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14 R. Periodontia - Março 2010 - Volume 20 - Número 01 INTRODUÇÃO As doenças cardiovasculares (DCV) são decor- rentes de desordens do coração e dos vasos sanguí- neos, incluindo doenças cardíacas coronariana, reu- mática e congênita, insuficiência cardíaca, hiperten- são, doença cerebrovascular. Aproximadamente 17,5 milhões de pessoas no mundo morreram em consequência de DCV em 2005, representando 30% das mortes globais. Estima-se que em 2015 quase 20 milhões de pessoas irão morrer por DCV, o que mantém as doenças cardiovasculares como princi- pal causa de morte isolada no mundo (WHO, 2009). A aterosclerose é definida pela OMS como do- ença caracterizada por alterações na íntima das ar- térias de grande e médio calibre, que se tornam ocluídas por lesões fibro-lipídicas chamadas ateromas. Essa enfermidade mediada por eventos inflamatórios (Libby, 2002) está associada a eventos como trombose coronária, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (Paquette, 2007). Uma vez que fatores de risco tradicionais – hiperlipidemia, hiper tensão, fumo, diabetes, sedentarismo, entre outros – não podem explicar completamente a etiopatogenia da aterosclerose, fatores de risco não-tradicionais, como microrganis- mos patogênicos e marcadores inflamatórios O PAPEL DO INIBIDOR DO ATIVADOR DO PLASMINOGÊNIO NA RELAÇÃO DA PERIODONTITE COM A DOENÇA CARDIOVASCULAR – REVISÃO DE LITERATURA The Role of Plasminogen Activator Inhibitor on the Relationship between Periodontitis and Cardiovascular Disease – Literature Review Érika Menezes de Almeida Hottz1, Sílvia Hoirisch Clapauch2, Mariana Alves de Sá Siqueira3, Carlos Marcelo da Silva Figueredo4 , Ricardo Guimarães Fischer5 RESUMO A doença cardiovascular é uma das principais causas de morte, sendo a aterosclerose uma importante base da sua patogenia. Como os fatores de risco tradicionais não são suficientes para explicar a etiologia desse processo multifatorial, fatores de risco não-tradicionais, como micror- ganismos patogênicos, fibrinogênio, proteína C reativa, têm sido identificados. Estudos recentes sugerem a existência de associação entre a doença periodontal e a doença cardiovascular (DCV). Considerando que tanto a periodontite quanto a DCV apresentam uma regulação anormal do sistema fibrinolítico, o objetivo do presente es- tudo foi revisar a literatura sobre o papel do inibidor do ativador do plasminogênio (PAI) na patogênese da periodontite e a sua relação com a DCV. Permanece con- troverso se a doença periodontal leva a um aumento tanto dos níveis plasmáticos quanto creviculares do PAI, bem como se o tratamento periodontal possui algum efeito nes- ses níveis. Os estudos também são divergentes sobre a regulação genética do PAI na periodontite. Em adição, tem sido investigada a participação do PAI na destruição periodontal. Uma vez que a literatura é escassa e existe grande divergência entre os resultados, mais estudos são necessários para determinar o exato papel do PAI na fisiopatologia da doença periodontal e na sua relação com a DCV. UNITERMOS: 1 Mestre em Periodontia da UERJ 2 Hematologista do Hospital dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro 3 Doutoranda em Periodontia da UERJ 4 Professor adjunto de Periodontia da UERJ 5 Professor titular de Periodontia da UERJ Recebimento: 04/09/09 - Correção: 18/11/09 - Aceite: 22/12/09 doenças cardiovasculares, periodontite, fatores da coagulação sanguínea, inibidor 1 do ativador do plasminogênio e Inibidor 2 do ativador do plasminogênio.. R Periodontia 2010; 20:14-21. periomar2010 06-08-10.pmd 8/6/2010, 10:28 AM14 R. Periodontia - 20(1):14-21 15 inespecíficos (proteína C-reativa, fibrinogênio, contagem de leucócitos), foram identificados (Ridker, 2000). Processos infecciosos gastrointestinais, brônquicos e mesmo a periodontite podem ser considerados focos infla- matórios (Chiu, 1999; Danesh, 1998). Alguns estudos suge- rem a periodontite como fator de risco independente para a aterosclerose e DCV (Mattila, 1989; Scannapieco, 2003), ten- do sido