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1 | Projeto Medicina – www.projetomedicina.com.br 
 
Exercícios de Literatura 
Parnasianismo 
 
1) (Vunesp-2004) A questão a seguir toma por base uma 
passagem de uma carta do poeta parnasiano Raimundo 
Correia (1859-1911) e fragmentos de um ensaio do poeta 
modernista Jorge de Lima (1893-1953). 
 
A Rodolfo Leite Ribeiro 
(...) Noto nas poesias tuas, que o Vassourense tem 
publicado, muita naturalidade e cor local, além da nitidez 
do estilo e correção da forma. Sentes e conheces o que 
cantas, são aprazivelmente brasileiros os assuntos, que 
escolhes. Um pedaço de nossa bela natureza esplêndida 
palpita sempre em cada estrofe tua, com todo o vigor das 
tintas que aproveitas. No “Samba” que me dedicas, por 
exemplo, nenhuma particularidade falta dessa nossa dança 
macabra, movimento, graça e verdade ressaltam de cada 
um dos quatorze versos, que constituem o soneto. / Como 
eu invejo isso, eu devastado completamente pelos prejuízos 
dessa escola a que chamam parnasiana, cujos produtos 
aleijados e raquíticos apresentam todos os sintomas da 
decadência e parecem condenados, de nascença, à morte e 
ao olvido! Dessa literatura que importamos de Paris, 
diretamente, ou com escala por Lisboa, literatura tão falsa, 
postiça e alheia da nossa índole, o que breve resultará, 
pressinto-o, é uma triste e lamentável esterilidade. Eu sou 
talvez uma das vítimas desse mal, que vai grassando entre 
nós. Não me atrevo, pois, a censurar ninguém; lastimo 
profundamente a todos! / É preciso erguer-se mais o 
sentimento de nacionalidade artística e literária, 
desdenhando-se menos o que é pátrio, nativo e nosso; e os 
poetas e escritores devem cooperar nessa grande obra de 
restauração. Não achas? Canta um poeta, entre nós, um 
Partenon 
de Atenas, que nunca viu; outro os costumes de um Japão a 
que nunca foi... Nenhum, porém, se lembrara de cantar a 
Praia do Flamengo, como o fizeste, e qualquer julgaria 
indigno de um soneto o Samba, que ecoa melancolicamente 
na solidão das nossas fazendas, à noite. / Entretanto, este e 
outros assuntos vivem na tradição de nossos costumes, e é 
por desprezá-los assim que não temos um poeta 
verdadeiramente nacional. / Qualquer assunto, por mais 
chilro e corriqueiro que pareça ser, pode deixar de sê-lo, 
quando um raio do gênio o doure e inflame. / Tu me 
soubeste dar uma prova desse asserto. Teus formosos 
versos é que hão de ficar, porque eles estão alumiados pela 
imensa luz da verdade. Essa rota que me apontas é que eu 
deveria ter seguido, e que, infelizmente, deixei de seguir. O 
sol do futuro vai romper justamente da banda para onde 
caminhas, e não da banda por onde nós outros temos 
errado até hoje. / Continua, meu Rodolfo. Mais alguns 
sonetos no mesmo gênero; e terás um livro que, por si só, 
valerá mais que toda a biblioteca de parnasianos. Onde, 
nestes, a pitoresca simplicidade, a saudável frescura, a 
verdadeira poesia de teus versos?! 
(Raimundo Correia. Correspondência. In: Poesia completa 
