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Morcegos do Brasil
dados posteriormente publicados por
WETTERER et al. (2000).
Trata-se de morcego de porte relativamen-
te pequeno, com antebraço variando entre 33 e 35
mm (SANBORN, 1949; KOOPMAN, 1994). De
acordo com dados apresentados por SIMMONS
(1996), N. pusilla apresenta as seguintes caracte-
rísticas externas: pêlos ventrais escuros; pêlos so-
bre a margem interna superior das orelhas relati-
vamente curtos (menor ou igual a 4 mm); orelhas
pontudas; banda interauricular ausente; borda in-
ferior da cela da folha nasal bem demarcada, se
destacando do lábio superior; quarto metacarpo
mais curto, terceiro mais longo; segunda falange
dos dedos III e IV da asa mais longa do que a pri-
meira falange desses mesmos dedos; e calcâneo
marcadamente mais curto que o pé. Na dentição
anterior, SIMMONS (1996) reporta que os cani-
nos superiores são muito menores do que o dobro
da altura dos incisivos superiores internos, os in-
cisivos superiores externos estão localizados em
posição oclusa entre o incisivo interno e o canino,
e os incisivos inferiores são trilobados.
Nada se sabe sobre a história natural de
N. pusilla, que é conhecida apenas da série-tipo e
de material cujos dados ainda não foram publica-
dos (TAVARES et al., no prelo). A julgar por as-
pectos morfológicos e pela proximidade
filogenética com Glyphonycteris (SIMMONS, 1996),
deve também capturar insetos pousados, exploran-
do material vegetal de forma complementar.
Encontra-se classificada como vulnerável
à extinção (IUCN, 2006).
Gênero Phylloderma Peters, 1865
Com base em dados genéticos, BAKER
et al. (1988) propuseram a sinonimização de
Phylloderma com Phyllostomus. De acordo com
WETTERER et al. (2000), entretanto, esse arran-
jo implicaria em significativa alteração da diagnose
de Phyllostomus (ver diferenças morfológicas abai-
xo) e nada acrescentaria à compreensão da
monofilia desse grupo. Em filogenias mais recen-
tes dos filostomídeos, BAKER et al. (2000, 2003)
mantiveram a validade de ambos os gêneros.
Phylloderma stenops Peters, 1865
Essa espécie tem Caiena, Guiana France-
sa, como localidade-tipo, e é encontrada do sul do
México ao sudeste do Brasil, Bolívia e Peru
(SIMMONS, 2005). Em território brasileiro já foi
observada no AM, AP, BA, DF, MG, MS, MT, PA,
PI, PE, RJ, RO e SP (MARTINS et al., 2006;
TAVARES et al., no prelo).
Morcego de porte grande, com compri-
mento cabeça-corpo variando entre 82 e 115 mm,
cauda entre 12 e 24,6 mm, antebraço entre 65 e
83 mm, e peso entre 41 e 65 g (BARQUEZ &
OJEDA, 1979; GUERRA, 1980; KOOPMAN,
1994; EMMONS & FEER, 1990; REID, 1997).
O dorso varia de pardo a castanho-avermelhado e
a face ventral é acinzentada. Trata-se de morcego
bastante semelhante às espécies de Phyllostomus,
das quais pode ser distinguido por apresentar a
folha nasal fundida ao lábio superior, abaixo das
narinas (REID, 1997), a pele da face clara (vs. es-
cura em Phyllostomus; LIM & ENGSTRON, 2001)
e os incisivos superiores médios bilobados
(NOWAK, 1994). Com respeito ao tamanho,
Phylloderma stenops é menor que Phyllostomus hastatus
(antebraço 80 a 97 mm) e maior que Phyllostomus
latifolius (56 a 60 mm) e Phyllostomus discolor (56 a
69 mm). Phylloderma stenops apresenta ampla faixa
de sobreposição com Phyllostomus elongatus no ta-
manho do antebraço, mas essas espécies podem
ser prontamente separadas não só pelas caracte-
rísticas já mencionadas, como também pela forma
e tamanho da folha nasal, que é mais curta e larga
em P. stenops (HUSSON, 1962). Há uma evidente
despigmentação nas pontas das asas em P. stenops
	Morcegos do Brasil
	Família Phyllostomidae
	Cap. 05 Subfamília Phyllostominae
	Gênero Phylloderma

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