fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ou
fique caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.
E ainda: quando um ou mais dos pedidos cumulados se mostrarem incontroversos;
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Tutela antecipada em matéria previdenciária
Não é possível quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado
E em benefícios previdenciários? O que alegar?
Irreversibilidade na concessão ou no indeferimento.
Fungibilidade: se o pedido tiver natureza cautelar, o juiz pode concedê-lo se estiverem presentes os pressupostos respectivos (art. 273, § 7º, do CPC).
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Tutela antecipada em matéria previdenciária
E se a sentença for de improcedência?
Doutrina e jurisprudência – valores recebidos de boa fé e com caráter alimentar são irrepetíveis.
STJ, AGA 1318361, Rel. Jorge Mussi, DJe 13.12.2010, AGA 1115362, Rel. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 17.5.2010, AGRESP 691012, Rel. Celso Limongi, DJe 03.5.2010.
TRF 3ª Região, APELREE 1999.03.99.084840-6, Rel. Márcia Hoffmann, DJF3 18.8.2011, p. 1207, e a AC 2008.61.22.000901-6, Rel. Walter do Amaral, DJF3 03.8.2011, p. 1678.
Súmula nº 34 da AGU: “Não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé pelo servidor público, em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da Administração Pública”. 
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STJ, Primeira Seção, RESP 1.384.418, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 30.8.2013 
(...). Historicamente, a jurisprudência do STJ fundamenta-se no princípio da irrepetibilidade dos alimentos para isentar os segurados do RGPSde restituir valores obtidos por antecipação de tutela que posteriormente é revogada. (...) 4. Já a jurisprudência que cuida da devolução de valores percebidos indevidamente por servidores públicos evoluiu para considerar não apenas o caráter alimentar da verba, mas também a boa-fé objetiva envolvida in casu. 5. O elemento que evidencia a boa-fé objetiva no caso é a "legítima confiança ou justificada expectativa, que o beneficiário adquire, de que valores recebidos são legais e de que integraram em definitivo o seu patrimônio" (...) 7. Não há dúvida de que os provimentos oriundos de antecipação de tutela (art. 273 do CPC) preenchem o requisito da boa-fé subjetiva, isto é, enquanto o segurado os obteve existia legitimidade jurídica, apesar de precária. 8. Do ponto de vista objetivo, por sua vez, inviável falar na percepção, pelo segurado, da definitividade do pagamento recebido via tutela antecipatória, não havendo o titular do direito precário como pressupor a incorporação irreversível da verba ao seu patrimônio. 9. Segundo o art. 3º da LINDB,  "ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece", o que induz à premissa de que o caráter precário das decisões judiciais liminares é de conhecimento inescusável (art. 273 do CPC). 10. Dentro de uma escala axiológica, mostra-se desproporcional o Poder Judiciário desautorizar a reposição do principal ao Erário em situações como a dos autos, enquanto se permite que o próprio segurado tome empréstimos e consigne descontos em folha pagando, além do principal, juros remuneratórios a instituições financeiras. 11. À luz do princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF) e considerando o dever do segurado de devolver os valores obtidos por força de antecipação de tutela posteriormente revogada, devem ser observados os seguintes parâmetros para o ressarcimento: a) a execução de sentença declaratória do direito deverá ser promovida; b) liquidado e incontroverso o crédito executado, o INSS poderá fazer o desconto em folha de até 10% da remuneração dos benefícios previdenciários em manutenção até a satisfação do crédito, adotado por simetria com o percentual aplicado aos servidores públicos (art. 46, § 1º, da Lei 8.213⁄1991. 12. Recurso Especial provido”.
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STF:
“DIREITO PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO RECEBIDO POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL. DEVOLUÇÃO. ART. 115 DA LEI 8.213/91. IMPOSSIBILIDADE. BOA-FÉ E CARÁTER ALIMENTAR. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO ART. 97 DA CF. RESERVA DE PLENÁRIO: INOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 15.4.2009. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que o benefício previdenciário recebido de boa-fé pelo segurado em virtude de decisão judicial não está sujeito a repetição de indébito, dado o seu caráter alimentar. Na hipótese, não importa declaração de inconstitucionalidade do art. 115 da Lei 8.213/91, o reconhecimento, pelo Tribunal de origem, da impossibilidade de desconto dos valores indevidamente percebidos. Agravo regimental conhecido e não provido” (AI 829661 AgR, Relator(a):  Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 18/06/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-152 DIVULG 06-08-2013 PUBLIC 07-08-2013) 
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Tutela antecipada em matéria previdenciária
O “despacho” com o Juiz ou Desembargador
Lei nº 8.906/94: 
“Art. 7º São direitos do advogado: (...)
VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada (...)”.
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Citação e resposta do réu
Citação:
é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender (art. 213 do CPC).
Concretização da garantia constitucional do contraditório.
INSS: citação na pessoa do Procurador Chefe da Procuradoria Federal que atua no INSS, ou outro procurador que faça suas vezes.
Atenção: Chefe da Agência, Gerente Executivo ou outro servidor não estão autorizados a receber citação.
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Citação e resposta do réu
Modalidades de resposta do réu:
Caso o réu não reconheça a procedência do pedido (expressamente ou, pelo silêncio, em razão dos efeitos da revelia), a resposta do réu pode ser:
a) contestação;
b) reconvenção;
c) exceções.
