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Resumo espécies de felídeos brasileiros

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Carnívora – Felidae (Onça, Suçuarana, Jaguatirica e Gato-do-mato)
Apesar de sua ampla distribuição a abundância dessas espécies está diminuindo e praticamente todas está ameaçada de extinção, a maior causa dessa redução está na destruição e fragmentação dos seus habitats. As principais estratégias para preservação constituem em recuperação de habitats, para garantir a vida livre, além de manter a população em cativeiro viável em vários aspectos, além de utilizar biotecnologia para reprodução com formação de um banco genômico.
· Aspectos biológicos:
Os felídeos neotropicais são espécies que ocorrem nas Américas, e entre o México e Argentina. Podem ser divididos em três linhagens filogenéticas ou clados: 1) gênero Panthera (onça pintada), 2) gênero Puma (suçuarana e gato-mourisco) e 3) gênero Leopardus (jaguatirica, gato-do-mato-grande e pequeno, gato-maracajá e gato-palheiro).
-Taxonomia de acordo com Wozencraft
	Gênero
	Espécie
	Nome Popular
	
	Leopardus pardalis
	Jaguatirica
	
	Leopardus wiedii
	Gato-maracajá
	Leopardus
	Leopardus tigrinus
	Gato-do-mato-pequeno
	
	Leopardus geoffroyi
	Gato-do-mato-grande
	
	Leopardus colocolo
	Gato-palheiro
	Puma
	Puma yagouaroundi
	Gato-mourisco
	
	Puma concolor
	Suçuarana
	Panthera
	Panthera onca
	Onça-pintada
1. Jaguatirica (Leopardus pardalis)
Apresenta porte médio, com massa corporal entre 7 e 16 kg, sua pelagem é curta e marcada com rosetas (ocelos) que tendem a se unir na lateral do corpo, formando listras horizontais em cadeias paralelas que podem ser um pouco indistinguíveis. Seu pelo na região da nuca cresce ao contrário (cranialmente e não caudalmente). A coloração do fundo da pelagem é muito variável de acinzentado ao amarelado e castanho-ocre, suas marcas são diferentes e permite identificação, seu ventre é claro com pintas negras, a cauda é curta e com anéis pretos. Assim como a maioria dos gatos selvagens brasileiros, apresenta uma mancha clara e redonda atrás da orelha. 
Possuem hábitos solitários e atividade noturna, sua área durante a vida pode variar de 0,76 km a 38,8 km, dependendo do sexo e habitat. São bons escaladores e caçam em árvores e no chão, durante o dia dormem em tocas, se adapta bem as mudanças do ambiente e tem expectativa de vida de 21 anos, seu peso médio de suas presas na natureza é de 700g. 
· Habitat e distribuição
Distribui-se por todos os países das Américas Central e Sul até o norte da Argentina, com exceção do Chile, o sudoeste do Texas (EUA) e porções do México. No Brasil, ocorre em todas as regiões com exceção do Rio Grande do Sul. Normalmente habitam os cerrados, caatingas, Pantanal, pampas, florestas tropicais e subtropicais, matas ciliares, além de matas primárias e secundárias. 
· Situação em cativeiro
Por meio da Associação Mata Ciliar, foi elaborado o studbook de 378 jaguatiricas de 87 instituições localizadas em 78 cidades de 20 estados brasileiros. Em 2005, a população em cativeiro era de 219 animais, sendo que apenas 36% são nascidos em cativeiro. Considerando outros pequenos felídeos neotropicais a jaguatirica é a que se apresenta em situação menos crítica. 
1. Gato-maracajá (Leopardus wiedii)
De menor porte que a jaguatirica, possuem grandes olhos protuberantes, focinho saliente e uma cauda que pode representar até 70% de seu comprimento total, pesam, em média, 3,3 kg (variando de 2,3-4,9kg). Sua pelagem é mais longa e com coloração de amarelo-acinzentada a castanho-ocre, com diversas tonalidades intermediárias. Seu padrão dos ocelos também é variável, de grandes pintas sólidas a bandas longitudinais. As rosetas são largas, completas e bem espaçadas, o que difere da jaguatirica. 
