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Deformações decorrentes de Carregamentos Prof. Ricardo Castro 23:55 1 Recalques É Termo utilizado em engenharia civil para designar o fenômeno que ocorre quando uma edificação sofre um rebaixamento devido ao adensamento do solo sob sua fundação. Causa de trincas e rachaduras em edificações. Recalque diferencial é a situação onde uma parte da obra rebaixa mais que outra gerando esforços estruturais não previstos que podem até levar a obra à ruína. 23:55 2 A velocidade de evolução dos recalques Rápida evolução Areias e argilas não-saturadas. Lenta evolução Argilas saturadas Portanto o comportamento do solo mediante esforço, depende de sua composição e de seu estado. 23:55 3 Determinação da Deformabilidade de um Solo Ensaio de Compressão Axial / Triaxial 23:55 4 Δh h σ Δr r εl = Δh / h εr = Δr / r E = σ / εl v = - εr / εl Módulo de Elasticidade (E) = Parâmetro de Resistencia do Solo Coeficiente de Poisson (v) = % da tensão aplicada num sentido ε = recalque específico 4 Determinação da Deformabilidade de um Solo Ensaio de Compressão Axial / Triaxial Relação não constante entre tensão e deformação. 23:55 5 σ ε εl = Δh / h εr = Δr / r E = σ / εl v = - εr / εl Módulo de Elasticidade (E) = Parâmetro de Resistencia do Solo Coeficiente de Poisson (v) = % da tensão aplicada num sentido 5 Determinação da Deformabilidade de um Solo A elasticidade de um solo está relacionada com ao confinamento do mesmo, ou seja; Em ambiente natural a pressão confinante aumenta com a profundidade, logo se aumenta o módulo de elasticidade (E) do solo. Pela dificuldade de se obter um valor para o módulo de elasticidade (E), admite-se um valor cte e representativo para cada situação estudada. 23:55 6 Módulos de Elasticidade para Argilas Saturadas em solicitação não drenada Resistência simples à compressão das argilas: Módulos de elasticidade de argilas saturadas em solicitação não drenada: 23:55 7 Consistência Módulo de Elasticidade (MPa) Muito Mole < 2,5 Mole 2,5– 5 Média 5 – 10 Rija 10 – 20 Muito Rija 20 – 40 Dura > 40 Consistência Resistência (kPa) Muito Mole < 25 Mole 25– 50 Média 50 – 100 Rija 100 – 200 Muito Rija 200 – 400 Dura > 400 Módulos de Elasticidade para Areias em solicitação drenada (100kPa) Módulos de elasticidade de areias em solicitação drenada e tensão confinante de 100 kPa: Para pressões confinantes (Pa) diferentes de 100 kPa, temos a equação de Janbu; 23:55 8 Descrição Módulo de Elasticidade (MPa) Compacidade Fofa Compacta Areia de grãos frágeis, angulares 15 35 Areia de grãosduros, arredondados 55 100 Eσ = Ea . Pa . ( σ / Pa )n n = 0,5 Ea = módulo correspondente à pressão atmosférica Determinação da Deformabilidade de um Solo Ensaio de Compressão Edométrica (Compressão Confinada) Simula a ação de camadas sobrejacentes, impedindo deformação lateral. Utiliza-se um anel rígido em uma célula de compressão edométrica, com locação de pedras porosas sob e acima do solo, afim de permitir a saída da água. 23:55 9 Determinação da Deformabilidade de um Solo Ensaio de compressão Edométrica Amostra é moldada em um anel rígido. Pedras porosas possibilitam a saída de água. Ø = 3 x h reduz atrito lateral onde; 5 < Ø < 12 cm Aplicam-se cargas axiais por etapas, e a cada etapa se registra a deformação. 