Prazo para resposta: quádruplo (60 dias); 188 do CPC e Lei nº 9.469/97 (art. 10).
Prazo em dobro para recorrer 
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Citação e resposta do réu
Contestação:
é o ato que reproduz a contrariedade do réu à demanda promovida pelo autor:
é ônus do réu (não dever; contesta se quiser).
CPC, Art. 300: “Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir”.
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Citação e resposta do réu
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta;
III - inépcia da petição inicial;
IV - perempção; 
V - litispendência; 
VI - coisa julgada; 
VII - conexão; 
VIII - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
IX - compromisso arbitral;
IX - convenção de arbitragem; 
X - carência de ação;
XI - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. 
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.
§ 2º Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
§ 3º Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso.
§ 4º Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo.
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Citação e resposta do réu
Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial (princípio da eventualidade).
Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo:
I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato;
III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público.
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Citação e resposta do réu
“Toda a matéria de defesa”: exceto as que devem ser arguidas por meio de exceção (art. 304);
Defesas processuais (condições da ação e pressupostos processuais) e defesas materiais (mérito).
Questões prévias – preliminares e prejudiciais
Litispendência e coisa julgada em benefícios por incapacidade?
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Citação e resposta do réu
Ônus da impugnação específica – a ser interpretada em cotejo com os deveres processuais de expor os fatos conforme a verdade e não alegar defesa ciente de que é destituída de fundamento.
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Aplica-se à Fazenda Pública (e ao INSS)?
Alguns: o INSS tutela direitos indisponíveis;
Assim, não pode nem sofrer os efeitos da revelia (art. 320, II, CPC), nem tem o ônus de impugnar especificamente os fatos narrados na inicial (art. 302, I – não cabe confissão; 351 – não cabe confissão sobre direitos indisponíveis).
STJ: “Cabe ao réu, nos termos do art. 302 do CPC, manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial, sob pena de recair sobre eles a presunção de veracidade. Tal presunção, todavia, não se opera se não for admissível, a respeito dos fatos não impugnados, a confissão (art. 302, I do CPC). O direito tutelado pela Fazenda Pública é indisponível e, como tal, não é admissível, quanto aos fatos que lhe dizem respeito, a confissão. Por esta razão, a condição peculiar que ocupa a Fazenda Pública impede que a não impugnação específica dos fatos gere a incontrovérsia destes” (AGRESP 201000603599, HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, DJe 29.5.2012).
TRF3: “1. O ônus da impugnação específica dos fatos, consagrado no artigo 302 do CPC não se aplica à Fazenda Pública,versando a controvérsia sobre direitos indisponíveis, no caso, o crédito fazendário” (AC 00386133620064039999, Desembargador Federal MÁRCIO MORAES, e-DJF3 09.8.2010, p. 195).
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Aplica-se à Fazenda Pública (e ao INSS)?
Outros: é preciso distinguir o interesse público primário do interesse público secundário (estatal); neste, existe o ônus de impugnar especificamente
“PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. ACOLHIMENTO DO CÁLCULO DA CONTADORIA JUDICIAL. ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. OBSERVÂNCIA DA COISA JULGADA. 1. Por estar em posição eqüidistante das partes, os pareceres elaborados por profissional nomeado pelo Juízo devem prevalecer, quando divergentes, sobre aqueles confeccionados pelas partes, cabendo a estas impugná-los sistematicamente, não sendo suficiente a simples alegação de incorreção. 2. Os honorários advocatícios foram calculados em estrita observância à coisa julgada. 3. Apelação do INSS improvida” (AC 00320878220084039999, Desembargador Federal ANTONIO CEDENHO, TRF3 - Sétima Turma, e-DJF3 07.4.2010, p. 754).
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Ônus da impugnação específica
Argumentos:
O art. 302, parágrafo único, do CPC, exclui apenas Advogado dativo, curador especial e MP
“Privilégios” ou prerrogativas processuais não podem ser interpretadas extensivamente, sob pena de violação ao princípio da isonomia.
“Paternalismo judiciário” em favor da Fazenda Pública?
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Citação e resposta do réu
Reconvenção
É uma ação inversa do réu contra o autor;
O réu formula pedido contra o autor.
Ações conexas
Competência do Juízo para ambas as causas
Identidade de procedimento para ambas.
Julgada na mesma sentença.
Razoavelmente comum nas disputas entre dependentes (ou pretensos dependentes) relacionadas com a pensão por morte;
Ex-esposa e atual esposa, ex-marido e companheiro, ex-companheiro e marido, filhos de casamentos diferentes, etc.
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Citação e resposta do réu
Exceções
Meios de defesa para alegação de:
a) incompetência relativa;
b) impedimento (arts. 134 e 136 do CPC);
c) suspeição (art. 135 do CPC).
Prazo conta-se do “fato que ocasionou a incompetência, o impedimento ou a suspeição”.
Suspende o processo até que seja “definitivamente julgada” (em primeiro grau); cabe agravo.
Se impedimento ou suspeição, até o julgamento pelo Tribunal; pode caber RESP ou RE.
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Litisconsórcio
Pluralidade de partes
Pode ser ativo (mais de um autor), passivo (mais de um réu) ou misto/recíproco (mais de um autor e mais de um réu).
