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1 Atividade do Wagner

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CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: DISPOSIÇÕES GERAIS
RESPOSTA: O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente. Como se dá a intimação do devedor?O devedor será intimado para cumprir a sentença: Pelo diário da justiça, por carta com aviso de recebimento, por meio eletrônico*** não tiver procurador constituído nos autos, por edital Quando, tiver sido revel na fase de conhecimento.
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese de citação por edital.
Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio. A citação por edital será feita:
- quando desconhecido ou incerto o citando;
- quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando; III - nos casos expressos em lei.
Considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo. Considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo. Considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo.
Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência no primitivo endereço.
Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência no primitivo endereço.
Tem alguma diferença se o requerimento de cumprimento de sentença for formulado após um ano do transito em julgado da sentença?
Se o requerimento a que alude o for formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado:
Considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo
Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência no primitivo endereço.
CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
Resposta:Cumprimento provisório: Quando a decisão judicial que condena ao cumprimento de obrigação pecuniária que ainda não tenha transitado em julgado, estando pendente de julgamento recurso desprovido de efeito suspensivo, é possível dar-se início ao procedimento executivo.
Cumpre ressaltar que, não é a execução que é provisória, como usualmente se diz, mas sim o título que é provisório, pois poderá ser substituído por outra decisão a ser proferida no julgamento do recurso ainda pendente.
Em linhas gerais, o cumprimento provisório é igual ao cumprimento deÒnitivo. Todavia, há algumas regras específicas da execução provisória que devem ser seguidas para o seu regular desenvolvimento.
“A inexistência de efeito
suspensivo dos embargos de declaração não autoriza o cumprimento provisório da sentença nos casos em que a apelação tenha efeito suspensivo”.
Extinção da execução: O procedimento de cumprimento provisório deve ser extinto se a decisão judicial em que se funda vier a ser modificada ou anulada, restituindo-se as partes ao estado anterior, devendo ser liquidados nos próprios autos os prejuízos suportados pelo executado.
Extinção parcial da execução: Caso a reforma ou anulação da decisão for apenas parcial, somente nesta parte Òcará sem efeito a execução, que não será extinta, mas tão somente, passará por uma redução do objeto.
Caução prestada pelo exequente: Para que haja o levantamento de dinheiro ou transferência
da posse ou alienação da propriedade ou outro direito real, ou ato que cause dano grave ao executado, o exequente deverá prestar caução, real ou fidejussória, suficiente e idônea, a qual deverá ser fixada pelo juiz e apresentada nos próprios autos. A caução serve de medida de contracautela, destinada a proteger o executado contra o risco de vir a sofrer dano grave, de reparação difícil ou impossível.
Neste sentido: “Na execução provisória, a prestação de caução pode ser exigida apenas no momento da efetivação de atos que impliquem alienação de domínio ou levantamento de depósito, e não como condição à propositura da ação, ocasião em que o risco de dano é meramente potencial”. (STJ, AgRg no AREsp 262239 / MG, j. 05.02.2013).
No mesmo sentido: “Quando provisória a execução, não é de imperiosa necessidade a caução para o seu prosseguimento. Correto, por conseguinte, o acórdão local: “A caução deve ser prestada no momento anterior à alteração que, por força da execução, ocorrerá na situação jurídica do executado”. (STJ, REsp 653879 / SP, j. 07.10.2004).
Enunciado 262 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: “É admissível negócio processual para dispensar caução no cumprimento provisório de sentença”.
Impugnação pelo executado: No procedimento executivo provisório o executado poderá defender-se mediante impugnação.
Honorários advocatícios e multa: No procedimento de cumprimento provisório, serão devidos honorários advocatícios e a multa pelo não adimplemento voluntário da obrigação no prazo de quinze dias a contar da intimação do devedor para cumprir a decisão.
Contudo, em sentido contrário: “Em execução provisória, descabe o arbitramento de honorários advocatícios em benefício do exequente. Posteriormente, convertendo-se a execução provisória em deÒnitiva, após franquear ao devedor, com precedência, a possibilidade de cumprir, voluntária e tempestivamente, a condenação imposta, deverá o magistrado proceder ao arbitramento dos honorários advocatícios. Entendimento consolidado em sede de recurso repetitivo. Inaplicáveis, ao caso, os novos regramentos constantes do CPC/2015 acerca do cabimento de honorários na fase de execução p25/10/2018 Capítulo II - Do Cumprimento Provisório da Sentença que Reconhece a Exigibilidade de Obrigação de Pagar a Quantia Certa.