Possuem hábitos solitários e quase exclusivamente noturnos (maior atividade das 1-5 horas), durante o dia descansam em árvores. Sua área de vida foi de aproximadamente 10 a 15,9 km². Exibem uma habilidade excepcional para escalar árvores, conseguem girar as patas traseiras em 180º, o que os permite outras façanhas. Eles não se adaptam bem a ambientes modificados pelo homem (mata secundária), suas presas pesam em média 220 g. Sua longevidade pode superar os 20 anos, mais do que qualquer outro está fortemente associado ao habitat florestal, principalmente florestas verdes e decíduas, além de planícies costeiras, florestas, matas ciliares e cerrado. É raramente encontrada em altitudes acima de 1200 m², ocorre nas planícies costeiras do México até o norte do Uruguai e Argentina, e em todo Brasil, com exceção das caatingas até parte do norte do Rio Grande do Sul. 
Gato-mato-pequeno (Leopardus tigrinus)
É a menor espécie de felídeo do Brasil, proporcionais aos gatos domésticos, os machos, geralmente maiores, tem entre 1,75 a 3,5 kg, com média de 2,2-2,4kg. Sua pelagem e padrão de ocelos são muito variáveis, e podem ir desde o amarelo claro, ocre e acinzentado. Seu ventre é mais claro com pintas pretas, sua cauda tem anéis negros e a orelha possui uma mancha redonda e de coloração mais clara atrás. Existem variações melânicas, é possível, nesses animais ver os ocelos quando há incidência de luz, tem a cauda curta comparado aos demais (de 19-22cm), pelagem menos densa e grossa, ocelos menores e em maior número.
Possuem hábitos solitários e predominantemente noturnos, em algumas áreas possuem uma vida diurna ativa, sua área de vida conhecida é de 0,9 a 17 km², e se alimentam de presas com menos de 90g, mas podem, em alguns casos, predar animais com 500g. São pouco estudados e suas pegadas similares a gatos domésticos tornam os registros difíceis. 
· Habitat e distribuição
Ainda não é bem definida, porém sabe-se que pode seguir a distribuição do norte da Costa Rica e Panamá, leste da região Andina (Venezuela, Colômbia, Equador e Peru), passando pelas Guianas até o sul do Brasil, Paraguai e norte da Argentina, porém são relatos pontuais o que dificulta a certeza sobre sua distribuição, é provável eu esteja ausente na bacia amazônica. Sabe-se que ele tem preferência por florestas úmidas, verdes e montanhas, a literatura cita também: florestas úmidas e secas, florestas decíduas semissecas e secas, subtropicais, cerrados, Pantanal, pampas gaúchos, caatinga e até mesmo em propriedades agrícolas próximas.
*São visados para serem domesticados e são capturados quando filhotes, tendo baixa taxa de sobrevivência.
1. Gato-do-mato-grande (Leopardus geofroyi)
Têm porte médio, um pouco maior que o gato-maracajá, com peso médio de 3,9kg (2 a 6kg). Possuem um padrão de pintas bem característico, pois não formam rosetas, podendo, no entanto, se agruparem duas a duas. Suas pintas são pequenos pontos negros de tamanho e espaçamento iguais. Sua coloração varia de acordo com a sua ocorrência, sendo ocre ao norte e cinza ao sul, animais melânicos são razoavelmente comuns. São descritos como animais noturnos e parcialmente arborícolas.
Figura 3. De baixo para cima, gato-do-mato-grande e gato-do-mato pequeno. 
Durante o dia, descansam tanto na vegetação densa do chão quanto em cavidades de árvores, e é bem documentado por Johnson e Franklin. As fêmeas podem sobrepor seus territórios, diferente dos machos. A área de vida varia de 1,8 a 12,4 km².
Ocorrem em muitos habitats, sendo encontrado da Bolívia, ao extremo sul do continente e acima das grandes salinas andinas (deserto salino andino do noroeste da Argentina), a 3.300 m de altitude. No Brasil se limitam ao sul do Rio Grande do Sul e na área limítrofe entre Bolívia e Mato Grosso do Sul. Portanto ocorre em áreas florestais e em áreas secas, dentre outros. Sabe-se pouco sobre a espécie para se ter um parâmetro do status de ameaça, porém a caça de felídeos é bem comum. 