Pode ser inicial (formado na propositura da ação) ou ulterior (formado no curso do processo – “assistência litisconsorcial”).
Pode ser facultativo (não obrigatório) ou necessário (obrigatório, sob pena de nulidade).
Litisconsórcio necessário:
O autor deve promover a citação, sob pena de extinção (art. 47, parágrafo único, do CPC).
Art. 472 do CPC: a sentença não produz efeitos em que não é parte no processo.
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Litisconsórcio em matéria previdenciária ou assistencial - hipóteses mais frequentes
1) Pensão por morte em que já existe alguém habilitado ao benefício
O benefício será partilhado – art. 77 da Lei nº 8.213/91.
Atual pensionista sofrerá efeitos de eventual procedência do pedido.
É litisconsórcio passivo necessário (pensionista e INSS).
E o “pensionista em potencial”?
Lei nº 8.213, art. 76: “A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro possível dependente, e qualquer inscrição ou habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da data da inscrição ou habilitação”.
E o incapaz? – RMI na data do óbito, por interpretação extensiva do art. 103, parágrafo único da Lei nº 8.213/91, combinado com o art. 198, I, do CC.
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Jurisprudência
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE -INCAPAZ - LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO - INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO -DECISÃO ANULADA - RETORNO DOS AUTOS À ORIGEM. 1 - O filho menor incluído na certidão de óbito é dependente do segurado da previdência na mesma condição da mãe-autora. 2 - A imprescindibilidade da integração dos filhos menores do de cujus para compor o pólo ativo da lide, em face da previsão contida no inciso I do art. 16 da Lei 8.213/91, e a consequente obrigatoriedade de intervenção do Ministério Público nas ações em que figurem incapazes, consistem em obstáculos intransponíveis ao prosseguimento da presente demanda. 3 - Decisão anulada, com a determinação de retorno dos autos à origem, para que seja intimado o dependente do de cujus, por sua representante legal, para composição da lide, e, efetivada a necessária intimação do Ministério Público. 4 - Sentença anulada. 5 - Apelação prejudicada. (AC , JUIZ FEDERAL HENRIQUE GOUVEIA DA CUNHA (CONV.), TRF1 - SEGUNDA TURMA, e-DJF1 DATA:05/06/2014 PAGINA:591.)
PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO LEGAL. ART. 557, § 1º, DO CPC. PENSÃO POR MORTE. LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO. NÃO NECESSIDADE. 1. Para o julgamento monocrático nos termos do art. 557, § 1º, do CPC, não há necessidade de a jurisprudência dos Tribunais ser unânime ou de existir súmula dos Tribunais Superiores a respeito. 2. Em relação a esposa do falecido e a seus filhos, cuja mãe não seja a parte autora, não há necessidade do litisconsórcio necessário, pois a existência de mais de um dependente não torna obrigatória a formação de litisconsórcio necessário para fins de concessão de pensão por morte, tendo em vista a hipótese de habilitação posterior, prevista no artigo 76, caput, da Lei n.º 8.213/1991. 3. Recurso de Agravo legal a que se nega provimento. (APELREEX 00016762220094039999, DESEMBARGADOR FEDERAL FAUSTO DE SANCTIS, TRF3 - SÉTIMA TURMA, e-DJF3 Judicial 1 DATA:01/03/2013)
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Litisconsórcio em matéria previdenciária ou assistencial - hipóteses mais frequentes
2) Pensão por morte em que não há dependentes habilitados:
Vários pensionistas em potencial.
Existe “litisconsórcio ativo necessário”?
3) Pedidos subsidiários:
Integração de salários de contribuição ao cálculo da RMI ou, subsidiariamente, restituição de contribuições pagas além do devido.
As contribuições para o custeio da Seguridade Social (artigos 195 e 239 da CF/88) são criadas por lei federal e arrecadadas pela União.
Administrativamente, a atuação da União se dá por intermédio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (artigo 33 da Lei nº 8.212/91); em Juízo, pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (artigo 131, § 3º, da Constituição Federal; artigo 12 da Lei Complementar nº 73/93).
Logo, há litisconsórcio passivo necessário entre União e INSS
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DAS PROVAS
Conjunto de elementos levados ao conhecimento do Juiz para que seja possível resolver a lide.
A Constituição proíbe as provas obtidas por meios ilícitos (art. 5º, LVI);
Logo, a contrário senso, é possível falar em um direito fundamental à produção de provas no processo civil, desde que sejam lícitas;
Assim, o indeferimento da produção de determinada prova poderá resultar na violação desse direito fundamental;
CPC, art. 332: Art. 332. Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa.
Prova ilícita por derivação ou contaminação: fruits of the poisonous tree (frutos da árvore envenenada).
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DAS PROVAS
Provas típicas: previstas expressamente no CPC
depoimento pessoal,
exibição de documentos ou coisa;
prova documental,
confissão
prova testemunhal
inspeção judicial
prova pericial
Provas atípicas: não previstas expressamente na lei, mas admissíveis desde que moralmente legítimas.
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DAS PROVAS
Ônus Da Prova
art. 333 do CPC:
a) autor:	deve provar os fatos constitutivos de seu direito;
ex.: que preenche os requisitos legais para ter direito a determinado benefício;
b) réu:	fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor.
