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Direito AdministrativoAula 04

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AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 
1 
Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 
Olá, concurseiros! Vamos à nossa aula 04 para Auditor Fiscal e 
Analista Tributário da Receita Federal e Auditor Fiscal do Trabalho. Hoje 
falaremos sobre atos administrativos. 
 
1. Atos Administrativos 
Na atividade pública temos três categorias de atos inconfundíveis: 
os atos legislativos, os atos judiciais e os atos administrativos. O 
Direito Administrativo estuda apenas estes últimos, ficando os dois 
primeiros a cargo do Direito Constitucional e do Direito Processual, 
respectivamente. 
Vale lembrar que os órgãos judiciais e legislativos também 
praticam atos administrativos, como os atos que dispõem sobre sua 
organização interna e a administração de seu pessoal. 
Hely Lopes Meirelles define ato administrativo como “toda 
manifestação unilateral de vontade da Administração Pública 
que, agindo nesta qualidade, tenha por fim imediato adquirir, 
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, 
ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”. 
Os atos administrativos, sendo unilaterais, não se confundem 
com os contratos administrativos, que são atos bilaterais (conjugação 
de vontade de duas partes – Administração e contratado). Fundamental 
também é que a Administração aja nesta qualidade, isto é, utilizando-
se de sua supremacia de Poder Público, visto que algumas vezes ela 
nivela-se ao particular e o ato perde a característica administrativa, 
assemelhando-se ao ato jurídico privado. O ato administrativo, 
portanto, é regido pelo regime jurídico-administrativo (regime de 
direito público da Administração). 
É necessário ainda que a manifestação de vontade seja apta a 
produzir efeitos jurídicos e atue de forma imediata (aplicação direta 
aos casos concretos), afetando direitos ou obrigações dos particulares 
ou da própria Administração. Deve ainda provir de agente 
competente, possuir finalidade pública e se revestir de forma legal. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 
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2. Fatos Administrativos 
Não se deve confundir ato administrativo com fato 
administrativo. Este é toda realização material da Administração 
em cumprimento de alguma decisão administrativa. Um despacho que 
determine a demolição de uma ponte é um ato administrativo, mas a 
demolição em si é mero fato administrativo. Como se nota, um fato 
administrativo resulta sempre de um ato administrativo que o 
determina. Os fatos administrativos são chamados também de atos 
materiais da Administração. 
3. Elementos do Ato Administrativo 
São cinco os elementos ou requisitos necessários à formação do 
ato administrativo: competência (ou sujeito competente),
finalidade, forma, motivo e objeto. 
3.1. Competência 
Competência é o poder legal conferido a um agente para a 
prática do ato administrativo. A competência deriva da lei e por ela é 
delimitada. É elemento sempre vinculado de qualquer ato 
administrativo, pois na cabe ao administrador decidir quem praticará 
determinado ato, ficando restrito, quanto a este aspecto, ao que 
estabelece a lei. 
A competência pode ser atribuída a determinado órgão ou agente, 
entre outros critérios, em função da matéria (ex.: saúde, educação, 
cultura etc.), da hierarquia (ex.: órgãos de direção e órgãos de 
execução) ou do lugar onde será exercida (ex.: órgãos em São Paulo, 
Minas Gerais, Ceará etc.). 
A competência é intransferível a terceiros por vontade do agente, 
pois é conferida por lei. Admite-se, contudo, a delegação e a 
avocação, desde que permitidas pelas normas reguladoras da 
Administração. A delegação não é a transferência definitiva de 
competência, pois sempre é possível sua revogação por vontade do 
agente delegante. 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 
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Segundo o art. 11 da Lei 9.784/1999, a competência é 
irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi 
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação
legalmente admitidos. Em outras palavras, ainda que haja delegação ou 
avocação, a competência permanece na esfera de atribuições do agente 
original. 
O art. 12 da citada Lei permite que um órgão administrativo ou 
seu titular, desde que não haja impedimento legal, deleguem parte da 
sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não 
lhe sejam hierarquicamente subordinados (atenção a este ponto!), 
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, 
social, econômica, jurídica ou territorial. Tal regra aplica-se, 
inclusive, à delegação de competência dos órgãos colegiados aos 
respectivos presidentes. 
Por sua vez, o art. 13 veda a delegação nos seguintes casos: 
edição de atos de caráter normativo; decisão de recursos 
administrativos (faz sentido: se a autoridade pudesse delegar a 
decisão do recurso ao subordinado, a mesma pessoa que julgou o 
pedido poderia também acabar analisando o recurso); e matérias de 
competência exclusiva do órgão ou autoridade (pois, aqui, a lei 
define expressamente o agente ou o órgão público competente, não 
se admitindo a delegação a órgão ou agente diverso, neste caso). 
O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela 
autoridade delegante. Este não perde a competência por havê-la 
delegado, podendo, a qualquer tempo, chamar o exercício da atribuição 
a si novamente. No entanto, as decisões adotadas por delegação devem 
mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas 
pelo delegado. 
Quanto à avocação, ela será permitida em caráter excepcional
e por motivos relevantes devidamente justificados, sempre de forma 
temporária, quanto a atribuições de órgãos hierarquicamente 
inferiores à autoridade avocante. 
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DIREITO ADMINISTRATIVO 
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O ato realizado por agente incompetente ou por agente que 
extrapole os limites da competência que lhe foi atribuída é ato inválido, 
eivado de excesso de poder. Pode, entretanto, em certas 
circunstâncias, ser feita a convalidação de um ato praticado com vício 
de competência, como veremos à frente. 
3.2. Finalidade 
Em sentido amplo, a finalidade de todo ato administrativo é a 
satisfação do interesse público. Em sentido estrito, é a consecução 
do fim específico previsto em lei para a prática do ato. Assim, um 
ato que determina a construção de uma escola, por exemplo, tem em 
sentido amplo a finalidade de satisfazer o interesse público, e em 
sentido estrito a melhoria da educação da população da região. 
A finalidade é requisito sempre regrado (vinculado) do ato. A 
prática do ato administrativo deve ser destinada a atender ao fim 
específico previsto em lei, que deve ser sempre de caráter público. 
O desatendimento ao fim previsto para o ato representa abuso de 
poder, na modalidade desvio de finalidade, e torna o ato nulo. Não se 
admite, neste caso, a convalidação do ato administrativo. 
3.3. Forma 
A forma é a maneira de exteriorização da vontade da 
Administração. Em regra, todo ato administrativo é formal, isto é, exige 
uma forma estabelecida em lei para a sua prática. O desrespeito a esta 
forma, que é a roupagem jurídica do ato, torna sua prática inválida. 
Segundo a doutrina tradicional, a forma, assim como os dois requisitos 
anteriores, é elemento sempre vinculado do ato, não podendo o 
administrador escolher forma diversa da prevista para a sua prática. 
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DIREITO ADMINISTRATIVO 
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A forma normal da prática do ato administrativo é a forma 
escrita. Somente em casos de urgência, de transitoriedade da 
manifestação da vontade ou de irrelevância do assunto para a 
Administração admitem-se atos verbais, sonoros ou visuais. Um 
exemplo é o apito do guarda de trânsito, típico ato administrativo 
sonoro. 
Em regra, um ato praticado com desatendimento à forma é nulo. 
Se essa forma, todavia, não for da essência do ato (forma essencial), 
poderá o ato viciado ser convalidado pela Administração. 
3.4. Motivo 
Motivo ou causa é o pressuposto de direito e de fato que serve 
de fundamento para a prática do ato. Pressuposto de direito é a norma 
legal em que se baseia o ato; pressuposto de fato, a situação que, 
encaixando-se na previsão legal, leva a Administração à prática do ato. 
O motivo pode vir expresso em lei, determinando a prática do ato 
quando estiver presente. Neste caso, ele será elemento vinculado, 
não podendo o administrador eleger situação ou fundamento jurídico 
diverso para a sua prática. Ocorrendo a situação prevista, fica o agente 
obrigado à sua prática. Não ocorrendo, tal prática lhe é vedada. 
Pode também o motivo não vir previsto na norma legal, sendo 
deixado ao critério do administrador, quanto à sua existência e 
valoração, como nos casos de nomeações para cargos em comissão. 
Neste caso, será elemento discricionário. Ainda, se a lei estabelecer 
o motivo, mas deixar ao talante do agente público a decisão quanto à 
prática ou não do ato, quando presente a situação, o motivo também 
será discricionário. 
Como se nota, o motivo pode ser requisito vinculado ou 
discricionário do ato administrativo, diferentemente dos três primeiros 
elementos, que são sempre vinculados. 
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Não se confunde motivo com motivação. Motivo é a situação 
que determina ou autoriza a prática do ato. Motivação é a 
manifestação por escrito do motivo, mostrando a todos os 
fundamentos adotados pelo administrador para a prática do ato. A 
motivação integra o elemento forma do ato administrativo, pois faz 
parte da maneira de exteriorização do ato. 