Extinção parcial da execução: Caso a reforma ou anulação da decisão for apenas parcial, somente nesta parte Òcará sem efeito a execução, que não será extinta, mas tão somente, passará por uma redução do objeto.
Caução prestada pelo exequente: Para que haja o levantamento de dinheiro ou transferência da posse ou alienação da propriedade ou outro direito real, ou ato que cause dano grave ao executado, o exequente deverá prestar caução, real ou Òdejussória, suÒciente e idônea, a qual deverá ser Òxada pelo juiz e apresentada nos próprios autos. A caução serve de medida de contracautela, destinada a proteger o executado contra o risco de vir a sofrer dano grave, de reparação difícil ou impossível.
Neste sentido: “Na execução provisória, a prestação de caução pode ser exigida apenas no momento da efetivação de atos que impliquem alienação de domínio ou levantamento de depósito, e não como condição à propositura da ação, ocasião em que o risco de dano é meramente potencial”. (STJ, AgRg no AREsp 262239 / MG, j. 05.02.2013).
No mesmo sentido: “Quando provisória a execução, não é de imperiosa necessidade a caução para o seu prosseguimento. Correto, por conseguinte, o acórdão local: “A caução deve ser prestada no momento anteriorà alteração que, por força da execução, ocorrerá na situação jurídica do executado”. (STJ, REsp 653879 / SP, j. 07.10.2004).
Enunciado 262 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: “É admissível negócio processual para dispensar caução no cumprimento provisório de sentença”.
Impugnação pelo executado: No procedimento executivo provisório o executado poderá defender-se mediante impugnação.
Honorários advocatícios e multa: No procedimento de cumprimento provisório, serão devidos honorários advocatícios e a multa pelo não adimplemento voluntário da obrigação no prazo de quinze dias a contar da intimação do devedor para cumprir a decisão.
Contudo, em sentido contrário: “Em execução provisória, descabe o arbitramento de honorários advocatícios em benefício do exequente. Posteriormente, convertendo-se a execução provisória em deÒnitiva, após franquear ao devedor, com precedência, a possibilidade de cumprir, voluntária e tempestivamente, a condenação imposta, deverá o magistrado proceder ao arbitramento dos honorários advocatícios. Entendimento consolidado em sede de recurso repetitivo. Inaplicáveis, ao caso, os novos regramentos constantes do CPC/2015 acerca do cabimento de honorários na fase de execução provisória, porquanto, na hipótese ora em foco, a deSagregação da referida fase processual ocorreu no ano de 2010 e todas as deliberações das instâncias ordinárias acerca da questão, bem ainda o próprio recurso especial, foram todos em momento no qual sequer vigente o referido normativo processual. Inviável cogitar na retroatividade da norma processual para alcançar fatos e situações consolidadas sob a vigência provisória, porquanto, na hipótese ora em foco, a de Sagregação da referida fase processual ocorreu no ano de 2010 e todas as deliberações das instâncias ordinárias acerca da questão, bem ainda o próprio recurso especial, foram todos em momento no qual sequer vigente o referido normativo processual. Inviável cogitar na retroatividade da norma processual para alcançar fatos e situações consolidadas sob a vigência da norma revogada”. (STJ, AgInt no AREsp 156220 / PR, j. 07.11.2017). No mesmo sentido também: (STJ, AgRg no AREsp 562536 / PR, j. 07.11.2017).
Todavia, para o executado se livrar da multa e dos honorários, poderá comparecer tempestivamente e depositar o valor exequendo, ato este que não será reputado incompatível com o recurso por ele interposto.
Direito adquirido: O retorno ao estado anterior a que se fez referência , encontra limite no caso de atos de expropriação, caso em que o ato não será desfeito, assegurando-se ao executado o direito à reparação de perdas e danos. Tal dispositivo refere, de modo a assegurar também, os eventuais terceiros que se envolvem em aquisição de bens alienados em execução provisória.
CUMPRIMENTO DEFINITIVO DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
Cumprimento definitivo: O cumprimento definitivo de sentença que contenha obrigação de pagar quantia certa ou já liquidada, deve ser iniciado mediante requerimento do exequente.
O executado será intimado para efetuar o pagamento da quantia executada no prazo de quinze dias, acrescido de custas, se houver. Neste sentido: “O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento, sob o rito dos recursos repetitivos, de que basta a intimação do advogado para a incidência da multa.
