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Processo Penal Aula 04

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Aula 04
Curso: Direito Processual Penal p/ TRF 3ª Região (Analista Judiciário e Of de Justiça)
Professor: Renan Araujo
Direito Processual Penal ʹ TRF 3º REGIÃO (2013) ʹ PÓS-EDITAL 
ANALISTA JUDICIÁRIO ʹ ÁREA JUDICIÁRIA 
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AULA 04: ATOS PROCESSUAIS: FORMA, LUGAR, 
TEMPO (PRAZO, CONTAGEM). NULIDADES DOS 
ATOS PROCESSUAIS. COMUNICAÇÕES 
PROCESSUAIS (CITAÇÃO, NOTIFICAÇÃO, 
INTIMAÇÃO). 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação da aula e sumário 01 
I ± Dos Atos Processuais 02 
II± Citações 16 
III ± Das Intimações 22 
IV ± Considerações Gerais sobre os Atos 
Jurisdicionais 
36 
V ± Sentenças Definitivas 39 
Lista das Questões 79 
Gabarito 92 
 
 
Salve, meu povo! 
Estudando muito? 
 
Hoje vamos estudar a respeito dos Atos Processuais: Forma, 
lugar, tempo (Prazo e Contagem). 
 Veremos, ainda, as formas pelas quais se comunicam os atos 
processuais. 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
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I ± ATOS PROCESSUAIS: TEMPO, LUGAR E FORMA DOS ATOS 
PROCESSUAIS. 
 
Sabemos que o processo não é estático, ou seja, é dinâmico, de 
forma que é necessário que haja algum meio através do qual as partes e 
o Juiz impulsionem o processo. Isso se dá através da prática de ATOS 
PROCESSUAIS. 
Os atos processuais podem ser: 
 
 
Os segundos (atos do Juiz) são chamados, ainda, de ATOS 
JURISDICIONAIS, pois através dos atos do Juiz o Estado exerce a 
Jurisdição. 
 
A) Forma dos atos processuais 
 
Os atos processuais, em regra, não possuem forma definida. No 
entanto, quando a lei expressamente determinar a prática do ato 
processual mediante uma determinada forma, ela deve ser cumprida, sob 
pena de nulidade. 
ATOS PROCESSUAIS 
ATOS PROCESSUAIS 
DA PARTE 
ATOS PROCESSUAIS 
DO JUIZ 
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Uma forma que está expressamente prevista no CPP para TODOS os 
atos processuais é a PUBLICIDADE. Todos os atos processuais devem 
ser públicos, nos termos do art. 792 do CPP: 
Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em 
regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, 
com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça 
que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente 
designados. 
§ 1o Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato 
processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave ou 
perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, 
ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do 
Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas 
fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar 
presentes. 
 
Percebam que essa publicidade pode ser restringida, em alguns 
casos, conforme preconiza o §1° do art. 792. Esse dispositivo, embora 
anterior à CRFB/88, instrumentaliza o disposto no art. 93, IX da nossa 
Carta Maior: 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão 
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de 
nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados 
atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a 
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade 
do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à 
informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, 
de 2004) 
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Outro requisito para a prática de atos pela parte é o recolhimento 
das custas (valores pagos ao Judiciário em razão da prestação do serviço 
Jurisdicional). Porém, caso o acusado seja pobre, estará dispensado do 
recolhimento das custas. Nos termos do CPP: 
Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas mediante 
queixa, nenhum ato ou diligência se realizará, sem que seja 
depositada em cartório a importância das custas. 
§ 1o Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da defesa 
será realizado, sem o prévio pagamento das custas, salvo se o 
acusado for pobre. 
§ 2o A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em 
lei, ou marcados pelo juiz, importará renúncia à diligência 
requerida ou deserção do recurso interposto. 
§ 3o A falta de qualquer prova ou diligência que deixe de 
realizar-se em virtude do não-pagamento de custas não 
implicará a nulidade do processo, se a prova de pobreza do 
acusado só posteriormente foi feita. 
 
O CPP prevê algumas regrinhas um tanto quanto, digamos, idiotas. 
Vejamos o que dispõem os arts. 793 a 796 do CPP: 
Art. 793. Nas audiências e nas sessões, os advogados, as 
partes, os escrivães e os espectadores poderão estar sentados. 
Todos, porém, se levantarão quando se dirigirem aos juízes ou 
quando estes se levantarem para qualquer ato do processo. 
Parágrafo único. Nos atos da instrução criminal, perante os 
juízes singulares, os advogados poderão requerer sentados. 
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Art. 794. A polícia das audiências e das sessões compete aos 
respectivos juízes ou ao presidente do tribunal, câmara, ou 
turma, que poderão determinar o que for conveniente à 
manutenção da ordem. Para tal fim, requisitarão força pública, 
que ficará exclusivamente à sua disposição. 
Art. 795. Os espectadores das audiências ou das sessões não 
poderão manifestar-se. 
Parágrafo único. O juiz ou o presidente fará retirar da sala os 
desobedientes, que, em caso de resistência, serão presos e 
autuados. 
Art. 796. Os atos de instrução ou julgamento prosseguirão com 
a assistência do defensor, se o réu se portar 
inconvenientemente. 
 
Assim, em resumo: 
9 Todo mundo deve ficar sentado; Porém, ao se dirigirem ao 
Juiz, ou quando forem praticar algum ato do processo, devem 
se levantar; 
9 As pessoas devem se comportar na sala de audiências; Caso 
isso não ocorra, o Juiz poderá mandar retirar os desobedientes, 
podendo, usar, inclusive, força policial; 
9 Os advogados, perante os Juízes singulares, podem fazer 
requerimentos sem precisar se levantar (Meu Deus, que 
negócio idiota para estar num CPP...); 
9 Os espectadores (aqueles que apenas assistem ao ato 
processual) não podem se manifestar; 
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9 O réu poderá ser retirado da sala de audiências, mas a 
audiência NUNCA PODERÁ SER REALIZADA SEM SEU 
DEFENSOR;Porém, em alguns casos, mesmo diante do descumprimento da 
forma estabelecida em lei, alguns atos processuais podem não ter sua 
nulidade decretada. Isso ocorrerá quando, mesmo diante da 
inobservância da forma, o ato atingir sua finalidade sem causar 
prejuízo às partes. Trata-VH�GR�SULQFtSLR�GR�³SUHMXt]R´��RX�GR�³pas de 
nullité sans griHI´�(Não há nulidade sem prejuízo). 
Vejamos: 
Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não 
resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. 
 
Assim, perceba, meu caro aluno, que não basta que o ato tenha sido 
praticado com inobservância da forma prescrita em lei para que seja 
declarado nulo. É necessário que dessa inobservância de forma tenha 
derivado algum prejuízo às partes. 
Mas tem ainda um outro requisito: A própria parte que deu causa à 
nulidade não pode invocá-la, ainda que lhe tenha causado prejuízo. Trata-
se do princípio do ³YHQLUH�FRQWUD�IDFWXP�SURSULXP´: 
Art. 565. Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que haja 
dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a 
formalidade cuja observância só à parte contrária interesse. 
 