Como vimos, a motivação é princípio da Administração Pública, 
razão pela qual motivar o ato é a regra. Só se dispensará a 
motivação nos casos em que a lei permitir, como no caso já citado das 
nomeações para cargos em comissão (nomeações ad nutum). 
Mesmo que a lei dispense a motivação do ato, se o administrador 
o fizer, ficará vinculado aos motivos apresentados. É a chamada teoria 
dos motivos determinantes. Assim, se um gestor pretender exonerar 
um assessor de um cargo em comissão, por exemplo, não estará 
obrigado a motivar o ato (exoneração ad nutum). Se o fizer, todavia, 
ficará vinculado aos motivos expressos no ato de exoneração. 
O vício no elemento motivo é causa de nulidade do ato 
administrativo, não se admitindo, neste caso, a sua convalidação. 
3.5. Objeto 
O objeto de qualquer ato administrativo é a criação, modificação 
ou comprovação de situações jurídicas concernentes aos administrados 
ou à Administração Pública. O objeto é o próprio conteúdo do ato, o 
efeito jurídico imediato que a Administração busca alcançar. 
O objeto pode ser elemento vinculado, quando a lei o determinar 
expressamente para certo ato, ou deixado a critério do administrador, 
que o escolherá entre as alternativas possíveis, relativas ao caso 
concreto. Neste caso, será requisito discricionário. 
Desse modo, também o objeto pode ser requisito vinculado 
ou discricionário do ato administrativo, assim como o motivo. 
Elementos do Competência
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ato administrativo Finalidade 
Forma 
Motivo 
Objeto 
Vistos os cinco requisitos do ato, vamos agora a um exemplo 
prático: um administrador público expede um ato determinando a 
compra de um terreno para a construção de um hospital, que servirá 
para atender à população local. Analisemos os requisitos desse ato: 
Competência – o poder de determinar a compra do terreno, 
conferido ao agente pela lei. 
Finalidade – o atendimento ao interesse público, com a melhoria 
da saúde pública. 
Forma – o documento escrito, que determina a compra do 
terreno. 
Motivo – a construção de um hospital público pra atender à 
população local. 
Objeto – a determinação para a compra do terreno (e o próprio 
terreno). 
4. Atos Administrativos Vinculados 
Quando todos os elementos do ato administrativo são vinculados, 
diz-se que o ato é vinculado. Nesse tipo de ato, a lei absorve, quase 
que por completo, a liberdade do administrador, uma vez que sua ação 
fica restrita aos pressupostos estabelecidos em lei para a validade do 
ato. Existentes todos os requisitos, deve o ato ser praticado pelo agente 
competente, na forma estabelecida em lei. Não presentes, fica vedada a 
prática do ato. 
Isso não significa que o administrador se converte em cego e 
automático executor da lei. Caberá ao agente público analisar 
cuidadosamente a situação, avaliar a existência dos pressupostos do 
ato e praticá-lo, se estes pressupostos estiverem presentes, mas 
sempre atento a qualquer irregularidade ou modificação da situação que 
justifique, por exemplo, a revogação ou a anulação do ato. 
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Os atos vinculados devem ser motivados, para evidenciar a 
conformação de sua prática com as exigências e requisitos legais. Como 
todos os seus requisitos são vinculados à lei, o Poder Judiciário pode 
rever o ato em todos os seus elementos, para verificação de sua 
legalidade. 
5. Atos Administrativos Discricionários 
Quando os elementos motivo e objeto do ato forem 
discricionários, os atos serão chamados de discricionários. Neste caso, 
o administrador tem liberdade para escolher se praticará ou não o ato, 
qual o melhor momento para a sua prática e, se for o caso, qual o 
objeto do futuro ato. 
Um exemplo seria a concessão de autorização para porte de 
armas. Ainda que o particular preencha as condições necessárias para a 
obtenção do porte, cabe à Administração analisar o caso concreto e 
decidir se concederá ou não o porte. Outro exemplo seria a autorização 
legal para desapropriar um terreno para a construção de um hospital ou 
uma escola, cabendo ao administrador a escolha do objeto que melhor 
atenda à finalidade pública. 
A discricionariedade encontra limites na lei. O administrador só 
pode exercer seu poder discricionário até onde a lei permite. Se 
ele ultrapassar os limites legais, o ato deixará de ser discricionário e 
passará a ser arbitrário e, consequentemente, nulo. 
Entende a doutrina que mesmo os atos discricionários devem 
ser motivados. A motivação é a regra, atualmente, exceto nos casos 
expressamente autorizados em lei, conforme já comentado acima. 
Quanto ao controle do Poder Judiciário, admite-se a revisão do ato 
administrativo pelo juiz em relação aos seus elementos vinculados: 
competência, finalidade e forma. 
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Segundo os autores tradicionais, não é possível ao Judiciário rever 
o motivo e o objeto do ato administrativo, quando esses elementos 
forem discricionários, pois eles representam a esfera de livre atuação da 
Administração Pública, cabendo somente a esta a escolha dos motivos 
(oportunidade e conveniência) e do objeto (conteúdo) do ato. Esses 
dois elementos,quando discricionários, constituem o chamado mérito 
administrativo, a ser estudado adiante. 
Entretanto, modernamente, tem-se admitido a interferência do 
Poder Judiciário em questões de motivo e objeto discricionários, nas 
hipóteses em que há desrespeito aos princípios da razoabilidade e 
da proporcionalidade. Ainda que se trate de escolha discricionária da 
Administração, poderá o Judiciário invalidar atos que desrespeitem a 
adequação entre os meios utilizados e os fins desejados pelo 
administrador, no desempenho de suas funções, pois, neste caso, 
haverá desrespeito aos citados princípios, desbordando-se do mérito 
administrativo. 
6. Mérito Administrativo 
O mérito administrativo é a possibilidade de valoração dos 
motivos e escolha do objeto do ato discricionário por parte do 
administrador. Como se percebe, só é possível nos atos em que o 
motivo e o objeto sejam discricionários (atos discricionários), pois nos 
atos vinculados não sobra margem de decisão ao agente público, que 
deve se ater estritamente ao disposto na lei, não se podendo falar em 
mérito administrativo. 
O mérito administrativo, assim, consubstancia-se na análise do 
administrador quanto à conveniência e à oportunidade para a prática do 
ato discricionário, bem como quanto à escolha de seu objeto. Justifica-
se pela impossibilidade de o legislador prever todas as situações 
passíveis de ocorrer na prática, cabendo ao administrador a análise do 
caso concreto e a decisão sobre o melhor momento para praticar o ato 
e a forma mais adequada de fazê-lo. 
Elementos do 
ato administrativo 
Competência
Sempre vinculados 
Finalidade 
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Forma 
Motivo Vinculados ou 
discricionários (mérito 
administrativo) 
Objeto 
7. Atos de Direito Privado Praticados pela Administração 
Anteriormente dissemos que o ato administrativo se caracteriza 
pela decisão da Administração agindo nessa qualidade, isto é, com 
supremacia do interesse público. Entretanto, há casos em que o 
Estado atua despido dessa supremacia, figurando em pé de igualdade 
com particular na relação jurídica. Neste caso, não teremos a prática de 
um ato administrativo, pois este é informado pelo regime de direito 
público, mas apenas de um ato da Administração. 
Um exemplo é a emissão de um cheque pelo administrador, 
situação regida primordialmente pelo Direito Privado. Neste caso, não 
poderá a Administração, por exemplo, revogar a emissão do cheque, 
alegando supremacia do interesse público. Ela estará atuando em 
condições de igualdade com o particular que recebeu o cheque. 
8. Atributos dos Atos Administrativos 
Além dos elementos que os formam, os atos administrativos 
possuem certas características ou atributos que os qualificam. São eles: 
presunção de legitimidade, presunção de veracidade,
imperatividade, autoexecutoriedade e tipicidade. 
8.1. Presunção de Legitimidade 
Por este atributo, presume-se que o ato foi praticado 
conforme as leis e princípios que o regem, de modo que se 
considera a atividade administrativa, em princípio, como legítima, isto 
é, conforme o direito. 
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DIREITO ADMINISTRATIVO 
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Todavia, essa presunção é relativa (iuris tantum), isto é, 
admite prova em contrário do particular afetado pelo ato. Assim, por 
exemplo, se um cidadão é multado pelo Poder Público, pode tentar 
provar, se for o caso, que sua conduta (a qual acarretou a multa) não é 
vedada por lei. Dessa forma, demonstrará que a multa foi indevida. 
8.2. Presunção de Veracidade 
Por esse atributo, considera-se que os fatos alegados pela 
Administração no ato administrativo são verdadeiros. Em outras 
palavras, o conteúdo do ato é tido por verdadeiro. Do mesmo modo que 
no atributo anterior, essa presunção é relativa, admitindo prova em 
contrário do administrado. 
Note que ocorre aqui a inversão do ônus da prova, como 
ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Na seara particular, quem alega 
alguma coisa é que deve provar sua veracidade. No Direito 
Administrativo, em função da presunção de veracidade, a Administração 
não precisa provar o que alega, cabendo ao administrado, se for o caso, 
provar a falsidade do conteúdo do ato. 
