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Direito Administrativo Em ExercíciosAula 08

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DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
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Olá pessoal, 
 
Bom dia. Estamos aqui na luta por melhoria das condições 
de trabalho. As chamadas carreiras de elite do Executivo, dentre elas, 
as da Auditoria Fiscal estão se movimento e o indicativo é de operação 
padrão que poderá evoluir para uma greve, sem precedentes. 
 
É que o governo nos impõe um arrocho salarial já por três 
anos, sob o malfadado argumento de que tivemos uma excelente 
melhoria no passado. 
 
E agora ainda com essa lei de acesso às informações, nos 
impõe o constrangimento de termos nossas vidas vasculhadas, para 
criar um espírito de animosidade com a população, sobretudo por 
alguns “formadores de opinião”, que sempre está contra o 
funcionalismo. 
 
De todo modo, vamos lutando por aqui. E nós, vc e eu, 
também faremos nossa parte, a fim de que ingressemos neste universo, 
pois apesar desses contratempos é muito bom. 
 
Bem, hoje vamos estudar o seguinte: 
 
AULA 08: 14. Lei nº 8.429, de 02/6/1992 – Lei da 
Improbidade Administrativa. 
 
Então, vamos que vamos. 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. (AGENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RS – FCC/2008) NÃO se 
inclui entre os sujeitos passivos da improbidade administrativa 
a) os órgãos da administração direta. 
b) a empresa ou entidade para cuja criação ou custeio o erário haja 
concorrido ou concorra com até trinta por cento do patrimônio ou da 
receita anual. 
c) os órgãos da administração indireta ou fundacional. 
d) a empresa incorporada ao patrimônio público. 
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e) a entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou 
creditício, de órgão público. 
 
Comentário: 
 
Devemos observar que o art. 37, §4º da Constituição 
Federal de 1988 estabeleceu que os atos de improbidade 
administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a 
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o 
ressarcimento ao erário, na forma e gradação prevista em lei, 
sem prejuízos da ação penal cabível. 
 
Percebam, portanto, duas coisas. Primeiro, no sentido de 
que o dispositivo constitucional exige, requer, complemento. Sendo, 
portanto, norma de eficácia limitada. 
 
Segundo ponto, é que o princípio da probidade 
administrativa ao ser violado (improbidade) poderá gerar a 
responsabilização do agente público também na esfera, pois a 
Constituição estabeleceu que a sanção de improbidade não traz prejuízo 
à ação penal cabível. Além, é claro de punição na esfera administrativa. 
 
A propósito, deve-se ressaltar que o princípio da 
probidade administrativa é uma qualificação do princípio da moralidade 
administrativa, ou seja, entendeu o legislador constituinte de conferir 
tratamento de destaque à probidade administrativa, inclusive, 
englobando na definição de improbidade a violação ao próprio princípio 
da moralidade administrativa. 
 
Nesse sentido, o renomado Professor José Afonso da 
Silva, nos seus Comentários Contextuais à Constituição Federal, destaca 
que “o princípio da moralidade administrativa é uma forma de 
moralidade administrativa que mereceu consideração especial pela 
Constituição, que pune o ímprobo com a suspensão dos direitos 
políticos (art. 37, §4º)”. 
 
Ainda, citando o mestre, “a probidade administrativa 
consiste no dever do funcionário de servir à Administração com 
honestidade, procedendo no exercício das suas funções sem 
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aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes em 
proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer. Cuida-
se de uma imoralidade administrativa qualificada.” 
 
Assim, com a finalidade de regulamentar o art. 37, §4º da 
CF/88, pois como vimos esse dispositivo é norma de eficácia limitada, 
foi editada a Lei nº 8.429/92, denominada de Lei de Improbidade 
Administrativa (LIA), que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos 
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de 
mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, 
indireta ou fundacional. 
 
Quanto à natureza da ação de improbidade 
administrativa, conforme disposto na CF/88, verifica-se que a sanção de 
improbidade não causa prejuízo à eventual ação penal, quando cabível. 
Significa dizer, portanto, que a ação judicial por ato de improbidade 
administrativa tem natureza de ação civil, ou seja, não tem natureza de 
ação criminal. 
 
Não trata a LIA de tipos penais, não aplica ou impõe 
penalidades criminais por violação ao princípio da probidade, ou seja, é 
uma lei que impõe sanções civis, políticas e administrativas, mas não 
penal, muito embora haja previsão de ilícito criminal àquele que 
representar por ato de improbidade sabendo-o ser falso. 
 
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade 
contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor 
da denúncia o sabe inocente. 
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. 
 Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está 
sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais 
ou à imagem que houver provocado. 
 
Quanto à natureza da ação de improbidade, já se manifestou em 
diversas assentadas o Supremo Tribunal Federal, observem: 
 
INFORMATIVO Nº 498 
TÍTULO: Improbidade Administrativa: Ministro do STF e 
Competência 
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PROCESSO: Pet - 3211 
ARTIGO 
O Tribunal, por maioria, resolvendo questão de ordem suscitada 
em petição, firmou sua competência para julgar ação por ato de 
improbidade administrativa ajuizada contra atual Ministro do 
STF, à época Advogado-Geral da União, e outros, na qual se lhe 
imputam a suposta prática dos crimes previstos nos artigos 11, 
I e II, e 12, III, da Lei 8.429/92. Reportando-se à orientação 
fixada pela Corte na Rcl 2138/DF (pendente de publicação), 
entendeu-se que distribuir competência para juiz de 1º grau 
para julgamento de ministro da Corte quebraria o sistema 
judiciário como um todo. Os Ministros Cármen Lúcia, Ricardo 
Lewandowski e Celso de Mello fizeram ressalvas. Vencido, no 
ponto, o Min. Marco Aurélio, relator, que, na linha de seu voto 
na citada reclamação, e salientando estar definida a 
competência do Supremo de forma exaustiva na Constituição 
(art. 102), considerava ser do juízo da 9ª Vara da Seção 
Judiciária do Distrito Federal a competência para o 
processamento e julgamento da ação. Em seguida, o Tribunal, 
por maioria, determinou o arquivamento da petição, em relação 
ao referido Ministro desta Corte, haja vista o fato de ele não 
mais ocupar o cargo de Advogado-Geral da União, e a descida 
dos autos ao mencionado juízo de 1ª instância, relativamente 
aos demais acusados. Vencido, também nessa parte, o Min. 
Marco Aurélio que, asseverando tratar-se de ação de 
natureza cível, tendo em conta a ressalva contida no art. 
37, § 4º, da CF, e reconhecendo a independência das 
esferas cível, penal e administrativa, não extinguia o feito 
quanto ao Ministro do STF. Pet 3211 QO/DF, rel. Min. Marco 
Aurélio, 13.3.2008. (Pet-3211) 
 
