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1 FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE CURSO DE FARMÁCIA ANA CAROLINE SILVA SANTOS RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO EM ANÁLISES CLÍNICAS VITÓRIA DA CONQUISTA MAIO/2015 2 ANA CAROLINE SILVA SANTOS RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO EM ANÁLISES CLÍNICAS Relatório apresentado ao Curso de Farmácia da Faculdade Independente do Nordeste - FAINOR, como avaliação final do estágio em Análises Clínicas. Preceptora: Renata Muniz. VITÓRIA DA CONQUISTA MAIO/2015 3 -IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO Nome: Ana Caroline Silva Santos E-mail: carol.tm18@hotmail.com Endereço: Rua Santo Amaro, 128 Bairro: Alto Maron Cidade/UF: Vitória da Conquista-BA Curso: Farmácia Turno: Vespertino Semestre: 10º Telefone: (77) 8819-3247 -IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR Endereço: Av. Luís Eduardo Magalhães, 1035 – Candeias Cidade: Vitoria da Conquista – BA Telefone: (77) 3161-1000 E-mail: fainor@fainor.com.br -IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO Nome: Laboratório Prolab ( laboratório de análises clínicas) Endereço: Avenida Otávio Santos, n°114 Bairro: Recreio CEP: 45.000-00 4 Cidade: Vitoria da Conquista – BA Telefone: (77) 3424-2666/3424-226 Bioquímicas Responsáveis: Renata Muniz, Kátia Gusmão. E-mail: prolab@laboratorioprolab.com.br -APRESENTAÇÃO DO ESTABELECIMENTO O laboratório PROLAB fica localizado na Avenida Otávio Santos, nº 114, no município de Vitória da Conquista. O PROLAB oferece diversos serviços aos seus clientes em análises clínicas e exames patológicos, bem como a comodidade de acompanhar seus resultados de exames online, objetivando atender àqueles pacientes que necessitam de maior rapidez na entrega dos seus resultados, o laboratório oferece aos seus clientes, o PROLAB rápido. Além disso, é um laboratório eficiente, moderno e com sólida experiência na área, que transmite confiabilidade, segurança e agilidade nos seus resultados. O laboratório é constituído pelos seguintes setores: Recepção, coleta, setor de inspeção, setor administrativo, setor técnico, setor de controle de qualidade e processamento eletrônico de dados. Além dos farmacêuticos bioquímicos, o serviço conta também com a colaboração do pessoal administrativo, técnicos de laboratório, recepcionistas, faxineira e um moto boy. O laboratório funciona de 06:30 às 18:00 horas e diariamente o serviço recebe várias amostras para serem analisadas, as quais são dirigidos ao setor de bioquímica, hematologia, imunologia, microbiologia, parasitologia e urinálise. 5 SUMÁRIO 6 1. INTRODUÇÃO A área das Análises Clínicas está em constante expansão e desenvolvimento e constitui umas das áreas fundamentais dentro das ciências da saúde, a qual o farmacêutico está apto para atuar (RAMOS, 2012). A análise clínica engloba as seguintes áreas: parasitologia, microbiologia, hematologia, imunologia, citologia e a bioquímica. Nessa, o profissional farmacêutico atua buscando a promoção da saúde através do auxílio no diagnóstico de uma situação do paciente, ora no tratamento, ora na pesquisa de enfermidades (GONÇALVES, 2010). O Farmacêutico atuante em Laboratório de Análises Clínicas necessita de aprimoramento constante frente às frequentes renovações dos métodos diagnósticos, que visam uma maior especificidade, sensibilidade e rapidez do teste diagnóstico, e através da utilização de aparelhos automatizados está sendo possível obter resultados mais rápidos e seguros. Este relatório visa à descrição das atividades desenvolvidas no estágio supervisionado em Análises Clínicas. O estágio teve início no dia 16/03/2015, sendo realizado das 13:00 as 18:00 horas, de segunda a sexta-feira e durante alguns sábados, sob a orientação da Preceptora Renata Muniz, que também faz parte do quadro de funcionários do laboratório, como farmacêutica bioquímica. O intuito do estágio foi proporcionar ao aluno um conhecimento maior a respeito do funcionamento de um laboratório de análises clínicas, as funções e atividades desenvolvidas pelo farmacêutico bioquímico neste âmbito de trabalho, bem como conhecer e acompanhar os processos de coleta e manipulação das amostras analisadas. As atividades realizadas foram voltadas aos setores técnicos do laboratório, como coleta, triagem, hematologia, bioquímica, microbiologia, imunologia, parasitologia e uranálise. Durante o período foram acompanhados procedimentos operacionais padrão que orientam as etapas envolvidas no laboratório, e também foram executadas técnicas laboratoriais visando sempre à qualidade dos resultados. 