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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE DIREITO
SOCIOLOGIA JURÍDICA
2013
COMPILAÇÃO DOS RESUMOS CEDIDOS PELOS ALUNOS SOBRE OS SEGUINTES CAPÍTULOS DA OBRA “SOCIOLOGIA” DE GIDDENS:
5, 8, 9, 14, 15, 16, 17, 18, 20
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
PROFESSORA MARCELLA FURTADO DE MAGALHÃES GOMES
Almir Megali
Amanda Viana 
Ana Carolina Figueiredo
Ana Carolina Brostel
Ana Carolina Vieira Gertrudes
GÊNERO E SEXUALIDADE
Resumo do Capítulo 5 do livro “Sociologia”, de Anthony Giddens
BELO HORIZONTE
2013
 “O que é ser um homem? O que é ser uma mulher? Talvez você pense que ser um homem ou uma mulher esteja fundamentalmente associado com o sexo do corpo físico com que nascemos. Mas como muitas questões de interesse dos sociólogos, a natureza da masculinidade e da feminilidade não é facilmente classificável. Algumas pessoas, por exemplo, acreditam que nasceram nos corpos errados e procuram ‘consertar as coisas’ trocando de gênero ao longo da vida.”
“É complicado para nós pensar que uma pessoa que era ‘ele’ possa se tornar ‘ela’ (...). Nossos conceitos de identidade de gênero, assim como as atitudes sexuais e inclinações relacionadas a elas, configuram-se tão cedo em nossas vidas, que, como adultos, as aceitamos como fatos dados.”
O presente capítulo deseja estudar a natureza do comportamento sexual humano e analisar o complexo caráter da sexualidade – padrões sexuais humanos – e diferenças sexuais, além de apresentar as atuais mudanças da vida sexual nas sociedades modernas e interpretar seu significado mais abrangente.
DIFERÊNÇA DE GÊNEROS
Diferentes abordagens tratam a questão da identidade do gênero e funções sociais fundamentadas nela, privilegiando mais ou menos as influências sociais no processo. 
Na diferenciação entre homens e mulheres o termo “sexo” é usado para se referir às diferenças anatômicas e fisiológicas enquanto “gênero” diz respeito às diferenças psicológicas, sociais e culturais. É fundamental essa divisão uma vez que muitas diferenças entre homens e mulheres não são biológicas.
Nas interpretações acerca do tema diferentes posições se tomam: argumentos de base biológica, argumentos baseados na socialização e aprendizado das funções do gênero e argumentos fundados na ideia de que gênero e sexo não tem qualquer base biológica e são completamente construídos. 
Gênero e biologia: diferença natural
Alguns autores sustentam que aspectos da biologia humana como hormônios cromossomos, tamanho cerebral e herança genética são responsáveis por diferenças inatas no comportamento entre homens e mulheres e podem ser vistas em qualquer cultura. Essa visão submete a desigualdade entre gêneros aos fatores naturais. Entretanto, críticas indicam que essa perspectiva funda-se, muitas vezes, em dados tirados do comportamento animal e não o humano, o qual sofre variações ao longo do tempo e espaço. Além disso, apontam que um traço mais ou menos universal não garante sua origem biológica: talvez possa existam fatores culturais genéricos que produzam tais características. Embora as teorias não possam ser descartadas, pesquisas buscam identificar origens psicológicas do fato. Apontar que os indivíduos obedecem a predisposições inatas negam a função vital da interação social em moldar os comportamentos humanos.
Socialização do gênero
Pelo contato com vários organismos sociais, primários e secundários, as crianças internalizam gradualmente a as normas e expectativas sociais que são percebidas como correspondentes ao seu sexo. As diferenças são culturalmente produzidas e surgem porque homens e mulheres são socializados em papeis diferentes. No processo são guiados por sanções positivas e negativas que recompensam ou restringem o comportamento, como: “Que menino valente você é” ou “Meninos não brincam de boneca” e ajudam a aprender os papeis sociais esperados e adequar-se a eles. Duas teorias capitais nessa explicação preocupam-se com a relação entre as crianças e aqueles que as cuidam, são elas a Teoria Freudiana do Desenvolvimento do Gênero e a Teoria do Desenvolvimento do Gênero de Chodorow, segundo as quais as diferenças são formuladas inconscientemente durante os primeiros anos de vida. Critica-se nas teorias de socialização do gênero a suposição de que a socialização é um processo tranquilo: diferentes organismos talvez estejam em divergências com outros. Além disso, as teorias ignoram a capacidade dos indivíduos de rejeitar ou modificar as expectativas sociais. Embora não se possa adotar indiscriminadamente a abordagem, estudos mostram que, em certa medida, as identidades de gênero são resultado de influências sociais.
A construção social do gênero e do sexo
Rejeita qualquer base biológica para as diferenças de gênero. A tecnologia está confundindo as fronteiras dos corpos físicos. O próprio corpo humano está sujeito a forças sociais que o moldam e o alteram. Pode-se dar significados que desafiem o visto como “natural”. Exercícios, dietas, piercings, cirurgias plásticas e de mudança de sexo possibilitam a escolha de construção e reconstrução do corpo. 
As identidades de gênero alegam em relação às diferenças sexuais, ajudando a moldar essas diferenças. As identidades de gênero e sexo estão intimamente ligadas.
PERSPECTIVAS SOBRE DESIGUALDADE DE GÊNERO
A preponderante divisão de trabalho entre os sexos levou homens e mulheres a assumir posições desiguais em termos de poder, prestígio e riqueza. De acordo com uma abordagem funcionalista, percebe-se que as diferenças de gênero contribuem para a estabilidade e a integração social. Pensadores dessa corrente, como Talcott Parsons, afirmavam que as famílias estáveis e apoiadoras são a chave para uma socialização bem-sucedida. Sendo assim, a família opera mais eficientemente com a divisão sexual do trabalho bem-estabelecida, em que as mulheres agem em funções expressivas, fornecendo cuidado e segurança às crianças e oferecendo-lhes suporte emocional. Por outro lado, os homens devem desempenhar funções instrumentais, isto é, ser o provedor da família.
Já as feministas criticam duramente as afirmações favoráveis ao fundamento biológico da divisão sexual do trabalho, alegando que não há nada natural e inevitável na distribuição de tarefas na sociedade.
Há várias abordagens feministas, dentre elas o feminismo liberal, que procura explicações das desigualdades de gênero em atitudes sociais e culturais e buscam trabalhar dentro do sistema existente para gradativamente alcançar reformas. Já no feminismo radical, há a crença de que os homens são responsáveis e beneficiados pela exploração das mulheres e somente ocorrerá a emancipação das mulheres por meio da abolição da família e das relações de poder que a caracterizam. Por último, tem-se o feminismo negro, o qual se concentra em problemas particulares enfrentados pelas mulheres negras, que foram discriminadas em função da sua raça, do seu gênero e da sua posição de classe.
FEMININIDADES, MASCULINIDADES E RELAÇÕES DE GÊNERO
Os sociólogos, como R.W Connell, estão cada vez mais se interessando pelas posições e experiências dos homens dentro de uma ordem maior na qual são moldados. A preocupação é em como o poder social detido pelos homens cria e sustenta a desigualdade de gênero. Segundo Connell, as relações de gênero são o produto de interações sociais e práticas cotidianas. O trabalho, a força e cathexis (relações pessoais/sexuais) são partes distintas, mas inter-relacionadas da sociedade que trabalham conjuntamente e se modificam em relação umas as outras. 
Connell acredita também que há muitas expressões diferentes de masculinidade e feminilidade. No nível da sociedade, essas versões contrastantes estão ordenadas numa hierarquia que está orientada em torno de uma premissa definidora – a dominação dos homens sobre as mulheres.
As pessoas podem, porém, mudar sua orientação de gênero. Logo, as identidades eaparências de gênero estão constantemente sendo ajustadas. Os direitos das mulheres casadas, os movimentos gays e o crescimento das atitudes “anti-sexistas” entre os homens apresentam ameaças à ordem atual.
 Além disso, muitos observadores crêem que as transformações econômicas e sociais estão também provocando a crise de masculinidade. As idéias de masculinidade ligadas à noção de “sair de casa para trabalhar” e trazer ao lar os ganhos suficientes para que a família não dependesse de auxílio do Estado foram minadas com o crescente desemprego, que, então, enfraqueceu elementos da masculinidade tradicional.
Percebe-se, então, que se antes era predominante a figura do “homem retributivo”, aquele que defende sua masculinidade e sua honra agredindo aqueles que representam os “traidores” da masculinidade, hoje há o chamado novo homem, que é aquele que demonstra sensibilidade em suas atitudes para com as mulheres, os filhos e com suas próprias necessidades emocionais. Ele faz com que a paternidade seja moderna, aparecendo ser um pai protetor forte, mas ainda sim gentil. A popularidade do novo homem pode ser vista como uma tentativa de reconstruir as idéias de masculinidade diante dos desafios do feminismo.
SEXUALIDADE HUMANA
Nas últimas décadas, as ideias relacionadas à sexualidade vêm sofrendo mudanças dramáticas, sendo que nos países ocidentais aspectos importantes da vida sexual da pessoa têm sido alterados de maneira notável. Por um lado, nas sociedades tradicionais, a sexualidade está ligada à ideia de heterossexualidade e ao processo de reprodução, ao passo que, atualmente, há uma crescente aceitação de diferentes formas de comportamentos e orientações sexuais.
Biologia e comportamento sexual
Considerada por muito tempo um assunto extremamente pessoal, a sexualidade é um assunto desafiante para os sociólogos estudarem. 