e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1961.) 
Todos Cantam sua Terra... 
(1929) 
[...] Acha Tristão de Ataíde que a literatura brasileira 
moderna, apesar de tudo, enxergou qualquer cousa às 
claras. Pois que deu fé que estava em erro. Que se 
esquecera do Brasil, que se expressava numa língua que 
não era a fala do povo, que enveredara por terras de 
Europa e lá se perdera, com o mundo do Velho Mundo. 
Trabalho deu a esse movimento literário atual, a que 
chamam de moderno, trazer a literatura brasileira ao ritmo 
da nacionalidade, isto é, integrá-la com as nossas 
realidades reais. Mais ou menos isso falou o grande crítico. 
Assim como falou do novo erro em que caiu esta literatura 
atual criando um convencionalismo modernista, uma 
brasilidade forçada, quase tão errada, quanto a sua 
imbrasilidade. Em tudo isso está certo Tristão. Houve de 
fato ausência de Brasil nos antigos, hoje parece que há 
Brasil de propósito nos modernos. Porque nós não 
poderíamos com sinceridade achar Brasil no índio que 
Alencar isolou do negro, cedendo-lhe as qualidades lusas, 
batalhando por um abolicionismo literário do índio que nos 
dá a impressão de que o escravo daqueles tempos não era o 
preto, era o autóctone. O mesmo se deu com Gonçalves 
Dias em que o índio entrou com o vestuário de penas 
pequeno e escasso demais para disfarçar o que havia de 
Herculano no escritor. 
[...] 
Da mesma forma que os nossos primeiros literatos 
cantaram a terra, os nossos poetas e escritores de hoje 
querem expressar o Brasil numa campanha literária de 
“custe o que custar”. Surgiram no começo verdadeiros 
manifestos, verdadeiras paródias ao Casimiro e ao 
Gonçalves Dias: “Todos dizem a sua terra, também vou 
dizer a minha”. E do Norte, do Sul, do sertão, do brejo, de 
todo o país brotaram grupos, programas, proclamações 
modernistas brasileiras, umas ridículas à beça. Ninguém 
melhor compreendeu, adivinhou mesmo, previu o que se ia 
dar, botando o preto no branco, num estudo apenso ao meu 
primeiro livro de poesia em 1927, do que o meu amigo José 
Lins do Rego. (...) 
Dois anos depois é o mesmo protesto de Tristão de Ataíde: 
“esse modernismo intencional não vale nada!” Entretanto 
nós precisamos achar a nossa expressão que é o mesmo 
que nos acharmos. E parece que o primeiro passo para o 
achamento é procurar trazer o homem brasileiro à sua 
realidade étnica, política e religiosa.[...] 
No seio deste Modernismo já se opera uma reação anti-
ANTISINTAXE, anti-ANTIGRAMATICAL em oposição ao 
desleixo que surgiu em alguns escritos, no começo. Nós não 
temos um passado literário comprido (como têm os 
italianos, para citar só um povo), que nos endosse qualquer 
mudança no presente, pela volta a ele, renascimento dele, 
pela volta de sua expressão estilística ou substancial. A 
nossa tradição estilística, de galho deu, na terra boa em 
que se plantando dá tudo, apenas garranchos. 
(Jorge de Lima. Ensaios. In: Poesias completas - v. 4. Rio 
de Janeiro: José Aguilar/MEC, 1974.) 
 
