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Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 1 Aula 06 Controle Externo para Auditor de Controle Externo e Auxiliar de Controle Externo do TCE/PA Aula 06 Professor: Pedro Guimarães Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 2 Fala pessoal! Nesta aula veremos o seguinte: Processo no TCE/PA. Agora que já conseguimos ver quais são as atribuições do TCE/PA e também como ele se organiza internamente para cumpri-las, veremos os “detalhes” disso. Veremos de que maneira os processos funcionam no âmbito do Tribunal, quais são os órgãos da estrutura organizacional competentes para atuar em cada um deles, dentre outros pontos importantes! Bons estudos !! Tópicos da Aula 1. Tramitação dos processos ............................................................................ 4 2. Distribuição dos processos ........................................................................... 5 3. Instrução dos processos .............................................................................. 8 4. Audiência do Ministério Público nos processos ................................................ 9 5. Formas de deliberação do Tribunal Pleno ...................................................... 11 5.1 Ato do Tribunal Pleno ............................................................................ 11 5.2 Acórdão do Tribunal Pleno...................................................................... 11 5.3 Resolução do Tribunal Pleno ................................................................... 12 6. Funcionamento do Tribunal Pleno ................................................................ 13 6.1 Sessões do Tribunal Pleno ...................................................................... 13 7. Julgamento dos processos .......................................................................... 17 8. Comunicações processuais .......................................................................... 24 8.1 Audiência ............................................................................................. 25 Aula 06 – Controle Externo para TCE/PA Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 3 8.2 Citação ................................................................................................ 25 8.3 Notificação ........................................................................................... 25 9. Contagem dos prazos processuais ............................................................... 26 10. Publicação dos atos processuais ................................................................. 27 11. Aplicação subsidiária da legislação aplicável ao TCU, da legislação de processo eletrônico e do Código de Processo Civil ....................................................... 27 12. Mais exercícios comentados ....................................................................... 29 13. LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ............................................ 42 14. GABARITO ............................................................................................... 45 Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 4 Processo no TCE/PA No âmbito do TCE/PA, define-se processo como o conjunto de peças que documentam o exercício da atividade do Tribunal. É por meio de processos que os trabalhos realizados pelo TCE/PA são organizados e documentados. Existem diversos tipos de processos: processos de fiscalização, processos de contas, processos de consulta, dentre vários outros (basta lembrar da quantidade de competências que nós vimos que o TCE/PA possui). Passaremos pelas etapas em que o processo percorre no âmbito do Tribunal. A primeira delas é a tramitação do processo. Tramitação dos processos Sempre que um documento é apresentado ao TCE/PA (ex: uma denúncia formulada por cidadão ao TCE/PA ou uma certidão de tempo de serviço apresentada por um servidor do TCE/PA), ele deve ser protocolizado (exceto quando for sigiloso, caso em que é encaminhado diretamente ao Presidente). Caso se verifique que esse documento justifique a formação de um processo, aí ele deve ser autuado e é constituído um processo para ele. O Regimento Interno define que alguns documentos devem ter tramitação preferencial dentro do Tribunal. Consideram-se urgentes, e nessa qualidade terão tramitação preferencial, os documentos e processos referentes a: Inspeções extraordinárias Pedidos de informação ou solicitação formulados pela Assembleia Legislativa Pedidos de informação sobre mandado de segurança ou outro feito judicial Consultas que, por sua natureza, exijam imediata solução Denúncias que revelem a ocorrências de fato grave Tomadas de contas Medidas cautelares Representações que possam resultar dano ao erário estadual ou irregularidade grave Recursos previstos neste Regimento Processos em que figure, como responsável ou interessado, pessoa: o Com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos o Portadora de deficiência física ou mental Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 5 o Portadora de doença, na forma prevista em lei Outros assuntos que, a critério do Tribunal Pleno ou do Presidente, sejam entendidos como tal Constituído o processo, passa-se à etapa de distribuição, para definir quem será seu relator. Distribuição dos processos Os processos abertos no âmbito do TCE/PA possuem sempre um Relator, que pode ser um Conselheiro ou um Auditor (“Conselheiro substituto”). Cabe ao Relator adotar todas as medidas necessárias para o saneamento dos autos do processo, como a citação ou audiência dos responsáveis, o sobrestamento do julgamento, etc. O Regimento Interno do TCE/PA determina que a distribuição dos processos aos Conselheiros e Auditores obedeça os princípios da publicidade e do sorteio. Antes da distribuição, deve-se definir qual é o “assunto” do processo. É um processo de contas? É um processo de denúncia? O RITCE/PA define quais são esses “assuntos”, ao dizer que o processo deve ser reunido dentro de alguma das seguintes classes: RITCE/PA Art. 50. Os processos submetidos à distribuição do Tribunal Pleno serão reunidos em classes, da seguinte forma: I - prestação de contas do Governo do Estado; II - ato de admissão de pessoal; III - atos de aposentadoria, reforma e pensão; IV - denúncia; V - representação; VI - consulta; VII - prestação de contas dos administradores e responsáveis pela gestão de recursos públicos estaduais; VIII - gestão fiscal; IX - prestação de contas dos auxílios, contribuições ou subvenções concedidaspelo Estado; X - fiscalização de contratos; Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 6 XI - tomada de contas de exercício ou gestão; XII - tomada de contas especial; XIII - pedido de informação ou solicitação formulado pela Assembleia Legislativa; XIV - inspeção extraordinária e auditoria especial; XV - recurso; XVI - pedido de rescisão; XVII - proposta de medida cautelar; XVIII - demais processos. Lembrem-se que compete ao Presidente do TCE/PA relatar as contas do Governo do Estado. Por isso, o processo de prestação de contas do Governo do Estado (item I acima) deve ser distribuído, para relatar, ao Conselheiro que exerceu o cargo de Presidente, no exercício a que se referem as contas (ex: contas de Governo de Estado do ano de 2016 serão relatadas por quem foi o Presidente do TCE/PA em 2016). O RITCE/PA também diz que os “processos de Gestão Fiscal” devem ser distribuídos ao relator das Contas de Governo Para facilitar a divisão de processos a serem distribuídos, foram criadas “áreas de gestão” (ex: saúde, educação). Os órgãos e entidades sujeitos à jurisdição do TCE/PA são incluídos nessas listas (ex: Secretaria de Estado da Saúde está na lista “x”). Depois de definidas essas listas, elas devem ser aprovadas em Plenário. Aprovadas, é feito um sorteio e cada lista é distribuída para um Conselheiro. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 7 Agora vem um detalhe importante: se o sorteio é feito para os Conselheiros, como os Auditores saberão quais as unidades jurisdicionadas cujos processos serão distribuídos a eles? O RITCE/PA define isso: RITCE/PA Art. 52. § 5º Ato normativo estabelecerá no mínimo 1/5 das unidades jurisdicionais de cada lista, cujos processos referidos no caput deste artigo serão distribuídos aos Auditores mediante sorteio, feito pela Secretaria. (NR) § 6º Cada Auditor atuará em até duas listas, conforme o ato normativo previsto no § 5º. Portanto, estamos assim: temos as listas dos Conselheiros, que são sorteadas e aprovadas pelo Plenário. Dessas listas, retira-se 1/5 das unidades jurisdicionadas de cada uma para distribuir aos Auditores (também mediante sorteio). Cada Auditor atua em até duas listas! Beleza, vimos que as unidades jurisdicionadas são incluídas dentro das listas, de acordo com a área de gestão delas. Contudo, quando estamos falando de unidades do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e de outros órgãos constitucionais independentes (gravem: outros poderes além do Executivo, MP, DP e órgãos constitucionais), temos uma situação diferente. Para essas unidades, o RITCE/PA diz que os processos referentes a elas devem ser distribuídos ao Conselheiro que exerceu o cargo de Presidente, no exercício a que se referem. No caso específico das contas anuais de gestão do TCE/PA (afinal de contas, ele também é uma unidade administrativa e também é fiscalizado), o RITCE/PA diz que elas devem ser distribuídas por sorteio a Conselheiro que não integre o Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 8 quadro diretivo no exercício a que se referem (ou seja, não pode ser distribuída a quem era Presidente, Vice-Presidente ou Corregedor daquele exercício). Último detalhe, bem importante: no caso de um Conselheiro ou Auditor se afastar definitivamente do cargo, os processos que ele estava relatando serão redistribuídos a quem lhe suceder no cargo. Portanto, estamos na etapa que foi definido o relator do processo (ou seja, ele foi distribuído a quem lhe era de direito). Depois da distribuição, temos a etapa da instrução. Instrução dos processos O RITCE/PA define que são etapas do processo a instrução, o parecer do Ministério Público, quando obrigatório, e o julgamento ou apreciação. Os processos se iniciam, em geral, com a instrução pela unidade técnica (entende-se como unidade técnica os auditores que atuam no controle externo, no Departamento de Controle Externo). A instrução é presidida pelo Relator do processo. Na instrução, são organizados os documentos e apresentadas informações, juntamente com uma proposta de encaminhamento adequada para o processo. A instrução envolve o exame do processo pelo Departamento de Controle Externo, mediante fiscalização, realização de diligência, manifestação do responsável ou interessado e outras providências que sejam necessárias à elucidação dos fatos e apuração de responsabilidades. Se for necessário realizar diligência (ex: enviar ofício para o jurisdicionado solicitando informações), o servidor comunica a respectiva chefia para que ele decida sobre o assunto. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 9 O Regimento Interno diz que diligência é toda requisição de documentos, pedido de informação e esclarecimentos complementares ou de providências necessárias à instrução do processo. Elas se classificam como internas (dentro do âmbito do próprio Tribunal) e externas (diligências feitas junto aos órgãos sob a jurisdição do Tribunal). As diligências externas podem ser feitas mediante ofício registrado, ou telegrama eletrônico com aviso de recebimento, ou por meio eletrônico, observadas as normas de certificação digital. O auditor repassa sua instrução para a chefia, que emite seu parecer conclusivo (concordando ou discordando da instrução). Apenas após a manifestação conclusiva do titular da unidade técnica é que a etapa de instrução do processo é finalizada. Segundo o RITCE/PA, considera-se encerrada a instrução preliminar com o relatório técnico do Departamento de Controle Externo e a remessa dos autos ao Relator. Assim, segundo o Regimento, são formalidades essenciais da instrução: Instrução preliminar Ciência ao responsável ou ao interessado para prestar esclarecimentos, suprir omissões ou apresentar defesa, quando for o caso (em obediência aos institutos do contraditório e da ampla defesa) Relatório conclusivo da unidade técnica competente Depois de instruído o processo, ele está pronto para ser analisado pelo Conselheiro Relator. Contudo, em alguns casos é exigida a manifestação do Ministério Público de Contas, que veremos logo abaixo. Audiência do Ministério Público nos processos Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 10 O Regimento Interno define que em alguns casos é obrigatória a audiência do Ministério Público de Contas do Pará (MPC/PA). Essa audiência é feita antes do julgamento do processo, para queo MPC/PA se manifeste sobre o mérito do processo. Segundo o RITCE/PA, é obrigatória a audiência do MPC/PA nos seguintes processos: RITCE/PA Art. 86. É obrigatória a audiência do Ministério Público de Contas nos processos pertinentes a: I - prestação de contas do Governo do Estado; II - ato de admissão de pessoal; III - atos de aposentadorias, reformas e pensões; IV - denúncia; V - representação; VI - prestação de contas dos administradores e responsáveis pela gestão de recursos públicos estaduais; VII - gestão fiscal; VIII - prestação de contas dos auxílios, contribuições ou subvenções concedidas pelo Estado; IX - fiscalização de contratos; X - tomada de contas de exercício ou gestão; XI - tomada de contas especial; XII - inspeção extraordinária e auditoria especial; XIII - recurso de reconsideração e reexame; (NR) XIV - pedido de rescisão; XV - proposta de medida cautelar. Portanto, antes do julgamento pelo Tribunal Pleno desses processos, o MPC/PA deve ser ouvido em audiência. O prazo para ele emitir seu parecer é de até 15 dias, contados da data de recebimento dos autos em sua Secretaria. Esse prazo pode ser prorrogado uma vez, por despacho do Procurador Geral, mediante solicitação escrita dos Procuradores. De modo a dar subsídios à sua análise, o MPC/PA pode adotar algumas providências antes de emitir parecer. Entre essas medidas incluem-se: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 11 Pedir a reabertura da instrução processual Requerer ao relator do processo: o Novas informações do Departamento de Controle Externo o Realização de diligências para coletar dados e informações que lhe pareçam necessários o Realização de providência ordenatória ou saneadora do processo o Novo pronunciamento do Departamento de Controle Externo Depois do pronunciamento do MPC/PA (quando esse pronunciamento for obrigatório), o processo é encaminhado para deliberação do Tribunal Pleno. No âmbito desse colegiado, veremos quais são as formas de deliberação e como é o seu funcionamento. Formas de deliberação do Tribunal Pleno As deliberações do Tribunal Pleno podem ser tomadas em diferentes formas. Para cada assunto, o Tribunal Pleno julga e depois emite um “documento” específico (seja ele um ATO, um ACÓRDÃO ou uma RESOLUÇÃO). Vejamos cada um deles: Ato do Tribunal Pleno Art. 189. As deliberações do Tribunal Pleno serão na forma de: I - ATO, quando se referir à aprovação do Regimento, do Regulamento dos Serviços Auxiliares, Escola de Contas, Ouvidoria e das respectivas emendas; Portanto, o Ato é uma forma de deliberação utilizada em casos de organização interna do TCE/PA. Refere-se à aprovação das suas normas internas e da sua própria organização. Fácil de gravar né? Acórdão do Tribunal Pleno Art. 189. As deliberações do Tribunal Pleno serão na forma de: II - ACÓRDÃO, quando se tratar de: a) prestação ou tomada de contas, se definitiva a decisão sobre contas regulares, regulares com ressalva ou irregulares; Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 12 b) decisões terminativas, inclusive arquivamento, desarquivamento ou trancamento de contas iliquidáveis; c) atos de admissão de pessoal, aposentadorias, reformas e pensões; d) denúncia ou representação de qualquer natureza; e) proposta de medida cautelar; f) recurso; g) outras matérias que, a juízo do Tribunal Pleno, devam se revestir dessa forma; A forma de deliberação Acórdão é utilizada quando se tratar de matérias mais corriqueiras do TCE/PA, ou seja, prestações e tomadas de contas, atos de admissão de pessoal, denúncias. Resolução do Tribunal Pleno Art. 189. As deliberações do Tribunal Pleno serão na forma de: III - RESOLUÇÃO, quando se tratar de: a) Parecer Prévio às contas do Governo do Estado; b) alerta sobre relatório da Lei de Responsabilidade Fiscal; c) informações prestadas pelo Tribunal solicitadas pela Assembleia Legislativa; d) conversão de julgamento em diligência; e) consultas; f) decisões preliminares do Tribunal; g) instruções normativas gerais ou especiais relativas ao disciplinamento de matéria que envolva pessoa física, órgãos ou entidades sujeitas à jurisdição do Tribunal; h) uniformização de jurisprudência; i) assuntos de economia interna do Tribunal; j) outras matérias que, por sua natureza, entenda o Tribunal Pleno devam se revestir desta forma. Ao contrário do Acórdão, que é utilizada nas deliberações mais “comuns” do TCE/PA, a Resolução é utilizada em casos mais especiais. Envolve, por exemplo, o relacionamento com a Assembleia Legislativa e as contas de Governo do Estado. São assuntos mais “importantes” e que envolvem jurisdicionados complexos e relevantes. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 13 Bom pessoal, vistas as formas de deliberação do Tribunal Pleno, vamos passar para o seu funcionamento. Já sabemos que ele é composto dos sete Conselheiros e que os Auditores participam das discussões. Vejamos, então, de que maneira o Tribunal Pleno se reúne para cumprir com suas competências e deliberar sobre os processos que lhe cabem. Funcionamento do Tribunal Pleno Sessões do Tribunal Pleno Segundo o RITCE/PA, o Tribunal Pleno se reúne anualmente, em Belém (sede do TCE/PA), no período de 07/01 a 19/12. O intervalo entre esse período (ou seja, 20/12 a 06/01) é o recesso do Tribunal. Durante o recesso, porém, os trabalhos não são interrompidos e o Tribunal Pleno pode ser convocado extraordinariamente caso seja necessário. Cumpre destacar um ponto interessante do RITCE/PA. Sabemos que a sede do TCE/PA é em Belém. Porém, de acordo com o Regimento, por decisão do Tribunal Pleno pode ser realizada, de forma excepcional e resguardados os direitos dos responsáveis e interessados, sessão fora da Capital do Estado. Por isso, gravem isso: apesar de a sede do TCE/PA ser em Belém, excepcionalmente pode ocorrer uma sessão do Tribunal Pleno fora da capital. As sessões do TCE/PA são sempre registradas em atas, que são elaboradas pela Secretaria. Nessas atas devem constar: Dia, mês, ano e hora de abertura e encerramento da sessão Nome do Conselheiro que presidiu a sessão e do Secretário que redigiu a ata Nomes dos Conselheiros, Auditores e Representantes do MPC/PA que estavam presentes na sessão Nomes das autoridades que faltaram e o motivo da ausência Expediente (ou seja, os “temas” discutidos na sessão) Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 14 Decisões que foram proferidas na sessão, bem como os votos que fundamentaram essas decisões Matérias administrativas Demais ocorrências da sessão As atas são elaboradas durante a realizaçãodas sessões, mas só são aprovadas na sessão seguinte. O RITCE/PA fala de uma exceção: em casos especiais e devidamente justificados ao Tribunal Pleno, pode-se adiar a aprovação da ata por até 3 sessões. Existem três tipos de sessão do Tribunal: as ordinárias, as extraordinárias e as solenes. Vejamos os detalhes importantes sobre cada um desses tipos. Sessões ordinárias As sessões ordinárias, como o próprio nome já diz, são aquelas “de rotina”, nas quais o Tribunal Pleno delibera sobre os assuntos de sua competência (exceto aqueles assuntos “especiais” que são tratados em sessões extraordinárias – veremos logo abaixo). Elas são realizadas às terças e quintas-feiras às 9h e podem durar o tempo necessário à realização de suas finalidades. Por decisão da maioria dos Conselheiros, as sessões ordinárias podem ser realizadas em data e horário diferentes desses (terças e quintas às 9h). O RITCE/PA exige que estejam presentes pelo menos 4 Conselheiros em condições de votar para que o Tribunal Pleno se reúna e delibere sobre os processos que estiverem na pauta. Existe a hipótese, ainda, de convocação dos Auditores (ou “Conselheiros Substitutos”). Eles são convocados para completar o quórum necessário aos serviços do TCE/PA (ou seja, o quórum de 4 Conselheiros) sempre que, por falta ou impedimento, não houver número legal. O Regimento permite que essa convocação seja feita na ocasião da realização da sessão (ex: reuniram-se 3 Conselheiros e perceberam que faltava 1 para completar o quórum. Nesse caso, convoca-se 1 Auditor para fins de quórum). Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 15 Nas sessões ordinárias costuma-se discutir uma série de assuntos diversos. Para organizar isso, o próprio Regimento Interno do TCE/PA definiu qual a ordem que deve ser seguida na deliberação desses assuntos. Segundo o RITCE/PA, os trabalhos das sessões ordinárias devem obedecer à seguinte ordem, salvo quando outra ordem for fixada: Verificação do número de Conselheiros presentes Verificação da presença dos Auditores (“Conselheiros Substitutos) Verificação da presença do Representante do MPC/PA Abertura da sessão Leitura, discussão e votação da ata da sessão anterior (obs: a leitura da ata pode ser dispensada, caso ela tenha sido disponibilizada antes da sessão por meio eletrônico ou cópia aos Conselheiros, Auditores e Representantes do MPC/PA) Leitura do expediente Julgamentos Apreciação de matérias administrativas Concessão de palavra aos Conselheiros, Auditores e Representantes do MPC/PA Encerramento da sessão Bem fácil entender essa ordem, né? Primeiro o Presidente faz a “chamada” e vê quem estão na sessão e quem faltou. Depois disso, abre a sessão e vota a ata da sessão anterior. Depois de ter falado da sessão anterior, aí sim começa a falar de assunto da sessão atual: lê o expediente e faz o julgamento das matérias de controle externo. Após terem sido feitos os julgamentos pertinentes, sobra espaço para falar de matérias mais tranquilas e do dia-a-dia, ou seja, matérias administrativas. Depois de ter passado pelas matérias de controle externo (expediente e julgamentos) e pelas matérias administrativas, sobra tempo para que quem estiver presente à sessão fale alguma coisa. Depois disso, encerrada a sessão ordinária! Sessões extraordinárias Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 16 As sessões extraordinárias são convocadas para que o Tribunal Pleno delibere sobre alguns assuntos em específico. De acordo com o Regimento, a convocação para sessão extraordinária é feita pelo Presidente do TCE/PA (de ofício ou caso algum Conselheiro faça proposta) com pelo menos 24h de antecedência da realização da sessão. As sessões extraordinárias são convocadas para os seguintes fins: Apreciação das contas prestadas anualmente pelo Governador do Estado Elaboração da lista tríplice dos Auditores, para preenchimento do cargo de Conselheiro Apreciação de questões de alta indagação Outros eventos, a critério do Tribunal Pleno Existe, também, a figura das sessões extraordinárias reservadas. Elas são ainda mais específicas do que as sessões extraordinárias públicas e delas participam apenas os Conselheiros, os Auditores, o representante do Ministério Público de Contas, o Secretário e, quando for o caso, pessoas expressamente admitidas a critério do Tribunal Pleno. O Tribunal Pleno pode realizar sessões extraordinárias de caráter reservado para tratar de: Assuntos de natureza administrativa interna Casos determinados em lei nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado pelo sigilo não prejudique o interesse público à informação Apreciação ou julgamento de processos que derem entrada ou se formarem no Tribunal com chancela de sigiloso Sessões solenes As sessões solenes, por sua vez, têm por objeto alguns eventos especiais. Elas são convocadas pelo Presidente do TCE/PA e se destinam aos seguintes fins: Posse de Conselheiro, do Presidente, do Vice-Presidente e do Conselheiro Corregedor Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 17 Posse de Auditor (“Conselheiro Substituto”) Prática de atos de caráter