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IINNFFÂÂNNCCIIAA:: LLIINNGGUUAAGGEEMM EE CCOOMMUUNNIICCAAÇÇÃÃOO MMaarriiaa ddoo CCaarrmmoo ddooss SSaannttooss pprrooffppaazz@@hhoottmmaaiill..ccoomm APRESENTAÇÃO Dominar os principais conceitos que envolvem uma disciplina ou uma teoria é a primeira etapa para que se processe o aprendizado. Nosso principal objetivo é a apresentação dos conceitos e das principais teorias da psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem, seus autores, suas tendências e suas especificidades. Depois iremos falar passo a passo, ano a ano os principais fatores que envolvem o desenvolvimento da comunicação e da fala para a criança, como se dá a interação para que este processo ocorra. Durante o decorrer da exposição da disciplina estaremos indicando além da bibliografia básica, tteemm aass rreeffeerrêênncciiaass iinnddiiccaaddaass aaoo lloonnggoo ddoo tteexxttoo nnaa IInntteerrnneett.. PPSSIICCOOLLOOGGIIAA A psicologia deriva da palavra psyché que significa alma e lóghos que significa estudo ou razão, ou seja, o que se poderia traduzir como o estudo da alma. Da derivação desta palavra se traduziu a psicologia como a ciência que estuda os processos mentais e ou o comportamento humano. Como essa definição levava ao entendimento de uma separação entre o corpo e a alma, entende-se atualmente a psicologia, como uma ciência voltada para estudar o ser humano no que se refere a seus sentimentos, seus pensamentos e a razão de determinados comportamentos e reações humanas. PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO A Psicologia do Desenvolvimento é uma área de conhecimento da psicologia que estuda o desenvolvimento do ser humano sob os aspectos: físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social. Os estudos nesta área se preocupam em como se dá o desenvolvimento humano desde o seu nascimento até a idade adulta. É a área da psicologia que se volta para a compreensão das mudanças no comportamento relacionadas a vida do ser humano e suas diferentes idades, examinando-as da perspectiva das habilidades motoras, cognitivas, emocionais, morais e de formação da personalidade. A Psicologia do Desenvolvimento busca responder questões ligadas as mudanças nas experiências humanas. Conforme o tempo vai passando, várias mudanças ocorrem conosco. Tornamo-nos mais altos, mais magros ou gordos, mais sorridentes ou não, aprendemos mais coisas, e com isso vamos modificando-nos. PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM A psicologia da Aprendizagem é uma área do conhecimento da psicologia que direciona sua produção para a compreensão das ações do ser humano no processo de ensino- aprendizagem. Suas investigações buscam correlacionar o processo que envolve o desenvolvimento e a aprendizagem humana. Para a psicologia o ser humano desde o seu nascimento é um ser criativo, social, individual, mas que produz cultura e tem história. O que vai diferenciar o comportamento infantil do adulto são os padrões que vão modificando-se dependendo do desenvolvimento físico, cognitivo e emocional. “A criança, no momento do seu nascimento, não passa de um candidato à humanidade, mas não a pode alcançar no isolamento: deve aprender a ser homem na relação com os outros homens” (PIÉRON, citado por LEONTIEV, 1978,p.255) Desde muito pequena, a criança apresenta uma série de competências (visual, olfativa, auditiva, gustativa) que favorece a interação com o outro adulto, o outro criança por meio das expressões facial, gestos, posturas, etc. 3 . E estão relacionadas a três dimensões: VVOOCCÊÊ CCOONNHHEECCEE AA EESSTTRRUUTTUURRAA DDOO CCEERRÉÉBBRROO HHUUMMAANNOO EE SSUUAA FFUUNNÇÇÃÃOO PPAARRAA AA AAPPRREENNDDIIZZAAGGEEMM EE OO DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO?? Sócio-motora: expansão dos movimentos exploratórios do espaço e do corpo. Simbólica e cognitiva: - Papel fundamental da linguagem no processo socializante - Ação da criança como meio de observação e relação entre os objetos, conhecimento e construção de noções e conceitos, desenvolvimento do pensamento. Sócio-afetiva: convivência no mundo social; construção de auto-imagem positiva; respeito às diferenças sociais e étnicas; valorização das produções do aluno. 4 5 COMO SE DÁ O CONHECIMENTO? Para responder a esta pergunta, temos de nos remeter a teoria do conhecimento. Esta teoria que vai nos explicar a maneira e o processo como o ser humano conhece o mundo, como ele compreende esse mundo e como ele vai significar tanto sua vida como o mundo onde ele esta inserido. No texto abaixo Leonardo Boff vai defender a tese de que as pessoas se constroem no mundo conforme suas próprias experiências e como elas as significam. Para o autor é importante no conhecimento saber de que posição a pessoa defende suas idéias, suas posições, qual sua visão de mundo e de homem. VVaammooss lleerr ee rreefflleettiirr ssoobbrree aass ppaallaavvrraass ddoo aauuttoorr?? “Cada um lê com os olhos que tem”. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são os seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convivem, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como consome os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação. Assim, cada leitor é co-autor. Porque cada um lê e relê com os olhos que tem. 6 “Porque compreende e interpreta a partir do mundo que habita” Para se aprofundar acesse o site da Associação Brasileira de Psicologia Educacional e Escolar – ABRAPEE. Site: http://www.abrapee.psc.br/ AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS EM PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM Você vai estudar algumas definições básicas para a aprendizagem do ser humano e as principais concepções teóricas com seus respectivos autores e conceitos que vão implicar em diferentes formas de ver o mundo e interagir com o homem. Cada uma destas teorias tem sua especificidade e suas influências na prática docente. AA nnooççããoo ddee ddeesseennvvoollvviimmeennttoo éé ddiirreettaammeennttee lliiggaaddaa aaoo ccoonncceeiittoo ddee eevvoolluuççããoo,, qquuee ppoorr ssuuaa vveezz eessttaa aattrreellaaddaa aa uumm lloonnggoo cciicclloo vviittaall.. CCaaddaa sseerr hhuummaannoo tteemm uummaa hhiissttóórriiaa ddee vviiddaa,, qquuee nnããoo ppoossssuuii uumm úúnniiccoo mmooddeelloo,, jjáá qquuee eennvvoollvvee ccaammppooss ddee eexxiissttêênncciiaa hhuummaannaa,, ttaaiiss ccoommoo oo ccaammppoo aaffeettiivvoo,, ccooggnniittiivvoo,, ssoocciiaall ee bbiioollóóggiiccoo.. OOss ddiiffeerreenntteess ccaammppooss ppoorr ssuuaa vveezz ssããoo ddeetteerrmmiinnaaddooss ppoorr ddiiffeerreenntteess ffaattoorreess ttaaiiss ccoommoo:: aa mmaattuurraaççããoo ggeennééttiiccaa oouu bbiioollóóggiiccaa,, aass ddiiffeerreenntteess ccuullttuurraass ee aass mmúúllttiippllaass pprrááttiiccaass ssoocciiaaiiss ee ssuuaass ccoommpplleexxaass iinntteerraaççõõeess.. Ao nascer somos jogados em uma sociedade que possui determinada cultura e somos transportados da entropia inicial para a heterônomia e conforme nos desenvolvemos e aprendemos chegarmos à autonomia. Diferentes teorias entendem de forma diferenciadao papel de cada agente socializador da criança. Para cada uma o grau de influência dos fatores é diferente. Para uma a maturação biológica é o fator primordial, para outra o meio ambiente, mas há um reconhecimento do papel da cultura como o cenário das principais transformações e evoluções do ser humano, desde seu nascimento até a vida adulta. E cada cultura tem um modelo de família, de educação e de sociedade. Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas... que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares... É o tempo da travessia... e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos. (Fernando Pessoa) 7 Neste sentido é que diferentes teóricos na Psicologia do Desenvolvimento apresentam perspectivas diversas sobre o estudo do desenvolvimento humano e os fatores de maior influência. PERSPECTIVAS DE ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO (Ribeiro, 2005)1: - Para os teóricos Ambientalistas, entre eles Skinner e Watson, as crianças nascem como tábulas rasas, que vão aprendendo tudo do ambiente por processos de imitação ou reforço. - Para os teóricos Inatistas, como Chomsky, as crianças já nascem com tudo que precisam na sua estrutura biológica para se desenvolver. Nada é aprendido no ambiente, e sim apenas disparado por este. - Para os teóricos Construcionistas, tendo como ícone Piaget, o desenvolvimento é construído a partir de uma interação entre o desenvolvimento biológico e as aquisições da criança com o meio. - Temos ainda uma abordagem Sociointeracionista, de Vygotsky, segundo a qual o desenvolvimento humano se dá em relação nas trocas entre parceiros sociais, através de processos de interação e mediação. - Temos a perspectiva Evolucionista, influenciada pela teoria de Fodor, segundo a qual o desenvolvimento humano se dá no desenvolvimento das características humanas e variações individuais como produto de uma interação de mecanismos genéticos e ecológicos, envolvendo experiências únicas de cada indivíduo desde antes do nascimento. - Ainda existe a visão de desenvolvimento Psicanalítica, em que temos como expoentes Freud, Klein, Winnicott e Erikson. Tal perspectiva procura entender o desenvolvimento humano a partir de motivações conscientes e inconscientes da criança, focando seus conflitos internos durante a infância e pelo resto do ciclo vital. 1 RIBEIRO, A. M. Curso de Formação Profissional em Educação Infantil. Rio de Janeiro: EPSJV / Creche Fiocruz, 2005. 8 PSICANÁLISE ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL? ESTÁGIO ORAL Do nascimento aos 12 – 18 meses Apresenta caráter inato e instintivo do ID, ou seja, não tem noções de regras e ou limites. A parte erógena do corpo é a boca, por isso sente prazer em estimulá-la, seja através do mamar, morder, etc., por isso leva tudo à boca. O grande conflito é ter de largar a chupeta ou o peito. ESTÁGIO ANAL Dos 12 – 18 meses aos 3 anos de idade Apresenta comportamento ambivalente entre prazer e dor ocasionada pelo controle dos esfíncteres. A parte erógena do corpo é a anal, por isso sente prazer em segurar o xixi ou as fezes. O grande conflito é o treino da higiene. ESTÁGIO FÁLICO Dos 3 anos de idade aos 5 – 6 anos Apresenta comportamento exibicionista com grande curiosidade sobre as diferenças sexuais. A parte erógena do corpo é a região genital, nesta fase a criança começa a mexer em seu órgão sexual. O grande conflito é o complexo de Édipo. ESTÁGIO DE LATÊNCIA Dos 5 – 6 anos aos 12 – 13 anos Através do mecanismo de defesa a criança esquece tudo o que vivenciou relacionada os seus impulsos libidinais com ausência de qualquer manifestação de interesse sobre as diferenças sexuais. Desenvolvem-se as regras e a moral que vão ser a base do superego. Volta sua energia para o desenvolvimento da aprendizagem escolar, cultural e no convívio social. ESTÁGIO GENITAL Da puberdade em diante. Tempo de maturação da sexualidade adulta, com o interesse pelo sexo oposto. O grande conflito é o processo de autonomia frente aos pais. Passa a ter prazer em ter contatos com outras pessoas. 