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CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá pessoal, Bom dia. Estamos aqui na luta por melhoria das condições de trabalho. As chamadas carreiras de elite do Executivo, dentre elas, as da Auditoria Fiscal estão se movimento e o indicativo é de operação padrão que poderá evoluir para uma greve, sem precedentes. É que o governo nos impõe um arrocho salarial já por três anos, sob o malfadado argumento de que tivemos uma excelente melhoria no passado. E agora ainda com essa lei de acesso às informações, nos impõe o constrangimento de termos nossas vidas vasculhadas, para criar um espírito de animosidade com a população, sobretudo por alguns “formadores de opinião”, que sempre está contra o funcionalismo. De todo modo, vamos lutando por aqui. E nós, vc e eu, também faremos nossa parte, a fim de que ingressemos neste universo, pois apesar desses contratempos é muito bom. Bem, hoje vamos estudar o seguinte: AULA 08: 14. Lei nº 8.429, de 02/6/1992 – Lei da Improbidade Administrativa. Então, vamos que vamos. QUESTÕES COMENTADAS 1. (AGENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RS – FCC/2008) NÃO se inclui entre os sujeitos passivos da improbidade administrativa a) os órgãos da administração direta. b) a empresa ou entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com até trinta por cento do patrimônio ou da receita anual. c) os órgãos da administração indireta ou fundacional. d) a empresa incorporada ao patrimônio público. CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 2 e) a entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público. Comentário: Devemos observar que o art. 37, §4º da Constituição Federal de 1988 estabeleceu que os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação prevista em lei, sem prejuízos da ação penal cabível. Percebam, portanto, duas coisas. Primeiro, no sentido de que o dispositivo constitucional exige, requer, complemento. Sendo, portanto, norma de eficácia limitada. Segundo ponto, é que o princípio da probidade administrativa ao ser violado (improbidade) poderá gerar a responsabilização do agente público também na esfera, pois a Constituição estabeleceu que a sanção de improbidade não traz prejuízo à ação penal cabível. Além, é claro de punição na esfera administrativa. A propósito, deve-se ressaltar que o princípio da probidade administrativa é uma qualificação do princípio da moralidade administrativa, ou seja, entendeu o legislador constituinte de conferir tratamento de destaque à probidade administrativa, inclusive, englobando na definição de improbidade a violação ao próprio princípio da moralidade administrativa. Nesse sentido, o renomado Professor José Afonso da Silva, nos seus Comentários Contextuais à Constituição Federal, destaca que “o princípio da moralidade administrativa é uma forma de moralidade administrativa que mereceu consideração especial pela Constituição, que pune o ímprobo com a suspensão dos direitos políticos (art. 37, §4º)”. Ainda, citando o mestre, “a probidade administrativa consiste no dever do funcionário de servir à Administração com honestidade, procedendo no exercício das suas funções sem CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 3 aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes em proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer. Cuida- se de uma imoralidade administrativa qualificada.” Assim, com a finalidade de regulamentar o art. 37, §4º da CF/88, pois como vimos esse dispositivo é norma de eficácia limitada, foi editada a Lei nº 8.429/92, denominada de Lei de Improbidade Administrativa (LIA), que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional. Quanto à natureza da ação de improbidade administrativa, conforme disposto na CF/88, verifica-se que a sanção de improbidade não causa prejuízo à eventual ação penal, quando cabível. Significa dizer, portanto, que a ação judicial por ato de improbidade administrativa tem natureza de ação civil, ou seja, não tem natureza de ação criminal. Não trata a LIA de tipos penais, não aplica ou impõe penalidades criminais por violação ao princípio da probidade, ou seja, é uma lei que impõe sanções civis, políticas e administrativas, mas não penal, muito embora haja previsão de ilícito criminal àquele que representar por ato de improbidade sabendo-o ser falso. Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. Pena: detenção de seis a dez meses e multa. Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado. Quanto à natureza da ação de improbidade, já se manifestou em diversas assentadas o Supremo Tribunal Federal, observem: INFORMATIVO Nº 498 TÍTULO: Improbidade Administrativa: Ministro do STF e Competência CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 4 PROCESSO: Pet - 3211 ARTIGO O Tribunal, por maioria, resolvendo questão de ordem suscitada em petição, firmou sua competência para julgar ação por ato de improbidade administrativa ajuizada contra atual Ministro do STF, à época Advogado-Geral da União, e outros, na qual se lhe imputam a suposta prática dos crimes previstos nos artigos 11, I e II, e 12, III, da Lei 8.429/92. Reportando-se à orientação fixada pela Corte na Rcl 2138/DF (pendente de publicação), entendeu-se que distribuir competência para juiz de 1º grau para julgamento de ministro da Corte quebraria o sistema judiciário como um todo. Os Ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello fizeram ressalvas. Vencido, no ponto, o Min. Marco Aurélio, relator, que, na linha de seu voto na citada reclamação, e salientando estar definida a competência do Supremo de forma exaustiva na Constituição (art. 102), considerava ser do juízo da 9ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal a competência para o processamento e julgamento da ação. Em seguida, o Tribunal, por maioria, determinou o arquivamento da petição, em relação ao referido Ministro desta Corte, haja vista o fato de ele não mais ocupar o cargo de Advogado-Geral da União, e a descida dos autos ao mencionado juízo de 1ª instância, relativamente aos demais acusados. Vencido, também nessa parte, o Min. Marco Aurélio que, asseverando tratar-se de ação de natureza cível, tendo em conta a ressalva contida no art. 37, § 4º, da CF, e reconhecendo a independência das esferas cível, penal e administrativa, não extinguia o feito quanto ao Ministro do STF. Pet 3211 QO/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 13.3.2008. (Pet-3211) INFORMATIVO Nº 401 TÍTULO: Improbidade Administrativa e Prerrogativa de Foro - 2 PROCESSO: ADI - 2860 ARTIGO O Tribunal concluiu julgamento de duas ações diretas ajuizadas pela Associação Nacional dos Membros doMinistério Público - CONAMP e pela Associação dos Magistrados Brasileiros - AMB CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 5 para declarar, por maioria, a inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2º do art. 84 do Código de Processo Penal, inseridos pelo art. 1º da Lei 10.628/2002 — v. Informativo 362. Entendeu-se que o § 1º do art. 84 do CPP, além de ter feito interpretação autêntica da Carta Magna, o que seria reservado à norma de hierarquia constitucional, usurpou a competência do STF como guardião da Constituição Federal ao inverter a leitura por ele já feita de norma constitucional, o que, se admitido, implicaria submeter a interpretação constitucional do Supremo ao referendo do legislador ordinário. Considerando, ademais, que o § 2º do art. 84 do CPP veiculou duas regras — a que estende, à ação de improbidade administrativa, a competência especial por prerrogativa de função para inquérito e ação penais e a que manda aplicar, em relação à mesma ação de improbidade, a previsão do § 1º do citado artigo — concluiu-se que a primeira resultaria na criação de nova hipótese de competência originária não prevista no rol taxativo da Constituição Federal, e, a segunda estaria atingida por arrastamento. Ressaltou-se, ademais, que a ação de improbidade administrativa é de natureza civil, conforme se depreende do § 4º do art. 37 da CF, e que o STF jamais entendeu ser competente para o conhecimento de ações civis, por ato de ofício, ajuizadas contra as autoridades para cujo processo penal o seria. Vencidos os Ministros Eros Grau, Gilmar Mendes e Ellen Gracie que afastavam o vício formal, ao fundamento de que o legislador pode atuar como intérprete da Constituição, discordando de decisão do Supremo, exclusivamente quando não se tratar de hipótese em que a Corte tenha decidido pela inconstitucionalidade de uma lei, em face de vício formal ou material, e que, afirmando a necessidade da manutenção da prerrogativa de foro mesmo após cessado o exercício da função pública, a natureza penal da ação de improbidade e a convivência impossível desta com uma ação penal correspondente, por crime de responsabilidade, ajuizadas perante instâncias judiciárias distintas, julgavam parcialmente procedente o pedido formulado, para conferir aos artigos impugnados interpretação conforme no sentido de que: a) o agente político, mesmo afastado da função que atrai o foro por prerrogativa de função, deve ser processado e julgado perante CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 6 esse foro, se acusado criminalmente por fato ligado ao exercício das funções inerentes ao cargo; b) o agente político não responde a ação de improbidade administrativa se sujeito a crime de responsabilidade pelo mesmo fato; c) os demais agentes públicos, em relação aos quais a improbidade não consubstancie crime de responsabilidade, respondem à ação de improbidade no foro definido por prerrogativa de função, desde que a ação de improbidade tenha por objeto ato funcional. ADI 2797/DF e ADI 2860/DF, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 15.9.2005. (ADI-2797) (ADI-2860) O sujeito passivo do ato de improbidade administrativa é o ente ou entidade que sofreu a lesão por ato de improbidade administrativa, podendo ser, em regra, entidade ou ente estatal. Podendo, inclusive, ser sujeito passivo de ato de improbidade entidade que não integre a Administração, mas que receba recursos estatais, como é o caso das entidades paraestatais. Assim, teremos os seguintes sujeitos: • Administração Direta (União, Estados, DF e Municípios e seus respectivos órgãos) ou Indireta (Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista) de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, • Empresa incorporada ao patrimônio público • Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual • Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público; • Entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual Atenção para o fato de que, nesses dois últimos casos, entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público ou entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 7 patrimônio ou da receita anual, limita-se a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. O sujeito ativo do ato de improbidade é o agente público, como regra. Porém, a lei também admite o terceiro, ou seja, aquele que não tenha qualquer vínculo com a Administração Pública ou com as entidades tuteladas, conforme veremos. Assim, agente público é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas como sujeito passivo da improbidade. É preciso, no entanto, descortinarmos o alcance da expressão agente público, e, para tanto, utilizamos a classificação clássica de Hely Lopes Meirelles, segundo a qual os agentes públicos são divididos em: a) Agentes políticos b) Agentes administrativos c) Agentes honoríficos d) Agentes delegados e) Agentes credenciados Agentes políticos são aqueles que ocupam cargos que compõe os órgãos constitucionais independentes, ou seja, dotados de independência funcional, prerrogativas do cargo e sujeitos a regime especial, cujas funções advêm diretamente da Constituição, investidos, normalmente, por meio de eleição, nomeação ou designação. Dentre esses estariam compreendidos os magistrados, os membros do Ministério Público, dos Tribunais de Contas, além dos representantes do Poder Executivo (Presidente, Governador, Prefeito, e seus auxiliares diretos, Ministros, Secretários etc) e do Poder Legislativo (Deputados, Senadores, Deputados Estaduais, Distritais e Vereadores). CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 8 Por outro lado, há forte corrente que defende serem os agentes políticos tão-somente aqueles que erigidos aos cargos eletivos, tal como o Presidente, Governador, Senador, Deputado, Vereador etc. Nesse sentido, vale salientar, e vocês precisam ficar atentos a isto, que o STF tem entendido que os agentes políticos são todos aqueles que exercem atribuições decorrentes diretamente da Constituição, não sendo, pois, apenas os detentores de cargos eletivos, de modo que englobam também outros agentes públicos tal como os magistrados, conforme orientação firmada no Informativo 263. Vejamos: Informativo 263 (RE-228977) Dano Moral e Atos Judiciais (Transcrições) RE 228.977-SP* (v. Informativo 259) Relator: Min. Néri da Silveira EMENTA: - Recurso extraordinário. Responsabilidade objetiva. Ação reparatória de dano por ato ilícito. Ilegitimidade de parte passiva. 