Embora de épocas diferentes, Raimundo Correia e Jorge de 
Lima revelam estar imbuídos do mesmo propósito com 
 
 
2 | Projeto Medicina – www.projetomedicina.com.br 
 
relação aos problemas da Literatura Brasileira. A partir 
deste comentário, releia os dois trechos e, a seguir, 
a) identifique o sentimento em relação ao Brasil que 
aproxima os dois escritores e serve de base para suas 
observações críticas sobre a Literatura Brasileira. 
b) demonstre o caráter pessimista da conclusão a que chega 
Raimundo Correia sobre o Parnasianismo no Brasil. 
 
 
2) (Vunesp-2003) (...) 
Torce, aprimora, alteia, lima 
A frase; e, enfim, 
No verso de ouro engasta a rima, 
Como um rubim. 
Quero que a estrofe cristalina, 
Dobrada ao jeito 
Do ourives, saia da oficina 
Sem um defeito: 
(...) 
Assim procedo. Minha pena 
Segue esta norma, 
Por te servir, Deusa serena, 
Serena Forma! 
(...) 
 
a) A qual estilo de época pertencem esses versos? 
b) Transcreva os versos em que o poeta personifica o objeto 
de sua devoção. 
 
3) (Vunesp-2003) INSTRUÇÃO: As questão abaixo toma 
por base o poema Soneto, do poeta romântico brasileiro 
José Bonifácio, o Moço (1827-1886), e o poema Visita à 
Casa Paterna, do poeta parnasiano brasileiro Luís 
Guimarães Júnior (1845-1898). 
 
Soneto 
Deserta a casa está… Entrei chorando, 
De quarto em quarto, em busca de ilusões! 
Por toda a parte as pálidas visões! 
Por toda a parte as lágrimas falando! 
 
Vejo meu pai na sala, caminhando, 
Da luz da tarde aos tépidos clarões, 
De minha mãe escuto as orações 
Na alcova, aonde ajoelhei rezando. 
 
Brincam minhas irmãs (docelembrança!…), 
Na sala de jantar… Ai! mocidade, 
És tão veloz, e o tempo não descansa! 
 
Oh! sonhos, sonhos meus de claridade! 
Como é tardia a última esperança!… 
Meu Deus, como é tamanha esta saudade!… 
(José Bonifácio, o Moço. Poesias. São Paulo: Conselho 
Estadual de Cultura, 1962) 
 
•¥ 
Visita à Casa Paterna 
Como a ave que volta ao ninho antigo, 
Depois de um longo e tenebroso inverno, 
Eu quis também rever o lar paterno, 
O meu primeiro e virginal abrigo: 
 
Entrei. Um Gênio carinhoso e amigo, 
O fantasma, talvez, do amor materno, 
Tomou-me as mãos, - olhou-me, grave e terno, 
E, passo a passo, caminhou comigo. 
 
Era esta a sala… (Oh! se me lembro! e quanto!) 
Em que da luz noturna à claridade, 
Minhas irmãs e minha mãe… O pranto 
 
Jorrou-me em ondas… Resistir quem há-de? 
Uma ilusão gemia em cada canto, 
Chorava em cada canto uma saudade. 
(Luís Guimarães Junior, Sonetos e Rimas) 
 
José Bonifácio, o Moço, era um poeta romântico, enquanto 
Luís Guimarães Jr. era um parnasiano com raízes 
românticas. Os dois poemas apresentam características que 
servem de exemplo para tais observações. Levando em 
conta esse comentário, 
a) identifique um traço típico da poética romântica presente 
nos dois poemas; 
b) aponte, em Visita à Casa Paterna, um aspecto 
característico da concepção parnasiana de poesia. 
 
 
4) (Vunesp-2001) Solar Encantado 
Só, dominando no alto a alpestre serrania, 
Entre alcantis, e ao pé de um rio majestoso, 
Dorme quedo na névoa o solar misterioso, 
Encerrado no horror de uma lenda sombria. 
 
Ouve-se à noite, em torno, um clamor lamentoso, 
Piam aves de agouro, estruge a ventania, 
E brilhando no chão por sobre a selva fria, 
Correm chamas sutis de um fulgor nebuloso. 
 
Dentro um luxo funéreo. O silêncio por tudo... 
Apenas, alta noite, uma sombra de leve 
Agita-se a tremer nas trevas de veludo... 
 
Ouve-se, acaso, então, vaguíssimo suspiro, 
E na sala, espalhando um clarão cor de neve, 
Resvala como um sopro o vulto de um vampiro. 
SILVA, Vítor. In: RAMOS, P.E. da Silva. Poesia 
parnasiana - antologia.São Paulo: Melhoramentos, 1967, p. 
245. 
 
A Alma do Apartamento Mora na Varanda 
No terraço de 128m2 , a família toma sol, recebe amigos 
para festas e curte a vista dos Jardins, em São Paulo. Os 
espaços generosos deste apartamento dos anos 50 recebem 
luz e brisa constantes graças às grandes janelas. 
Os aromas desse apartamento de 445m2 denunciam que ele 
vive os primeiros dias: o ar recende a pintura fresca. Basta 
apurar o olfato para também descobrir a predileção do dono 
da casa por charutos, lírios e velas, espalhados pelos 
ambientes sociais. Sobre o fundo branco do piso e dos 
 