9 COMPORTAMENTALISMO A psicologia experimental também chamada de comportamentalismo ou beraviorismo defende o estudo do comportamento humano baseado somente no que é observável. A base dessa teoria é a modelação do comportamento com base no reforço positivo ou negativo. Teve como base os trabalhos anteriores do russo Ivan Pavlov (1849 – 1936), que ao estudar a fisiologia do sistema gastrointestinal descobriu o reflexo condicionado. Este recebeu o Prêmio Nobel concedido na área de Medicina e Fisiologia em 1904. O condicionamento clássico ou pavloviano é baseado na modificação de comportamento. Com base em estímulo-resposta e foi resultado da experiência do Pavlov com cães, conforme esquema e texto explicativo abaixo. Ilustração: Renato M. E. Sabbatini Skinner em seu trabalho de pesquisa construiu uma caixa que até hoje é denominada de “caixa de Skinner” e usada em laboratórios do país inteiro nos cursos de psicologia, que é um ambiente controlado que permite experiências com ratos. 10 CONSTRUTIVISMO Jean Piaget (1896-1980) é um dos maiores nomes na área da psicologia do desenvolvimento. A tese principal de sua obra é de que o que diferencia ou homem do animal é que o ser humano tem a capacidade do pensamento simbólico e abstrato, onde o desenvolvimento cognitivo depende da maturação biológica. Defende que o conhecimento como um processo de construção. Dedicou sua vida a estudar o desenvolvimento humano. Suas idéias voltaram-se a pergunta: Como as pessoas crescem e se desenvolvem? A inteligência na teoria piagetiana seria a capacidade do organismo se adaptar ao meu ambiente através de uma organização mental que ele denomina de esquemas, utilizado pelo ser humano para designar ações e representar o mundo. Esta adaptação ao meu ambiente é guiada por uma base biológica que busca o equilíbrio entre os esquemas e o meio ambiente em que o ser humano esta inserido, o que resulta no que ele chama de equilibração. A motivação primeira para a alteração das estruturas mentais de todo ser humano seria estabelecer base para um desequilíbrio. O que significa dizer que na tentativa de se adaptar todo ser humano passa por dois processos essenciais: assimilação e acomodação. Como se dão os períodos de desenvolvimento em Piaget? Ele divide estes períodos de acordo com o surgimento de novas qualidades do pensamento. O primeiro período se caracteriza pelo aparecimento da linguagem que leva ao desenvolvimento do pensamento que se acelera. Com o estabelecimento da comunicação a interação da criança aumenta permitindo o desenvolvimento de outras habilidades, que são permeadas pela maturação neurofisiológica, que se completa. 11 Estágios do desenvolvimento em Piaget Estágio sensorio-motor: mais ou menos de 0 a 2 anos Estágio pré-operacional: mais ou menos de 2 a 6 anos Estágio das operações concretas: mais ou menos dos 7 aos 11 anos Estágio das operações formais: mais ou menos dos 12 anos em diante Fonte: BIAGGIO, Ângela M. Brasil. Psicologia do Desenvolvimento. Petrópolis: Vozes, 1976. INTERACIONISMO Lev Vygotsky (1896 – 1934) era bielo-russo, formadoem direito, mas teve forte influência dos estudos em literatura e história. Seus trabalhos foram importantes para os alicerces da escola soviética de psicologia. Sua preocupação era voltada ao desenvolvimento cognitivo, tendo como cenário os estudos com raízes no materialismo dialético. Em 1925 escreve o livro “Psicologia da Arte” que seria publicado na Rússia em 1965, somente entre 1982 e 1984 que seria publicada a edição completa de sua obra naquele país. Organiza o Laboratório de Psicologia para Crianças Deficientes. De 1938- 1956 suas obras deixam de ser publicadas na URSS, por motivos políticos. No Brasil seu livro “Pensamento e Linguagem” seria publicado em 1987 e um ano depois “Aprendizagem e Desenvolvimento intelectual na Idade Escolar”. Para Vygotsky, a relação entre pensamento e linguagem é estreita. A linguagem (verbal, gestual e escrita) é nosso instrumento de relação com os outros e, por isso, é importantíssima na nossa constituição como sujeitos. Além disso, é através da linguagem que aprendemos a pensar (Ribeiro, 2005). A tese principal de Vygotsky é que o desenvolvimento não precede a socialização, já que as relações sociais e suas estruturas levam ao desenvolvimento das funções sociais. A construção do conhecimento é mediada pela interação entre vários sujeitos e suas relações. É um processo de internalização no qual ocorre a apropriação pela criança das idéias, da linguagem e de todo um conjunto de experiências que permeiam o aprendizado e que preservam a cultura. Para Vygotsky a linguagem é essencial no processo do conhecimento, pois é por meio desta que as funções mentais se formam e o que implica na transmissão de determinado saber e ou cultura. É a linguagem que permite a mediação entre o sujeito e o objeto de conhecimento. Para Vygotsky a cultura é o universo de significados que permitem a criança construir a interpretação do mundo real. No processo de aprendizagem teríamos a transformação de um processo interpessoal em um processo intrapessoal, já que ocorre uma internalização que levará a uma transformação. Ou seja, na internalização de determinada situação ou de um objeto, ocorre uma reconstrução interna que nada mais é do que o resultado de uma operação externa. 