Distribuição “estática” do ônus da prova (critério adotado pelo CPC).
Cuidado: se não se desincumbir do ônusda prova, o Juiz pode julgar improcedente o pedido, justamente por não terem sido provas os fatos alegados na inicial.
exemplo comum: segurado que, intimado pessoalmente, não comparece à perícia médica e não justifica sua ausência (não acho que seja abandono; é descumprimento do ônus da prova).
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DAS PROVAS
Distribuição “dinâmica” do ônus da prova:
Doutrina mais moderna entende possível que o Juiz, à vista do caso concreto, distribua o ônus da prova a quem tenha melhores condições de suportá-lo.
Em matéria previdenciária?
Projeto do novo CPC: “Art. 262. Considerando as circunstâncias da causa e as peculiaridades do fato a ser provado, o juiz poderá, em decisão fundamentada, observado o contraditório, distribuir de modo diverso o ônus da prova, impondo-o à parte que estiver em melhores condições de produzi-la. § 1º Sempre que o juiz distribuir o ônus da prova de modo diverso do disposto no art. 261, deverá dar à parte oportunidade para o desempenho adequado do ônus que lhe foi atribuído. § 2º A inversão do ônus da prova, determinada expressamente por decisão judicial, não implica alteração das regras referentes aos encargos da respectiva produção”.
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DAS PROVAS
Juiz?
Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias
Tem poderes instrutórios, que não comprometem sua imparcialidade;
Muitíssimo utilizados em matéria previdenciária, em que algum equívoco na postulação ou omissão em indicar as provas acaba sacrificando o direito do autor.
Assim, atenção: quando o Juiz converte o julgamento em diligência (isto é, os autos estavam conclusos para sentença) e determina a intimação das partes para especificação das provas, é porque ele não está convicto dos fatos alegados na inicial.
Se insistir em não requerer nenhuma prova, possivelmente a sentença será de improcedência.
“Especificar”: indicar qual é a prova (testemunhal, depoimento pessoal, perícia médica) e justificar a pertinência e/ou necessidade.
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DAS PROVAS
Fatos que não dependem de prova
Art. 334. Não dependem de prova os fatos:
I - notórios;
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III - admitidos, no processo, como incontroversos;
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
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Depoimento pessoal
É o ato pelo qual as partes comparecem em juízo para serem ouvidas pelo Juiz
Determinado pelo Juiz (“interrogatório livre”) – art. 342 ou a requerimento das partes (343)
Uma parte requer o depoimento da outra (quer-se obter a confissão).
Intimação pessoal para comparecer, com a advertência de que se presumirão confessados os fatos alegados contra ela se não comparecer ou, se comparecer, se recusar a depor.
Uma parte não ouve o depoimento da outra (só seus advogados);
Reperguntas: só do advogado da parte contrária (não tem sentido querer a confissão do próprio cliente).
Recusa justificada: fatos criminosos ou torpes que forem imputados ao depoente;
Casos de dever de sigilo decorrente de estado ou profissão.
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Confissão
É a admissão em juízo da verdade de um fato que beneficia a parte contrária;
Não é reconhecimento da procedência do pedido ou renúncia ao direito (institutos relativos ao direito em discussão).
Mesmo diante do fato confessado, o Juiz deve verificar se, da veracidade desse fato, decorre o direito alegado pela parte contrária.
Hipótese de dispensa da prova (334, II)
Não vale para direitos indisponíveis (INSS?)
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Exibição de documento ou coisa
Ordem judicial para que a parte exiba documento ou coisa sob sua guarda.
Art. 356. O pedido formulado pela parte conterá:
I - a individuação, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa;
II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou a coisa;
III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária.
Art. 357. O requerido dará a sua resposta nos 5 (cinco) dias subseqüentes à sua intimação. Se afirmar que não possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que o requerente prove, por qualquer meio, que a declaração não corresponde à verdade.
Art. 358. O juiz não admitirá a recusa:
I - se o requerido tiver obrigação legal de exibir;
II - se o requerido aludiu ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova;
III - se o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
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Exibição de documento ou coisa
Art. 359. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar:
I - se o requerido não efetuar a exibição, nem fizer qualquer declaração no prazo do art. 357;
II - se a recusa for havida por ilegítima.
Art. 360. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz mandará citá-lo para responder no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 361. Se o terceiro negar a obrigação de exibir, ou a posse do documento ou da coisa, o juiz designará audiência especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se necessário, de testemunhas; em seguida proferirá a sentença.
Art. 362. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição, o juiz lhe ordenará que proceda ao respectivo depósito em cartório ou noutro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) dias, impondo ao requerente que o embolse das despesas que tiver; se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força policial, tudo sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência.
Art. 363. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa:
I - se concernente a negócios da própria vida da família; 
II - se a sua apresentação puder violar dever de honra; 
III - se a publicidade do documento redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consangüíneos ou afins até o terceiro grau; ou lhes representar perigo de ação penal;
IV - se a exibição acarretar a divulgação de fatos, a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo; 
V - se subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição.
Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os ns. I a V disserem respeito só a uma parte do conteúdo do documento, da outra se extrairá uma suma para ser apresentada em juízo.