7 2. OBJETIVO GERAL Proporcionar ao aluno do curso de Farmácia uma interação com as práticas e conhecimentos laboratoriais, bem como mostrar o funcionamento de um laboratório de análises clínicas e aplicar o conhecimento adquirido nas aulas teóricas, orientando assim o aluno quanto ao exercício profissional do farmacêutico neste âmbito de trabalho. 2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Conhecer a realidade profissional em laboratório de análises clínicas, observando sua dinâmica de funcionamento, organização, fornecendo elementos que possam subsidiá-lo em sua escolha profissional; Proporcionar a aquisição de habilidades práticas na execução das técnicas laboratoriais, associando ao conhecimento teórico para interpretação dos resultados; Reconhecer e distinguir as atribuições do farmacêutico no laboratório; Acompanhar e desenvolver atividades no laboratório de análises clínicas; Acompanhar os procedimentos de controle da qualidade. 3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 8 3.1. Estrutura, rotina e atividades desenvolvidas no laboratório O estágio em análises clínicas teve início no dia 16 de março de 2015, e inicialmente foi possível conhecer a estrutura do laboratório, sendo o mesmo constituído de recepção, sala de espera, dois sanitários próximos à recepção, DML, três salas de coleta, e outra sala para coleta especial, copa, vestiário, setor de inspeção, sala de administração, setor de controle de qualidade, setor de processamento de dados, sala de arquivo, e setor técnico, que envolve as áreas de bacteriologia, imunologia, triagem, bioquímica, hematologia, parasitologia e uronálise, sendo todos esses setores separados entre si. Cada setor é munido de equipamentos, mobiliários e utensílios necessários às atividades desenvolvidas no local. 3.2. Procedimento Operacional Padrão Foi realizada a leitura de alguns POP’s para melhor entendimento das técnicas utilizadas em todos os setores do laboratório. Os POP’s estudados foram de biosegurança, bacteriologia(cultura de orofaringe, urocultura, espermocultura, hemocultura, entre outros). Os POP’s são protocolos que descrevem detalhadamente cada atividade realizada no estabelecimento. Um POP tem o objetivo de se padronizar e minimizar a ocorrência de desvios na execução de tarefas fundamentais, para o funcionamento correto do processo. 3.3. Rotina de coleta e triagem A rotina de coleta do laboratório se inicia as 06:30, sendo realizada coleta de vários tipos de amostras, como coleta de sangue, coleta de orofaringe, de secreção de feridas, secreção vaginal, anal e uretral, coleta para exames micológicos, coagulograma, dentre outras. Essa é a fase pré-analítica onde se deve ter muito cuidado para evitar possíveis erros no laboratório. Na rotina de coleta do PROLAB são conferidos todos os exames solicitados e a identificação do paciente, alémde ser explicado ao paciente todo o procedimento para a coleta. Em seguida é 9 separado todo o material necessário e realizado a higienização das mãos e todo procedimento de antissepsia no paciente. Os tubos utilizados na coleta de sangue são tubos com citrato (tampa azul-claro), tubos para soro com ativador de coágulo, com ou sem gel separador (tampa vermelha ou amarela), tubos com heparina com ou sem gel separador de plasma (tampa azul escuro), tubos com EDTA (tampa roxa), que permite uma estabilidade morfológica dos eritrócitos, leucócitos e plaquetas até 24 