12 INTELIGÊNCIA E LINGUAGEM O encontro entre a linguagem e a consciência é considerado, pelos estudiosos do tema, como o momento de maior impacto no curso da constituição do pensamento. É quando objetos são transformados em signos, num movimento de apropriação em que os signos vão deixando de fazer parte do mundo externo, ganhando significados nos processos psicológicos individuais. O resultado deste processo é a construção da linguagem e, conseqüentemente, uma nova qualidade das interações da criança com o meio. No esquema abaixo podemos melhor definir o que chamamos de inteligência, que esta diretamente relacionada aos esquemas mentais. Eis o que nos resume a tendência construtivista sobre os princípios que regem a construção humana do conhecimento. Desta maneira, podemos definir que para a tendência construtivista há uma grande diferença entre o pensamento infantil e o adulto, já que o mesmo passou por formas significativamente diferenciadas através da ação que resultam por diferentes etapas do desenvolvimento cognitivo, que se materializam nas mudanças na forma de raciocínio. Eis alguns conceitos essenciais neste processo. - Quanto mais uma criança fala, mais ela aprende a falar (mais tarde, a escrever), pois a linguagem necessita de exercício. - A linguagem é uma parte significativa do que Piaget chamou de função semiótica, função mais ampla que engloba, além da linguagem, o desenho, as imitações e o jogo simbólico. Biologicamente, a inteligência adapta-se ao meio pela ação, aumentando as formas de agir pela construção de novos esquemas mentais Teoria construtivista Natureza biológica da inteligência estágios diferença qualitativa entre pensamento infantil e adulto; etapas de desenvolvimento cognitivo caracterizadas por mudanças na forma de raciocínio. Interação relação ativa da criança com o meio 13 Vamos analisar o esquema abaixo. O que é linguagem? O que é conteúdo? • Todo objeto de conhecimento pode ser lido como linguagem, portanto como conteúdo programático possível de ser explorado pelas crianças, desde que selecionado por elas, na companhia do/a professora (Junqueira, 2005) • Conteúdo é tudo o que tem sentido para a criança, por isso é por ela consentido: Conteúdo → Tudo o que é com sentido = consentido Não é conteúdo → tudo o que é sem sentido = não consentido pelas crianças e o professor ou professora. Possibilita a participação ativa da criança no mundo simbólico da cultura Interação com outras pessoas Interpretação e significação das expressões, posturas, gestos e sons emitidos pela criança Incorporação das formas de pensar e agir já consolidadas na experiência dos homens No ensino são transmitidos, além de conteúdos, modos de ver o mundo, jeitos de ser, valores individuais e coletivos. 14 No ensino são transmitidos, além de conteúdos, modos de ver o mundo, jeitos de ser, valores individuais e coletivos. O papel do professor não se restringe a mudanças de comportamento. Objeto de estudo de Vygotsky: como o sujeito torna-se capaz de produzir símbolos? Homem se diferencia dos animais porque utiliza instrumentos materiais e psicológicos [símbolos] em sua relação com o mundo modificação da realidade interna. A linguagem da criança produz-se na relação com o contexto social, através da mediação do outro. 15 COMO VYGOTSKY PERCEBE ESTE PROCESSO DE PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO HUMANO. VAMOS ANALISAR O ESQUEMA ABAIXO QUE SINTETIZA ESTE PROCESSO. Criança recria os modos de interação social, não os reproduz passivamente. Um novo comportamento é resultante da recombinação das experiências acumuladas no grupo social. Interpsíquico [social] Intrapsíquico [individual] Internalização NNíívveell ddee ddeesseennvvoollvviimmeennttoo ppootteenncciiaall ((oo qquuee aa ccrriiaannççaa ffaazz ccoomm aajjuuddaa)) ZZoonnaa ddee ddeesseennvvoollvviimmeennttoo pprrooxxiimmaall ((eessppaaççoo ddee mmuuddaannççaa == aapprreennddiizzaaggeemm)) NNíívveell ddee ddeesseennvvoollvviimmeennttoo rreeaall ((oo qquuee aa ccrriiaannççaa ffaazz ssoozziinnhhaa)) 16 AS CONTRIBUIÇÕES DE MATURANA E VARELA A ação docente muitas vezes é permeada por um discurso cotidiano no qual há uma dissociação do ensinar e do aprender. Segundo essa forma de ver, o professor não participa diretamente do processo de aprendizagem do aluno. Sua participação é apenas indireta e, portanto, apenas mediadora. Modificação das características psicológicas e até mesmo da constituição física da criança Desenvolvimento mental da criança acontece em um mundo humanizado a relação com os elementos naturais é regulada por pessoas, objetos e idéias/significados Apropriação da cultura pela criança interação com outras pessoas mediada pela linguagem Reprodução de capacidades e características humanas de comportamento [e pensamento] Criação de significados próprios Singularidade da criança seconstitui num contexto social de relações concretas A emoção tem papel fundamental no funcionamento da inteligência é a emoção que define a ação [MATURANA] Interação entre fatores genéticos e culturais promove o desenvolvimento do pensamento, interferindo na aprendizagem e desenvolvimento da criança 17 Mente e corpo aprendem em um espaço privilegiado chamado escola. A escola como espaço privilegiado da experiência com um novo tipo de conhecimento – o conhecimento sistematizado, formal – que não substitui outros tipos de conhecimentos, por exemplo, o cotidiano, informal, mas, integra-se a eles. Cabe ao docente, portanto, ser aquele que incentiva, leva, motiva o aluno, para o início de um cíclico processo de desenvolvimento, já que, a cada novo conceito sistematizado, novos processos de aprendizagem. Desta maneira é necessário que o professor tenha a compreensão de que o ser humano esta imerso em uma teia de significações que às vezes se sobrepõem e em outros momentos podem levar ao conflito. AS CONTRIBUIÇÕES DE WALLON A tese principal no trabalho de Wallon é que o ser humano é organicamente social. Wallon estabelece 3 períodos essenciais ao desenvolvimento humano: - Período impulsivo emocional – quando o bebê se diferencia do mundo que o cerca através do “diálogo tônico” (comunicação que se dá pelos gestos, toques, contato corporal). Predomina a afetividade. AAccooppllaammeennttoo ddoo ssuujjeeiittoo ccoomm oo mmeeiioo SSuujjeeiittoo ee mmeeiioo ssããoo eeffeeiittooss ddee uummaa rreeddee pprroocceessssuuaall,, ccoonnssttiittuuiinnddoo--ssee rreecciipprrooccaammeennttee NNããoo hháá