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Exibição de documento ou coisa
Hipótese comum: exibição do processo administrativo de concessão do benefício;
Dica: só pedir se realmente for indispensável e somente se não conseguir administrativamente.
Dá trabalho à Secretaria do Juízo e costuma demorar.
Útil se o processo tiver sido extraviado: o documento é comum e a recusa não é admissível: incide a presunção de veracidade dos fatos alegados
A petição deve explicar o que se pretende provar: ex.: quero provar que as cópias de CTPS juntadas ao processo administrativo indicavam vínculo de emprego com a empresa X, no período de Y a Z; quero provar que os carnês de pagamento tinham das contribuições de X a Y estavam devidamente recolhidos.
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Prova documental
É a prova por excelência na grande maioria dos processos previdenciário;
A maior parte dos fatos constitutivos do direito do autor será provada por meio de documentos;
Principalmente: qualidade de segurado e carência;
CNIS – Cadastro Nacional de Informações Sociais: vínculos de emprego e contribuições recolhidas.
Extratos do Sistema Plenus: demonstrativo de todos os benefícios requeridos, concedidos ou não;
dados básicos do benefício (nome, CPF, renda mensal inicial, renda atual, data de início, de cessação, de início do pagamento, de início do benefício anterior, etc.).
extrato de pagamentos
identificação de todos os titulares do benefício (todos os pensionistas, por exemplo);
identificação dos procuradores
demonstrativo da existência (ou não) de revisão do benefício;Carta de concessão do benefício, de que constem os salários de contribuição utilizados para cálculo da renda mensal inicial.
*
Prova documental
Procedimento da 3ª Vara de São José dos Campos – juntada desses extratos de ofício;
Nem todos os Juízes fazem isso: a necessidade intimar o advogado atrasa o processo;
Solução: tentar propor a ação já instruída com esses extratos (obtidos na agência ou na internet).
Outros documentos que, suplementarmente, provam qualidade de segurado e carência:	CTPS (presunção relativa de validade dos fatos ali atestados);	carnês de contribuição;
Sugestão: atualizar os registros do INSS (facilita para o segurado). 
*
Prova documental
Momento de produção da prova documental:
a) para o autor:	com a petição inicial (283 e 396);
b) para o réu:		com a resposta (297).
Preclusão?	sim (art. 183 CPC): decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar o ato.
exceções: documentos relativos a fatos novos;
documentos relativos a fatos velhos, mas que só foram conhecidos agora;
documentos para contrapor à prova documental produzida pela parte contrária (ouvido em 5 dias – 398).
documentos novos.
Afasta a preclusão a “justa causa” (183, §§ 1º e 2º).
Exceções outras: critério do Juiz.
Requisição judicial (399), “em qualquer tempo ou grau de jurisdição”
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Prova documental
Cópias:
Art. 365. Fazem a mesma prova que os originais:
I - as certidões textuais de qualquer peça dos autos, do protocolo das audiências, ou de outro livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele ou sob sua vigilância e por ele subscritas;
II - os traslados e as certidões extraídas por oficial público, de instrumentos ou documentos lançados em suas notas;
III - as reproduções dos documentos públicos, desde que autenticadas por oficial público ou conferidas em cartório, com os respectivos originais.
IV - as cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial declaradas autênticas pelo próprio advogado sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade.
V - os extratos digitais de bancos de dados, públicos e privados, desde que atestado pelo seu emitente, sob as penas da lei, que as informações conferem com o que consta na origem;
VI - as reproduções digitalizadas de qualquer documento, público ou particular, quando juntados aos autos pelos órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas repartições públicas em geral e por advogados públicos ou privados, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de digitalização.
§ 1º Os originais dos documentos digitalizados, mencionados no inciso VI do caput deste artigo, deverão ser preservados pelo seu detentor até o final do prazo para interposição de ação rescisória.
§ 2º Tratando-se de cópia digital de título executivo extrajudicial ou outro documento relevante à instrução do processo, o juiz poderá determinar o seu depósito em cartório ou secretaria.
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Prova testemunhal
é a prova obtida por meio de declarações de terceiros, estranhos ao processo, a respeito dos fatos discutidos no processo.
tem por objeto fatos.
não cabe:	para fatos já provados por documento ou confissão;	para fatos que só podem ser provados por documentos ou por perícias;
ex.: incapacidade para o trabalho (eventualmente, a aptidão para o exercício de determinada atividade profissional).
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Prova testemunhal
Arts. 55, § 3º e 106 da Lei nº 8.213/91
Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do correspondente às atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de segurado: (...). § 3º A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no art. 108, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento.
Art. 106. A comprovação do exercício de atividade rural será feita, alternativamente, por meio de: I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social; II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural; III – declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindicato ou colônia de pescadores, desde que homologada pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS; IV – comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, no caso de produtores em regime de economia familiar; V – bloco de notas do produtor rural; VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 7º do art. 30 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação do nome do segurado como vendedor; VII – documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou consignante; VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da comercialização da produção; IX – cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de produção rural; ou X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo Incra.
Súmula 149 do STJ: A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito da obtenção de benefício previdenciário
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Prova testemunhal
O que pode servir de “início de prova material”?