 
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sofás, surgem os toques de cores vivas nas paredes e nos 
objetos. “Percebi que a personalidade do meu cliente é 
forte. Não tinha nada a ver usar tons suaves”, diz Nesa 
César, a profissional escolhida para fazer a decoração. 
Quando o dia está bonito, sair para a varanda é expor-se a 
um banho de sol, pois o piso claro reflete a luz. O espaço 
resgata um pedaço do Mediterrâneo, com móveis brancos e 
paredes azuis. “Parece a Grécia”, diz a filha do proprietário. 
Ele, um publicitário carioca que adora sol e festa, acredita 
que a alma do apartamento está ali. 
MEDEIROS, Edson G. & PATRÍCIO, Patrícia. A alma do 
apartamento mora na varanda. In: Casa Cláudia.São Paulo, 
Editora Abril, nº 4, ano 23, abril/99, p. 69-70. 
 
Saudosa Maloca 
Se o sinhô não tá lembrado, 
Dá licença de contá 
Que aqui onde agora está 
Esse adifício arto 
Era uma casa véia, 
Um palacete assobradado. 
Foi aqui, “seu” moço, 
Que eu, Mato Grosso e o Joca 
Construímos nossa maloca 
 Mais, um dia, 
- Nóis nem pode se alembrá -, 
Veio os homens c’as ferramentas, 
O dono mandô derrubá. 
 
Peguemos todas nossas coisas 
E fumos pro meio da rua 
Preciá a demolição 
Que tristeza que nóis sentia 
Cada tauba que caía 
Duía no coração 
Mato Grosso quis gritá 
Mais em cima eu falei: 
Os homens tá c’a razão, 
Nóis arranja otro lugá. 
Só se conformemos quando o Joca falô: 
“Deus dá o frio conforme o cobertô”. 
E hoje nóis pega paia nas gramas do jardim 
E p’ra esquecê nóis cantemos assim: 
Saudosa maloca, maloca querida, dim, dim, 
Donde nóis passemos dias feliz de nossa vida. 
BARBOSA, Adoniran. In: Demônios da Garoa - Trem das 
11. CD 903179209-2, Continental-Warner Music Brasil, 
1995. 
 
Tendo em mente que Vítor Silva foi poeta parnasiano 
quando o Simbolismo ou Decadentismo já começava a ser 
exercitado em nosso país, e por isso recebeu algumas 
influências do novo movimento, leia o poema Solar 
Encantado e, em seguida, 
a) mencione duas características tipicamente parnasianas do 
poema; 
b) identifique elementos do poema que denunciam certa 
influência simbolista. 
 
5) (UNIFESP-2004) No Manifesto da Poesia Pau-Brasil, 
Oswald de Andrade faz o seguinte comentário sobre os 
poetas parnasianos: “Só não se inventou uma máquina de 
fazer versos - já havia o poeta parnasiano.” 
O que o poeta modernista está criticando nos parnasianos é 
a) a demasiada liberdade no ato da criação, que os torna 
máquinas poéticas. 
b) o abandono da Arte pela arte, com a criação objetiva e 
anti-convencional. 
c) a preocupação com a perfeição formal e com o 
subjetivismo. 
d) o formalismo e a impessoalidade comuns em seus textos. 
e) o exagero na expressão das emoções, apesar da criação 
poética mecânica. 
 
 
6) (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de 
Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo 
Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide. 
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O 
Bilac conhecem? quis fazer-me uma modinha, eu não 
aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac. 
A questão não está em escrever uns versos certos que 
digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que 
o violão pede e deseja. (...) 
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? 
Não disseram os dois irmãos. 
Oh! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.” 
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma. 
Parta do trecho lido para marcar a alternativa 
INCORRETA. 
a) Olavo Bilac e Raimundo Correia deram vazão à 
sensibilidade pessoal, evitando como compromisso único o 
esmero técnico e produziram uma poesia lírica amorosa e 
sensual (Olavo Bilac), marcada por uma certa inquietação 
filosófica (Raimundo Correia). 
b) Bilac (Olavo Bilac), Raimundo (Raimundo Correia) e 
Alberto de Oliveira formaram a “tríade parnasiana” da 
literatura brasileira, escrevendo uma poesia de grande 
qualidade técnica, que concebia a atividade poética como a 
habilidade no manejo do verso. 
c) O Parnasianismo, pela supervalorização da linguagem 
preciosa, pela busca da palavra exata, do emprego da rima 
rica e da métrica perfeita, foi um estilo literário de curta 
duração que se restringiu à elite literária do Rio de Janeiro. 
d) Assim como Ricardo, que deseja “a palavra que o violão 
pede”, Lima Barreto acreditava que a linguagem literária 
clássica, formal, não era adequada para o tipo de literatura 
que produzia: marcada pela visão crítica, pela objetividade 
da denúncia, pela simplicidade comunicativa. 
 