horas, tubos para metais pesados (tampa branca), tubos para VHS (tampa preta), tubos de soro para Pardini (tampa marrom). Após realizada a coleta, é feita uma inspeção dos materiais para conferência dos exames pedidos, se está de acordo com os que foram realizados no ato do recebimento do material e na coleta. Em seguida, as amostras são encaminhadas para a triagem. Na rotina de triagem é realizada toda a separação das amostras, como dos tubos de sangue, os quais são centrifugados quando necessário, e depois encaminhados aos seus respectivos setores, como hematologia, bioquímica, imunologia e sorologia, ou separados para serem encaminhados para Pardini, empresa conveniada com o laboratório, para realização de exames dos quais o laboratório não dispõe. Na triagem também são separadas as amostras de fezes, urina e alguns tipos de secreção, que também são encaminhadas aos setores correspondentes. Neste setor também são separadas as lâminas com esfregaço sanguíneo e apenas os resultados onde houverem alterações são requeridos esfregaços sanguíneos corados para confirmação. No esfregaço sanguíneo pega-se uma gota de sangue total e coloca-se sobre a lâmina. Com outra lâmina em um ângulo de 45º realiza-se o esfregaço. A técnica de coloração utilizada é a coloração de May-Grünwald- Giemsa. A coloração ajuda na avaliação dos esfregaços de sangue periférico. Em primeiro lugar, é usado um fixador como o metanol, e em seguida os corantes, que permitem a visualização das estruturas no sangue sabendo que o corante básico, como o azul de metileno, cora apenas estruturas basófilas (fortemente os ácidos nucleicos, basófilos e ligeiramente os neutrófilos), e o 10 corante ácido, como a eosina, cora estruturas acidófilas (estrutura da hemoglobina e granulações dos eosinófilos). 3.4. Hematologia A hematologia geral é uma das áreas do laboratório, que estuda os elementos do sangue periférico, os seus percursores. As análises mais requisitadas pelo clínico, como principal exame de triagem da condição de saúde do indivíduo, pertencem a esta área, tais como o hemograma completo. No setor de hematologia foram desenvolvidas atividades como acompanhamento e cadastro de pacientes no equipamento, sendo todos os tubos etiquetados com de código de barras, para fácil leitura nos equipamentos automatizados, foi realizada visualização de células no microscópio, bem como a análise e execução de hemograma em equipamento específico. Sendo que todas as atividades foram realizadas utiliza-se os devidos equipamentos de proteção individual, como luvas e jaleco. 3.4.1. Hemograma O hemograma é um exame realizado que avalia as células sanguíneas de um paciente. As células circulantes no sangue são divididas em três tipos: células vermelhas (hemácias ou eritrócitos), células brancas (ou leucócitos) e plaquetas (ou trombócitos). 3.4.1.1. Eritrócitos Os eritrócitos são maturados na medula óssea na medula, passando pelas diferentes fases, desde o proeritroblasto, eritroblasto basófilico, eritroblasto policromático, normoblasto, reticulócito e eritrócito, sendo que no esfregaço de sangue periférico com coloração panótica, em casos de normalidade apenas se observa os eritrócitos. Existem patologias que interferem com a normal eritropoiese provocando variações na forma, conteúdo em hemoglobina e no tamanho dos eritrócitos. E essas anormalidades podem ser observadas na visualização da lâmina no 11 microscópio, através do esfregaço do sangue periférico, analisando-se poiquilocitose (forma), anisocitose (tamanho), como hemácias microciticas e macrociticas, hipocrômicas ou normocrômicas, a depender do tipo de patologia. 