A nulidade por inobservância da forma pode ocorrer nos seguintes 
casos: 
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Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
(...) 
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: 
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de 
contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em 
flagrante; 
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, 
ressalvado o disposto no Art. 167; 
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou 
ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos; 
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da 
ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, 
quando se tratar de crime de ação pública; 
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, 
quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa; 
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva 
cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o 
Tribunal do Júri; 
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo 
Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à 
revelia; 
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na 
contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei; 
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do 
júri; 
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j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número 
legal e sua incomunicabilidade; 
k) os quesitos e as respectivas respostas; 
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; 
m) a sentença; 
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha 
estabelecido; 
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência 
de sentenças e despachos de que caiba recurso; 
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o 
quorum legal para o julgamento; 
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento 
essencial do ato. 
Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por 
deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e 
contradição entre estas. (Incluído pela Lei nº 263, de 
23.2.1948) 
 
A ocorrência de algum destes vícios de forma gera a nulidade do 
processo. Contudo, vocês devem lembrar-se sempre da regra: Não há 
nulidade sem prejuízo. 
Entretanto, aí fica a dica: Em provas objetivas vocês devem marcar 
FRPR� ³CORRETA´� D� alternativa que citar algum destes incisos como 
causa de nulidade, mesmo sem fazer a ressalva de que haja necessidade 
de prejuízo, pois deve-se estar atento à LITERALIDADE DA LEI. 
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Pode ocorrer, em determinados casos, de mesmo não tendo sido 
adotada a forma legal e, mesmo tendo havido prejuízo, a nulidade não 
ser declarada. Isso ocorrerá sempre que se tratar de nulidade relativa, e 
esta não for arguida no prazo correto. Vejamos: 
Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda 
parte, g e h, e IV, considerar-se-ão sanadas: 
I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo com o 
disposto no artigo anterior; 
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim; 
III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus 
efeitos. 
 
Vamos esmiuçar este artigo: 
Consideram-se sanadas, caso não arguidas no prazo correto, as 
seguintes nulidades: 
x A intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação 
da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de 
ação pública (ação penal privada subsidiária da pública); 
x Os prazos concedidos à acusação e à defesa; 
x A intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal 
do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia; 
x A intimação das testemunhas arroladas no libelo e na 
contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei; 
x Deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição 
entre estas 
Nestes casos, estas nulidades só geraram a anulação do ato se: 
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9 A parte não tiver aceitado, ainda que tacitamente, os seus 
efeitos; 
9 O ato, praticado por outra forma, NÃO tiver alcançado sua 
finalidade; 
9 Tiverem sido arguidas no prazo oportuno 
 
Caso não tenha sido sanada a nulidade, os atos serão renovados 
ou ratificados (a depender do tipo de nulidade). A nulidade de um ato 
importa, ainda, na nulidade de todos os atos que dele DIRETAMENTE 
dependam ou sejam conseqüência. O Juiz, ao declarar a nulidade, deve 
determinar a quais atos ela se estende: 
Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma 
dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados. 
§ 1o A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos 
atos que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. 
§ 2o O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que 
ela se estende. 
 
B) Tempo dos Atos processuais (Prazos; contagem) 
 
Os atos processuais se praticam, em regra, EM QUALQUER DIA, 
segundo o CPP. Entretanto, as sessões de JULGAMENTO somente 
podem ocorrer em dias úteis (não podem ser marcadas para domingo 
ou feriado). Porém, caso tenham se iniciado em dia útil, e não tenham 
terminado, prosseguirão mesmo que adentrem em dias não-úteis (isso é 
muito comum em julgamentos do Júri, que às vezes duram 03, 04 dias). 
Vejamos: 
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Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento, que não serão 
marcadas para domingo ou dia feriado, os demais atos do 
processo poderão ser praticados em período de férias, em 
domingos e dias feriados. Todavia, os julgamentos iniciados em 
dia útil não se interromperão pela superveniência de feriado ou 
domingo. 
 
Os prazos processuais são contínuos (ou seja, se contam 
diretamente, sem diferenciação entre dias úteis e não-úteis), e não se 
interrompem em férias, domingos e feriados: 
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos 
e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou 
dia feriado. 
 
$�UHIHUrQFLD�jV�³IpULDV´�VH�ID]�HP�UHODomR�jV�DQWLJDV�IpULDV�FROHWLYDV��
hoje abolidas. Atualmente há o recesso forense, mas, na prática, todos os 
prazos são SUSPENSOS neste período. 
 CUIDADO!! Essa é a parte mais importante deste tema! E a única 
que cai em concurso! A contagem dos prazos processuais penais se dá 
EXCLUINDO-SE O DIA DO COMEÇO E INCLUINDO-SE O DIA DO 
VENCIMENTO. Vejamos: 
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, 
porém, o do vencimento. 
 
Assim, se José recebeu citação para apresentar resposta à acusação 
em 10.01.12, uma quarta-feira. Seu prazo começará a correr no dia 
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11.01.12, no dia seguinte ao da realização do ato (excluiu-se o dia do 
começo). 
Porém, se o dia 10.01.12 fosse uma sexta-feira, o prazo só 
começaria a correr na segunda-feira, dia 13.01.12, pois embora os prazos 
não se INTERROMPAM em domingos e feriados, eles NÃO SE INICIAM 
NESTAS DATAS. 
Caso o prazo se encerre em dia que não possua expediente forense, 
será prorrogado até o dia útil seguinte: 
§ 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado 
considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato. 
 
 CUIDADO! Isto só ocorre com os chamados PRAZOS 
PROCESSUAIS. Os prazos que, embora presentes no CPP, sejam 
considerados prazos MATERIAIS (referentes ao próprio Direito Material 
em si, o que às vezes é difícil de diferenciar) são computados de maneira 
diversa, incluindo-se o dia do começo e excluindo-se o do vencimento. 
Mas quando os prazos começam a correr? A partir do momento 
em que a parte tomar ciência da decisão que determina a prática do ato. 
Esse momento da ciência pode se dar através: 
x De intimação; 
x De audiência na qual a parte seja cientificada do ato; 
x Do dia em que a parte manifestar ciência do ato nos autos; 
 
O Juiz também possui prazo para a prática dos atos processuais que 
lhe caibam (embora na prática...). Esses prazos, que começam a correr 
da data da conclusão dos autos ao gabinete do Juiz, são: 
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Art. 800. Os juízes singulares darão seus despachos e decisões 
dentro dos prazos seguintes, quando outros não estiverem 
estabelecidos: 
I - de dez dias, se a decisão for definitiva, ou interlocutória 
mista; 
II - de cinco dias, se for interlocutória simples; 
III - de um dia, se se tratar de despacho de expediente. 
§ 1o Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo de conclusão. 
 