Multa e honorários advocatícios: Caso o executado não efetue o pagamento no prazo de quinze dias, incidirá sobre o valor pretendido pelo exequente uma multa de dez por cento sobre o total, além de honorários advocatícios, também de dez por cento. Neste sentido: “A multa de 10% (dez por cento) prevista no artigo 475-J do CPC (aplicável no âmbito do cumprimento de título representativo de obrigação pecuniária líquida) tem por objetivo garantir a maior efetividade e celeridade na prestação jurisdicional, tornando onerosa a recalcitrância do devedor em desobedecer o comando sentencial ao qual submetido”. (STJ, REsp 1102460 / RJ, j. 17.06.2015). Em igual sentido: “Na fase de cumprimento de sentença, o devedor deverá ser intimado, na pessoa de seu advogado, mediante publicação na imprensa oficial, para efetuar o pagamento no prazo de 15 (quinze) dias, a partir de quando, caso não o efetue, passará a incidir a multa de 10% (dez por cento) sobre montante da condenação (art. 475-J do CPC)”. (STJ, REsp 1262933 / RJ, j. 19.06.2013).
E ainda: “O fato de a impugnação ao cumprimento de sentença trazer como matéria de defesa a alegação de excesso de execução não afasta, a priori, o cabimento da multa prevista . Ainda que a impugnação esteja fundada no excesso de execução, é imprescindível que haja o pagamento da parte incontroversa pelo executado (valor sobre o qual não incidirá qualquer multa), prosseguindo-se o magistrado no exame apenas da parte controversa da dívida, a qual, sendo mantida ao final, deverá ser acrescida da multa de 10% (dez por cento) .
“Os honorários advocatícios devidos ao exequente, no cumprimento de sentença, podem ser fixados no início ou até o fim dessa fase processual. Precedentes”. (STJ, REsp 1526030 / PR, j. 19.09.2017).
Pagamento parcial: Se o executado efetuar o pagamento parcial, a multa e os honorários incidirão sobre o saldo, ou seja, sobre o valor não pago. Neste sentido: “Exige-se, para o processamento da defesa, o prévio depósito do valor que o devedor entende devido, na hipótese em que se alega excesso de execução, incidindo, no caso de prevalecer o valor total exequendo, a multa de 10% (dez por cento) sobre a diferença. Precedentes”. (STJ, AgInt no AREsp 694031 / RJ, j. 12.09.2017). No mesmo sentido também: “O Superior Tribunal de Justiça possui jurisprudência no sentido de que “a atitude do devedor, que promove o mero depósito judicial do quantum exequendo, com finalidade de permitir a oposição de impugnação ao cumprimento de sentença, não perfaz adimplemento voluntário da obrigação, autorizando o cômputo da sanção de 10% sobre o saldo devedor”, porquanto “a satisfação da obrigação creditícia somente ocorre quando o valor a ela correspondente ingressa no campo de disponibilidade do exequente; permanecendo o valor em conta judicial, ou mesmo indisponível ao credor, por opção do devedor, por evidente, mantém-se o inadimplemento da prestação de pagar quantia certa” (REsp 1.175.763/RS, Rel. Ministro Marco Buzzi, Quarta Turma, julgado em 21/6/2012, DJe 5/10/2012)”. (STJ, REsp 1675084 / SE, j. 17.08.2017).
E ainda: “Se a impugnação já se encontrava julgada e os embargos de declaração versaram exclusivamente acerca do disposto no art. 523, § 2º do CPC, não poderia o agravante trazer novas teses quando a situação fática não mudou, pois, conforme se infere do teor dos cálculos apresentados pelo contador a única diferença existente entre eles é o fato de que no último cálculo a conta foi modificada somente para adequar os valores devidos a título de multa e honorários advocatícios, justamente nos termos dos embargos opostos. – Tendo em vista que, de fato, a manifestação de fls. 75/78 dos autos principais se trata de nova impugnação, não há como analisar seus termos, vez que houve preclusão consumativa. Não há que se falar em impossibilidade de levantamento de valores sem caução, na medida em que, conforme se infere dos autos principais, o valor cujo levantamento fora autorizado se refere justamente ao montante incontroverso devido, o qual, aliás, já foi depositado nos autos espontaneamente pelo próprio agravante quando da apresentação de sua primeira impugnação ao cumprimento de sentença”. (TJSP, AI 2200997-72.2017.8.26.0000, j. 13.12.2017).