rreeaalliiddaaddee pprréé--eexxiisstteennttee ppaarraa sseerr ccoonnhheecciiddaa ppeellaa ccrriiaannççaa OO ccoonnhheecciimmeennttoo ddoo mmuunnddoo ee aass aaççõõeess nneellee nnããoo ssee sseeppaarraamm AAoo ccoonnhheecceerr aa rreeaalliiddaaddee,, pprroodduuzziimmooss eessssaa rreeaalliiddaaddee Entendimento do ser humano como um ser que pertence a um grupo social, com capacidade de construir saberes, com identidade própria. Respeito a cultura e a diversidade social do seu aluno, admitindo que cada um possua uma história de vida própria, com pertencimento étnico, religioso, etc. A aprendizagem exige do professor uma atitude de: 18 - Período projetivo – quando ocorre a interiorização do ato motor, ou seja, a intensidade dos movimentos do bebê transforma-se em atividade mental. - Período personalista – percepção de si na relação com o outro (caracteriza-se por intensa negação). LINGUAGEM E SUBJETIVIDADE A apropriação dos signos relativos à linguagem é fundamental na constituição do pensamento. Objeto de estudo de Wallon: compreender a base orgânica e cerebral das funções psíquicas O ser humano é geneticamente social Somos sujeito pela mediação do outro, a partir da linguagem, que se coloca entre nós e o mundo e organiza nossa relação com ele. Para Jean Piaget, a fala “para si mesmo” seria uma fala egocêntrica, sem intenção comunicativa, que desaparece à medida que a criança vai se socializando. Vygotsky afirma que essa fala representa uma passagem da atividade social da criança (interpsíquica) para sua atividade mais individualizada (intrapsíquica) e não desaparece, mas transforma-se em fala interior. 19 “Quando um moderno poeta diz que para cada homem existe uma imagem em cuja contemplação o mundo inteiro desaparece, para quantas pessoas essa imagem não se levanta de uma velha caixa de brinquedos?” (Walter Benjamin, 1983) A partir das experiências com seus parceiros, a criança constrói maneiras mais elaboradas de perceber, tomar decisões, lembrar-se de algo, emocionar-se com alguma coisa, maneiras que são historicamente construídas em sua cultura. Ser acolhido e atendido em suas necessidades, ter amigos, conversar, explorar o mundo e brincar com alguém são alguns dos principais elementos que contribuem para o desenvolvimento e a aprendizagem. Participação do(a) professor(a) no jogo simbólico ou brincadeira de faz-de-conta pode ocorrer de forma: Indireta, quando ele(ela) organiza os espaços e objetos que estruturam enredos e papéis adotados, cuidando para que as regras propostas pelo grupo sejam mantidas Direta, quando ele(ela) assume o papel de juiz em um jogo de regra ou em um jogo esportivo, ou mesmo fazendo o papel do(a) aluno(a) em uma brincadeira de escolinha. 20 O desenvolvimento humano Motricidade, afetividade, pensamento e linguagem na aprendizagem Inatismo, Ambientalismo, Interacionismo O desenvolvimento é um processo amplo que envolve diferentes áreas do comportamento humano Motricidade Afetividade pensamento e linguagem Motricidade a interação com os objetos tentando encaixá- los, ou empilhá-los, ampliam suas possibilidades de agir sobre o mundo que a cerca. Quanto mais vivências ela adquire, mais elaboradas tornam-se suas ações. Afetividade O afeto é um grande regulador das ações, influenciando as escolhas e rejeições. Essas noções que a criança constrói a partir dessa relação afetiva vão permitir que ela atribua diferentes valores e significados a esses mesmos objetos, pessoas e situações. Pensamento e linguagem são dois processos com origens distintas, mas que mantêm uma relação dinâmica, em constante movimento dialético ao longo do desenvolvimento humano AApprroopprriiaaççããoo ddee iinnssttrruummeennttooss ee ssiiggnnooss.. 21 AApprreennddiizzaaggeemm ddee vvaalloorreess,, aattiittuuddeess,, ccoommppoorrttaammeennttooss,, hháábbiittooss,, ccoonncceeiittooss,, iiddééiiaass,, rreellaaççõõeess.. A repetição imposta pelo adulto é uma violência. Se a criança tem estrutura mental para aprender o que se quer ensinar, ela o fará de forma natural, mas se não possuir a estrutura necessária, não vai entender, por mais que se repita. É evidente que toda aprendizagem necessita de exercitação, no entanto, esta deve ser realizada através de atividades generalizadoras, alternativas diferentes para a aplicação da aprendizagem, criativas e lúdicas. Pedir que a criança decore sílabas é um absurdo que devemos superar, pois a aprendizagem da leitura se fará por pesquisa e apropriação. A criança deve ter à sua disposição os instrumentos de conhecimento para executar uma tarefa (dicionário, livros, revistas, tintas, etc.) Devemos usar a memória para servir à inteligência, armazenando o maior número possível de experiências ao invés de conteúdos que no se estruturam em conjuntos capazes de ser assimilados pela criança. A atividade lúdica tem caracterização complexa: nem é pura fantasia – negação da realidade; nem é pura realidade transposta. Imitação na situação imaginária: - criança repete sem compreensão do significado; - gradativamente deixa de repetir por imitação; - passa a realizar a atividade conscientemente 22 Desenvolvimento da Fala e da Linguagem DOS 0 AOS 6 MESES • Reage aos estímulos ambientais de forma reflexa • Reage aos estímulos ambientais alterando o comportamento de forma significativa (sorriso e choro) • Ri e murmura para pessoas conhecidas • Reage às vozes altas, ou não amigáveis • Volta-se e olha nadireção dos novos sons • Balbucia pedindo atenção • Faz vocalizações generalizadas • Observa sua mão • Reage ao seu nome Desenvolvimento Emocional • Manifesta a sua excitação através dos movimentos do corpo, mostrando prazer ao antecipar a alimentação ou o colo; • O choro é a sua principal forma de comunicação, podendo significar estados distintos (sono, fome, desconforto...); • Apresenta medo perante barulhos altos ou inesperados, objetos, situações ou pessoas estranhas, movimentos súbitos e sensação de dor. DOS 0 AOS 6 MESES 23 Escutando Desde o início bebês podem perceber e discriminar contrastes sonoros presentes em todas as línguas possíveis, até 1 ano de idade. Após 1 ano discrimina apenas sons salientes na linguagem falada em seu ambiente. Diferenciam a voz da mãe, mas não do pai. Reconhecem padrões de melodias e entonações de voz (por volta de 4 meses) Combinando informações de vários sentidos Bebês de 4 meses podem relacionar ritmos de sons com movimentos. Relacionam expressão facial com o tom de voz (feliz ou zangada). 