O fato de a anatomia feminina se diferenciar da masculina aponta para a existência de uma base biológica para a sexualidade. Tomando como base estudos que tentam mostrar que animais machos são mais promíscuos que as fêmeas de sua mesma espécie, alguns biólogos defendem a existência de uma razão evolucionista para explicar a tendência maior dos homens à promiscuidade, diferentemente das mulheres. 
Estudos mais recentes mostraram que a infidelidade feminina é, contudo, bastante comum no reino animal e que as atividades sexuais de muitos animais são complexas. 
O comportamento sexual humano é cheio de significado, isto é, a atividade sexual é simbólica, refletindo quem somos e as emoções experimentadas, sendo assim expressada de várias formas. Isto é considerada uma distinção clara entre os humanos e os animais.
Influências sociais no comportamento sexual
A maioria das pessoas, em todas as sociedades, é heterossexual, sendo a heterossexualidade o fundamento do casamento e da família.
Entretanto existem variados gostos e inclinações sexuais minoritárias. Freud determinou os seres humanos como “polimorfológicamente perversos”, objetivando com isso dizer que os homens têm muitos gostos sexuais e podem adotá-los, ainda que, em dada sociedade, sejam considerados imorais ou ilegais.
Existem várias práticas sexuais possíveis, valendo destacar algumas. Por exemplo, a relação sexual pode ser mantida com homens, com mulheres ou com ambos; pode ser mantida sozinha (masturbação) ou pode ser mantida com ninguém (celibato).
Em todas as sociedades existem normas sexuais que aprovam certas práticas, enquanto desencorajam outras. Os membros de uma sociedade aprendem essas normas através da socialização. As normas sexuais variam grandemente nas diferentes culturas.
Os tipos aceitos de comportamento sexual também variam nas diferentes culturas, o que nos permite saber que a maioria das respostas sexuais são aprendidas, e não inatas. 
Na maioria das culturas, as normas de atração sexual concentram-se mais, para as mulheres, na aparência física, mas não para os homens. Os padrões de beleza podem se apresentar de forma diferente em cada cultura. 
A sexualidade na cultura ocidental
As atitudes ocidentais para com o comportamento sexual foram moldadas, por aproximadamente 2000 anos, pelo cristianismo. A visão dominante (sobre as outras) da Igreja cristã era de que todo comportamento sexual é suspeito, exceto aquele necessário para a reprodução. 
No século XIX, as pressuposições religiosas sobre a sexualidade foram parcialmente substituídas pelas suposições médicas. No entanto, a maioria das primeiras obras escritas por doutores sobre o comportamento sexual possuíam tanto rigor quanto as visões da Igreja. 
As diferenciadas atitudes diante de atividades sexuais masculinas e femininas formaram um duplo padrão, isto é, uma forma diferente de tratar os comportamentos de cada sexo (homens “absolvidos” e mulheres “condenadas”), que existiu por muito tempo e cujos resíduos permanecem até hoje.
Na atualidade, as atitudes tradicionais existem ao lado de atitudes muito mais liberais para com a sexualidade, que se desenvolveram particularmente de modo intenso na década de 1960. 
Comportamento sexual: o estudo de Kinsey
Alfred Kinsey, que iniciou sua pesquisa nos Estados Unidos nas décadas de 1940 e 1950, foi o primeiro a realizar verdadeiramente uma investigação sobre o comportamento sexual. Sua obra enfrentou condenações de diversos órgãos e foi tratada como imoral.
Os resultados de Kinsey foram surpreendentes para a maioria das pessoas e chocante para muitos, porque revelaram uma grande diferença entre as expectativas do público ao comportamento sexual predominante naquela época e a conduta sexual real.
Essa diferença entre as expectativas era particularmente grande naquele período logo após a Segunda Guerra Mundial. O comportamento sexual mudou bastante, mas os assuntos concernentes à sexualidade não eram abertamente discutidos como hoje. 
Comportamento sexual depois de Kinsey
Na década de 1980, Lillian Rubin realizou uma pesquisa, nos Estados Unidos, para tentar descobrir quais mudanças ocorreram no comportamento sexual, após os estudos de Kinsey. Uma das importantes mudanças era que as mulheres passaram a esperar e ativamente perseguir o prazer sexual nas relações.
O fato de as mulheres estarem sexualmente mais liberadas do que outrora foi comemorado pela maioria dos homens, no entanto alguns homens passaram a se sentir “inadequados”, isto é, passaram a temer não conseguir satisfazer as mulheres.
Na sociedade moderna, os homens continuam dominantes na maioria das esferas e são, em geral, bem mais violentos com as mulheres do que vice-versa. Se os homens deixassem de usar a sexualidade como um meio de controle, não somente as mulheres, mas eles mesmos obteriam ganhos.
Uma nova fidelidade?
Em 1994 foi publicado um estudo por um grupo de pesquisadores no qual suas descobertas sugeriram um substancial conservadorismo sexual entre os americanos.
As pesquisas sobre o comportamento sexual são repletas de dificuldades, principalmente pelo fato de não se possuir certeza se as pessoas dizem a verdade sobre suas vidas sexuais quando questionadas por um pesquisador.
A validade das pesquisas sobre o comportamento sexual tornou-se recentemente o centro de um intenso debate, visto que críticos dessas pesquisas declararam que tais estudos não geram informações confiáveis sobre as práticas sexuais.
HOMOSSEXUALIDADE
A homossexualidade é a orientação das atividades sexuais ou dos sentimentos em relação às outras pessoas do mesmo sexo. Ela existe em todas as culturas e em algumas culturas não ocidentais ela é aceita e até mesmo encorajada em certos grupos.
Porem no mundo ocidental a ideia é que o homossexual é um individuo segregado da maioria da população em relação a seus gostos sexuais.
No século XIX, o ato de sodomia foi denunciado pelas autoridades da igreja e da lei e era punido com pena de morte, aplicava-se às relações entre homens e mulheres, homens e animais e entre homens. Já o termo Homossexualidade surgiu por volta de 1860 e fazia parte de um discurso medicalizado,tratado em termos clínicos, como um distúrbio psiquiátrico, mais do que como um pecado religioso. Juntamente com pedófilos e travestis, os homossexuais eram considerados sofredores de uma anomalia patológica que ameaçava a integridade da tendência dominante da sociedade.
A pena de morte para esses atos considerados "antinaturais" foi abolida nos EUA após a independência e nos países europeus no fim do século XVIII, e até décadas atrás, a homossexualidade permanecia uma atividade criminal em países do Ocidente. 
Apesar de os homossexuais ainda não terem saído totalmente das margens da sociedade, alguns progressos vem acontecendo nos últimos anos. A primeira foi a publicação do relatório Kinsey sobre o comportamento sexual da sociedade norte-americana, minando a crença de que os homossexuais eram um grupo minúsculo de desviados com distúrbios psiquiátricos. O segundo momento ocorreu em 1969 com as revoltas de Stonewaal, um episódio de violência entre policiais e a comunidade gay de Nova York. A epidemia da AIDS, no início da década de 1980, foi o acontecimento crucial na recente história da homossexualidade, pois devido ao grande número de infectados e mortos, houve o fortalecimento da comunidade gay e a homossexualidade se tornou um assunto publicamente aberto, tornando as atitudes em relação aos homossexuais mais leves nos países Ocidentais e as imagens afirmativas dos relacionamentos gays mais comuns na mídia e na imprensa. 
A homossexualidade na cultura ocidental
Kenneth Plumer classificou em quatro tipos a homossexualidade na cultura ocidental moderna. A homossexualidade casual é um encontro homossexual passageiro que não estrutura toda vida sexual de uma pessoa. As atividades situadas referem-se a circunstâncias em que os atos homossexuais são regularmente praticados, mas não se tornam uma preferência individual dominante. Já a homossexualidade personalizada refere-se aos indivíduos com preferencia por atividades homossexuais, mas que estão isolados dos grupos em que isso é aceito. Por fim, a homossexualidade como um estilo de vida refere-se aos indivíduos que assumiram e tornaram as relações com outras pessoas de gosto sexual parecido um elemento-chave de suas vidas.
O lesbianismo
O lesbianismo é a ligação ou as atividades sexuais entre mulheres e tendem a ser menos organizados que as subculturas gays masculinas. Algumas lésbicas estão ativamente envolvidas no feminismo e muitas mulheres gays vêm o lesbianismo menos como uma orientação sexual e mais como um compromisso e uma forma de solidariedade com outras mulheres - politicamente, socialmente e pessoalmente.
Atitudes em relação à homossexualidade
A homossexualidade não é uma doença e não está distintamente associada com quaisquer formas de distúrbios psiquiátricos.
A homofobia descreve um temor aos indivíduos homossexuais e também o desdém por eles, e embora a homossexualidade esteja se tornando mais aceita, o antagonismo aos homossexuais persiste nas atitudes emocionais de muitas pessoas. Casos de assaltos violentos e de assassinatos de homossexuais ainda são muito comuns, e por esse motivo, muitos grupos homossexuais promovem campanhas para classificar os atos anti-homossexuais como "crimes de ódio".
Alguns sociólogos investigaram o efeito da epidemia da AIDS sobre as atitudes populares para com a homossexualidade. A sexualidade e o comportamento sexual tornaram-se tópicos de discussão pública, incluindo campanhas em prol do sexo seguro patrocinadas pelo governo, até a cobertura pela mídia da difusão da epidemia. A epidemia ameaçou a legitimidade das ideias tradicionais de moralidade ao dirigir a atenção pública à predominância do sexo pré-matrimonial, às relações extraconjugais e às relações não heterossexuais na sociedade. Mas acima de tudo, a epidemia pôs em questão a universalidade da heterossexualidade e mostrou alternativas à família nuclear tradicional, que assumiu às vezes formas histéricas e paranoicas. Os homossexuais são retratados como uma ameaça ao bem estar moral da sociedade normal e para preservar a masculinidade heterossexual como norma, marginalizou-se e denegriu-se a ameaça percebida.