estabelecidas inter-relações diretas e indiretas entre periodontite e aterosclerose, em diferentes estágios da aterogênese (Chun, 2005). Dentre os fatores hemostáticos envolvidos no desenvol- vimento das DCV, incluem-se o fibrinogênio, o fator de Von Willebrand, o antígeno do ativador tissular do plasminogênio (t-PA) e o inibidor do ativador do plasminogênio (PAI) (Kannel, 2005). O t-PA e o PAI agem no sistema fibrinolítico, que leva à degradação do coágulo de fibrina em produtos solúveis (Lijnen, 2005). Considerando que tanto as DCV quanto a periodontite cursam com hipofibrinólise, o objetivo deste artigo é revisar a literatura referente à associação da periodontite ao PAI, investigando, desta forma, a inter-relação das doenças periodontais e cardiovasculares. Mecanismos de coagulação e fibrinólise A coagulação sanguínea é um processo dinâmico com o intuito de manter a homeostase circulatória. Quando há injúria tissular, lacerações em arteríolas e vênulas ativam o sistema hemostático, que inclui plaquetas, células endoteliais e proteínas da coagulação, para impedir que o sangue extravase para os tecidos ou para o meio externo. As plaquetas migram e se aderem rapidamente ao subendotélio exposto e mais plaquetas se aderem àquelas aderidas ao vaso, formando um tampão. Ao mesmo tempo, fatores de coagulação produzem uma rede de fibrina, que, como um tecido, sustenta as plaquetas, originando o coágulo (Segers, 2007). In vivo, a formação de fibrina se processa por via única, que é deflagrada pela exposição do fator tissular, um dos componentes do subendotélio. A partir daí, ocorre uma sé- rie de clivagens proteolíticas que transformam proteínas ina- tivas em enzimas ativas, em um processo que se retroalimenta, amplificando-se. O fator tissular exposto for- ma um complexo com o fator VII ativado (VIIa) circulante e, na superfície da membrana, ativa os fatores IX e X. O fator X ativado (Xa) cliva a protrombina em trombina, que por sua vez cliva o fibrinogênio em fibrina, a qual se polimeriza for- mando uma rede, que represa as plaquetas, ocluindo o dano tissular (Hoffman, 2001). Se a amplificação da coagulação é vital para que o vaso seja ocluído rapidamente, existem mecanismos no endotélio íntegro que não só inibem esse processo, mas também aju- dam a degradar a rede de fibrina, num mecanismo denomi- nado fibrinólise. Os mecanismos para limitar a propagação do trombo operam em três níveis fisiológicos diferentes: no coágulo, na circulação e nas várias vias de depuração que incluem o sistema monócito-macrofágico presente no fíga- do e nos pulmões. O fluxo sanguíneo, por si só, dispersa os fatores pró-coagulantes do sítio da injúria. Outro mecanis- mo que impede a extensão da rede de fibrina são proteínas circulantes que são ativadas no endotélio íntegro, como a antitrombina III (ATIII) (Lee, 1993). Esta proteína é sintetizada no fígado e inativa os fatores Xa, IXa, e a trombina (Feistritzer, 2007). Também participam do mecanismo de anticoagulação duas proteínas que agem em conjunto: a proteína C funcio- nal e a proteína S (Griffin, 2006). O processo de fibrinólise resulta da conversão da pró- enzima inerte (plasminogênio) na sua forma proteolítica ati- va, a plasmina, que degrada a fibrina em produtos solúveis (Lijnen, 2005). Há dois mecanismos distintos de ativação do plasminogênio: o ativador tissular do plasminogênio (t-PA) e o ativador uroquinase (u-PA) (Lijnen, 2005). Esses ativadores do plasminogênio são secretados por macrófagos (Vassalli, 1977) estimulados por citocinas liberadas pelos linfócitos T (Gordon, 1978). Eles também são liberados porcélulas endoteliais, sendo encontrados em vários leucócitos, eritrócitos, plaquetas (Greig, 1961) e fibroblastos (Rohrlich, 1977). O principal ativador do plasminogênio é o t-PA que pos- sui baixa afinidade pelo plasminogênio, a menos que este esteja ligado à fibrina. Quando aderidos às células, tanto a plasmina quanto o t-PA estão protegidos de neutralização, respectivamente, pela antiplasmina e pelo PAI (inibidor do ativador do plasminogênio). Entretanto, livre