Expropriação de bens: Não efetuado o pagamento no prazo de quinze dias, o juiz determinará a expedição de mandado de penhora e de avaliação de bens, observando-se os atos de expropriação.
Enunciado 12 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: “A aplicação das medidas atípicas sub-rogatórias e coercitivas é cabível em qualquer obrigação no cumprimento de sentença ou execução de título executivo extrajudicial. Essas medidas, contudo, serão aplicadas de forma subsidiáriaàs medidas tipificadas, com observação do contraditório, ainda que diferido, e por meio de decisão à luz do art. 489, § 1º, I e II”.
Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter:
– o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1º a 3º;
– o índice de correção monetária adotado; III – os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV – o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; V – a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI – especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados; VII – indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
§1º Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada.
§2º Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado.
§3º Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência.
§4º Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência.
§5º Se os dados adicionais a que se refere o § 4º não forem apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe.
Aptidão da inicial do cumprimento definitivo de sentença: O dispositivo traz os elementos essenciais que devem estar preenchidos na petição que dá início ao cumprimento de sentença definitiva, a qual deverá ser instruída com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito.
Essa petição deverá conter, ainda, os nomes completos e os números do CPF (pessoa física) ou CNPJ (pessoa jurídica), tanto do exequente quanto do executado; o índice de correção monetária adotado; os juros aplicados e as respectivas taxas; o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; a periodicidade da capitalização dos juros; a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados; e a indicação, sempre que possível, de bens do executado passíveis de penhora.
Valor da execução: Caso o valor apontado no demonstrativo apresentado pelo exequente parecer exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora recairá sobre o valor a ser apontado pelo juiz.
O juiz deverá valer-se do auxílio de contabilista judicial, que terá o prazo de trinta dias para efetuar o cálculo.
Informações necessárias para o cálculo: Quando o exequente não puder realizar o cálculo por não dispor de dados que estão em poder de terceiros ou do próprio devedor, deverá requerer ao juiz que este os requisite, sob pena de incorrer no crime de desobediência aquele que não apresentar. Neste sentido: “Impugnação ao cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública Cálculos unilaterais Ausência de informes oficiais, com menção aos vencimentos discriminados e pagos, mês a mês, indispensáveis, no caso, à execução Segurança jurídica relacionada à conferência dos cálculos e à exatidão do montante em execução comprometida Falta de certeza e liquidez Aplicação do art. 524, §§ 3º e 4º, do CPC Anulação da execução mantida”. (TJSP, AI 2217712-92.2017.8.26.0000, j. 15.12.2017).
Informações pelo executado: Caso a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder do executado, o juízo da execução, sempre a requerimento do exequente, deverá requisitá-los, fixando prazo de até trinta dias para sua apresentação.
Não sendo cumprida a determinação judicial injustificadamente, serão considerados corretos os cálculos apresentados pelo exequente com base nos dados de que dispõe.
Impugnação pelo executado: Decorrido o prazo de quinze dias sem que tenha havido pagamento voluntário do crédito, começa a correr, automaticamente, independentemente de intimação ou de penhora, o prazo para que o executado apresente impugnação ao cumprimento de sentença.
O incidente de impugnação ao cumprimento de sentença é a peça de defesa do executado, por meio da qual se busca a ineficácia do título. O dispositivo traz um rol de matérias, expressamente enumeradas, que o executado pode alegar em sua impugnação, por exemplo: nulidade processual; ilegitimidade das partes; inexigibilidade do título; penhora incorreta ou avaliação errônea; excesso de execução; incompetência absoluta ou relativa; alguma causa modificativa ou extintiva da obrigação.
Inciso I – falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia: É caso de nulidade absoluta de todo curso processual é pressuposto da existência da relação processual e pode ser alegada a qualquer tempo na fase cognição ou curso executório, através de impugnação. Já cediço na jurisprudência que comparecimento espontâneo da executada aos autos juntando procuração com poderes especiais para receber a citação supre a citação pessoal e afasta qualquer nulidade.
Inciso II – ilegitimidade de parte: Essa matéria da ilegitimidade de parte poderá ser atinente ao exequente como a do executado. Sendo matéria de ordem pública pode ser conhecida até mesmo de Ofício Em sede de pré-executividade e impugnação é não é sujeita a preclusão.