A luta por direitos e reconhecimentos legais
Muitos países aprovaram a legislação para proteger os direitos homossexuais. A África do Sul se tornou um dos primeiros países a garantir constitucionalmente os direitos homossexuais e muitos países da Europa permitem que parceiros homossexuais sejam registrados podendo reivindicar a maioria das prerrogativas do casamento. Um casal homossexual numa relação estável pode ser definido como uma família, com grandes implicações para direitos de herança e para o status parental.
Ativistas gays buscam a total legalização do casamento homossexual. Enquanto entre os casais heterossexuais o casamento está perdendo a importância, os homossexuais querem o mesmo direito, status e obrigações como qualquer pessoa. O casamento é um compromisso emocional, como instituição reconhecida pelo Estado com implicações legais definidas. Dá aos parceiros direito de tomar decisões de caráter médico envolvendo vida ou morte, direitos de herança e direitos de partilhar pensões e outros benefícios econômicos.
Os opositores ao casamento homossexual o condenam como frívolo e antinatural. Acreditam que legitima uma orientação sexual que o Estado deveria reprimir. Alguns ainda vêm como perversão e são violentamente opostos a quaisquer disposições que possam normalizá-la.
A maioria das pessoas gays só quer ser considerada normal e querem ter segurança econômica e emocional assim como as outras pessoas. Se os homossexuais não devem se tornar uma minoria alienada, o casamento gay deve ser legalizado.
PROSTITUIÇÃO
Definida como sendo uma concessão de favores sexuais em troca de ganho monetário, a “prostituição” está ligada ao colapso das pequenas comunidades, ao desenvolvimento das áreas urbanas e à comercialização das relações sociais.
No mundo antigo, as chamadas “prostitutas”, eram as concubinas e cortesãs (alta sociedade), bem como as amantes e as escravas.
Em relação à prostituição moderna vale destacar que os clientes e as mulheres não se conhecem, isto é, a relação não possui uma base pessoal, diferentemente de épocas antigas.
A prostituição hoje
Na Grã-Bretanha algumas prostitutas vêm da classe média, mas a grande maioria é oriunda das camadas sociais mais pobres, como no passado. Situações como o aumento do divórcio e as dificuldades de encontrar emprego acabam por elevar a prostituição.
Paul J. Goldstein classificou os tipos de prostitutas em termos de “compromisso ocupacional” e “contexto ocupacional”. O primeiro refere-se à frequência do envolvimento da mulher na prostituição, algumas apenas a utilizam para complementar a renda enquanto outras a têm como principal fonte de ganho. Já o segundo refere-se ao ambiente de trabalho e processo interativo em que a mulher está envolvida, por exemplo, rua, bordéis, “telessexo” e casa de massagem.
A prostituição infantil e a “indústria sexual global”
A prostituição frequentemente envolve crianças. Um estudo realizado por um grupo de países constatou que crianças que fugiram de casa e não possuem renda acabam se envolvendo nessa atividade para obter subsistência, tal fato que pode ser visto como uma consequência inesperada das leis que vedam o trabalho infantil.
Janus e Heid Bracey indicam três tipos de crianças prostituídas. As denominadas “fugitivas” fugiram de casa e não são encontradas pelos pais ou que fogem a cada vez que são trazidas de volta. Já as “erradias” vivem em casa, porém passam períodos fora. Por fim as “rejeitadas”, cujos pais são indiferentes ao que fazem.
Turismo sexual e prostituição infantil encontram-se interligados, sendo países como a Tailândia e as Filipinas um exemplo disso. O turismo sexual, atrai, em especial, homens europeus, norte americanos e japoneses aos países supracitados, por exemplo. Vale destacar que essa atividade é fortemente condenada por mulheres asiáticas, que protestam pelo seu fim.
O fornecimentode prostitutas para as tropas norte americanas durante as guerras do Vietnã e da Coréia motivou o turismo sexual no extremo oriente.
Um relatório publicado em 1988 pela Organização Mundial do Trabalho (OMT) revelou que a prostituição e a indústria do sexo, no sudeste Asiático, ganharam dimensões de um desenvolvido setor comercial. Apesar da desaceleração econômica da região essa atividade se manteve inabalável (caráter internacionalizado da atividade).
A indústria do sexo se encontra associada ao desemprego. Diversas mulheres, incluindo crianças e jovens, são atraídas para a prostituição e muitas acabam-se forçadas ao êxodo rural.
A OMT adverte que a indústria do sexo não possui estrutura legal ou políticas sociais para enfrentar suas consequências, por exemplo, a AIDS e as DST’s. Vale destacar que a prostituição encontra-se associada à violência, ao tráfico e à violação dos direitos humanos.
Explicando a prostituição
A prostituição ajuda a perpetuar a ideia masculina de tratar as mulheres como objeto, bem como expressa a desigualdade de poder entre os sexos.
Destaca-se, também, que essa atividade oferece um meio de satisfação sexual para as pessoas que não têm parceiros, que possuem gostos incomuns, que estão longe de casa e que procuram sexo sem compromisso.
Leis de prostituição na Europa
Na Grã-Bretanha a prostituição não é ilegal, no entanto a prática nas ruas, em conjunto nas residências e o aliciamento com fins lucrativos são proibidos. Já na Alemanha a prostituição é tolerada e regulamentada através de registro, o que reflete na proliferação de bordeis legais pelas cidades. Na Itália essa atividade é ilegal, mas com raras perseguições. Vale destacar a pressão do Vaticano contra debates sobre a regulamentação de bordéis mulheres do norte africano e leste europeu. Por outro lado, na França essa atividade é legal, porem os bordeis, assim como o aliciamento são ilegais. Já na Rússia a prostituição é ilegal, mas poucos respeitam a lei, o que é justificado pela transgressão ser punida apenas com multa (está no código civil e não no criminal). Por fim na Suécia a prostituta pode trabalhar legalmente e seu cliente pode ser perseguido. Pagar pelo sexo tornou-se transgressão criminal. 
CONCLUSÃO: GÊNERO E GLOBALIZAÇÃO
O movimento das mulheres é um fenômeno internacional dinâmico, que assinalou a existência de desigualdades de gêneros, mostrando a necessidade de superação. 
A globalização elevou a importância e o número dos participantes desse movimento, bem como elevou o contato com ativistas de países, como China, África do Sul e Peru.
Vale-se destacar algumas questões que o movimento feminista propõe a superação, como a violência contra as mulheres e a persistente discriminação e a violação dos direitos das meninas.
BIBLIOGRAFIA
GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed
Sociologia Jurídica – Trabalho Giddens
Alunos: Carolina Mello e Caio Soter
Direito Noturno - Turma D
CAPÍTULO 8 - CRIME E DESVIO
Giddens apresenta o tema desvio, explicitando que a noção de desviante e ainda, a relação entre desvio e crime não são simples de serem definidas. Além disso, ressalta a necessidade da existência de regras que delimitam condutas adequadas e inadequadas ao convívio em sociedade, mas alega que não se é possível cumprir todas elas, assim como é inviável descumpri-las por completo; em suas palavras: “Criamos regras da mesma forma como as rompemos”.
A Sociologia do desvio
Na sociologia, busca-se entender por que determinado tipos de comportamentos são amplamente considerados desviantes e como essas noções de desvio são aplicadas de maneira diferenciada às pessoas dentro da sociedade. Assim, nos estudos sociológicos leva-se em consideração o poder social, bem como a influencia da classe social na configuração das normas de comportamento (“regras de quem?”). Além disso, neste tópico o autor distingue desvio de crime apresentando suas respectivas definições: 
Desvio: “uma não conformidade com determinado conjunto de normas que são aceitas por um número significativo de pessoas em uma comunidade ou sociedade”;
Crime: “se refere a apenas uma conduta não conformista que infringe uma lei”.
Explicando o crime e o desvio
Explicação biológica: foco no aspecto físico que predispõe o indivíduo ao crime; amplamente criticada e desacreditada devido à falta de comprobabilidade.
Explicação psicológica: concentra-se em tipos de personalidade; crítica: com a variabilidade de tipos de crimes é inadmissível supor que aqueles que o cometem possuem características psicológicas em comum.
Ambas as teorias são positivistas por natureza, uma vez que pressupõem que a pesquisa empírica é capaz de detectar as causas do crime e consequentemente oferecer conselhos para sua erradicação e, além disso, tais causas são vistas como resultado de fatores que se encontram fora do controle do indivíduo, incrustados no corpo ou na mente. 
Teorias Sociológicas sobre crime e desvio
Contemplam aquelas que enfatizam o contexto social e cultural na qual ocorre o desvio ao em vez de se concentrarem nas explicações individualistas. São elas: 
TEORIA FUNCIONALISTA: crime e desvio são resultados de tensões estruturais e de uma falta de regulação social dentro da comunidade; disparidade entre desejos e realizações motivará comportamentos desviantes.
- Crime e anomia: Durkheim e Merton
Durkheim: 
Conceito de anomia: não existência de padrões claros que guiem o comportamento em determinada área da vida social; fator influenciável nas disposições para o suicídio.
Crime e desvio como fatos sociais; inevitáveis e necessários nas sociedades modernas.
O desvio preenche duas importantes funções na sociedade: função adaptável (força inovadora que gera mudanças) e promove a manutenção da fronteira entre o “bom” e o “mau” comportamento.
Merton:
Modificou o conceito de anomia: pressão imposta ao comportamento dos indivíduos quando as normas aceitas são conflitantes com a realidade social.