24 3 semanas 25 3 meses 8 meses 26 11 meses 20 meses 27 Brinquedos de 5 a 7 meses A criança já consegue ficar mais tempo fixando um objeto. Volta-se para a direção de onde vem algum som. O bebê já emite alguns ruídos com o intuito de chamar atenção. Aos 7 meses já atende se for chamado pelo nome. Sugestões de brinquedos: •Tapetes de atividades com sons e espelho, pois aqui o bebê já é capaz de se reconhecer •Brinquedos que emitam sons Desenvolvimento da Fala e da Linguagem • Acaricia sua própria imagem refletida no espelho • Produz quatro ou mais sons diferentes •Usa freqüentemente as sílabas ba, da, ka •Transfere objetos de uma mão para outra •Vocaliza com variação de entonação frente aos diferentes estímulos •Tenta imitar sons •Pode já dizer “mama” e “papa” •Grita para chamar atenção •Vocaliza enquanto manipula objetos •Usa um jargão (balbucio que parece linguagem verdadeira) •Brinca de “esconde-esconde” •Fala uma sílaba ou uma seqüência de sons repetidamente •Sorri e vocaliza ao ver sua imagem refletida no espelho. DOS 6 AOS 12 MESES 28 Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de zero a 12 meses •Reagindo aos sons que ela faz •Falando com ela enquanto você estiver cuidando dela •Lendo livros coloridos todos os dias •Mantendo sua linguagem simples e concreta •Recitando versinhos e cantando •Mostrando interesse em todos os sons diferentes que ela ouve (o gelo num copo, a campainha tocando, a chuva caindo) •Ensinando os nomes das coisas do dia a dia e das pessoas familiares •Levando a criança em diferentes lugares •Brincando de jogos simples como “esconde-esconde” •Tocando música para ela Brinquedos de 11 a 1 ano A linguagem está em pleno desenvolvimento. Já consegue concentrar-se por um pequeno período de tempo ouvindo uma história. Repete tudo o que escuta. Gosta de reproduzir as palavras que aprendeu com o telefone ao ouvido. Quando consegue equilibrar-se bem a bola também é um elemento inseparável. Sugestões de brinquedos: •Livros com grandes figuras e pouco texto que retratem objetos de seu dia-a-dia: mamãe, papai, carro, mamadeira, etc. •Livros com fotos ou desenhos de bichinhos •Telefones •Bolas 29 30 DE 1 AOS 2 ANOS Desenvolvimento da Fala e da Linguagem Reconhece seu nome. Entende “não”. Compreende ordens simples. Imita palavras familiares. Acena com a mão (adeus) Fala 2 ou 3 palavras além de “mamãe” e “papai” Emite “sons” de coisas e animais familiares. Dá um brinquedo quando lhe pedem. DE 1 AOS 2 ANOS Desenvolvimento da Fala e da Linguagem Dá muitas gargalhadas. Ouve bem e discrimina vários sons. Reconhece a palavra como símbolo de um objeto: carro – aponta a garagem; gato - miau Mostra muito afeto, fazendo barulhos e batendo palmas com o carinho de seus pais. Entende verbos que representem ações concretas e relativos a suas próprias necessidades ( mais, quer, acabou, dá) 31 DE 1 AOS 2 ANOS Desenvolvimento da Fala e da Linguagem Usa 10 a 20 palavras, incluindo nomes Escuta bem e discrimina vários sons Reconhece retratos de familiares e figuras de objetos conhecidos Combina duas palavras para demonstrar seus desejos, tal como "mais" Imita palavras e sons com maior precisão Aponta ou faz gestos para mostrar alguma coisa ou para expressar seus desejos Traz objetos familiares de um cômodo para outro quando solicitado DE 1 AOS 2 ANOS Desenvolvimento da Fala e da Linguagem Obedece ordens simples Imita trabalhos domésticos: esfregar um pano, colocar a mesa Nomeia 4 objetos rotineiros Pode cantarolar Identifica 3 partes do corpo, em si e no outro sob nomeação Realiza até 2 ordens simples Usa o próprio nome Responde sim e não Começa a fazer frases simples 32 DE 1 AOS 2 ANOS Como você pode estimular a linguagem Lendo livros bem ilustrados e coloridos Incentivando-a brincar de jogos de imitação. Usando frases curtas Reforçando as palavras novas ditas por ela Fazendo atividades próprias para sua idade Conversando sobre o que vocês estão fazendo quando estiverem juntos 33 DE 1 AOS 2 ANOS Como você pode estimular a linguagem Olhando-a nos olhos quando estiver falando com ela Imitando e identificando sons , tais como cachorro latindo, pássaros cantando, sirenes, portas rangendo, barulho de água Descrevendo o que a criança está fazendo, sentindo e ouvindo Fazendo com que estas experiências de falar e escutar sejam agradáveis, importantes e divertidas para a criança Elogiando a comunicação da criança 34 Brinquedos de 1 ano e meio a 2 anos A criança já reconhece algumas cores e formas. Sabe procurar e encontrar objetos que guardou. Gosta de brinquedos que possa empurrar, puxar, encaixar e explorar com os dedos. Adora tentar descobrir como as coisas funcionam. Sugestões de brinquedos: •Brinquedos de montar •Bichinhos de plástico •Cubos com formas vazadas para encaixar peças similares •Carrinhos e caminhões •Chaves DE 1 AOS 2 ANOS SINAIS DE ALERTA Adaptabilidade excessiva, ou seja, passividade, retirada; Medos excessivos; Comportamentos executados de forma obsessiva: por exemplo, abanar a cabeça, chuchar no dedo; Falta de interesse pelos objetos, jogos ou pelo ambiente que a rodeia; Comportamentos rebeldes excessivos: • Alterações bruscas de humor; • Comportamentos incontroláveis, tais como morder ou bater; Sono: • Dificuldade em adormecer sozinho; • Insônias. 