23:55 10 Determinação da Deformabilidade de um Solo Ensaio de compressão Edométrica Cessadas as deformações de cada carregamento aplicam-se cargas com o dobro da intensidade anterior. Índices de vazios de cada etapa (e1; e2; ... ;en) é função da variação de altura inicial. Apresentação dos Resultados graficamente (Tensão vertical x índice de vazios). 23:55 11 Determinação da Deformabilidade de um Solo Diagrama e vs σ. 23:55 12 σ (kPa) e Cálculo de Recalque a partir da Teoria da Elasticidade – Recalque Imediato Os recalques causados numa superfície podem ser analisados a partir da Teoria da Elasticidade e expressos por: Onde: I é um Coeficiente de Forma para cálculo de recalques. σ0 é a tensão inicial distribuída na superfície. B é a largura menor ou diâmetro da área carregada. E (Módulo de Elasticidade) e v (Coeficiente de Poisson) são 23:55 13 ρ = I . (σ0 . B / E ) . (1 – v 2) εl = Δh / h εr = Δr / r E = σ / εl v = - εr / εl Se area retangular adota-se o menor b; pois o carregamento será maior para uma “área” menor 1 Mpa = 1000 kPa σ0 = 890 / (1,5²) 395,56 kPa Resposta: 0,00814 m = 0,814 cm 13 Coeficiente de Forma (I) Este coeficiente leva em consideração: Forma do corpo Circular, retangular e quadrado. Flexibilidade Aterros e sapatas. 23:55 14 Coeficiente de Forma (I) Este coeficiente leva em consideração: Forma do corpo Circular, retangular e quadrado. Flexibilidade Aterros e sapatas. 23:55 15 Questão Exemplo: E = 55 MPa; v = 0,35 23:55 16 ρ = I . (σ0 . B / E) . (1 – v 2) Módulo de Elasticidade (E) = Parâmetro de Resistencia do Solo Coeficiente de Poisson (v) = % da tensão aplicada num sentido Coeficiente de Forma (I) = tabela 16 Problemáticas na aplicação da Teoria da Elasticidade Relação não linear entre Tensão e Deformação. Crescimento do confinamento com o aumento da profundidade. Heterogeneidade dos solos (camadas distintas). 23:55 17 Cálculo de Recalque a partir da Compressibilidade Edométrica Em situações onde uma camada mais compressível está entreposta à camadas menos compressíveis, o recalque pode ser previsto a partir da relação de entre deformação do corpo de prova e espessura da camada. Ex: Corpo de prova com altura inicial de 3 cm teve recalque de 0,1 cm. Uma camada de solo com 1,5 m terá recalque de 5 cm, quando sob mesmo carregamento. 23:55 18 Cálculo de Recalque a partir da Compressibilidade Edométrica Exemplo de perfil típico para aplicação do Ensaio de Compressibilidade Edométrica: 23:55 19 σ’, σ, u Δσ Areia Fofa, argila mole... Areia Grossa Compactada Areia Média com Pedregulho Compactada Profundidade N.A. Cálculo de Recalque a partir da Compressibilidade Edométrica Relação entre variação de altura do corpo de prova e o seu índice de vazios, antes e após carregamento. 23:55 20 Vazios Sólidos H1 H0 ρ Vazios Sólidos H2 H0 H1 = H0 . ( 1 + e1 ) H2 = H0 . ( 1 + e2 ) Cálculo de Recalque a partir da Compressibilidade Edométrica Onde e2 é fornecido pelo Ensaio de Compressibilidade Edométrica e H1 e e1 são características iniciais do solo. 23:55 21 Vazios Sólidos H1 H0 ρ Vazios Sólidos H2 H0 H1 = H0 . ( 1 + e1 ) H2 = H0 . ( 1 + e2 ) ρ = H1 . (e1 - e2) / (1 + e1) ε = ρ / H1 = (e1 - e2) / (1 + e1) ε = ρ / H1 *Recalque específico ε = recalque específico 21 Questão Uma areia fofa é submetida