Inciso III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação: É matéria de defesa quando o crédito não for exigível de plano. Por exemplo dívida ilíquida, dependo de liquidação ou sujeita a termo, etc.
Inciso IV – penhora incorreta ou avaliação errônea: Vide artigo 831 e seguintes dos requisitos da penhora, podendo ser aventado em impugnação inobservância dos requisitos legais para constrição judicial. Quanto a avaliação é ampla matéria, podendo ser erro grosseiro para cálculo do bem penhorado etc.
Esse dispositivo é criticado pela doutrina: “ Esta questão só pode ser levantada caso a avaliação e a penhora, evidentemente, tenham ocorrido antes do prazo para impugnação….E completa talvez o dispositivo seja praticamente inútil, tem em vista, que a penhora e avaliação podem ser objeto de pedido feito por petição simples, como prevê o CPC 525.
Inciso V – excesso de execução ou cumulação indevida de execuções: Quando o crédito exigido extrapola os limites da sentença ou execução da decisão é realizada de modo e forma diferente do estabelecido na res judicata. Por exemplo a atualização do crédito ou capitalização de juros e realizado com índice que não estabelecido na sentença. Vide artigo artigo 917, parágrafo 2º.
Inciso VI – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução: A competência para cumprimento da sentença é determinada pelo artigo 516 do Código em Comento. A incompetência absoluta é matéria de ordem pública e pode ser arguida a qualquer tempo. Inteligência do artigo 64 p.1º. do CPC.
Inciso VII – qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença: O legislador elencou exceções substanciais como matéria de defesa em sede de impugnação, mas após a sentença o que raramente ocorrerá no curso processual, pois são matérias que são alegadas na fase de conhecimento e fulminadas pela preclusão em coisa julgada material.
Parágrafo Segundo – Impedimento e suspeição do Juiz: Alegação deve ser incidente próprio em quinze dias contados do conhecimento do fato na forma do artigo 146 e 148 e não nos autos da impugnação, cabendo por competência o Tribunal decidir a questão.
Entretanto: “Impossibilidade de se reiterar, em impugnação ao cumprimentode sentença, matéria já preclusa no curso da execução. Precedentes”. (STJ, REsp 1387248 / SC, j. 07.05.2014).
Súmula 517 do STJ: “São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do advogado da parte executada”.
Súmula 519 do STJ: “Na hipótese de rejeição da impugnação ao cumprimento de sentença, não são cabíveis honorários advocatícios”.
Enunciado 56 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: “É cabível alegação de causa modificativa ou extintiva da obrigação na impugnação de executado, desde que tenha ocorrido após o início do julgamento da apelação, e, uma vez alegada pela parte, tenha o tribunal superior se recusado ou omitido de apreciá-la”.
Enunciado 57 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: “A prescrição prevista nos arts. 525, §1º, VII e 535, VI, é exclusivamente da pretensão executiva”.
Impedimento e suspeição: A alegação que versar sobre suspeição ou impedimento deve observar o procedimento específico para tanto, devendo ser apresentada no prazo de quinze dias a contar do conhecimento do fato e não no prazo da impugnação. Cumpre observar que, a suspeição e o impedimento podem ser alegados em face do membro do Ministério Público, dos auxiliares da justiça ou de qualquer outro sujeito imparcial do processo.
Prazo em dobro: Quando houver mais de um executado com diferentes procuradores, os prazos serão contados em dobro para a apresentação da impugnação.
Impugnação específica do cálculo: Caso o executado não concorde com o valor apresentado pelo exequente, deverá desde já, apresentar o valor que entende correto, devendo juntar demonstrativo atualizado do cálculo.
Todavia, se o executado não indicar o valor e nem mesmo apresentar o demonstrativo, a sua impugnação será liminarmente rejeitada no que for objeto desta matéria. No que toca, a outras objeções a impugnação será processada. Neste sentido: “Na hipótese do art. 475-L,
§ 2º, do CPC, é indispensável apontar, na petição de impugnação ao cumprimento de sentença, a parcela incontroversa do débito, bem como as incorreções encontradas nos cálculos do credor, sob pena de rejeição liminar da petição, não se admitindo emenda à inicial”. (STJ, REsp 1387248 / SC, j. 07.05.2014). No mesmo sentido: “O art. 525, §4º do CPC estabelece que “quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor correto que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.”; O agravante não apresentou planilha com os cálculos da dívida atualizada, pelos supostos índices de correção monetária que entende ser o certo.