8.3. Imperatividade 
Essa característica do ato administrativo só existe nos atos que 
impõe algum gravame ao particular. Significa que o ato emanado 
da Administração, por si só, é de observância obrigatória pelo 
particular. Um exemplo é a determinação de que uma feira livre seja 
realizada somente aos domingos, em determinada avenida da cidade. 
Os feirantes não podem descumprir essa determinação, por exemplo, 
instalando a feira em dia ou local diverso do determinado no ato. O 
mesmo se dá com a aplicação de uma multa, que, pela sua só emissão, 
passa a ser imperativa para o administrado sancionado. 
8.4. Autoexecutoriedade 
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De nada adiantaria a imperatividade do ato se o particular 
pudesse simplesmente se negar a observá-lo. Assim, em caso de óbice 
ao cumprimento espontâneo de um ato imperativo, a Administração 
tem a prerrogativa de forçar o administrado à execução da 
determinação, sem necessidade de prévia autorização judicial. 
Há duas maneiras de forçar o particular ao cumprimento do ato: 
por intermédio de meios indiretos de coerção, como multas e negativa 
de renovação de licença de atividade; ou pelo uso de meios diretos, 
com a utilização, se necessária, da força policial. 
Por exemplo, se alguém expõe à venda mercadoria com data de 
validade vencida, um fiscal da vigilância sanitária pode, ao perceber o 
fato, advertir o comerciante da irregularidade e determinar que ele 
recolha a mercadoria da prateleira (ato imperativo). Se o particular se 
recusar ao cumprimento da ordem, pode o agente público impor-lhe 
multa diária (meio indireto), até que ele cumpra a determinação. Se, 
ainda assim, o comerciante não retirar a mercadoria de venda, o 
servidor, com o uso de agentes da vigilância sanitária e, se necessário, 
de policiais, efetuará ele mesmo o recolhimento (meio direto), dando 
cumprimento ao ato, sem prejuízo da manutenção da multa aplicada 
anteriormente. 
Alguns autores chamam a utilização de meios indiretos de coerção 
de exigibilidade do ato e o uso de meios diretos, de executoriedade
propriamente dita. Seriam subdivisões do atributo da 
autoexecutoriedade. 
A autoexecutoriedade só existe quando expressamente 
prevista em lei ou em situações de emergência. Assim, ainda que 
não haja regulamentação legal, pode um agente da defesa civil 
determinar a demolição de um edifício que esteja prestes a cair, para 
evitar danos à segurança pública (situação de emergência). 
Embora possam ser usadas como meio indireto de coerção, as 
multas em si não são autoexecutórias. Neste caso, a cobrança deve 
ser promovida por meio da via judicial. 
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8.5. Tipicidade 
Este atributo decorre do princípio da legalidade. Uma vez que 
a Administração só pode fazer o que está previsto em lei, a prática de 
qualquer ato administrativo exige que ele esteja previamente 
descrito na norma legal, isto é, que ele esteja tipificado na lei. 
Desse modo, os atos administrativos possuem o atributo da tipicidade. 
Atributos do 
ato administrativo 
Presunção de legitimidade 
Presunção de veracidade 
Imperatividade 
Autoexecutoriedade
ExigibilidadeExecutoriedade 
propriamente dita 
Tipicidade 
9. Classificação dos Atos Administrativos 
Várias classificações podem ser idealizadas para os atos 
administrativos. Vejamos as principais, as mais utilizadas pela doutrina. 
9.1. Atos Simples, Complexos e Compostos 
Quanto à formação da vontade, os atos administrativos podem 
ser simples, complexos ou compostos. 
Atos simples são os praticados por um único órgão, como 
uma portaria editada por um ministro de estado ou uma decisão 
colegiada de um tribunal. Veja que um ato simples pode ser 
unipessoal (decisão de um único agente) ou colegiado (decisão por 
consenso ou maioria de um grupo de agentes). No caso, o que importa 
é ele ser emanado de um único órgão. 
Atos complexos são os realizados por mais de um órgão, 
cujas vontades se fundem, para a produção de um ato único. É 
exemplo a expedição de um decreto, que exige a manifestação conjunta 
do chefe do Poder Executivo e a referenda do ministro ou secretário de 
estado (art. 87, I, CF/88). 
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Atos compostos são, na verdade, formados por dois atos, em 
que um é o ato principal e o outro, o ato secundário em relação ao 
primeiro. O ato secundário ratifica ou dá eficácia ao ato principal 
anteriormente praticado. Exemplo de ato composto é uma autorização 
que dependa do visto de um superior. Neste caso, a autorização é o ato 
principal e o visto, o ato complementar que lhe dá eficácia. 
9.2. Atos Válidos, Nulos, Anuláveis e Inexistentes 
Quanto à validade, os atos administrativos podem ser válidos
ou inválidos. Os primeiros são formados conforme o direito, isto é, 
em observância à lei e aos princípios administrativos que os regem. Os 
segundos, em contrariedade ao direito. 
Quando a nulidade de um ato inválido (ou ilegal) é absoluta, o 
ato é nulo, não pode ser convalidado. Por outro lado, se for possível 
sanar o vício que macula o ato, ele será meramente anulável
(nulidade relativa ou anulabilidade) ou, ainda, convalidável, isto é, 
passível de convalidação. 
A convalidação é o saneamento de um ato inválido anulável, 
por meio da expedição de outro ato administrativo, que o corrige, com 
efeitos ex tunc (retroativos). A convalidação dos atos administrativos 
será estudada adiante. 
Podemos citar ainda os chamados atos inexistentes, que, na 
verdade, não são atos administrativos, mas manifestações com mera 
aparência de ato, como no caso de uma decisão tomada por um 
usurpador de função pública, que se disfarça de agente público e passa 
a praticar atos que não podem ser imputados à Administração. Os atos 
inexistentes não podem ser convalidados, eis que nem mesmo chegam 
a se aperfeiçoar como atos administrativos. 
9.3. Atos Perfeitos, Imperfeitos, Pendentes e Consumados 
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Quanto à exequibilidade, isto é, à capacidade de produzir 
efeitos jurídicos, os atos administrativos podem ser perfeitos, 
imperfeitos, pendentes ou consumados. 
Ato perfeito é o que já completou seu ciclo de formação, 
estando apto a produzir efeitos. Ato imperfeito, por outro lado, é 
aquele que ainda está em processo de formação (ex.: falta de 
assinatura do agente competente em um ato já escrito). 
Não se confunde a perfeição com a validade. A primeira 
refere-se à formação do ato; a segunda, à sua correspondência ao 
direito. Um ato pode ser perfeito, mas inválido, por ter sido produzido 
de forma contrária à lei. Um exemplo é um decreto expedido por um 
ministro de estado, uma vez que esse ato é privativo do chefe do 
Executivo. Em função do atributo da presunção de legitimidade, um ato 
inválido produz efeitos até que seja, afinal, anulado. 
Ato pendente é o que já completou seu ciclo de formação 
(perfeito), mas ainda não produz efeitos, por estar pendente de 
condição ou termo que permita sua eficácia. Por exemplo, um ato que 
preveja que só será aplicado a situações que ocorram no ano seguinte a 
sua entrada em vigor. 
Por fim, atos consumados são os que já exauriram seus 
efeitos e, portanto, passam a ser definitivos e irretratáveis. Por 
exemplo, uma autorização para um show em praça pública, que já 
ocorreu. 
Classificação dos Atos Administrativos 
Quanto à formação da 
vontade 
Simples 
Complexos 
Compostos 
Quanto à validade 
Válidos 
Nulos 
Anuláveis 
Inexistentes 
Quanto à exequibilidade 
Perfeitos 
Imperfeitos 
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Pendentes 
Consumados 
10. Extinção dos Atos Administrativos 
Os atos administrativos podem ser extintos em função de várias 
circunstâncias, como o cumprimento dos seus efeitos, o advento de 
termo final (nos atos por período determinado de tempo), o 
desaparecimento do objeto ou do destinatário (ex.: morte do 
pensionista) e a renúncia (ex.: agraciado com medalha que recusa o 
prêmio). 
No entanto, uma importante forma de extinção dos atos 
administrativos é a retirada, consistente na extinção do ato por 
iniciativa da própria Administração. As formas de retirada são: 
revogação, anulação, cassação, caducidade e contraposição. 
Vejamos cada uma delas. 
10.1. Revogação 
Revogação é a retirada de um ato administrativo válido, mas 
que se tornou inoportuno ou inconveniente ao interesse público. A 
revogação se dá pela prática de um ato administrativo, que revoga 
outro ato anterior. Como o ato revogado era válido até então, a 
revogação possui efeitos ex nunc (não retroativos). Um exemplo é a 
revogação de uma permissão para utilização de via pública para feira 
livre, porque uma nova linha de ônibus passará pelo local. 