à um teste de compressão edométrica com espessura de 3,5 cm, onde o e é inicialmente 0,75 e após uma aplicação de 170kPa o e atinge valores de 0,6. Qual será o recalque causado nesta areia fofa ao ser submetida à esta mesma solicitação, sabendo que em campo a camada possui 2 m de espessura. Determine a espessura final da camada após longo período de tempo e o recalque específico desta camada d solo. 23:55 22 ε = ρ / H1 ρ = H1 . (e1 - e2) / (1 + e1) H1 = H0 . ( 1 + e1 ) H2 = H0 . ( 1 + e2 ) Teoria do Adensamento Subdivide o solo em uma fase sólida e uma líquida: Esqueleto mineral Áqua nos poros Onde a variação de volume é fruto da redução dos vazios, tendo em vista que os sólidos são relativamente incompressíveis. A redução de vazios implica em fluxo de dentro para fora do corpo, com fluxo regido pela Lei de Darcy. Velocidade do fluxo proporcional à permeabilidade do meio. 23:55 23 Teoria do Adensamento A Variação de volume se dá com o tempo, e é governada por interações entre Tensão Normal, Tensão Efetiva, Poropressão, Permeabilidade e Compressibilidade. Solos granulares (areias): A água flui facilmente, e o gradiente gerado e dissipadorapidamente. Solos Finos (argilosos): dificuldade de percolação da água, de modo que a água “assimila” a pressão aplicada, e a medida que essa água é drenada a pressão aplicada é transmitida aos contados dos grãos, causando aumento de tensão efetiva e consequente variação volumétrica. Este é o chamado Fenômeno de Adensamento. 23:55 24 Analogia Hidromecânica Modelo Mecânico de Terzaghi 23:55 25 Analogia Hidromecânica Modelo Mecânico de Terzaghi 23:55 26 Adensamento de Argilas Saturadas O estudo do adensamento se dá em depósitos de baixa permeabilidade e compressibilidade moderada a alta, basicamente solos constituídos por argilas ou argilosos. O tempo em que se decorre o processo de deformação de argilas saturadas normalmente é grande. Baixa permeabilidade, implicando em fluxo lento. 23:55 27 Adensamento de Argilas Saturadas Relações entre a tensão e o índice de vazios. 23:55 28 σ (kPa) e ( log ) Adensamento de Argilas Saturadas Relações entre a tensão e o índice de vazios. 23:55 29 σ (kPa) e ( log ) Reta Virgem Adensamento de Argilas Saturadas Relações entre a tensão e o índice de vazios. 23:55 30 σ (kPa) e ( log ) Reta Virgem Terzaghi definiu o índice de compressão que indica a inclinação da reta virgem. Cc = (e1 - e2) / [log (σ’2) - log (σ’1)] Temos então que: Onde, Logo; Esta forma de cálculo de tensão só pode ser utilizada em casos onde o solo está na situação da reta virgem. Isso permite o cálculo do recalque sem uso direto dos resultados dos ensaios de adensamento. Pois o índice de compressão (CC) traz esta relação indiretamente. Adensamento de Argilas Saturadas 23:55 31 Cc = (e1 - e2) / [log (σ’2) - log (σ’1)] ρ = [(Cc . H1) / (1 + e1)] . log (σ’2 / σ’1) ρ = H1 . (e1 - e2) / (1 + e1) σ (kPa) e Log Tensão Pré-Adensamento 23:55 32 Baixa deformação Alta deformação Descarga e recarga Mudança de comportamento A B C D E F Baixa deformação Alta deformação Recompressão Compressão Virgem Tensão Pré-Adensamento O ponto onde ocorre a mudança de comportamento do solo é chamado de Tensão Pré-Adensamento (σ’vm). Corresponde à máxima tensão efetiva sofrida pelo solo. Esta tensão é definida como correspondente ao maior carregamento a que um solo esteve submetido em sua história geológica. 