INFORMATIVO Nº 401 
TÍTULO: Improbidade Administrativa e Prerrogativa de 
Foro - 2 
PROCESSO: ADI - 2860 
ARTIGO 
O Tribunal concluiu julgamento de duas ações diretas ajuizadas 
pela Associação Nacional dos Membros doMinistério Público - 
CONAMP e pela Associação dos Magistrados Brasileiros - AMB 
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para declarar, por maioria, a inconstitucionalidade dos §§ 1º e 
2º do art. 84 do Código de Processo Penal, inseridos pelo art. 1º 
da Lei 10.628/2002 — v. Informativo 362. Entendeu-se que o § 
1º do art. 84 do CPP, além de ter feito interpretação autêntica 
da Carta Magna, o que seria reservado à norma de hierarquia 
constitucional, usurpou a competência do STF como guardião da 
Constituição Federal ao inverter a leitura por ele já feita de 
norma constitucional, o que, se admitido, implicaria submeter a 
interpretação constitucional do Supremo ao referendo do 
legislador ordinário. Considerando, ademais, que o § 2º do art. 
84 do CPP veiculou duas regras — a que estende, à ação de 
improbidade administrativa, a competência especial por 
prerrogativa de função para inquérito e ação penais e a que 
manda aplicar, em relação à mesma ação de improbidade, a 
previsão do § 1º do citado artigo — concluiu-se que a primeira 
resultaria na criação de nova hipótese de competência originária 
não prevista no rol taxativo da Constituição Federal, e, a 
segunda estaria atingida por arrastamento. Ressaltou-se, 
ademais, que a ação de improbidade administrativa é de 
natureza civil, conforme se depreende do § 4º do art. 37 
da CF, e que o STF jamais entendeu ser competente para 
o conhecimento de ações civis, por ato de ofício, 
ajuizadas contra as autoridades para cujo processo penal 
o seria. Vencidos os Ministros Eros Grau, Gilmar Mendes e Ellen 
Gracie que afastavam o vício formal, ao fundamento de que o 
legislador pode atuar como intérprete da Constituição, 
discordando de decisão do Supremo, exclusivamente quando 
não se tratar de hipótese em que a Corte tenha decidido pela 
inconstitucionalidade de uma lei, em face de vício formal ou 
material, e que, afirmando a necessidade da manutenção da 
prerrogativa de foro mesmo após cessado o exercício da função 
pública, a natureza penal da ação de improbidade e a 
convivência impossível desta com uma ação penal 
correspondente, por crime de responsabilidade, ajuizadas 
perante instâncias judiciárias distintas, julgavam parcialmente 
procedente o pedido formulado, para conferir aos artigos 
impugnados interpretação conforme no sentido de que: a) o 
agente político, mesmo afastado da função que atrai o foro por 
prerrogativa de função, deve ser processado e julgado perante 
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esse foro, se acusado criminalmente por fato ligado ao exercício 
das funções inerentes ao cargo; b) o agente político não 
responde a ação de improbidade administrativa se sujeito a 
crime de responsabilidade pelo mesmo fato; c) os demais 
agentes públicos, em relação aos quais a improbidade não 
consubstancie crime de responsabilidade, respondem à ação de 
improbidade no foro definido por prerrogativa de função, desde 
que a ação de improbidade tenha por objeto ato funcional. ADI 
2797/DF e ADI 2860/DF, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 
15.9.2005. (ADI-2797) (ADI-2860) 
 
O sujeito passivo do ato de improbidade administrativa é 
o ente ou entidade que sofreu a lesão por ato de improbidade 
administrativa, podendo ser, em regra, entidade ou ente estatal. 
Podendo, inclusive, ser sujeito passivo de ato de improbidade entidade 
que não integre a Administração, mas que receba recursos estatais, 
como é o caso das entidades paraestatais. 
 
Assim, teremos os seguintes sujeitos: 
 
• Administração Direta (União, Estados, DF e Municípios 
e seus respectivos órgãos) ou Indireta (Autarquias, 
Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia 
Mista) de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, 
• Empresa incorporada ao patrimônio público 
• Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja 
concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por 
cento do patrimônio ou da receita anual 
• Entidade que receba subvenção, benefício ou 
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público; 
• Entidades cuja criação ou custeio o erário haja 
concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por 
cento do patrimônio ou da receita anual 
 
Atenção para o fato de que, nesses dois últimos casos, 
entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou 
creditício, de órgão público ou entidades cuja criação ou custeio o erário 
haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do 
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patrimônio ou da receita anual, limita-se a sanção patrimonial à 
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
 
O sujeito ativo do ato de improbidade é o agente 
público, como regra. Porém, a lei também admite o terceiro, ou seja, 
aquele que não tenha qualquer vínculo com a Administração Pública ou 
com as entidades tuteladas, conforme veremos. 
 
Assim, agente público é todo aquele que exerce, 
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de 
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas 
entidades mencionadas como sujeito passivo da improbidade. 
 
É preciso, no entanto, descortinarmos o alcance da 
expressão agente público, e, para tanto, utilizamos a classificação 
clássica de Hely Lopes Meirelles, segundo a qual os agentes públicos 
são divididos em: 
 
a) Agentes políticos 
b) Agentes administrativos 
c) Agentes honoríficos 
d) Agentes delegados 
e) Agentes credenciados 
 
Agentes políticos são aqueles que ocupam cargos que 
compõe os órgãos constitucionais independentes, ou seja, dotados de 
independência funcional, prerrogativas do cargo e sujeitos a regime 
especial, cujas funções advêm diretamente da Constituição, investidos, 
normalmente, por meio de eleição, nomeação ou designação. 
 
Dentre esses estariam compreendidos os magistrados, os 
membros do Ministério Público, dos Tribunais de Contas, além dos 
representantes do Poder Executivo (Presidente, Governador, Prefeito, e 
seus auxiliares diretos, Ministros, Secretários etc) e do Poder Legislativo 
(Deputados, Senadores, Deputados Estaduais, Distritais e Vereadores). 
 
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Por outro lado, há forte corrente que defende serem os 
agentes políticos tão-somente aqueles que erigidos aos cargos eletivos, 
tal como o Presidente, Governador, Senador, Deputado, Vereador etc. 
 
Nesse sentido, vale salientar, e vocês precisam ficar 
atentos a isto, que o STF tem entendido que os agentes políticos são 
todos aqueles que exercem atribuições decorrentes diretamente 
da Constituição, não sendo, pois, apenas os detentores de cargos 
eletivos, de modo que englobam também outros agentes públicos tal 
como os magistrados, conforme orientação firmada no Informativo 263. 
Vejamos: 
 
Informativo 263 (RE-228977) 
Dano Moral e Atos Judiciais (Transcrições) RE 228.977-SP* (v. 
Informativo 259) Relator: Min. Néri da Silveira EMENTA: - 
Recurso extraordinário. Responsabilidade objetiva. Ação 
reparatória de dano por ato ilícito. Ilegitimidade de parte 
passiva. 2. Responsabilidade exclusiva do Estado. A autoridade 
judiciária não tem responsabilidade civil pelos atosjurisdicionais 
praticados. Os magistrados enquadram-se na espécie 
agente político, investidos para o exercício de atribuições 
constitucionais, sendo dotados de plena liberdade 
funcional no desempenho de suas funções, com 
prerrogativas próprias e legislação específica. 
(...) 
(...) os magistrados se enquadram na espécie agente político. 
Estes, são investidos para o exercício de atribuições 
constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no 
desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e 
legislação específica, requisitos, aliás, indispensáveis ao 
exercício de suas funções decisórias. 
 