na corrente sanguínea o t-PA é logo inativado pelo PAI-1, deixando de ativar o plasminogênio (Hoylaerts, 1982). O mecanismo de ação do ativador uroquinase do plasminogênio é um pouco distinto. Na superfície celular, o u-PA se liga ao seu receptor (u-PAR), convertendo eficiente- mente o plasminogênio ligado ao receptor em plasmina, que também é rapidamente protegida da ação inibitória da antiplasmina. A plasmina modifica o receptor do u-PA, o que, num feedback positivo, resulta numa ativação mais eficiente da plasmina. Esse complexo também é suscetível à inibição pelo PAI-1 e PAI-2 (Lijnen, 2005). Os inibidores dos ativadores do plasminogênio podem ser classificados em pelo menos 3 grupos imunologicamente periomar2010 06-08-10.pmd 8/6/2010, 10:28 AM15 R. Periodontia - 20(1):14-21 16 distintos: tipo endotelial (PAI-1), tipo placentário (PAI-2) e PAI-3, também conhecido como inibidor da proteína C (Sprengers, 1987). O plasminogênio é sintetizado no fígado e circula em pequenas concentrações no plasma, sendo a maior quanti- dade dele encontrado em meio extravascular. Quando a coagulação é ativada, grandes quantidades dessa pró-enzima são adsorvidas na massa de fibrina, formando um complexo com o fibrinogênio e a fibrina (Lucas, 1983). O plasminogênio gera plasmina, que, quando livre no plasma, é rapidamente destruída pela antiplasmina. Já a plasmina fortemente ligada à massa de fibrina é minima- mente afetada pela antiplasmina e, portanto, está livre para exercer sua ação fisiológica: a degradação da fibrina (Lee, 1993). Além da fibrina, a plasmina cliva várias proteínas plasmáticas, incluindo hormônios, componentes do com- plemento, cininas e fatores da coagulação, como o fibrinogênio (Donaldson, 1960). O PAI-1, que inibe o t-PA, o u-PA e a proteína C ativada, foi isolado em vários tecidos, como endotélio e plaquetas (Kruithof, 1988). A interleucina 1-β e o fator de necrose tumoral á (TNF-α) são reguladores centrais deste processo durante a inflamação (van der Poll, 2001). Na resposta fibrinolítica agu- da, os ativadores do plasminogênio são prontamente secretados. Porém produção e liberação sustentada de PAI-1 se contrapõem e resultam em hipofibrinólise, contribuindo para trombose microvascular (Biemond, 1995; Levi, 2004). Interferência de processos inflamatórios na coagulação e fibrinólise Invariavelmente, a inflamação aguda, como resposta a uma infecção grave ou trauma, resulta no aumento do risco trombótico por diferentes mecanismos, incluindo a geração aumentada de trombina e fibrina, pois há mais fator tissular resultante do dano vascular e há um aporte de macrófagos, que também são fonte de fator tissular (Levi, 2005). Além disto, as endotoxinas circulantes promovem uma rápida pro- dução e liberação de citocinas pró-inflamatórias. Dentre es- sas, TNFα e IL-6 são importantes na indução de mudanças fibrinolíticas e pró-coagulantes no sangue, por ativarem cé- lulas hepáticas e induzirem uma resposta de fase aguda (van der Poll, 1994; van Deventer, 1990; Boermeester, 1995). Es- pecificamente, ocorre um rápido aumento nos níveis plasmáticos do tPA (van der Poll, 1994), que é contrabalanceado pela produção e secreção tardias, mas sus- tentadas, de PAI-1 pelos hepatócitos, inibindo, assim, a fibrinólise (Levi, 2004). Estudos prospectivos têm associado essa capacidade fibrinolítica reduzida a um maior risco para DCV (Ridker, 1993), com odds ratio de 1.38 (CI 1.27- 1.49) (Scarabin, 1998). Por constituir uma patologia crônica inflamatória, é plausível supor que a doença periodontal curse com eleva- ção dos níveis plasmáticos do PAI-1, o que pode ser uma explicação para as observações clínicas de associação da periodontite às doenças cardiovasculares. Níveis plasmáticos do PAI-1 e a doença periodontal Enquanto está bem documentada a associação entre proteínas inflamatórias, ativação endotelial e alterações pró-trombóticas na septicemia (Levi, 1999), investigações so- bre estados inflamatórios crônicos, como a periodontite, induzindo alterações pró-coagulantes, são raramente encontrados. O primeiro estudo