 
7) (UFSCar-2004) Para responder a próxima questão leia os 
dois sonetos de Olavo Bilac, que fazem parte de um 
conjunto de poemas chamado Via Láctea. 
 XII 
 Sonhei que me esperavas. E, sonhando, 
 Saí, ansioso por te ver: corria... 
 E tudo, ao ver-me tão depressa andando, 
 Soube logo o lugar para onde eu ia. 
 
 
4 | Projeto Medicina – www.projetomedicina.com.brE tudo me falou, tudo! Escutando 
 Meus passos, através da ramaria, 
 Dos despertados pássaros o bando: 
 “Vai mais depressa! Parabéns!” dizia. 
 
 Disse o luar: “Espera! Que eu te sigo: 
 Quero também beijar as faces dela!” 
 E disse o aroma: “Vai que eu vou contigo!” 
 
 E cheguei. E, ao chegar, disse uma estrela: 
 “Como és feliz! como és feliz, amigo, 
 Que de tão perto vais ouvi-la e vê-la!” 
 
 XIII 
 “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo 
 Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, 
 Que, para ouvi-las, muita vez desperto 
 E abro as janelas, pálido de espanto... 
 
 E conversamos toda a noite, enquanto 
 A via láctea, como um pálio aberto, 
 Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, 
 Inda as procuro pelo céu deserto. 
 
 Direis agora: “Tresloucado amigo! 
 Que conversas com elas? Que sentido 
 Tem o que dizem, quando estão contigo?” 
 
 E eu vos direi: “Amai para entendê-las! 
 Pois só quem ama pode ter ouvido 
 Capaz de ouvir e de entender estrelas”. 
 
a) A que movimento literário pertencem esses poemas? 
b) Quais são as principais características desse movimento? 
 
 
8) (PUC-RS-2000) “Tu, artista, com zelo, Esmerilha e 
investiga!Níssia, o melhor modeloVivo, oferece, da beleza 
antiga.Para esculpi-la, em vão, árduos, no meioDe 
esbraseada arena,Batem-se, quebram-se em fatal 
torneio,Pincel, lápis, buril, cinzel e pena.”[...] 
 
O trecho evidencia tendências ___________ , na medida 
em que ______________ o rigor formal e utiliza-se de 
imagens _____________. 
 
a) românticas - neutraliza - abstratas 
b) simbolistas - valoriza - concretas 
c) parnasianas - exalta - mitológicas 
d) simbolistas - busca - cotidianas 
e) parnasianas - evita - prosaicas 
 
9) (FMTM-2003) Para responder a esta questão, considere 
os versos. 
 
Longe do estéril turbilhão da rua, 
Beneditino, escreve! No aconchego, 
Do claustro, na paciência e no sossego, 
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! 
Mas que na forma se disfarce o emprego 
Do esforço; e a trama viva se construa 
De tal modo, que a imagem fique nua, 
Rica mas sóbria, como um templo grego. 
 
Pelas características desse texto, é correto afirmar que 
pertence à estética 
a) simbolista; seu tema é a entrega às sensações geradas 
pela poesia; o trabalho do poeta é suscitar imagens fortes. 
b) romântica; seu tema é a evasão no espaço; o trabalho do 
poeta é visto como extravasamento da emoção. 
c) parnasiana; seu tema é a própria poesia; o trabalho do 
poeta é visto como busca da perfeição formal. 
d) modernista; seu tema é a agitação da vida moderna; o 
trabalho do poeta é visto como registro dessa agitação. 
e) barroca; seu tema é a religiosidade; o trabalho do poeta é 
visto como sacrifício. 
 