(...) É o que elucida o saudoso HELY LOPES MEIRELLES, em sua 
obra "Direito Administrativo Brasileiro" (18ª ed., pág. 72): "Os 
agentes políticos exercem funções governamentais, judiciais e 
quase-judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os 
negócios públicos, decidindo e atuando com independência nos 
assuntos de sua competência. São as autoridades públicas 
supremas do Governo e da Administração na área de sua 
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atuação, pois não estão hierarquizadas, sujeitando-se apenas 
aos graus e limites constitucionais e legais de jurisdição. Em 
doutrina, os agentes políticos têm plena liberdade funcional, 
equiparável à independência dos juizes nos seus julgamentos, 
e, para tanto, ficam a salvo de responsabilidade civil por seus 
eventuais erros de atuação, a menos que tenham agido com 
culpa grosseira, má-fé ou abuso de poder. Nesta categoria 
encontram-se os Chefes de Executivo (Presidente da 
República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares 
imediatos (Ministros e Secretários de Estado e de 
Município); os membros das Corporações Legislativas 
(Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do 
Poder Judiciário (Magistrados em geral); os membros do 
Ministério Público (Procuradores da República e da 
Justiça, Promotores e Curadores Públicos)..." 
 
Agentes administrativos são todos aqueles agentes 
que estão submetidos à hierarquia funcional, não sendo membro de 
poder, não exercendo funções políticas ou governamentais, estando 
sujeitos ao regime jurídico da entidade a que servem. 
 
Nesse conceito estão todos os que têm com os entes 
Políticos (Administração Direta) e entidades administrativas 
(Administração Indireta) vínculo funcional ou relação laboral, de 
natureza profissional e caráter não eventual, sob vínculo de 
dependência. 
 
Por isso, dividem-se em servidores públicos, empregados 
públicos e funcionários temporários. 
 
Servidores públicos são todas as pessoas físicas que 
ocupam um cargo público mantendo vínculo de subordinação com o 
Estado ou com suas entidades mediante retribuição pecuniária. 
 
Vale lembrar que cargo público é o conjunto de 
atribuições e responsabilidades previstas em uma estrutura 
organizacional, que devem ser cometidas a um servidor (art. 3º, Lei nº 
8.112/90), que são criados por lei e com denominação própria e 
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vencimento pago pelos cofres públicos, cujo provimento poderá ser em 
caráter efetivo ou em comissão. 
 
Assim, teremos servidores públicos de cargos efetivos 
(concursados) e servidores públicos de cargos comissionados (cargos de 
Direção e Assessoramento Superior). 
 
Empregados públicos são pessoas físicas que ocupam 
emprego público, ou seja, são os contratados sob o regime da 
legislação trabalhista (celetistas) por prazo indeterminado. 
 
Como sabido, as pessoas jurídicas de direito privado 
integrante da Administração Pública, especialmente as empresas 
públicas e as sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, 
§1º, inc. II, CF/88, se sujeitam em relação às obrigações trabalhistas 
dentre outras ao regime jurídico próprio das empresas privadas. 
 
Por isso, nas suas estruturas funcionais, para 
desempenho de suas atividades, manterão vínculo contratual com seus 
agentes, de modo que contemplam empregos públicos regidos pelas 
normas da Consolidação das Leis do Trabalho e outras legislações 
trabalhistas esparsas, com vínculo por prazo indeterminado. 
 
Tome cuidado, no entanto, em relação aos dirigentes das 
Estatais, pois não se tratam de empregados dessas Entidades, ocupam 
cargos de natureza especial, submetidos ao regime definido no contrato 
social. Todavia, também são considerados agentes públicos. 
 
Interessante lembrar que muito embora os empregos 
públicos estivessem intimamente ligados às chamadas estatais, a EC 
19/98 abriu espaço para que as pessoas jurídicas de direito público 
(Administração Pública direta, autarquias e fundações) também 
pudessem criar em suas estruturas organizacionais empregos públicos, 
utilizando-se o regime celetista para contratação ou outro regime. 
 
Explico. É que com o advento da EC 19/98 retirou-se a 
obrigatoriedade de a Administração Pública direta, autárquica e 
fundacional adotarem um regime jurídico único. O art. 39, caput, da 
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CF/88 determinava que se adotasse o denominado Regime Jurídico 
Único. 
 
Chamo atenção para o fato de que o art. 39, caput, CF/88 
não determinou que o RJU fosse estatutário (como o foi, e agora o é 
novamente no âmbito da União com a Lei nº 8.112/90), mas 
estabeleceu a obrigatoriedade de unicidade de regime, de modo que 
poderia no âmbito da Administração Direta, autárquica e fundacional 
adotarem, por exemplo, o regime celetista, desde que fosse o único 
regime para todas essas entidades, como bem o fez diversos Municípios 
brasileiros. 
 
Então, com a EC 19/98 abriu-se espaço para a utilização 
de mais de um regime jurídico pelo mesmo Ente ou entidade. Com isso, 
foi editada a Lei nº 9.962, de 22/2/2000 que disciplina a contratação de 
empregados para a Administração Direta, Autárquica e Fundacional, 
observando-se o regime celetista, assim como a Lei nº 9.986, de 
18/7/2000 que estabeleceu o regime de emprego para as Agências 
Reguladoras. 
 
É preciso destacar que a doutrina administrativista, 
capitaneada por Celso Antônio Bandeira de Mello, já tecia severas 
críticas no sentido de que não se poderiam preencher por meio de 
emprego público atividades típicas do Estado, tal como é o exercício da 
atividade de fiscalização e regulação, de modo que essas funções 
deveriam ser exercidas sempre por regime de direito público 
(estatutário) e não contratual, a fim de que o agente público não ficasse 
sujeito a eventuais pressões que possam existir sob o regime de 
emprego, tal como dispensa sem justa causa. 
 
Nesse sentido, o STF encampou o posicionamento 
asseverando não ser possível a criação de emprego público para o 
exercício de qualquer função na Administração Pública, mas apenas as 
de caráter subalterno, as que não demandem a relativa independência 
assegurada pelo regime estatutário, tendo em vista a natureza da 
atividade exercida (ADI 2.310-1-DF, Min. Marco Aurélio). 
 
Assim, no tocante ao regime de emprego firmado pela Lei 
nº 9.986/00 para as Agências Reguladoras, o STF declarou a norma 
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parcialmente inconstitucional para afastar a aplicação de referido 
regime às atribuições de natureza finalística, de modo que somente 
seria possível adotar o regime de emprego para os cargos subalternos,tal como telefonista, vigilantes, digitadores etc. 
 
Recentemente, no entanto, em Medida Cautelar o STF 
entendeu que a EC 19/98, no que tratou da possibilidade de a 
Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional adotarem não 
apenas um Regime Jurídico foi tida por inconstitucional por vício formal 
na medida em que a Emenda foi alterada no Senado Federal e não 
retornou à Câmara dos Deputados para deliberação e votação. 
 
Resta dizer que se restabeleceu a obrigatoriedade de se 
adotar o Regime Jurídico Único. Porém, como disse, trata-se de medida 
cautelar em que se deu efeito ex nunc (não retroativa) devendo o STF 
doravante, no julgamento do mérito da ADI, decidir acerca dos vínculos 
anteriores. 
 
Servidores ou funcionários temporários, ou 
simplesmente temporários, são agentes contratados de forma 
temporária, por excepcional interesse público, para exercer função por 
prazo determinado, conforme estabelece a Constituição Federal em seu 
art. 37, inciso IX, ao permitir a contratação de servidor visando atender 
necessidade temporária em razão de excepcional interesse público. 
 
