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CAPÍTULO IV – BALANÇO SOCIAL E AS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE A Sustentabilidade e a Responsabilidade Social Corporativa sob o Enfoque da Ética Paul Singer define o conceito de ética da seguinte forma:A Ética pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em particular (moralidade), ou é o estudo sistemático da argumentação sobre como nós devemos agir (filosofia moral). Ética é um conjunto de diretrizes socialmente aceitas, criadas a partir do senso comum dos membros de uma sociedade. A partir de nossos conhecimentos, crenças e caráter, criamos a consciência daquilo que é certo e errado. Portanto, é conveniente relacionar a ética à sustentabilidade de acordo com a premissa de que “ser sustentável é ser ético”, uma vez que ser sustentável é ser correto perante o senso social Os princípios morais, diretrizes e diferenças culturais causam diferenças na noção de sustentabilidade entre os países. Portanto, é muito difícil estabelecer a sustentabilidade em nível global. Em suma, nem todas as pessoas têm os mesmos princípios éticos e, por consequência, nem todas as pessoas possuem uma ideia nivelada do que seja a sustentabilidade, ou mesmo de suas dimensões. A sustentabilidade para ser plena, em nível global, exigiria que todos os seres humanos tivessem o mesmo conceito sobre o tema e suas dimensões, ao mesmo tempo em que soubessem mensurar, com 100% de confiança, os impactos a serem compensados. A sustentabilidade é um tema “mutante”, com padrões modificáveis de acordo com o tempo e com a sociedade. Por isso a importância de se criar padrões e normas amplamente aceitas e reconhecidas no mundo, as quais são traduzidas pelo conceito da Responsabilidade Social Corporativa – RSC. Podemos dizer que uma empresa é socialmente responsável quando ela atinge indicadores e cumpre metas. Geralmente estas metas e indicadores encontram-se representados em normas (ISO 26.000). As diretrizes a respeito da RSC preconizam também: a formulação de projetos, a gestão empresarial sustentável, a transparência na comunicação dos resultados dos projetos sociais, tanto aos colaboradores quanto às comunidades influenciadas pelas empresas. De maneira geral, os gestores empresariais têm absorvido as recentes demandas e preocupações da sociedade com relação às suas formas de desenvolvimento. Estamos em um momento onde as empresas que visam somente o aspecto financeiro da sustentabilidade têm perdido espaço em relação às empresas que adotam estratégias de RSC e a sustentabilidade propriamente dita. Os mercados estão amadurecidos e exigentes por empresas e coeficientes. Balanço Social e os Relatórios de Sustentabilidade Buscando agradar esta sociedade em transformação e também, por força das normas e políticas de sustentabilidade, os empresários têm adotado formas de disseminação dos resultados de suas estratégias. Neste sentido, o Balanço Social e os Relatórios de Sustentabilidade Corporativa apresentam-se como importantes instrumentos de aferição da eficiência empresarial em termos de planejamento e de execução. As estratégias empresariais para suas ações sociais são formalizadas em projetos solo ou nas ações sociais em parceria com empresas de outros setores, em especial, as do primeiro setor (empresas públicas) - editais e chamadas públicas - e as do terceiro setor (organizações não governamentais). No caso das ações sociais em parceria é necessário que os resultados sejam divulgados e discutidos com os beneficiários das ações. Portanto, um dos objetivos do Balanço Social é justamente prestar contas do seu desempenho sobre o uso de recursos próprios e a apropriação e o uso de recursos que originalmente não lhe pertenciam. Para o ETHOS (2014), o Balanço Social: Visa também, estabelecer uma proposta de diálogo com os diferentes públicos envolvidos no negócio da empresa que o adota: público interno, fornecedores, consumidores/clientes, comunidade, meio ambiente, governo e sociedade. A proposta é de que o balanço social contenha informações sobre o perfil do empreendimento, histórico da empresa, seus princípios e valores, governança corporativa, diálogo com partes interessadas e indicadores de desempenho econômico, social e ambiental. Abordagem da avaliação das ações sociais por meio de auditorias Abordagem do Inventário: Natureza descritiva, sem quaisquer associações das ações com os recursos investidos ou com os benefícios auferidos pela execução das mesmas. - Ocorre a listagem das metas e etapas que foram realizadas nos projetos e ações sociais da empresa, e esta listagem pode vir acompanhada de indicadores quantitativos (p. ex., número de mudas de árvores plantadas para compensação das emissões dos GEEs). Abordagem do Centro de Custos: Traz a associação das atividades com os recursos empregados. Fornece várias análises e conclusões sobre as demandas executadas e o quanto foi gasto por demanda, algo muito utilizado, por exemplo, em editais públicos dos Ministérios que já fixam qual o valor que deve ser investido por meta/etapa, rubrica ou por beneficiário. Abordagem da Administração do Programa: Relaciona o inventário, com os custos atrelados a cada atividade inventariada e seu percentual de sucesso. A maioria das planilhas de controle social possuem a atividade programada, os recursos destinados e sua porcentagem de execução. Atenção: há de ter uma proporcionalidade entre porcentagem executada e recurso financeiro consumido. Abordagem da Análise de Custo-Benefício: Existem dois tipos básicos de benefício: mensuráveis = apresentam indicadores conhecidos e quantificáveis. não tangíveis = geralmente abstratos, ligados ao psicológico dos beneficiários, às relações entre estes e o meio, mas que não possuem indicadores conhecidos. - É o principal limitante, pois, muitos aspectos da sustentabilidade encontram-se ainda em um plano abstrato e fora do conhecimento de grande parte da sociedade. Um importante limitação a ser destacada é relacionada à falta de capacitação dos sujeitos de ação quanto à aquisição e compilação de dados, e mesmo na apresentação e discussão dos resultados e inferências frente aos demais envolvidos. Relacionada à complexidade do próprio tema “Sustentabilidade”, e pela falta de conhecimento sobre os modelos, ainda que limitados. Principal diferença = Balanço Social é fortemente vinculado a metodologias contábeis as quais auxiliam na demonstração do fluxo de recursos, que são utilizados no desenvolvimento das ações sociais ou mesmo de projetos de RSC pelas empresas. Dias, Soekha e Souza (2008), afirmam que o Balanço Social possui a especificidade de englobar, ao menos, quatro vertentes que, de forma complementar, evidenciam o relacionamento da empresa com a sociedade e o meio ambiente, que são: Balanço Ambiental, que se refere a todos os gastos e investimentos que envolvam recursos naturais ou estejam voltados para esta área. Balanço de Recursos Humanos, que demonstra o perfil da força de trabalho, remuneração e benefícios concedidos, bem como gastos com a comunidade que cerca a organização. Demonstração do Valor Adicionado – DVA – que visa demonstrar o valor da riqueza gerada pela organização e como ela foi distribuída à sociedade. Benefícios e Contribuições à Sociedade em geral, que evidencia o que a organização tem feito em termos de benefícios sociais.
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