sobre a relação entre doença periodontal e níveis plasmáticos do PAI-1 foi realizado por Bretz et al. (2005). Os autores investigaram a associação entre parâmetros clínicos periodontais (extensão da doença) e infecção periodontal (patógenos periodontais) com marcadores sistêmicos de inflamação (IL-6, TNF-α, proteína C-reativa e PAI-1) em 1131 indivíduos, com média de 72.7±2.8 anos. Foram observados níveis significativamente elevados de IL-6 e TNF-α em pacientes com mais de 10% dos sítios com profundidade de bolsa à sondagem (PBS) > 6 mm. Participantes Bana-positivos também apresentaram níveis elevados de proteína C-reativa (PCR). Os níveis plasmáticos do PAI-1 foram menores nos pacientes com periodontite severa (25.7 ng/mL) que nos indivíduos saudáveis (27.4 ng/mL), porém esse achado não foi significante. Entretanto, Bizarro et al. (2007) observaram níveis plasmáticos mais elevados de PAI-1 de acordo com o au- mento da severidade da periodontite (0.20 µ/mL nos con- troles, 5.60 µ/mL nos pacientes com periodontite moderada e 10.20 µ/mL nos pacientes com periodontite severa, p = 0,001), mesmo após ajuste para fatores de confusão como sexo, etnia, nível educacional, colesterol, triglicerídeos, índi- ce de massa corpórea e fumo (p = 0,004). Dentre os estudos de intervenção, o primeiro deles foi desenvolvido por Taylor et al. (2006), que avaliaram a redu- ção de marcadores sistêmicos da inflamação e marcadores trombóticos após terapia periodontal radical (extração de todos os elementos dentários remanescentes) em 67 indiví- duos. Foi observada redução nos níveis do PCR, fibrinogênio e PAI-1. Os níveis plasmáticos do PAI-1, que inicialmente eram de 19,6 ng/L, reduziram para 17,2 ng/L, aproximadamente 12 semanas após o fim de todas as extrações periomar2010 06-08-10.pmd 8/6/2010, 10:28 AM16 R. Periodontia - 20(1):14-21 17 dentárias (p = 0,03). Tonetti et al. (2007), por outro lado, observaram aumento de 5,1ng/mL nos níveis plasmáticos do PAI-1 24 horas após terapia periodontal. Ao final dos 6 meses desse estudo randomizado controlado com 120 indivíduos com periodontite severa generalizada, no entanto, não foram observadas variações significativas nos níveis do PAI-1, tampouco nos níveis do PCR e IL-6. Concentrações plasmáticas do PAI-1 também se manti- veram inalteradas, em 30 indivíduos com periodontite seve- ra generalizada, após 4 semanas do fim da terapia periodontal, compreendendo tratamento cirúrgico e não-ci- rúrgico, incluindo extrações necessárias. No entanto, foi ob- servada redução significativa nos níveis do PAI-1 (p<0,01) no dia em que se encerrou o tratamento periodontal, ou seja, 6 semanas após o exame inicial. Os autores avaliaram múltiplos marcadores sitêmicos da inflamação, como PCR, diversas interleucinas, sE-selectina e outros e concluíram que as respostas são altamente variáveis. Aproximadamente 1/3 e 1/4 dos indivíduos exibem redução e aumento nos níveis desses marcadores, respectivamente, enquanto os demais permanecem sem alterações, sendo pobre a correlação en- tre parâmetros periodontais e sistêmicosda inflamação (Behle, 2009). Níveis do PAI no fluido gengival Uma vez que os parâmetros clínicos – sangramento gengival, profundidade de bolsa à sondagem (PBS) e nível de inserção – não são bons predictores para atividade de doença periodontal e o processo de destruição do periodonto está associado ao aumento dos níveis de enzimas proteolíticas no fluido (Page, 1992), avaliações de citocinas pró-inflamatórias, enzimas e produtos de degradação tecidual no fluido são objeto de pesquisa, a fim de determinar ativi- dade da doença. Assim, além dos estudos sobre níveis plasmáticos do PAI, alguns pesquisadores investigam níveis do PAI e dos ativadores do plasminogênio no fluido gengival. A plasmina não apenas degrada fibrina, como também contribui direta e indiretamente, via ativação da colagenase, para degradação e remodelação da matriz extracelular periodontal . A atividade da plasmina e das enzimas por ela ativadas é resultado da interação entre moléculas ativadoras, como t-PA e u-PA, e