A revogação só pode ser feita pela própria Administração 
Pública, por provocação ou de ofício, com base no seu poder de 
autotutela administrativa. Não se admite a revogação do ato 
administrativo pelo Poder Judiciário, pois ela se dá por razões de 
conveniência e oportunidade, que compõem o mérito administrativo, 
privativo da Administração. A única exceção seria o caso de o próprio 
Judiciário praticar atos administrativos, que poderiam, neste caso, ser 
por ele revogados, mas não se trataria, então, de função jurisdicional, 
mas de função administrativa praticada por esse Poder. 
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Nem todo ato pode ser revogado. Não estão sujeitos a essa 
forma de extinção: os atos vinculados, por não haver neles mérito 
administrativo, isto é, campo de atuação discricionária do administrador 
(o motivo e o objeto são vinculados); os atos consumados, pois, 
exauridos completamente seus efeitos, não há o que revogar; os atos 
que já geraram direitos adquiridos, como a concessão de 
aposentadoria; os atos que integram um procedimento, por já ter 
havido, neste caso, a chamada preclusão administrativa (ex.: não se 
pode revogar a fase de habilitação dos licitantes de uma concorrência 
pública, quando já se está na fase posterior do julgamento das 
propostas); e os denominados meros atos administrativos, que são 
aqueles de caráter apenas enunciativo, como uma certidão, um parecer 
ou um laudo, pois, neste caso, o ato apenas atesta uma situação de 
fato existente, e não uma real manifestação de vontade da 
administração. 
10.2. Anulação 
Anulação é a retirada do ato em função de ilegalidade
ocorrida em sua formação. O ato adentra o ordenamento jurídico de 
forma inválida e, por isso, deve ser retirado. A anulação possui efeitos 
ex tunc (retroativos),pois o ato não deveria ter produzido efeitos. 
A anulação pode ser feita por ato administrativo da própria 
Administração Pública, por provocação ou de ofício, com base no seu 
poder de autotutela administrativa, ou pelo Poder Judiciário, este 
quando provocado pelo interessado, pois o juiz não age de ofício. 
A anulação pode, excepcionalmente, ocorrer com efeitos ex 
nunc, por razões de segurança jurídica. Por exemplo, um servidor 
que tenha recebido gratificação ilegal em seu contracheque não será 
obrigado a devolver as parcelas que recebeu de boa-fé, quando da 
anulação do pagamento da vantagem. Essa situação é prevista na 
Súmula 250 do TCU. 
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Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, nem sempre está a 
Administração obrigada a anular um ato ilegal. Embora ela tenha, em 
regra, esse dever, poderá deixar de fazê-lo, quando o prejuízo 
resultante da anulação puder ser maior do que o decorrente da 
manutenção do ato ilegal. O melhor atendimento ao interesse público, 
neste caso, deverá norteará a decisão. Em alguns casos, a melhor 
opção será convalidar o ato, conforme veremos adiante. 
10.3. Cassação 
A cassação é a extinção de um ato administrativo em razão da 
ocorrência de ilegalidade em sua execução. O ato foi produzido 
validamente, mas o destinatário, ao usufruir dos direitos decorrentes do 
ato, incorreu em conduta ilegal, que autoriza a retirada do ato. Um 
exemplo é a cassação da licença para dirigir, por excesso de multas de 
trânsito. 
Tanto a cassação como a anulação representam a extinção do ato 
em função de uma ilegalidade. Na anulação, essa ilegalidade ocorre na 
formação do ato; na cassação, ela surge na sua execução. 
10.4. Caducidade 
Ocorre a caducidade quando um ato administrativo, até então 
válido, perde seus efeitos em virtude da superveniência de um 
ato de hierarquia superior, que prejudica o conteúdo do primeiro. 
Um exemplo é um ato administrativo da Receita Federal que estabelece 
uma cota máxima de importação de determinada mercadoria, sendo 
que uma lei posterior vem a proibir a entrada desse item no país. O ato 
administrativo fica extinto por caducidade. 
10.5. Contraposição 
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Contraposição é a extinção de um ato administrativo em razão da 
prática de um ato em sentido contrário ao inicial, que, por isso, 
resta extinto. É o caso da exoneração de um servidor comissionado, ato 
que se contrapõe à anterior nomeação do indivíduo para o cargo. 
Alguns autores, como Diogenes Gasparini, consideram a caducidade 
simplesmente um específico tipo de revogação. 
Extinção dos Atos Administrativos 
Revogação 
Retirada de um ato válido que se 
tornou inoportuno ou 
inconveniente. 
Anulação 
Retirada do ato por ilegalidade em 
sua formação. 
Cassação 
Retirada do ato por ilegalidade em 
sua execução. 
Caducidade 
Retirada de um ato que perde seus 
efeitos pela superveniência de ato 
de maior hierarquia. 
Contraposição 
Retirada do ato pela prática de um 
ato em sentido contrário a ele. 
11. Convalidação 
Vimos que um ato administrativo ilegal, como regra, deve ser 
anulado, retirado do ordenamento jurídico desde seu nascedouro 
(efeitos ex tunc). Vimos também que, algumas vezes, por razões de 
segurança jurídica, a anulação pode ser promovida com efeitos ex nunc. 
Além disso, existem casos em que o ato não chega a ser 
invalidado, sofrendo a chamada convalidação, seja porque a 
ilegalidade é de pequena monta, não se justificando a anulação, 
inclusive por uma questão de eficiência, seja porque, em razão do 
tempo transcorrido, a situação já se consolidou no tempo, devendo o 
ato permanecer por razões de segurança jurídica. Em alguns casos, a 
situação fática sequer permite o desfazimento do ato, por ter se tornado 
irreversível (teoria do fato consumado). 
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A convalidação é o saneamento de um ato inválido anulável, 
por meio da expedição de outro ato administrativo, que o corrige, com 
efeitos ex tunc. 
Seja um ato que conceda férias a um servidor de uma autarquia, 
praticado pelo chefe do setor, quando a autoridade competente par 
tanto era o presidente da entidade. Não há necessidade de o dirigente 
anular o ato de concessão de férias, para, a seguir, editar outro, em seu 
nome, concedendo as férias ao agente. Ele pode simplesmente 
convalidar o ato do subordinado, ratificando, por ato próprio, as férias 
do servidor beneficiado. Tudo em atenção aos princípios da eficiência e 
da celeridade processual. 
Todavia, caso a situação fática não possa ser desfeita, 
prevalecerão os efeitos produzidos, cabendo indenização aos 
prejudicados, se for o caso. Um exemplo é a descoberta da nulidade de 
uma licitação de obra, por direcionamento do procedimento para a 
empresa de um parente do agente público, em que o prédio já esteja 
concluído. Não é razoável, neste caso, demolir um edifício regularmente 
construído, em razão da nulidade da licitação. Aplica-se, nesta hipótese, 
a teoria do fato consumado. Outro exemplo seria o de um bairro 
residencial edificado em área de proteção ambiental, situação que só foi 
constatada anos depois, quando já moravam inúmeros habitantes no 
local, havendo, inclusive, serviços públicos em pleno fornecimento, 
como água, luz e gás canalizado. 
Além disso, se já houver transcorrido um período de tempo 
razoável, de maneira que a situação, embora passível de reversão, já se 
tenha consolidado no tempo, não mais se admitirá a anulação do ato 
que gere efeitos favoráveis ao destinatário, embora ilegal. Segundo o 
art. 54 da Lei 9.784/1999, esse prazo é de cinco anos, salvo 
comprovada má-fé do administrado. Se, por exemplo, um servidor já 
recebesse uma gratificação em seu contracheque há mais de cinco 
anos, não poderia mais a Administração anular a concessão da 
vantagem. Essa hipótese é chamada de convalidação tácita do ato 
administrativo. 
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A Lei 9.784/1999, no art. 55, prevê ainda a possibilidade de 
convalidação expressa pela Administração dos atos que apresentem 
defeitos sanáveis e o saneamento não acarrete lesão ao interesse 
público nem prejuízo a terceiros. 
Como se vê, em alguns casos, o princípio da segurança 
jurídica ganha tamanha força, que o ato ilegal não é sequer invalidado, 
mas convalidado. Neste caso, entende-se que anular o ato ilegal 
geraria um transtorno maior que sua manutenção no ordenamento. 
Nem sempre é cabível a convalidação. Surge aqui a discussão 
sobre o que seriam os defeitos sanáveis do ato administrativo ilegal. 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que o exame do assunto deve ser 
feito a partir da análise dos cinco elementos do ato: sujeito competente, 
finalidade, forma, motivo e objeto. Ela elenca como defeitos 
insanáveis os que afetam a finalidade, o motivo e o objeto. Já os 
vícios de forma podem ser convalidados, desde que não se trate de 
forma essencial à validade do ato (ex.: forma de decreto para um 
regulamento de lei; seria insanável, neste caso, um regulamento sob a 
forma de portaria). E os vícios de competência também são passíveis 
de convalidação, quando não se tratar de competência exclusiva do 
agente (ex.: competência presidencial para regulamentar leis; não se 
poderia convalidar, nessa situação, um decreto expedido por um 
ministro de estado). 
