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1a Questão (Ref.:201701200063) Pontos: 0,1 / 0,1 ENADE 2009 Paulo e Roberto são amigos e resolvem abrir uma empresa, destinada à concessão de financiamento para a aquisição de imóveis com juros bem abaixo do mercado, a Morar Bem Ltda. No contrato social, Paulo e Roberto são sócios, cada um com 50% das cotas, e ambos com poderes de gerência. Inicialmente, o negócio vai bem. Diversos clientes, atraídos pelas taxas de juro diferenciadas, pagam a Morar Bem Ltda., no ato de assinatura do contrato, o sinal de R$ 10.000,00 e passam a efetuar prestações mensais de R$ 1.000,00. Nos termos do contrato, depois de seis meses, o cliente já estaria apto a receber o financiamento de R$ 30.000,00 para a compra de sua casa própria. Contudo, logo Paulo e Roberto constatam que o empreendimento é inviável, pois a quantidade de dinheiro captada não é suficiente para honrar o compromisso firmado com os clientes. Tentando salvar o empreendimento, Paulo e Roberto tomam as seguintes providências: publicam anúncios em jornais de grande circulação para captar mais clientes, anunciando falsamente que cem por cento dos clientes já haviam sido contemplados e estavam plenamente satisfeitos, e destacando mais uma vez que a Morar Bem Ltda. pratica a menor taxa de juros do mercado. Por cautela, para se preservarem contra eventuais ações cíveis e penais, promovem uma alteração do contrato social da empresa, retirando-se da sociedade e fazendo figurar como sócios-gerentes dois empregados: Marcela e Ricardo. Na prática, apesar da alteração contratual, Paulo e Roberto continuaram a comandar a empresa. Passados cinco anos, centenas de pessoas haviam sido lesadas. Qual é a situação jurídico-penal de Paulo e Roberto? Paulo e Roberto não praticaram crime de estelionato ou de apropriação indébita. Ambos atuaram culposamente, pois não previram o resultado danoso e tais crimes não estão previstos na modalidade culposa no Código Penal. Paulo e Roberto não praticaram crime algum, pois os expedientes utilizados caracterizam mera fraude civil. Devem responder com seu patrimônio pelo dano causado aos clientes da Morar Bem Ltda Paulo e Roberto praticaram crime de estelionato, pois utilizaram expediente fraudulento, para ludibriar terceiros e lograram obter vantagem patrimonial ilícita. Paulo e Roberto só podem ser responsabilizados por fatos ocorridos anteriormente à alteração do quadro social da empresa. A responsabilidade penal por crime cometido por meio de pessoa jurídica é daqueles que figuram com sócios-gerentes, no caso, Marcela e Ricardo. Paulo e Roberto praticaram crime de apropriação indébita, pois se apropriaram do dinheiro de que tinham posse por força do contrato firmado. 2a Questão (Ref.:201701685621) Pontos: 0,0 / 0,1 Assinale a opção correta acerca do delito de estelionato. Nesse crime, extingue-se a punibilidade diante da reparação do dano, desde que antes do recebimento da denúncia. Configura estelionato, na modalidade emissão de cheque sem suficiente provisão de fundos, a conduta de emissão de cheque dado como garantia de dívida. É inadmissível a aplicabilidade do princípio da insignificância ao estelionato, pois, diferentemente do que ocorre no delito de furto, ao qual se aplica tal princípio quando se evidencia que o bem jurídico tutelado sofre mínima lesão e a conduta do agente expressa pequena reprovabilidade e irrelevante periculosidade social, a culpabilidade no crime de estelionato sempre será mais reprovável. Segundo pacífica jurisprudência do STJ, o delito de estelionato previdenciário tem natureza de crime permanente, de modo que a sua consumação se protrai no tempo, exceto se praticado pelo próprio beneficiário, o que configura crime instantâneo de efeitos permanentes, consumando-se com o recebimento da primeira prestação do benefício indevido, marco que deve ser considerado para a contagem do lapso da prescrição da pretensão punitiva. Na modalidade disposição de coisa alheia como própria, exige- se a demonstração da obtenção, para si ou para outrem, da vantagem ilícita, do prejuízo alheio, do artifício, do ardil ou do meio fraudulento empregado com a venda, a permuta, a dação em pagamento, a locação ou a entrega, em garantia, da coisa de que não se tem a propriedade. 3a Questão (Ref.:201701358315) Pontos: 0,0 / 0,1 Analise assertivas abaixo e assinale a opção correta acerca dos crimes contra o patrimônio: I- O crime de Latrocínio, por ser considerado um crime contra o patrimônio, não é julgado pelo Tribunal do Júri, mas pelo Juiz Singular. II- O sujeito que aponta um revólver para a cabeça da vítima, fazendo com que esta lhe entregue sua carteira com dinheiro, comete crime de Extorsão, visto ter sido o comportamento da vítima útil a subtração. III- No crime de Furto de Coisa Comum, em razão da coisa pertencer a mais de uma pessoa, a Ação Pena será de iniciativa privada. IV- A distinção entre roubo próprio e impróprio reside no momento e finalidade em que o sujeito emprega violência ou grave ameaça contra a pessoa. No primeiro, a violência ou ameaça é exercida antes ou durante a subtração do bem, para subtraí-lo. No segundo, a violência é empregada logo após a subtração, para assegurar a impunidade do crime ou detenção da coisa. II e IV estão corretas. I e II estão corretas. I e IV estão corretas. I e III estão corretas. II e III estão corretas. 4a Questão (Ref.:201701685632) Pontos: 0,1 / 0,1 Antenor e Braz, ambos com dezenove anos de idade, planejaram, em comum acordo, furtar bens dos pais de Antenor, quando estes estivessem trabalhando. Na data combinada, os agentes subtraíram joias e dinheiro, no valor total de R$ 5.000,00, da residência do casal, local onde reside Antenor. Os pais de Antenor contam, cada um, com cinquenta e cinco anos de idade. Com base nessa situação hipotética, consoante o disposto no Código Penal, é correto afirmar: A ação penal, no caso, será pública condicionada à representação das vítimas da ação delituosa. Caso Braz seja primário, o juiz pode diminuir a pena de um a dois terços, ou aplicar-lhe somente multa. Por expressa disposição do Código Penal, não há tipicidade material na ação de Antenor e Braz. Independentemente da quantia e da utilidade dos bens subtraídos, Antenor está isento de pena. Antenor e Braz estariam isentos de pena caso os valores subtraídos não ultrapassassem o valor equivalente ao salário mínimo vigente à época da conduta. 5a Questão (Ref.:201701217592) Pontos: 0,1 / 0,1 Acerca dos crimes contra a dignidade sexual, assinale a opção correta: Todos os crimes contra a dignidade sexual são de ação penal pública incondicionada A mulher pode ser coautora do crime de estupro Antônio convidou Bruna, 25 anos de idade, para ir a uma festa. De forma dissimulada, Antônio colocou determinada substância na bebida de Bruna, que, após alguns minutos, ficou totalmente alucinada. Aproveitando-se do estado momentâneo de Bruna, que não poderia oferecer resistência, Antônio levou-a para o estacionamento da festa, onde com ela manteve conjunção carnal. Passado o efeito da substância, Bruna de nada se lembrava. Nessa situação, Antônio praticou o delito de estupro comum, e não o de estupro de vulnerável. No crime de estupro é imprescindível a cópula vagínica, ainda que incompleta