Desvio como um subproduto das desigualdades econômicas e da falta de oportunidades iguais; privação relativa.
- Explicações subculturais
Cohen: contradições existentes dentro da sociedade como causas do crime, mas em ocorrências coletivas através de subculturas. Defendia que os meninos de classe baixa trabalhadora diante de frustração com a realidade se unem em subculturas delinquentes, como as gangues.
Cloward e Ohlin: concordam com Cohen, mas acrescentam que os meninos que internalizam os valores da classe média e portando que são estimulados a aspirarem um futuro de classe média, quando não conseguem realiza-lo ficam predispostos à atividade delinquente. As gangues surgem em comunidades subculturais onde as possibilidades de alcançar o sucesso de forma legítima são pequenas.
- Avaliação
A falta de oportunidade para alcançar o sucesso em termos de uma sociedade mais ampla, de fato, é um dos principais fatores que geram a criminalidade. Porém, Merton, Cohen, Cloward e Ohlin podem ser criticados por presumirem que os valores da classe média se estendem à toda a sociedade e ainda, por restringirem a frustração gerada pelo conflito entre realidade e aspirações às classe menos privilegiadas o que desconsidera os crimes de “colarinho-branco de peculato”, por exemplo.
TEORIAS INTERACIONISTAS: Desvio como fenômeno construído socialmente; questiona-se como alguns comportamentos são definidos como desviantes e por que certos grupos são rotulados de desviantes.
- Desvio aprendido: associação diferencial
Sutherland: sugeriu que o desvio seja aprendido pela interação; associação diferencial (o comportamento criminoso é aprendido dentro de grupos primários).
TEORIA DA ROTULAÇÃO: interpretação do desvio como processo de interação entre desviantes e não desviantes. O rótulo de desviante como pressuposto para as práticas ditas desviantes. Tais rótulos que criam categorias de desvio expressam a estrutura de poder da sociedade.
Becker: identidades desviantes criadas a partir da rotulação.
Lemert: a rotulação de“desviante” tanto pode coexistir como pode tornar-se central pra identidade; desvio primário ( quando o ato desviante é normalizado, o rótulo de “desviante” permanece marginal para auto identidade da pessoa) e desvio secundário ( aceitação do rótulo)
Amplificação do desvio: segundo Leslie Wilkins, ao se rotular um ato como “desviante”, o organismo de controle na verdade incita esse mesmo comportamento a se apresentar com maior intensidade. 
- Avaliação
A teoria parte do pressuposto que nenhum ato é intrinsecamente criminoso e que as definições de criminalidade são estabelecidas pelos poderosos. As principais críticas à teoria da rotulação são a desconsideração dos processos que levam a prática de atos que serão rotulados como desviantes e o fato de não estar claro se a rotulação tem o efeito de reforçar condutas desviantes, uma vez que existem outros fatores responsáveis por tal amplificação.
TEORIAS DE CONFLITO - “A NOVA CRIMINOLOGIA”: rejeita-se a ideia de que o desvio seja previamente determinado, alegando que o comportamento desviante é uma escolha ativa dos indivíduos em resposta às desigualdades do sistema capitalista (viés marxista) - The New Criminology (1973), de Taylor, Walton e Young.
A perspectiva geral da “nova criminologia” foi desenvolvida em direções específicas por outros estudiosos, o que ampliou o debate a respeito do crime e desvio, incluindo questões sobre justiça social, poder e política.
- Novo Realismo de Esquerda
Nova tendência da criminologia influenciada por algumas concepções neomarxistas menos idealistas. Baseiam seus estudos na análise dos índices de vitimização, apresentando propostas realistas com uma abordagem pragmática e voltada para políticas públicas. Críticas: a percepção pública do crime normalmente se baseia em estereótipos, o que, involuntariamente, se contribuiria para a disseminação de preconceitos; ao concentrar-se nas vítimas não é dada a devida atenção aos motivos que levam à criminalidade. 
TEORIAS DE CONTROLE: pressupõem que o crime é decorrente de um desequilíbrio entre os impulsos em direção à criminalidade e os controles sociais ou físicos que a detém; crime como resultado das decisões situacionais (“transgressores motivados” + “alvos convenientes”).
A teoria de controle está relacionada a uma abordagem influente do policiamento, comumente chamada de “teoria das janelas quebradas” que presume uma conexão direta entre a aparência da desordem e o crime efetivo e fundamenta o policiamento de tolerância zero. Este, por sua vez, enfatiza o processo continuo de manutenção da ordem como chave para redução da criminalidade, que é falho devido à arbitrariedade na identificação da “desordem social” pela polícia.
Hirschi: conhecido teórico de controle, afirmou que os humanos são fundamentalmente egoístas e racionais no sentido de serem capaz de avaliar as consequências de um ato criminoso; propôs também a existência de quatro elos responsáveis pela manutenção da sociedade e a obediência às leis: apego, compromisso, envolvimento e crença. Estes, quando suficientemente fortes auxiliam no controle social e na conformidade, mas quando fracos, o resultado tende a ser a delinquência ou desvio.
Sendo assim, os teóricos de controle defendem que, em vez de mudar o criminoso, as práticas de prevenção do crime são mais eficazes: endurecimento em relação ao alvo.
Críticas à teoria: tanto o policiamento de tolerância zero quanto o endurecimento em relação ao alvo não se dedicam às causas subjacentes do crime, restringindo apenas a proteger certos elementos da sociedade de seu alcance; “mentalidade de fortaleza” entre os privilegiados; há possibilidade de deslocamento dos padrões criminais de um domínio para o outro à medida que os alvos populares para o crime sofrem “endurecimento”.
CONCLUSÕES TEÓRICAS: 
- A variabilidade de atividades criminosas inviabiliza a elaboração de uma única teoria que explicasse todas elas.
- Contribuições das teorias sociológicas sobre o crime: enfatizam corretamente as conexões existentes entre o comportamento criminoso e o respeitável; a variação dos contextos nos quais tipos específicos de atividades são vistos como criminosos, evidencia a relação dos mesmos com as questões de poder e desigualdade dentro da sociedade; importância de um contexto como ponto em comum.
- Destaque para a teoria da rotulação que nos sensibiliza para as formas pelos quais algumas atividades vêm a ser definidas como crime e para as relações de poder que constituem tais definições, bem como para as circunstâncias em que determinados indivíduos desobedecem às leis.
-As maneiras de entender o crime afetam diretamente as políticas desenvolvidas para combatê-lo. 
Padrões do crime no Reino Unido
A partir da década de 1950, o crime tornou-se uma preocupação mais proeminente na vida da população britânica. 
- Crimes e estatísticas relacionadas ao crime
A discrepância existente entre estatísticas oficiais e a experiência que a população de fato tem com o crime torna tais estatísticas menos confiáveis. Mas é importante considerar com elas são produzidas e quais são seus enfoques; “números obscuros” do crime não registrado, estudos de vitimização.
As estatísticas de redução do crime na sociedade de risco
Apesar do quadro enganador que as estatísticas oficiais apresentam, é importante ressaltar que os delitos criminais assumiram um papel de destaque na sociedade britânica e, dentro deste contexto, as políticas se voltaram ao “controle” da insegurança.
- Reações políticas ao crime 
Ascensão de Margaret Thatcher, na Grã Bretanha, e de Ronald Reagan nos EUA resultaram em vigorosas abordagens de “lei e ordem”. 
Sanções legais e mais severas como meio de intimidação mais eficaz contra a criminalidade; tais políticas não atacam as causas subjacentes, gerando processos de exclusão física, “bolhas de segurança” e “locais de confiança”.
Ampliação das forças policias; problema: os índices de criminalidade não tornaram-se menores.
- Policiando a sociedade de risco
Ericson e Haggerty: o policiamento dedica-se menos a controlar o crime e mais a detectar e administrar os ricos; a ênfase em coletar e processar informações pode ser alienante e frustrante para a polícia; Solução proposta: expansão do policiamento comunitário e de grupos de vigilância de bairros como uma incorporação central do policiamento à sociedade de risco.
- Policiamento comunitário
Prevenção do crime e redução do temor em relação a ele estão intimamente ligados à reconstrução de comunidades fortes;
Destaque para o efeito cumulativo de crimes e formas de desordem pública de menores proporções, uma vez que quando não reprimidos o comportamento perturba a ordem, indicando ao cidadão que a área não é segura; a saída das áreas de risco afasta tais cidadãos dos papeis de amparo mútuo, renunciando assim, os controles sociais que mantinham a “civilidade” dentro da comunidade.
Proposta: “policiamento comunitário” – além da parceria entre polícia e cidadãos, pressupõe um envolvimento de todos os grupos econômicos e étnicos. Tal estratégia auxilia também na luta contra problemas socias responsáveis pelo aumento da criminalidade, promovendo inclusive uma justiça social. “Onde há degradação da ordem social e dos serviços públicos, outras oportunidades, tais como novos empregos, também entram em declínio”.
Vítimas e perpetradores do crime
Segundo os criminologistas, existem grupos com tendências a cometer mais crimes, e a probabilidade de alguém se tornar vítima de um crime, está ligado à área onde essa pessoa vive. Normalmente áreas com maior privação material atingem maiores índices de crime, por exemplo.
- Gênero e crime
As taxas de criminalidade também são diferentes entre homens e mulheres, o que reflete diretamente na taxa prisional. Na Grã Bretanha, por exemplo, apenas 3% do número de presos são mulheres. Além da questão quantitativa, normalmente os crimes praticados pelas mulheres não são violentos, e são em sua maioria, de pequena escala. O autor pontua também que existe a possibilidadedessa diferença não ser tão grande, mas das instituições e da polícia deixarem passar despercebido alguns delitos, por achar as mulheres menos perigosas e não atentar tanto ao comportamento das mesmas. Giddens também chega a trabalhar a problemática do feminismo nesse contexto, que busca uma não diferenciação da mulher em quesitos criminológicos. 