1. Gato-palheiro (Leopardus colocolo)
É um dos felídeos selvagens menos estudados, possui porte pequeno e aparência semelhante ao gato doméstico. Na natureza já se observaram variações do seu peso entre 1,7 a 3,7kg, e em cativeiro até 7kg. Tem pelos longos, focinho relativamente largo, orelhas pontiagudas e patas com listras escuras e largas em 2 ou 3 na anterior ede três a cinco nas posteriores. Sua coloração é muito variável, podendo ter padrões do cinza-amarelado ao cinza-escuro e marrom avermelhado, pode ou não possui manchas e listras. Seu ventre é mais claro e com pintas negras ou marrons, com uma faixa de pelos de até sete cm de comprimento no seu dorso, estendendo-se da cabeça a cauda, que é eriçada quando o animal está assustado ou nervoso, dando a ele uma aparência maior. Já foram relatadas diversas diferenças fenotípicas, desde animais com pelo curto a animais com grande quantidade de pintas em dorso e ventre. Os indivíduos da região central do Brasil têm cor semelhante a capim-seco (marrom avermelhado) e patas total ou parcialmente negras, enquanto os do Rio Grande do Sul são cinza-amarelados. Tem hábitos basicamente terrestres, mas podem escalar árvores muito bem e passar parte do dia descansando em troncos. É uma espécie solitária, predominantemente noturna, com área de vida desconhecida. 
· Habitat e distribuição
Estão presentes em uma grande quantidade de habitats sul-americanos e são fortemente associados a áreas abertas como campos, pampas, cerrado, Pantanal, pântanos e banhados. Em outros países, pode existir até em florestas tropicais úmidas. Ocorre dos pampas na Argentina e Uruguai e na região central do Brasil, além de florestas úmidas de altitude do Equador, Bolívia, Chile e Peru, além dos chacos paraguaios, Andes (em elevações variadas entre 100 e 5000m de altitude) e no deserto frio e semiárido da Patagônia. No Brasil, eles existem entorno de planícies pantaneiras, já foi relatado em vegetações atípicas como eucalipto e milho. No Brasil tem relatos esparsos de ocorrência em estados: Piauí, Tocantins, Bahia, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, é importante notar que é relacionado a vegetações abertas, como campos, cerrados, banhados e restingas, ao contrário do que acontece no restante da América. Seu status de conservação é desconhecido em alguns locais, como no Brasil, onde é pouco estudado. É pouco observado naturalmente e com uma população cativa pequena. No Uruguai foi considerado extinto, porém existem relatos de uma possível e esparsa ocorrência.
1. Gato-mourisco (Puma yagouaroundi)
Único pequeno felídeo classificado na linhagem dos pumas, é uma espécie de porte pequeno-médio, de aproximadamente 5,2kg, sendo o intervalo entre 2 e 7,6kg já encontrados, cabeça pequena, alongada e achatada, orelhas pequena e bem arredondadas. Lembra um mustelídeo devido ao corpo alongado, possui pernas relativamente curtas em relação ao corpo e cauda. Sua coloração é uniforme e pode ter aparência de tordilha, tendo três tipos básicos: amarronzada-negra, acinzentada e vermelho-amarelada, diferindo de outras espécies pela coloração e corpo alongado. Todas as pelagens podem surgir numa mesma ninhada, apresentam hábitos solitários e terrestres, andando ou forrageando em pares, já foi encontrado em Belize um pico de atividade entre as 4-11 horas. É bom nadador, dorme em tocas de árvores, galhos altos ou até na vegetação densa, prefere se alimentar no solo, porém é um bom escalador. Pode dividir território com outros da mesma espécie, apesar de não ser usual para felinos. Aparenta ter nível razoável de sociabilidade com complexo repertório vocal, costuma caçar ao entardecer ou amanhecer, a área de vida das fêmeas encontrada varia entre 13 e 20 km², enquanto os machos utilizaram em torno de 88-100 km². O peso médio de suas presas é de 380g, podem ser chamado de gato vermelho, gato preto, jaguarundi e outros. 
· Habitat e distribuição
Sua área de ocorrência abrange desde o sul do Texas até as províncias de Buenos Aires e Rio Negro, na Argentina e todo território brasileiro, com exceção do sul do Rio Grande do Sul. Habitat muito variado, desde florestas tropicais e subtropicais, cerrado, caatinga, Pantanal e vegetações secundárias (se adaptam melhor a alterações do homem do que alguns outros). Assim, são observados em plantio comercial, remanescentes florestais, pasto e plantações de café. A espécie pode estar extinga no Uruguai e é muito rara no sudeste dos EUA, perto do Rio Grande. Não costumam ser explorados para tráfico de peles, porém podem ser capturados em armadilhas por engano. São conhecidos por predarem aves domésticas que pode ocasionar em caça para eliminá-los. 