3.4.1.2. Contagem de neutrófilos, bastonetes, basófilos, eosinófilos, monócitos, e linfócitos Os neutrófilos possuem um núcleo de cromatina densa e segmentada que se divide em lóbulos (3 a 5) unidos por pontes de cromatina. Uma das suas características é o facto de terem grânulos citoplasmáticos. Os Basófilos representam 1% dos leucócitos no adulto. O núcleo tem normalmente 2 lóbulos cobertos pelas abundantes granulações que caracterizam os basófilos, caracterizam-se pela presença de grandes grânulos metacromáticos que são ricos em histamina, serotonina, sulfato de condroitina e leucotrienos. O eosinófilo tem um núcleo bi ou trilobulado com cromatina densa e sem nucléolos. O citoplasma apresenta grânulos que após coloração pelo método de Wright adquirem cor alaranjada e assim são facilmente identificados por microscopia óptica. O monócito é a maior célula madura do sangue periférico. Apresenta um núcleo irregular, citoplasma cinza com grânulos azurófilos finos. Os linfócitos são células mononucleares, com um núcleo regular e um citoplasma sem grânulos específicos. 3.4.1.3. Contagem diferencial de leucócitos Na rotina do laboratório a contagem diferencial dos leucócitos é realizada contando 100 células. Deve-se realizar a leitura na franja do esfregaço, atravessando-o de um lado ao outro em zigue-zague, sempre na região da monocamada. 12 3.4.1.4. Reticulócitos Na rotina do laboratório a contagem de reticulócitos é realizada através da coloração com o azul de cresil brilhante. A contagem é feita em 5 campos com aproximadamente 200 hemácias. Os reticulócitos são eritrócitos imaturos não nucleados que conservam ainda restos de RNA, ribossomas e mitocôndrias no seu citoplasma, presentes em grandes quantidades no citoplasma de percursores nucleados de onde derivam. A percentagem de reticulócitos aumenta na corrente sanguínea em vários tipos de patologias como anemias hemolíticas e sideroblásticas e também no caso de hemorragias crónicas ou agudas. A percentagem de reticulócitos pode diminuir em casos de anemia aplásica, que representa uma disfunção medular. 3.4.2. Velocidade de Hemossedimentação (VHS) A velocidade de hemossedimentação é baseada no princípio da sedimentação, o processo no qual as partículas sólidas tendem a depositar no fundo de um líquido. Em uma amostra de sangue anticoagulado e deixado em repouso as hemácias vão gradualmente separar-se do plasma e depositam-se no fundo do recipiente. A velocidade com que as hemácias se depositam ou caem sob condições controladas de laboratórios é conhecida como velocidade de hemossedimentação. Em amostras de sangue da maioria das pessoas sadias, a sedimentação ocorre lentamente. Em muitas doenças, particularmente as inflamatórias, o VHS é rápida. Em alguns casos, a velocidade é proporcional à gravidade da doença. Para fazer uma VHS, uma amostra de sangue anticoagulado é colocado em um tubo graduado de dimensões padrão, e incubado em uma posiçào vertical por exatamente uma hora. Ao final dessa hora, a distância que os eritrócitos caíram do menisco do plasma (na marca zero) é medida em milimetros (mm) e reportado. 13 3.4.3. Testes de Coagulação (TP e TTPA) O estudo da coagulação tem utilidade práticano diagnóstico de síndromes hemorrágicas apesar de não ser totalmente fiel à coagulação fisiológica. No entanto, provas como o tempo de protombiana (TP) e o tempo de tromboplastina parcial activada (aPTT) permitem detectar a maior parte das síndromes hemorrágicas devidas a defeitos na coagulação. Apenas o fator XIII não é explorado por estas duas provas. A determinação do TP permite avaliar alterações da via extrínseca da coagulação além de ser útil na monitorização de doentes com terapêutica anticoagulante, nomeadamente anticoagulantes orais. Este teste mede o tempo que uma amostra de plasma pobre em plaquetas e anticoagulada com citrato de Na+, demora a formar a rede de fibrina, colocando a amostra em contato com uma suspensão de tromboplastina tecidular e fosfolípidos exógenos, sendo o processo iniciado pela adição de Ca2+. O TP é adequado para: Controlo da terapia anticoagulante oral; Diagnóstico de deficiências congénitas e adquiridas de fatores de coagulação; Controlo da atividade de síntese hepática, pois estes fatores são produzidos nos hepatócitos. O TTPA, também chamado de Tempo de Cefalina Caulino, é um processo de screening na avaliação das alterações da via intrínseca da coagulação e monitorização de doentes com terapêutica anticoagulante, nomeadamente anticoagulante endovenoso (heparina). Esta determinação consiste em adicionar ao plasma citratado ativadores de contato, fosfolípidos e ions cálcio em excesso promovendo o início da cascata de coagulação e culminando com a formação do coágulo de fibrina. 