- O crime e a “crise da masculinidade”
É notório que em algumas regiões existe a formação de bandos ou gangs criminosas desde muito cedo, com membros muito jovens. Com o tempo, nota-se que existe também a formação de bandos criminosos femininos, mas com traços de masculinidade. Mostra-se ainda nessa seção do texto, que o nível de criminalidade está diretamente relacionado ao desemprego, quando tratamos de delinquência entre homens. Nota-se ainda ser difícil sair da vida de criminalidade, tendo em vista que para o jovem é difícil entrar no mercado de trabalho, uma vez tendo havido histórico criminal. 
- Os crimes contra mulheres
Em algumas modalidades de crime, a maioria das vítimas são mulheres, e os criminosos são homens; sendo bons exemplos deles: violência doméstica e assédio sexual. Estima-se que 1/3 das mulheres são vítimas de alguma violência ao decorrer de sua vida. Um dos grandes problemas desse tipo de crime é que muitos nem chegam ao conhecimento das autoridades competentes, pelo fato de que muitas vítimas não prestam queixa.
- Os crimes contra homossexuais
Existe a cultura de que as mulheres, pela sua fragilidade, devem evitar se sujeitarem aos crimes. Por exemplo, devem evitar andar sozinhas na rua para que não corram o risco de serem estupradas. Já houve vezes em que o comportamento feminino foi visto no tribunal como atenuante no processo do agressor. Existe um pensamento semelhante no que se relaciona aos crimes contra os homossexuais, tanto mulheres quanto homens. Nota-se que uma grande parcela dos homossexuais sofre violência em algum momento da vida, principalmente violência verbal ou vandalismo. Existe uma diferença entre as relações heterossexuais e homossexuais. Enquanto as relações heterossexuais são do domínio público, as relações homossexuais são mais limitadas ao domínio privado, e a exteriorização dessas relações são muitas vezes vistas como uma provocação.
- A Juventude e o crime
O maior medo que existe com relação à crime, é centrado em assaltos, agressões e violações, ou como são mais conhecidos: crimes de rua. Uma boa parte desses crimes, tem como autores jovens do sexo masculino. 
-O tráfico de drogas
Apesar de existirem diversos fatores que vão facilitar ou não o tráfico de drogas em uma região, um deles é o mais fundamental: a existência de uma rede de produção e abastecimento do tráfico. A globalização facilitou ainda mais o tráfico. Hoje as drogas são produzidas em países de terceiro mundo, e exportadas para todos os outros. 
- O crime do colarinho branco 
Apesar da maior parte dos crimes estarem associados a jovens de classes baixas, não estão confinados a esse segmento. Geralmente várias pessoas ricas e poderosas cometem crimes com consequências mais graves do que os crimes cometidos por jovens de classes baixas. Esses crimes são ainda mais difíceis de avaliar segundo sua distribuição, devido ao fato que muitos não são identificados. Além disso, a identificação do autor não é tão óbvia quanto em outros tipos de crimes menos complexos. 
O crime organizado
O crime ilegal agrega jogo ilegal, prostituição, roubo em grande escala e crimes de extorsão; e hoje em dia o crime organizado se mostra como algo de dimensões transnacionais.
- Cibercrime
O crime organizado foi facilitado pelo avanço da tecnologia, que fez com que a vulnerabilidade ao crime aumentasse. É muito difícil hoje quantificar e organizar a extensão do cibercrime.
A justiça punitiva: o caso dos Estados Unidos da América
Os EUA tem o sistema de justiça mais punitivo do mundo, no qual existem mais de 2 milhões de pessoas encarceradas hoje em dia, e 4 milhões estão sobre a jurisdição do sistema penal. Além disso, mais de 70% da população adulta apoia a pena capital. 
As prisões serão uma resposta adequada ao crime?
Existe uma crença de que a prisão tem o papel de corrigir o criminoso, e que a longo prazo, pode inclusive dissuadir o crime, e por esse argumento, várias pessoas são à favor de penas mais duras e longas. Apesar de tudo isso, os dados sugerem que as prisões não têm esse poder.
Conclusão: crime, desvio e ordem social
Em toda sociedade vão existir uma pluralidade de ações, e deve-se achar um lugar para as pessoas que não têm sua conduta condizente com o desejado pela sociedade. Mostra-se também que quanto mais reconhecidas e amplas as liberdades individuais, menor é a taxa de violência. 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE DIREITO
2º Semestre de 2013
Sociologia Jurídica
Direito Diurno – Turma A 
Anala Lélis
Ana Luíza Nogueira
Arthur Barreto
Bárbara Aneth
Bárbara Boechat
Capítulo 9: Raça, Etnicidade e Migração
O Apartheid – sistema de segregação social forçada – foi formalizado na África do Sul em 1948, quando o Partido Nacional ascendeu ao poder. Sob o Apartheid, todo o sul africano era dividido em quatro “categorias” de pessoas baseadas em sua etnicidade, e os brancos – descendentes dos imigrantes europeus -, que correspondiam a aproximadamente 13% da população, dominavam a maioria não-branca. Esse sistema de segregação era institucionalizado e aplicado mediante extremada coação estatal. Foi um período que se prolongou até a última década do século XX. Quando o Partido Congresso Nacional Africano (ANC) teve sua interdição suspensa em 1990 e seu líder, Nelson Mandela, foi libertado da prisão, a história começou a trilhar novos rumos. Nelson Mandela foi eleito presidente na eleição seguinte, e adotou inúmeras medidas que consolidaram verdadeira base para a construção de uma sociedade multiétnica e equitativa. Durante seu governo, foi criada a Comissão Verdade e Conciliação (TRC), que, apesar de não poder mudar sozinha toda a realidade de segregação social conhecida pela África do Sul, forçou a atenção para as consequências perigosas do ódio racial e, por meio de seu próprio exemplo, demonstrou o poder da comunicação e do diálogo no processo de reconciliação.
COMPREENDER RAÇA E ETNICIDADE
RAÇA
	O conceito de raça é um dos mais complexos da sociologia, principalmente pela contradição entre o seu uso cotidiano e sua base científica (ou inexistência dela). O ser humano não pode ser facilmente categorizado em raças. Inclusive, não há um acordo entre os cientistas sobre esse assunto.
	As teorias científicas sobre raça surgiram no final do século XVIII e início do século XIX, sendo utilizadas para justificar o domínio do povo europeu que se estabelecia sobre diversas outras populações. O racismo científico que surgira nesse momento, mais tarde, influenciou Adolf Hitler, que transformou a superioridade racial na ideologia de seu partido, e outros grupos de supremacia branca, como o Ku-Klux-Kan (nos Estados Unidos da América) e os arquitetos do Apartheid (na África do Sul).
	Nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, a “ciência racial” foi completamente desacreditada e o conceito de raça abandonado pela comunidade científica, uma vez que foi percebido que a diversidade genética encontrada dentro de populações que compartilham traços físicos é tão grande quanto a encontrada entre populações diferentes. Não há, portanto, um fundamento biológico para o emprego do termo “raça”. No entanto, muitos estudiosos acreditam que, enquanto conceito, esse termo continua possuindo significado para muitas pessoas. O que é raça, então, se não se refere às categorias biológicas?
	Existem inúmeras diferenças físicas entre os indivíduos, mas algumas delas tornam-se fator de discriminação social e de preconceito. As diferenças raciais não devem ser entendidas como um fator biológico, mas como variações físicas consideradas socialmente significativas. Nesse sentido, a raça pode ser entendidacomo um conjunto de relações sociais que permitem situar os indivíduos e os grupos e determinar vários atributos ou competências com base em aspectos biologicamente fundamentados.
	A racialização – processo pelo qual as interpretações de raça são empregadas na classificação de indivíduos – é marcante a partir do século XV, quando os europeus começam a ter contato com diferentes povos do mundo e tenta categorizá-los abaixo da “raça branca”. Dentro de um sistema racializado, o dia-a-dia dos indivíduos é moldado e constrangido.
ETNICIDADE
	O conceito tem significado puramente social. A etnicidade refere-se às práticas e as visões culturais de uma comunidade que a tornam diferente de outras. Portanto, diferentes características podem distinguir etnias diferentes, mas as mais comuns são língua, história ou linhagem, religião, roupas e adornos. São diferenças facilmente aprendidas por meio da socialização; não há nada de inato nesse fenômeno social.
	A etnicidade consegue oferecer a identidade de um grupo ou indivíduo com um passado, sendo, normalmente, mantida por meio de tradições culturais. Ela não é, no entanto, estática ou imutável, mas sim adaptável as situações inconstantes.
	A etnicidade é atributo de todos os membros de uma população. Contudo, na prática, ela está, com maior frequência, associada a grupos minoritários dentro de uma população.
GRUPOS MINORITÁRIOS
	Na sociologia, os membros de um grupo minoritário estão em desvantagem se comparados à população majoritária e possuem grande senso de solidariedade de grupo. A experiência de ser objeto de preconceito e discriminação, em geral, realça os sentimentos de lealdade e de interesses em comum. O termo “grupos minoritários”, portanto, não consiste em um questão numérica, não possui um sentido literal. Há muitos casos em que a minoria é, na verdade, a maioria, como ocorre na questão das mulheres, que correspondem a mais da metade da população em inúmeros lugares. Alguns estudiosos preferem chamar de minorias aqueles grupos que tenham sofrido preconceito nas mão de uma sociedade majoritária.