Nesse sentido, a Lei nº 8.745/93 regulamentou na esfera 
federal a contratação de pessoal para o exercício de atividade 
temporária, dispondo que as pessoas jurídicas de direito público 
poderiam contratar pessoal observando as condições e os requisitos 
legais. 
 
É preciso esclarecer que tais servidores/funcionários têm 
vínculo contratual e que, a depender de qual caso de necessidade 
excepcional, o prazo máximo do contrato temporário será de 2 (dois) 
anos, admitindo-se uma prorrogação, desde que não exceda o prazo 
máximo de 4 (quatro) anos. 
 
Agentes delegados são particulares que, por força de 
contrato ou ato administrativo em que se delega a realização de uma 
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atividade, obra ou serviço público, a executam sob sua conta e risco, 
sob fiscalização do Estado, por isso atuando em colaboração a este 
(descentralização por colaboração). Temos como exemplo os 
delegatários de serviço público, tal como os concessionários, 
permissionários, tabelião, leiloeiros etc. 
 
Agentes honoríficos são particulares que, em razão de 
sua condição cívica, honra, ou de sua notória capacidade profissional, 
são requisitados ou designados pelo Estado para exercerem, de forma 
provisória, certa atividade ou função, podendo ser remunerados ou não. 
(Ex. Mesário, Jurado, Membros dos Conselhos Tutelares das crianças e 
adolescentes etc). 
 
Por fim, temos ainda os chamados agentes 
credenciados, ou seja, aqueles que o Estado dá a incumbência de 
representá-lo para certa e específica atividade ou para um ato 
determinado, mediante remuneração. 
 
É possível, ademais, constatarmos a existência de outras 
classificações, a exemplo daqueles que colocam dentre tais agentes os 
militares e os terceirizados (agentes em colaboração). 
 
É o que explicita a Profa. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, 
em relação aos militares que antes da EC 18/98 enquadravam-se na 
categoria de servidores públicos, porém após a emenda retirou-se a 
expressão, por isso não são considerados como servidores, figurando-se 
como mais uma categoria de agente público, denominados 
simplesmente de militares. 
 
Cuidado, pois há pessoas que ainda utilizam a expressão 
funcionário público de forma indistinta para qualificar todos os agentes 
públicos. Trata-se de uma expressão já bastante ultrapassada, prevista 
no Código Penal Brasileiro no art. 327, que se refere a qualquer agente 
público para fins penais tão-somente. 
 
Com efeito, o termo atualmente mais usual, e podemos 
dizer mais adequado, inclusive com previsão legal (Lei nº 8.429/92) é o 
de agente público, conforme assim expresso: 
 
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Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, 
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou 
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou 
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas 
entidades mencionadas no artigo anterior. 
 
O outro sujeito ativo da improbidade é o Terceiro, assim 
entendido como todo aquele que, mesmo não sendo agente público, 
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se 
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
 
Significa dizer que um particular, que não tenha qualquer 
vínculo com a Administração Pública ou com as entidades tuteladas, 
mas que induza um agente público ou concorra com este, ou ainda que 
se beneficie do ato de improbidade praticado por ele, também será 
considerado sujeito ativo da improbidade administrativa. 
 
Porém, é preciso enfatizar que o STF, no julgamento da 
Reclamação nº 2.138/RJ, asseverou que "A Constituição não admite a 
concorrência entre dois regimes de responsabilidade político-
administrativa para os agentes políticos: o previsto no art. 37, § 4º 
(regulado pela Lei n° 8.429/1992) e o regime fixado no art. 102, I, "c", 
(disciplinado pela Lei n° 1.079/1950)" e delineou que aqueles agentes 
políticos submetidos ao regime especial de responsabilização da 
Lei 1.079/50 não podem ser processados por crimes de 
responsabilidade pelo regime da Lei de Improbidade 
Administrativa, sob pena da usurpação de sua competência e 
principalmente pelo fato de que ambos diplomas, a LIA e a Lei 
1.079/1950, prevêem sanções de ordem política, como, v. g., infere-se 
do art. 2º da Lei n. 1.079/50 e do art. 12 da Lei n. 8.429/92. E, nesse 
caso sim, haveria possibilidade de bis in idem, caso houvesse dupla 
punição política por um ato tipificado nas duas leis em foco”. 
 
INFORMATIVO Nº 471 
TÍTULO: Improbidade Administrativa e Competência - 7 
PROCESSO: Rcl - 2138 
ARTIGO 
Quanto ao mérito, o Tribunal, por maioria, julgou procedente a 
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reclamação para assentar a competência do STF para julgar o 
feito e declarar extinto o processo em curso no juízo reclamado. 
Após fazer distinção entre os regimes de responsabilidade 
político-administrativa previstos na CF, quais sejam, o do 
art. 37, § 4º, regulado pela Lei 8.429/92, e o regime de 
crime de responsabilidade fixado no art. 102, I, c, da CF e 
disciplinado pela Lei 1.079/50, entendeu-se que os 
agentes políticos, por estarem regidos por normas 
especiais de responsabilidade, não respondem por 
improbidade administrativa com base na Lei 8.429/92, 
mas apenas por crime de responsabilidade em ação que 
somente pode ser proposta perante o STF nos termos do 
art. 102, I, c, da CF. Vencidos, quanto ao mérito, por julgarem 
improcedente a reclamação, os Ministros Carlos Velloso, Marco 
Aurélio, Celso de Mello, estes acompanhando o primeiro, 
Sepúlveda Pertence, que se reportava ao voto que proferira na 
ADI 2797/DF (DJU de 19.12.2006), e Joaquim Barbosa. O Min. 
Carlos Velloso, tecendo considerações sobre a necessidade de 
preservar-se a observância do princípio da moralidade, e 
afirmando que os agentes políticos respondem pelos crimes de 
responsabilidade tipificados nas respectivas leis especiais (CF, 
art. 85, parágrafo único), mas, em relação ao que não estivesse 
tipificado como crime de responsabilidade, e estivesse definido 
como ato de improbidade, deveriam responder na forma da lei 
própria, isto é, a Lei 8.429/92, aplicável a qualquer agente 
público, concluía que, na hipótese dos autos, as tipificaçõesda 
Lei 8.429/92, invocadas na ação civil pública, não se 
enquadravam como crime de responsabilidade definido na Lei 
1.079/50 e que a competência para julgar a ação seria do juízo 
federal de 1º grau. Rcl 2138/DF, rel. orig. Min. Nelson Jobim, rel. 
p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 13.6.2007. (Rcl-2138) 
 
No tocante aos atos de improbidade, a Lei nº 8.429/92 
estabelece três espécies ou modalidades, sendo: 
 
a) Atos que importam em enriquecimento ilícito (art. 9º); 
b) Atos que causam prejuízo ao erário (art. 10); 
c) Atos que atentam contra os princípios da Administração 
Pública (art. 11) 
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Podemos, em quadro esquemático, agrupar os atos de 
improbidade, conforme suas modalidades, da seguinte forma: 
 
Enriquecimento ilícito (art. 9°) 
 
Constitui ato de improbidade administrativa importando 
enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem 
patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, 
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° 
desta lei, e notadamente: 
 
• Verbo RECEBER: 
 
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou 
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de 
comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha 
interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação 
ou omissão decorrente das atribuições do agente público; 
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, 
para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de 
narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade 
ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; 
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou 
indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras 
públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, 
qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer 
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; 
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou 
indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que 
esteja obrigado; 
 
• Verbo PERCEBER: 
 
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a 
aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação 
de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao 
valor de mercado; 
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III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a 
alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de 
serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; 
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou 
aplicação de verba pública de qualquer natureza; 
 
• Verbo ACEITAR, INCORPORAR, ADQUIRIR, UTILIZAR OU USAR: 
 
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou 
assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse 
suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente 
das atribuições do agente público, durante a atividade; 
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, 
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades 
mencionadas no art. 1° desta lei; 
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, 
emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja 
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; 
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, 
equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à 
disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, 
bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros 
contratados por essas entidades; 
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores 
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° 
desta lei. 
 