10) (Faap-1997) AS POMBAS 
 
Vai-se a primeira pomba despertada... 
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas 
De pombas vão-se dos pombais, apenas 
Raia sangüínea e fresca a madrugada 
 
E à tarde, quando a rígida nortada 
Sopra, aos pombais, de novo, elas, serenas 
Ruflando as asas, sacudindo as penas, 
Voltam todas em bando e em revoada... 
 
Também dos corações onde abotoam, 
Os sonhos, um por um, céleres voam 
Como voam as pombas dos pombais; 
 
No azul da adolescência as asas soltam, 
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam 
E eles aos corações não voltam mais... 
 (Raimundo Correia) 
 
 
O poema é um soneto; porque tem: 
a) dois quartetos e dois tercetos. 
b) rima. 
c) medida. 
d) ritmo. 
e) sonoridade. 
 
 
11) (UEL-1995) Assinale a alternativa cujos termos 
preenchem corretamente as lacunas do texto inicial. 
Esses poetas dedicavam-se, muitas vezes, a escrever sobre 
um "vaso grego", uma "taça de coral", uma "brilhante 
copa". Ao mesmo tempo em que admiravam os "áureos 
relevos", o "fino lavor" e o som "canoro e doce" desses 
objetos, viam-se a si mesmos como artesãos do verso, 
verdadeiros "ourives" da língua. Essa tendência preciosista 
teve em .................. e ................. dois dos principais 
representantes, dentro do estilo ................... . 
a) Castro Alves e Gonçalves Dias - romântico. 
b) Olavo Bilac e Alberto de Oliveira - parnasiano. 
c) Gonçalves Dias e Olavo Bilac - romântico. 
 
 
5 | Projeto Medicina – www.projetomedicina.com.br 
 
d) Alberto de Oliveira e Castro Alves - parnasiano. 
e) Gonçalves Dias e Alberto de Oliveira - parnasiano. 
 
12) (Unip-1997) PERFEIÇÃO 
Nunca entrarei jamais o teu recinto: 
Na sedução e no fulgor que exalas, 
Ficas vedada, num radiante cinto. 
De riqueza, de gozos e de galas. 
 
Amo-te, cobiçando-te... E, faminto, 
Adivinho o esplendor das tuas salas, 
E todo o aroma dos teus parques sinto, 
E ouço a música e o sonho em que te embalas. 
 
Eternamente ao meu olhar pompeias. 
E olho-te em vão, maravilhosa e bela, 
Adarvada de altíssimas ameias. 
E à noite, à luz dos astros, a horas mortas, 
Rondo-te, e arquejo, e choro, ó cidadela! 
Como um bárbaro uivando às tuas portas! 
(Olavo Bilac) 
 
 
Assinale a alternativa falsa: 
a) "Exalas" (verbo) e "galas" (substantivo), "faminto" 
(adjetivo) e "sinto" (verbo); "pompeias" (verbo) e "ameais" 
(substantivo) são alguns exemplos de rimas ricas. 
b) Entre os versos 3 e 4 ocorre um encadeamento sintático 
denominado cavalgamento ou "enjambement", que atenua o 
efeito sonoro de rima, alterando o ritmo. 
c) Em "Como um bárbaro" temos a ocorrência de uma 
metáfora e, na seqüência, a ação de uivar ("uivando"), 
assoaciada ao ser humano, configura uma expressiva 
zoomorfização. 
d) O efeito da zoormofização referida é o de dar intensidade 
ao desejo de perfeição do "eu" poemático, a uivar como um 
bárbaro animalizado, diante da cidadela inexpugnável. 
e) A idéia abstrata da perfeição é configurada no soneto por 
imagens plásticas que a tornam um objeto concreto: ela é 
descrita como se fosse um castelo, uma fortaleza, defendida 
por obstáculos intransponíveis. 
 