Como regra,a convalidação, quando cabível, é obrigatória. 
A exceção fica por conta de um ato discricionário praticado por 
autoridade incompetente (vício de competência em ato 
discricionário). Neste caso, pode a autoridade competente optar se 
deseja convalidar ou invalidar o ato. Por exemplo, se um agente 
incompetente concede férias a um servidor em determinado mês (o 
mês exato de concessão de férias é discricionário), pode a autoridade 
competente, ao tomar conhecimento do fato, ratificar o ato inválido ou 
anulá-lo, por julgar que aquele não é o momento apropriado para 
conceder férias ao servidor. 
12. Espécies de Atos Administrativos 
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Segundo Hely Lopes Meirelles, os atos administrativos podem ser 
distribuídos nas seguintes espécies: atos normativos, atos 
ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos e atos punitivos. 
Vejamos cada uma delas. 
12.1. Atos Normativos 
Atos administrativos normativos são os que têm conteúdo de 
norma, isto é, possuem comandos gerais e abstratos, de 
observância obrigatória por todos os destinatários. A principal função 
dos atos normativos é explicitar as leis administrativas. São 
exemplos os decretos, os regimentos, as resoluções e portarias 
normativas e outros atos de conteúdo geral e abstrato. 
Os atos normativos, por estabelecerem regras gerais e abstratas, 
são vistos como leis em sentido material, embora não o sejam em 
sentido formal, já que não são produzidos pelos Parlamentos, segundo 
as regras do processo legislativo. 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro entende que os atos normativos 
infralegais não são verdadeiros atos administrativos, pois estes seriam 
apenas aqueles de conteúdo concreto, dirigidos a uma específica 
situação. Para a autora, os atos normativos são uma espécie do gênero 
atos da Administração, ao lado de outros, como os atos políticos, os 
contratos administrativos, os atos privados da Administração, os atos 
materiais da Administração (fatos administrativos) e os atos 
administrativos propriamente ditos. 
12.2. Atos Ordinatórios 
Atos administrativos ordinatórios são os que se destinam a 
disciplinar o funcionamento interno da Administração e a conduta 
funcional de seus agentes. Seus destinatários são os próprios 
servidores públicos do órgão ou entidade. 
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Os atos ordinatórios atuam apenas no âmbito interno das 
repartições, alcançando os respectivos servidores. Em regra, não 
estabelecem obrigações para os administrados em geral, mas, se o 
fizerem, deverão ser divulgados externamente, para conhecimento 
público (ex.: ato ordinatório que veda o uso, aos servidores e ao público 
em geral, de camisetas ou bermudas no interior da repartição). 
Os atos ordinatórios decorrem do poder hierárquico e podem 
ser expedidos por qualquer autoridade administrativa aos seus 
subordinados, desde que nos limites de sua competência. São 
exemplos: instruções, memorandos, portarias, ordens de serviço e 
despachos. 
12.3. Atos Negociais 
Atos administrativos negociais são os que contêm uma 
declaração de vontade da Administração coincidente com a 
pretensão do particular. Visam à concretização de negócios jurídicos 
públicos ou à atribuição de direitos ou vantagens ao destinatário, nas 
condições impostas ou consentidas pelo Poder Público. Ao contrário dos 
atos administrativos normativos, que possuem caráter geral e abstrato, 
os atos negociais geram efeitos apenas para o respectivo administrado. 
Embora sejam atos unilaterais (manifestação de vontade 
unicamente da Administração), possuem conteúdo negocial, pois 
atendem a interesses da Administração e do administrado. Por meio dos 
atos negociais, a Administração atende a alguma pretensão do 
administrado, estabelecendo as condições para o atendimento. Como 
são atos que resultam do consentimento dos administrados, são 
desprovidos de imperatividade. São exemplos a licença, a 
autorização, a admissão, a permissão, a aprovação e a 
homologação. 
A licença e a autorização são atos administrativos por meio dos 
quais a Administração faculta àquele que preencha os requisitos legais o 
exercício de uma atividade. No entanto, a licença difere-se da 
autorização porque esta é ato discricionário (ex.: autorização de porte 
de arma) e aquela, ato vinculado (ex.: licença para dirigir). 
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Existem também a autorização e a permissão de uso de bem 
público. A autorização de uso (que não é a autorização de atividade 
do parágrafo anterior) é o ato administrativo unilateral, 
discricionário e precário (precário é o ato que pode ser revogado a 
qualquer tempo, sem obrigação de indenizar o particular), pelo qual a 
Administração consente que um particular utilize um bem público com 
exclusividade, em seu próprio interesse, desde que isso não contrarie 
o interesse público. Pode ser gratuita ou onerosa. Um exemplo é a 
autorização para instalação de mesas de bar nas calçadas públicas, 
durante determinado horário do dia ou da noite. 
Permissão de uso é o ato administrativo unilateral, 
discricionário e precário, pelo qual a Administração Pública faculta a 
utilização privativa de um bem público, para fins de interesse 
público. É exemplo a permissão de uso de rua, determinado dia da 
semana, para a instalação de barracas de feirantes que vendem 
hortifrutigranjeiros. 
Veja: a diferença entre a autorização e a permissão é que esta 
atende ao interesse público e ao particular ao mesmo tempo e aquela, 
apenas ao interesse particular, mas sem contrariar o interesse público. 
Em função disso, a doutrina ensina que a autorização de uso é ato que 
possui maior precariedade do que a permissão de uso. 
Agora, atenção: em alguns casos, a autorização e a permissão 
podem ser concedidas por tempo determinado (ex.: permissão de 
instalação de feira livre por um ano). Neste caso, a Administração abre 
mão da precariedade do ato, pois, havendo prazo determinado, sua 
eventual revogação antes do previsto gerará direito do particular à 
indenização pela extinção precoce autorização ou permissão, que, neste 
caso, leva o nome de condicionada ou qualificada. 
Por fim, a admissão ocorre quando a Administração permite que 
um indivíduo ingresse em determinado estabelecimento público, por 
exemplo, universidades, escolas e hospitais públicos. 
12.4. Atos Enunciativos 
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Atos administrativos enunciativos são aqueles que declaram 
uma situação existente, sem manifestação de vontade da 
Administração. Segundo Hely Lopes Meirelles, são atos 
administrativos apenas em sentido formal, visto que, 
materialmente, não contêm manifestação da vontade da 
Administração. 
Nesse tipo de ato, a Administração limita-se a atestar certo fato 
ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, sem se vincular ao 
seu enunciado. São exemplos as certidões, os atestados e os 
pareceres administrativos. São chamados também de meros atos 
administrativos. 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro não considera os atos enunciativos 
como atos administrativos, justamente por não conterem declaração de 
vontade da Administração, nem produzirem efeitos jurídicos imediatos. 
Para ela, são apenas outra espécie do gênero atos da Administração: os 
chamados atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor. 
12.5. Atos Punitivos 
Atos administrativos punitivos são os queapresentam uma 
sanção da Administração aos que contrariam as normas
administrativas em vigor. A punição tem por fim reprimir futuras 
transgressões ou condutas irregulares de servidores públicos ou 
particulares perante a Administração. 
Podem ser aplicados no âmbito do poder disciplinar ou no do 
poder de polícia. São exemplos a demissão, a suspensão e a 
advertência aplicadas aos servidores públicos (poder disciplinar), bem 
como a multa, a interdição de atividades e a destruição de mercadorias 
aplicadas aos particulares (poder de polícia). 
Espécies de Atos 
Administrativos 
Normativos 
Ordinatórios 
Negociais 
Enunciativos 
AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
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Punitivos 
Muito bem! Vista a teoria, vamos agora aos exercícios 
comentados da nossa gloriosa Esaf! Tentem resolver a lista seca, ao 
final, antes de lerem os comentários! 
1. Exercícios 
1) (Esaf/MF/ATA/2009) Associe os elementos do ato administrativo a 
seus conceitos, em linhas gerais. Ao final, assinale a opção 
correspondente. 
1. Sujeito 
2. Objeto ou conteúdo 
3. Forma 
4. Finalidade 
5. Motivo 
( ) É o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato 
administrativo. 
( ) É o efeito jurídico imediato que o ato produz. 
( ) É o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do 
ato. 
( ) É aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato. 
( ) É a exteriorização do ato e/ou as formalidades que devem ser 
observadas durante o processo de sua formação. 
a) 2, 4, 3, 1, 5 
b) 2, 5, 1, 3, 4 
c) 5, 2, 4, 1, 3 
d) 5, 4, 2, 1, 3 
e) 3, 1, 4, 2, 5 
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Sujeito competente (ou simplesmente competência) é aquele a quem a 
lei atribui competência para a prática do ato. Objeto ou conteúdo é o 
efeito jurídico imediato que o ato produz. Forma é a maneira de 
exteriorização do ato, as formalidades que devem ser observadas 
durante sua formação. Finalidade é o resultado que a Administração 
quer alcançar com a prática do ato, devendo sempre ser de interesse 
público. Por fim, motivo é o pressuposto de fato e de direito que serve 
de fundamento à prática do ato. Desse modo, a sequência correta é 5-
2-4-1-3 (letra C). 