Certidão de casamento, nascimento ou batismo dos filhos, que qualifiquem o interessado como “lavrador”, “agricultor”, etc. (Súmula 34 da TNU)
Título de eleitor ou certidão do TRE
Certificado de alistamento e/ou dispensa do serviço militar obrigatório (ou certidão correspondente)
Escritura de compra e venda da propriedade rural ou matrícula do imóvel (prova fatos ocorridos ao longo do tempo – compra, transmissão causa mortis, venda)
Declaração de sindicato (só se “homologada pelo MP – até Lei nº 9.063/95 – depois, pelo “INSS”).
Ficha de inscrição, carteiras e recibos de pagamento a Sindicato Rural.
Documentos em nome do pai ou do cônjuge (“do lar”, “doméstica”).
Documentos relativos à produção agrícola ou pecuária (recibos de sementes, mudas, defensivos, vacinas, etc.)
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Prova testemunhal
Sistema de prova tarifada, incompatível com a tradição do Direito Brasileiro e, em certa medida, afronta os princípios da persuasão racional e da livre apreciação das provas.
Admite-se prova exclusivamente testemunhal para prova de dependência econômica dos pais em relação aos filhos, para efeito de pensão por morte.
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Prova testemunhal
Restrições à prova testemunhal (art. 405): pessoas incapazes, impedidas ou suspeitas de depor (evitar arrolar).
Juiz pode ouvir as impedidas e suspeitas quando “estritamente necessário”; são ouvidas sem o compromisso de dizer a verdade.
Recusa de testemunhar (art. 406).
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Prova testemunhal
Procedimento:
Juiz designa a audiência e fixa o prazo em que o rol de testemunhas deve ser depositado (até dez dias antes). parte pode arrolar até 10; se mais de 03 sobre o mesmo fato, o Juiz pode dispensar as excedentes.
Substituição: só por falecimento, por enfermidade que a impeça de depor ou se mudou de endereço e não for encontrada; daí a conveniência de verificar, no ato da intimação, se os endereços são corretos;
Intimação pessoal, sob pena de condução coercitiva e pagar despesas do adiamento;
Se afirma que a testemunha vai comparecer independentemente de intimação e ela não aparece, presume-se que desistiu.
Agentes públicos: ou prerrogativas do 411 (inquirição em residência ou local de trabalho) e/ou requisição ao superior hierárquico.
Qualificação, perguntas sobre parentesco ou interesse no processo;
Contradita; impugnação baseada na incapacidade,impedimento ou suspeição (405).
Deve ser feita logo após a qualificação, sob pena de preclusão;
Exceto: se o fato vier a ser conhecido somente durante o testemunho.
Acolhida a contradita, o juiz dispensa a testemunha ou a ouve sem compromisso, desde que “estritamente necessário”.
Ordem das perguntas: Juiz, parte que arrolou, parte contrária e MP.
Testemunhas referidas: podem ser ouvidas, de ofício ou a requerimento das partes.
Testemunha tem direito ao pagamento das despesas que teve para comparecer ao ato;
Não perde salário nem tempo de serviço.
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Prova pericial
É a prova realizada para propiciar ao julgador o conhecimento de determinado fato do processo, mediante o conhecimento técnico especializado de outrem;
Pode ser exame, vistoria e avaliação.
não cabe:	se o fato não depende de conhecimento especial do técnico;
			se for desnecessária à vista de outras provas;
			se a verificação for impraticável.
Juiz nomeia o perito, fixa o prazo para entrega do laudo;
Intima as partes para que, em cinco dias, indiquem assistente técnico e apresentem quesitos.
pode haver quesitos suplementares (425).
perito pode escusar-se ou ser recusado, por impedimento ou suspeição.
substituição (424).
ciência do local e data do início das diligências (431-A);
esclarecimentos em audiência (435)
não adstrição ao laudo (436).
nova perícia (437)
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Inspeção judicial
Inspeção de pessoas ou coisas pelo Juiz, a fim de esclarecer fato que interesse à decisão da causa.
Juiz pode ser assistido por perito.
Partes podem assistir, prestando esclarecimentos e fazendo observações que reputem de interesse para a causa.
Auto circunstanciado.
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RECURSOS
Recursos são meios processuais de impugnação de atos judiciais, em regra dirigidos a órgãos judiciais diversos do que praticou o ato, que têm por finalidade modificar, invalidar, esclarecer ou complementar esse ato.
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RECURSOS
Características:
1) Interposição na mesma relação processual
2) Retardam ou impedem a preclusão ou a coisa julgada.
O que se pede no recurso:
1) Anulação do ato (invalidação): “error in procedendo”; ou
2) Reforma do ato (substituição de um por outro): “error in judicando”.
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RECURSOS
Atos judiciais sujeitos a recurso:
1) Sentença: ato do juiz que implica algumas das situações dos artigos 267 e 269 do CPC e põe fim ao procedimento em primeiro grau de jurisdição.
Recursos cabíveis: apelação e embargos de declaração
Ato que exclui um litisconsorte?
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RECURSOS
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
I - quando o juiz indeferir a petição inicial;
Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
VII - pelo compromisso arbitral;
Vll - pela convenção de arbitragem; 
Vlll - quando o autor desistir da ação;
IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal;
X - quando ocorrer confusão entre autor e réu;
XI - nos demais casos prescritos neste Código (por exemplo, artigo 284, parágrafo único; artigo 47).
