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AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 1 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Olá, concurseiros! Vamos à nossa aula 04 para Auditor Fiscal e Analista Tributário da Receita Federal e Auditor Fiscal do Trabalho. Hoje falaremos sobre atos administrativos. 1. Atos Administrativos Na atividade pública temos três categorias de atos inconfundíveis: os atos legislativos, os atos judiciais e os atos administrativos. O Direito Administrativo estuda apenas estes últimos, ficando os dois primeiros a cargo do Direito Constitucional e do Direito Processual, respectivamente. Vale lembrar que os órgãos judiciais e legislativos também praticam atos administrativos, como os atos que dispõem sobre sua organização interna e a administração de seu pessoal. Hely Lopes Meirelles define ato administrativo como “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nesta qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”. Os atos administrativos, sendo unilaterais, não se confundem com os contratos administrativos, que são atos bilaterais (conjugação de vontade de duas partes – Administração e contratado). Fundamental também é que a Administração aja nesta qualidade, isto é, utilizando- se de sua supremacia de Poder Público, visto que algumas vezes ela nivela-se ao particular e o ato perde a característica administrativa, assemelhando-se ao ato jurídico privado. O ato administrativo, portanto, é regido pelo regime jurídico-administrativo (regime de direito público da Administração). É necessário ainda que a manifestação de vontade seja apta a produzir efeitos jurídicos e atue de forma imediata (aplicação direta aos casos concretos), afetando direitos ou obrigações dos particulares ou da própria Administração. Deve ainda provir de agente competente, possuir finalidade pública e se revestir de forma legal. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 2 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 2. Fatos Administrativos Não se deve confundir ato administrativo com fato administrativo. Este é toda realização material da Administração em cumprimento de alguma decisão administrativa. Um despacho que determine a demolição de uma ponte é um ato administrativo, mas a demolição em si é mero fato administrativo. Como se nota, um fato administrativo resulta sempre de um ato administrativo que o determina. Os fatos administrativos são chamados também de atos materiais da Administração. 3. Elementos do Ato Administrativo São cinco os elementos ou requisitos necessários à formação do ato administrativo: competência (ou sujeito competente), finalidade, forma, motivo e objeto. 3.1. Competência Competência é o poder legal conferido a um agente para a prática do ato administrativo. A competência deriva da lei e por ela é delimitada. É elemento sempre vinculado de qualquer ato administrativo, pois na cabe ao administrador decidir quem praticará determinado ato, ficando restrito, quanto a este aspecto, ao que estabelece a lei. A competência pode ser atribuída a determinado órgão ou agente, entre outros critérios, em função da matéria (ex.: saúde, educação, cultura etc.), da hierarquia (ex.: órgãos de direção e órgãos de execução) ou do lugar onde será exercida (ex.: órgãos em São Paulo, Minas Gerais, Ceará etc.). A competência é intransferível a terceiros por vontade do agente, pois é conferida por lei. Admite-se, contudo, a delegação e a avocação, desde que permitidas pelas normas reguladoras da Administração. A delegação não é a transferência definitiva de competência, pois sempre é possível sua revogação por vontade do agente delegante. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 3 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Segundo o art. 11 da Lei 9.784/1999, a competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Em outras palavras, ainda que haja delegação ou avocação, a competência permanece na esfera de atribuições do agente original. O art. 12 da citada Lei permite que um órgão administrativo ou seu titular, desde que não haja impedimento legal, deleguem parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados (atenção a este ponto!), quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Tal regra aplica-se, inclusive, à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. Por sua vez, o art. 13 veda a delegação nos seguintes casos: edição de atos de caráter normativo; decisão de recursos administrativos (faz sentido: se a autoridade pudesse delegar a decisão do recurso ao subordinado, a mesma pessoa que julgou o pedido poderia também acabar analisando o recurso); e matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade (pois, aqui, a lei define expressamente o agente ou o órgão público competente, não se admitindo a delegação a órgão ou agente diverso, neste caso). O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. Este não perde a competência por havê-la delegado, podendo, a qualquer tempo, chamar o exercício da atribuição a si novamente. No entanto, as decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. Quanto à avocação, ela será permitida em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, sempre de forma temporária, quanto a atribuições de órgãos hierarquicamente inferiores à autoridade avocante. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 4 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br O ato realizado por agente incompetente ou por agente que extrapole os limites da competência que lhe foi atribuída é ato inválido, eivado de excesso de poder. Pode, entretanto, em certas circunstâncias, ser feita a convalidação de um ato praticado com vício de competência, como veremos à frente. 3.2. Finalidade Em sentido amplo, a finalidade de todo ato administrativo é a satisfação do interesse público. Em sentido estrito, é a consecução do fim específico previsto em lei para a prática do ato. Assim, um ato que determina a construção de uma escola, por exemplo, tem em sentido amplo a finalidade de satisfazer o interesse público, e em sentido estrito a melhoria da educação da população da região. A finalidade é requisito sempre regrado (vinculado) do ato. A prática do ato administrativo deve ser destinada a atender ao fim específico previsto em lei, que deve ser sempre de caráter público. O desatendimento ao fim previsto para o ato representa abuso de poder, na modalidade desvio de finalidade, e torna o ato nulo. Não se admite, neste caso, a convalidação do ato administrativo. 3.3. Forma A forma é a maneira de exteriorização da vontade da Administração. Em regra, todo ato administrativo é formal, isto é, exige uma forma estabelecida em lei para a sua prática. O desrespeito a esta forma, que é a roupagem jurídica do ato, torna sua prática inválida. Segundo a doutrina tradicional, a forma, assim como os dois requisitos anteriores, é elemento sempre vinculado do ato, não podendo o administrador escolher forma diversa da prevista para a sua prática. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 5 Prof. LucianoOliveira www.pontodosconcursos.com.br A forma normal da prática do ato administrativo é a forma escrita. Somente em casos de urgência, de transitoriedade da manifestação da vontade ou de irrelevância do assunto para a Administração admitem-se atos verbais, sonoros ou visuais. Um exemplo é o apito do guarda de trânsito, típico ato administrativo sonoro. Em regra, um ato praticado com desatendimento à forma é nulo. Se essa forma, todavia, não for da essência do ato (forma essencial), poderá o ato viciado ser convalidado pela Administração. 3.4. Motivo Motivo ou causa é o pressuposto de direito e de fato que serve de fundamento para a prática do ato. Pressuposto de direito é a norma legal em que se baseia o ato; pressuposto de fato, a situação que, encaixando-se na previsão legal, leva a Administração à prática do ato. O motivo pode vir expresso em lei, determinando a prática do ato quando estiver presente. Neste caso, ele será elemento vinculado, não podendo o administrador eleger situação ou fundamento jurídico diverso para a sua prática. Ocorrendo a situação prevista, fica o agente obrigado à sua prática. Não ocorrendo, tal prática lhe é vedada. Pode também o motivo não vir previsto na norma legal, sendo deixado ao critério do administrador, quanto à sua existência e valoração, como nos casos de nomeações para cargos em comissão. Neste caso, será elemento discricionário. Ainda, se a lei estabelecer o motivo, mas deixar ao talante do agente público a decisão quanto à prática ou não do ato, quando presente a situação, o motivo também será discricionário. Como se nota, o motivo pode ser requisito vinculado ou discricionário do ato administrativo, diferentemente dos três primeiros elementos, que são sempre vinculados. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 6 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Não se confunde motivo com motivação. Motivo é a situação que determina ou autoriza a prática do ato. Motivação é a manifestação por escrito do motivo, mostrando a todos os fundamentos adotados pelo administrador para a prática do ato. A motivação integra o elemento forma do ato administrativo, pois faz parte da maneira de exteriorização do ato. Como vimos, a motivação é princípio da Administração Pública, razão pela qual motivar o ato é a regra. Só se dispensará a motivação nos casos em que a lei permitir, como no caso já citado das nomeações para cargos em comissão (nomeações ad nutum). Mesmo que a lei dispense a motivação do ato, se o administrador o fizer, ficará vinculado aos motivos apresentados. É a chamada teoria dos motivos determinantes. Assim, se um gestor pretender exonerar um assessor de um cargo em comissão, por exemplo, não estará obrigado a motivar o ato (exoneração ad nutum). Se o fizer, todavia, ficará vinculado aos motivos expressos no ato de exoneração. O vício no elemento motivo é causa de nulidade do ato administrativo, não se admitindo, neste caso, a sua convalidação. 3.5. Objeto O objeto de qualquer ato administrativo é a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas concernentes aos administrados ou à Administração Pública. O objeto é o próprio conteúdo do ato, o efeito jurídico imediato que a Administração busca alcançar. O objeto pode ser elemento vinculado, quando a lei o determinar expressamente para certo ato, ou deixado a critério do administrador, que o escolherá entre as alternativas possíveis, relativas ao caso concreto. Neste caso, será requisito discricionário. Desse modo, também o objeto pode ser requisito vinculado ou discricionário do ato administrativo, assim como o motivo. Elementos do Competência AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 7 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br ato administrativo Finalidade Forma Motivo Objeto Vistos os cinco requisitos do ato, vamos agora a um exemplo prático: um administrador público expede um ato determinando a compra de um terreno para a construção de um hospital, que servirá para atender à população local. Analisemos os requisitos desse ato: Competência – o poder de determinar a compra do terreno, conferido ao agente pela lei. Finalidade – o atendimento ao interesse público, com a melhoria da saúde pública. Forma – o documento escrito, que determina a compra do terreno. Motivo – a construção de um hospital público pra atender à população local. Objeto – a determinação para a compra do terreno (e o próprio terreno). 4. Atos Administrativos Vinculados Quando todos os elementos do ato administrativo são vinculados, diz-se que o ato é vinculado. Nesse tipo de ato, a lei absorve, quase que por completo, a liberdade do administrador, uma vez que sua ação fica restrita aos pressupostos estabelecidos em lei para a validade do ato. Existentes todos os requisitos, deve o ato ser praticado pelo agente competente, na forma estabelecida em lei. Não presentes, fica vedada a prática do ato. Isso não significa que o administrador se converte em cego e automático executor da lei. Caberá ao agente público analisar cuidadosamente a situação, avaliar a existência dos pressupostos do ato e praticá-lo, se estes pressupostos estiverem presentes, mas sempre atento a qualquer irregularidade ou modificação da situação que justifique, por exemplo, a revogação ou a anulação do ato. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 8 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Os atos vinculados devem ser motivados, para evidenciar a conformação de sua prática com as exigências e requisitos legais. Como todos os seus requisitos são vinculados à lei, o Poder Judiciário pode rever o ato em todos os seus elementos, para verificação de sua legalidade. 5. Atos Administrativos Discricionários Quando os elementos motivo e objeto do ato forem discricionários, os atos serão chamados de discricionários. Neste caso, o administrador tem liberdade para escolher se praticará ou não o ato, qual o melhor momento para a sua prática e, se for o caso, qual o objeto do futuro ato. Um exemplo seria a concessão de autorização para porte de armas. Ainda que o particular preencha as condições necessárias para a obtenção do porte, cabe à Administração analisar o caso concreto e decidir se concederá ou não o porte. Outro exemplo seria a autorização legal para desapropriar um terreno para a construção de um hospital ou uma escola, cabendo ao administrador a escolha do objeto que melhor atenda à finalidade pública. A discricionariedade encontra limites na lei. O administrador só pode exercer seu poder discricionário até onde a lei permite. Se ele ultrapassar os limites legais, o ato deixará de ser discricionário e passará a ser arbitrário e, consequentemente, nulo. Entende a doutrina que mesmo os atos discricionários devem ser motivados. A motivação é a regra, atualmente, exceto nos casos expressamente autorizados em lei, conforme já comentado acima. Quanto ao controle do Poder Judiciário, admite-se a revisão do ato administrativo pelo juiz em relação aos seus elementos vinculados: competência, finalidade e forma. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 9 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Segundo os autores tradicionais, não é possível ao Judiciário rever o motivo e o objeto do ato administrativo, quando esses elementos forem discricionários, pois eles representam a esfera de livre atuação da Administração Pública, cabendo somente a esta a escolha dos motivos (oportunidade e conveniência) e do objeto (conteúdo) do ato. Esses dois elementos,quando discricionários, constituem o chamado mérito administrativo, a ser estudado adiante. Entretanto, modernamente, tem-se admitido a interferência do Poder Judiciário em questões de motivo e objeto discricionários, nas hipóteses em que há desrespeito aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Ainda que se trate de escolha discricionária da Administração, poderá o Judiciário invalidar atos que desrespeitem a adequação entre os meios utilizados e os fins desejados pelo administrador, no desempenho de suas funções, pois, neste caso, haverá desrespeito aos citados princípios, desbordando-se do mérito administrativo. 6. Mérito Administrativo O mérito administrativo é a possibilidade de valoração dos motivos e escolha do objeto do ato discricionário por parte do administrador. Como se percebe, só é possível nos atos em que o motivo e o objeto sejam discricionários (atos discricionários), pois nos atos vinculados não sobra margem de decisão ao agente público, que deve se ater estritamente ao disposto na lei, não se podendo falar em mérito administrativo. O mérito administrativo, assim, consubstancia-se na análise do administrador quanto à conveniência e à oportunidade para a prática do ato discricionário, bem como quanto à escolha de seu objeto. Justifica- se pela impossibilidade de o legislador prever todas as situações passíveis de ocorrer na prática, cabendo ao administrador a análise do caso concreto e a decisão sobre o melhor momento para praticar o ato e a forma mais adequada de fazê-lo. Elementos do ato administrativo Competência Sempre vinculados Finalidade AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 10 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Forma Motivo Vinculados ou discricionários (mérito administrativo) Objeto 7. Atos de Direito Privado Praticados pela Administração Anteriormente dissemos que o ato administrativo se caracteriza pela decisão da Administração agindo nessa qualidade, isto é, com supremacia do interesse público. Entretanto, há casos em que o Estado atua despido dessa supremacia, figurando em pé de igualdade com particular na relação jurídica. Neste caso, não teremos a prática de um ato administrativo, pois este é informado pelo regime de direito público, mas apenas de um ato da Administração. Um exemplo é a emissão de um cheque pelo administrador, situação regida primordialmente pelo Direito Privado. Neste caso, não poderá a Administração, por exemplo, revogar a emissão do cheque, alegando supremacia do interesse público. Ela estará atuando em condições de igualdade com o particular que recebeu o cheque. 8. Atributos dos Atos Administrativos Além dos elementos que os formam, os atos administrativos possuem certas características ou atributos que os qualificam. São eles: presunção de legitimidade, presunção de veracidade, imperatividade, autoexecutoriedade e tipicidade. 8.1. Presunção de Legitimidade Por este atributo, presume-se que o ato foi praticado conforme as leis e princípios que o regem, de modo que se considera a atividade administrativa, em princípio, como legítima, isto é, conforme o direito. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 11 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Todavia, essa presunção é relativa (iuris tantum), isto é, admite prova em contrário do particular afetado pelo ato. Assim, por exemplo, se um cidadão é multado pelo Poder Público, pode tentar provar, se for o caso, que sua conduta (a qual acarretou a multa) não é vedada por lei. Dessa forma, demonstrará que a multa foi indevida. 