3.5. Bioquímica Clínica No setor da Bioquímica estudam-se os parâmetros bioquímicos que esclarecem o estado funcional de vários órgãos e vias metabólicas. Os testes 14 de bioquímica clínica representam mais de um terço de todas as investigações laboratoriais e seus resultados são usados no diagnóstico e/ou no monitoramento do tratamento de doenças. Os testes mais solicitados durante o acompanhamento no período de estágio foram: Glicose; colesterol total; triglicerídeos; HDL; ácido úrico; proteínas totais e frações (albumina); creatinina; uréia; amilase; transaminases (TGO e TGP); fosfatases (Ácidas e Alcalina); ferro; cloreto; e GGT. Na rotina do setor de bioquímica pode-se também compreender o processo de cadastro e identicação dos pacientes. Neste setor foi possível realizar a análise dos íons sódio e potássio em equipamento específico, o smartLyte, que antes de se iniciar as análises era necessário fazer a limpeza do equipamento e também ser feito o controle interno. 3.5.1. Urinálise Na rotina do laboratório, os exames de urina abrangem o exame físico, o exame químico, e o exame microscópico do sedimento urinário. Estas amostras de urina devem ser analisadas o mais rápido possível nunca passando mais de duas horas entre o tempo de colheita e o tempo da análise para não falsear alguns resultados. Durante o estágio foi realizado a triagem do sumário de urina, análise dos aspectos físicos e químicos da urina, e análise do sedimento urinário pela microscopia. No exame físico é observada a cor, aspecto e o volume. Já no exame químico é analisado o pH, densidade, proteína, glicose, nitrito, urobilinogênio, bilirrubina, cetonas, presença de sangue e leucócitos. A densidade deve estar compreendida entre 1,005 e 1,035, o pH entre 4,8 e 8, pode apresentar vestígios de urobilinogénio e bilirrubina, e deve ter um aspecto límpido, odor característico e cor amarela. Alterações nestes parâmetros podem indicar lesões pré-renais, renais ou pós-renais. De seguida a urina é centrifugada e realizada visualização microscópica do sedimento urinário Durante a análise do sedimento urinário através do microscópio foram observados nas urinas a presença de piócitos, cristais de ácido úrico, oxalato e fosfato triplo, células epiteliais, fosfato ou uratos amorfos, hemácias, leveduras 15 e bactérias. Mas também pode ser encontrados cilindros. A presença destes compostos em grande número pode estar associada a diferentes patologias. 3.6. Imunologia Durante a rotina no setor de imunologia pode-se observar a realização dos testes de uréase, HCV, HBsAg, WIDAL, VDRL, GS e Rh, β-HCG e HIV. 3.6.1. Teste de Urease Diagnóstico da presença do Helicobacter pylori. 3.6.2. VDRL Este teste é utilizado para identificação de sífilis. Para a realização deste teste é feita agitação por 4 minutos e se der positivo é feita a diluição 1:2, 1:4, 1:8, 1:16, e assim sucessivamente. Os títulos do VDRL são considerados positivos quando 1/16 ou superiores. Títulos inferiores são considerados falso-positivos quando os testes treponêmicos forem negativos. Algumas condições estão associadas com VDRL reagente e ELISA não reagente, sem história prévia de sífilis. O VDRL é indispensável no seguimento pós-tratamento da sífilis. Recomenda-se o exame a cada seis meses. 3.6.3. Determinação de Grupo Sanguíneo A, B e O e Fator Rh O mecanismo de identificação dos grupos sanguíneos baseia-se no fato que os indivíduos tem anticorpos (aglutininas) contra os antigénios (aglutinogénios) que não possuem. Os principais antigénios eritrocitários e seus anticorpos correspondentes mais utilizados nas avaliações de imuno- hematologia de rotina são o sistema ABO e o fator Rh porque tem maior probabilidade do que os outros grupos de provocar reação transfusional. Por consequente utiliza-se, para a classificação do sistema ABO, o soro anti-A e anti-B, e o soro anti-D para a classificação dos grupos Rh positivo, negativo e fracamente positivo. 