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RECURSOS
Art. 269. Haverá resolução de mérito: 
I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor; 
II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido;
III - quando as partes transigirem;
IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; 
V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.
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RECURSOS
Atos judiciais sujeitos a recurso:
2) Decisão interlocutória: ato do juiz de caráter decisório, que resolve questões incidentes, sem por fim ao procedimento em primeiro grau de jurisdição.
Recursos cabíveis: agravo e embargos de declaração.
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RECURSOS
Atos judiciais sujeitos a recurso:
3) Acórdão:
Decisão colegiada do Tribunal.
Recursos cabíveis: embargos infringentes (julgamento não unânime que reforme a sentença de mérito), recurso especial (ao STJ) e recurso extraordinário (ao STF), além embargos de declaração.
“Recurso ordinário constitucional”: STF (art. 102, II), STJ (art. 105, II)
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RECURSOS
Atos judiciais sujeitos a recurso:
4) Decisões monocráticas dos Tribunais:
Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. 
§ 1º-A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso.
§ 1º Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento. 
§ 2º Quando manifestamente inadmissível ou infundado o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre um e dez por cento do valor corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor. 
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RECURSOS
Requisitos de admissibilidade dos recursos:
Intrínsecos
1) Cabimento (rol taxativo)
2) Legitimidade recursal (partes, MP, terceiro prejudicado)
Advogado?
3) Interesse recursal (sucumbência)
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RECURSOS
Requisitos de admissibilidade dos recursos:
Extrínsecos
1) Tempestividade:
15 dias (apelação, embargos infringentes, RO, RESP, RE, embargos de divergência)
10 dias (agravo) – exceto contra decisão em audiência
05 dias (embargos de declaração e agravo do art. 557, § 1º).
2) Preparo (custas e porte de remessa e retorno dos autos) – complementação do art. 511, § 2º, do CPC.
3) Regularidade formal (como regra, escrito; pode ser oral no caso do agravo contra decisões proferidas em audiência, ou embargos de declaração no JEF – art. 49 da Lei nº 9.099/95)
4) Ausência de fatos impeditivos (desistência – posterior à interposição) ou extintivos (aquiescência ou renúncia – prévios à interposição).
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RECURSOS
Recurso adesivo:
Forma de interposição especial de apelação, embargos infringentes, RESP e RE.
Cabe quando houver sucumbência recíproca e houver recurso da parte adversa.
Prazo: o mesmo das contrarrazões (peça separada).
Segue o mesmo destino do recurso principal (se houver desistência, deserção ou não admissão, fica prejudicado).
Ex.: honorários de advogado.
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RECURSOS
Reexame necessário (remessa oficial, “recurso de ofício”)
Não é recurso: é condição de eficácia da sentença.
Duplo grau de jurisdição obrigatório;
Devolve ao conhecimento do Tribunal toda a matéria, inclusive honorários de advogado.
Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: 
I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; 
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI).
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los.
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Dispensa do reexame necessário:
1) Se a condenação ou valor controvertido não for superior a 60 (sessenta) salários mínimos
Súmula 490 do STJ: A dispensa de reexame necessário, quando o valor da condenação ou do direito controvertido for inferior a sessenta salários mínimos, não se aplica a sentenças ilíquidas. 
2) Se a sentença estiverfundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente.
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Súmulas do STJ sobre reexame necessário
Súmula 45: “No reexame necessário, é defeso, ao Tribunal, agravar a condenação imposta à Fazenda Pública”.
Súmula 325: “A remessa oficial devolve ao Tribunal o reexame de todas as parcelas da condenação suportadas pela Fazenda Pública, inclusive dos honorários de advogado”.
 
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Pedido de reconsideração:
Não suspende nem interrompe o prazo para outros recursos.
Solução: pedir a reconsideração, sem perder de vista o prazo para recurso.
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RECURSOS
Efeitos dos recursos:
1) Devolutivo: o recurso devolve ao conhecimento do Tribunal toda a matéria que nele foi impugnada
Delimita o âmbito de conhecimento do recurso.
Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro.
§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
§ 3º Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento.
 § 4º Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá determinar a realização ou renovação do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligência, sempre que possível prosseguirá o julgamento da apelação. 
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Efeitos dos recursos:
2) Suspensivo: alguns recursos impedem que a decisão se torne eficaz até o seu julgamento.
Recursos que, em regra, têm efeito suspensivo: apelação, embargos de declaração, embargos infringentes (quando a apelação de origem tem esse efeito)
Recursos que, em regra, não têm efeito suspensivo, mas que pode ser atribuído pelo Relator: agravo de instrumento (558), apelação nos casos do art. 520 (558), RESP, RE, RO, embargos de divergência
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Outros efeitos:
traslativo (questões de ordem pública), expansivo (outros sujeitos ou outro objeto – litisconsórcio unitário ou cumulação de pedidos) e regressivo (admite retratação).
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APELAÇÃO
Recurso que cabe contra sentença (de qualquer natureza)
Cuidado: o ato judicial que decide a impugnação aos benefícios da assistência judiciária é uma decisão interlocutória, mas o recurso cabível é o de apelação (Lei nº 1.060/50).
Prazo: 15 dias; se por fax, original deve ser apresentado em 05 dias (Lei nº 9.800/99).