Sua população em cativeiro é em torno de 87 animais (dados do livro) e, apesar de não estar ameaçada sua situação exige atenção. Sua população em cativeiro aumento 25% em 20 anos, em alguns locais com excedentes desses animais realizaram controle de natalidade, 38% dos animais são considerados adultos (entre 2 e 10 anos) e 54% no grupo senil (mais de 10 anos). Dessa maneira, pode observar que a população vem crescendo não graças ao cativeiro, mas sim pelos animais vindos da natureza, provavelmente em consequência da degradação ambiental. Não é comum transferirem esses animais entre instituições, dessa forma, animais sem origem comprovada provavelmente são da região, seus registros genealógicos precisam ser estudados para melhor manejo em cativeiro. 
1. Suçuarana (Puma concolor)
É a segunda maior espécie de felídeo do Brasil variando entre 53 a 72 kg para machos adultos e 24 a 48 kg para fêmeas, no entanto sabe-se que quanto mais ao norte da linha do Equador maior eles são. Seu corpo é longo e esguio, com fortes membros e cauda longa, suas partes inferiores são esbranquiçadas e a cabeça relativamente pequena, possuem uma mancha branca ao redor da boca e a ponta do focinho rosada. Seus olhos são grande, com a íris amarela, os machos são maiores e sua coloração é uniforme e varia de marrom-acinzentado claro ao marrom-avermelhado, sendo sua pelagem mais curta nos trópicos podendo ser mais longa e densa no inverno do hemisfério norte. Os filhotes nascem com os olhos azuis e pintas escuras pelo corpo permanecendo assim até o terceiro ou quarto mês de vida.
Possuem hábitos solitários e terrestres, com atividade tanto noturna, predominante, quanto diurna e sua área de vida conhecida na América Tropical é de 56 a 155 km²; essa é a espécie de felídeo neotropical mais adaptada aos diversos ambientes, vivem em diversos climas, são muito ágeis subindo com facilidade em árvores. Quando caça presas grandes, esconde os restos com vegetação para outras refeições, sendo o peso médio de suas presas de 18 kg. Costuma se refugiar em covas e locais escuros de vegetação cerrada e descansa em galhos de árvores altas, não dorme em tocas, apenas as utiliza na época reprodutiva, para seus filhotes. Sua expectativa de vida em cativeiro é de mais de 20 anos, outros nomes comuns são onça parda, onça-vermelha e outros.
· Habitat e distribuição
Já teve uma disseminação maior, porém hoje já é considerada extinta no leste da América do Norte, ocorrendo apenas no sudoeste do Canadá e costa oeste dos EUA e em todo México, estão em praticamente toda a América Central e do Sul, com exceção das áreas densamente povoadas ao longo da costa e do sul do Rio Grande do Sul. Utiliza diversos habitats, sendo um predador generalista e adaptado a ambientes secundários. No Brasil, ocorre na Floresta Amazônica, campos e matas pantaneiras, cerrado, caatinga, Mata Atlântica, e pampas na serra gaúcha, já foi avistado em áreas de pastagem e plantações, algumas vezes só de passagem. A destruição do seu habitat e fragmentação, consequentemente redução do número de presas naturais além de aproximação desses animais com o ser humano, são as principais ameaças. É listado em uma categoria especial pelo Cat Specialist Group da Internatinal Union for Conservation of Nature (IUCN) como ameaça ativa, devido à alta pressão da caça, especialmente próximo a fazendas. Há relatos de atropelamento, vítimas de caça ou abatidos por fazendeiros que acreditam que eles são ameaças a criação de animais domésticos. 