8.2. Presunção de Veracidade Por esse atributo, considera-se que os fatos alegados pela Administração no ato administrativo são verdadeiros. Em outras palavras, o conteúdo do ato é tido por verdadeiro. Do mesmo modo que no atributo anterior, essa presunção é relativa, admitindo prova em contrário do administrado. Note que ocorre aqui a inversão do ônus da prova, como ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Na seara particular, quem alega alguma coisa é que deve provar sua veracidade. No Direito Administrativo, em função da presunção de veracidade, a Administração não precisa provar o que alega, cabendo ao administrado, se for o caso, provar a falsidade do conteúdo do ato. 8.3. Imperatividade Essa característica do ato administrativo só existe nos atos que impõe algum gravame ao particular. Significa que o ato emanado da Administração, por si só, é de observância obrigatória pelo particular. Um exemplo é a determinação de que uma feira livre seja realizada somente aos domingos, em determinada avenida da cidade. Os feirantes não podem descumprir essa determinação, por exemplo, instalando a feira em dia ou local diverso do determinado no ato. O mesmo se dá com a aplicação de uma multa, que, pela sua só emissão, passa a ser imperativa para o administrado sancionado. 8.4. Autoexecutoriedade AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 12 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br De nada adiantaria a imperatividade do ato se o particular pudesse simplesmente se negar a observá-lo. Assim, em caso de óbice ao cumprimento espontâneo de um ato imperativo, a Administração tem a prerrogativa de forçar o administrado à execução da determinação, sem necessidade de prévia autorização judicial. Há duas maneiras de forçar o particular ao cumprimento do ato: por intermédio de meios indiretos de coerção, como multas e negativa de renovação de licença de atividade; ou pelo uso de meios diretos, com a utilização, se necessária, da força policial. Por exemplo, se alguém expõe à venda mercadoria com data de validade vencida, um fiscal da vigilância sanitária pode, ao perceber o fato, advertir o comerciante da irregularidade e determinar que ele recolha a mercadoria da prateleira (ato imperativo). Se o particular se recusar ao cumprimento da ordem, pode o agente público impor-lhe multa diária (meio indireto), até que ele cumpra a determinação. Se, ainda assim, o comerciante não retirar a mercadoria de venda, o servidor, com o uso de agentes da vigilância sanitária e, se necessário, de policiais, efetuará ele mesmo o recolhimento (meio direto), dando cumprimento ao ato, sem prejuízo da manutenção da multa aplicada anteriormente. Alguns autores chamam a utilização de meios indiretos de coerção de exigibilidade do ato e o uso de meios diretos, de executoriedade propriamente dita. Seriam subdivisões do atributo da autoexecutoriedade. A autoexecutoriedade só existe quando expressamente prevista em lei ou em situações de emergência. Assim, ainda que não haja regulamentação legal, pode um agente da defesa civil determinar a demolição de um edifício que esteja prestes a cair, para evitar danos à segurança pública (situação de emergência). Embora possam ser usadas como meio indireto de coerção, as multas em si não são autoexecutórias. Neste caso, a cobrança deve ser promovida por meio da via judicial. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 13 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 8.5. Tipicidade Este atributo decorre do princípio da legalidade. Uma vez que a Administração só pode fazer o que está previsto em lei, a prática de qualquer ato administrativo exige que ele esteja previamente descrito na norma legal, isto é, que ele esteja tipificado na lei. Desse modo, os atos administrativos possuem o atributo da tipicidade. Atributos do ato administrativo Presunção de legitimidade Presunção de veracidade Imperatividade Autoexecutoriedade ExigibilidadeExecutoriedade propriamente dita Tipicidade 9. Classificação dos Atos Administrativos Várias classificações podem ser idealizadas para os atos administrativos. Vejamos as principais, as mais utilizadas pela doutrina. 9.1. Atos Simples, Complexos e Compostos Quanto à formação da vontade, os atos administrativos podem ser simples, complexos ou compostos. Atos simples são os praticados por um único órgão, como uma portaria editada por um ministro de estado ou uma decisão colegiada de um tribunal. Veja que um ato simples pode ser unipessoal (decisão de um único agente) ou colegiado (decisão por consenso ou maioria de um grupo de agentes). No caso, o que importa é ele ser emanado de um único órgão. Atos complexos são os realizados por mais de um órgão, cujas vontades se fundem, para a produção de um ato único. É exemplo a expedição de um decreto, que exige a manifestação conjunta do chefe do Poder Executivo e a referenda do ministro ou secretário de estado (art. 87, I, CF/88). AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 14 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Atos compostos são, na verdade, formados por dois atos, em que um é o ato principal e o outro, o ato secundário em relação ao primeiro. O ato secundário ratifica ou dá eficácia ao ato principal anteriormente praticado. Exemplo de ato composto é uma autorização que dependa do visto de um superior. Neste caso, a autorização é o ato principal e o visto, o ato complementar que lhe dá eficácia. 9.2. Atos Válidos, Nulos, Anuláveis e Inexistentes Quanto à validade, os atos administrativos podem ser válidos ou inválidos. Os primeiros são formados conforme o direito, isto é, em observância à lei e aos princípios administrativos que os regem. Os segundos, em contrariedade ao direito. Quando a nulidade de um ato inválido (ou ilegal) é absoluta, o ato é nulo, não pode ser convalidado. Por outro lado, se for possível sanar o vício que macula o ato, ele será meramente anulável (nulidade relativa ou anulabilidade) ou, ainda, convalidável, isto é, passível de convalidação. A convalidação é o saneamento de um ato inválido anulável, por meio da expedição de outro ato administrativo, que o corrige, com efeitos ex tunc (retroativos). A convalidação dos atos administrativos será estudada adiante. Podemos citar ainda os chamados atos inexistentes, que, na verdade, não são atos administrativos, mas manifestações com mera aparência de ato, como no caso de uma decisão tomada por um usurpador de função pública, que se disfarça de agente público e passa a praticar atos que não podem ser imputados à Administração. Os atos inexistentes não podem ser convalidados, eis que nem mesmo chegam a se aperfeiçoar como atos administrativos. 9.3. Atos Perfeitos, Imperfeitos, Pendentes e Consumados AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 15 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Quanto à exequibilidade, isto é, à capacidade de produzir efeitos jurídicos, os atos administrativos podem ser perfeitos, imperfeitos, pendentes ou consumados. Ato perfeito é o que já completou seu ciclo de formação, estando apto a produzir efeitos. Ato imperfeito, por outro lado, é aquele que ainda está em processo de formação (ex.: falta de assinatura do agente competente em um ato já escrito). Não se confunde a perfeição com a validade. A primeira refere-se à formação do ato; a segunda, à sua correspondência ao direito. Um ato pode ser perfeito, mas inválido, por ter sido produzido de forma contrária à lei. Um exemplo é um decreto expedido por um ministro de estado, uma vez que esse ato é privativo do chefe do Executivo. Em função do atributo da presunção de legitimidade, um ato inválido produz efeitos até que seja, afinal, anulado. Ato pendente é o que já completou seu ciclo de formação (perfeito), mas ainda não produz efeitos, por estar pendente de condição ou termo que permita sua eficácia. Por exemplo, um ato que preveja que só será aplicado a situações que ocorram no ano seguinte a sua entrada em vigor. Por fim, atos consumados são os que já exauriram seus efeitos e, portanto, passam a ser definitivos e irretratáveis. Por exemplo, uma autorização para um show em praça pública, que já ocorreu. Classificação dos Atos Administrativos Quanto à formação da vontade Simples Complexos Compostos Quanto à validade Válidos Nulos Anuláveis Inexistentes Quanto à exequibilidade Perfeitos Imperfeitos AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 16 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Pendentes Consumados 10. Extinção dos Atos Administrativos Os atos administrativos podem ser extintos em função de várias circunstâncias, como o cumprimento dos seus efeitos, o advento de termo final (nos atos por período determinado de tempo), o desaparecimento do objeto ou do destinatário (ex.: morte do pensionista) e a renúncia (ex.: agraciado com medalha que recusa o prêmio). No entanto, uma importante forma de extinção dos atos administrativos é a retirada, consistente na extinção do ato por iniciativa da própria Administração. As formas de retirada são: revogação, anulação, cassação, caducidade e contraposição. Vejamos cada uma delas. 