16 O antigénios ABO são expressos ao nível da membrana eritrocitária, endotelial e epitelial, desempenhando um papel muito importante como antígenos de histocompatibilidade. O fator Rh classifica os indivíduos como Rh positivo e Rh negativo, dependendo da presença ou ausência de antigénio D. Na rotina do laboratório, a realização do grupo sanguíneo é feita em tubos. Se der negativo faz-se a confirmação com o DU, onde o mesmo vai ser confirmado se realmente é negativo. 3.6.4. Realização de β-HCG O teste rápido de β-HCG é realizado a partir do soro da paciente, sendo utilizado um kit reagente que já vem pronto. É necessário identificar com o número e as iniciais do paciente, e apenas gotejar 5 gotas do soro. A interpretação do resultado é muito fácil. Se aparecer uma fita é negativo, e se aparecer duas é positivo. 3.6.5. Coombs direto e indireto O teste de Coombs é um dos principais testes sorológicos imuno- hematológicos para detectar os anticorpos capazes se unir ao seu antigénio homólogo eritrocitário sem desencadear a aglutinação das hemácias. Os anticorpos fixos sobre as hemácias são detectados com ajuda de um soro com antiglobulinas humanas. Este reagirá com os anticorpos à superfície das hemácias sensibilizadas provocando a aglutinação entre elas. O Coombs Direto tem como objetivo detectar os anticorpos incompletos fixos in vivo sobre as hemácias do sujeito. O Coombs Indireto tem como objetivo a pesquisa no soro de anticorpos incompletos, incapazes de se ligarem sobre as hemácias susceptíveis de serem detectados pelo teste de coombs diretoA técnica baseia-se no princípio da hemaglutinação. 3.6.6. Widal É utilizada para o diagnóstico da febre tifoide e paratifoide (A e B). O uso concomitante de antigénio O somático e antigénio H flagelar aumenta o valor diagnóstico, sendo certo que, o antigénio O confirma a presença de infeção ativa (8ºdia após contaminação) aopasso que o antigénio H aparece mais 17 tarde (10-12 dias) e persiste durante muito mais tempo, sugerindo infeção passada. Por conseguinte, recomenda-se a determinação da prova serológica, com intervalos quinzenais, de modo a verificar a evolução da doença. 3.6.7. Marcadores de Hepatites A hepatite é uma inflamação do fígado, que pode ser originada por vírus, bactérias, drogas, ingestão de álcool, etc. Geralmente, no laboratório, são estudadas maioritariamente as hepatites provocadas pelos vírus A, B e C. Na rotina do laboratório foi observado a realização de testes para hepatite B e C. No HBV, são encontrados três sistemas antigénicos. O primeiro antigénio corresponde ao da superfície ou envelope viral (AgHBs), o qual é realizado no laboratório de estágio. o segundo é um antigénio específico do núcleo central core, constituindo a cápside (AgHBc) e o terceiro é outro antigénio também ligado ao núcleo (agHBe). O aparecimento do anticorpo anti- HCV pode demorar cerca de oito semanas após o contágio. 3.7. Parasitologia O exame parasitológico de fezes tem como objetivo diagnosticar os parasitas intestinais, por meio da pesquisa das diferentes formas parasitárias que são eliminadas nas fezes. Muitas vezes o número de formas parasitárias eliminadas nas fezes é pequeno, havendo necessidade de recorrer a processos de enriquecimento para concentrá-las, dentre os principais processos de enriquecimento tem-se a sedimentação espontânea e entre os métodos usa-se o método de Hoffmann. Este método permite o encontro de ovos e larvas de helmintos e de cistos de protozoários. Na rotina dos exames parasitológicos foi realizada a elaboração e visualização de lâminas no microscópio, a partir de amostras de fezes previamente preparadas, cedidas pelo laboratório e positivas para diversos enteroparasitas. Pelo método microscópico, foi possível identificar parasitas como, Ascaris lumbricoides, Entamoeba coli, Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Hymenolepis nana, Enterobius vermicularis, Iodamoeba, Ovo de Schistosoma mansoni, larvas de Sltongyloides stercoralis, entre outros. 