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Acúmulos Celulares Profa. Mônica Marques Telles Campus Diadema ACÚMULOS INTRACELULARES e TECIDUAIS Fatores externos ou do próprio organismo ↓ Rompimento da homeostasia celular ↓ Adaptação, lesão ou morte celular CAUSAS 1. Constituinte celular normal em excesso produção excessiva ou metabolismo insuficiente Água - edema celular, degeneração hidrópica Lipídeos - esteatose ou degeneração gordurosa Carboidratos - acúmulo ou infiltração glicogênica Proteína - degeneração hialina intracelular e extracelular; amiloidose. TIPOS DE ACÚMULOS 2. Substância anormal a) exógena - mineral ou agente infeccioso b) endógena - produto do metabolismo anormal 3. Pigmentos - exógenos ou endógenos TIPOS DE ACÚMULOS • Acúmulo transitório ou permanente; • Pode causar lesão celular (normalmente reversível) ou ser inócuo à célula; • Pode ser tóxico ou faz a célula aumentar de volume, comprimindo vasos e células adjacentes; • Normalmente acompanhadas por alterações morfológicas características; • Pode localizar-se no citoplasma, no núcleo ou no meio extracelular. CONSEQUÊNCIAS EDEMA CELULAR ATP - falha bomba Na+/K+ - acúmulo Na+ e H2O Acúmulo de catabólitos no citoplasma (fosfatos, lactato e P.O.) Causas: 1. Geral: 1a manifestação da maioria das lesões Acúmulo de água no citoplasma da célula 2. Específica: microorganismos, parasitas celulares, inflamação, queimaduras, venenos, radiações etc. Hipóxia Alterações microscópicas: 1. Aumento do volume celular; 2. Compressão da microvasculatura do órgão; 3. Vacúolos citoplasmáticos claros de contornos imprecisos, devido ao volume de RER e mitocôndrias - confere aspecto turvo ao M.O. 4. Lesões severas: água acumula-se em gotículas no citoplasma e há alterações nucleares. EDEMA CELULAR Alterações macroscópicas: 1.Palidez do órgão; 2.Aumento de peso; 3. Friável e seco ao corte. Consequências imediatas: 1. Interrupção da circulação sangüínea; 2.Aumento da pressão intracraniana (SNC). EDEMA CELULAR EDEMA Edema intracelular em epitélio de pele. Apresenta aspecto vacuolizado (citoplasma com cor branca) que a célula adquire devido ao acúmulo hídrico intracelular (HE, 400X). DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA Aspecto vacuolizado (citoplasma com cor branca) que a célula adquire devido ao acúmulo hídrico intracelular ESTEATOSE Acúmulo de triglicerídeos no citoplasma de células que normalmente não os acumulam Acomete coração, rim, músculos e fígado Captação e metabolismo de ácidos graxos pelo fígado, formação de triglicerídeos e secreção de lipoproteínas Tecido adiposo Dieta (intestino) Quando os triglicerídeos (TG) são metabolizados normalmente há tão pouco TG no hepatócito que não podem ser observados na microscopia de rotina As causas de esteatose estão relacionadas com a ocorrência de defeitos em quaisquer das 6 etapas mostradas a seguir ORIGEM: Aumento da mobilização do tecido adiposo e entrada excessiva de ácidos graxos: jejum prolongado, uso de corticosteróides, Diabetes mellitus, alcoolismo e obesidade Diminuição da oxidação em corpos cetônicos (mitocôndrias): hipóxia e alcoolismo Aumento da conversão de ácidos graxos a partir do acetato Aumento de -glicerofosfato: alcoolismo e alimentação rica em carboidratos Diminuição da síntese de proteínas (apoproteínas): má nutrição proteica e hepatotoxinas Diminuição da secreção de lipoproteínas: alcoolismo Alterações macroscópicas: Fígado aumentado de volume, coloração pálida ou amarela, cápsula tensa, consistência friável, aspecto gorduroso ao corte Esteatose Alterações microscópicas: Células com vacúolos citoplasmáticos de contornos nítidos Núcleo pode estar deslocado para a periferia As células podem romper Fígado normal Fígado com esteatose Células hepáticas expandidas podem restringir a circulação e levar à necrose Esteatose Tipos de alteração gordurosa no fígado: aguda (rara - falha renal) ou crônica Esteatose Hepática OUTROS ACÚMULOS DE LIPÍDEOS (LIPIDOSES): Colesterol: nas artérias (aterosclerose), na pele (nódulos ou placas) e inflamações crônicas ACÚMULO DE GLICOGÊNIO O Glicogênio é uma reserva de energia prontamente disponível Causas: 1.Diabetes mellitus glicogênio nas células dos túbulos renais (glicosúria), pâncreas, fígado e músculo cardíaco 2.Defeitos genéticos deficiência enzimática 3.Células tumorais Infiltração glicogênica Alterações Microscópicas 1.Vacúolos citoplasmáticos claros 2.Células aumentadas de tamanho com contornos mais evidentes 3.PAS (ácido periódico de Schiff) 10%formol neutro tamponado a 4ºC Alcóol absoluto a TA Vacúolos claros no citoplasma podem indicar: Vacúolos sem limites precisos Vacúolos de contornos nítidos Vacúolos claros Diagnóstico diferencial: técnicas especiais de inclusão e coloração Técnicas histológicas de rotina usam solventes de gordura, então p/ visualização da gordura faz-se cortes de congelação e coloração com Sudan black