35 DOS 2 AOS 3 ANOS Desenvolvimento da Fala e da Linguagem · Usa o próprio nome Relaciona o que fala com situações concretas Nomeia mais ou menos 3 partes do corpo ou de uma boneca ou pessoa Fala sozinho enquanto brinca Combina 2 palavras para exprimir posse Mostra com os dedos a idade Identifica no mínimo 3 objetos pelo uso Reconhece: “grande", "pequeno”, “em cima de”, “embaixo de”, e “dentro”, sob nomeação. DOS 2 AOS 3 ANOS Desenvolvimento da Fala e da Linguagem · Aponta gravura de objeto comum Compreende o “onde” respondendo adequadamente Combina verbo ou substantivo com “este” e “aqui”, falando 2 palavras Combina “e” em frases de 2 elementos Usa artigo na fala Aplica regra regular de gêneroPossui vocabulário de 50 a 100 palavras Pode relacionar cores primárias e nomear uma cor 36 DOS 2 AOS 3 ANOS Como você pode estimular a linguagem Deixando-a ouvir CD ou fitas infantis Elogiando sua comunicação Descrevendo as atividades que estão fazendo, acrescentando novas palavras Utilizando palavras novas em várias situações (ampliação de vocabulário) Proporcionando novas experiências: teatrinho, cinema, circo... e comentando sobre elas Lendo historinhas DOS 3 AOS 4 ANOS Desenvolvimento da Fala e da Linguagem Aponta 3 cores primárias quando nomeadas Começa a compreender frases relativas à direções, como: “coloque o cubo (debaixo, em frente, atrás) da cadeira. Porém é difícil entender: “ao lado” Executa uma série de 3 ordens relacionadas Conhece seu sobrenome e o seu sexo Pode falar sobre uma historinha ou relacionar uma idéia ou objeto 37 DOS 3 AOS 4 ANOS Desenvolvimento da Fala e da Linguagem Usa orações empregando 4 a 5 palavras É capaz de permanecer em uma atividade por 8 minutos Pode cantar músicas Pode desenhar um círculo e uma linha vertical Tem um vocabulário de quase 1000 palavras Repete sons, palavras, frases e orações Pode repetir 2 dígitos e 3 a 4 palavras DOS 3 AOS 4 ANOS Desenvolvimento da Fala e da Linguagem Com freqüência faz perguntas sobre um assunto: “Quê?” Usa formas possessivas, como: “meu”, “minha”, “teu”, “seu”, “de” junto ao nome (ex.: de minha mamãe). Usa formas verbais simples e complexas, tais como: “estou jogando”, “vou jogar”. Usa termos de negação tais como: “nada”, “nunca”, “ninguém”, “nem”. 38 DOS 3 AOS 4 ANOS Desenvolvimento da Fala e da Linguagem Começa a usar orações compostas, unidas por: “e”, “que”, “onde”, “como” Expressa verbalmente fadiga (diz que está cansado) Usa: “eu”, “mim”, ao invés do próprio nome Memoriza pequenos versos e músicas Como você pode estimular a linguagem DOS 3 AOS 4 ANOS Introduzindo palavras novas no seu vocabulário, enquanto brinca com ela Ensinando-lhe relações entre palavras, objetos e idéias Ensinando à criança contar histórias, utilizando livros e desenhos Permitindo que jogue com outras crianças Lendo para ela histórias Prestando muita atenção quando ela fala, lembrando que se ela repetir palavras e sons é normal Fazendo jogos com rimas 39 40 SINAIS DE ALERTA • Medo excessivo; · Sono: • Dificuldade em adormecer sozinho; • Insônias. DOS 3 AOS 4 ANOS · Ansiedade de separação extrema (grande dificuldade em se separar da mãe); · Xixi na cama noturno(faz xixi na cama sistematicamente); · Timidez; · Inibição nas atividades lúdicas, por exemplo: • não joga ou faz-de-conta; • não faz jogos de papéis; • não se entretém a brincar sozinha; · Comportamentos ritualísticos, sobretudo à volta da comida; · Problemas de fala persistentes: • discurso incompreensível; · Excessivo medo de estranhos; · Falta de interesse pelos outros: • não brinca com outras crianças; • não compreende as diferenças de comportamento entre homens e mulheres; 41 2 aos 7 anos Período pré-operacional Desordenada - Movimentos amplos e aleatórios que não respeitam o limite da folha. Estágio Garatuja De 2 a 4 anos 42 Ordenada - Os rabiscos seguem o limite do papel. Estágio Garatuja De 2 a 4 anos Nomeada ou Identificada - Os rabiscos ganham nome: papai, nenê, mamãe. Estágio Garatuja De 2 a 4 anos 43 Boneco girino - Tem início o desenho da figura humana, com braços e pernas que saem da cabeça. Mais adiante, os membros saem do corpo. Exagero - Não há proporção nem perspectiva. As figuras são grandes ou pequenas demais. Estágio pré-esquemático (4-7 anos) Omissão - Faltam partes do corpo ou do rosto. Um braço pode ser mais comprido que o outro. Justaposição - As figuras são misturadas na folha, sem linha de base (chão e céu). Não há organização espacial. O sol pode surgir na parte de baixo. Estágio pré-esquemático (4-7 anos) 44 Inteligência Habilidade Como estimular Lógico - matemática Números, conhecer e resolver problemas lógicos, raciocínio Quebra cabeças resolução de problemas, desenvolvimento do pensamento crítico Lingüística Palavras e comunicação Conversar com a criança, contar histórias, buscar significados de palavras Corporal-Cinestésico Corpo, músculos, coordenação manual, visomotora e tátil Jogos e atividades motoras, mímica, interpretação Musical Tonalidades, ritmos, sensibilidade a sons, voz Cantar com a criança, fazê-la aprender a ouvir a musicalidade dos sons, coral Espacial-Visual Formas diferentes, criar imagens mentais, lateralidade bem definida Jogos para lateralidade, acima abaixo, em volta, enigmas visuais, palavras cruzadas Pessoal - Inter e intrapessoal Inter - comunicação e relacionamento, empatia. Intra - Autoconhecimento, reflexão Autoconhecimento e reconhecimento dos sentimentos. Teatro, jograis... Pictórica Cores, desenhos e sinais visuais