2) (Esaf/MTE/AFT/2010) Relativamente à vinculação e à 
discricionariedade da atuação administrativa, assinale a opção que 
contenha elementos do ato administrativo que são sempre vinculados. 
a) Competência e objeto. 
b) Finalidade e motivo. 
c) Competência e finalidade. 
d) Finalidade e objeto. 
e) Motivo e objeto. 
Em todos os atos administrativos, sejam vinculados, sejam 
discricionários, os elementos competência, finalidade e forma são 
sempre vinculados. Já os elementos motivo e objeto podem ser 
vinculados ou discricionários, conforme se trate, respectivamente, de 
atos vinculados ou discricionários. Desse modo, o gabarito é a letra C. 
3) (Esaf/Susep/Analista Técnico/2010) O chamado mérito 
administrativo costuma ser relacionado ao(s) seguinte(s) elemento(s) 
do ato administrativo: 
a) finalidade e objeto. 
b) finalidade e motivo. 
c) motivo e objeto. 
d) finalidade, apenas. 
e) motivo, apenas. 
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O mérito administrativo é a possibilidade de valoração dos motivos e 
escolha do objeto do ato discricionário por parte do administrador. 
Como se percebe, só é possível nos atos em que o motivo e o objeto 
sejam discricionários (atos discricionários). Gabarito: letra C. 
4) (Esaf/SMF-RJ/Agente de Trabalhos de Engenharia/2010) Um 
servidor público edita um ato administrativo, o qual, não havendo 
condição suspensiva, opera efeitos desde já. Particular, posteriormente, 
pode contestar sua validade, sustentando que o ato padece de vício de 
legalidade, devendo, contudo, provar sua alegação. Assinale o item que 
contém o atributo do ato administrativo que ocasiona a transferência do 
ônus da prova da invalidade do referido ato para quem a invoca. 
a) Imperatividade 
b) Poder regulamentar 
c) Presunção de legitimidade 
d) Autoexecutoriedade 
e) Exigibilidade 
Pelo atributo da presunção de legitimidade, presume-se que o ato foi 
praticado conforme as leis e princípios que o regem, de modo que se 
considera a atividade administrativa, em princípio, como legítima, isto 
é, conforme o direito. Todavia, essa presunção é relativa (iuris tantum), 
isto é, admite prova em contrário do particular afetado pelo ato. Diante 
disso, a opção que melhor responde à questão é a letra C (gabarito). 
Registre-se, apenas, que o enunciado foi mal formulado, pois, como 
visto na teoria, o atributo que verdadeiramente inverte o ônus da prova 
é a presunção de veracidade. 
5) (Esaf/MF/ATA/2009) Acerca dos atos administrativos, assinale a 
opção correta. 
a) A presunção de legitimidade dos atos administrativos é absoluta. 
b) O administrado pode negar-se a cumprir qualquer ato administrativo 
quando ainda não apreciado e convalidado pelo Poder Judiciário. 
c) Até prova em contrário, presume-se que os atos administrativos 
foram emitidos com observância da lei. 
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d) Cumpridas todas as exigências legais para a prática de um ato 
administrativo, ainda que seja ele discricionário, o administrado passa a 
ter direito subjetivo à sua realização. 
e) Considera-se mérito administrativo a conveniência e a oportunidade 
da realização do ato, sempre previamente definido e determinado pela 
lei. 
Letra A: falsa, pois a presunção de legitimidade dos atos 
administrativos é apenas relativa (juris tantum), isto é, admite prova 
em contrário. 
Letra B: errada, porque os atos administrativos imperativos devem ser 
observados pelo particular, inclusive sob pena, em alguns casos, de a 
própria Administração forçá-lo a cumprir o ato, quando estiver presente 
o atributo da autoexecutoriedade. 
Letra C: correta (gabarito), pois apresenta exatamente o atributo da 
presunção de legitimidade dos atos administrativos. 
Letra D: incorreta, já que, nos atos administrativos discricionários, a 
decisão quanto à conveniência e à oportunidade da realização do ato 
fica a cargo da Administração, não havendo que se falar em direito 
subjetivo do administrado à prática do ato. 
Letra E: falsa, pois o mérito administrativo é a margem legal de decisão 
nos atos administrativos, a liberdade conferida pela lei ao administrador 
público para a prática do ato, sendo errado, portanto, dizer que o 
mérito está previamente definido e determinado pela lei. 
6) (Esaf/SMF-RJ/Fiscal de Rendas/2010) Assinale a opção incorreta, no 
tocante à revogação do ato administrativo. 
a) Atos que geraram direitos adquiridos a particulares não podem ser 
revogados. 
b) A revogação não é o instrumento idôneo para atingir ato 
administrativo ilegal. 
c) A revogação só pode ocorrer mediante ato da Administração, não 
podendo ser determinada por decisão judicial. 
d) Os efeitos da revogação retroagem, alcançando os efeitos já 
produzidos pelo ato revogado. 
e) A revogação do ato administrativo tem como motivo a inconveniência 
ou a inoportunidade na manutenção de tal ato. 
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Letra A: verdadeira, pois revogar atos que já geraram direitos 
adquiridos representaria a negação desses direitos aos particulares, 
sendo, assim, vedadaa revogação. 
Letra B: correta, porque o instrumento adequado para extinguir um ato 
administrativo ilegal é a anulação. 
Letra C: certa, pois a revogação é instituto privativo da Administração 
que pratica o ato, envolvendo decisão discricionária quanto à 
conveniência e à oportunidade da manutenção do ato (mérito 
administrativo). 
Letra D: incorreta (gabarito), porque os efeitos da revogação são ex 
nunc, isto é, não retroativos, já que o ato revogado era válido até 
então. 
Letra E: verdadeira, conforme comentário à letra C. 
7) (Esaf/SMF-RJ/Agente de Fazenda/2010) Não é hipótese de extinção 
do ato administrativo: 
a) a revogação. 
b) a renúncia. 
c) a cassação. 
d) a caducidade. 
e) a convalidação. 
A revogação, a cassação e a caducidade são formas de extinção do 
ato administrativo por retirada, isto é, pela prática de um ato da 
Administração que extingue um ato anterior. A renúncia extingue o ato 
por iniciativa do particular, que recusa seus efeitos, como a recusa em 
receber determinada honraria do Poder Público ou de continuar 
usufruindo de seus benefícios. Já a convalidação não extingue o ato 
administrativo, ao contrário, ela saneia o vício de um ato ilegal, que 
segue no mundo jurídico escoimado da ilegalidade que o maculava. 
Assim, o gabarito é a Letra E. 
8) (Esaf/MTE/AFT/2010) Assinale a opção que contemple ato 
administrativo passível de revogação. 
a) Atestado de óbito. 
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b) Homologação de procedimento licitatório. 
c) Licença para edificar. 
d) Certidão de nascimento. 
e) Autorização de uso de bem público. 
O atestado de óbito (letra A) e a certidão de nascimento (letra D) são 
atos administrativos enunciativos (meros atos administrativos), não 
sujeitos a revogação, por não conterem verdadeira manifestação de 
vontade da Administração, mas apenas reconhecerem uma situação de 
fato preexistente (são atos administrativos apenas do ponto de vista 
formal). A homologação de procedimento licitatório (letra B), por fazer 
parte de um procedimento administrativo (licitação), só pode ser 
revogada no momento oportuno, pois, depois disso (ex.: após a 
adjudicação), ocorre a chamada preclusão administrativa. A licença para 
edificar (letra C) não pode ser revogada por se tratar de ato vinculado, 
que não possui mérito administrativo, além de gerar direito adquirido 
do administrado de edificar em seu terreno. Já a autorização de uso de 
bem público é ato discricionário e precário, sujeito à revogação por 
razões de conveniência e oportunidade, sem que o autorizatário possa 
reclamar indenização em razão da revogação do ato. Desse modo, a 
alternativa que melhor responde à questão é a letra E (gabarito). 
9) (Esaf/Sefaz-SP/APO/2009) Acerca da teoria geral do ato 
administrativo, assinale a opção correta. 
a) Licença é o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a 
Administração faculta àquele que preencha os requisitos legais o 
exercício de uma atividade. 
b) O decreto não pode ser considerado como ato administrativo, pois 
representa, em verdade, manifestação legislativa por parte do Poder 
Executivo. 
c) Ato administrativo discricionário é aquele em que a lei não deixou 
opções, estabelecendo que, diante de determinados requisitos, a 
Administração deve agir de tal ou qual forma. 
d) Todo ato praticado no exercício da função administrativa é ato 
administrativo. 
e) O ato administrativo não está sujeito a controle jurisdicional. 
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Letra A: correta, pois apresenta a exata definição de licença 
administrativa. É o gabarito. 
Letra B: Alguns autores, como Di Pietro, não consideram o decreto (e 
nenhum ato normativo) um verdadeiro ato administrativo, por não 
possuir conteúdo concreto (o decreto, em regra, é ato geral e abstrato). 