	Os membros de um grupo minoritário tendem a se ver como pessoas distanciadas da maioria, tanto fisicamente, morando em bairros separados, por exemplo, quanto socialmente.
	Muitos grupos minoritários se distinguem étnica e fisicamente da porção majoritária. O tom de pele, por exemplo, é considerada um fator de distinção de grupos minoritários.
	As diferenças étnicas raramente são neutras, mas é comum estarem associadas às riquezas e ao poder.
PRECONCEITO, DISCRIMINAÇÃO E RACISMO
O conceito de raça é moderno, mas o preconceito e a discriminação são difundidos há muito pela história humana.
Preconceito: refere-se a opiniões ou atitudes (positivas ou negativas) defendidas por membros de um grupo em relação a outro grupo, geralmente minorias étnicas. Os pontos de vida preconcebidos, geralmente, se baseiam em boatos, estereótipos, caracterizações fixas e inflexíveis, além de serem resistentes a mudanças. 
Discriminação: refere-se ao comportamento concreto em relação à um grupo ou indivíduo, como a sua exclusão de oportunidades abertas a outras pessoas. Apesar de o preconceito ser, com frequência, a base da discriminação, esses conceitos podem existir separadamente.
Racismo: é o preconceito baseado na raça – distinções físicas socialmente significativas. Uma pessoa racista é aquela que acredita na superioridade de certos indivíduos com base nas diferenças racializadas. 
Muitos defendem a noção de racismo institucional, que sugere que o racismo permeia todas as estruturas da sociedade de um modo sistemático, sendo mais que simplesmente um conjunto de ideias nas quais pequenos grupos de indivíduos acreditam. Dessa forma, instituições favorecem certos grupos e discriminam outros, fazendo que o racismo sustente o próprio tecido da sociedade. Essa concepção surgiu no final da década de 1960, nos Estados Unidos, e é amplamente aceita.
DO “VELHO RACISMO” AO “NOVO RACISMO”
	Assim como ocorreu com o conceito de “raça biológica”, o racismo “biológico”, em seu velho sentido – associação direta dos traços físicos à inferioridade biológica -, é raramente expresso de forma aberta hoje em dia. Segundo alguns estudiosos, esse racismo “biológico” foi, de certa forma, substituído pelo racismo “cultural”, mais sofisticado, que aproveita a ideia das diferenças culturais para excluir certos grupos. De acordo com esse ponto de vista, portanto, a superioridade e a inferioridade são construídos conforme os valores da cultura majoritária. Alega-se que o “novo racismo” possui dimensão política clara.
IDENTIDADE NEGRA
Não há um consenso quanto à utilização do termo “negro” na sociologia. Primeiro ele foi muito usado como um termo pejorativo de estigma social. Mais tarde, somente na década de 1960, é que os norte-americanos e os britânicos de origem africana reclamaram o termo e passaram a empregá-lo no sentido positivo, como veículo de características boas da população “negra”.
EXPLICAR O RACISMO E A DISCRIMINAÇÃO ÉTNICA
INTERPRETAÇÕES PSICOLÓGICAS
As interpretações psicológicas auxiliam a :
- Entender a natureza dos atos preconceituosos
- Entender os motivos pelos quais as diferenças étnicas são tão relevantes para muitas pessoas
Dentre as teorias psicológicas, duas merecem destaque:
* A primeira abordagem toma como basilar a consideração de que o preconceito atua essencialmente através do julgamento estereotipado. Nesse sentido, os indivíduos tomam por base determinados estereótipos e descarregam o seu antagonismo em outros indivíduos, culpados por coisas que realmente não teriam responsabilidade, considerados “bodes expiatórios”. A busca por bodes expiatórios se mostra comum em cenários nos quais dois grupos étnicos com privações competem por motivos econômicos. Essa busca é direcionada, na maioria das vezes, contra grupos que são diferentes e relativamente fracos, uma vez que são considerados alvos fáceis. Protestantes, judeus, católicos, africanos, italianos, e outros grupos, assumiram contra sua vontade, função de bodes expiatórios ao longo da história
* A segunda abordagem apregoa que há pessoas que são mais predispostas ao pensamento estereotipado e à projeção (atribuição de desejos e características a outros de forma inconsciente), em resultado de socialização na infância. Uma célebre investigação realizada nos anos 40 diagnosticou um caráter denominado pelos investigadores de personalidade autoritária, o que possibilitou a criação de diversas escalas para medir os níveis de preconceito. Como resultado, os autores concluíram que indivíduos com personalidades autoritárias tendem a ser submissos e conformistas diante daqueles que consideram superiores para com os inferiores, e a ser muito intolerantes em seus atos religiosos e sexuais. A pesquisa também concluiu que pessoas educadas por pais mais distantes e disciplinadores, seriam adultos que pensam de modo estereotipado. A pesquisa foi submetida a diversas críticas, no entanto representa uma grande contribuição para a compreensão dos padrões de autoritarismo.
INTERPRETAÇÕES SOCIOLÓGICAS
Certos mecanismos psicológicos mencionados existem em membros de todas as sociedades, e auxiliam a explicar as razões pelas quais o preconceito étnico é um elemento comum a diversas culturas. No entanto, revelam pouco sobre os processos sociais envolvidos na discriminação. Esses processos devem ser estudados a partir de ideias sociológicas.
* Etnocentrismo, fechamento de grupo e repartição de recursos
- > Etnocentrismo: desconfiança em relação a estranhos combinada com tendência para avaliar as outras culturas em termos de sua própria cultura.
O etnocentrismo se combina com o pensamento estereotipado uma vez que os forasteiros são considerados diferentes, moral e mentalmente inferiores.
-> Fechamento de grupo: Processo através do qual os grupos estabelecem fronteiras, formadas por instrumentos de exclusão que acentuam as divisões entre grupos étnicos, que os separam dos outros. Os instrumentos de exclusãocompreendem a limitação ou proibição de casamentos entre membros, restrições de contato social e nas relações econômicas e a separação física dos grupos.
-> Repartição de recursos : Caso um grupo étnico deter maior poder em relação a outros, o fechamento do grupo acaba coincide com a repartição de recursos, o que institui desigualdade de distribuição de riqueza e bens.
Conflitos étnicos graves originam-se devido aos princípios de fechamento, e mais precisamente porque esses princípios determinam desigualdades na distribuição de poder, riqueza e posição social. Considerando esses últimos como recursos escassos, os grupos privilegiados se utilizam, por vezes, de atos de extrema violência contra outros grupos, e de modo semelhante, os grupos menos favorecidos recorrem também à violência para tentar melhorar sua posição.
* Teorias de Conflito
Tais teorias têm preocupação com as relações entre o racismo e o preconceito e com as relações de poder e desigualdade. As primeiras concepções sobre o racismo sugeridas pelas Teorias do conflito foram influenciadas por ideias marxistas, que consideravam o sistema econômico como fator determinante de todos os outros aspectos da sociedade. Alguns teóricos marxistas argumentaram que o racismo era o produto do sistema capitalista, enquanto os teóricos neo-marxistas sugeriram que o racismo não era um produto apenas das forças econômicas, considerando-o como um fenômeno complexo que envolve uma interação entre identidades e crenças de minorias étnicas e da classe trabalhadora.
RAZÕES PARA A PERSISTÊNCIA DO RACISMO
-A oposição entre o branco e o negro está profundamente enraizada na cultura europeia
-Invenção e difusão do conceito de raça
-Relação de exploração estabelecidas pelos europeus com populações não-brancas.
SÍNTESE : TEORIAS PSICOLÓGICAS X SOCIOLÓGICAS
As teorias psicológicas sugerem que o racismo é um conjunto de crianças compartilhadas por um grupo diminuto de pessoas de determinados traços psicológicos. As teorias sociológicas por outro lado, indicam que as causas do preconceito e do racismo estão localizadas na cultura ou nas estruturas sociais.
INTEGRAÇÃO ÉTNICA E CONFLITO ÉTNICO
A migração internacional se intensifica com o aumento da integração da economia global, o que faz com que os desafios complexos e as vantagens da diversidade étnica sejam considerados por um número crescente de países. Estipula-se que a mistura de populações humanas será acentuada nos próximos anos, entretanto conflitos étnicos continuam a surgir e se intensificar em todo o globo, o que ameaça a integração de estados multiétnicos.
MODELOS DE INTEGRAÇÃO ÉTNICA
* Assimilação:
Os imigrantes abandonam seus costumes e usos, mudando sua linguagem, forma de vestidor, estilo de vida. e cultura, e passam a adotar um comportamento pautado por valores e normas da maioria visando à sua integração na nova ordem social.
* Melting Pot
As tradições dos imigrantes não são abandonadas, mas sim misturadas às tradições dominantes para a formação de novos padrões culturais. Muitos autores defendem que essa seria o produto ideal da diversidade étnica. Formas híbridas de moda, arquitetura, música e culinária são manifestações culturais produzidas através do Melting Pot.
* Pluralismo
Os grupos étnicos minoritários desfrutam dos mesmos direitos estendidos à maioria da população e as subculturas diferentes são reconhecidas a igual valia das culturas predominantes com objetivo de construção de uma sociedade genuinamente plural. As diferenças étnicas são respeitadas e celebradas enquanto componentes vitais da vida nacional.
CONFLITO ÉTNICO
* Conflito étnico : forte hostilidade entre diferentes grupos ou comunidades étnicas.
Tais hostilidades ocorreram nos anos 90 na antiga Iugoslávia, na Croácia, Bósnia e em Kosovo. Nos dois últimos, países ocidentais interviram diplomática e militarmente nos conflitos visando á proteção dos direitos humanos dos grupos étnicos que se tornaram algo da limpeza étnica.
