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Mudanças Linguísticas na Sociedade

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FICHAMENTO 
CHAGAS, Paulo. A mudança linguística. In: FIORIN, José Luiz (orgs.). Introdução à Linguística: Objetos Teóricos. 6 ed. São Paulo: Contexto, 2006. p. 141-162.
A língua passa por mudanças e essas mudanças podem ser percebidas através da conversa entre indivíduos de faixas etárias distintas e também na leitura de textos escritos ou falados de outra época. (p. 141).
 1. O que muda nas línguas.
A língua escrita não toma como propósito principal representar de forma diferente o que soa diferente e de maneira igual o que soa igual, caso contrário, não existiria palavras homófonas. É importante frisar a necessidade de interpretar o que o texto escrito nos diz para então anular a possível existência de um quadro falso sobre como a língua era, como é, e o que mudou. (p.142).
Ao analisar textos de diferentes épocas com o intuito de identificar mudanças na língua falada e escrita, devemos tomar a “precaução em não atribuir a toda e qualquer distinção ortográfica o status de mudança lingüística.” (p.143).
Duas possíveis explicações seriam: o fato de não existir naquela época uma ortografia oficializada e mesmo em períodos em que a ortografia estava fixada, uma mudança de ortografia poderia ou não sequenciar em uma mudança de pronuncia. (p.144).
2. Por que as línguas mudam.
“Nem a visão estruturalista, descendente de Saussure, nem a visão gerativista, iniciada por Chomsky, pretendem relacionar a língua, suas variações e alterações com a heterogeneidade da sociedade.” Diferentemente da perspectiva da sociolinguística variacionista, inicialmente estudada por Labov, onde se analisa o que é mutante e variável na língua. (p.149).
“Labov faz o caminho inverso ao de Saussure, ao invés de excluir tudo que é exterior a língua nos estudos linguísticos, defende a idéia de impossibilidade de estudo do funcionamento da língua sem a sociedade que a utiliza, a influência e por ela é influenciada.” Fala-se em estudar o modo como a língua está inserida na sociedade para explicar quais forças agem nela, sobre a constante criação e inovação da língua e sua heterogeneidade. (grifo meu). (p.150).
3. Como as línguas mudam.
Qualquer desequilibro gerado por motivos unicamente linguísticos ou por motivos externos a língua pode gerar uma variação. Toda variação pode principiar uma mudança. (p.152).
A mudança de uma língua pode ser iniciada de duas maneiras: a primeira seria consequência de fatores externos a língua e a comunidade falante, a segunda, desencadeada por fatores internos a língua e a comunidade em que ela é falada. (p.153).
Para entender como a mudança é processada pela língua observou como ela influencia o sistema linguístico, um dos exemplos de mudanças mais estudados são as mutações fonológicas, entretanto, nem sempre as mutações afetam ou outro elemento isolado, é muito comum que uma mudança afete o sistema linguístico em si de maneira mais abrangente. (p.155).
Dentro da sociedade em que é falada, a propagação da mudança na língua é inicialmente rejeitada, ela apresenta um padrão característico conhecido como curva em “S”, no inicio ela se torna lenta, mas à medida que se aproxima do meio ela fica mais rápida e depois torna a reduzir no final. (p.157).
3. Outras abordagens.
 Além da perspectiva variacionista existem outras independentes ou combinadas a ela, a exemplo: a da gramaticalização (de maneira resumida, “focaliza o processo pelo qual os elementos linguísticos podem passar por uma gradação onde temos palavras independentes em um extremo e morfemas flexionais em outro”), a paramétrica (“desenvolve-se dentro do gerativismo chomskyano”) e a da otimidade (iniciada por Prince e Smolensky (1993), dentro da fonologia).

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