2. Responsabilidade exclusiva do Estado. A autoridade judiciária não tem responsabilidade civil pelos atosjurisdicionais praticados. Os magistrados enquadram-se na espécie agente político, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica. (...) (...) os magistrados se enquadram na espécie agente político. Estes, são investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica, requisitos, aliás, indispensáveis ao exercício de suas funções decisórias. (...) É o que elucida o saudoso HELY LOPES MEIRELLES, em sua obra "Direito Administrativo Brasileiro" (18ª ed., pág. 72): "Os agentes políticos exercem funções governamentais, judiciais e quase-judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando com independência nos assuntos de sua competência. São as autoridades públicas supremas do Governo e da Administração na área de sua CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 9 atuação, pois não estão hierarquizadas, sujeitando-se apenas aos graus e limites constitucionais e legais de jurisdição. Em doutrina, os agentes políticos têm plena liberdade funcional, equiparável à independência dos juizes nos seus julgamentos, e, para tanto, ficam a salvo de responsabilidade civil por seus eventuais erros de atuação, a menos que tenham agido com culpa grosseira, má-fé ou abuso de poder. Nesta categoria encontram-se os Chefes de Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares imediatos (Ministros e Secretários de Estado e de Município); os membros das Corporações Legislativas (Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do Poder Judiciário (Magistrados em geral); os membros do Ministério Público (Procuradores da República e da Justiça, Promotores e Curadores Públicos)..." Agentes administrativos são todos aqueles agentes que estão submetidos à hierarquia funcional, não sendo membro de poder, não exercendo funções políticas ou governamentais, estando sujeitos ao regime jurídico da entidade a que servem. Nesse conceito estão todos os que têm com os entes Políticos (Administração Direta) e entidades administrativas (Administração Indireta) vínculo funcional ou relação laboral, de natureza profissional e caráter não eventual, sob vínculo de dependência. Por isso, dividem-se em servidores públicos, empregados públicos e funcionários temporários. Servidores públicos são todas as pessoas físicas que ocupam um cargo público mantendo vínculo de subordinação com o Estado ou com suas entidades mediante retribuição pecuniária. Vale lembrar que cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas em uma estrutura organizacional, que devem ser cometidas a um servidor (art. 3º, Lei nº 8.112/90), que são criados por lei e com denominação própria e CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 10 vencimento pago pelos cofres públicos, cujo provimento poderá ser em caráter efetivo ou em comissão. Assim, teremos servidores públicos de cargos efetivos (concursados) e servidores públicos de cargos comissionados (cargos de Direção e Assessoramento Superior). Empregados públicos são pessoas físicas que ocupam emprego público, ou seja, são os contratados sob o regime da legislação trabalhista (celetistas) por prazo indeterminado. Como sabido, as pessoas jurídicas de direito privado integrante da Administração Pública, especialmente as empresas públicas e as sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, §1º, inc. II, CF/88, se sujeitam em relação às obrigações trabalhistas dentre outras ao regime jurídico próprio das empresas privadas. Por isso, nas suas estruturas funcionais, para desempenho de suas atividades, manterão vínculo contratual com seus agentes, de modo que contemplam empregos públicos regidos pelas normas da Consolidação das Leis do Trabalho e outras legislações trabalhistas esparsas, com vínculo por prazo indeterminado. Tome cuidado, no entanto, em relação aos dirigentes das Estatais, pois não se tratam de empregados dessas Entidades, ocupam cargos de natureza especial, submetidos ao regime definido no contrato social. Todavia, também são considerados agentes públicos. Interessante lembrar que muito embora os empregos públicos estivessem intimamente ligados às chamadas estatais, a EC 19/98 abriu espaço para que as pessoas jurídicas de direito público (Administração Pública direta, autarquias e fundações) também pudessem criar em suas estruturas organizacionais empregos públicos, utilizando-se o regime celetista para contratação ou outro regime. Explico. É que com o advento da EC 19/98 retirou-se a obrigatoriedade de a Administração Pública direta, autárquica e fundacional adotarem um regime jurídico único. O art. 39, caput, da CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 11 CF/88 determinava que se adotasse o denominado Regime Jurídico Único. Chamo atenção para o fato de que o art. 39, caput, CF/88 não determinou que o RJU fosse estatutário (como o foi, e agora o é novamente no âmbito da União com a Lei nº 8.112/90), mas estabeleceu a obrigatoriedade de unicidade de regime, de modo que poderia no âmbito da Administração Direta, autárquica e fundacional adotarem, por exemplo, o regime celetista, desde que fosse o único regime para todas essas entidades, como bem o fez diversos Municípios brasileiros. Então, com a EC 19/98 abriu-se espaço para a utilização de mais de um regime jurídico pelo mesmo Ente ou entidade. Com isso, foi editada a Lei nº 9.962, de 22/2/2000 que disciplina a contratação de empregados para a Administração Direta, Autárquica e Fundacional, observando-se o regime celetista, assim como a Lei nº 9.986, de 18/7/2000 que estabeleceu o regime de emprego para as Agências Reguladoras. É preciso destacar que a doutrina administrativista, capitaneada por Celso Antônio Bandeira de Mello, já tecia severas críticas no sentido de que não se poderiam preencher por meio de emprego público atividades típicas do Estado, tal como é o exercício da atividade de fiscalização e regulação, de modo que essas funções deveriam ser exercidas sempre por regime de direito público (estatutário) e não contratual, a fim de que o agente público não ficasse sujeito a eventuais pressões que possam existir sob o regime de emprego, tal como dispensa sem justa causa. Nesse sentido, o STF encampou o posicionamento asseverando não ser possível a criação de emprego público para o exercício de qualquer função na Administração Pública, mas apenas as de caráter subalterno, as que não demandem a relativa independência assegurada pelo regime estatutário, tendo em vista a natureza da atividade exercida (ADI 2.310-1-DF, Min. Marco Aurélio). Assim, no tocante ao regime de emprego firmado pela Lei nº 9.986/00 para as Agências Reguladoras, o STF declarou a norma CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 12 parcialmente inconstitucional para afastar a aplicação de referido regime às atribuições de natureza finalística, de modo que somente seria possível adotar o regime de emprego para os cargos subalternos,tal como telefonista, vigilantes, digitadores etc. Recentemente, no entanto, em Medida Cautelar o STF entendeu que a EC 19/98, no que tratou da possibilidade de a Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional adotarem não apenas um Regime Jurídico foi tida por inconstitucional por vício formal na medida em que a Emenda foi alterada no Senado Federal e não retornou à Câmara dos Deputados para deliberação e votação. Resta dizer que se restabeleceu a obrigatoriedade