Nesta hipótese temos as seguintes penalidades: 
 
• Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio, 
• Ressarcimento integral do dano, quando houver, 
• Perda da função pública, 
• Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, 
• Pagamento de multa civil de até três vezes o valor do 
acréscimo patrimonial, e 
• Proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
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jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 
dez anos; 
 
Causar prejuízo ao erário (art. 10): 
 
Constitui ato de improbidade administrativa que causa 
lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que 
enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento 
ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 
1º desta lei, e notadamente: 
 
• Verbo PERCEBER: 
 
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize 
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das 
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das 
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem 
integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º 
desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço 
inferior ao de mercado; 
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço 
por preço superior ao de mercado; 
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça 
ilicitamente; 
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, 
máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de 
propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no 
art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou 
terceiros contratados por essas entidades. 
 
• Verbo PERCEBER: 
 
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a 
prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar 
as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) 
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e 
prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas 
na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) 
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• ATOS DE DISPOSIÇÃO: 
 
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, 
ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou 
valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º 
desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares 
aplicáveis à espécie; 
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das 
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas 
pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; 
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e 
regulamentaresou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; 
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei 
ou regulamento; 
 
• ATUAÇÃO 
 
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como 
no que diz respeito à conservação do patrimônio público; 
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao 
patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas 
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas 
no art. 1º desta lei; 
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo 
indevidamente; 
 
Nesta hipótese temos as seguintes penalidades: 
 
• Ressarcimento integral do dano, 
• Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio, se concorrer esta circunstância, 
• Perda da função pública, 
• Suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, 
• Pagamento de multa civil de até duas vezes o valor 
do dano, e 
• Proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
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indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 
cinco anos; 
 
Atentar contra os princípios da Administração Pública (art. 11): 
 
Constitui ato de improbidade administrativa que atenta 
contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão 
que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e 
lealdade às instituições, e notadamente: 
 
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou 
diverso daquele previsto, na regra de competência; 
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; 
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; 
V - frustrar a licitude de concurso público; 
IV - negar publicidade aos atos oficiais; 
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das 
atribuições e que deva permanecer em segredo; 
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, 
antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou 
econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. 
 
Nesta hipótese temos as seguintes penalidades: 
 
• Ressarcimento integral do dano, se houver, 
• Perda da função pública, 
• Suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, 
• Pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da 
remuneração percebida pelo agente, e 
• Proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três 
anos. 
 
Dito isso, vamos às alternativas: 
 
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No tocante às alternativas “a” e “c”, podem ser sujeitos 
passivos a Administração direta e indireta, de modo que tendo sido os 
atos praticados contra seus órgãos, terá sido contra o próprio ente ou 
entidade que integra a Administração Pública. No entanto, os órgãos 
não seriam sujeitos passivos da improbidade, mas os entes ou 
entidades dos quais fazem parte. 
 
As alternativas “d”, empresa incorporada ao patrimônio 
público, e “e”, entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, 
fiscal ou creditício, de órgão público, também constam do rol dos 
sujeitos passivos. 
 
Por fim, somente a alternativa “b” não diz respeito àquele 
rol. Todavia, faço ressalva, pois a lei diz empresa ou entidade para cuja 
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 
50% do patrimônio ou da receita anual, de modo que uma entidade que 
ela concorra até 30% também estaria albergada pelo disposto no 
§único do art. 1º da LIA. 
 
Assim, o gabarito oficial é “B”, no entanto, entendo que a 
questão deveria ser anulada. 
 
Gabarito: “B”.* 
 
 
2. (AFRF - RECEITA FEDERAL - ESAF/2009) Quanto à disciplina 
da Lei de Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429, de 2 de 
junho de 1992, é incorreto afirmar: 
a) considera-se agente público todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou 
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades 
mencionadas no art. 1º da Lei. 
b) aplicam-se também as disposições da Lei de Improbidade 
Administrativa, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente 
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou 
dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
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c) o Supremo Tribunal Federal excluiu da sujeição à Lei de Improbidade 
Administrativa os agentes políticos que estejam sujeitos ao regime de 
crime de responsabilidade. 
d) ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa 
ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento 
do dano e, no caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público 
ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu 
patrimônio. 
e) tratando-se de penalidades personalíssimas, em nenhuma hipótese, 
poderá o sucessor ser alcançado por sanções previstas na Lei de 
Improbidade Administrativa. 
 
Comentário: 
 
A alternativa “a” está correta. De fato, nos termos do art. 
2º da Lei nº 8.429/92, considera-se agente público todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de 
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas 
entidades mencionadas no art. 1º da Lei. 
 
A alternativa “b” está correta. Conforme, art. 3º da LIA 
determina que se aplicam também as disposições da Lei de 
Improbidade Administrativa, no que couber, àquele que, mesmo não 
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de 
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
 
A alternativa “c” está correta. De fato, como observamos, 
há precedente do Supremo Tribunal Federal que excluiu da sujeição à 
Lei de Improbidade Administrativa os agentes políticos que estejam 
sujeitos ao regime de crime de responsabilidade. 
 
A alternativa “d” está correta. Conforme arts. 5º e 6º da 
LIA, ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa 
ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento 
do dano e, no caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público 
ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu 
patrimônio. 
 
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Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou 
omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á 
o integral ressarcimento do dano. 
 
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente 
público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao 
seu patrimônio. 
 
Assim, a alternativa “e” está errada. É que, em regra, as 
sanções de improbidade aplicam-se ao sujeito ativo da improbidade. 
Contudo, poderá o sucessor ser alcançado por sanções previstas na Lei 
de Improbidade Administrativa, conforme o seguinte: 
 
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio 
público ou se enriquecer ilicitamenteestá sujeito às cominações 
desta lei até o limite do valor da herança. 
 
Gabarito: “E”. 
 
 
3. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/SE – FCC/2009) 
Os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de 
entidade para cujo custeio o erário concorra com menos de 
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, sujeitam 
seus autores às penalidades previstas na Lei de Improbidade 
Administrativa (Lei nº 8.429/92) 
a) apenas se os atos também configurarem infração penal. 
b) sem qualquer limitação. 
c) apenas quanto ao ressarcimento dos danos. 
d) salvo se agiu com culpa em sentido estrito. 
e) limitada a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a 
contribuição dos cofres públicos. 
 