* Limpeza étnica: deslocamento de grupos étnicos alvo de violência, agressão, ameaças e das campanhas de terror.
* Genocídio: eliminação sistemática de um grupo étnico por outro
O termo genocídio tem sido usado atualmente para descrever a dizimação de povos indígenas da América do Norte e do Sul após a chegada de exploradores europeus. O genocídio da Armênia, o Holocausto e o genocídio de Ruanda, ocorridos no século XX são outros exemplos aos quais o termo genocídio pode ser aplicado.
Na atualidade, observa-se um número pequeno de guerras entre nações, uma vez que a maioria das guerras são guerras civis que se assentam cada vez mais em divisões étnicas. Observa-se também a importância dos fatores internacionais na delineação das relações étnicas e ressalta-se que os efeitos de conflitos étnicos internos produzem impactos que vão muito além das fronteiras nacionais, atraindo atenção internacional.
Diante do exposto, a resolução e a prevenção de conflitos étnicos constituem desafios essenciais tanto para estados individualmente e quanto para as estruturas políticas internacionais.
MIGRAÇÃO GLOBAL E IMIGRAÇÃO PARA O REINO UNIDO
A imigração (entrada de pessoas em um país) e a emigração (saída de pessoas de um país) são responsáveis por ampliar o contato intercultural e a diversidade étnica, sendo cada vez mais presentes em uma sociedade globalizada, na qual os fluxos de mercadorias, ideias e, no caso, pessoas, se intensificam cada vez mais.
Existem quatro diferentes tipos de modelos de migração, adotados por diferentes países: o clássico, adotado por nações como EUA e Austrália, nos quais há uma promessa de acolhida do estrangeiro em uma sociedade na qual ele viverá o sonho de construir uma vida nova, a despeito de haver controle ao volume de entrada de indivíduos; o colonial, da França e da Inglaterra, em que há favorecimento da entrada de indivíduos originários das ex-colônias dos países receptores; o modelo de trabalhadores-visitantes, da Alemanha, em que os estrangeiros não são equiparados a cidadãos, mas ficam temporariamente para trabalhar em lacunas oferecidas pelo mercado; e o ilegal, que se prolifera em todo o mundo, com as tentativas de fechamento de fronteiras.
Antigamente, explicava-se a migração através de fatores de atração e de repulsão, com os primeiros indicando o que fazia com que houvesse movimentos de entrada em um país, e os segundos indicando o que influenciava a saída de outros. Atualmente, prefere-se a explicação em macro e micro processos: os primeiros referem-se a situações estruturais, como fatores econômicos e catástrofes naturais; e os segundos, à formação de redes de pessoas e à construção de um imaginário simbólico acerca de outra nação. Por exemplo, o que influencia a emigração de trucos para a Alemã são a atratividade da economia alemã e a fraqueza da turca (macroprocessos), e a construção de uma imagem positiva da Alemanha, bem como a existência de amplas redes facilitadoras de viagens (microprocessos).
Atualmente, a migração apresenta quatro características diferentes dos processos de trocas de países de residência que ocorriam anteriormente: Aceleração, diversificação (os países recebem migrantes de muitas nacionalidades), globalização (cada vez mais países recebem e emitem migrantes) e feminização (cada vez mais mulheres estão migrando).
Outro conceito importante o de diáspora, que remete à dispersão de um povo pelo mundo, motivado por fatores econômicos, como no caso dos indianos, ou de vitimização, como os judeus e os armênios. O que particulariza a diáspora é a manutenção de um forte vínculo com a terra de origem e de uma identidade coletiva dos migrantes. Assim, há a continuidade de uma forte solidariedade intra-grupal, e a perpetuação de elementos de identificação cultural.
No Reino Unido, os processos imigratórios foram fortemente marcados pela expansão industrial, primeiramente através da Revolução industrial, que abriu inúmeras novas oportunidades de salários e exigiu a importação de mão de obra. Também após a segunda guerra houve expansãoda entrada de estrangeiros, devido à escassez de pessoal para a reconstrução do país, e também à concessão de direitos aos nacionais de ex-colônias britânicas. Entretanto, a partir da década de 60, o controle foi recrudescendo, a partir do crescimento de uma perspectiva que via o imigrante como um ocupador de postos de trabalho roubados dos nacionais, visão essa especialmente difundida entre trabalhadores pobres brancos moradores das periferias. Com isso, foi cassado o privilégio de que originários de ex-colônias britânicas pudessem requerer cidadania plena após 5 anos de residência na Grã-Bretanha, e outros cerceamentos à possibilidade de entrada no Reino Unido. Também pesa o alto índice de rejeição da pessoas vindas do chamado terceiro mundo, o que gera acusações de racismo ao sistema imigratório britânico.
DIVERSIDADE ÉTNICA NO REINO UNIDO
A imigração foi um fator importante para proporcionar a diversidade étnica da população britânica, mas, atualmente, tem contribuído para a redução da proporção da população étnica minoritária, que, em sua maioria, nasceu no Reino Unido. Tal população conta com mais de 3 milhões de pessoas e se concentra principalmente nas áreas urbanas mais densamente povoadas na Inglaterra.
A partir do censo de 1991, foi possível determinar com maior precisão a composição étnica da população britânica, pois se descartou como critério determinante o local de nascimento do chefe de família para se aplicar a autoclassificação do indivíduo como membro de um grupo étnico. Diz-se mais preciso, pois um grande percentual da população étnica minoritária acabou nascendo na Grã-Bretanha, mas também surgiram problemas na autoclassificação, uma vez que a consideração étnica dos entrevistados pode ser mais complexa do que as opções fornecidas no levantamento.
A partir do censo, pôde-se inferir determinados dados. Destaque-se que quanto ao gênero, a maioria dos grupos étnicos minoritários apresenta um equilíbrio maior de composição do que se observava antigamente, quando prevalecia a população masculina. E, ainda, de todos os grupos minoritários, os bangladeshianos são os mais jovens.
EMPREGOS E SUCESSO ECONÔMICO
Pode-se observar que as minorias étnicas possuem desvantagens quanto a distribuição ocupacional, níveis salariais, discriminação nos processos de contratação e de promoção e índices de desemprego, como vai se examinar nos tópicos abaixo.
TENDÊNCIAS DOS PADRÕES OCUPACIONAIS DE MINORIAS ÉTNICAS DESDE 1960
Em 1960, foi realizado, na Grã-Bretanha, o mais antigo levantamento nacional sobre as minorias étnicas, no qual se constatou que os imigrantes recém chegados acabavam por ocupar empregos inadequados às suas habilidades - mesmo no caso dos imigrantes qualificados - e por se aglomerar em ocupações manuais dentro de indústrias. Nessa década, a discriminação por base étnica era enorme, levando alguns empregadores a não fazer contratações senão de brancos.
Na década seguinte, 1970, a legislação mudou para impedir a discriminação racial nos processos de contratação e as minorias étnicas ganharam mais espaço em empregos manuais profissionalizados, mas, em sua maioria, ainda ocupavam subempregos. Na década de 1980, por sua vez, observou-se que os não-brancos fluentes em inglês ingressaram mais em “cargos de colarinho branco”, e, no geral, houve uma redução da distância entre os salários daqueles e dos brancos, que pode ser explicada pelo fato de os não-brancos terem buscado driblar o desemprego através do trabalho autônomo.
DESCOBERTAS RECENTES
Atualmente, as minorias étnicas continuam a sofrer com a desvantagem salarial, discriminação durante a contratação e altos índices de desemprego, mas deve-se destacar que certos grupos alcançam mais sucesso do que outros. Os descendentes de afro-asiáticos e chineses, por exemplo, possuem índice de rendimento e desemprego semelhante ao dos brancos, ao passo que mulheres chinesas têm duas vezes mais chance de serem contratadas do que as brancas. Observa-se, ainda, que há índices diferentes de emprego entre homens e mulheres de diferentes grupos étnicos
“O SUCESSO ECONÔMICO INDIANO”
Os negócios autônomos asiáticos se tornaram muito presentes na sociedade britânica e reforçam um aspecto social importante: os sul-asiáticos que trabalham como autônomos ou pequenos empregadores são os não-brancos mais bem-sucedidos em questão de nível de renda. Tariq Modood explicou o “sucesso econômico indiano” como resultado de um trabalho duro, apoio comunitário e familiar e alta prioridade dada à educação.
É preciso destacar, entretanto, que muitos autônomos asiáticos trabalham com uma carga horária extremamente longa, podendo chegar a 80 horas por semana, por trabalharem, muitas vezes, como empregados de membros da família, não usufruindo, pois, de prerrogativas trabalhistas.
OS PROBLEMAS ENFRENTADOS NA SUBIDA AO TOPO
Pode-se dizer que há um “teto” que impede a subida de indivíduos não-brancos a determinados níveis profissionais. Os homens pertencentes a minorias étnicas têm cerca de metade das chances dos homens brancos de atingirem o topo de suas profissões, mesmo que altamente qualificados. Essas barreiras permanecem como uma lembrança da permanência do preconceito que as minorias étnicas ainda sofrem.
HABITAÇÃO
Assim como ocorre nos padrões de emprego, a qualidade e o tipo de habitação é variável de acordo com os grupos étnicos. Diversos fatores explicam essa diferença: o assédio racial; os ataques violentos; a hostilidade étnica àqueles que se estabelecem em locais predominantemente brancos, entre outros. Alguns sociólogos afirmam que os diferenciais étnicos na habitação é resultado dos processos competitivos no mercado da habitação, ou seja, os desafios que tais grupos têm de enfrentar – como a discriminação e a baixa renda – diminuem as suas opções habitacionais.