Petição: dirigida ao Juiz da causa (“a quo”)
Razões: dirigidas ao Tribunal (“ad quem”).
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APELAÇÃO
Efeitos da apelação:
Devolutivo
Suspensivo (como regra)
exceções do artigo 520 (que interessam ao processo previdenciário) para a sentença que:
a) decidir o processo cautelar;
b) rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes; - pode expedir PRC ou RPV (pedir o bloqueio do levantamento).
c) confirmar a antecipação dos efeitos da tutela. 
Também sentença que concede a tutela antecipada (ou específica).
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APELAÇÃO
Recurso cabível contra a decisão que não admite a apelação ou decide quanto aos efeitos em que a recebe: agravo de instrumento (art. 522).
Processamento da apelação: recebida, o Juiz abre vista à parte contrária para contrarrazões (mesmo prazo da apelação);
Remete ao TRF, onde será distribuído a um Relator.
Relator pode submeter a apelação ao exame do Revisor (conforme o regimento interno);
Inclusão em pauta de julgamento.
Votam 03 Desembargadores; decisão é tomada por maioria;
Em primeiro lugar, questões preliminares, depois prejudiciais e depois mérito (questão de fundo).
Apelação da sentença que indefere a petição inicial: retratação em 48 horas e, caso seja mantida, remessa ao Tribunal (sem contrarrazões).
Apelação da sentença que julga o processo na forma do art. 285-A do CPC (improcedência de plano): retratação em 05 dias e, caso mantida a sentença, citação do réu para oferecer contrarrazões.
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AGRAVO
Recurso que, em primeiro grau, cabe contra decisão interlocutória
Despacho (“despacho de mero expediente”)?
Nos Tribunais, cabe contra decisão do Relator que nega seguimento a recurso ou lhe dá provimento (art. 557, “caput” e § 1º-A).
Decisão que converte agravo de instrumento em agravo retido?
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AGRAVO
Modalidades de agravo:
1) Agravo retido
2) Agravo de instrumento
3) Agravo legal do 557, § 1º, do CPC (“interno”, “inominado” ou “agravinho”)
Regimental?
4) Agravo nos autos (contra decisão que não admite RESP e RE – art. 544 do CPC).
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Agravo retido
É a regra: contra a decisão interlocutória, cabe agravo retido;
Nos casos expressos no CPC, cabe agravo de instrumento.
O agravo retido não é decidido imediatamente, mas como preliminar à apelação interposta por uma das partes.
Parte apela (ou oferece contrarrazões de apelação) e requer expressamente o julgamento do agravo retido
Finalidade do agravo retido: impedir a preclusão.
JEF: só cabe recurso da sentença definitiva, ou da decisão que defere medida cautelar.
Portanto, no JEF não cabe agravo retido ou de instrumento, exceto no caso de cautelar; por outro lado, todas as questões decididas podem ser discutidas no recurso de sentença (não há preclusão).
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Agravo retido
Processamento do agravo retido:
Se a decisão agravada é proferida fora da audiência de instrução e julgamento
Prazo de 10 dias (ou dobro se Fazenda Pública, DPU ou réus com advogados diferentes).
Razões escritas.
Permite juízo de retratação.
Se mantida a decisão, intima a parte contrária para contrarrazões, também em 10 dias.
Se a decisão agravada é proferida na audiência de instrução e julgamento:
Agravo imediato e oral. 
Oferece razões do agravo, que são reduzidas a termo; agravado oferece contrarrazões;
Permite juízo de retratação.
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Agravo de instrumento
Cabível nas hipóteses previstas no CPC:
decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação.
decisão de inadmissão da apelação.
decisão quanto aos efeitos em que a apelação é recebida.
Cabível quando os autos não subirão para o Tribunal em julgamento de apelação:
Exemplo: decisões proferidas na fase de execução ou de cumprimento da sentença.
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Agravo de instrumento
Processamento:
Interposto diretamente perante o Tribunal
Por escrito.
Prazo de 10 dias.
Petição deve conter:
Exposição do fato e do direito
Razões do pedido de reforma da decisão
Nome e endereço completo dos advogados, constantes dos autos.
Cópias: peças obrigatórias (decisão agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado)
Também obrigatórias: peças necessárias à compreensão do pedido
Cópia: peças facultativas (outras que o agravante entender úteis)
Informação ao Juízo “a quo”: no prazo de 03 dias, para permitir retratação; se não informar e a parte contrária alegar, agravo não será conhecido.
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Agravo de instrumento
Providências do Relator:
1) Pode negar seguimento ao agravo, de plano, se verificar que é inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou jurisprudência dominante do STF ou de outro tribunal superior – 557 do CPC.
Contra esta decisão, cabe o agravo legal, no prazo de cinco dias (557, § 1º)
2) Pode dar provimento ao agravo, de plano, quando a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou jurisprudência do STF ou de tribunal superior – 557, § 1º-A do CPC.
Contra esta decisão, também cabe o agravo legal em cinco dias (557, § 1º)
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Agravo de instrumento
Providências do Relator:
3) Pode converter o agravo de instrumento em agravo retido (caso entender que a hipótese não é de agravo de instrumento).
Baixa os autos do agravo de instrumento, que serão apensados aos autos de origem
Esta decisão é irrecorrível. Pode

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