Limita-se, no presente agravo, a reproduzir os termos da impugnação, juntando apenas as duas planilhas apresentadas pelo agravado, porém, sem discriminar os valores corretos. RECURSO IMPROVIDO”. (TJSP, AI 2189606-23.2017.8.26.0000, j. 13.12.2017).
Suspensão da execução: Em regra, a impugnação não é dotada de efeito suspensivo, de modo que a sua apresentação não impede o prosseguimento destinado ao cumprimento de sentença. Entretanto, uma vez garantido o juízo com penhora, caução ou depósito, poderá ser atribuído efeito suspensivo à execução desde que haja requerimento do executado.
A atribuição de efeito suspensivo à impugnação, porém, não impede a prática de atos de substituição, reforço ou redução da penhora e da avaliação dos bens.
Suspensão parcial da execução: Pode acontecer de ser atribuído efeito suspensivo parcial, quanto a uma parte do valor exequendo, neste caso, incumbirá ao juiz estabelecer precisamente os limites desse efeito suspensivo, determinando o prosseguimento da execução quanto ao restante.
Alcance da suspensão: Caso haja diversos executados e for atribuído efeito suspensivo à impugnação oferecida por um (ou alguns) deles, a suspensão só alcançará os atos executivos a serem praticados em detrimento daqueles que ofereceram impugnação, não beneficiando os demais. Todavia, no caso de um dos executados oferecer impugnação com base em fundamento que a todos interessa, a suspensão alcançará a todos.
Caução pelo exequente: Atribuído efeito suspensivo à impugnação, admite-se que o exequente requeira seu prosseguimento, o que dependerá da prestação por este, de caução suficiente e idônea a ser fixada pelo juiz.
Prazo para demais alegações: As matérias relativas à validade da penhora e de qualquer vício nos atos executivos ocorridos após transcorrido o prazo para apresentação da impugnação, podem ser alegados por simples petição nos autos, no prazo de quinze dias, contados da ciência do fato.
Inexigibilidade do título executivo: Enunciado 58 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: “As decisões de inconstitucionalidade a que se referem os art. 525, §§ 12 e 13 e art. 535 §§ 5º e 6º devem ser proferidas pelo plenário do STF”.
Enunciado 176 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: “Compete exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal modular os efeitos da decisão prevista no § 13 do art. 525”.
Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo. [Não existe correspondente no CPC/1973] (1)
§1º O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa.
§2º Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes.
§3º Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo.
Pagamento espontâneo do executado: O réu pode antes da interposição do cumprimento de sentença, comparecer em juízo e efetuar o pagamento do valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo que demonstre como chegou ao valor oferecido. Neste sentido: “Segundo a jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça, não há óbices para a aplicação do art. 745-A do CPC/73 ao cumprimento de sentença, ou seja, nada impede a requisição, por parte do executado, de parcelamento da dívida constante no título executivo judicial”. (STJ, AgInt no REsp 1620904 / SP, j. 21.09.2017). Em igual sentido: “Na fase de execução, o depósito judicial do montante (integral ou parcial) da condenação extingue a obrigação do devedor, nos limites da quantia depositada”. (STJ, REsp 1348640 / RS, j. 07.05.2014).
Impugnação do valor: O credor poderá levantar a quantia depositada (incontroversa) e impugnar o cálculo elaborado pelo devedor, afirmando que o valor devido é superior ao depositado.
Valor pago insuficiente: Se o juiz apuar que o valor depositado é insuficiente, fará incidir sobre a diferença entre o valor depositado e o efetivamente devido multa de dez por cento e honorários advocatícios, seguindo-se a execução com a realização da penhora e a prática dos atos executivos subsequentes.
Extinção da execução: Caso o credor não se oponha ao valor depositado, o levantará, devendo o juiz proferir sentença que declarará satisfeita a obrigação, encerrando-se desde logo o processo.
Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumprimento provisório da sentença, no que couber.
Aplicação subsidiária: As disposições previstas para o cumprimento de sentença definitiva poderão ser aplicadas, no que couber, ao procedimento para cumprimento provisório.
Observadas que não pode exigir a satisfação da obrigação de forma definitiva em face da ausência do trânsito em julgado da decisão exequenda.
Cumprimento de sentença de obrigação de fazer, de não fazer e de entrega certa.
Cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer (art. 536 e 537) e de entregar coisa (art. 538).