RAÇA E CRIME
Os membros de grupo étnicos minoritários, na década de 1990, estavam super-representados na prisões. Os afro-caribenhos representavam 7% das detenções entre 1998 e 1999 na Inglaterra e País de Gales, mas eram apenas 2% da população total. Pode-se acreditar que esses indivíduos sofrem tratamento discriminatório dentro do sistema de justiça criminal, que, majoritariamente, é administrado por brancos. O crime não está distribuído uniformemente pela população. Áreas com privação material estão acompanhadas de maiores índices de criminalidade.
RACISMO POLICIAL
Roger Graef concluiu em seu estudo sobre a polícia que esta era “ativamente hostil em relação a todos os grupos minoritários”. Alguns incidentes envolvendo policias brancos e cidadãos negros, como a violência aplicada, em 1991, contra Rodney King, fizeram emergir preocupações sobre o racismo institucional nos EUA. Tais incidentes geraram uma hostilidade de minorias étnicas e a polícia tanto na Grã-Bretanha quanto nos EUA. Em certo ponto, a hostilidade é resultado de uma experiência direta.
Como a probabilidade de ocorrência de crimes contra as minorias étnicas é maior se comparada aos brancos, pode-se concluir que eles necessitam de maior proteção da polícia e da justiça criminal, mas o que se observa é que as instituições elegem não-brancos como alvos. A prática do “perfil racial” pela polícia significa que os membros de grupos étnicos estão, em geral, sujeitos a um exame mais rigoroso e maior suspeita de má conduta.
IMIGRAÇÕES E RELAÇÕES ÉTNICAS NO CONTINENTE
Assim como a Grã-Bretanha, vários outros países europeus foram transformados pelas migrações que aconteceram no século XX. Nas duas primeiras décadas após a segunda guerra mundial ocorreram migrações em grande escala no continente europeu, onde os países mediterrâneos forneceram mão de obra aos países do norte e oeste. 
A conjuntura de migrações, relacionadas à necessidade de mão de obra, abrandou há duas décadas quando o cenário de alta economia se transformou em recessão. Entretanto, com a queda do Muro de Berlim houve o nascimento de uma “nova migração”, que decorreu da abertura das fronteiras entre o Leste e o Ocidente e da guerra e do conflito étnicona antiga Iugoslávia. Nesse sentido podemos notar uma diferença em relação ao antigo padrão de migração, uma vez que países do sul e da Europa central também se tornaram destinos escolhidos. 
O intenso movimento de integração europeia pós-queda do muro de Berlim se mostrou decisivo para o aumento gigantesco de migrações regionais entre países europeus. Porém alguns problemas surgiram:
*O fato de que os cidadãos da União Europeia obtiveram o direito de trabalhar em qualquer país pertencente ao bloco econômico, fez com que surgisse uma desigualdade entre aqueles que eram mais qualificados e os que não eram. 
*O acordo assinado entre os países europeus que garantiram o livre trânsito de pessoas e mercadorias entre eles fez com que imigrantes ilegais que tivessem acesso a pelo menos um dos países membros do bloco pudessem se deslocar livremente entre eles. Isso gerou um aumento dos crimes fronteiriços e de imigrações ilegais para a UE. Algumas políticas para evitar imigrações ilegais foram criadas e houve um investimento na vigilância das fronteiras. Porém o tráfico de imigrantes persiste encontrando formas de burlar as novas formas de segurança impostas. 
	A prosperidade europeia e a qualidade de vida atraem muitas pessoas interessadas em desfrutar dessas vantagens. Como já foi exposto, há rígidas políticas que barram a entrada de imigrantes. Alguns desses, então, recorrem a pedidos de asilo, mesmo que não estejam vivendo perseguições em seus países de origem. Em razão disso, os governos procuram analisar com bastante rigor os processos antes de dar asilo a quem o solicita. Na verdade, os estados europeus buscam incentivar a volta dos asilados a seus países e ameaçam com a deportação todos os que estiverem desempregados ou que cometam crimes. Ressalta-se que grande parte da população europeia também vê a imigração com olhos de muita cautela e às vezes até mesmo com um olhar racista. 
CONCLUSÃO
	A globalização tem feito com que as sociedades se tornem mais diversas etnicamente. Algumas pessoas aceitam bem essa nova complexidade étnica e cultural, outras, entretanto, a considera ameaçadora e mantêm sua visão fundamentalista. Muitos dos conflitos étnicos atuais são resultados desse fundamentalismo que evita o diálogo com o diferente. O desafio diante do exposto é, então, conseguir formar uma sociedade mais cosmopolita. 
CONCEITOS CHAVE
Raça- Características físicas, como cor da pele, que são tratas por uma sociedade como etnicamente significativas. Porém, a ideia de raça é um mito, pois não existem nos seres humanos características que permitam diferencia-los em raças. 
Grupos étnicos- Se diferem culturalmente um do outro, ou seja, se diferenciam na linguagem, história ou ancestralidade, religião, modos de vestir ou adornos. Essas diferenças são aprendidas, não são naturais como aparentam. 
Grupo minoritário- É o grupo que é discriminado pela maioria da população em uma sociedade. 
Preconceito- Manter atitudes preconcebidas acerca de um grupo ou individuo. 
Discriminação- Comportamentos que privam membros de um grupo de oportunidades dadas a outros. 
Racismo- Afirmar que características hereditárias de personalidade ou comportamento então ligadas a uma determinada aparência física. 
Conflitos étnicos- Devem ser entendidos como histórico profundamente interligado a expansão do Ocidente e ao colonialismo.
Modelos de integração étnica- Assimilação: Os novos grupos de imigrantes adotam as atitudes e linguagens da comunidade dominante. Melting pot: As diferenças dos grupos étnicos se fundem. Pluralismo: Os grupos étnicos existem separadamente. 
Genocídio- Eliminação de um grupo étnico por outro.
Migração- Movimentos de pessoas de uma região ou sociedade para outra visando ali se fixar.
Governo, Política e Poder
• Governo: Representação regular de políticas, decisões e assuntos de Estado por parte dos servidores que compõe um mecanismo político.
• Política: Meios pelos quais o poder é utilizado para influenciar o alcance e o conteúdo das atividades governamentais. É possível que a esfera política extrapole os limites do campo das instituições próprias do Estado. 
• Poder: Habilidade de os indivíduos ou grupos fazerem valer os próprios interesses ou as próprias preocupações. Há presença desse elemento em praticamente todas as relações sociais.
• Autoridade: Emprego legítimo do poder, estando legitimidade ligada ao consentimento da autoridade pelos o que a ela se submetem. Muito confundida com o elemento “poder”, mas ambos se diferenciam.
O conceito de Estado
• Estado: Existe onde há mecanismo político de governo controlando determinado território, cuja autoridade é amparada por um sistema legal e pela capacidade de utilizar a força militar para implementar suas políticas. 
• Características do Estado-Nação Moderno:
→ Soberania: Governo possui autoridade sobre uma área que tenha uma fronteira clara, dentro da qual ele representa poder supremo.
→ Cidadania: Quando as pessoas possuem direitos e deveres comuns e se consideram parte de uma nação.
→ Nacionalismo: Conjunto de símbolos e convicções responsáveis pelo sentimento de pertencer a uma única comunidade política.
Tipos de regime político
• Monarquia: Sistema político liderado por uma única pessoa cujo poder é legado a sua família através de gerações, sendo esse domínio exercido com base na tradição e no direito divino. Vale lembrar que a legitimidade da monarquia ocorre pela força do costume e não da lei.
• Monarquia Constitucional: Poder efetivo encontra severas restrições na Constituição, esta que confere autoridade àqueles que foram eleitos como representantes do povo. Os monarcas, geralmente, cumprem certas responsabilidades simbólicas.
• Democracia: Sistema político no qual que quem governa é o povo. Em algumas sociedades a democracia limita-se à esfera política, ao passo que, em outras, estende-se a âmbitos mais amplos da vida social. Existem dois tipos básicos de democracia, sendo eles: Democracia Participativa ou Direta – as decisões são tomadas em comunidade por aqueles que são afetados por elas, como ocorria na Grécia antiga e hoje, através de plebiscitos – e Democracia Representativa – sistema político no qual as decisões que afetam a comunidade não são tomadas pelo conjunto de seus membros, mas pelas pessoas que eles elegeram para tal finalidade. Vale lembrar que nos países onde os eleitores tem a possibilidade de escolha entre dois partidos ou mais e nos quais a massa da população adulta tem direito ao voto são geralmente chamados de democracia liberais.
• Autoritarismo: Sistema político em que a participação popular é repudiada ou severamente restringida. Nessas sociedades, as necessidades e os interesses do Estado ganham prioridade sobre os dos cidadãos comuns, e nenhum mecanismo legal de resistência ao governo, ou para remover um líder do poder, é instituído. 
O avanço global da democracia
• Democracia = Padrão fundamental da legitimidade política. Seu avanço global foi influenciado pela queda do comunismo em 1989, acelerando o processo de democratização social.
→ Tendência de adoção à democracia não é irreversível nem imutável Alguns períodos históricos evidenciam a vulnerabilidade e a fragilidade do sistema.
• Popularidade da Democracia liberal: Fracasso dos demais regimes + mudanças sociais e econômicas ao longo dos anos. 
Há também o fator globalização : 
 
** O acesso à informação citado enfraquece a legitimidade de regimes baseados na contestação e no tradicionalismo. 
• Paradoxo da Democracia: Avanço da democracia em geral X Desilusão das sociedades democráticas maduras no regime.
→ Queda na confiança dos cidadãos nos seus representantes = queda da confiança no governo = queda na participação política social O que NÃO culmina em descrédito na democracia.
• É preciso de um governo MAIS atuante, porém, um governo atual e eficaz necessita que a democracia se torne

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