Entretanto, em qualquer caso, podem os Juízes, declarando motivo 
justo, excederem estes prazos, em até o dobro (art. 800, §3° do CPP). 
Porém, o descumprimento dos atos do Juiz, diferentemente do que 
ocorre com os atos da parte, não acarretam a impossibilidade de sua 
prática posteriormente, pois QmR� H[LVWH� ³SUHFOXVmR� SUR� MXGLFDWR´. 
Assim, o ato poderá (e deverá) ser praticado posteriormente, ainda que 
depois do prazo. Caso o Juiz exceda os prazos, poderá ser penalizado pelo 
Tribunal: 
Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juízes e os órgãos do 
Ministério Público, responsáveis pelo retardamento, perderão 
tantos dias de vencimentos quantos forem os excedidos. Na 
contagem do tempo de serviço, para o efeito de promoção e 
aposentadoria, a perda será do dobro dos dias excedidos. 
 
C) Lugar dos atos processuais 
 
Os atos processuais são praticados, em regra, na sede do Juízo: 
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Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em 
regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, 
com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça 
que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente 
designados. 
 
No entanto, nada impede que sejam realizados em outros locais, a 
critério do Juiz: 
§ 2o As audiências, as sessões e os atos processuais, em caso 
de necessidade, poderão realizar-se na residência do juiz, ou em 
outra casa por ele especialmente designada. 
 
É muito comum, por exemplo, a oitiva de testemunhas em local 
diverso da sede do Juízo, nos casos em que esta possua prerrogativa de 
ser ouvida no local que indicar. Vejamos: 
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os 
senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os 
governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, 
os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados 
às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Poder 
Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do 
Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora 
previamente ajustados entre eles e o juiz. (Redação dada pela 
Lei nº 3.653, de 4.11.1959) 
 
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Também não serão realizados na sede do Juízo os atos que devam 
ser praticados em outra comarca, país ou perante o Juiz singular, caso 
esteja tramitando o processo no Tribunal. 
Nesse caso será expedida carta para cumprimento do ato, 
podendo se tratar de carta precatória (a ser cumprida em outra comarca), 
rogatória (em outro país) ou de ordem (por Juiz subordinado). 
 
II ± CITAÇÕES 
 
A citação é o ato pelo qual se chama o réu para participar do 
processo que em face dele foi movido. Trata-se da materialização 
suprema do princípio do contraditório e da ampla defesa. O processo só 
completa sua formação com a efetivação da citação (art. 363 do CPC) 
A citação, em regra, se faz mediante MANDADO DE CITAÇÃO, que 
é um documento expedido pelo Juiz da causa, dando ciência o réu do 
processo existente contra ele, e abrindo prazo para que se manifeste. Nos 
termos do art. 351 do CPP: 
Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu 
estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver 
ordenado. 
 
O MANDADO DE CITAÇÃO deverá conter algumas informações 
EiVLFDV�� TXH� VmR�QHFHVViULDV�SDUD�TXH�R� UpX� ILTXH� ³D�SDU´�GR�SURFHVVR��
bem como deverá cumprir algumas formalidades. Nos termos do art. 352do CPP: 
Art. 352. O mandado de citação indicará: 
I - o nome do juiz; 
II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; 
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III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais 
característicos; 
IV - a residência do réu, se for conhecida; 
V - o fim para que é feita a citação; 
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá 
comparecer; 
VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. 
 
Perceba, caro aluno, que é necessário que o citando (o acusado) 
resida em local sob a Jurisdição do Juiz que está julgando a causa. Caso 
ele resida em outro lugar, o mandado deverá ser cumprido 
mediante carta precatória. Vejamos: 
 
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do 
juiz processante, será citado mediante precatória. 
 
A Carta precatória, à semelhança do Mandado de Citação, também 
deverá preencher alguns requisitos: 
Art. 354. A precatória indicará: 
I - o juiz deprecado e o juiz deprecante; 
II - a sede da jurisdição de um e de outro; 
Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as 
especificações; 
IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá 
comparecer. 
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Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, 
independentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-
se" e de feita a citação por mandado do juiz deprecado. 
§ 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à 
jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os 
autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para 
fazer-se a citação. 
 
Vejam que, expedida a precatória, se o Juízo deprecado (o que 
recebeu a carta) verificar que o réu não reside na sua localidade, ELE 
NÃO DEVE DEVOLVER OS AUTOS AO JUIZ DEPRECANTE (o que 
enviou a carta), mas deve REMETER A CARTA PRECATÓRIA AO JUÍZO 
DO LOCAL ONDE O RÉU RESIDE. Assim: 
 
 
 
A precatória, no caso de urgência, pode ser expedida por via 
telegráfica (Hoje quase não se aplica esta regra). 
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Sendo cumprido o mandado diretamente no Juízo processante ou no 
Juízo que recebeu a precatória, em qualquer caso, é indispensável que o 
oficial de justiça proceda ao disposto no art. 357 do CPP: 
 
Art. 357. São requisitos da citação por mandado: 
I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da 
contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação; 
II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e 
sua aceitação ou recusa. 
 
A citação do militar deve ser feita na pessoa do seu superior 
hierárquico (criticada por boa parte da Doutrina), nos termos do art. 358 
do CPP. Se se tratar de funcionário público, o dia e hora designados para 
que compareça em Juízo deverão ser comunicados, ainda, ao seu chefe 
(art. 359 do CPP). O réu preso, entretanto, será citado PESSOALMENTE, 
por força do art. 360 do CPP. 
Pode ocorrer, no entanto, de o réu não ser encontrado para ser 
citado. Quando o réu é citado pessoalmente, diz-se que há CITAÇÃO 
REAL. No entanto, caso ele não seja encontrado, será procedida à sua 
CITAÇÃO FICTA. A citação ficta pode ser POR HORA CERTA ou POR 
EDITAL. 
A CITAÇÃO POR HORA CERTA ocorrerá sempre que, a despeito de 
UHVLGLU�QR� ORFDO��R� UpX�HVWLYHU� ³IXJLQGR´�GR�RILFLDO�GH� -XVWLoD��RX�VHMD��VH�
escondendo para não ser citado e procrastinar o processo, nos termos do 
art. 362 do CPP: 
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o 
oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação 
com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da 
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Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo 
Civil. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
A citação por hora certa segue a regulamentação prevista para a 
citação no processo civil. 
Entretanto, pode ocorrer de o réu não estar se escondendo, mas 
simplesmente NÃO RESIDIR NO LOCAL, E NÃO SER CONHECIDO SEU 
PARADEIRO. Neste caso, será procedida à citação ficta, na modalidade 
CITAÇÃO POR EDITAL. Nos termos do art. 361 e 363, §1° do CPP: 
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, 
com o prazo de 15 (quinze) dias. 
(...) 
 