18 3.8. Microbiologia Na rotina de microbiologia do laboratório foi possível realizar a semeadura de urocultura, coprocultura e cultura de orofaringe. A cultura de urina é utilizada para diagnóstico das infecções no trato urinário. As amostras do laboratório são coletadas pelos pacientes, utilizando-se o jato médio da primeira urina da manhã após higienização local. A primeira urina da manhã é a amostra ideal, pois há maior concentração de compostos, e não há outras interferências provocadas por outros fatores. Uma boa higiene também é fator preponderante, principalmente no que respeita à urocultura, para evitar o aparecimento de contaminação com flora normal da entrada da uretra. Amostras são processadas até duas horas depois da coleta ou armazenas em refrigeração, não excedendo o prazo de 24 horas. Na semeadura de urina foi utilizada a seguinte técnica: Homogeinizar a urina sem centrifugar; Flamba a alça e deixar esfriar; Imergir a alça calibrada de 0,01 mL ou 0.001 mL na urina de forma vertical; Semear na placa em Agar Cled e E.M.B (eosina-azul de metileno); Incubar em estufa de 35ºC de 18 a 24; As amostras de fezes são coletadas em frasco apropriado, podendo ser refrigeradas de 2 a 8ºC até 24 horas. Fezes sem conservantes devem ser processadas no prazo máximo de 1 hora após a coleta. Entre as amostras não aceitáveis estão às fezes enviadas em fraldas, colhidas com urina ou coletadas a mais de três dias. Os meios de cultura utilizados para semeadura de fezes é o Agar E.M.B e o meio seletivo, Ágar SS. Inicialmente flamba a alça, deixa esfriar e retira uma pequena quantidade da amostra de fezes para semear nas placas. As amostras de orofaringe são coletadas em um swab, e os meios de cultura utilizados para semeadura são o Ágar manitol, e o Ágar sangue. Na placa de Ágar sangue faz três furos no local que descarregou o inócuo, e após a semeadura esta placa é colocada em anaerobiose. 19 4. CONCLUSÃO O estágio supervisionado em análises clínicas foi de suma importância pois deu a oportunidade de praticar assuntos que antes eram vistos apenas em sala de aula, sendo possível desempenhar o papel do farmacêutico bioquímico dentro do laboratório, bem como a possibilidade de tentar resolver incógnitas relacionadas ao diagnóstico de algumas doenças através do resultado dos exames. É válido afirmar que foi uma experiência enriquecedora, pois contribuiu com a minha capacitação profissional, possibilitando a prática na execução de tarefas concedidas ao farmacêutico, aplicando o conteúdo teórico na prática, contribuindo para uma visão específica do campo de trabalho, das relações humanas e da ética profissional. Por fim, foi possível concluir que o estágio é de grande valia e a sua realização proporcionou conhecimentos iniciais a respeito do funcionamento, organização e atividades desempenhadas pelos funcionários neste estabelecimento. 20 5. REFERÊNCIAS GONÇALVES, José Eduardo Magalhães. Relatório de estágio em analises clínicas. Universidade José do Rosário Vellano. Belo Horizonte, 2010. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABHqsAH/relatorio-capa- estag2. Acesso em: 18 de maio de 2015. HOFFBRAND, Viktor, Moss, Paull e Pettit, John. Essencial Haematology. West Sussex, Reino Unido: Blackwell Science, 2006. LORENZI, T.F. Manual de Hematologia: Propedêutica e Clínica. 4ª ed. Editora MEDSI / GUANABARA KOOGAN; 2006. RAMOS, Mariana do rosário. Relatório de Estágio Mestrado em Análise Clínicas. Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, 2012. SOBREIRA, Paula Cristina Borges Pinheiro. Relatório de estágio: Mestrado em análises Clínicas. Faculdade de Farmácia. Coimbra, 2012. STRASINGER, Susan K, Uroanálise e Fluidos Biológicos. São Paulo, SP: Editorial Médica Panamericana, 2a edição; 1991.
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