de se adotar o Regime Jurídico Único. Porém, como disse, trata-se de medida cautelar em que se deu efeito ex nunc (não retroativa) devendo o STF doravante, no julgamento do mérito da ADI, decidir acerca dos vínculos anteriores. Servidores ou funcionários temporários, ou simplesmente temporários, são agentes contratados de forma temporária, por excepcional interesse público, para exercer função por prazo determinado, conforme estabelece a Constituição Federal em seu art. 37, inciso IX, ao permitir a contratação de servidor visando atender necessidade temporária em razão de excepcional interesse público. Nesse sentido, a Lei nº 8.745/93 regulamentou na esfera federal a contratação de pessoal para o exercício de atividade temporária, dispondo que as pessoas jurídicas de direito público poderiam contratar pessoal observando as condições e os requisitos legais. É preciso esclarecer que tais servidores/funcionários têm vínculo contratual e que, a depender de qual caso de necessidade excepcional, o prazo máximo do contrato temporário será de 2 (dois) anos, admitindo-se uma prorrogação, desde que não exceda o prazo máximo de 4 (quatro) anos. Agentes delegados são particulares que, por força de contrato ou ato administrativo em que se delega a realização de uma CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 13 atividade, obra ou serviço público, a executam sob sua conta e risco, sob fiscalização do Estado, por isso atuando em colaboração a este (descentralização por colaboração). Temos como exemplo os delegatários de serviço público, tal como os concessionários, permissionários, tabelião, leiloeiros etc. Agentes honoríficos são particulares que, em razão de sua condição cívica, honra, ou de sua notória capacidade profissional, são requisitados ou designados pelo Estado para exercerem, de forma provisória, certa atividade ou função, podendo ser remunerados ou não. (Ex. Mesário, Jurado, Membros dos Conselhos Tutelares das crianças e adolescentes etc). Por fim, temos ainda os chamados agentes credenciados, ou seja, aqueles que o Estado dá a incumbência de representá-lo para certa e específica atividade ou para um ato determinado, mediante remuneração. É possível, ademais, constatarmos a existência de outras classificações, a exemplo daqueles que colocam dentre tais agentes os militares e os terceirizados (agentes em colaboração). É o que explicita a Profa. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, em relação aos militares que antes da EC 18/98 enquadravam-se na categoria de servidores públicos, porém após a emenda retirou-se a expressão, por isso não são considerados como servidores, figurando-se como mais uma categoria de agente público, denominados simplesmente de militares. Cuidado, pois há pessoas que ainda utilizam a expressão funcionário público de forma indistinta para qualificar todos os agentes públicos. Trata-se de uma expressão já bastante ultrapassada, prevista no Código Penal Brasileiro no art. 327, que se refere a qualquer agente público para fins penais tão-somente. Com efeito, o termo atualmente mais usual, e podemos dizer mais adequado, inclusive com previsão legal (Lei nº 8.429/92) é o de agente público, conforme assim expresso: CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 14 Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. O outro sujeito ativo da improbidade é o Terceiro, assim entendido como todo aquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Significa dizer que um particular, que não tenha qualquer vínculo com a Administração Pública ou com as entidades tuteladas, mas que induza um agente público ou concorra com este, ou ainda que se beneficie do ato de improbidade praticado por ele, também será considerado sujeito ativo da improbidade administrativa. Porém, é preciso enfatizar que o STF, no julgamento da Reclamação nº 2.138/RJ, asseverou que "A Constituição não admite a concorrência entre dois regimes de responsabilidade político- administrativa para os agentes políticos: o previsto no art. 37, § 4º (regulado pela Lei n° 8.429/1992) e o regime fixado no art. 102, I, "c", (disciplinado pela Lei n° 1.079/1950)" e delineou que aqueles agentes políticos submetidos ao regime especial de responsabilização da Lei 1.079/50 não podem ser processados por crimes de responsabilidade pelo regime da Lei de Improbidade Administrativa, sob pena da usurpação de sua competência e principalmente pelo fato de que ambos diplomas, a LIA e a Lei 1.079/1950, prevêem sanções de ordem política, como, v. g., infere-se do art. 2º da Lei n. 1.079/50 e do art. 12 da Lei n. 8.429/92. E, nesse caso sim, haveria possibilidade de bis in idem, caso houvesse dupla punição política por um ato tipificado nas duas leis em foco”. INFORMATIVO Nº 471 TÍTULO: Improbidade Administrativa e Competência - 7 PROCESSO: Rcl - 2138 ARTIGO Quanto ao mérito, o Tribunal, por maioria, julgou procedente a CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 15 reclamação para assentar a competência do STF para julgar o feito e declarar extinto o processo em curso no juízo reclamado. Após fazer distinção entre os regimes de responsabilidade político-administrativa previstos na CF, quais sejam, o do art. 37, § 4º, regulado pela Lei 8.429/92, e o regime de crime de responsabilidade fixado no art. 102, I, c, da CF e disciplinado pela Lei 1.079/50, entendeu-se que os agentes políticos, por estarem regidos por normas especiais de responsabilidade, não respondem por improbidade administrativa com base na Lei 8.429/92, mas apenas por crime de responsabilidade em ação que somente pode ser proposta perante o STF nos termos do art. 102, I, c, da CF. Vencidos, quanto ao mérito, por julgarem improcedente a reclamação, os Ministros Carlos Velloso, Marco Aurélio, Celso de Mello, estes acompanhando o primeiro, Sepúlveda Pertence, que se reportava ao voto que proferira na ADI 2797/DF (DJU de 19.12.2006), e Joaquim Barbosa. O Min. Carlos Velloso, tecendo considerações sobre a necessidade de preservar-se a observância do princípio da moralidade, e afirmando que os agentes políticos respondem pelos crimes de responsabilidade tipificados nas respectivas leis especiais (CF, art. 85, parágrafo único), mas, em relação ao que não estivesse tipificado como crime de responsabilidade, e estivesse definido como ato de improbidade, deveriam responder na forma da lei própria, isto é, a Lei 8.429/92, aplicável a qualquer agente público, concluía que, na hipótese dos autos, as tipificaçõesda Lei 8.429/92, invocadas na ação civil pública, não se enquadravam como crime de responsabilidade definido na Lei 1.079/50 e que a competência para julgar a ação seria do juízo federal de 1º grau. Rcl 2138/DF, rel. orig. Min. Nelson Jobim, rel. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 13.6.2007. (Rcl-2138) No tocante aos atos de improbidade, a Lei nº 8.429/92 estabelece três espécies ou modalidades, sendo: a) Atos que importam em enriquecimento ilícito (art. 9º); b) Atos que causam prejuízo ao erário (art. 10); c) Atos que atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11) CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 16 Podemos, em quadro esquemático, agrupar os atos de improbidade, conforme suas modalidades, da seguinte forma: Enriquecimento ilícito (art. 9°) Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: • Verbo RECEBER: I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público; V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; • Verbo PERCEBER: II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado; CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 17 III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; • Verbo ACEITAR, INCORPORAR, ADQUIRIR, UTILIZAR OU USAR: VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade; XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei; VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei. Nesta hipótese temos as seguintes penalidades: • Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, • Ressarcimento integral do dano, quando houver, • Perda da função pública, • Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, • Pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial, e • Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 18 jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; Causar prejuízo ao erário (art. 10): Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: • Verbo PERCEBER: II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente; XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades. • Verbo PERCEBER: XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 19 • ATOS DE DISPOSIÇÃO: III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie; VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentaresou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento; • ATUAÇÃO X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; Nesta hipótese temos as seguintes penalidades: • Ressarcimento integral do dano, • Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, • Perda da função pública, • Suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, • Pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano, e • Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 20 indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; Atentar contra os princípios da Administração Pública (art. 11): Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; V - frustrar a licitude de concurso público; IV - negar publicidade aos atos oficiais; III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. Nesta hipótese temos as seguintes penalidades: • Ressarcimento integral do dano, se houver, • Perda da função pública, • Suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, • Pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente, e • Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. Dito isso, vamos às alternativas: CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 21 No tocante às alternativas “a” e “c”, podem ser sujeitos passivos a Administração direta e indireta, de modo que tendo sido os atos praticados contra seus órgãos, terá sido contra o próprio ente ou entidade que integra a Administração Pública. No entanto, os órgãos não seriam sujeitos passivos da improbidade, mas os entes ou entidades dos quais fazem parte. As alternativas “d”, empresa incorporada ao patrimônio público, e “e”, entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público, também constam do rol dos sujeitos passivos. Por fim, somente a alternativa “b” não diz respeito àquele rol. Todavia, faço ressalva, pois a lei diz empresa ou entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual, de modo que uma entidade que ela concorra até 30% também estaria albergada pelo disposto no §único do art. 1º da LIA. Assim, o gabarito oficial é “B”, no entanto, entendo que a questão deveria ser anulada. Gabarito: “B”.* 2. (AFRF - RECEITA FEDERAL - ESAF/2009) Quanto à disciplina da Lei de Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, é incorreto afirmar: a) considera-se agente público todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no art. 1º da Lei. b) aplicam-se também as disposições da Lei de Improbidade Administrativa, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 22 c) o Supremo Tribunal Federal excluiu da sujeição à Lei de Improbidade Administrativa os agentes políticos que estejam sujeitos ao regime de crime de responsabilidade. d) ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano e, no caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. e) tratando-se de penalidades personalíssimas, em nenhuma hipótese, poderá o sucessor ser alcançado por sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa. Comentário: A alternativa “a” está correta. De fato, nos termos do art. 2º da Lei nº 8.429/92, considera-se agente público todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no art. 1º da Lei. A alternativa “b” está correta. Conforme, art. 3º da LIA determina que se aplicam também as disposições da Lei de Improbidade Administrativa, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. A alternativa “c” está correta. De fato, como observamos, há precedente do Supremo Tribunal Federal que excluiu da sujeição à Lei de Improbidade Administrativa os agentes políticos que estejam sujeitos ao regime de crime de responsabilidade. A alternativa “d” está correta. Conforme arts. 5º e 6º da LIA, ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano e, no caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 23 Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. Assim, a alternativa “e” está errada. É que, em regra, as sanções de improbidade aplicam-se ao sujeito ativo da improbidade. Contudo, poderá o sucessor ser alcançado por sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa, conforme o seguinte: Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamenteestá sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. Gabarito: “E”. 3. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/SE – FCC/2009) Os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade para cujo custeio o erário concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, sujeitam seus autores às penalidades previstas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92) a) apenas se os atos também configurarem infração penal. b) sem qualquer limitação. c) apenas quanto ao ressarcimento dos danos. d) salvo se agiu com culpa em sentido estrito. e) limitada a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Comentário: O parágrafo único do art. 1º da Lei nº 8.429/92, dispõe que: Art. 1°. CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 24 Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Com efeito, no caso de entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público ou de entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, a sanção patrimonial limita-se à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Gabarito: “E”. 4. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 15ª REGIÃO – FCC/2009) Dentre as regras estabelecidas pela Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92), inclui-se: a) As disposições da lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. b) Para os efeitos da lei é considerado agente público apenas o ocupante de cargo efetivo ou em comissão. c) Se a lesão ao patrimônio público ocorrer por ação ou omissão culposa, e não dolosa, do agente ou de terceiro, estes não estarão obrigados a ressarcimento do dano. d) No caso de enriquecimento ilícito, o agente público ou terceiro beneficiário perderá metade dos bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. e) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente não está sujeito às cominações da lei. CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 25 Comentário: A alternativa “b” é errada. É que, para efeitos da Lei de Improbidade, agente público é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas como sujeito passivo da improbidade. Outrossim, também é sujeito ativo da improbidade é o terceiro, assim entendido como todo aquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. A alternativa “c” é errada. É que, de acordo com o art. 5º da LIA, “ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano”. A alternativa “d” é errada, na medida em que ocorra o “enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio”, como estabelece o art. 6º da Lei nº 8.429/92. A alternativa “e” também é errada. É que, conforme prevê o art. 8°, “o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança”. Por isso, a alternativa “a” é a correta, eis que, conforme estabelece o art. 3º da Lei nº 8.429/92, também é agente ativo da improbidade o terceiro que concorra, induza ou se beneficie de ato de improbidade administrativa. Gabarito: “A”. CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 26 5. (AGENTE ADMINISTRATIVO – MPE/RN – FCC/2010) Em relação à Lei de Improbidade Administrativa, é INCORRETO afirmar: a) A indisponibilidade de bens do indiciado por ato de improbidade recai também sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. b) No caso de enriquecimento ilícito, perderá o terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos a seu patrimônio. c) Ocorrendo lesão ao patrimônio público por omissão culposa do Agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. d) O sucessor daquele que causar a lesão patrimonial está sujeito às cominações, previstas na Lei de Improbidade, sem quaisquer limitações. e) Suas disposições são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo Agente Público, se beneficie indiretamente da prática do ato de improbidade. Comentário: Percebam que essa questão é basicamente uma repetição da anterior, tendo apenas, incluído a “A” e invertido as demais alternativas. Então, vejamos: A alternativa “a” está correta. É que, de acordo com o art. 7º, quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. Neste caso, conforme o parágrafo único do art. 7º, a indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. A alternativa “b” está correta. Caso ocorra o “enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 27 beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio” (art. 6º da Lei nº 8.429/92). A alternativa “c” está correta. De acordo com o art. 5º da LIA “ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano”. A alternativa “e” também está correta. Conforme art. 3º da Lei nº 8.429/92, aplica-se as disposições dessa lei, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. A alternativa “d” é errada. É que, conforme prevê o art. 8°, “o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança”. Gabarito: “D”. 6. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/AM – FCC/2010) De acordo com a Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92), a) são aplicáveis as suas disposições, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. b) considera-se agente público para os seus efeitos apenas os ocupantes decargo efetivo e de cargo eletivo. c) ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente, o ressarcimento do dano será proporcional aos seus vencimentos. d) no caso de enriquecimento ilícito o terceiro beneficiário não perderá os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. e) é vedada, em qualquer hipótese, a indisponibilidade dos bens do indiciado. Comentário: CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 28 A alternativa “a” está correta. Conforme art. 3º, aplicam- se as disposições da Lei nº 8.429/92 (Lei de improbidade administrativa), no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. A alternativa “b” está errada. Para efeitos da Lei de Improbidade agente público é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas como sujeito passivo da improbidade. A alternativa “c” está errada. De acordo com o art. 5º da LIA “ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano”. A alternativa “d” está errada. De acordo com o art. 6º da LIA, caso ocorra o “enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio”. A alternativa “e” está errada. De acordo com o art. 7º da LIA, quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado, que, conforme o parágrafo único do art. 7º, recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. Gabarito: “A”. CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 29 7. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/AP – FCC/2006) Com relação à Lei de improbidade administrativa, Lei nº 8.429/92, considere as seguintes assertivas: I. As disposições da lei de improbidade administrativa são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade. II. Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. III. No caso de enriquecimento ilícito, o agente público perderá os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio, mas o terceiro beneficiário não. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) I e III. c) II. d) II e III. e) III. Comentário: Assertiva “I” é correta. Conforme art. 3º, aplicam-se as disposições da Lei de Improbidade a todo aquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Assertiva “II” é correta. De acordo com o art. 5º da LIA “ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano”. Assertiva “III” é errada. De acordo com o art. 6º da Lei nº 8.429/92, “no caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio”. Corretas, portanto, “I” e “II”, apenas. CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 30 Gabarito: “A”. 8. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 7ª REGIÃO – FCC/2009) Em tema de improbidade administrativa, é correto afirmar que a) o particular, ainda que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade, não pode ser sujeito ativo do mesmo, somente o funcionário público investido em cargo público. b) a aplicação das sanções previstas na Lei nº 8.429/92, depende, dentre outras situações, da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público. c) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público está sujeito ao pagamento do prejuízo até o limite de um terço do valor da herança. d) o agente público que se recusar a prestar declaração de bens quando da sua posse e exercício, será punido com a pena de demissão a bem do serviço público. e) a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos poderá ser cautelarmente determinada antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. Comentário: A alternativa “a” está errada. Como já observamos o particular, denominado terceiro, também é sujeito ativo da improbidade Administrativa, conforme estabelece o art. 3º ao estabelecer que se aplicam as disposições da Lei de Improbidade a todo aquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. A alternativa “b” está errada. É que a aplicação das sanções por improbidade independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento, conforme estabelece o art. 21, inc. I, da LIA, assim expresso: Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 31 I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). A alternativa “c” está errada, é que o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança, conforme art. 8 da Lei nº 8.429/92. A alternativa “e” também está errada. Com efeito, determina a Lei de improbidade, em seu art. 20, que as sanções de perda da função pública e suspensão dos direitos políticos somente se efetivam com o trânsito em julgado da decisão condenatória, conforme assim expresso: Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. A alternativa “d” está correta. Exige o art. 13 da LIA que a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. De outro lado, o parágrafo 3º do art. 13, prevê que será punido com demissão, a bem do serviço público, o agente que se recusar a prestar a declaração de bens, dentro do prazo determinado ou a prestar falsa. Gabarito: “D”. 9. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/AM – FCC/2010) Tendo em vista a natureza e as implicações legais do ato de improbidade administrativa, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente a) está sujeito às cominações da Lei de Improbidade Administrativa apenas se for o inventariante. CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 32 b) não está sujeito às cominações da Lei de Improbidade Administrativa. c)está sujeito às cominações da Lei de Improbidade Administrativa sem limites. d) está sujeito às cominações da Lei de Improbidade Administrativa apenas até a abertura do inventário. e) está sujeito às cominações da Lei de Improbidade Administrativa até o limite do valor da herança. Comentário: Estabelece o art. 8° da Lei de Improbidade Administrativa que “o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança”. Observe, portanto, que o sucessor do agente que tenha praticado ato de improbidade que cause lesão ao erário ou que se enriqueceu ilicitamente, responderá até o limite do valor da herança. Gabarito: “E”. 10. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/SP – FCC/2006) Com relação à lei de improbidade administrativa, é INCORRETO afirmar: a) É irrelevante a aprovação das contas pelo Tribunal de Contas competente para a caracterização do ato de improbidade administrativa. b) O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará, obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade c) As sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92) não são obrigatoriamente cumulativas d) É pressuposto necessário, para a tipificação dos atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário, a obtenção de vantagem patrimonial pelo agente. e) No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio. CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 33 Comentário: A alternativa “a” está correta. A aplicação da sanção de improbidade independe da aprovação ou rejeição das contas pelo controle interno ou pelo Tribunal de Contas, conforme estabelece o art. 21, inc. II, da LIA, in verbis: Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. A alternativa “b” está correta. De fato, de acordo com o art. 17, 43º, Lei nº 8.429/92, o Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. A alternativa “c” está correta. Sabidamente, as sanções penais, civis e administrativas são independentes entre si. E, além dessas, aquele que cometer improbidade administrativa estará sujeito às cominações da Lei de Improbidade que podem ser aplicadas de forma isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato, conforme determina o art. 12, assim expresso: Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). A alternativa “e” também está correta. De acordo com o art. 6º da Lei nº 8.429/92, no caso de enriquecimento ilícito, perderá o CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 34 agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. Assim, a alternativa “d” está errada. É que para a configuração do ato de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário teremos como pressupostos necessários a existência de dano ao patrimônio público e não a obtenção de vantagem, que é pressuposto do ato de improbidade que causa enriquecimento ilícito. Gabarito: “D”. 11. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/RR – FCC/ 2006) A prática de ato de improbidade administrativa pode gerar a) o dever de ressarcimento ao Poder Público pelos prejuízos causados, desde que não tenha sido cometido ilícito penal, pois este, pela gravidade, absorve o ilícito civil. b) a suspensão dos direitos políticos e indisponibilidade dos bens, garantindo ao titular do mandato eletivo em curso que o conclua, somente após o quê poderá ser iniciado o processo para apuração das infrações. c) a responsabilidade civil do titular de mandato eletivo pelos atos praticados por seus subordinados, na esteira da responsabilidade do empregador por ato de seus empregados. d) sanção independente nas instâncias administrativa, civil e criminal, sem prejuízo da sanção específica pela prática do ato. e) o dever de ressarcir o erário pelos danos cometidos, desde que não se trate de servidor público, este que somente poderá ser processado por ilícito penal e administrativo. Comentário: A alternativa “a” está errada. É que ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano, respondendo o agente ainda nas esferas penal, administrativa e civil. A alternativa “b” está errada. Não há imunidade a ação de improbidade a detentor de mandato, enquanto na vigência deste, ou CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 35 seja, poderá ser proposta a ação mesmo na vigência do mandato da autoridade que cometera ato de improbidade administrativa. A alternativa “c” está errada. É que cada agente público é responsável pelos atos que vier a praticar. A alternativa “d” está correta. De acordo com o art. 12 da Lei nº 8.429/92, as sanções penais, civis e administrativas são independentes entre si, ficando o responsável por ato de improbidade administrativa sujeito às cominações desta Lei, cujas sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato, nos seguintes termos: Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). A alternativa “e” também está errada. De acordo com o art. 5º da LIA “ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano”. Assim, tanto o agente quanto o terceiro deverão ressarcir integralmente os danos causados, além da responsabilidade civil, penal e administrativa. Gabarito: “D”. 