 
13) (UFRJ-1998) Devido à sua importância, o Romantismo 
deixou marcas que reaparecem como herança em muitos 
textos produzidos posteriormente na Literatura Brasileira. 
Este poema de Olavo Bilac apresenta algumas dessas 
marcas. 
 
Sonho 
 
Ter nascido homem outro, em outros dias, 
- Não hoje, nesta agitação sem glória, 
Em traficâncias e mesquinharias, 
Numa apagada vida merencória 
 
Ter nascido numa era de utopias, 
Nos áureos ciclos épicos da História, 
Ardendo em generosas fantasias, 
Em rajadas de amor e de vitória: 
 
Campeão e trovador da Idade Média, 
Herói no galanteio e na cruzada, 
Viver entre um idílio e uma tragédia; 
 
E morrer em sorrisos e lampejos, 
Por um gesto, um olhar, um sonho, um nada, 
Traspassado de golpes e de beijos! 
 
( BILAC, Olavo. Olavo Bilac: obra reunida. RJ: Nova 
Aguilar, 1996. p. 284.) 
 
 Atenção - vocabulário: 
 merencória ( verso 4 ) - melancólica 
 
 
 
 
Os tercetos do poema "Sonho" definem o SUJEITO, 
acentuando-lhe dois aspectos que recriam, também, a 
atmosfera romântica. 
 
Justifique essa afirmação, com suas palavras, e 
exemplifique com dois substantivos retirados do primeiro 
terceto do poema. 
 
 
 
14) (ITA-2003) A questão a seguir refere-se ao texto 
“Língua”, de Caetano Veloso, exposto abaixo. 
 
Gosto de sentir a minha língua roçar 
A língua de Luís de Camões 
Gosto de ser e de estar 
E quero me dedicar 
A criar confusões de prosódia 
E uma profusão de paródias 
Que encurtem dores 
E furtem cores como camaleões 
Gosto do Pessoa na pessoa 
Da rosa no Rosa 
E sei que a poesia está para a prosaAssim como o amor está para a amizade 
E quem há de negar que esta lhe é superior? 
E deixa os portugais morrerem à míngua 
“Minha pátria é minha língua” 
Fala, Mangueira! 
Flor do Lácio, Sambódromo 
Lusamérica, latim em pó. 
O que quer 
O que pode 
Esta língua? 
(...) 
 
A expressão “Flor do Lácio” também faz parte de um 
famoso poema da Literatura Brasileira, intitulado “Língua 
Portuguesa”, produzido na segunda metade do século XIX. 
Assinale a alternativa que apresenta características 
pertencentes ao estilo da época em que foi produzido esse 
poema. 
 
 
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a) Subjetivismo, culto da forma, arte pela arte. 
b) Culto da forma, misticismo, retorno aos motivos 
clássicos. 
c) Arte pela arte, culto da forma, retorno aos motivos 
clássicos. 
d) Culto da forma, subjetivismo, misticismo. 
e) Subjetivismo, misticismo, arte pela arte. 
 
15) (Unirio-1999) MAL SECRETO 
 
"Se se pudesse, o espiríto que chora, 
Ver através da máscara da face, 
Quanta gente, talvez, que inveja agora 
Nos causa, então piedade nos causasse!" 
 
Raimundo Correia 
 
 
O fragmento apresentado no texto contém uma oposição 
semântica fundamental entre o(a): 
 
a) eu-lírico e o ser humano em geral. 
b) eu-lírico e as pessoas que o invejam. 
c) ser que chora e os demais seres humanos. 
d) íntimo do ser humano e sua aparência. 
e) realidade exterior e o desejo humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GABARITO 
 
1) a) Os dois textos defendem uma literatura voltada para o 
conhecimento ‘de fato’ da realidade brasileira e, por 
oposição, combatem a literatura artificial, seja ela 
importada e distante da realidade (caso dos parnasianos), 
seja ela uma “brasilidade forçada” (caso dos primeiros 
modernistas). 
b) Raimundo Correia acredita que o Parnasianismo 
produziu “produtos aleijados e raquíticos (que) apresentam 
todos os sintomas da decadência e parecem condenados, de 
nascença, à morte e ao olvido!”. Sua conclusão pessimista 
é evidenciada ao dizer que um único livro valerá mais que 
toda a obra parnasiana, ou em suas palavras, “um livro que, 
por si só, valerá mais que toda a biblioteca de 
parnasianos.”. 
 