Do cumprimento de sentença que reconheçaa exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer no Novo CPC.
– Artigo 536, ‘caput’ e parágrafos 1º a 5º do Novo CPC. Inovações significativas. cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer e de não fazer. Procedimento e regras a serem observadas. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente (‘caput’). Trata-se de um aperfeiçoamento do Novo CPC para o artigo 461 do Código de Processo Civil revogado.
O juiz pode instaurar a execução de sentença que impõe prestação de fazer, não-fazer ou dar coisa distinta de dinheiro (arts. 536 e 538, CPC). Não há necessidade de provocação da parte. O mesmo não acontece com a execução de sentença para pagamento de quantia, que depende de provocação da parte (art. 513, §1º, CPC)
Para atender ao disposto no ‘caput’, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial (parágrafo 1º). Essas medidas são meramente exemplificativas, ou seja, poderá a parte requerer outras que melhor se adaptem ao caso em concreto, desde que idôneas, adequadas e proporcionais.
O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será cumprido por dois oficiais de justiça, e se houver necessidade de arrombamento, deverá ser observado o disposto no artigo 846, parágrafos 1º a 4º do Novo CPC (parágrafo 2º).
O parágrafo 3º do artigo 536 prevê que o não cumprimento da ordem judicial implicará, além das penas de litigância de má-fé (artigo 81 do Novo CPC), na prática do delito previsto no artigo 330 do Código Penal (responsabilidade penal).
No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, aplica-se o artigo 525, no que couber (parágrafo 4º), ou seja, o executado poderá opor-se à medida mediante ‘impugnação ao cumprimento de sentença’.
De acordo com o parágrafo 5º do artigo 536, se a sentença determinar um dever positivo ou negativo com fundamento em obrigação legal, ou seja, que decorre da lei (e não da vontade das partes), também se aplicará, para o cumprimento da sentença, o estatuído no artigo 536 do Novo CPC.
– Artigo 537, ‘caput’ e parágrafos 1º ao 5º do Novo CPC. Inovações significativas. Cumprimento da sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer e de não fazer. Imposição de multa. Procedimento e regras a serem observadas
A multa processual de natureza coercitiva (astreinte), segundo o expressamente preconizado na redação do artigo 537, ‘caput’ do novo Código de Processo Civil, independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito.
O juiz poderá, ainda, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, sem eficácia retroativa, caso verifique que:
se tornou insuficiente ou excessiva; e,
o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa causa para o descumprimento (parágrafo 1º).
Destacamos que a multa prevista nos artigos 536 e 537 do Novo CPC pode ser revista, de ofício ou a requerimento da parte, em qualquer momento, até mesmo após o trânsito em julgado da decisão (STJ – AgRg no AREsp n. 787.425-SP, rel. Min. Maria Isabel Gallotti, j. 15.3.2016), até porque a penalidade pecuniária não pode se traduzir em enriquecimento indevido, possibilitando ser mais interessante receber a compensação em lugar do cumprimento da decisão judicial. Portanto, o montante da astreinte há de ser bastante para demover a parte da ideia de desobediência e equânime na retribuição do prejuízo causado em razão do descumprimento do provimento jurisdicional.
No tocante especificamente ao arbitramento da astreinte, balizamento de seus valores, definição de sua exigibilidade, alterações do seu valor e/ou periodicidade e a posição do credor/devedor, elucidativa é a ementa do seguinte acórdão do Egrégio Superior Tribunal de Justiça:
– O arbitramento da multa coercitiva e a definição de sua exigibilidade, bem como eventuais alterações do seu valor e/ou periodicidade, exige do magistrado, sempre dependendo das circunstâncias do caso concreto, ter como norte alguns parâmetros: i) valor da obrigação e importância do bem jurídico tutelado; ii) tempo para cumprimento (prazo razoável e periodicidade); iii) capacidade econômica e de resistência do devedor;
iv) possibilidade de adoção de outros meios pelo magistrado e dever do credor de mitigar o próprio prejuízo (duty to mitigate de loss).
– É dever do magistrado utilizar o meio menos gravoso e mais eficiente para se alcançar a tutela almejada, notadamente verificando medidas de apoio que tragam menor onerosidade aos litigantes. Após a imposição da multa (ou sua majoração), constatando-se que o apenamento não logrou êxito em compelir o devedor para realização da prestação devida, ou, ainda, sabendo que se tornou jurídica ou materialmente inviável a conduta, deverá suspender a exigibilidade da medida e buscar outros meios para alcançar o resultado específico equivalente.