§ 1o Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação 
por edital. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
O edital de citação é um documento, com informações similares às 
do mandado de citação, e é afixado na SEDE DO JUÍZO PROCESSANTE, 
pelo período fixado na Lei (no caso, 15 dias). Vejamos: 
 
Art. 365. O edital de citação indicará: 
I - o nome do juiz que a determinar; 
II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais 
característicos, bem como sua residência e profissão, se 
constarem do processo; 
III - o fim para que é feita a citação; 
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá 
comparecer; 
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V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na 
imprensa, se houver, ou da sua afixação. 
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde 
funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, 
devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e 
a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do 
escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da 
publicação. 
Mas e se o acusado citado por hora certa ou por edital 
(CITAÇÕES FICTAS) não comparecer para se defender? As 
consequências são distintas. Se citado por hora certa, lhe será 
nomeado defensor dativo (art. 362, § único do CPP). Caso seja citado 
por edital e não apareça para se defender, o processo ficará suspenso, 
suspendendo-se, também, o curso do prazo prescricional (art. 366 
do CPP), podendo ser realizadas diligências urgentes para evitar 
perecimento de prova, por exemplo, e, ainda, SER DECRETADA SUA 
PRISÃO PREVENTIVA. 
Caso o acusado, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, 
deixar de comparecer a ele sem motivo justo, ou mudar de residência 
sem comunicar ao Juízo, o processo seguirá sem que seja intimado dos 
atos processuais seguintes (norma muito criticada pela Doutrina). 
Por fim, caso o acusado esteja no estrangeiro, sabendo-se seu 
endereço, será citado mediante CARTA ROGATÓRIA, suspendendo-se o 
curso do prazo prescricional até seu cumprimento, art. 368do CPP. 
Vejamos o quadro esquemático: 
 
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III ± DAS INTIMAÇÕES E NOTIFICAÇÕES 
 
Diferentemente da citação, que é o ato único mediante o qual o réu é 
integrado ao processo, as intimações são várias durante o processo, 
e ocorrerão sempre que for necessário dar ciência a alguém da 
prática de um ato processual. 
Nos termos do art. 370 do CPP: 
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e 
demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer 
ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo 
anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
 
O §1° dispõe que a intimação do defensor do acusado, do 
advogado do querelante e do assistente será feita mediante 
publicação no órgão oficial (Diária oficial), fazendo-se menção ao 
nome do acusado. Ressalvo a vocês que se o acusado estiver 
sendo defendido pela Defensoria Pública, a intimação deverá ser 
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feita, necessariamente, mediante entrega dos autos com vista, 
nos termos do que dispõe a LC 80/94 (Lei Orgânica Nacional da 
Defensoria Pública). 
 
Caso não haja órgão de publicação oficial (quase raro atualmente), a 
intimação será feita por mandado, por via postal com aviso de 
recebimento OU OUTRO MEIO IDÔNEO. Perceba, caro aluno, portanto, 
que nada impede que sejam utilizadas outras formas de INTIMAÇÃO. 
Não podem ser usadas, entretanto, outras formas de CITAÇÃO. Somente 
aquelas! 
Nos casos de sujeitos processuais que sejam intimados pessoalmente 
(caso da Defensoria Pública, do defensor nomeado e do MP, por 
exemplo), a intimação pessoal DISPENSA A NECESSIDADE DE 
PUBLICAÇÃO NO ÓRGÃO OFICIAL, nos termos do art. 370, §3° do 
CPP: 
§ 3o A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a 
aplicação a que alude o § 1o. (Incluído pela Lei nº 9.271, de 
17.4.1996) 
 
No que se refere aos atos e prazos processuais, bem como em 
relação à comunicação dos atos processuais, fiquem atentos aos 
exercícios a seguir: 
 
(FGV ± 2010 ± PC/AP ± DELEGADO DE POLÍCIA) 
Com relação ao tema intimação, assinale a afirmativa incorreta. 
A) A intimação do defensor constituído feita por publicação no 
órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca 
deve, necessariamente, conter o nome do acusado, sob pena de 
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nulidade. 
CORRETA: Essa é a previsão do §1° do art. 370 do CPP: 
§ 1o A intimação do defensor constituído, do advogado do 
querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão 
incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, 
incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. (Redação 
dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
B) A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será 
pessoal. 
CORRETA: A intimação do MP e do defensor nomeado sempre será 
realizada pessoalmente, e não por publicação no órgão oficial, nos 
termos do art. 370, §4° do CPP: 
§ 4o A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado 
será pessoal. (Incluído pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
C) No processo penal, contam-se os prazos da juntada aos autos 
do mandado ou da carta precatória ou de ordem, e não da data da 
intimação. 
ERRADA: Nos termos do art. 798, §5°, a do CPP, os prazos no processo 
penal, em regra, contam-se da data da intimação, e não da data da 
juntada aos autos do mandado: 
§ 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão: 
a) da intimação; 
D) na comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, 
por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou 
por qualquer outro meio idôneo. 
CORRETA: Esta é a previsão do art. 370, §2° do CPP: 
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§ 2o Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na 
comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por 
mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou 
por qualquer outro meio idôneo. (Redação dada pela Lei nº 
9.271, de 17.4.1996) 
E) Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz 
marcará desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e 
hora para seu prosseguimento, do que se lavrará termo nos 
autos. 
CORRETA: Havendo necessidade de adiamento da instrução, o Juiz 
deverá designar dia e hora para a continuação, fazendo termo disto nos 
autos, do qual sairão intimadas as partes e testemunhas, nos termos do 
art. 372 do CPP: 
Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o 
juiz marcará desde logo, na presença das partes e 
testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se 
lavrará termo nos autos. 
 
 
(FGV ± 2010 ± PC/AP ± DELEGADO DE POLÍCIA) 
Com relação ao tema citações, assinale a afirmativa incorreta. 
A) No processo penal o réu que se oculta para não ser citado 
poderá ser citado por hora certa na forma estabelecida no Código 
de Processo Civil. 
CORRETA: O art. 362 do CPP não só autoriza a citação por hora certa 
neste caso, como também determina que se apliquem as regras 
utilizadas no processo civil; 
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B) Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, a citação 
far-se-á por carta ou qualquer meio hábil de comunicação. 
ERRADA: A citação, neste caso, deverá obrigatoriamente se realizar 
mediante a expedição de carta rogatória, nos termos do art. 368 do CPP: 
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, 
será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso 
do prazo de prescrição até o seu cumprimento. (Redação dada 
pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
 
C) Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem 
constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do 
prazo prescricional. 
CORRETA: Essa é a previsão literal do art. 366 do CPP: 
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem 
constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do 
prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção 
antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, 
decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. 
(Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
 
D) O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou 
intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer 
sem motivo justificado. 
CORRETA: Se o acusado foi citado ou intimado PESSOALMENTE e não 
compareceu ao ato, sem motivo justo, o processocorrerá sem a 
necessidade de sua intimação para os atos futuros, por força do que 
dispõe o art. 367 do CPP; 
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E) Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. 
CORRETA: O réu preso deverá ser citado pessoalmente, nos termos do 
art. 360 do CPP. 
 