inibidoras, como α2-antiplasmina, α2- macroglobulina, PAI-1 e PAI-2 (Yin et al, 2000). Xiao et al. (2000), no intuito de determinar se níveis do t-PA e PAI-2 seriam capazes de diferenciar estados de saúde e doença periodontal, avaliaram a concentração desses marcadores no fluido gengival de sítios saudáveis, com gengivite e com periodontite. Foi observado que os valores absolutos de t-PA e PAI-2 no fluido foram significativamente maiores na periodontite e na gengivite, quando compara- dos à saúde. Também foi evidenciada correlação positiva entre os níveis do t-PA e PAI-2 e volume do fluido gengival, PBS e índice gengival. Dos sítios selecionados para terapia periodontal, houve redução nos níveis do PAI-2 duas sema- nas após o tratamento em cerca de 79% dos sítios. Quanto aos níveis do t-PA, 41% dos sítios não apresentaram mu- danças após a terapia. O tabagismo é fator de risco para doença periodontal, tornando fumantes mais suscetíveis a formas avançadas e agressivas de periodontite (Calsina et al, 2002), bem como também apresentam resposta menos favorável ao tratamen- to periodontal (Bostrom et al, 1998), embora fumantes e não- fumantes exibam patógenos periodontais mais ou menos semelhantes (Preber et al, 1992). Assim, é sugerido que o efeito do fumo na doença periodontal seja uma influência na resposta do hospedeiro, mas os mecanismos exatos dos efeitos deletérios do fumo sobre o periodonto ainda per- manecem incertos (Calsina et al, 2002). Nesse contexto, Buduneli et al. (2005) avaliaram pela primeira vez os possíveis efeitos do fumo nos níveis plasmáticos e no fluido gengival do sistema da plasmina. A quantidade total do u-PA e t-PA foi significativamente me- nor nos não-fumantes saudáveis comparados aos com com- prometimento periodontal, não havendo diferença na pro- porção PAs:PAIs. Níveis totais, mas não a concentração, do u-PA e t-PA também foram significativamente menores em fumantes saudáveis comparados aos com gengivite e periodontite (p < 0,01). No que se refere aos níveis dos inibidores, não foi observada diferença para o PAI-1, enquan- to para o PAI-2 tanto a concentração quanto a quantidade total foram significativamente menores nos indivíduos fuman- tes saudáveis em relação aos com comprometimento periodontal (p < 0,01), embora não tenha sido demonstra- da diferença entre fumantes com gengivite e periodontite (p = 1,00). As relações u-PA:PAI-1 e t-PA:PAI-1 foram significa- tivamente maiores em fumantes doentes comparados aos saudáveis (p < 0,05), enquanto t-PA:PAI-2 foi menor em fu- mantes com periodontite. Contribuição genética para associação dos níveis do PAI e doença periodontal O gene que codifica o PAI-1 está localizado no cromossoma 7q21.3-22, contém um promotor, nove exons e oito íntrons. Um de seus polimorfismos identificados é o 4G/5G. Indivíduos 4G/4G apresentam níveis basais e periomar2010 06-08-10.pmd 8/6/2010, 10:28 AM17 R. Periodontia - 20(1):14-21 18 induzíveis do PAI-1 mais elevados que aqueles 5G/5G, ca- racterizados por uma taxa de transcrição menor (Dawson et al, 1993). Recentemente, foi observada associação da prevalência aumentada do alelo 4G às diversas doenças sistêmicas, especialmente doenças cardiovasculares (Hooper et al, 2000; Bang et al, 2001). Hollá et al (2002) investigaram o papel desse polimorfismo na patogênese da periodontite em 116 indiví- duos com periodontite moderada à severa e 188 indivíduos periodontalmente saudáveis (critérios da Academia Ameri- cana de Periodontia, AAP), numa população caucasiana. Os autores observaram uma distribuição dos genótipos signifi- cativamente diferente entre indivíduos com periodontite do adulto (44% 4G/4G) e os saudáveis (28.2% 4G/4G). Quan- do apenas os indivíduos não-fumantes foram avaliados, essa diferença tornou-se ainda mais evidente (p = 0,0024), sen- do o alelo 4G encontrado em aproximadamente 90% dos indivíduos com periodontite e em 77% dos saudáveis. Entre os fumantes, não houve diferença entre os genótipos dos saudáveis e daqueles com comprometimento periodontal. Em outra amostra de população