– No tocante ao credor, em razão da boa-fé objetiva (CPC, arts. 5° e 6°) e do corolário da vedação ao abuso do direito, deve ele tentar mitigar a sua própria perda, não podendo se manter simplesmente inerte em razão do descaso do devedor, tendo dever de cooperação com o juízo e com a outra parte, seja indicando outros meios de adimplemento, seja não dificultando a prestação do devedor, impedindo o crescimento exorbitante da multa, sob pena de perder sua posição de vantagem em decorrência da supressio. Nesse sentido, Enunciado n° 169 das Jornadas de Direito Civil do CJF” (AgInt no AgRg no AREsp 738.682/RJ, rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, rel. p/ Acórdão Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, j. 17.11.201
Contudo, o valor das astreintes não pode ser reduzido de ofício em segunda instância quando a questão é suscitada em recurso de apelação não conhecido (STJ – REsp n. 1.508.929-RN, rel. Min. Moura Ribeiro, j. 7.3.2017).
Observe, ainda, que deixando a medida de ser adequada para seu mister, não havendo mais justa causa para sua mantença, deve-se reconhecer, também, a possibilidade de revogação das astreintes pelo magistrado, notadamente quando a prestação tiver se tornado fática ou juridicamente inexigível, desnecessária ou impossível, tendo-se modificado sobremaneira a situação para a qual houvera sido cominada, sempre levando-se em conta os parâmetros da razoabilidade e proporcionalidade (REsp n. 1.186.960-MG, rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, j. 15.3.2016).
Já foi decidido também pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça, que a fim de desestimular a conduta recalcitrante do devedor em cumprir decisão judicial, é possível se exigir valor de multa cominatória superior ao montante da obrigação principal (REsp n. 1.35.2426-GO, rel. Min. Moura Ribeiro, Terceira Turma, j. 5.5.2015).
O valor da multa será devido ao exequente (parágrafo 2º). A multa para a eventualidade de não atendimento da ordem judicial tem como objetivo impor, desde logo, penalidade ao desobediente e compensação ao beneficiário da medida judicial descumprida.
A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório de sentença, devendo ser depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte (parágrafo 3º – redação dada pela Lei Federal n. 13.256/2016).
A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado (parágrafo 4º).E o disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não obrigacional (parágrafo 5º).
Perceba que embora inserido no Capítulo relativo ao cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o ‘caput’ deixa claro e cristalino que a aplicação deste dispositivo legal (que complementa o parágrafo 1º do artigo 536), pode ocorrer também na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, como já autorizava os artigos 287 e 461, parágrafos 4º e 6º do CPC/1973.
Recentemente, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade de votos, declarou a possibilidade de imposição de multa cominatória à Fazenda Pública em caso de descumprimento de decisão judicial (astreintes) relativa ao fornecimento de medicamentos. A decisão foi tomada sob o rito dos recursos repetitivos (Recurso Especial Repetitivo n. 1.474.665-RS, rel. Min. Benedito Gonçalves, ainda não publicado)
Multa coercitiva. Natureza jurídica da astreinte.
O objetivo da multa prevista no ‘caput’ do artigo 537 do Novo CPC não é o de punir o réu, mas sim força-lo a cumprir a obrigação de fazer ou não fazer imposta pelo juiz. Pode ser fixada em decisão interlocutória, sentença ou acórdão. Registre-se, ainda, que pela novel redação do Novo CPC, pode-se concluir que a multa não precisa ser, necessariamente, diária.
Do Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de Obrigação de Entregar Coisa
1 – Artigo 538, ‘caput’ e parágrafos 1º ao 3º do Novo CPC. Inovações significativas. Cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de entregar coisa. Procedimento e regras a serem observadas
A inédita redação do artigo 538 do Novo CPC trata do procedimento e regras a serem observadas no cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de entregar coisa móvel ou imóvel.
Assim, não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel (“caput”).
A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de conhecimento, em contestação, sob pena de preclusão, discriminando-as e atribuindo, sempre que possível e justificadamente, o seu valor (parágrafo 1º).
O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, ainda na fase de conhecimento (parágrafo 2º).
Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, as disposições sobre o cumprimento de obrigação de fazer e não fazer, acima melhor analisadas (parágrafo 3º)

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