10.1. Revogação Revogação é a retirada de um ato administrativo válido, mas que se tornou inoportuno ou inconveniente ao interesse público. A revogação se dá pela prática de um ato administrativo, que revoga outro ato anterior. Como o ato revogado era válido até então, a revogação possui efeitos ex nunc (não retroativos). Um exemplo é a revogação de uma permissão para utilização de via pública para feira livre, porque uma nova linha de ônibus passará pelo local. A revogação só pode ser feita pela própria Administração Pública, por provocação ou de ofício, com base no seu poder de autotutela administrativa. Não se admite a revogação do ato administrativo pelo Poder Judiciário, pois ela se dá por razões de conveniência e oportunidade, que compõem o mérito administrativo, privativo da Administração. A única exceção seria o caso de o próprio Judiciário praticar atos administrativos, que poderiam, neste caso, ser por ele revogados, mas não se trataria, então, de função jurisdicional, mas de função administrativa praticada por esse Poder. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 17 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Nem todo ato pode ser revogado. Não estão sujeitos a essa forma de extinção: os atos vinculados, por não haver neles mérito administrativo, isto é, campo de atuação discricionária do administrador (o motivo e o objeto são vinculados); os atos consumados, pois, exauridos completamente seus efeitos, não há o que revogar; os atos que já geraram direitos adquiridos, como a concessão de aposentadoria; os atos que integram um procedimento, por já ter havido, neste caso, a chamada preclusão administrativa (ex.: não se pode revogar a fase de habilitação dos licitantes de uma concorrência pública, quando já se está na fase posterior do julgamento das propostas); e os denominados meros atos administrativos, que são aqueles de caráter apenas enunciativo, como uma certidão, um parecer ou um laudo, pois, neste caso, o ato apenas atesta uma situação de fato existente, e não uma real manifestação de vontade da administração. 10.2. Anulação Anulação é a retirada do ato em função de ilegalidade ocorrida em sua formação. O ato adentra o ordenamento jurídico de forma inválida e, por isso, deve ser retirado. A anulação possui efeitos ex tunc (retroativos),pois o ato não deveria ter produzido efeitos. A anulação pode ser feita por ato administrativo da própria Administração Pública, por provocação ou de ofício, com base no seu poder de autotutela administrativa, ou pelo Poder Judiciário, este quando provocado pelo interessado, pois o juiz não age de ofício. A anulação pode, excepcionalmente, ocorrer com efeitos ex nunc, por razões de segurança jurídica. Por exemplo, um servidor que tenha recebido gratificação ilegal em seu contracheque não será obrigado a devolver as parcelas que recebeu de boa-fé, quando da anulação do pagamento da vantagem. Essa situação é prevista na Súmula 250 do TCU. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 18 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, nem sempre está a Administração obrigada a anular um ato ilegal. Embora ela tenha, em regra, esse dever, poderá deixar de fazê-lo, quando o prejuízo resultante da anulação puder ser maior do que o decorrente da manutenção do ato ilegal. O melhor atendimento ao interesse público, neste caso, deverá norteará a decisão. Em alguns casos, a melhor opção será convalidar o ato, conforme veremos adiante. 10.3. Cassação A cassação é a extinção de um ato administrativo em razão da ocorrência de ilegalidade em sua execução. O ato foi produzido validamente, mas o destinatário, ao usufruir dos direitos decorrentes do ato, incorreu em conduta ilegal, que autoriza a retirada do ato. Um exemplo é a cassação da licença para dirigir, por excesso de multas de trânsito. Tanto a cassação como a anulação representam a extinção do ato em função de uma ilegalidade. Na anulação, essa ilegalidade ocorre na formação do ato; na cassação, ela surge na sua execução. 10.4. Caducidade Ocorre a caducidade quando um ato administrativo, até então válido, perde seus efeitos em virtude da superveniência de um ato de hierarquia superior, que prejudica o conteúdo do primeiro. Um exemplo é um ato administrativo da Receita Federal que estabelece uma cota máxima de importação de determinada mercadoria, sendo que uma lei posterior vem a proibir a entrada desse item no país. O ato administrativo fica extinto por caducidade. 10.5. Contraposição AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 19 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Contraposição é a extinção de um ato administrativo em razão da prática de um ato em sentido contrário ao inicial, que, por isso, resta extinto. É o caso da exoneração de um servidor comissionado, ato que se contrapõe à anterior nomeação do indivíduo para o cargo. Alguns autores, como Diogenes Gasparini, consideram a caducidade simplesmente um específico tipo de revogação. Extinção dos Atos Administrativos Revogação Retirada de um ato válido que se tornou inoportuno ou inconveniente. Anulação Retirada do ato por ilegalidade em sua formação. Cassação Retirada do ato por ilegalidade em sua execução. Caducidade Retirada de um ato que perde seus efeitos pela superveniência de ato de maior hierarquia. Contraposição Retirada do ato pela prática de um ato em sentido contrário a ele. 11. Convalidação Vimos que um ato administrativo ilegal, como regra, deve ser anulado, retirado do ordenamento jurídico desde seu nascedouro (efeitos ex tunc). Vimos também que, algumas vezes, por razões de segurança jurídica, a anulação pode ser promovida com efeitos ex nunc. Além disso, existem casos em que o ato não chega a ser invalidado, sofrendo a chamada convalidação, seja porque a ilegalidade é de pequena monta, não se justificando a anulação, inclusive por uma questão de eficiência, seja porque, em razão do tempo transcorrido, a situação já se consolidou no tempo, devendo o ato permanecer por razões de segurança jurídica. Em alguns casos, a situação fática sequer permite o desfazimento do ato, por ter se tornado irreversível (teoria do fato consumado). AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 20 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br A convalidação é o saneamento de um ato inválido anulável, por meio da expedição de outro ato administrativo, que o corrige, com efeitos ex tunc. Seja um ato que conceda férias a um servidor de uma autarquia, praticado pelo chefe do setor, quando a autoridade competente par tanto era o presidente da entidade. Não há necessidade de o dirigente anular o ato de concessão de férias, para, a seguir, editar outro, em seu nome, concedendo as férias ao agente. Ele pode simplesmente convalidar o ato do subordinado, ratificando, por ato próprio, as férias do servidor beneficiado. Tudo em atenção aos princípios da eficiência e da celeridade processual. Todavia, caso a situação fática não possa ser desfeita, prevalecerão os efeitos produzidos, cabendo indenização aos prejudicados, se for o caso. Um exemplo é a descoberta da nulidade de uma licitação de obra, por direcionamento do procedimento para a empresa de um parente do agente público, em que o prédio já esteja concluído. Não é razoável, neste caso, demolir um edifício regularmente construído, em razão da nulidade da licitação. Aplica-se, nesta hipótese, a teoria do fato consumado. Outro exemplo seria o de um bairro residencial edificado em área de proteção ambiental, situação que só foi constatada anos depois, quando já moravam inúmeros habitantes no local, havendo, inclusive, serviços públicos em pleno fornecimento, como água, luz e gás canalizado. Além disso, se já houver transcorrido um período de tempo razoável, de maneira que a situação, embora passível de reversão, já se tenha consolidado no tempo, não mais se admitirá a anulação do ato que gere efeitos favoráveis ao destinatário, embora ilegal. Segundo o art. 54 da Lei 9.784/1999, esse prazo é de cinco anos, salvo comprovada má-fé do administrado. Se, por exemplo, um servidor já recebesse uma gratificação em seu contracheque há mais de cinco anos, não poderia mais a Administração anular a concessão da vantagem. Essa hipótese é chamada de convalidação tácita do ato administrativo. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 21 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br A Lei 9.784/1999, no art. 55, prevê ainda a possibilidade de convalidação expressa pela Administração dos atos que apresentem defeitos sanáveis e o saneamento não acarrete lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros. Como se vê, em alguns casos, o princípio da segurança jurídica ganha tamanha força, que o ato ilegal não é sequer invalidado, mas convalidado. Neste caso, entende-se que anular o ato ilegal geraria um transtorno maior que sua manutenção no ordenamento. Nem sempre é cabível a convalidação. Surge aqui a discussão sobre o que seriam os defeitos sanáveis do ato administrativo ilegal. Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que o exame do assunto deve ser feito a partir da análise dos cinco elementos do ato: sujeito competente, finalidade, forma, motivo e objeto. Ela elenca como defeitos insanáveis os que afetam a finalidade, o motivo e o objeto. Já os vícios de forma podem ser convalidados, desde que não se trate de forma essencial à validade do ato (ex.: forma de decreto para um regulamento de lei; seria insanável, neste caso, um regulamento sob a forma de portaria). E os vícios de competência também são passíveis de convalidação, quando não se tratar de competência exclusiva do agente (ex.: competência presidencial para regulamentar leis; não se poderia convalidar, nessa situação, um decreto expedido por um ministro de estado). Como regra,a convalidação, quando cabível, é obrigatória. A exceção fica por conta de um ato discricionário praticado por autoridade incompetente (vício de competência em ato discricionário). Neste caso, pode a autoridade competente optar se deseja convalidar ou invalidar o ato. Por exemplo, se um agente incompetente concede férias a um servidor em determinado mês (o mês exato de concessão de férias é discricionário), pode a autoridade competente, ao tomar conhecimento do fato, ratificar o ato inválido ou anulá-lo, por julgar que aquele não é o momento apropriado para conceder férias ao servidor. 12. Espécies de Atos Administrativos AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 22 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Segundo Hely Lopes Meirelles, os atos administrativos podem ser distribuídos nas seguintes espécies: atos normativos, atos ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos e atos punitivos. Vejamos cada uma delas. 12.1. Atos Normativos Atos administrativos normativos são os que têm conteúdo de norma, isto é, possuem comandos gerais e abstratos, de observância obrigatória por todos os destinatários. A principal função dos atos normativos é explicitar as leis administrativas. São exemplos os decretos, os regimentos, as resoluções e portarias normativas e outros atos de conteúdo geral e abstrato. Os atos normativos, por estabelecerem regras gerais e abstratas, são vistos como leis em sentido material, embora não o sejam em sentido formal, já que não são produzidos pelos Parlamentos, segundo as regras do processo legislativo. Maria Sylvia Zanella Di Pietro entende que os atos normativos infralegais não são verdadeiros atos administrativos, pois estes seriam apenas aqueles de conteúdo concreto, dirigidos a uma específica situação. Para a autora, os atos normativos são uma espécie do gênero atos da Administração, ao lado de outros, como os atos políticos, os contratos administrativos, os atos privados da Administração, os atos materiais da Administração (fatos administrativos) e os atos administrativos propriamente ditos. 12.2. Atos Ordinatórios Atos administrativos ordinatórios são os que se destinam a disciplinar o funcionamento interno da Administração e a conduta funcional de seus agentes. Seus destinatários são os próprios servidores públicos do órgão ou entidade. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 23 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Os atos ordinatórios atuam apenas no âmbito interno das repartições, alcançando os respectivos servidores. Em regra, não estabelecem obrigações para os administrados em geral, mas, se o fizerem, deverão ser divulgados externamente, para conhecimento público (ex.: ato ordinatório que veda o uso, aos servidores e ao público em geral, de camisetas ou bermudas no interior da repartição). Os atos ordinatórios decorrem do poder hierárquico e podem ser expedidos por qualquer autoridade administrativa aos seus subordinados, desde que nos limites de sua competência. São exemplos: instruções, memorandos, portarias, ordens de serviço e despachos. 12.3. Atos Negociais Atos administrativos negociais são os que contêm uma declaração de vontade da Administração coincidente com a pretensão do particular. Visam à concretização de negócios jurídicos públicos ou à atribuição de direitos ou vantagens ao destinatário, nas condições impostas ou consentidas pelo Poder Público. Ao contrário dos atos administrativos normativos, que possuem caráter geral e abstrato, os atos negociais geram efeitos apenas para o respectivo administrado. Embora sejam atos unilaterais (manifestação de vontade unicamente da Administração), possuem conteúdo negocial, pois atendem a interesses da Administração e do administrado. Por meio dos atos negociais, a Administração atende a alguma pretensão do administrado, estabelecendo as condições para o atendimento. Como são atos que resultam do consentimento dos administrados, são desprovidos de imperatividade. São exemplos a licença, a autorização, a admissão, a permissão, a aprovação e a homologação. A licença e a autorização são atos administrativos por meio dos quais a Administração faculta àquele que preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade. No entanto, a licença difere-se da autorização porque esta é ato discricionário (ex.: autorização de porte de arma) e aquela, ato vinculado (ex.: licença para dirigir). AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 24 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Existem também a autorização e a permissão de uso de bem público. A autorização de uso (que não é a autorização de atividade do parágrafo anterior) é o ato administrativo unilateral, discricionário e precário (precário é o ato que pode ser revogado a qualquer tempo, sem obrigação de indenizar o particular), pelo qual a Administração consente que um particular utilize um bem público com exclusividade, em seu próprio interesse, desde que isso não contrarie o interesse público. Pode ser gratuita ou onerosa. Um exemplo é a autorização para instalação de mesas de bar nas calçadas públicas, durante determinado horário do dia ou da noite. Permissão de uso é o ato administrativo unilateral, discricionário e precário, pelo qual a Administração Pública faculta a utilização privativa de um bem público, para fins de interesse público. É exemplo a permissão de uso de rua, determinado dia da semana, para a instalação de barracas de feirantes que vendem hortifrutigranjeiros. Veja: a diferença entre a autorização e a permissão é que esta atende ao interesse público e ao particular ao mesmo tempo e aquela, apenas ao interesse particular, mas sem contrariar o interesse público. Em função disso, a doutrina ensina que a autorização de uso é ato que possui maior precariedade do que a permissão de uso. Agora, atenção: em alguns casos, a autorização e a permissão podem ser concedidas por tempo determinado (ex.: permissão de instalação de feira livre por um ano). Neste caso, a Administração abre mão da precariedade do ato, pois, havendo prazo determinado, sua eventual revogação antes do previsto gerará direito do particular à indenização pela extinção precoce autorização ou permissão, que, neste caso, leva o nome de condicionada ou qualificada. Por fim, a admissão ocorre quando a Administração permite que um indivíduo ingresse em determinado estabelecimento público, por exemplo, universidades, escolas e hospitais públicos. 12.4. Atos Enunciativos AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 25 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Atos administrativos enunciativos são aqueles que declaram uma situação existente, sem manifestação de vontade da Administração. Segundo Hely Lopes Meirelles, são atos administrativos apenas em sentido formal, visto que, materialmente, não contêm manifestação da vontade da Administração. Nesse tipo de ato, a Administração limita-se a atestar certo fato ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado. São exemplos as certidões, os atestados e os pareceres administrativos. São chamados também de meros atos administrativos. Maria Sylvia Zanella Di Pietro não considera os atos enunciativos como atos administrativos, justamente por não conterem declaração de vontade da Administração, nem produzirem efeitos jurídicos imediatos. Para ela, são apenas outra espécie do gênero atos da Administração: os chamados atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor. 12.5. Atos Punitivos Atos administrativos punitivos são os queapresentam uma sanção da Administração aos que contrariam as normas administrativas em vigor. A punição tem por fim reprimir futuras transgressões ou condutas irregulares de servidores públicos ou particulares perante a Administração. Podem ser aplicados no âmbito do poder disciplinar ou no do poder de polícia. São exemplos a demissão, a suspensão e a advertência aplicadas aos servidores públicos (poder disciplinar), bem como a multa, a interdição de atividades e a destruição de mercadorias aplicadas aos particulares (poder de polícia). Espécies de Atos Administrativos Normativos Ordinatórios Negociais Enunciativos AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 26 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Punitivos Muito bem! Vista a teoria, vamos agora aos exercícios comentados da nossa gloriosa Esaf! Tentem resolver a lista seca, ao final, antes de lerem os comentários! 1. Exercícios 1) (Esaf/MF/ATA/2009) Associe os elementos do ato administrativo a seus conceitos, em linhas gerais. Ao final, assinale a opção correspondente. 