Comentário: 
 
O parágrafo único do art. 1º da Lei nº 8.429/92, dispõe 
que: 
 
Art. 1°. 
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Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades 
desta lei os atos de improbidade praticados contra o 
patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício 
ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem 
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário 
haja concorrido ou concorra com menos de 
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita 
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção 
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a 
contribuição dos cofres públicos. 
 
Com efeito, no caso de entidades que recebam 
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público 
ou de entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido 
ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio 
ou da receita anual, a sanção patrimonial limita-se à repercussão do 
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
 
Gabarito: “E”. 
 
 
4. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 15ª REGIÃO – FCC/2009) Dentre 
as regras estabelecidas pela Lei de Improbidade Administrativa 
(Lei 8.429/92), inclui-se: 
a) As disposições da lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, 
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do 
ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou 
indireta. 
b) Para os efeitos da lei é considerado agente público apenas o 
ocupante de cargo efetivo ou em comissão. 
c) Se a lesão ao patrimônio público ocorrer por ação ou omissão 
culposa, e não dolosa, do agente ou de terceiro, estes não estarão 
obrigados a ressarcimento do dano. 
d) No caso de enriquecimento ilícito, o agente público ou terceiro 
beneficiário perderá metade dos bens ou valores acrescidos ao seu 
patrimônio. 
e) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se 
enriquecer ilicitamente não está sujeito às cominações da lei. 
 
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Comentário: 
 
A alternativa “b” é errada. É que, para efeitos da Lei de 
Improbidade, agente público é todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura 
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades 
mencionadas como sujeito passivo da improbidade. 
 
Outrossim, também é sujeito ativo da improbidade é o 
terceiro, assim entendido como todo aquele que, mesmo não 
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato 
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta 
ou indireta. 
 
A alternativa “c” é errada. É que, de acordo com o art. 5º 
da LIA, “ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou 
omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o 
integral ressarcimento do dano”. 
 
A alternativa “d” é errada, na medida em que ocorra o 
“enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro 
beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio”, 
como estabelece o art. 6º da Lei nº 8.429/92. 
 
A alternativa “e” também é errada. É que, conforme 
prevê o art. 8°, “o sucessor daquele que causar lesão ao 
patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às 
cominações desta lei até o limite do valor da herança”. 
 
Por isso, a alternativa “a” é a correta, eis que, conforme 
estabelece o art. 3º da Lei nº 8.429/92, também é agente ativo da 
improbidade o terceiro que concorra, induza ou se beneficie de ato de 
improbidade administrativa. 
 
Gabarito: “A”. 
 
 
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5. (AGENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RN – FCC/2010) Em 
relação à Lei de Improbidade Administrativa, é INCORRETO 
afirmar: 
a) A indisponibilidade de bens do indiciado por ato de improbidade recai 
também sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento 
ilícito. 
b) No caso de enriquecimento ilícito, perderá o terceiro beneficiário os 
bens ou valores acrescidos a seu patrimônio. 
c) Ocorrendo lesão ao patrimônio público por omissão culposa do 
Agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. 
d) O sucessor daquele que causar a lesão patrimonial está sujeito às 
cominações, previstas na Lei de Improbidade, sem quaisquer 
limitações. 
e) Suas disposições são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo 
não sendo Agente Público, se beneficie indiretamente da prática do ato 
de improbidade. 
 
Comentário: 
 
Percebam que essa questão é basicamente uma repetição 
da anterior, tendo apenas, incluído a “A” e invertido as demais 
alternativas. 
 
Então, vejamos: 
 
A alternativa “a” está correta. É que, de acordo com o art. 
7º, quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou 
ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa 
responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a 
indisponibilidade dos bens do indiciado. 
 
Neste caso, conforme o parágrafo único do art. 7º, a 
indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem o integral 
ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do 
enriquecimento ilícito. 
 
A alternativa “b” está correta. Caso ocorra o 
“enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro 
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beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio” 
(art. 6º da Lei nº 8.429/92). 
 
A alternativa “c” está correta. De acordo com o art. 5º da 
LIA “ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, 
dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral 
ressarcimento do dano”. 
 
A alternativa “e” também está correta. Conforme art. 3º 
da Lei nº 8.429/92, aplica-se as disposições dessa lei, no que couber, 
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para 
a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma 
direta ou indireta. 
 
A alternativa “d” é errada. É que, conforme prevê o art. 
8°, “o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público 
ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta 
lei até o limite do valor da herança”. 
 
Gabarito: “D”. 
 
 
6. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/AM – FCC/2010) De acordo com 
a Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92), 
a) são aplicáveis as suas disposições, no que couber, àquele que, 
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do 
ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou 
indireta. 
b) considera-se agente público para os seus efeitos apenas os 
ocupantes decargo efetivo e de cargo eletivo. 
c) ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa 
ou culposa, do agente, o ressarcimento do dano será proporcional aos 
seus vencimentos. 
d) no caso de enriquecimento ilícito o terceiro beneficiário não perderá 
os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. 
e) é vedada, em qualquer hipótese, a indisponibilidade dos bens do 
indiciado. 
 
Comentário: 
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A alternativa “a” está correta. Conforme art. 3º, aplicam-
se as disposições da Lei nº 8.429/92 (Lei de improbidade 
administrativa), no que couber, àquele que, mesmo não sendo 
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de 
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou 
indireta. 
 
A alternativa “b” está errada. Para efeitos da Lei de 
Improbidade agente público é todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura 
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades 
mencionadas como sujeito passivo da improbidade. 
 
A alternativa “c” está errada. De acordo com o art. 5º da 
LIA “ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, 
dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral 
ressarcimento do dano”. 
 
A alternativa “d” está errada. De acordo com o art. 6º da 
LIA, caso ocorra o “enriquecimento ilícito, perderá o agente 
público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao 
seu patrimônio”. 
 
A alternativa “e” está errada. De acordo com o art. 7º da 
LIA, quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou 
ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa 
responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a 
indisponibilidade dos bens do indiciado, que, conforme o parágrafo 
único do art. 7º, recairá sobre bens que assegurem o integral 
ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do 
enriquecimento ilícito. 
 
Gabarito: “A”. 
 
 
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7. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/AP – FCC/2006) Com relação à 
Lei de improbidade administrativa, Lei nº 8.429/92, considere 
as seguintes assertivas: 
I. As disposições da lei de improbidade administrativa são aplicáveis, no 
que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou 
concorra para a prática do ato de improbidade. 
II. Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa 
ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento 
do dano. 
III. No caso de enriquecimento ilícito, o agente público perderá os bens 
ou valores acrescidos ao seu patrimônio, mas o terceiro beneficiário 
não. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II. 
d) II e III. 
e) III. 
 
Comentário: 
 
Assertiva “I” é correta. Conforme art. 3º, aplicam-se as 
disposições da Lei de Improbidade a todo aquele que, mesmo não 
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato 
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta 
ou indireta. 
 
Assertiva “II” é correta. De acordo com o art. 5º da LIA 
“ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, 
dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral 
ressarcimento do dano”. 
 
Assertiva “III” é errada. De acordo com o art. 6º da Lei nº 
8.429/92, “no caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente 
público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao 
seu patrimônio”. 
 
Corretas, portanto, “I” e “II”, apenas. 
 
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Gabarito: “A”. 
 
