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Morcegos do Brasil unlocked Parte66

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130
Morcegos do Brasil
Pteronotus gymnonotus (Foto: J. S. Mikalauskas & P. A. da Rocha)
tentam a sua ocorrência no país, onde teria sido en-
contrada nos estados do Amapá, Mato Grosso e Pará.
Localidade tipo: Trinidad e Tobago.
É a menor espécie da família Mormoopidae.
Os machos apresentam comprimento médio de ca-
beça e corpo de 56,4 mm e as fêmeas, de 57,9 mm;
machos e fêmeas têm peso médio de 9,3 g e 9,6 g,
respectivamente. Seu número cromossômico é 2n =
38. A pelagem da região dorsal é marrom escura e a
da ventral um pouco mais clara.
Insetívora, sua dieta consiste, principalmen-
te, de Coleoptera e Lepidoptera. Ocupa uma varie-
dade de habitats, de florestas úmidas a ambientes
secos e abertos (HANDLEY-JR, 1976; NOWAK,
1991).
Segundo ADAMS (1989), P. davyi exibe pa-
drão reprodutivo monoestro sazonal, e provavelmen-
te acasala em janeiro ou fevereiro, com nascimentos
em maio e a lactação estendendo-se até o final de
julho.
Prefere abrigar-se em cavernas úmidas, jun-
tamente com outras espécies, como P. parnellii e vá-
rias de filostomídeos (NOWAK, 1991).
Pteronotus gymnonotus (Natterer, 1843)
Ocorre do México ao Peru, Bolívia, Guianas
e Brasil, onde foi observada nos estados do Amazo-
nas, Goiás, Mato Grosso, Pará, Piauí, Roraima e no
Distrito Federal (SIMMONS, 2005; TAVARES et al.,
no prelo). Localidade tipo: Cuiabá (Mato Grosso).
É maior que P. davyi. Os machos apresen-
tam comprimento médio de cabeça e corpo de 64,3
mm e as fêmeas, de 64 mm; machos e fêmeas têm
peso médio de 12,6 g e 13,6 g, respectivamente. Seu
número cromossômico é 2n = 38. A coloração da
pelagem assemelha-se à de P. davyi.
P. gymnonotus é menos freqüente do que as
outras espécies da família Mormoopidae, mas pode
ser encontrada em abundância, principalmente em
áreas abertas e secas (HANDLEY-JR, 1976; REID,
1997). Na Venezuela, foi encontrada nesse tipo de
ambiente juntamente com P. davyi (NOWAK, 1991;
EISENBERG & REDFORD, 1999). Refugia-se, de
preferência, junto com outros mormopídeos, em ca-
vernas, e as colônias podem chegar a mais de 1.000
indivíduos (VIZOTTO et al., 1980).
Os dados sobre a sua dieta são escassos,
mas alguns autores sugerem que consome princi-
palmente besouros, moscas e mariposas (HOWEL
& BURSH, 1974; WHITAKER-JR, & FINDLEY,
1980).
131
Reis, N.R. dos & Zanon, C.M.V. Capítulo 08 - Família Mormoopidae
Pteronotus parnellii (Gray, 1843)
Encontrada do México à Venezuela, Cuba,
Jamaica, Porto Rico, Hispaniola, São Vicente,
Trinidad e Tobago, Ilha La Gonave (Haiti),
Guianas, Peru, Bolívia e Brasil, onde ocorre nos
estados do Amazonas, Ceará, Goiás, Mato Gros-
so, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rondônia,
Roraima e no Distrito Federal (TAVARES et al.,
no prelo).Localidade tipo: Jamaica.
É uma das maiores espécies do gênero.
Os machos apresentam comprimento médio de
cabeça e corpo de 71,7 mm e as fêmeas, de 70,4
mm; machos e fêmeas têm peso médio de 20,4 g e
19,6 g, respectivamente. Seu número
cromossômico é 2n = 38. A coloração do dorso
varia do preto ao marrom claro, dependendo da
idade (HERD, 1983; EISENBERG &
REDFORD, 1999); o indivíduo, quando jovem,
geralmente apresenta a pelagem escura, tornando-
se clara com o avanço da idade e, posteriormente,
brilhante (FENTON, 1992).
Insetívora, sua dieta consiste, principal-
mente, de Coleoptera e Lepidoptera, e forrageia
em áreas de vegetação espessa e sub-bosque.
Acasala no mês de janeiro, quando ambos os se-
xos são encontrados juntos, e o nascimento do fi-
lhote acontece em maio, quando há alimento em
abundância (EISENBERG & REDFORD, 1999).
A época do acasalamento é a mesma para outras
regiões, como Costa Rica (LA VAL & FITCH,
1977) e México (WATKINS et al., 1972).
Vive, geralmente, em áreas úmidas, mas
tolera não só as florestas perenes como as deciduais
(HANDLEY-JR, 1976). Habita cavernas, nas
quais geralmente ocupa grandes câmaras em que a
umidade é alta, e pode coexistir com outras espé-
cies de mormopídeos e com filostomídeos
(EISENBERG & REDFORD, 1999). Há evidên-
cias de que voa continuamente, desde o momento
em que deixa o refúgio até o seu retorno
(FENTON, 1992).
Pteronotus personatus (Wagner, 1843)
Ocorre do México à Colômbia, Peru, Bo-
lívia, Suriname, Trinidad e Tobago, e Brasil, onde
já foi observada nos estados do Amazonas, Amapá,
Mato Grosso, Pará, Paraíba e Roraima (TAVARES
et al., no prelo).
Localidade tipo: São Vicente (Mato Gros-
so).
Apresenta semelhança com P. parnellii na
morfologia, entretanto é menor. Os machos apre-
sentam comprimento médio de cabeça e corpo de
53,5 mm e as fêmeas são maiores, com 58 mm;
machos e fêmeas têm peso médio de 8 g e 7 g,
respectivamente. Seu número cromossômico é 2n
= 38. Sua coloração é preta.
Assim como as demais espécies já cita-
das, é insetívora, e geralmente apanha os insetos
próximo à água.
Tolera diferentes tipos de habitat, desde
florestas tropicais até desertos áridos (NOWAK,
1994); é gregária, vive refugiada em cavernas e pode
constituir colônias muito grandes, inclusive jun-
tando-se com outras espécies.
Apresenta padrão reprodutivo igual ao das
espécies anteriormente descritas.
De acordo com IUCN (2006), P. parnellii,
P. davyi, P. gymnonotus e P. personatus possuem esta-
do de conservação de baixo risco; entretanto, se
não cessar o desmatamento desenfreado no terri-
tório brasileiro, provavelmente também estarão
ameaçadas.

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