Inclusive, Hely Lopes Meirelles destaca que os atos normativos são atos 
administrativos apenas em sentido formal, por serem produzidos pela 
Administração, mas, materialmente, tem conteúdo de lei. Não 
obstante, a alternativa está errada, porque o decreto não é ato 
legislativo (não é lei), mas ato de natureza infralegal. 
Letra C: incorreta, pois apresenta a definição de ato vinculado, dizendo 
que se trata de ato discricionário. Neste, a Administração tem, sim, 
certa liberdade para decidir, nos limites deixados pela lei, sendo tal 
liberdade justamente a discricionariedade do administrador. 
Letra D: falsa, pois, segundo Di Pietro, existem atos da Administração 
que não são atos administrativos, como os atos normativos e 
enunciativos (para Hely, estes são atos apenas em sentido formal). 
Além disso, a Administração pode praticar atos de natureza privada, 
que são atos da Administração, mas não são atos administrativos, por 
não serem regidos pelo regime jurídico administrativo (regime de 
Direito Público da Administração). 
Letra E: incorreta, porque toda a atividade administrativa está sujeita a 
controle jurisdicional, sendo inclusive um princípio aplicável à atividade 
administrativa a inafastabilidade do controle jurisdicional. 
10) (Esaf/Receita Federal/AFRFB/2009) Quanto à competência para a 
prática dos atos administrativos, assinale a assertiva incorreta. 
a) Não se presume a competência administrativa para a prática de 
qualquer ato, necessária previsão normativa expressa. 
b) A definição da competência decorre de critérios em razão da matéria, 
da hierarquia e do lugar, entre outros. 
c) A competência é, em regra, inderrogável e improrrogável. 
d) Admite-se, excepcionalmente, a avocação e a delegação de 
competência administrativa pela autoridade superior competente, nos 
limites definidos em lei. 
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e) Com o ato de delegação, a competência para a prática do ato 
administrativo deixa de pertencer à autoridade delegante em favor da 
autoridade delegada. 
Letra A: certa. A competência é o poder legal conferido a um agente 
para a prática do ato administrativo. Ela deriva da lei e por ela é 
delimitada, não se devendo falar em competência implícita. 
Letra B: correta, pois a competência pode ser atribuída a determinado 
órgão ou agente, entre outros critérios, em função da matéria (ex.: 
fazenda, educação, agricultura etc.), da hierarquia (ex.: órgãos de 
direção e de execução) ou do lugar onde será exercida (ex.: órgãos em 
Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro etc.). 
Letra C: verdadeira. Em regra, a competência administrativa não pode 
ser revogada (salvo por lei), nem prorrogada. Prorrogação da 
competência é o deslocamento da competência de um para outro 
órgão ou agente, que passa a ser o competente para praticar certo ato 
que, a princípio, não era de sua atribuição. Surge por determinação 
legal ou por inércia do órgão ou agente competente. Tal fenômeno 
ocorre em alguns casos no Direito Processual. Já no Direito 
Administrativo, o art. 11 da Lei 9.784/1999 expressa que a 
competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a 
que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação 
legalmente admitidos. 
Letra D: verdadeira. As regras para a avocação e a delegação de 
competência administrativa estão nos artigos 11 a 15 da Lei 
9.784/1999. 
Letra E: falsa (gabarito), pois o delegante não perde a competência por 
ter delegado seu exercício a outro agente. Tanto é que ele pode revogar 
a delegação a qualquer tempo, chamando a competência a si 
novamente. 
11) (Esaf/MPOG/APO/2008) Em se tratando dos atos administrativos, 
analise os itens a seguir e marque comV a assertiva verdadeira e com 
F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente: 
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( ) Entre os atributos do ato administrativo, encontra-se a presunção de 
veracidade a qual diz respeito à conformidade do ato com a lei; em 
decorrência desse atributo, presume-se, até prova em contrário, que os 
atos administrativos foram emitidos com observância da lei; 
( ) A auto-executoriedade consiste em atributo pelo qual os atos 
administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua 
concordância; 
( ) Entre os elementos do ato administrativo, encontra-se a finalidade a 
qual é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao 
ato administrativo; 
( ) O objeto ou conteúdo do ato administrativo consiste no efeito 
jurídico imediato que o ato produz. 
a) F, V, F, F 
b) F, V, V, F 
c) V, F, V, V 
d) F, F, F, V 
e) V, V, F, F 
Item I: errado, porque descreve as características do atributo chamado 
a presunção de legitimidade. Pela presunção de veracidade, presume-
se que o conteúdo do ato (os fatos alegados pela Administração) é 
verdadeiro, até prova em contrário. 
Item II: falso, porque descreve o atributo da imperatividade. Por sua 
vez, a autoexecutoriedade significa que a Administração pode executar 
o ato ela mesma, caso haja resistência do particular, sem necessidade 
de autorização judicial. 
Item III: incorreto, porque descreve o elemento motivo do ato 
administrativo. Já a finalidade, como elemento do ato administrativo, é 
representada pelo atendimento ao interesse público. 
Item IV: verdadeiro, conforme visto na teoria. 
Gabarito: letra D. 
12) (Esaf/Natal/Auditor do Tesouro Municipal/2008) Quanto aos Atos 
Administrativos, analise os itens a seguir e marque a opção correta: 
I. A imperatividade não existe em todos os atos administrativos, não se 
aplicando a atos enunciativos. 
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II. O objeto é o efeito jurídico imediato que o ato produz. 
III. A fonte da discricionariedade é a própria lei: aquela só existe nos 
espaços deixados por esta. 
IV. Os atos administrativos negociais contêm uma declaração de 
vontade da Administração apta a deferir certa faculdade ao particular, 
nas condições impostas pelo Poder Público. 
V. A revogação do ato administrativo pode ser feita pelo Judiciário e 
pela Administração, quando o administrado praticar ato contrário à lei. 
a) Os itens III e V estão corretos. 
b) Os itens II e IV estão corretos. 
c) Os itens I e V estão incorretos. 
d) Os itens II e III estão incorretos. 
e) Os itens IV e V estão incorretos. 
Item I: certo, pois a imperatividade só existe nos atos que impõem 
obrigações aos particulares. Os atos enunciativos apenas declaram uma 
situação existente ou exprimem uma opinião, não representando 
verdadeira manifestação de vontade da Administração. 
Item II: correto, conforme visto na teoria. 
Item III: verdadeiro, pois a discricionariedade deve ser exercida nos 
limites da lei, sob pena de se converter em arbitrariedade (o que seria 
ilegal). 
Item IV: certo, porque os atos negociais, embora atendam a um 
interesse legítimo do particular, representa manifestação unilateral de 
vontade da Administração, isto é, a produção do ato depende apenas da 
atuação da Administração, que define seus termos, sempre em 
obediência aos limites da lei, é claro. 
Item V: errado, pois somente a própria Administração pode revogar um 
ato administrativo, por se tratar de decisão de mérito administativo. Ao 
Judiciário compete apenas anular os atos ilegais, quando provocado. 
Gabarito: letra B. 
13) (Esaf/STN/AFC/2008) Quanto à discricionariedade e à vinculação da 
atuação administrativa, pode-se afirmar corretamente: 
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a) a discricionariedade presente num ato administrativo nunca é total, 
pois, em geral, ao menos a competência, a forma e a finalidade são 
elementos definidos em lei e, portanto, vinculados. 
b) o ato administrativo será discricionário quando a lei não deixar 
margem de liberdade para a atuação do administrador e fixar a sua 
única maneira de agir diante do preenchimento de determinados 
requisitos. 
c) a conveniência e a oportunidade de realização dos atos constituem o 
mérito administrativo, presente nos atos vinculados e passível de 
controle pelo poder judiciário. 
d) quando o motivo for um aspecto discricionário do ato administrativo, 
ainda que expressamente indicado pela administração pública para a 
prática de determinado ato, não estará passível de controle pelo poder 
judiciário. 
e) a admissão de servidor público é ato administrativo discricionário 
típico, assim como a permissão de uso de bem público é exemplo 
clássico de ato administrativo vinculado. 
Letra A: verdadeira (gabarito), pois em qualquer ato, seja vinculado, 
seja discricionário, os elementos competência, finalidade e forma são 
sempre vinculados. Além disso, mesmo o motivo e objeto dos atos 
discricionários devem obedecer aos limites da discricionariedade 
estabelecidos em lei. 
Letra B: incorreta, porque apresenta a definição de ato vinculado, 
dizendo se tratar de ato discricionário. 
Letra C: errada, pois o mérito administrativo está presente nos atos 
discricionários e não é passível de controle pelo Poder Judiciário. 
Letra D: falsa, pois, sendo indicado o motivo, a Administração fica 
vinculado a tal razão para a prática do ato (teoria dos motivos 
determinantes). Neste caso, o ato poderá ser invalidado, inclusive pelo 
Judiciário, se se verificar que o motivo é nulo. A Justiça, contudo, deve 
respeitar as questões de mérito administrativo e só anular o ato se 
realmente houver ilegalidade do motivo apresentado. 