 
(FGV ± 2010 ± SENADO FEDERAL ± ADVOGADO DO SENADO) 
Relativamente ao regime legal das citações e intimações, analise 
as afirmativas a seguir: 
 
I. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no 
território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado; por 
carta precatória quando o réu estiver fora do território da 
jurisdição do juiz processante; e por carta rogatória se estiver no 
estrangeiro. Em nenhum caso a prescrição será suspensa. 
ERRADA: Embora a citação inicial se faça por mandado quando o réu 
estiver na comarca do Juízo processante, por carta precatória quando em 
outra comarca, e por carta rogatória quando fora do país (arts. 351, 353 
e 368 do CPP), no caso de o réu ser citado mediante carta rogatória, o 
prazo prescricional se suspende até o cumprimento desta, nos termos do 
art. 368 do CPP: 
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, 
será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso 
do prazo de prescrição até o seu cumprimento. (Redação dada 
pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
 
II. O réu poderá ser citado com hora certa, aplicando-se ao 
processo penal as regras estabelecidas no Código de Processo 
Civil, no caso em que o réu se oculta para não ser citado. 
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CORRETA: O art. 362 do CPP não só autoriza a citação por hora certa 
neste caso, como também determina que se apliquem as regras 
utilizadas no processo civil: 
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o 
oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação 
com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da 
Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo 
Civil. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
III. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem 
constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do 
prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção 
antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, 
decretar prisão preventiva, respeitado o disposto no art. 312. 
CORRETA: Esta é a redação literal do art. 366 do CPP, que determina a 
suspensão do processo e do prazo prescricional, bem como autoriza a 
produção antecipada de provas e decretação da preventiva: 
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem 
constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do 
prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção 
antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, 
decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. 
(Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
 
IV. O processo não seguirá sem a presença do acusado que, 
citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de 
comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de 
residência, não comunicar o novo endereço ao juízo, 
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suspendendo-se o processo e a prescrição até que o réu seja 
encontrado. 
ERRADA: Se o acusado foi citado ou intimado PESSOALMENTE e não 
compareceu ao ato, sem motivo justo, o processo correrá sem a 
necessidade de sua intimação para os atos futuros, por força do que 
dispõe o art. 367 do CPP: 
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, 
citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de 
comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de 
residência, não comunicar o novo endereço ao juízo. (Redação 
dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
 
Assinale: 
A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 
B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. 
C) se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas. 
D) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
E) se apenas as afirmativas I, III e IV estiverem corretas. 
 
 
(CESPE - 2009 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - PRIMEIRA 
FASE) 
No que se refere a citações e intimações, assinale a opção 
correta. 
A) Tratando-se de processo penal, não se admite a citação de 
acusado por edital. 
B) O réu preso deve ser citado pessoalmente. 
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C) É inadmissível no processo penal a citação por hora certa. 
D) Tratando-se de processo penal, a citação inicial deve ser feita 
pelo correio. 
COMENTÁRIO: É plenamente admissível a citação por edital, nos termos 
do art. 361 do CPP, bem como a citação por hora certa (art. 362 do CPP). 
O réu preso, de fato, deve ser citado pessoalmente, por força do que 
dispõe o art. 360 do CPP. A citação inicial, em regra, deve ser feita por 
mandado, seja mediante o próprio Juízo processante ou por cumprimento 
de carta precatória, arts. 351 e 353 do CPP. 
Assim, a alternativa correta é a letra B. 
 
(CESPE - 2010 - MPU - ANALISTA - PROCESSUAL) 
A citação de acusado que esteja no exterior, em local conhecido, 
deve ser efetuada, conforme a sistemática processual penal 
brasileira, por intermédio de carta rogatória, ordenando-se 
expressamente a suspensão do processo e o prazo prescricional, 
até o efetivo cumprimento da ordem judicial. 
COMENTÁRIOS: Cuidado! A questão está quase toda certa, mas peca 
ao afirmar que o processo ficará suspenso. O que se suspende não é o 
processo, mas apenas o prazo prescricional, por força do disposto no 
art. 368 do CPP: 
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, 
será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso 
do prazo de prescrição até o seu cumprimento. (Redação dada 
pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
Portanto, a afirmativa está errada. 
 
(FCC - 2011 - TRE-PE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
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ADMINISTRATIVA) 
A respeito da citação, considere: 
I. Não cabe citação com hora certa no processo penal. 
II. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do 
respectivo serviço. 
III. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. 
Está correto o que consta SOMENTE em 
A) I. 
B) I e II. 
C) I e III. 
D) II e III. 
E) III. 
COMENTÁRIOS: A citação por hora certa é expressamente prevista no 
processo penal, art. 362do CPP. A citação do militar, de fato, se faz na 
pessoa do chefe do serviço (art. 358 do CPP). O réu, mesmo preso, 
deverá ser pessoalmente citado, conforme regra do art. 360 do CPP. 
Assim, estando corretas as afirmativas II e III, a alternativa correta é 
a letra D. 
 
(FCC - 2011 - TJ-AP - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE 
REGISTROS) 
Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir 
advogado, 
A) o processo será arquivado e será extinto quando se expirar o 
prazo prescricional. 
B) será decretada a revelia e o processo prosseguirá com a 
nomeação de defensor dativo. 
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C) o processo será julgado extinto sem julgamento do mérito. 
D) será obrigatoriamente decretada a sua prisão preventiva. 
E) ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional. 
COMENTÁRIOS: Se o acusado citado por edital não comparecer, 
determina o art. 366 do CPP que o processo fique suspenso, bem como o 
prazo prescricional: 
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem 
constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do 
prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção 
antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, 
decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. 
(Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
Assim, a alternativa correta é a letra E. 
 
 
(FCC - 2009 - MPE-SE - ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO - 
ESPECIALIDADE DIREITO) 
Deve ser pessoal a intimação do 
A) advogado do querelante e do defensor nomeado. 
B) assistente de acusação e do defensor constituído. 
C) defensor nomeado e do Ministério Público. 
D) advogado ad hoc e do defensor do querelante. 
E) Ministério Público e do defensor constituído. 
COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 370, §4° do CPP, o MP e o defensor 
nomeado (defensor dativo) devem ser intimados pessoalmente, e não 
mediante publicação no órgão oficial: 
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§ 4o A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado 
será pessoal. (Incluído pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
Assim, a alternativa correta é a letra C. 
 
(FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS) 
Considere as seguintes assertivas sobre as citações e 
intimações: 
 
I. Verificando-se que o réu se oculta para não ser citado, a 
citação far-se-á por edital, com o prazo de 5 (cinco) dias. 
ERRADA: O prazo da citação por edital é de 15 dias, nos termos do art. 
361 do CPP; 
 
II. A intimação do defensor constituído, do advogado do 
querelante e do assistente far-se-á, em regra, pessoalmente, 
mas poderá ser feita por publicação no órgão incumbido da 
publicidade dos atos judiciais da comarca, se assim for 
requerido. 
ERRADA: Em regra a intimação destes sujeitos processuais será 
realizada mediante publicação no órgão oficial, nos termos do art. 370, 
§1° do CPP; 
 
III. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado 
ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de 
comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de 
residência, não comunicar o novo endereço ao juízo. 
CORRETA: Caso o acusado, citado ou intimado pessoalmente, não 
comparecer injustificadamente a algum ato do processo, o processo 
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seguirá sem que haja necessidade de sua intimação para os atos 
posteriores, conforme determina o art. 367 do CPP: 
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, 
citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de 
comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de 
residência, não comunicar o novo endereço ao juízo. (Redação 
dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
 
IV. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz 
marcará 
desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e hora 
para seu prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos. 
CORRETA: Quando for iniciada a instrução criminal, mas por qualquer 
motivo tiver que ser adiada, o Juiz desde logo marcará dia e hora para 
seu prosseguimento, saindo as partes e testemunhas devidamente 
intimadas, nos termos do art. 372 do CPP: 
Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o 
juiz marcará desde logo, na presença das partes e 
testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se 
lavrará termo nos autos. 
 
De acordo com o Código de Processo Penal, está correto o que 
consta APENAS em 
A) III e IV. 
B) I, II e III. 
C) II, III e IV. 
D) I e II. 
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E) I, III e IV. 
 
(FCC - 2007 - TRF-2R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS) 
A intimação do defensor nomeado, para qualquer ato do 
processo, será 
A) por mandado, ou por via postal com comprovante de 
recebimento, ou por telegrama, ou por e-mail, ou por telefone, se 
na comarca não houver órgão incumbido de publicação oficial. 
B) por publicação no órgão incumbido das publicações oficiais da 
comarca. 
C) somente por carta registrada com aviso de recebimento (AR), 
se na comarca não houver órgão incumbido de publicação oficial. 
D) pessoal. 
E) preferencialmente por publicação em órgão oficial ou, por 
qualquer meio idôneo, se na comarca não existir órgão incumbido 
de publicação oficial. 
COMENTÁRIOS: A intimação do defensor nomeado e do MP será 
realizada pessoalmente, por força do que dispõe o art. 370, §4° do CPP, 
e não por publicação no órgão oficial. Vejamos: 
§ 4o A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado 
será pessoal. (Incluído pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
Assim, a alternativa correta é a letra D. 
 
(FCC - 2007 - TRF-2R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS) 
Expedida carta precatória para citação do réu, se ele estiver em 
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território sujeito a outro juiz que não o deprecado, este 
A) devolverá os autos da precatória ao juízo deprecante com a 
informação sobre o paradeiro do réu, mesmo que haja tempo 
para fazer a citação. 
B) remeterá os autos para o juiz da comarca onde se encontra o 
réu, para que seja efetivada a diligência, desde que haja tempo 
para fazer a citação. 
C) mandará o oficial de justiça cumprir a precatória na comarca 
onde o réu se encontra. 
D) expedirá ofício ao juízo deprecante solicitando aditamento da 
precatóriacom o novo endereço do réu. 
E) expedirá ofício ao juízo deprecante comunicando a 
circunstância e aguardará resposta com as providências que deva 
tomar. 
COMENTÁRIOS: Caso o réu não se encontre em localidade sob a 
Jurisdição do Juiz processante, este expedirá carta precatória ao Juízo do 
local onde o réu reside (art. 353 do CPP). No entanto, caso o Juízo 
deprecado (o que recebeu a carta) verifique que o réu também não 
reside naquela localidade, deverá encaminhar os autos da carta 
precatória ao Juízo do local onde efetivamente o réu reside, para que lá 
seja cumprida a diligência, nos termos do art. 355, §1° do CPP: 
§ 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à 
jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os 
autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para 
fazer-se a citação. 
Assim, a alternativa correta é a letra B. 
 
(FCC - 2007 - TRF-4R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
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JUDICIÁRIA) 
Tício está residindo na França, mas em endereço desconhecido. 
Nesse caso, a sua citação far-se-á por 
A) edital. 
B) carta rogatória. 
C) carta precatória. 
D) carta com aviso de recebimento. 
E) hora certa no respectivo consulado. 
COMENTÁRIOS: A citação do réu que se encontra fora do país deve ser 
realizada, em regra, mediante a expedição de carta rogatória. No 
entanto, a carta rogatória só será expedida se o réu possuir endereço 
conhecido no exterior. Caso contrário, a citação será realizada por edital. 
Vejamos: 
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, 
será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso 
do prazo de prescrição até o seu cumprimento. (Redação dada 
pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
(...) 
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, 
com o prazo de 15 (quinze) dias. 
Assim, a alternativa correta é a letra A. 
 
 
I ± CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE OS ATOS JURISDICIONAIS 
NO PROCESSO PENAL 
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Os atos jurisdicionais podem ser classificados em dois grandes 
grupos: 
9 Despachos de mero expediente ± Aqueles que não possuem 
carga decisória, servindo apenas para impulsionar o processo; 
9 Decisões ou sentenças em sentido amplo ± Possuem carga 
decisória e se destinam a resolver alguma questão incidental 
no processo ou o próprio mérito da ação penal. 
 
O primeiro grupo não traz grandes dificuldades. A questão ³SHJD´ 
mesmo é no segundo grupo, no qual existem várias subdivisões, de forma 
que devemos conhecer cada uma das espécies de decisão do segundo 
grupo, pois o conhecimento da natureza de uma decisão influencia em 
diversos aspectos, dentre eles, na caracterização do RECURSO 
CABÍVEL. 
A Doutrina possui inúmeras classificações (Cada autor cria uma, pra 
vender livro, sabem como é...). Entretanto, podemos sintetizá-las da 
seguinte forma: 
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Para a nossa aula de hoje interessam apenas as sentenças 
DEFINITIVAS, sejam elas CONDENATÓRIAS OU ABSOLUTÓRIAS. 
 
ATOS 
JURISDICIONAIS 
DESPACHOS DE 
MERO EXPEDIENTE 
DECISÕES OU 
SENTENÇAS LATO 
SENSU 
SENTENÇAS DEFINITIVAS 
(CONDENAÇÃO OU 
ABSOLVIÇÇAO) 
DECISÕES 
INTERLOCUTÓRIAS 
MISTAS 
SIMPLES 
TERMINATIVAS 
NÃO-
TERMINATIVAS 
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II - SENTENÇAS DEFINITIVAS 
 
A) Requisitos formais 
 
Os requisitos formais das sentenças definitivas estão previstos no 
art. 381 do CPP. Vejamos: 
Art. 381. A sentença conterá: 
I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações 
necessárias para identificá-las; 
II - a exposição sucinta da acusação e da defesa; 
III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se 
fundar a decisão; 
IV - a indicação dos artigos de lei aplicados; 
V - o dispositivo; 
VI - a data e a assinatura do juiz. 
 