 
8. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 7ª REGIÃO – 
FCC/2009) Em tema de improbidade administrativa, é correto 
afirmar que 
a) o particular, ainda que induza ou concorra para a prática do ato de 
improbidade, não pode ser sujeito ativo do mesmo, somente o 
funcionário público investido em cargo público. 
b) a aplicação das sanções previstas na Lei nº 8.429/92, depende, 
dentre outras situações, da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio 
público. 
c) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público está 
sujeito ao pagamento do prejuízo até o limite de um terço do valor da 
herança. 
d) o agente público que se recusar a prestar declaração de bens quando 
da sua posse e exercício, será punido com a pena de demissão a bem 
do serviço público. 
e) a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos poderá 
ser cautelarmente determinada antes do trânsito em julgado da 
sentença condenatória. 
 
Comentário: 
 
A alternativa “a” está errada. Como já observamos o 
particular, denominado terceiro, também é sujeito ativo da improbidade 
Administrativa, conforme estabelece o art. 3º ao estabelecer que se 
aplicam as disposições da Lei de Improbidade a todo aquele que, 
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a 
prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer 
forma direta ou indireta. 
 
A alternativa “b” está errada. É que a aplicação das 
sanções por improbidade independe da efetiva ocorrência de dano ao 
patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento, conforme 
estabelece o art. 21, inc. I, da LIA, assim expresso: 
 
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei 
independe: 
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I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, 
salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada 
pela Lei nº 12.120, de 2009). 
 
A alternativa “c” está errada, é que o sucessor daquele 
que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente 
está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança, 
conforme art. 8 da Lei nº 8.429/92. 
 
A alternativa “e” também está errada. Com efeito, 
determina a Lei de improbidade, em seu art. 20, que as sanções de 
perda da função pública e suspensão dos direitos políticos somente se 
efetivam com o trânsito em julgado da decisão condenatória, conforme 
assim expresso: 
 
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos 
direitos políticos só se efetivam com o trânsito em 
julgado da sentença condenatória. 
 
A alternativa “d” está correta. Exige o art. 13 da LIA que 
a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à 
apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu 
patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal 
competente. 
 
De outro lado, o parágrafo 3º do art. 13, prevê que será 
punido com demissão, a bem do serviço público, o agente que se 
recusar a prestar a declaração de bens, dentro do prazo determinado ou 
a prestar falsa. 
 
Gabarito: “D”. 
 
 
9. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/AM – 
FCC/2010) Tendo em vista a natureza e as implicações legais do 
ato de improbidade administrativa, o sucessor daquele que 
causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente 
a) está sujeito às cominações da Lei de Improbidade Administrativa 
apenas se for o inventariante. 
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b) não está sujeito às cominações da Lei de Improbidade 
Administrativa. 
c)está sujeito às cominações da Lei de Improbidade Administrativa sem 
limites. 
d) está sujeito às cominações da Lei de Improbidade Administrativa 
apenas até a abertura do inventário. 
e) está sujeito às cominações da Lei de Improbidade Administrativa até 
o limite do valor da herança. 
 
Comentário: 
 
Estabelece o art. 8° da Lei de Improbidade Administrativa 
que “o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público 
ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta 
lei até o limite do valor da herança”. 
 
Observe, portanto, que o sucessor do agente que tenha 
praticado ato de improbidade que cause lesão ao erário ou que se 
enriqueceu ilicitamente, responderá até o limite do valor da herança. 
 
Gabarito: “E”. 
 
 
10. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/SP – 
FCC/2006) Com relação à lei de improbidade administrativa, é 
INCORRETO afirmar: 
a) É irrelevante a aprovação das contas pelo Tribunal de Contas 
competente para a caracterização do ato de improbidade 
administrativa. 
b) O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, 
atuará, obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade 
c) As sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 
8.429/92) não são obrigatoriamente cumulativas 
d) É pressuposto necessário, para a tipificação dos atos de improbidade 
administrativa que causam prejuízo ao erário, a obtenção de vantagem 
patrimonial pelo agente. 
e) No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou 
terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ilicitamente ao seu 
patrimônio. 
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Comentário: 
 
A alternativa “a” está correta. A aplicação da sanção de 
improbidade independe da aprovação ou rejeição das contas pelo 
controle interno ou pelo Tribunal de Contas, conforme estabelece o art. 
21, inc. II, da LIA, in verbis: 
 
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei 
independe: 
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, 
salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada 
pela Lei nº 12.120, de 2009). 
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão 
de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de 
Contas. 
 
A alternativa “b” está correta. De fato, de acordo com o 
art. 17, 43º, Lei nº 8.429/92, o Ministério Público, se não intervir no 
processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob 
pena de nulidade. 
 
A alternativa “c” está correta. Sabidamente, as sanções 
penais, civis e administrativas são independentes entre si. E, além 
dessas, aquele que cometer improbidade administrativa estará sujeito 
às cominações da Lei de Improbidade que podem ser aplicadas de 
forma isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato, 
conforme determina o art. 12, assim expresso: 
 
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e 
administrativas previstas na legislação específica, está o 
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes 
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente, de acordo com a gravidade do 
fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). 
 
A alternativa “e” também está correta. De acordo com o 
art. 6º da Lei nº 8.429/92, no caso de enriquecimento ilícito, perderá o 
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agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao 
seu patrimônio. 
 
Assim, a alternativa “d” está errada. É que para a 
configuração do ato de improbidade administrativa que causam prejuízo 
ao erário teremos como pressupostos necessários a existência de dano 
ao patrimônio público e não a obtenção de vantagem, que é 
pressuposto do ato de improbidade que causa enriquecimento ilícito. 
 
Gabarito: “D”. 
 
 
11. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/RR – FCC/ 2006) A 
prática de ato de improbidade administrativa pode gerar 
a) o dever de ressarcimento ao Poder Público pelos prejuízos causados, 
desde que não tenha sido cometido ilícito penal, pois este, pela 
gravidade, absorve o ilícito civil. 
b) a suspensão dos direitos políticos e indisponibilidade dos bens, 
garantindo ao titular do mandato eletivo em curso que o conclua, 
somente após o quê poderá ser iniciado o processo para apuração das 
infrações. 
c) a responsabilidade civil do titular de mandato eletivo pelos atos 
praticados por seus subordinados, na esteira da responsabilidade do 
empregador por ato de seus empregados. 
d) sanção independente nas instâncias administrativa, civil e criminal, 
sem prejuízo da sanção específica pela prática do ato. 
e) o dever de ressarcir o erário pelos danos cometidos, desde que não 
se trate de servidor público, este que somente poderá ser processado 
por ilícito penal e administrativo. 
 
Comentário: 
 
A alternativa “a” está errada. É que ocorrendo lesão ao 
patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente 
ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano, respondendo 
o agente ainda nas esferas penal, administrativa e civil. 
 
A alternativa “b” está errada. Não há imunidade a ação de 
improbidade a detentor de mandato, enquanto na vigência deste, ou 
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seja, poderá ser proposta a ação mesmo na vigência do mandato da 
autoridade que cometera ato de improbidade administrativa. 
 
A alternativa “c” está errada. É que cada agente público é 
responsável pelos atos que vier a praticar. 
 