cívico ou cultural Outras homenagens a critério do Tribunal Pleno Pessoal, depois de vistas as classificações das sessões, temos de dar um destaque maior para uma das “fases” de uma sessão ordinária: o julgamento. O RITCE/PA dá bastante ênfase para os julgamentos e vale a pena darmos uma olhada em como isso funciona. Julgamento dos processos O “julgamento” de um processo envolve sua apreciação e votação pelo Tribunal Pleno. De início cabe esclarecer a vocês que o que é discutido é o relatório elaborado pelo relator do processo. Como vimos, os processos são distribuídos para cada Relator a depender do seu tema. O Relator, então, deve analisar todo esse processo (incluindo a análise técnica emitida pelos servidores) e emitir uma conclusão. Assim, seu relatório conclusivo é analisado pelo Tribunal Pleno a fim de decidirem se o TCE/PA acata ou não essa conclusão. Para entender melhor como um processo é julgado, vamos dividir tudo em partes. Verificação do quórum para votação do processo Logo após o anúncio do processo que será julgado e antes da exposição do Relator, os Conselheiros que se considerarem impedidos ou suspeitos de votar devem se manifestar. Isso deve ser feito para que o Presidente tenha noção se vai haver quórum ou não para votação (pois quem se declara impedido ou suspeito não vota). Se o próprio Presidente declarar impedimento ou suspeição, a direção dos trabalhos é transferida para o Vice-Presidente ou para o Corregedor (lembrem-se da linha de sucessão da presidência do TCE/PA). Importante destacar: o quórum para abertura da sessão é uma coisa e o quórum para votação é outra. O quórum para abertura da sessão nós vimos que é de 4 Conselheiros.Essa verificação de quórum que estamos falando aqui é outra coisa. Para chegar até essa segunda verificação de quórum Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 18 obrigatoriamente a sessão já tem que ter sido aberta e, por isso, há pelo menos 4 Conselheiros (ou Auditores convocados) na sessão. Essa verificação de quórum é feita para que não aconteça de haver 1 Conselheiro impedido ou suspeito que não possa votar. Imaginem se há 4 Conselheiros e depois de toda a discussão sobre o processo, 1 deles se declara suspeito ou impedido. É bom que essa verificação seja feita antes para que isso não aconteça e a discussão seja feita em vão. Vale a pena destacarmos a diferença entre impedimento e suspeição: O impedimento é declarado por um Conselheiro em casos de processos de interesse próprio, de cônjuge, de parente consanguíneo ou afim, na linha reta ou colateral, até o segundo grau, ou de amigo íntimo ou inimigo capital, assim como em processo em que tenha funcionado como advogado, perito, representando do MPC/PA ou servidor da Secretaria do Tribunal ou do Controle Interno. Outra hipótese de impedimento é quando o Conselheiro se deparar com processo em que ele nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o segundo grau. Por sua vez, a suspeição deve ser declarada por um Conselheiro quando algum motivo íntimo o impedir de julgar o processo com a imparcialidade que o caso requer. Vale destacar que o Conselheiro ou Auditor que alegar impedimento ou suspeição não pode participar nem da discussão, nem da votação do processo. Exposição do relatório do Relator Beleza, foi verificado o quórum e agora temos um número suficiente de Conselheiros para que o processo seja votado. Porém, como vimos, o que é Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 19 votado é o relatório do Relator, onde ele traz as conclusões a que ele chegou depois de analisar todo o processo. Assim, será votado se os Conselheiros concordam ou não com ele e se há necessidade de se fazer mudanças nas conclusões a que chegou o Relator. Alguns de vocês podem estar pensando: caramba, mas e se o processo for sobre um assunto muito complexo? O Relator vai ter que dar uma aula aos demais Conselheiros para que eles entendam o assunto e possam votar de acordo com o que pensam? Pois é, o RITCE/PA permite que o Relator disponibilize antecipadamente o Relatório aos membros do Tribunal Pleno e ao Representante do MPC/PA. Depois de iniciada a exposição do Relator ele não pode ser interrompido. Manifestação do Representante do MPC/PA, do responsável, do interessado e do procurador Assim que o Relator finalizar a exposição do relatório, o Representante do MPC/PA pode falar durante 15 minutos, caso queira. Após a fala do Representante do MPC/PA, podem falar o responsável envolvido no processo (ex: o gestor cujas contas estão sendo julgadas), o interessado ou o procurador. O tempo para cada um deles também é de 15 minutos. Contudo, há uma diferença com relação ao Representante do MPC/PA. Para que possam falar, o responsável, o interessado ou o procurador devem se dirigir ao Secretário em até 30 minutos antes do início da sessão para que seja requerida ao Presidente, ouvido o Relator, a autorização para realização dessa sustentação oral. Nessa sustentação oral, o responsável, o interessado ou o procurador podem apresentar documentos. Contudo, a sustentação oral não é a fase do processo em que são concedidos os direitos de contraditório e ampla defesa. Na instrução do processo (feita pelos servidores do Tribunal) tais institutos são respeitados e as partes do processo podem contestar o que foi feito. Dessa forma, os documentos apresentados na sustentação oral devem ser, cumulativamente: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 20 Inéditos nos autos e que não dispunham justificadamente na fase de instrução Essenciais para o esclarecimento da irregularidade apontadas nos autos Casos esses documentos sejam aceitos, o Relator pode fazer o seguinte: Suspender o julgamento por até 2 sessões ordinárias consecutivas, a fim de reexaminar a matéria Solicitar ao Tribunal Pleno a reabertura da instrução processual, uma única vez, quando o processo será reencaminhado ao Departamento de Controle Externo e ao MPC/PA Então estamos assim: o processo foi colocado em pauta, o Relator apresentou seu Relatório e o Representante do MPC/PA, o responsável, o interessado ou o procurador tiveram a oportunidade de falar por 15 minutos. Depois que eles falarem, o processo entra na fase de discussão. Para fixar ainda mais o entendimento, vale a pena destacar a diferença entre “responsável” e “interessado”. Responsável é aquele que figura no processo em razão da utilização, arrecadação, guarda, gerenciamento ou administração de dinheiros, bens e valores públicos, ou pelos quais o Estado responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária, ou por ter dado causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário. Já o interessado é aquele que, em qualquer etapa do processo, tenha reconhecida razão legítima para intervir no processo. Também é considerado interessado aquele que possa ter direito subjetivo próprio prejudicado pela decisão a ser exarada pelo Tribunal. Quem confere a habilitação de interessado é o Relator ou o Tribunal. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 21 As partes atuam praticando atos processuais diretamente ou por intermédio de um procurador regularmente constituído. Atuam, por exemplo, por meio da resposta a diligências, apresentação de defesa, etc. Discussão do processo Encerradas as manifestações que acabamos de ver, é aberta a discussão que não pode exceder a 30 minutos, prorrogáveis por igual período. Qualquer membro do Colegiado pode participar da discussão. Nessa fase os Conselheiros podem usar da palavra, podendo solicitar esclarecimentos ao Relator, ao representante do MPC/PA e aos responsáveis, interessados ou procuradores. Na fase de discussão o Representante do MPC/PA pode fazer pedido de vista do processo, para que analise melhor algum ponto em que tenha ficado com dúvidas. Se houver esse pedido de vista, o julgamento do processo é suspenso por até 2 sessões ordinárias consecutivas. Vale destacar que da discussão não participam os Conselheiros que tenham se declarado impedidos de votar, ok? Aqui na discussão do processo os Conselheiros podem emitir suas opiniões a respeito do assunto dentro do Colegiado. Contudo, o Regimento Interno possui uma restrição com relaçãoà emissão de opiniões dos Conselheiros e demais autoridades e servidores a meios de comunicação. Segundo o RITCE/PA, é vedado aos Conselheiros, Auditores e servidores do Tribunal manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 22 despachos, votos ou sentenças de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos. Apresentação de questões preliminares As questões preliminares podem ser apresentadas pelos membros do Colegiado sobre algum assunto que tenha suscitado a respeito do assunto tratado no processo. Essas questões preliminares devem ser sempre apreciadas antes do julgamento do mérito do processo, tendo em vista que um ponto levantado por algum dos Conselheiros pode influenciar no julgamento. Levantada a preliminar, o Representante do MPC/PA pode sobre ela se pronunciar. Depois de decidirem se a questão preliminar deve ser acolhida ou rejeitada, segue-se para o julgamento do mérito do processo. Julgamento do mérito do processo por meio de votação O julgamento do mérito do processo sempre se inicia com o voto do Relator. Depois do voto dele, os demais Conselheiros devem votar. O voto dos Conselheiros pode ser colhido de forma simbólica ou nominal. A votação simbólica consiste na adesão tácita ao voto do Relator, quando não houver manifestação em contrário, sendo de imediato proclamado o resultado pelo Presidente (ex: Presidente pergunta algo do tipo: “todos concordam com o Relator?”. Se ninguém se manifestar em contrário, o voto do Relator é tacitamente acolhido por todos). Já a votação nominal é determinada pelo Presidente, após o voto do Relator, seguindo-se dos demais Conselheiros, na ordem de antiguidade do Tribunal. A votação nominal é concluída com o voto do Presidente. Caso haja empate, o voto do Presidente é considerado “voto de qualidade” (ou “de minerva). Vale lembrar que a gente viu que os Auditores (“Conselheiros substitutos”) também relatam processos. Contudo, eles participam apenas da fase da discussão. O relatório deles é encaminhado para votação apenas pelos Conselheiros. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 23 Pessoal, vale destacar que os Conselheiros podem pedir vista dos processos que estão em julgamento (assim como vimos que pode fazer o Representante do MPC/PA). Pedida vista do processo, o julgamento fica adiado em até no máximo duas sessões ordinárias consecutivas (esse prazo pode ser prorrogado por decisão do Tribunal Pleno, se a matéria requerer mais estudos). Quem pediu vista não pode acrescentar novos documentos ao processo, salvo em caso de aprovação por parte do Tribunal Pleno e ouvido o Relator. Na sessão em que o processo retornar à pauta, reabre-se a discussão para que voto-vista (emitido pelo Conselheiro que pediu vista) seja discutido. Pode ser concedida vista aos demais Conselheiros durante a discussão de um voto-vista. Não participará da votação o Conselheiro ausente na sessão em que foi apresentado e discutido o relatório do Relator, salvo se ele pedir vista dos autos, ou se der por esclarecido. Proclamação do resultado da votação Terminada a votação, o Presidente proclama o resultado, declarando-o por: Unanimidade, se não houver votos divergentes Maioria, indicando os votos vencidos Voto de qualidade do Presidente, quando houver empate na votação Antes da proclamação do resultado do Presidente, qualquer Conselheiro pode pedir a palavra para modificar seu voto, dispondo, para tanto, de 10 minutos. Depois de proclamado o resultado, não pode ser reaberta a fase de discussão nem pode ser alterado o teor dos votos dos Conselheiros. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 24 Ufa! Conseguimos ver como “nasce” um processo e as fases que ele deve percorrer até ser julgado pelo Tribunal Pleno. Agora, veremos alguns detalhes referentes a trâmites processuais que devem ser destacados separadamente por sua importância e probabilidade de caírem em prova. Comunicações processuais Vimos acima que o processo sempre envolverá um responsável, que é chamado para se manifestar no âmbito do processo em obediência aos institutos do contraditório e da ampla defesa. O Tribunal encaminha comunicações aos responsáveis para possibilitar o direito de defesa (por meio de audiência e de citação), bem como encaminha outras diligências (ex: ofícios, solicitações de informações, etc., por meio de notificação). A audiência, a citação e a notificação se realizam pelos seguintes meios: Diretamente ao responsável, interessado ou procurador legalmente autorizado, quando eles comparecem espontaneamente ao TCE/PA Por via postal, mediante telegrama processado eletronicamente com aviso de recebimento Por meio eletrônico, assegurada a certificação digital Por edital, publicado no Diário Oficial do Estado, quando o seu destinatário não for localizado Por servidor designado pelo Tribunal de Contas Observem que a comunicação não precisa necessariamente ser feita com a ciência da parte. Na segunda hipótese acima (via postal), se qualquer pessoa que more na mesma residência do responsável e assinar o aviso de recebimento, fica comprovada a entrega da comunicação. A quarta hipótese (por edital) é utilizada quando não for possível localizar o destinatário. Assim, quando não for possível localizá-lo nem em endereço para envio postal nem por meio eletrônico, o responsável é comunicado através da publicação em diários oficiais. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 25 O comparecimento espontâneo do responsável ou interessado supre a falta de audiência, citação ou notificação, desde que esse comparecimento tenha ocorrido após a determinação do Tribunal em intimá-lo (ou seja, se a parte se manifestar no processo depois de determinada a comunicação, conta como se ele tivesse sido avisado pertinentemente). Agora temos de ver o que significa cada um dos tipos de comunicação: audiência, citação e notificação. Audiência A audiência é uma forma de comunicação ao responsável ou ao seu procurador legalmente constituído, com a finalidade de que ele apresente razões de justificativa. Essas razões de justificativas devem ser apresentadas sempre que o relatório do Departamento de Controle Externo ou o parecer do Ministério Público de Contas, em processos de prestação ou tomada de contas especial, concluírem pela irregularidade, regularidade com ressalva ou, ainda, pela aplicação de multa. O prazo para atendimento é de 15 dias, contados do recebimento da audiência. Citação A citação é consideradapelo Regimento como o chamamento inicial do interessado para que exerça o contraditório e a ampla defesa, quando for o caso de irregularidade que leve à imputação de débito ou à aplicação de penalidade. Notificação Segundo o RITCE/PA, as demais comunicações dirigidas ao responsável, interessado ou procurador, que não se trate de audiência e citação, serão realizadas por notificação. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 26 A notificação é emitida especialmente nos casos de inclusão de processos na pauta de julgamentos e de solicitação de comprovação do recolhimento de débito declarado em decisão transitada em julgado. Contagem dos prazos processuais No âmbito do TCE/PA, os prazos dos processos são contados por dia, a partir da data: Em que o responsável ou interessado tomar ciência da notificação (vimos as hipóteses de ciência de comunicação acima) Em que for aprovada a ata da sessão, quando se tratar de matéria que não dependa de acórdão ou resolução Na contagem dos prazos, salvo disposição legal em contrário, exclui-se o dia do início e inclui-se o dia do vencimento. Se o vencimento recair em dia em que não houver expediente, o prazo é prorrogado até o primeiro dia útil imediatamente posterior. Nos processos em que há mais de um responsável, o prazo conta de forma independente para cada um deles, de acordo com a data em que tomarem ciência da comunicação. Já para os Conselheiros, Auditores, MPC/PA e Serviços Auxiliares, os prazos são contados da recepção dos autos ou dos documentos encaminhados. Caso não haja prazo específico definido pelo Regimento, os Conselheiros, Auditores e o MPC/PA terão 15 dias para atuarem nesses casos. Outro dispositivo importante sobre a contagem dos prazos processuais é o que fala do recesso. Quando o Tribunal Pleno estiver em férias coletivas ou recesso, os prazos concedidos aos Conselheiros e Auditores serão suspensos, reiniciando-se a contagem no dia imediato ao término dos referidos períodos. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 27 Publicação dos atos processuais O TCE/PA pode criar diário eletrônico em seu Portal na Internet, para publicação de atos processuais e administrativos próprios, bem como comunicações em geral. Vejam só o que diz a Lei Orgânica do TCE/PA: LOTCE/PA Art. 69. O Tribunal poderá criar Diário Oficial Eletrônico disponibilizado em sítio da rede mundial de computadores para publicação de seus atos, bem como comunicações em geral, na forma e condições estabelecidas em ato próprio. Art. 70. Ao Tribunal de Contas do Estado são reservados os direitos autorais e de publicação do Diário Oficial Eletrônico, ficando autorizada sua impressão, vedada, todavia, a comercialização. Aplicação subsidiária da legislação aplicável ao TCU, da legislação de processo eletrônico e do Código de Processo Civil A Lei Orgânica do TCE/PA dispõe que na falta de normas legais ou regimentais específicas, aplica-se, analógica e subsidiariamente, no que couber, a legislação referente ao TCU e as disposições do Código de Processo Civil. LOTCE/PA Art. 104. Nos casos omissos será subsidiária da presente Lei, sucessivamente e no que couber: I - a legislação referente ao Tribunal de Contas da União; II - o Código de Processo Civil. Da mesma forma procedeu o Regimento Interno, falando, além da legislação do TCU e do Código do Processo civil, da legislação que trata do processo eletrônico: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 28 RITCE/PA Art. 290. Nos casos omissos, aplicar-se-á subsidiariamente a este Regimento o Código de Processo Civil, a legislação que trata do processo eletrônico e a referente ao Tribunal de Contas da União. Bom pessoal, agora que vimos os trâmites de um processo dentro do TCE/PA, vamos passar para uma bateria de questões para fixar tudo isso que foi visto! Vamos lá? Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 29 Mais exercícios comentados Vamos partir para as questões relacionadas ao assunto da aula! 1. (Inédita) No mesmo dia do recebimento, todos os documentos recebidos pelo TCE/PA devem ser protocolizados e autuados. Questão pra fixarmos uma exceção importante. De fato o Regimento Interno dispõe que os documentos recebidos pelo TCE/PA devem ser protocolizados e autuados no mesmo dia do recebimento. Contudo, há uma exceção a essa regra geral. Os documentos de caráter reservado que chegarem no Tribunal devem ser encaminhados diretamente para o Presidente. Além disso, o RITCE/PA fala de outra situação em que os documentos recebidos não são autuados. Vejam só o que diz o Regimento: RITCE/PA Art. 41 § 2o Somente estão sujeitos à autuação os documentos que justifiquem a formação de processos. Portanto, os documentos que não justifiquem a formação de processos não são autuados, mas apenas protocolizados. Item errado. 2. (Inédita) Os servidores do Tribunal não podem se manifestar em meios de comunicação sobre processos que ainda estejam pendentes de julgamento. É isso mesmo. Nem Conselheiros, nem auditores, nem servidores do TCE/PA podem se manifestar em meios de comunicação a respeito de algum processo que ainda não tenha sido julgado. Da mesma forma, também não podem emitir juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças. Item certo. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 30 3. (Inédita) A distribuição de processos no âmbito do TCE/PA deve obedecer os princípios da publicidade e do sorteio. Depois de divididos em classes, os processos são incluídos em áreas de gestão, que estão associadas à estrutura organizacional ou forma de atuação do Estado, considerando os órgãos e entidades sujeitos à jurisdição do Tribunal. De fato a distribuição de processos no TCE/PA deve obediência aos princípios da publicidade e do sorteio, para que seja dada transparência e para que se evite que os processos sejam direcionados a um Conselheiro ou Auditor em específico. Utilizar o sorteio garante com que haja mais segurança jurídica. Outro ponto importante citado pelo item diz respeito à divisão dos processos para fins de distribuição. Primeiro divide-se os processos em classes, quais sejam: I - prestação de contas do Governo do Estado; II - ato de admissão de pessoal; III - atos de aposentadoria, reforma e pensão; IV - denúncia; V - representação; VI - consulta; VII - prestação de contas dos administradores e responsáveis pela gestão de recursospúblicos estaduais; VIII - gestão fiscal; IX - prestação de contas dos auxílios, contribuições ou subvenções concedidas pelo Estado; X - fiscalização de contratos; XI - tomada de contas de exercício ou gestão; XII - tomada de contas especial; XIII - pedido de informação ou solicitação formulado pela Assembleia Legislativa; XIV - inspeção extraordinária e auditoria especial; XV - recurso; XVI - pedido de rescisão; XVII - proposta de medida cautelar; XVIII - demais processos. Depois de incluído em alguma dessas classes, o processo é classificado em uma das áreas de gestão, que dizem respeito à atuação do poder público estadual (ex: saúde, educação, etc.). Toda essa divisão é feita para que seja possível realizar o sorteio das áreas de gestão cujos processos serão relatados por cada Conselheiros. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 31 Item certo. 4. (Inédita) O processo de prestação de contas do Governo do Estado deve ser distribuído, para relatar, ao Conselheiro Presidente do Tribunal. Opa, calma lá. O processo de prestação de contas do Governo do Estado realmente sofre um processo de distribuição diferente dos demais processos. Contudo, ele deve ser distribuído ao Conselheiro que era Presidente no exercício a que as contas dizem respeito (e não ao Conselheiro que no momento da distribuição esteja no exercício da Presidência, como deixa entender o texto do item). Item errado. 5. (Inédita) Tanto os Conselheiros quanto os Auditores recebem processos para relatar. Na hipótese de afastamento definitivo dessas autoridades, os processos que lhe couberam por distribuição são redistribuídos a quem lhes suceder no cargo, por nomeação ou convocação. Questão que merece a análise separada de dois trechos. Primeiramente temos que ter em mente que tanto os Conselheiros quanto os Auditores realmente relatam processos. Os Conselheiros recebem processos das áreas de gestão incluídas nas listas que lhes forem sorteadas. 1/5 dos jurisdicionados dessas listas devem ser distribuídos aos Auditores, para que estes também relatem processos. Já o segundo trecho fala do afastamento de Conselheiro ou de Auditor. Caso isso aconteça, acontece isso mesmo que a questão falou. Os processos que cabiam a quem se afastou são “repassados” a quem os vier a substituir posteriormente. Item certo. 6. (Inédita) Obrigatoriamente o Ministério Público de Contas deve ser ouvido em audiência quando se tratar de processo de tomada de contas ou de tomada de contas especial. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 32 Vimos na aula que em alguns casos é obrigatória a audiência do MPC/PA. O prazo para que ele se manifeste é de 15 dias, prorrogáveis uma vez por despacho do Procurador Geral, mediante solicitação escrita dos Procuradores. Agora, vale dar uma olhada nos casos em que essa audiência é obrigatória: RITCE/PA Art. 86. É obrigatória a audiência do Ministério Público de Contas nos processos pertinentes a: I - prestação de contas do Governo do Estado; II - ato de admissão de pessoal; III - atos de aposentadorias, reformas e pensões; IV - denúncia; V - representação; VI - prestação de contas dos administradores e responsáveis pela gestão de recursos públicos estaduais; VII - gestão fiscal; VIII - prestação de contas dos auxílios, contribuições ou subvenções concedidas pelo Estado; IX - fiscalização de contratos; X - tomada de contas de exercício ou gestão; XI - tomada de contas especial; XII - inspeção extraordinária e auditoria especial; XIII - recurso de reconsideração e reexame; (NR) XIV - pedido de rescisão; XV - proposta de medida cautelar. Estão incluídos nesse rol os processos de tomada de contas e de tomada de contas especial, assim como diz a questão. Item certo. 