1. Sujeito 2. Objeto ou conteúdo 3. Forma 4. Finalidade 5. Motivo ( ) É o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo. ( ) É o efeito jurídico imediato que o ato produz. ( ) É o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato. ( ) É aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato. ( ) É a exteriorização do ato e/ou as formalidades que devem ser observadas durante o processo de sua formação. a) 2, 4, 3, 1, 5 b) 2, 5, 1, 3, 4 c) 5, 2, 4, 1, 3 d) 5, 4, 2, 1, 3 e) 3, 1, 4, 2, 5 AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 27 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Sujeito competente (ou simplesmente competência) é aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato. Objeto ou conteúdo é o efeito jurídico imediato que o ato produz. Forma é a maneira de exteriorização do ato, as formalidades que devem ser observadas durante sua formação. Finalidade é o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato, devendo sempre ser de interesse público. Por fim, motivo é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento à prática do ato. Desse modo, a sequência correta é 5- 2-4-1-3 (letra C). 2) (Esaf/MTE/AFT/2010) Relativamente à vinculação e à discricionariedade da atuação administrativa, assinale a opção que contenha elementos do ato administrativo que são sempre vinculados. a) Competência e objeto. b) Finalidade e motivo. c) Competência e finalidade. d) Finalidade e objeto. e) Motivo e objeto. Em todos os atos administrativos, sejam vinculados, sejam discricionários, os elementos competência, finalidade e forma são sempre vinculados. Já os elementos motivo e objeto podem ser vinculados ou discricionários, conforme se trate, respectivamente, de atos vinculados ou discricionários. Desse modo, o gabarito é a letra C. 3) (Esaf/Susep/Analista Técnico/2010) O chamado mérito administrativo costuma ser relacionado ao(s) seguinte(s) elemento(s) do ato administrativo: a) finalidade e objeto. b) finalidade e motivo. c) motivo e objeto. d) finalidade, apenas. e) motivo, apenas. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 28 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br O mérito administrativo é a possibilidade de valoração dos motivos e escolha do objeto do ato discricionário por parte do administrador. Como se percebe, só é possível nos atos em que o motivo e o objeto sejam discricionários (atos discricionários). Gabarito: letra C. 4) (Esaf/SMF-RJ/Agente de Trabalhos de Engenharia/2010) Um servidor público edita um ato administrativo, o qual, não havendo condição suspensiva, opera efeitos desde já. Particular, posteriormente, pode contestar sua validade, sustentando que o ato padece de vício de legalidade, devendo, contudo, provar sua alegação. Assinale o item que contém o atributo do ato administrativo que ocasiona a transferência do ônus da prova da invalidade do referido ato para quem a invoca. a) Imperatividade b) Poder regulamentar c) Presunção de legitimidade d) Autoexecutoriedade e) Exigibilidade Pelo atributo da presunção de legitimidade, presume-se que o ato foi praticado conforme as leis e princípios que o regem, de modo que se considera a atividade administrativa, em princípio, como legítima, isto é, conforme o direito. Todavia, essa presunção é relativa (iuris tantum), isto é, admite prova em contrário do particular afetado pelo ato. Diante disso, a opção que melhor responde à questão é a letra C (gabarito). Registre-se, apenas, que o enunciado foi mal formulado, pois, como visto na teoria, o atributo que verdadeiramente inverte o ônus da prova é a presunção de veracidade. 5) (Esaf/MF/ATA/2009) Acerca dos atos administrativos, assinale a opção correta. a) A presunção de legitimidade dos atos administrativos é absoluta. b) O administrado pode negar-se a cumprir qualquer ato administrativo quando ainda não apreciado e convalidado pelo Poder Judiciário. c) Até prova em contrário, presume-se que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 29 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br d) Cumpridas todas as exigências legais para a prática de um ato administrativo, ainda que seja ele discricionário, o administrado passa a ter direito subjetivo à sua realização. e) Considera-se mérito administrativo a conveniência e a oportunidade da realização do ato, sempre previamente definido e determinado pela lei. Letra A: falsa, pois a presunção de legitimidade dos atos administrativos é apenas relativa (juris tantum), isto é, admite prova em contrário. Letra B: errada, porque os atos administrativos imperativos devem ser observados pelo particular, inclusive sob pena, em alguns casos, de a própria Administração forçá-lo a cumprir o ato, quando estiver presente o atributo da autoexecutoriedade. Letra C: correta (gabarito), pois apresenta exatamente o atributo da presunção de legitimidade dos atos administrativos. Letra D: incorreta, já que, nos atos administrativos discricionários, a decisão quanto à conveniência e à oportunidade da realização do ato fica a cargo da Administração, não havendo que se falar em direito subjetivo do administrado à prática do ato. Letra E: falsa, pois o mérito administrativo é a margem legal de decisão nos atos administrativos, a liberdade conferida pela lei ao administrador público para a prática do ato, sendo errado, portanto, dizer que o mérito está previamente definido e determinado pela lei. 6) (Esaf/SMF-RJ/Fiscal de Rendas/2010) Assinale a opção incorreta, no tocante à revogação do ato administrativo. a) Atos que geraram direitos adquiridos a particulares não podem ser revogados. b) A revogação não é o instrumento idôneo para atingir ato administrativo ilegal. c) A revogação só pode ocorrer mediante ato da Administração, não podendo ser determinada por decisão judicial. d) Os efeitos da revogação retroagem, alcançando os efeitos já produzidos pelo ato revogado. e) A revogação do ato administrativo tem como motivo a inconveniência ou a inoportunidade na manutenção de tal ato. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 30 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Letra A: verdadeira, pois revogar atos que já geraram direitos adquiridos representaria a negação desses direitos aos particulares, sendo, assim, vedadaa revogação. Letra B: correta, porque o instrumento adequado para extinguir um ato administrativo ilegal é a anulação. Letra C: certa, pois a revogação é instituto privativo da Administração que pratica o ato, envolvendo decisão discricionária quanto à conveniência e à oportunidade da manutenção do ato (mérito administrativo). Letra D: incorreta (gabarito), porque os efeitos da revogação são ex nunc, isto é, não retroativos, já que o ato revogado era válido até então. Letra E: verdadeira, conforme comentário à letra C. 7) (Esaf/SMF-RJ/Agente de Fazenda/2010) Não é hipótese de extinção do ato administrativo: a) a revogação. b) a renúncia. c) a cassação. d) a caducidade. e) a convalidação. A revogação, a cassação e a caducidade são formas de extinção do ato administrativo por retirada, isto é, pela prática de um ato da Administração que extingue um ato anterior. A renúncia extingue o ato por iniciativa do particular, que recusa seus efeitos, como a recusa em receber determinada honraria do Poder Público ou de continuar usufruindo de seus benefícios. Já a convalidação não extingue o ato administrativo, ao contrário, ela saneia o vício de um ato ilegal, que segue no mundo jurídico escoimado da ilegalidade que o maculava. Assim, o gabarito é a Letra E. 8) (Esaf/MTE/AFT/2010) Assinale a opção que contemple ato administrativo passível de revogação. a) Atestado de óbito. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 31 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br b) Homologação de procedimento licitatório. c) Licença para edificar. d) Certidão de nascimento. e) Autorização de uso de bem público. O atestado de óbito (letra A) e a certidão de nascimento (letra D) são atos administrativos enunciativos (meros atos administrativos), não sujeitos a revogação, por não conterem verdadeira manifestação de vontade da Administração, mas apenas reconhecerem uma situação de fato preexistente (são atos administrativos apenas do ponto de vista formal). A homologação de procedimento licitatório (letra B), por fazer parte de um procedimento administrativo (licitação), só pode ser revogada no momento oportuno, pois, depois disso (ex.: após a adjudicação), ocorre a chamada preclusão administrativa. A licença para edificar (letra C) não pode ser revogada por se tratar de ato vinculado, que não possui mérito administrativo, além de gerar direito adquirido do administrado de edificar em seu terreno. Já a autorização de uso de bem público é ato discricionário e precário, sujeito à revogação por razões de conveniência e oportunidade, sem que o autorizatário possa reclamar indenização em razão da revogação do ato. Desse modo, a alternativa que melhor responde à questão é a letra E (gabarito). 9) (Esaf/Sefaz-SP/APO/2009) Acerca da teoria geral do ato administrativo, assinale a opção correta. a) Licença é o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta àquele que preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade. b) O decreto não pode ser considerado como ato administrativo, pois representa, em verdade, manifestação legislativa por parte do Poder Executivo. c) Ato administrativo discricionário é aquele em que a lei não deixou opções, estabelecendo que, diante de determinados requisitos, a Administração deve agir de tal ou qual forma. d) Todo ato praticado no exercício da função administrativa é ato administrativo. e) O ato administrativo não está sujeito a controle jurisdicional. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 32 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Letra A: correta, pois apresenta a exata definição de licença administrativa. É o gabarito. Letra B: Alguns autores, como Di Pietro, não consideram o decreto (e nenhum ato normativo) um verdadeiro ato administrativo, por não possuir conteúdo concreto (o decreto, em regra, é ato geral e abstrato). Inclusive, Hely Lopes Meirelles destaca que os atos normativos são atos administrativos apenas em sentido formal, por serem produzidos pela Administração, mas, materialmente, tem conteúdo de lei. Não obstante, a alternativa está errada, porque o decreto não é ato legislativo (não é lei), mas ato de natureza infralegal. Letra C: incorreta, pois apresenta a definição de ato vinculado, dizendo que se trata de ato discricionário. Neste, a Administração tem, sim, certa liberdade para decidir, nos limites deixados pela lei, sendo tal liberdade justamente a discricionariedade do administrador. Letra D: falsa, pois, segundo Di Pietro, existem atos da Administração que não são atos administrativos, como os atos normativos e enunciativos (para Hely, estes são atos apenas em sentido formal). Além disso, a Administração pode praticar atos de natureza privada, que são atos da Administração, mas não são atos administrativos, por não serem regidos pelo regime jurídico administrativo (regime de Direito Público da Administração). Letra E: incorreta, porque toda a atividade administrativa está sujeita a controle jurisdicional, sendo inclusive um princípio aplicável à atividade administrativa a inafastabilidade do controle jurisdicional. 10) (Esaf/Receita Federal/AFRFB/2009) Quanto à competência para a prática dos atos administrativos, assinale a assertiva incorreta. a) Não se presume a competência administrativa para a prática de qualquer ato, necessária previsão normativa expressa. b) A definição da competência decorre de critérios em razão da matéria, da hierarquia e do lugar, entre outros. c) A competência é, em regra, inderrogável e improrrogável. d) Admite-se, excepcionalmente, a avocação e a delegação de competência administrativa pela autoridade superior competente, nos limites definidos em lei. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 33 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br e) Com o ato de delegação, a competência para a prática do ato administrativo deixa de pertencer à autoridade delegante em favor da autoridade delegada. Letra A: certa. A competência é o poder legal conferido a um agente para a prática do ato administrativo. Ela deriva da lei e por ela é delimitada, não se devendo falar em competência implícita. Letra B: correta, pois a competência pode ser atribuída a determinado órgão ou agente, entre outros critérios, em função da matéria (ex.: fazenda, educação, agricultura etc.), da hierarquia (ex.: órgãos de direção e de execução) ou do lugar onde será exercida (ex.: órgãos em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro etc.). Letra C: verdadeira. Em regra, a competência administrativa não pode ser revogada (salvo por lei), nem prorrogada. Prorrogação da competência é o deslocamento da competência de um para outro órgão ou agente, que passa a ser o competente para praticar certo ato que, a princípio, não era de sua atribuição. Surge por determinação legal ou por inércia do órgão ou agente competente. Tal fenômeno ocorre em alguns casos no Direito Processual. Já no Direito Administrativo, o art. 11 da Lei 9.784/1999 expressa que a competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Letra D: verdadeira. As regras para a avocação e a delegação de competência administrativa estão nos artigos 11 a 15 da Lei 9.784/1999. Letra E: falsa (gabarito), pois o delegante não perde a competência por ter delegado seu exercício a outro agente. Tanto é que ele pode revogar a delegação a qualquer tempo, chamando a competência a si novamente. 11) (Esaf/MPOG/APO/2008) Em se tratando dos atos administrativos, analise os itens a seguir e marque comV a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente: AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 34 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br ( ) Entre os atributos do ato administrativo, encontra-se a presunção de veracidade a qual diz respeito à conformidade do ato com a lei; em decorrência desse atributo, presume-se, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei; ( ) A auto-executoriedade consiste em atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância; ( ) Entre os elementos do ato administrativo, encontra-se a finalidade a qual é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo; ( ) O objeto ou conteúdo do ato administrativo consiste no efeito jurídico imediato que o ato produz. a) F, V, F, F b) F, V, V, F c) V, F, V, V d) F, F, F, V e) V, V, F, F Item I: errado, porque descreve as características do atributo chamado a presunção de legitimidade. Pela presunção de veracidade, presume- se que o conteúdo do ato (os fatos alegados pela Administração) é verdadeiro, até prova em contrário. Item II: falso, porque descreve o atributo da imperatividade. Por sua vez, a autoexecutoriedade significa que a Administração pode executar o ato ela mesma, caso haja resistência do particular, sem necessidade de autorização judicial. Item III: incorreto, porque descreve o elemento motivo do ato administrativo. Já a finalidade, como elemento do ato administrativo, é representada pelo atendimento ao interesse público. Item IV: verdadeiro, conforme visto na teoria. Gabarito: letra D. 12) (Esaf/Natal/Auditor do Tesouro Municipal/2008) Quanto aos Atos Administrativos, analise os itens a seguir e marque a opção correta: I. A imperatividade não existe em todos os atos administrativos, não se aplicando a atos enunciativos. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 35 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br II. O objeto é o efeito jurídico imediato que o ato produz. III. A fonte da discricionariedade é a própria lei: aquela só existe nos espaços deixados por esta. IV. Os atos administrativos negociais contêm uma declaração de vontade da Administração apta a deferir certa faculdade ao particular, nas condições impostas pelo Poder Público. V. A revogação do ato administrativo pode ser feita pelo Judiciário e pela Administração, quando o administrado praticar ato contrário à lei. a) Os itens III e V estão corretos. b) Os itens II e IV estão corretos. c) Os itens I e V estão incorretos. d) Os itens II e III estão incorretos. e) Os itens IV e V estão incorretos. Item I: certo, pois a imperatividade só existe nos atos que impõem obrigações aos particulares. Os atos enunciativos apenas declaram uma situação existente ou exprimem uma opinião, não representando verdadeira manifestação de vontade da Administração. Item II: correto, conforme visto na teoria. Item III: verdadeiro, pois a discricionariedade deve ser exercida nos limites da lei, sob pena de se converter em arbitrariedade (o que seria ilegal). Item IV: certo, porque os atos negociais, embora atendam a um interesse legítimo do particular, representa manifestação unilateral de vontade da Administração, isto é, a produção do ato depende apenas da atuação da Administração, que define seus termos, sempre em obediência aos limites da lei, é claro. Item V: errado, pois somente a própria Administração pode revogar um ato administrativo, por se tratar de decisão de mérito administativo. Ao Judiciário compete apenas anular os atos ilegais, quando provocado. Gabarito: letra B. 13) (Esaf/STN/AFC/2008) Quanto à discricionariedade e à vinculação da atuação administrativa, pode-se afirmar corretamente: AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 36 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br a) a discricionariedade presente num ato administrativo nunca é total, pois, em geral, ao menos a competência, a forma e a finalidade são elementos definidos em lei e, portanto, vinculados. b) o ato administrativo será discricionário quando a lei não deixar margem de liberdade para a atuação do administrador e fixar a sua única maneira de agir diante do preenchimento de determinados requisitos. c) a conveniência e a oportunidade de realização dos atos constituem o mérito administrativo, presente nos atos vinculados e passível de controle pelo poder judiciário. d) quando o motivo for um aspecto discricionário do ato administrativo, ainda que expressamente indicado pela administração pública para a prática de determinado ato, não estará passível de controle pelo poder judiciário. e) a admissão de servidor público é ato administrativo discricionário típico, assim como a permissão de uso de bem público é exemplo clássico de ato administrativo vinculado. Letra A: verdadeira (gabarito), pois em qualquer ato, seja vinculado, seja discricionário, os elementos competência, finalidade e forma são sempre vinculados. Além disso, mesmo o motivo e objeto dos atos discricionários devem obedecer aos limites da discricionariedade estabelecidos em lei. Letra B: incorreta, porque apresenta a definição de ato vinculado, dizendo se tratar de ato discricionário. Letra C: errada, pois o mérito administrativo está presente nos atos discricionários e não é passível de controle pelo Poder Judiciário. Letra D: falsa, pois, sendo indicado o motivo, a Administração fica vinculado a tal razão para a prática do ato (teoria dos motivos determinantes). Neste caso, o ato poderá ser invalidado, inclusive pelo Judiciário, se se verificar que o motivo é nulo. A Justiça, contudo, deve respeitar as questões de mérito administrativo e só anular o ato se realmente houver ilegalidade do motivo apresentado. Letra E: incorreta, pois a admissão de servidor pode ser ato vinculado (ex.: candidato aprovado dentro das vagas oferecidas no edital). Além disso, a permissão de uso de bem público é exemplo clássico de ato administrativo discricionário. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 37 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br LISTA DE QUESTÕES DA AULA 04 1) (Esaf/MF/ATA/2009) Associe os elementos do ato administrativo a seus conceitos, em linhas gerais. Ao final, assinale a opção correspondente. 1. Sujeito 2. Objeto ou conteúdo 3. Forma 4. Finalidade 5. Motivo ( ) É o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo. ( ) É o efeito jurídico imediato que o ato produz. ( ) É o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato. ( ) É aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato. ( ) É a exteriorização do ato e/ou as formalidades que devem ser observadas durante o processo de sua formação. a) 2, 4, 3, 1, 5 b) 2, 5, 1, 3, 4 c) 5, 2, 4, 1, 3 d) 5, 4, 2, 1, 3 e) 3, 1, 4, 2, 5 2) (Esaf/MTE/AFT/2010) Relativamente à vinculação e à discricionariedade da atuação administrativa, assinale a opção que contenha elementos do ato administrativo que são sempre vinculados. a) Competência e objeto. b) Finalidade e motivo. c) Competência e finalidade. d) Finalidade e objeto. e) Motivo e objeto. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 38 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 3) (Esaf/Susep/Analista Técnico/2010) O chamado mérito administrativo costuma ser relacionado ao(s) seguinte(s) elemento(s) do ato administrativo: a) finalidade e objeto.b) finalidade e motivo. c) motivo e objeto. d) finalidade, apenas. e) motivo, apenas. 4) (Esaf/SMF-RJ/Agente de Trabalhos de Engenharia/2010) Um servidor público edita um ato administrativo, o qual, não havendo condição suspensiva, opera efeitos desde já. Particular, posteriormente, pode contestar sua validade, sustentando que o ato padece de vício de legalidade, devendo, contudo, provar sua alegação. Assinale o item que contém o atributo do ato administrativo que ocasiona a transferência do ônus da prova da invalidade do referido ato para quem a invoca. a) Imperatividade b) Poder regulamentar c) Presunção de legitimidade d) Autoexecutoriedade e) Exigibilidade 5) (Esaf/MF/ATA/2009) Acerca dos atos administrativos, assinale a opção correta. a) A presunção de legitimidade dos atos administrativos é absoluta. b) O administrado pode negar-se a cumprir qualquer ato administrativo quando ainda não apreciado e convalidado pelo Poder Judiciário. c) Até prova em contrário, presume-se que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei. d) Cumpridas todas as exigências legais para a prática de um ato administrativo, ainda que seja ele discricionário, o administrado passa a ter direito subjetivo à sua realização. e) Considera-se mérito administrativo a conveniência e a oportunidade da realização do ato, sempre previamente definido e determinado pela lei. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 39 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 6) (Esaf/SMF-RJ/Fiscal de Rendas/2010) Assinale a opção incorreta, no tocante à revogação do ato administrativo. a) Atos que geraram direitos adquiridos a particulares não podem ser revogados. b) A revogação não é o instrumento idôneo para atingir ato administrativo ilegal. c) A revogação só pode ocorrer mediante ato da Administração, não podendo ser determinada por decisão judicial. d) Os efeitos da revogação retroagem, alcançando os efeitos já produzidos pelo ato revogado. e) A revogação do ato administrativo tem como motivo a inconveniência ou a inoportunidade na manutenção de tal ato. 7) (Esaf/SMF-RJ/Agente de Fazenda/2010) Não é hipótese de extinção do ato administrativo: a) a revogação. b) a renúncia. c) a cassação. d) a caducidade. e) a convalidação. 8) (Esaf/MTE/AFT/2010) Assinale a opção que contemple ato administrativo passível de revogação. a) Atestado de óbito. b) Homologação de procedimento licitatório. c) Licença para edificar. d) Certidão de nascimento. e) Autorização de uso de bem público. 9) (Esaf/Sefaz-SP/APO/2009) Acerca da teoria geral do ato administrativo, assinale a opção correta. AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 40 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br a) Licença é o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta àquele que preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade. b) O decreto não pode ser considerado como ato administrativo, pois representa, em verdade, manifestação legislativa por parte do Poder Executivo. c) Ato administrativo discricionário é aquele em que a lei não deixou opções, estabelecendo que, diante de determinados requisitos, a Administração deve agir de tal ou qual forma. d) Todo ato praticado no exercício da função administrativa é ato administrativo. e) O ato administrativo não está sujeito a controle jurisdicional. 10) (Esaf/Receita Federal/AFRFB/2009) Quanto à competência para a prática dos atos administrativos, assinale a assertiva incorreta. a) Não se presume a competência administrativa para a prática de qualquer ato, necessária previsão normativa expressa. b) A definição da competência decorre de critérios em razão da matéria, da hierarquia e do lugar, entre outros. c) A competência é, em regra, inderrogável e improrrogável. d) Admite-se, excepcionalmente, a avocação e a delegação de competência administrativa pela autoridade superior competente, nos limites definidos em lei. e) Com o ato de delegação, a competência para a prática do ato administrativo deixa de pertencer à autoridade delegante em favor da autoridade delegada. 11) (Esaf/MPOG/APO/2008) Em se tratando dos atos administrativos, analise os itens a seguir e marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente: ( ) Entre os atributos do ato administrativo, encontra-se a presunção de veracidade a qual diz respeito à conformidade do ato com a lei; em decorrência desse atributo, presume-se, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei; AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 41 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br ( ) A auto-executoriedade consiste em atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância; ( ) Entre os elementos do ato administrativo, encontra-se a finalidade a qual é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo; ( ) O objeto ou conteúdo do ato administrativo consiste no efeito jurídico imediato que o ato produz. a) F, V, F, F b) F, V, V, F c) V, F, V, V d) F, F, F, V e) V, V, F, F 12) (Esaf/Natal/Auditor do Tesouro Municipal/2008) Quanto aos Atos Administrativos, analise os itens a seguir e marque a opção correta: I. A imperatividade não existe em todos os atos administrativos, não se aplicando a atos enunciativos. II. O objeto é o efeito jurídico imediato que o ato produz. III. A fonte da discricionariedade é a própria lei: aquela só existe nos espaços deixados por esta. IV. Os atos administrativos negociais contêm uma declaração de vontade da Administração apta a deferir certa faculdade ao particular, nas condições impostas pelo Poder Público. V. A revogação do ato administrativo pode ser feita pelo Judiciário e pela Administração, quando o administrado praticar ato contrário à lei. a) Os itens III e V estão corretos. b) Os itens II e IV estão corretos. c) Os itens I e V estão incorretos. d) Os itens II e III estão incorretos. e) Os itens IV e V estão incorretos. 13) (Esaf/STN/AFC/2008) Quanto à discricionariedade e à vinculação da atuação administrativa, pode-se afirmar corretamente: AFRFB/ATRFB/AFT 2012 DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA – AULA 04 42 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br a) a discricionariedade presente num ato administrativo nunca é total, pois, em geral, ao menos a competência, a forma e a finalidade são elementos definidos em lei e, portanto, vinculados. b) o ato administrativo será discricionário quando a lei não deixar margem de liberdade para a atuação do administrador e fixar a sua única maneira de agir diante do preenchimento de determinados requisitos. c) a conveniência e a oportunidade de realização dos atos constituem o mérito administrativo, presente nos atos vinculados e passível de controle pelo poder judiciário. d) quando o motivo for um aspecto discricionário do ato administrativo, ainda que expressamente indicado pela administração pública para a prática de determinado ato, não estará passível de controle pelo poder judiciário. e) a admissão de servidor público é ato administrativo discricionário típico, assim como a permissão de uso de bem público é exemplo clássico de ato administrativo vinculado. Gabarito 1c 2c 3c 4c 5c 6d 7e 8e 9a 10e 11d 12b 13a
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