Desenho livre, percepção de cores e formas Naturalista Percepção de Ecossistemas, habitats. Despertar a curiosidade Passeios para conhecimento e sensibilização. Horticultura DOS 4 AOS 5 ANOS Desenvolvimento da Fala e da Linguagem Nomeia: pequeno, grande, embaixo, em cima, dentro, fora, pesado, leve, igual, diferente, cores primárias e 3 formas geométricas Descreve eventos e personagens de histórias conhecidas e relata 2 fatos em ordem de ocorrência Segue instruções ainda que não esteja em frente ao objeto Pode falar algo imaginário como “suponho que”, “ eu desejo” Faz perguntas usando: “Quem?”, “Por que?”, “Como?” e “Quando?” Utiliza orações complexas Utiliza tempo passado e plural Copia uma linha e um círculo 45 DOS 4 AOS 5 ANOS Desenvolvimento da Fala e da Linguagem Tem um vocabulário de quase 1500 palavras Mantém-se numa atividade por 11 ou 12 minutos Repete 3 dígitos e sentenças de 5 a 6 palavras Executa uma série de 2 ordens simples não relacionadas Nomeia seus próprios desenhos Segue regras de convívio social DOS 4 AOS 5 ANOS Desenvolvimento da Fala e da Linguagem Reconhece partes do corpo: cabeça, braços, pernas, pés, mãos, cabelo, bumbum, nariz, orelha e boca Mantém atenção quando uma historinha é lida para ela Diz seu nome completo Responde perguntas de ordem temporal, referente a fatos concretos (dia – noite) Identifica objetos pelo uso 46 Como você pode estimular a linguagem DOS 4 AOS 5 ANOS Ajudando-a a classificar objetos e coisas, explicando qual a razão de pertencerem a uma determinada categoria Conversando com ela sobre coisas que ela possa realizar Ensinando-a usar o telefone corretamente Permitindo que ajude a planejar atividades tais como Natal, aniversário... Dando à criança mais responsabilidade na vida diária Lendo histórias cada vez maiores Permitindo que crie e conte histórias Mostrando constantemente seu interesse no desenvolvimento de sua linguagem e pensamento Desenvolvimento da Fala e da Linguagem DOS 5 AOS 6 ANOS Define os objetos pelo uso e pode dizer de que são feitos os objetos Conhece relações espaciais como “acima”, “abaixo”, “atrás”, “perto” e “longe” Sabe seuendereço. Constrói orações utilizando de 5 a 6 palavras Possui um vocabulário de aproximadamente 2000 palavras Usa corretamente os sons da língua 47 Desenvolvimento da Fala e da Linguagem DOS 5 AOS 6 ANOS Pede informações Pede ajuda quando encontra dificuldade Usa todo tipo de orações, algumas das quais podem ser complexas, por exemplo: “antes de entrar em casa eu preciso tirar meus sapatos molhados” Usa corretamente os pronomes É capaz de fazer rimas Repete 4 dígitos Como você pode estimular a linguagem DOS 5 AOS 6 ANOS Incentivando-a a usar sua linguagem para expressar seus sentimentos, idéias, sonhos, desejos, e medos Permitindo que ela crie desenhos novos livremente com lápis, lápis cera, pilot e papel Proporcionando oportunidades de aprender canções, rimas ou versos de memória Lendo contos, histórias maiores Falando com a criança sobre temas variados sem utilizar termos e expressões infantis Escutando e prestando atenção quando ela fala, levando em conta que a criança entende mais do que é capaz de verbalizar 48 49 “A Literatura Infantil” “Literatura Infantil é todo o acervo literário eleito pela criança”(Bárbara Vasconcelos Bahia) • No Brasil a Literatura Infantil só chegou no final do século XIX.A literatura oral prevaleceu até esse período com o misticismo e o folclore e das culturas indígenas, africanas e européias. • Carlos Jansen e Alberto Figueiredo Pimentel foram os primeiros brasileiros a se preocuparem com a literatura infantil no país, traduzindo as páginas das hoje consideradas”clássicos”para garotada. 50 MONTEIRO LOBATO • Em 1921, Monteiro Lobato estreou com “Narizinho Arrebitado”apresen- tando ao mundo Emília. A arte dos livros sem texto 51 As mil e uma noites Coleção de contos árabes(Alf Lailah Oua Lailah)compiladas provavelmente entre os séculos XIII e XVI.São estruturados como histórias em cadeia, em que cada conto termina com uma deixa que o liga ao seguinte.Essa estruturação força o ouvinte curioso a retornar para continuar a história, interrompida com suspense no ar. Os projetos para Literatura Infantil • Ler histórias sempre, sempre...É poder sorrir, rir,gargalhar com as situações vividas pelas personagens; • É também suscitar o imaginário, é ter a curiosidade respondida; • É ouvindo histórias que se pode sentir emoções importantes como a tristeza,a raiva, a irritação,o medo,a alegria, etc. 52 • A escola representa a única oportunidade de ler que muitas crianças têm.É necessário , portanto,propiciar, nas salas de aula, a dinamização da cultura viva; • A leitura é um processo amplo, que envolve a produção do sentido. Sugestões de Atividades • Baú de histórias; • Baú da fantasia para que possam dramatizar; • Criar suspense antes de contar a história; • Usar voz expressiva, animando a leitura; • Caracterizar personagens; • Contar a história e não dizer o fim, pedir aos alunos que organizem um fim. 53 Modos de Narrar • Desenhar,recortar, colar, montar cenas a história e produzir textos; • Recontar a história com fantoches; • Em roda colocar os livros no meio da sala ou distribuir um para cada um, pedir que leiam e recontem do seu modo; • Utilizar a mesma história contada em várias épocas e autores diferentes • Teatro de fantoches, teatro de sombras, teatro de palitoche,etc. ACIDENTES NA INFÂNCIA - COMO PREVENÍ-LOS 54 REFERÊNCIAS ABERASTURY, A.. Adolescência. Porto Alegre: Artes Médicas. 1990. BEE, H.. A Criança em Desenvolvimento. Porto Alegre, Artes Médicas. 1996. BIAGGIO, A.. Psicologia do Desenvolvimento. Petrópolis: Vozes. 1998. BOCK, Ana Maria Bahia. Et al. 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