Letra E: incorreta, pois a admissão de servidor pode ser ato vinculado
(ex.: candidato aprovado dentro das vagas oferecidas no edital). Além 
disso, a permissão de uso de bem público é exemplo clássico de ato 
administrativo discricionário. 
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LISTA DE QUESTÕES DA AULA 04 
1) (Esaf/MF/ATA/2009) Associe os elementos do ato administrativo a 
seus conceitos, em linhas gerais. Ao final, assinale a opção 
correspondente. 
1. Sujeito 
2. Objeto ou conteúdo 
3. Forma 
4. Finalidade 
5. Motivo 
( ) É o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato 
administrativo. 
( ) É o efeito jurídico imediato que o ato produz. 
( ) É o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do 
ato. 
( ) É aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato. 
( ) É a exteriorização do ato e/ou as formalidades que devem ser 
observadas durante o processo de sua formação. 
a) 2, 4, 3, 1, 5 
b) 2, 5, 1, 3, 4 
c) 5, 2, 4, 1, 3 
d) 5, 4, 2, 1, 3 
e) 3, 1, 4, 2, 5 
2) (Esaf/MTE/AFT/2010) Relativamente à vinculação e à 
discricionariedade da atuação administrativa, assinale a opção que 
contenha elementos do ato administrativo que são sempre vinculados. 
a) Competência e objeto. 
b) Finalidade e motivo. 
c) Competência e finalidade. 
d) Finalidade e objeto. 
e) Motivo e objeto. 
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3) (Esaf/Susep/Analista Técnico/2010) O chamado mérito 
administrativo costuma ser relacionado ao(s) seguinte(s) elemento(s) 
do ato administrativo: 
a) finalidade e objeto.b) finalidade e motivo. 
c) motivo e objeto. 
d) finalidade, apenas. 
e) motivo, apenas. 
4) (Esaf/SMF-RJ/Agente de Trabalhos de Engenharia/2010) Um 
servidor público edita um ato administrativo, o qual, não havendo 
condição suspensiva, opera efeitos desde já. Particular, posteriormente, 
pode contestar sua validade, sustentando que o ato padece de vício de 
legalidade, devendo, contudo, provar sua alegação. Assinale o item que 
contém o atributo do ato administrativo que ocasiona a transferência do 
ônus da prova da invalidade do referido ato para quem a invoca. 
a) Imperatividade 
b) Poder regulamentar 
c) Presunção de legitimidade 
d) Autoexecutoriedade 
e) Exigibilidade 
5) (Esaf/MF/ATA/2009) Acerca dos atos administrativos, assinale a 
opção correta. 
a) A presunção de legitimidade dos atos administrativos é absoluta. 
b) O administrado pode negar-se a cumprir qualquer ato administrativo 
quando ainda não apreciado e convalidado pelo Poder Judiciário. 
c) Até prova em contrário, presume-se que os atos administrativos 
foram emitidos com observância da lei. 
d) Cumpridas todas as exigências legais para a prática de um ato 
administrativo, ainda que seja ele discricionário, o administrado passa a 
ter direito subjetivo à sua realização. 
e) Considera-se mérito administrativo a conveniência e a oportunidade 
da realização do ato, sempre previamente definido e determinado pela 
lei. 
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6) (Esaf/SMF-RJ/Fiscal de Rendas/2010) Assinale a opção incorreta, no 
tocante à revogação do ato administrativo. 
a) Atos que geraram direitos adquiridos a particulares não podem ser 
revogados. 
b) A revogação não é o instrumento idôneo para atingir ato 
administrativo ilegal. 
c) A revogação só pode ocorrer mediante ato da Administração, não 
podendo ser determinada por decisão judicial. 
d) Os efeitos da revogação retroagem, alcançando os efeitos já 
produzidos pelo ato revogado. 
e) A revogação do ato administrativo tem como motivo a inconveniência 
ou a inoportunidade na manutenção de tal ato. 
7) (Esaf/SMF-RJ/Agente de Fazenda/2010) Não é hipótese de extinção 
do ato administrativo: 
a) a revogação. 
b) a renúncia. 
c) a cassação. 
d) a caducidade. 
e) a convalidação. 
8) (Esaf/MTE/AFT/2010) Assinale a opção que contemple ato 
administrativo passível de revogação. 
a) Atestado de óbito. 
b) Homologação de procedimento licitatório. 
c) Licença para edificar. 
d) Certidão de nascimento. 
e) Autorização de uso de bem público. 
9) (Esaf/Sefaz-SP/APO/2009) Acerca da teoria geral do ato 
administrativo, assinale a opção correta. 
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a) Licença é o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a 
Administração faculta àquele que preencha os requisitos legais o 
exercício de uma atividade. 
b) O decreto não pode ser considerado como ato administrativo, pois 
representa, em verdade, manifestação legislativa por parte do Poder 
Executivo. 
c) Ato administrativo discricionário é aquele em que a lei não deixou 
opções, estabelecendo que, diante de determinados requisitos, a 
Administração deve agir de tal ou qual forma. 
d) Todo ato praticado no exercício da função administrativa é ato 
administrativo. 
e) O ato administrativo não está sujeito a controle jurisdicional. 
10) (Esaf/Receita Federal/AFRFB/2009) Quanto à competência para a 
prática dos atos administrativos, assinale a assertiva incorreta. 
a) Não se presume a competência administrativa para a prática de 
qualquer ato, necessária previsão normativa expressa. 
b) A definição da competência decorre de critérios em razão da matéria, 
da hierarquia e do lugar, entre outros. 
c) A competência é, em regra, inderrogável e improrrogável. 
d) Admite-se, excepcionalmente, a avocação e a delegação de 
competência administrativa pela autoridade superior competente, nos 
limites definidos em lei. 
e) Com o ato de delegação, a competência para a prática do ato 
administrativo deixa de pertencer à autoridade delegante em favor da 
autoridade delegada. 
11) (Esaf/MPOG/APO/2008) Em se tratando dos atos administrativos, 
analise os itens a seguir e marque com V a assertiva verdadeira e com 
F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente: 
( ) Entre os atributos do ato administrativo, encontra-se a presunção de 
veracidade a qual diz respeito à conformidade do ato com a lei; em 
decorrência desse atributo, presume-se, até prova em contrário, que os 
atos administrativos foram emitidos com observância da lei; 
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( ) A auto-executoriedade consiste em atributo pelo qual os atos 
administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua 
concordância; 
( ) Entre os elementos do ato administrativo, encontra-se a finalidade a 
qual é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao 
ato administrativo; 
( ) O objeto ou conteúdo do ato administrativo consiste no efeito 
jurídico imediato que o ato produz. 
a) F, V, F, F 
b) F, V, V, F 
c) V, F, V, V 
d) F, F, F, V 
e) V, V, F, F 
12) (Esaf/Natal/Auditor do Tesouro Municipal/2008) Quanto aos Atos 
Administrativos, analise os itens a seguir e marque a opção correta: 
I. A imperatividade não existe em todos os atos administrativos, não se 
aplicando a atos enunciativos. 
II. O objeto é o efeito jurídico imediato que o ato produz. 
III. A fonte da discricionariedade é a própria lei: aquela só existe nos 
espaços deixados por esta. 
IV. Os atos administrativos negociais contêm uma declaração de 
vontade da Administração apta a deferir certa faculdade ao particular, 
nas condições impostas pelo Poder Público. 
V. A revogação do ato administrativo pode ser feita pelo Judiciário e 
pela Administração, quando o administrado praticar ato contrário à lei. 
a) Os itens III e V estão corretos. 
b) Os itens II e IV estão corretos. 
c) Os itens I e V estão incorretos. 
d) Os itens II e III estão incorretos. 
e) Os itens IV e V estão incorretos. 
13) (Esaf/STN/AFC/2008) Quanto à discricionariedade e à vinculação da 
atuação administrativa, pode-se afirmar corretamente: 
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a) a discricionariedade presente num ato administrativo nunca é total, 
pois, em geral, ao menos a competência, a forma e a finalidade são 
elementos definidos em lei e, portanto, vinculados. 
b) o ato administrativo será discricionário quando a lei não deixar 
margem de liberdade para a atuação do administrador e fixar a sua 
única maneira de agir diante do preenchimento de determinados 
requisitos. 
c) a conveniência e a oportunidade de realização dos atos constituem o 
mérito administrativo, presente nos atos vinculados e passível de 
controle pelo poder judiciário. 
d) quando o motivo for um aspecto discricionário do ato administrativo, 
ainda que expressamente indicado pela administração pública para a 
prática de determinado ato, não estará passível de controle pelo poder 
judiciário. 
e) a admissão de servidor público é ato administrativo discricionário 
típico, assim como a permissão de uso de bem público é exemplo 
clássico de ato administrativo vinculado. 
Gabarito 
1c 2c 3c 4c 5c 6d 7e 8e 9a 10e 11d 12b 
13a

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