caucasiana, Emingil et al. (2007) avaliaram o polimorfismo 4G/5G do PAI-1 em indi- víduos com periodontite agressiva generalizada, de acordo com os critérios da AAP. Os autores encontraram o alelo 4G em 72,1% da coorte com periodontite e 78,4% dos saudá- veis, sem diferença significante, mesmo quando avaliados apenas os não-fumantes. Similarmente, o estudo desenvolvido por Gürkan et al. (2007) comparando indivíduos com periodontite crônica a indivíduos saudáveis, também segundo os critérios da AAP, não observou diferença significante entre os grupos. O alelo 4G foi encontrado em 48,8% dos pacientes com periodontite crônica e em 57,1% dos saudáveis. No entanto, quando apenas os não-fumantes foram avaliados, a frequência do alelo 4G foi significativamente maior nos indivíduos saudá- veis (57.4%) que nos com periodontite crônica (44,6%, p = 0,04). DISCUSSÃO Desde que o prejuízo máximo da doença periodontal deixou de ser apenas a perda dentária e as associações en- tre periodontite e doenças cardiovasculares foram propos- tas, o risco para destruição periodontal passou a ser mais bem investigado. Considerando que tanto a periodontite quanto a doença cardiovascular cursam com hipofibrinólise, alterações nos níveis do PAI podem contribuir para uma melhor compreensão dessa associação. Não há um consenso quanto aos níveis plasmáticos do PAI-I na periodontite. Bretz et al. (2005) não encontraram diferenças significantes entre os níveis do PAI-1 no plasma de pacientes com periodontite severa e aqueles encontrados em indivíduos saudáveis, mas Bizarro et al. (2007) observaram níveis mais elevados de acordo com o aumento da severidade da doença. A divergência entre es- tes dois estudos pode ser resultado de diferenças entre as médias de idade das populações estudadas (o primeiro es- tudo foi realizado numa população mais idosa) e os critérios utilizados para classificação da severidade da doença (profundidade de bolsa à sondagem vs avaliação radiográfica de perda óssea). O efeito do tratamento periodontal nos níveis plasmáticos do PAI-1 também permanece incerto, tanto ime- diatamente após o término do mesmo quanto por períodos de tempo maiores. No dia em que foi finalizado o tratamen- to, Behle et al. (2009) observaram redução dos níveis de PAI- 1, enquanto Tonetti et al. (2007) demonstraram aumento nas 24h seguintes à conclusão da terapia periodontal. As reavaliações de 1 e 6 meses não evidenciaram alterações significantes, mas a terapia periodontal radical (exodontias) no estudo desenvolvido por Taylor et al. (2006) provocouuma redução dos níveis de PAI-1. Uma vez demonstradas alterações dos níveis plasmáticos do sistema fibrinolítico tanto em pacientes com periodontite quanto naqueles com doença cardiovascular e que há prevalência aumentada do alelo 4G nas doenças cardiovasculares, investigações sobre a contribuição genéti- ca para o estabelecimento da associação periodontite e do- ença cardiovascular foram realizadas. Um estudo realizado por Hollá et al. (2002) numa população caucasiana eviden- ciou maior percentual de genótipo 4G/4G na periodontite do adulto em não-fumantes, sugerido que esse genótipo parece ser um forte marcador biológico que levaria à periodontite crônica severa na ausência do fumo. Em con- traste, Gurkan et al. (2007) encontraram maior frequência do alelo 4G em indivíduos saudáveis, o que poderia indicar uma menor suscetibilidade à periodontite. Na periodontite agressiva não foram constatadas diferenças significantes na frequência do alelo 4G, comparadas àquela nos indivíduos periodontalmente saudáveis (Emingil et al, 2007). A frequência do alelo 4G nos indivíduos saudáveis foi similar à observada por Hollá et al. (2002). Como o sistema de ativação do plasminogênio é de im- portância central na proteólise extracelular, além da investi- gação do PAI na associação da periodontite com a doença cardiovascular, estudos foram desenvolvidos com o objetivo de identificar melhores marcadores de atividade da periodontite. Suspeita-se que o PAI-2 no fluido gengival é periomar2010 06-08-10.pmd 8/6/2010, 