A alternativa “d” está correta. De acordo com o art. 12 da 
Lei nº 8.429/92, as sanções penais, civis e administrativas são 
independentes entre si, ficando o responsável por ato de improbidade 
administrativa sujeito às cominações desta Lei, cujas sanções poderão 
ser aplicadas de forma isolada ou cumulativamente, de acordo com a 
gravidade do fato, nos seguintes termos: 
 
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e 
administrativas previstas na legislação específica, está o 
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes 
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente, de acordo com a gravidade do 
fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). 
 
A alternativa “e” também está errada. De acordo com o 
art. 5º da LIA “ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou 
omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o 
integral ressarcimento do dano”. Assim, tanto o agente quanto o 
terceiro deverão ressarcir integralmente os danos causados, além da 
responsabilidade civil, penal e administrativa. 
 
Gabarito: “D”. 
 
 
12. (AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS – TCE/SP – 
FCC/2008) É regra estranha ao regime da Lei Federal nº 
8.429/92, dita Lei da Improbidade Administrativa, a 
a) possibilidade de determinação da indisponibilidade de bens do 
indiciado em inquérito para apuração de ato de improbidade 
administrativa, quando esse ato causar lesão ao patrimônio público ou 
ensejar enriquecimento ilícito. 
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b) sujeição do sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público 
ou se enriquecer ilicitamente, às cominações da Lei, até o limite do 
valor da herança. 
c) inclusão, no conceito de agente público, para os efeitos da Lei, 
daqueles que exercem, transitoriamente ou sem remuneração, função 
nas entidades da administração direta ou indireta.d) impossibilidade de cumulação de sanções penais, civis e 
administrativas, com as cominações previstas na Lei. 
e) sujeição às penalidades da Lei dos atos de improbidade praticados 
contra o patrimônio de entidade que receba subvenção de órgão 
público, limitada a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a 
contribuição dos cofres públicos. 
 
Comentário: 
 
A alternativa “a” está correta. É que quando o ato de 
improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar 
enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável 
pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade 
dos bens do indiciado, que, conforme o parágrafo único do art. 7º, 
recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou 
sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. 
 
A alternativa “b” está correta. De fato, conforme 
estabelece o art. 8° da LIA, o sucessor daquele que causar lesão ao 
patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às 
cominações da lei até o limite do valor da herança. 
 
A alternativa “c” também está correta. Com efeito, de 
acordo com o art. 2º da Lei de Improbidade Administrativa (LIA), 
reputa-se agente público todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou 
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades 
consideradas sujeitos passivos da improbidade. 
 
A alternativa “d” está errada. Como já observamos é 
possível a cumulação das sanções penais, civis e administrativas, eis 
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que são independentes entre si, conforme estabelece o art. 12 da Lei nº 
8.429/92: 
 
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e 
administrativas previstas na legislação específica, está o 
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes 
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente, de acordo com a gravidade do 
fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). 
 
Por fim, também está correta a alternativa “e”. Conforme 
estabelece o art. 1º, parágrafo único, da LIA, estão sujeitos às 
penalidades da Lei os atos de improbidade praticados contra o 
patrimônio de entidade que receba subvenção de órgão público, 
limitada a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a 
contribuição dos cofres públicos. 
 
Art. 1°. 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às 
penalidades desta lei os atos de improbidade 
praticados contra o patrimônio de entidade que 
receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou 
creditício, de órgão público bem como daquelas para 
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com menos de cinqüenta por cento do 
patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes 
casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre 
a contribuição dos cofres públicos. 
 
Gabarito: “D” 
 
 
13. (AFC - CGU - ESAF/2006) As sanções previstas na Lei da 
Improbidade Administrativa: 
I) dependem, para aplicação, da efetiva ocorrência de dano ao 
patrimônio público. 
II) não se aplicam, se as contas do responsável tiverem sido aprovadas 
pelo Tribunal de Contas. 
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III) prescrevem em cinco anos, contados da data da prática do ato, nos 
casos de agente público que não seja titular de cargo ou emprego 
efetivo. 
IV) prescrevem em cinco anos, contados da data da prática do ato, em 
qualquer hipótese. 
V) podem ser graduadas pelo juiz, em face da extensão do dano ou do 
proveito patrimonial obtido pelo agente. 
Assinale a opção correta. 
a) Apenas a afirmativa V está correta. 
b) Todas as afirmativas estão erradas. 
c) Estão corretas apenas as afirmativas III, IV e V. 
d) Estão corretas apenas as afirmativas I e V. 
e) Todas as afirmativas estão corretas. 
 
Comentário: 
 
A assertiva I está errada. As sanções por ato de 
improbidade administrativa não dependem, para aplicação, da efetiva 
ocorrência de dano ao patrimônio público. 
 
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei 
independe: 
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, 
salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada 
pela Lei nº 12.120, de 2009). 
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de 
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. 
 
A assertiva II também está errada. Conforme art. 21, inc. 
II, da LIA, a aplicação das sanções por improbidade não depende da 
aprovação ou rejeição de contas pelo Tribunal de Contas. 
 
A assertiva III está errada. Com o servidor não é detentor 
de cargo ou emprego efetivo, a prescrição será contada após o término 
do exercício do mandato, cargo em comissão ou função de confiança, 
conforme o seguinte: 
 
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções 
previstas nesta lei podem ser propostas: 
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I - até cinco anos após o término do exercício de 
mandato, de cargo em comissão ou de função de 
confiança; 
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica 
para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do 
serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou 
emprego. 
 
A assertiva IV está errada. Nos termos do art. 23, 
teremos duas hipóteses para deflagrar o prazo prescricional, ou seja, 
deverá ser considerada a hipótese de vínculo do agente público. 
 
A assertiva V está correta. De fato, podem ser graduadas 
pelo juiz, em face da extensão do dano ou do proveito patrimonial 
obtido pelo agente. 
 
Art. 12. 
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o 
juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim 
como o proveito patrimonial obtido pelo agente. 
 
Gabarito: “A” 
 
 
14. (AFC - CGU - ESAF/2004) A aplicação de sanções previstas 
na Lei nº 8.429/92, que dispõe sobre atos de improbidade 
administrativa, 
a) depende de efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público. 
b) depende da rejeição das contas respectivas pelo Tribunal de Contas. 
c) no que se refere a perda da função pública, depende do trânsito em 
julgado da condenação. 
d) no que se refere a suspensão dos diretos políticos, independe do 
trânsito em julgado da condenação. 
e) fica prejudicada, se as contas respectivas forem aprovadas pelo 
Tribunal de Contas. 
 
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A alternativa “a” está errada. De acordo com o art. 21, 
inc. I, da LIA, não depende de efetiva ocorrência de dano ao patrimônio 
público. 
 
A alternativa “b” está errada. Não depende da rejeição 
ou aprovação das contas respectivas pelo Tribunal de Contas. 
 
A alternativa “c” está correta. De acordo com o art. 20 da 
LIA, a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só 
podem se efetivar com o trânsito em julgado da sentença condenatória. 
 
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos 
direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado 
da sentença condenatória. 
 
A alternativa “d” está errada. No que se refere a 
suspensão dos diretos políticos, depende do trânsito em julgado da 
condenação. 
 
A alternativa “e” está errada. Não fica prejudicada, se as 
contas respectivas forem aprovadas

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