23:55 33 Determinação da Tensão Pré-Adensamento A partir da curva log σ’ x e, podem ser utilizados alguns métodos. Método de Casagrande Método de Pacheco Silva 23:55 34 Determinação da Tensão Pré-Adensamento Método de Casagrande Encontra-se o ponto de maior curvatura, e traçar uma tangente à curva e uma linha horizontal. Traçar uma bissetriz entre a tangente e a horizontal. O ponto de encontro entre bissetriz e reta virgem determina σ’vm. 23:55 35 Determinação da Tensão Pré-Adensamento Método de Pacheco Silva Traçar a horizontal do e inicial. Na interseção desta com a reta virgem, traçasse uma vertical até o encontro com a curva. Do ultimo ponto traçasse uma horizontal até o prolongamento da reta virgem, esta interseção indica o σ’vm. 23:55 36 Situação de Adensamento Solos Normalmente Adensados Tensão Pré-adensamento corresponde à tensão efetiva. Solos Sobreadensados A pré-adensamento é maior que a efetiva. Solos Subadensados A tensão pré-adensamento é menor que a efetiva. 23:55 37 σ’vm = σ’0 σ’vm > σ’0 σ’vm < σ’0 Situação de Adensamento Razão de Pré-adensamento (OCR) ou Razão de Sobreadensamento (RSA). Relacionam σ’vm e σ’v0 onde: Sendo = 1 o solo é tido com Normalmente Adensado. Se > 1, o solo é um solo pré-adensado. Se < 1, o solo está em processo de adensamento. 23:55 38 OCR = RSA = σ’vm / σ’0 Outros Índices de Compressibilidade Cc = índice de Compressão. Cr = Índice de Recompressão. Ce = Índice de Expansão. 23:55 39 Cr Cc Ce σ (kPa) e Cálculo de Recalque em Solo Sobreadensado Não podemos neste caso utilizar: Tal raciocínio é para um solo que responde linearmente em função do log da tensão vertical, ou seja: em comportamento da reta virgem (Cc). Então para σ’vm > σ’0 podemos fazer a substituição de Cc por Cr pois a recompressão representa o comportamento do solo para esta situação. 23:55 40 ρ = [(Cc . H1) / (1 + e1)] . log (σ’2 / σ’1) Cálculo de Recalque em Solo Sobreadensado (pré-adensados) Em um carregamento que ultrapasse a tensão de pré-adensamento, o recalque é calculado em duas etapas. 23:55 41 ρ = [H1 / (1 + e1)] . [(Cr . log (σ’a / σ’i) + Cc . log (σ’f / σ’a)] Cr Cc σ (kPa) e 2 1 σ’i = tensão efetiva no pto considerado, sem carregamento. σ’a = tensão efetiva no pto considerado, sem carregamento, e considerando o efeito de sobreadensamento. σ’f = tensão efetiva no pto considerado o carregamento, e desconsiderando o efeito de sobreadensamento. Cálculo de Recalque em Solo Sobreadensado Neste caso onde o carregamento ultrapassa a tensão de pré-adensamento, adotam-se valores médios de tensão efetiva. Ou pode-se subdividir a camada que está sendo adensada e somar-se os recalques para cada subcamada. 23:55 42 Argila mole Areia N.A. Exercício Dado um solo que ao longo de sua evolução teve 1,5 m de areia erodida, foram obtidos Cr = 0,3 e Cc = 1,6. A figura ao lado mostra a estrutura deste solo, e dados obtidos experimentalmente. Determine o recalque sabendo que um carregamento irá impor 45kPa num ponto médio da camada. 23:55 43 6 m 1 m N.A. 0,5 m 18 kN/m³ 16 kN/m³ e = 4,3 ρ = [H1 / (1 + e1)] . [(Cr . log (σ’a / σ’i) + Cc . log (σ’f / σ’a)] Areia Argila
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