· Situação em cativeiro:
Em 2005, havia uma população de 175 indivíduos em cativeiro e sua situação já era considerada muito crítica, sua taxa média de crescimento em 24 anos em cativeiro foi de 24%, e nosúltimos 10 anos foi de somente 6%. A população adulta (entre 2 e 12 anos) representou 59%, sendo uma idade com alto potencial reprodutivo. Porém, os animais nascidos em cativeiro (32% da população), somente 2% podem ser utilizados em programas de reprodução ex situ. O studbook mostrou que, do total de 197 animais, somente 28% poderiam participar do programa de reprodução, isso porque ao longo de suas transferências entre zoológicos e criadouros os animais tiveram sua história perdida, e não foi possível sua individualização. 
1. Onça pintada (Panthera onca)
É o maior felídeo das Américas e o único representante vivo do gênero Panthera encontrado no Novo Mundo. Sua cabeça é grande e tem formato troncudo, com membros relativamente menores que os outros representantes do gênero. Apresentam melanismo muito frequentemente, herdado por um gene dominante, sendo o albinismo também relatado ocasionalmente. Os animais que habitam as florestas são, em geral, mais escuras e consideravelmente menores que os animais de área aberta, na floresta pluvial da América Central, 13 machos pesaram em média 57kg, e as fêmeas 42kg. Já no Pantanal brasileiro, área aberta, machos pesaram em torno de 100kg (n=24) e as fêmeas 76kg (n=16). Essa diferença pode ser explicada pela abundância de presas de grande porte existentes em ambientes abertos. O corpo é repleto de pintas negras, que chegam a formar rosetas de diversos tamanhos, geralmente grandes e com um ou mais pontos negros em seu interior, sua coloração varia de amarelo-claro e castanho-ocre, tendendo para o amarelo-acastanhado. Seus filhotes têm estrias longitudinais branco-amareladas, a abertura dos olhos ocorre entre 3 e 13 dias, com 40 dias já podem pesar cerca de 3,1kg; eles permanecer com a mãe por 2 anos, sendo seu período reprodutivo o ano todo, sem época definida. 
A onça-pintada possui hábitos solitários e terrestres, embora tenha sido caracterizado como noturno, já foi demonstrado por radiotelemetria uma grande atividade durante o dia, com picos em torno do amanhecer e anoitecer. É uma excelente nadadora e mergulhadora, assim como escaladora e é quase tão arborícola quanto o leopardo. Sua área de vida varia de 10 a 259 km², fêmeas têm territórios sobrepostos de 25 a 38 km², enquanto o dos machos é muito maior e se sobrepõe ao das fêmeas, porém é exclusivo para cada macho. Raramente são encontrados em locais acima de 1000m ou longe da água, o peso médio de suas presas é de 48 kg. São animais territorialistas, marcam seus territórios com urina, marca de garras nas árvores e várias vocalizações. Um estudo em Belize demonstrou alta densidade de onças, sendo um animal para cada 15 km², enquanto no Pantanal é estimada uma densidade de apenas 1,4 indivíduos para 100 km², em um local não afetado por ações humanas. Sua expectativa de vida em cativeiro chega a mais de 20 anos, pode ser chamado também de jaguar e outros. 
· Habitat e distribuição
É encontrada das planícies costeiras do México ao norte da Argentina, antes ocorria em todo território brasileiro, atualmente se restringe a região norte, até o leste do Maranhão, parte do Brasil Central, Pantanal e algumas áreas isoladas das regiões Sul e Sudeste. Habitam áreas com vegetação densa, com água abundante e presas suficientes, inclusive florestas tropicais e subtropicais, cerrado, caatinga, pantanal e manguezal. Têm-se uma revisão da atual ocorrência da espécie realizada por Leite, bem como linhas de ações emergenciais para sua conservação nesse habitat, essas ações incluem criação de corredores florestais, fiscalização efetiva e outros. 
· Situação em cativeiro
Publicado em 2005 o studbook dos grandes felinos mostrou que somente 15% da população (212 animais) de onças têm origem conhecida, representando animais para serem utilizados em programas de reprodução geneticamente orientados. Quase 70% da população tem mais de 12 anos, que são grupos etários com baixo potencial reprodutivo. A taxa média de crescimento de população em 33 anos foi de 18%, porém nos últimos 10 anos foi de apenas 1%, 32% da população são nascidos em cativeiro, porém desses 80% são de primeira geração e somente 1,5% são de terceira. 
Fonte: Tratado de animais selvagens, Cuba e col., 2014.
Autora: Daniela Fonte Boa Melo.
Instagram: @daniela.f.b.m

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