2) a) Parnasiano 
b) “Deusa serena, / Serena Forma!”, 
 
3) a) Há várias características do romantismo no dois 
textos. 
 
 
Característica 
romântica 
Trecho de Soneto 
em que a 
característica 
aparece 
Trecho de Visita à 
casa paterna em 
que a característica 
aparece 
Saudade da 
infância 
Ai! mocidade, És 
tão veloz, e o 
tempo não 
descansa! 
Depois de um longo 
e tenebroso inverno, 
Eu quis também 
rever o lar paterno, 
O meu primeiro e 
virginal abrigo 
A exacerbação 
do 
sentimentalismo 
Entrei chorando 
De quarto em 
quarto, em busca 
de ilusões 
O pranto Jorrou-me 
em ondas 
Forte 
subjetividade 
Por toda a parte as 
pálidas visões! 
Por toda parte as 
lágrimas falando 
Uma ilusão gemia 
em cada canto, 
Chorava em cada 
canto uma saudade 
culto do sonho 
e da ilusão 
Entrei chorando 
De quarto em 
quarto, em busca 
de ilusões!” Oh! 
sonhos, sonhos 
meus de claridade 
Uma ilusão gemia 
em cada canto Um 
Gênio carinhoso e 
amigo, O fantasma, 
talvez do amor 
materno 
culto da 
saudade 
Meu Deus, como é 
tamanha esta 
saudade!...” 
Chorava em cada 
canto uma saudade 
A referência à 
mãe e à irmã 
como símbolos 
de inocência 
Brincam minhas 
irmãs (doce 
lembrança!...) 
Minhas irmãs e 
minha mãe... 
 
b) Podemos destacar as seguintes características: 
rima rica (rima entre palavras de classes diferentes): 
antigo/abrigo; inverno/paterno; amigo/comigo; 
quanto/pranto 
rima preciosa: (rima entre uma locução e uma palavra): 
há-de/saudade. 
torneio lingüístico (inversão sintática) Resistir quem há-
de? 
Forma fixa do soneto 
Vale notar que as características acima, embora marcantes 
no parnasianismo, não são exclusivas desse movimento. 
 
4) Características parnasianas: 
Rigor e perfeição formal (embora essas características 
também estejam presentes no simbolismo) evidentes nos 
versos dodecassílabos e nas rimas ricas. 
descritivismo plástico (referências à pintura, escultura ou 
arquitetura) 
Vocabulário preciosista 
Sintaxe rebuscada 
Características Simbolistas: 
imagens vagas (muita sugestão) 
musicalidade (principalmente através das aliterações) 
clima de mistério 
 
5) Alternativa: D 
 
6) Alternativa: C 
 
7) a) Parnasianismo. 
b) O formalismo, evidenciado na adoção da forma fixa do 
soneto e da métrica decassilábica; na seleção de rimas ricas 
e algumas raras (“escutando” / “bando”, “ramaria” / 
“dizia”, “sigo” /”contigo”, “dela” / “estrela” (rima 
imprópria), “estrela” / “vê-la” (rima rara) - para ficarmos 
apenas no primeiro poema. A correção gramatical, a 
seleção vocabular, a sintaxe rica, classicizante, a constância 
dos enjambements são algumas outras características óbvias 
da arte parnasiana. 
 
8) Alternativa: C 
 
9) Alternativa: C 
 
10) Alternativa: A 
 
11) Alternativa: B 
 
12) Alternativa: C 
 
13) Campeão e herói são as palavras que recriam o sujeito 
no ambiente romântico onde a personagem dever ter dotes 
que levam à perfeição. O herói romântico é idealizado. 
 
 
14) Alternativa: C 
 
15) Alternativa: D

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