7. (CESPE/TCU – AUFC/2009/Adaptada) Para se disciplinar o Regulamento dos Serviços Auxiliares do TCE/PA, deverá ser editada uma resolução. Essa questão caiu na prova do TCU e dizia respeito às formas de deliberação daquele Tribunal. Fiz as adaptações para trazer a questão para a realidade do TCE/PA, ok? Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 33 O RITCE/PA define que as deliberações do Tribunal Pleno são tomadas na forma de ato, acórdão ou resolução: O ato nós vimos que é utilizado quando se tratar de aprovação do Regimento, do Regulamento dos Serviços Auxiliares, Escola de Contas, Ouvidoria e respectivas emendas. Já o acórdão é utilizado quando se tratar de processos de controle externo mais corriqueiros, como por exemplo as prestações ou tomadas de contas, decisões de arquivamento de processos, atos de admissão de pessoal, aposentadoria, reforma ou pensão, proposta de medida cautelar, recurso, dentre outros. Por sua vez, a resolução é utilizada para assuntos um pouco mais complexos, como por exemplo o parecer prévio das contas do Governo do Estado, alertas sobre relatório da LRF, informações que devem ser prestadas à Assembleia Legislativa, consultas, uniformização de jurisprudência. Assim, disciplinar o Regulamento dos Serviços Auxiliares constitui assunto administrativo, pois o Tribunal estará definindo como se organizará internamente. Assim, a questão erra ao dizer que deverá ser editada uma resolução nesse caso. O correto seria a edição de um ato do Tribunal Pleno. Item errado. 8. (Inédita) Excepcionalmente, por decisão do Tribunal Pleno, resguardado o direito de responsáveis e interessados, poderá o Tribunal realizar sessão fora da capital do Estado. Questão copia e cola do Regimento Interno. Destaquei na exposição teórica da aula e vou destacar novamente: existe uma exceção para a realização de sessão do Tribunal Pleno fora de Belém. Regra geral, o RITCE/PA define que o Tribunal Pleno se reúne anualmente em Belém, no período de 7 de janeiro a 19 de dezembro. Contudo, por decisão do próprio Tribunal Pleno e de forma excepciona, resguardados os direitos dos responsáveis e interessados, o Tribunal pode realizar sessão fora da capital do Estado. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 34 Item certo. 9. (Inédita) O Tribunal Pleno pode se reunir em sessões ordinárias, extraordinárias e solenes. A apreciação de determinados processos exige a convocação de sessão extraordinária pelo Presidente, de ofício, ou por proposta de Conselheiro, devendo tal convocação ser feita com antecedência mínima de 24 horas. Dentre os fins das sessões extraordinárias incluem-se a apreciação das contas prestadas pelo Governador do Estado e a elaboração da lista tríplice de membros do Ministério Público de Contas, para preenchimento do cargo de Conselheiro. Enunciado bem completo, mas que aborda muitos conceitos importantes. De fato as sessõesdo Tribunal Pleno são de 3 tipos: ordinárias, extraordinárias e solenes. As sessões ordinárias são aquelas realizadas nos dias definidos pelo próprio Regimento Interno (terças e quintas-feiras, às 9h). Lembrem-se que por decisão da maioria dos Conselheiros do Tribunal Pleno as sessões ordinárias podem ser realizadas em datas e horários diferentes desses que falei. As sessões extraordinárias são as que a questão comentou. A convocação de uma sessão extraordinária de fato é feita pelo Presidente, de ofício, ou por proposta de algum Conselheiro. A antecedência para essa convocação é de 24 horas de sua realização. Os fins das sessões extraordinárias são definidos no Regimento, quais sejam: I - apreciação das contas prestadas anualmente pelo Governador do Estado; II - elaboração da lista tríplice dos Auditores, para preenchimento de cargo de Conselheiro; III - apreciação de questões de alta indagação; IV - outros eventos, a critério do Tribunal Pleno. A questão está correta até falar da convocação de uma sessão extraordinária. Ela começa a errar quando diz que dentre os fins da sessão extraordinária está incluída a elaboração de lista tríplice dos Membros do Ministério Público de Contas para preenchimento de cargo de Conselheiro. A sessão extraordinária para elaboração de lista tríplice diz respeito à lista de Auditores! Nela o Tribunal Pleno delibera sobre a lista tríplice que será enviada ao Governador para que ele escolha o nome que ocupará o cargo de Conselheiro na vaga dedicada aos Auditores. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 35 Lembrem-se que o Ministério Público de Contas possui sua autonomia e é um órgão independente. Não faria sentido o Tribunal Pleno deliberar sobre a lista tríplice que compete ao MPC/PA elaborar, concordam? Item errado. 10. (Inédita) É obrigatória a presença de, pelo menos, 4 Conselheiros em condições de votar para que o Tribunal Pleno se reúna e delibere sobre os processos em pauta. Sempre que, por falta ou impedimento, não houver o número legal necessário para isso, serão convocados Auditores para completar o quórum necessário aos serviços do Tribunal Pleno. O quórum mínimo para que o Tribunal Pleno se reúna e inicie a deliberação dos processos que estiverem pautados é de pelo menos 4 Conselheiros. No caso de uma sessão estar prestes a iniciar mas se verificar que há apenas 2 Conselheiros, por exemplo, deverão ser convocados 2 Auditores para que esse quórum mínimo seja atingido. Lembrem-se também que logo após o anúncio do processo a ser votado o Presidente deve verificar se há algum Conselheiro que se declara impedido ou suspeito de votar aquele processo em específico. Caso haja e tal impedimento faça com que o quórum fique abaixo do mínimo exigido, deverá ser convocado Auditor para que complete-se o quórum. Item certo. 11. (CESPE/TCU – TEFC/2004/Adaptada) Um Conselheiro do TCE/PA alegou impedimento em relação a um determinado processo. Nessa situação, quando da deliberação acerca do processo, embora seja vedado ao Conselheiro participar da fase de votação, será permitido que ele se manifeste durante a fase de discussão. Mais uma questão do TCU adaptada para a nossa realidade. Vamos relembrar as hipóteses em que o Conselheiro deve se declarar impedido: Ao se deparar com processos que tratem de interesse próprio, de cônjuge, de parente consanguíneo ou afim, na linha reta ou colateral, até Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 36 o segundo grau, ou de amigo íntimo ou inimigo capital, ou como em processo em que tenha funcionado como advogado, perito, representante do MPC/PA ou servidor da Secretaria do Tribunal ou do Controle Interno. Ao se deparar com processo em que ele nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o segundo grau. Assim, fica claro que nesses casos o Conselheiro não pode votar, afinal de contas ele possui interesse direto no resultado do processo. Mas será que ele pode ao menos participar da etapa de discussão do processo? A resposta é não! O RITCE/PA veda que os Conselheiros que declararem impedimento participem tanto da etapa de discussão quanto da etapa de votação. Vejam só o que diz o Regimento: Art. 180 § 3º Não tomará parte na discussão e votação o Conselheiro que se tenha declarado impedido de votar, na forma deste Regimento. Item errado. 12. (CESPE/TCU – TEFC/2004/Adaptada) Adalberto, na condição de Conselheiro do TCE/PA, foi o segundo a proferir seu voto em uma determinada proposta de enunciado. Porém, ao refletir a respeito dos argumentos que estavam sendo apresentados pelo último Conselheiro a votar, ele concluiu que o voto que havia proferido não era o mais adequado. Nessa situação, o Conselheiro Adalberto poderia modificar seu voto, desde que o fizesse antes da proclamação do resultado da votação. Mais uma adaptada para vocês verem como o Cespe cobra essas questões regimentais. Essa questão entra nos detalhes do RITCE/PA. Durante a aula vimos que os Conselheiros que já tenham proferido seus votos podem modificá-los até a proclamação do resultado da decisão ou se o Presidente ainda não tiver começado a emitir o seu voto de qualidade (ou “voto de minerva”). Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 37 Vale a pena olharmos o dispositivo do Regimento que fala disso: Art. 187 § 1º Antes de proclamado o resultado da decisão ou se o Presidente não tiver ainda começado a emitir o seu voto de qualidade, se for o caso, qualquer Conselheiro poderá pedir a palavra para modificar o seu voto, dispondo, para tanto, de 10 (dez) minutos. Item certo. 13. (CESPE/TCU – TEFC/2012/Adaptada) Se, em determinado processo de contas, houver cinco pessoas indicadas como responsáveis, representadas por cinco procuradores diferentes, será dado, para cada procurador, o prazo de quinze minutos para sustentação oral, desde que regularmente requerido. Outra adaptada do TCU para a nossa realidade no TCE/PA! Aqui temos de relembrar qual o tempo que o Regimento permite que cada responsável, interessado ou procurador utilize para fazer sua sustentação oral num processo. O RITCE/PA define que em até 30 minutos antes do início da sessão, o responsável, o interessado ou o procurador que tenha interesse em produzir sustentação oral no Tribunal Pleno deve dirigir-se ao Secretário para requerer ao Presidente, ouvido o Relator, a inversão da pauta de julgamentos. Já com relação ao tempo que eles podem gastar para falar, o Regimento define o seguinte: Art. 179. Findo o Relatório, poderá usar da palavra, a seu pedido, o Representante do Ministério Público de Contas e, sucessivamente, o responsável, o interessado ou o procurador, quando for o caso. § 1º O Representante do Ministério Público de Contas, o responsável, o interessado ou o procurador, cada um disporá, alternadamente,de até 15 (quinze) minutos para aduzir as razões que tiver, salvo disposição expressa em contrário neste Regimento. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 38 Portanto, a questão acerta ao dizer que o prazo para fala de cada procurador (que no caso hipotético da questão estão representando algum responsável, que lhes passaram procuração) é de 15 minutos. Item certo. 14. (Inédita) A publicação das deliberações plenárias é feita no Diário Oficial do Estado, devendo ser observada a data da publicação para efeito de interposição de recurso. O Regimento Interno do TCE/PA define que as deliberações do Tribunal Pleno devem ser publicadas no Diário Oficial do Estado do Pará, de modo a obedecer o princípio da publicidade que rege a administração pública. Item certo. 15. (Inédita) O Tribunal de Contas do Estado do Pará pode criar Diário Oficial Eletrônico para publicação de seus atos, bem como comunicações em geral. Fiz essa questão logo em seguida da questão acima para que a gente entenda um ponto importante. Na questão anterior estávamos falando das deliberações plenárias e o RITCE/PA é expresso ao dizer que elas devem ser publicadas no Diário Oficial do Estado. Contudo, a Lei Orgânica autoriza que o TCE/PA crie Diário Oficial Eletrônico para publicação de alguns de seus assuntos (exceto aqueles em que há definição expressa do Regimento Interno ou da Lei Orgânica para que haja publicação no Diário Oficial do Estado). Vejam só o que diz a LOTCE/PA: LOTCE/PA Art. 69. O Tribunal poderá criar Diário Oficial Eletrônico disponibilizado em sítio da rede mundial de computadores para publicação de seus atos, bem como comunicações em geral, na forma e condições estabelecidas em ato próprio. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 39 Art. 70. Ao Tribunal de Contas do Estado são reservados os direitos autorais e de publicação do Diário Oficial Eletrônico, ficando autorizada sua impressão, vedada, todavia, a comercialização. Portanto, a lei dá ao TCE/PA a possibilidade de criar seu Diário Oficial Eletrônico para que sejam feitas as publicações de atos e comunicações do Tribunal. Item certo. 16. (Inédita) Após a finalização de uma votação do Tribunal Pleno, o Presidente do Tribunal proclama o resultado ou por unanimidade ou por maioria. Vimos que depois da exposição do relatório por parte do Relator e manifestação do MPC/PA e das partes do processo, os Conselheiros passam à votação da matéria (exceto aqueles que tiverem se declarado suspeitos ou impedidos). Finalizada a votação, compete ao Presidente proclamar seu resultado, declarando-o por: Unanimidade, se não houver votos divergentes Maioria, indicando os votos vencidos Voto de qualidade do Presidente, quando houver empate na votação Assim, a questão erra ao limitar a proclamação de resultado apenas aos casos de unanimidade ou maioria. Também pode acontecer um empate e, nesse caso, o Presidente exerce seu voto de qualidade (“voto de minerva”) e proclama o resultado dessa forma. Item errado. 17. (Inédita) Quando se tratar de um destinatário não localizado, as comunicações a ele devem ser feitas por edital, publicado no Diário Oficial do Estado. Questão boa pra gente relembrar de que maneira são feitas as comunicações (audiência, citação e notificação) aos responsáveis. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 40 Segundo o Regimento, tais comunicações devem ser feitas das seguintes maneiras: Diretamente ao responsável, interessado ou procurador legalmente autorizado, quando eles comparecem espontaneamente ao TCE/PA Por via postal, mediante telegrama processado eletronicamente com aviso de recebimento Por meio eletrônico, assegurada a certificação digital Por edital, publicado no Diário Oficial do Estado, quando o seu destinatário não for localizado Por servidor designado pelo Tribunal de Contas Vê-se, então, que no caso de um destinatário não localizado deve ser utilizada a comunicação via edital, publicado no Diário Oficial do Estado, assim como diz o enunciado. Item certo. 18. (Inédita) Considera-se citação o chamamento inicial do interessado para o exercício do contraditório e da ampla defesa, quando for o caso de irregularidade que leve à imputação de débito ou aplicação de penalidade. Pessoal, vou fazer um alerta com relação aos conceitos de audiência e de citação. O Regimento Interno do TCE/PA não é muito claro ao dizer em que casos cada um desses institutos deve ser utilizado. Por isso, recomendo a vocês que deem uma olhada nos artigos secos. Acredito que a banca não vai sair muito disso, tendo em vista essa imprecisão do RITCE/PA. Fica aqui o conceito de audiência e de citação para vocês relembrarem: Audiência: Art. 215. Audiência é a comunicação ao responsável ou procurador, devidamente autorizado, com a finalidade de apresentar razões de justificativa, sempre que o relatório do Departamento de Controle Externo ou o parecer do Ministério Público de Contas, em processos de prestação ou tomada de contas Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 41 especial, concluir pela irregularidade, regularidade com ressalva ou, ainda, pela aplicação de multa. Parágrafo único. O prazo para o atendimento da audiência pelo responsável será de 15 (quinze) dias, contados da data do seu recebimento. Citação: Art. 216. Considera-se citação o chamamento inicial do interessado para o exercício do contraditório e da ampla defesa, quando for o caso de irregularidade que leve à imputação de débito ou aplicação de penalidade. Item certo. 19. (Inédita) No caso de o Regimento Interno do TCE/PA ser omisso em relação a algum ponto, aplica-se subsidiariamente o Código de Processo Civil, a legislação que trata de processo eletrônico e a legislação aplicável ao Tribunal de Contas da União. Pra fechar, vamos reforçar o ponto que vimos em aula sobre a aplicação subsidiária de alguns normativos. Quando o Regimento do TCE/PA for omisso, ele próprio permite que sejam aplicadas a legislação do processo eletrônico, a legislação aplicável ao TCU e o Código de Processo Civil. Item certo. Até a próxima aula !! Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Controle Externo – TCE/PA Aula 06 - Processo no TCE/PA. Prof. Pedro Guimarães www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pedro Guimarães 42 LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS NA AULA 1. (Inédita) No mesmo dia do recebimento, todos os documentos recebidos pelo TCE/PA devem ser protocolizados e autuados. 2. (Inédita)
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