10:28 AM18 R. Periodontia - 20(1):14-21 19 um importante inibidor da destruição tecidual no periodonto, uma vez que foi demonstrada correlação positiva entre os níveis de t-PA e PAI-2. A redução dos níveis de PAI-2 observa- da em 79% dos sítios com periodontite, possivelmente rela- cionada a mudanças nos níveis de fatores inflamatórios, e a correlação dos níveis de t-PA e PAI-2 com volume de fluido, PBS e índice gengival sugerem que os mesmos são potenci- ais marcadores para avaliar a severidade da doença periodontal e aferir resultado do tratamento (Xiao et al, 2000). Considerando ainda o papel desempenhado pelo siste- ma de ativação do plasminogênio na destruição tecidual, embora os níveis das enzimas do sistema da plasmina este- jam aumentados na inflamação periodontal, o fumo parece ter um efeito limitado sobre essas enzimas no fluido gengival, afetando apenas concentrações de PAI-2 em sujeitos sau- dáveis e alterando o equilíbrio entre os ativadores e os inibidores dos ativadores do plasminogênio em pacientes com doença periodontal, devendo ser esclarecido ainda se esse efeito sutil contribui para maior destruição observada em fumantes (Buduneli et al, 2005). A análise dos estudos incluídos na presente revisão de literatura indica a importância da investigação do PAI na doença periodontal, seja objetivando esclarecer a associa- ção da doença periodontal com a doença cardiovascular ou determinar marcadores mais precisos de atividade de doen- ça que os atualmente utilizados. Devido ao fato de as infor- mações disponíveis serem escassas e à grande divergência entre os resultados encontrados, mais estudos são necessá- rios para determinar o exato papel do PAI na DP. ABSTRACT Cardiovascular disease is one of most important causes of death, being the atherosclerosis an important base of its pathogenesis. Since the traditional risk factors are not enough to explain the etiology of this multi-factorial process, non- traditional risk factors, as pathogenic microorganisms, fibrinogen, C-reactive protein, have being identified. Recent studies suggest the existence of the association between periodontal disease and cardiovascular disease (CVD). Regarding that both periodontitis and CVD show an abnormal regulation of fibrinolytic system, the aim of the present study was to review the literature about plasminogen-activator-inhibitor (PAI) on periodontitis pathogenesis and its relationship with CVD. It remains controversial if periodontal disease lead to an enhancement on both plasmatic and crevicular PAI levels, as well if periodontal therapy has some effect on these levels. The studies are also divergent about the genetic regulation of PAI on periodontitis. In addition, it has been investigated the participation of PAI on periodontal destruction. Since the literature is scarce and there is a great divergence between the results, further studies are necessary to determine the exact role of PAI on physiopathology of periodontal disease and on its association with CVD. UNITERMS: Cardiovascular Disease, Periodontitis, Blood Coagulation Proteins, Plasminogen Activator Inhibitor 1 and Plasminogen Activator Inhibitor 2. periomar2010 06-08-10.pmd 8/6/2010, 10:28 AM19 R. Periodontia - 20(1):14-21 20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. World Health Organization [homepage na internet]. Geneva; c2009 [acesso em 28 agosto de 2009] Disponível em: http://www.who.int/ cardiovascular_diseases/en/ 2. Libby P, Ridker PM, Maseri A. Inflammation and atherosclerosis. Circulation 2002;105:1135-1143. 3. Paquette DW, Brodala N, Nichols TC. Cardiovascular disease, inflammation, and periodontal infection. Periodontol 2000 2007;44:113-126. 4. Ridker PM, Hennekens CH, Buring JE, Rifai N. C-reactive protein and other markers of inflammation in the prediction of cardiovascular disease in women. N Engl J Med 2000;342:836-843. 5. Chiu B. Multiple infections in carotid atherosclerotic plaques. Am Heart J 1999;138:S534-536. 6. Danesh J, Collins R, Appleby P, Peto R. 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