A ausência de qualquer destes elementos torna viciada a sentença, 
sendo passível de anulação. Vamos ver um pouco sobre cada um deles: 
9 Relatório ± O relatório compreende os incisos I e II do art. 
381 do CPP. Consiste, grosso modo, num resumo do que foi o 
processo até então; 
9 Fundamentação ± A fundamentação é o segundo requisito, e 
está previsto nos incisos III e IV do art. 381. A fundamentação 
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é mais que obrigatória, pois permite às partes (e a todos, pois 
o processo é público) saberem os motivos que levaram o Juiz a 
tomar esta ou aquela decisão. A ausência de fundamentação, 
inclusive, atenta contra o contraditório e a ampla defesa, pois 
dificulta a vida da parte prejudicada quando esta for recorrer, 
pois como irá fundamentar seu recurso se não souber o que 
fundamentou a decisão? A fundamentação é tão importante 
que está prevista, inclusive, na Constituição. Vejamos o que diz 
o art. 93, IX da Constituição: 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão 
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de 
nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados 
atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a 
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade 
do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à 
informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, 
de 2004) 
 
A única sentença que é proferida sem motivação é aquela 
proferida nos julgamentos do Tribunal do Júri, eis que os 
Jurados não são obrigados a fundamentar suas decisões, pois 
julgam de acordo com sua íntima convicção. 
Isso não quer dizer que o Juiz deva, na sentença, abordar cada 
um dos argumentos trazidos pelas partes. Significa apenas que 
ele deve fundamentar claramente no que ele se baseou para 
tomar aquela decisão. 
Existe uma forma de fundamentação que a Jurisprudência vem 
aceitando, chamada ³PRWLYDomR� DG� UHODWLRQHP´, que é 
aquela na qual um órgão do Judiciário se remete à decisão 
proferida por outro para fundamentar a sua. Explico: Imaginem 
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que o MP, inconformado com a sentença, apela. No Tribunal, o 
órgão colegiado que vai julgar o processo, ao proferir o 
acórdão, ao invésde gastar páginas e mais páginas 
fundamentando o acórdão (sentença proferida pelos Tribunais), 
apenas faz remição aos fundamentos da sentença, caso a 
mantenha. Isso é muito comum e aceito na Jurisprudência. 
 
9 Dispositivo ± É a parte da sentença na qual o Juiz expressa 
sua decisão, condenando ou absolvendo o réu com base na 
fundamentação anteriormente exposta. Este requisito está 
previsto no inciso V do art. 381. É a parte da sentença em 
que há, propriamente, A DECISÃO. 
9 Autenticação ± É a parte da sentença consistente na data e 
assinatura do Juiz (previsto no inciso VI do art. 381 do CPP). 
Para a Doutrina e Jurisprudência majoritária, a ausência de 
ASSINATURA torna a sentença inexistente. Há 
entendimentos em contrário, no sentido de que seria 
MERA IRREGULARIDADE, podendo o Juiz, posteriormente, 
colocar sua assinatura. A regra de que o Juiz deve rubricar 
todas as folhas da sentença constitui mera irregularidade, caso 
não observada, nos termos do entendimento do STJ. Esta 
regrinha está prevista no art. 388 do CPP: 
Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste caso o juiz 
a rubricará em todas as folhas. 
 
Toda e qualquer sentença (condenatória ou absolutória) 
possui um efeito inexorável, que é o de colocar um ponto final no 
trâmite processual NAQUELA INSTÂNCIA. Assim, podemos dizer que 
um efeito de toda e qualquer sentença é o ESGOTAMENTO DA 
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INSTÂNCIA. Quando Juiz profere uma sentença ele termina sua 
participação no processo, não podendo modificá-la, nem mesmo para 
sanar nulidade absoluta (que poderia ter sido declarada ex officio). 
Entretanto, pode ser que o Juiz tenha trocado uma palavra, a 
sentença tenha um erro de digitação...esses pequenos erros, que não são 
relacionados ao conteúdo, à ideia da sentença, são chamados de erros 
materiais, e podem ser sanados pelo Juiz. 
O Juiz poderá, ainda, modificar a sentença após sua prolação quando 
da apreciação do recurso de embargos de declaração (que é dirigido ao 
próprio Juiz prolator da sentença e não a um órgão superior). Vejamos: 
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, 
pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver 
obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão. 
 
B) Sentença Penal Absolutória 
 
É a sentença que julga improcedente a acusação, absolvendo o réu, 
por algum dos motivos do art. 386 do CPP. Vejamos: 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte 
dispositiva, desde que reconheça: 
I - estar provada a inexistência do fato; 
II - não haver prova da existência do fato; 
III - não constituir o fato infração penal; 
IV ± estar provado que o réu não concorreu para a infração 
penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
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V ± não existir prova de ter o réu concorrido para a infração 
penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
VI ± existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o 
réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do 
Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua 
existência; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
VII ± não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído 
pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
No primeiro caso (estar provada a inexistência do fato), o Juiz 
entende ter ficado evidenciado que o fato não ocorreu. No segundo caso é 
diferente, o Juiz verifica que NÃO FICOU PROVADA A EXISTÊNCIA 
DO FATO, ou seja, ele não diz que o fato não ocorreu, diz apenas que 
não houve prova de sua existência, de forma que não se pode condenar o 
réu. 
No terceiro caso, o fato pode ter ou não ocorrido, isso não importa. O 
que importa é que, em abstrato, ainda que tivesse ocorrido, ELE SERIA 
ATÍPICO (não tem previsão legal como crime). No quarto caso, 
ficou CABALMENTE PROVADO que o réu não participou da infração 
penal, embora esta tenha ocorrido. No quinto caso, simplesmente não 
ficou provada a participação do réu na infração, ou seja, ele até pode ter 
participado, mas o acusador NÃO CONSEGUIU PROVAR ISTO. 
No sexto caso que leva à absolvição, o Juiz reconhece que o fato 
ocorreu, o réu dele participou, o fato é TÍPICO (está previsto como 
crime), mas está presente uma causa excludente de ilicitude ou 
culpabilidade, ou, ainda, o réu agiu mediante erro de tipo ou erro de 
proibição. 
No sétimo e último caso, temos uma fundamentação ³UHVLGXDO´ 
para a sentença absolutória, eis que será o réu absolvido SEMPRE QUE 
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NÃO HOUVER PROVA SUFICIENTE PARA A SUA CONDENAÇÃO. 
Trata-se da materialização do princípio do in dubio pro reo. 
 
A.1) Efeitos da Sentença Penal Absolutória 
 
Os efeitos da sentença penal condenatória podem ser principais ou 
secundários. 
Como efeito principal, temos a IMEDIATA COLOCAÇÃO do réu 
em liberdade, caso esteja preso. Esta previsão está contida no art. 
386, § único, I do CPP. Vejamos: 
Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz: 
I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade; 
 
 CUIDADO! Este artigo deve ser analisado com muito cuidado. 
Porque motivos o réu poderia estar preso quando proferida a sentença 
penal? Ora, ele só poderia estar preso provisoriamente (prisão 
preventiva). Ora, o simples fato de sobrevir sentença absolutória 
(recorrível) não faz com que desapareçam os requisitos que autorizam a 
prisão preventiva, de forma que o réu preso só será colocado em 
liberdade se o Juiz entender que o fim do processo em primeiro grau 
extingue o requisito que autorizava sua prisão (exemplo: réu foi preso 
para não coagir testemunhas, logo, já tendo sido estas ouvidas, não se 
justifica sua prisão). 
 