12. (AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS – TCE/SP – FCC/2008) É regra estranha ao regime da Lei Federal nº 8.429/92, dita Lei da Improbidade Administrativa, a a) possibilidade de determinação da indisponibilidade de bens do indiciado em inquérito para apuração de ato de improbidade administrativa, quando esse ato causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito. CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 36 b) sujeição do sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente, às cominações da Lei, até o limite do valor da herança. c) inclusão, no conceito de agente público, para os efeitos da Lei, daqueles que exercem, transitoriamente ou sem remuneração, função nas entidades da administração direta ou indireta.d) impossibilidade de cumulação de sanções penais, civis e administrativas, com as cominações previstas na Lei. e) sujeição às penalidades da Lei dos atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção de órgão público, limitada a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Comentário: A alternativa “a” está correta. É que quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado, que, conforme o parágrafo único do art. 7º, recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. A alternativa “b” está correta. De fato, conforme estabelece o art. 8° da LIA, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da lei até o limite do valor da herança. A alternativa “c” também está correta. Com efeito, de acordo com o art. 2º da Lei de Improbidade Administrativa (LIA), reputa-se agente público todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades consideradas sujeitos passivos da improbidade. A alternativa “d” está errada. Como já observamos é possível a cumulação das sanções penais, civis e administrativas, eis CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 37 que são independentes entre si, conforme estabelece o art. 12 da Lei nº 8.429/92: Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). Por fim, também está correta a alternativa “e”. Conforme estabelece o art. 1º, parágrafo único, da LIA, estão sujeitos às penalidades da Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção de órgão público, limitada a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Art. 1°. Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Gabarito: “D” 13. (AFC - CGU - ESAF/2006) As sanções previstas na Lei da Improbidade Administrativa: I) dependem, para aplicação, da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público. II) não se aplicam, se as contas do responsável tiverem sido aprovadas pelo Tribunal de Contas. CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 38 III) prescrevem em cinco anos, contados da data da prática do ato, nos casos de agente público que não seja titular de cargo ou emprego efetivo. IV) prescrevem em cinco anos, contados da data da prática do ato, em qualquer hipótese. V) podem ser graduadas pelo juiz, em face da extensão do dano ou do proveito patrimonial obtido pelo agente. Assinale a opção correta. a) Apenas a afirmativa V está correta. b) Todas as afirmativas estão erradas. c) Estão corretas apenas as afirmativas III, IV e V. d) Estão corretas apenas as afirmativas I e V. e) Todas as afirmativas estão corretas. Comentário: A assertiva I está errada. As sanções por ato de improbidade administrativa não dependem, para aplicação, da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público. Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. A assertiva II também está errada. Conforme art. 21, inc. II, da LIA, a aplicação das sanções por improbidade não depende da aprovação ou rejeição de contas pelo Tribunal de Contas. A assertiva III está errada. Com o servidor não é detentor de cargo ou emprego efetivo, a prescrição será contada após o término do exercício do mandato, cargo em comissão ou função de confiança, conforme o seguinte: Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 39 I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. A assertiva IV está errada. Nos termos do art. 23, teremos duas hipóteses para deflagrar o prazo prescricional, ou seja, deverá ser considerada a hipótese de vínculo do agente público. A assertiva V está correta. De fato, podem ser graduadas pelo juiz, em face da extensão do dano ou do proveito patrimonial obtido pelo agente. Art. 12. Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente. Gabarito: “A” 14. (AFC - CGU - ESAF/2004) A aplicação de sanções previstas na Lei nº 8.429/92, que dispõe sobre atos de improbidade administrativa, a) depende de efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público. b) depende da rejeição das contas respectivas pelo Tribunal de Contas. c) no que se refere a perda da função pública, depende do trânsito em julgado da condenação. d) no que se refere a suspensão dos diretos políticos, independe do trânsito em julgado da condenação. e) fica prejudicada, se as contas respectivas forem aprovadas pelo Tribunal de Contas. Comentário: CURSO DE EXERCÍCIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO AUDITOR FISCAL DA RECEIA FEDERAL/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 40 A alternativa “a” está errada. De acordo com o art. 21, inc. I, da LIA, não depende de efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público. A alternativa “b” está errada. Não depende da rejeição ou aprovação das contas respectivas pelo Tribunal de Contas. A alternativa “c” está correta. De acordo com o art. 20 da LIA, a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só podem se efetivar com o trânsito em julgado da sentença condenatória. Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. A alternativa “d” está errada. No que se refere a suspensão dos diretos políticos, depende do trânsito em julgado da condenação. A alternativa “e” está errada. Não fica prejudicada, se as contas respectivas forem aprovadas
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