ou Oil red-O Coloração com P.A.S. (ácido periódico de Schiff) A não demonstração de gordura ou glicogênio Edema Esteatose Glicogênio Alterações no metabolismo protéico Degeneração hialina Alteração intra ou extracelular que confere aparência rósea, vítrea e homogênea em cortes histológicos corados por H.E. hialinaME O material acumulado é protéico. Alterações no metabolismo protéico Degeneração hialina Esta degeneração pode ser resultado de: * Condensação de filamentos intermediários e proteínas associadas que formam corpúsculos no interior das células * Acúmulo de material de origem virótica * Corpos apoptóticos Material hialino depositado é constituído por proteínas endocitadas Degeneração Hialina Intracelular - Goticular (gotas hialinas): em doenças renais onde há proteinúria - o glomérulo deixa passar proteínas que são pinocitadas pelas células tubulares. - Corpúsculos de Russell: plasmócitos repletos de IgG - nas reações inflamatórias crônicas em que há estimulação antigênica prolongada. Degeneração Hialina Intracelular Degeneração Hialina Intracelular - Corpúsculo de Mallory: nos hepatócitos de alcoólatras crônicos, formado por proteínas do citoesqueleto. Degeneração Hialina Intracelular - Corpúsculo de Councilman-Rocha Lima: nos hepatócitos em hepatites virais - febre amarela. Vasconcelos, P.F.C.; Febre Amarela Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.36 no.2, 2003 Tecido conjuntivo em cicatrizes antigas decorrentes de processos inflamatórios (úlceras de pele, queimaduras e incisões cirúrgicas). Degeneração Hialina Extracelular Degeneração Hialina Extracelular - Vasos: parede de arteríolas e capilares glomerulares, em hipertensão, diabetes e glomerulonefrites - extravazamento de proteínas do plasma e depósito na membrana basal e luz dos túbulos renais (cilindros hialinos). FIBRAS MUSCULARES ESQUELÉTICAS Presença de estriações transversais: alternância de faixas claras e escuras DEGENERAÇÃO HIALINA Músculo estriado Material hialino depositado é constituído por proteínas endocitadas Substância amorfa hialina corada de rosa substituindoas fibras musculares (vermelhas na coloração HE) Amiloidose O comprometimento da função lisossômica macrofágica promove um acúmulo de substâncias protéicas não digeridas em seu citoplasma. A secreção das mesmas no interstício origina o que é denominado, microscopicamente, de substância amilóide. Alterações no metabolismo protéico GOTA ÚRICA É relacionada ao metabolismo das purinas e seu principal derivado, o ácido úrico. O excesso de ácido úrico nos líquidos intersticiais é chamado hiperuricemia e a gota é sua principal conseqüência. . Depósito de ácido úrico e cristais de urato nos tecidos. - Há reação inflamatória crônica e dor. - Principalmente articulações e rim. cristais de urato Mais de 10% da população tem hiperuricemia, mas só 0,5% tem gota clínica Patogênese - O ácido úrico é originário do catabolismo das nucleoproteínas (apenas das bases púricas- A e G) Gota úrica formação de cristais Ingestão excessiva de proteínas, defeitos enzimáticos (hiperuricemia) precipitação de ácido úrico e uratos nos tecidos Reação inflamatória Gota úrica Conseqüências: - Artrite severa, anquilose (perda da mobilidade articular), cólica renal. Alterações Macro e Microscópicas Gota úrica Alterações Microscópicas - Imagem negativa de cristais de ácido úrico e uratos + Reação inflamatória = “tofo gotoso” Gota úrica CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA Deposição anormal de sais de cálcio e quantidades menores de ferro, magnésio e outros sais minerais 1.CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA - Níveis normais de cálcio sérico, não há alteração no metabolismo do Ca++ - É sempre localizada. - Sais de cálcio são depositados em tecidos mortos (áreas localizadas de necrose). SITUAÇÕES - Abcessos crônicos - Tuberculose crônica - Trombos - Parasitos mortos - Placas ateromatosas de artérias - Fetos mortos e retidos no útero Calcificação Distrófica Calcificação distrófica Calcificação Pontos de calcificação (basofílicos) na camada íntima da aorta em um processo avançado de ateroesclerose. Esses pontos calcificados podem se desprender da parede do vaso e cair na circulação sangüínea sob a forma de trombos. Esse fenômeno constitui uma complicação da calcificação distrófica (HE, 200X). Patogenia - As membranas celulares desintegradas na necrose servem de matriz para a deposição de sais de cálcio. Alterações microscópicas: - Sais de cálcio possuem aparência basofílica, granular amorfa e às vezes grumosa (H.E.) Alterações macroscópicas: - Coloração branca e formação de nódulos duros de aspecto arenoso. Calcificação patológica INCLUSÕES VIRAIS Agregação de proteínas virais no núcleo ou citoplasma, de formas variadas (esférica ou irregular) de afinidades tintoriais específicas Raiva - Corpúsculo de Negri
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