 
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Existe a figura da sentença absolutória IMPRÓPRIA. 
A sentença que absolve o réu tem como conseqüência a ausência de 
reflexos penais negativos. A essa sentença (normal) se dá o nome de 
sentença absolutória própria. Pode ocorrer, no entanto, de o réu ser 
absolvido mas lhe ser imposta medida de segurança, em razão de 
sua periculosidade. Essa medida de segurança é aplicada quando o réu é 
absolvido por ser inimputável à época do fato, em razão de doença 
mental ou desenvolvimento mental retardado ou incompleto. 
Havendo a absolvição do réu em razão de sua inimputabilidade, e sendo-
lhe aplicada medida de segurança, estaremos diante de uma sentença 
absolutória imprópria. 
 
Os efeitos secundários, por sua vez, estão espalhados pelo CPP. 
Vejamos: 
x Levantamento do sequestro incidente sobre bens do 
acusado ± Está previsto no art. 131, III do CPP; 
x Cancelamento da hipoteca legal e do arrestodeterminados sobre o patrimônio ilícito do acusado ± 
Está previsto no art. 141 do CPP; 
x Restituição integral da fiança eventualmente paga ± 
Previsão contida no art. 337 do CPP; 
x Impede a propositura de ação civil de indenização pelo 
fato (ação civil ex delicto) quando a absolvição: a) for 
fundada na presença de excludente de ilicitude; b) Ficar 
COMPROVADO que o réu NÃO CONCORREU PARA A 
PRÁTICA DO FATO ou que o FATO NÃO EXISTIU. 
 
B) SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA 
 
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É a sentença que reconhece a responsabilidade do réu em 
decorrência da infração penal, condenando-o. Exige prova CABAL 
(irrefutável) de que o réu tenha participado do crime, pois na dúvida o 
réu deve ser absolvido (in dubio pro reo). 
O Juiz pode CONDENAR o réu mesmo que MP, nos crimes de ação 
penal pública, requeira sua absolvição. Vejamos o que dispõe o art. 385 
do CPP: 
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir 
sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha 
opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, 
embora nenhuma tenha sido alegada. 
 
Quando o Juiz profere uma sentença penal condenatória, ele deve, 
ao mesmo tempo: 
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (Vide Lei nº 
11.719, de 2008) 
I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes 
definidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer; 
II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais 
que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo 
com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 
de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões; 
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
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IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela 
infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; 
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de 
direitos e medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste 
Livro; 
VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra 
ou em resumo e designará o jornal em que será feita a 
publicação (art. 73, § 1o, do Código Penal). 
Parágrafo único. O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a 
manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou 
de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da 
apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 11.719, 
de 2008). 
 
Devo chamar a atenção de vocês para dois pontos: 
9 A lei 11.719/08 alterou a redação do inciso IV do art. 
387, de forma que o Juiz, ao condenar o réu, fixará na 
sentença um VALOR MÍNIMO para a reparação do dano 
na esfera civil ± Isso significa que a sentença condenatória 
PENAL pode ser EXECUTADA diretamente no Juízo Cível. 
Entretanto, ela só poderá ser executada no Juízo civil após o 
seu trânsito em julgado, pois antes disso ela não possui um 
dos requisitos do título executivo cível, que é a ³&(57(=$´. 
Além disso, ela estipula um valor mínimo. Nada impede que a 
parte promova a ação de reparação no Juízo cível, visando à 
condenação do acusado a um valor maior; 
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Teoria e exercícios comentados 
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9 A lei 11.719/08 incluiu o § único ao art. 387, 
estabelecendo que quando o Juiz proferir sentença 
condenatória, deverá decidir acerca da prisão do réu ± 
Ou seja, quando o Juiz profere sentença condenatória, o RÉU 
NÃO É AUTOMATICAMENTE PRESO. A prisão antes do 
trânsito em julgado é EXCEÇÃO, de forma que o Juiz, para 
decretar a prisão do réu, deve avaliar se estão presentes os 
requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva. 
Não há, portanto, um efeito automático da sentença 
condenatória consistente na prisão do réu. Ela será decretada 
somente se estiverem presentes os requisitos dos arts. 312 e 
313 do CPP. 
 
B.1) Efeitos da sentença penal condenatória 
 
A sentença penal condenatória possui efeitos penais e extrapenais. 
Os efeitos penais são aqueles que produzem efeitos na esfera penal 
(óbvio, não?). Os efeitos penais podem ser primários ou secundários. 
Os efeitos penais primários estavam previstos no art. 393 do CPP. 
Vejamos: 
Art. 393. São efeitos da sentença condenatória recorrível: 
(Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - ser o réu preso ou conservado na prisão, assim nas infrações 
inafiançáveis, como nas afiançáveis enquanto não prestar 
fiança; 
II - ser o nome do réu lançado no rol dos culpados. 
 
Vejam que o art. 393 foi REVOGADO pela Lei 12.403/11 
(fresquinha, portanto, GRANDE CHANCE DE CAIR NA PROVA). Então 
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não existem mais efeitos primários? Sim, existem, só que os efeitos 
penais primários, atualmente, só ocorrerão quando a sentença penal 
condenatória TRANSITAR EM JULGADO. A sentença condenatória 
recorrível não possui mais o condão de levar o réu à prisão ou de levar à 
inscrição do seu nome no rol dos culpados. 
Os efeitos penais podem ser, ainda, secundários. São efeitos penais 
secundários aqueles que, embora produzam efeitos na esfera jurídico-
PENAL do indivíduo condenado, esses efeitos refletem em OUTRA 
RELAÇÃO JURÍDICO-PENAL. 
 EXEMPLO: Reincidência. A sentença penal condenatória possui 
como efeito penal SECUNDÁRIO, gerar reincidência (e todas as suas 
consequências) caso o condenado seja novamente condenado dentro de 
um prazo previsto em lei. Trata-se de um efeito que, sem dúvida, atinge 
a esfera penal do indivíduo, mas NÃO NO PROCESSO EM QUE FOI 
PROFERIDA A SENTENÇA, mas em outro processo. 
Os efeitos extrapenais, por sua vez, são assim chamados por 
afetarem diversas áreas do Direito (civil, administrativo, etc). Por sua 
vez, dividem-se em genéricos e específicos. 
Os efeitos genéricos são aqueles que incidem sobre toda e qualquer 
condenação, estando previstos no art. 91 do CP, sendo apenas dois: 
Obrigação de reparar o dano e confisco: 
 
Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo 
crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
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II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou 
de terceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
a) dos instrumentos do crime,

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