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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – UFMG INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA CURSO DE GEOGRAFIA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA RURAL PROFESSORA MARIA APARECIDA DOS SANTOS TUBALDINI ANALISE DO DESENVOLVIMENTO RURAL DA MICRO REGIÃO DE PATOS DE MINAS E MUNICIPIO DE SÃO GOTARDO – MG BELO HORIZONTE – JUNHO DE 2014 MARIA EDUARDA RODRIGO CAVALCANTE RONALDO BARRETO TATIANA ABREU VIRGINIA SAMORA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – UFMG INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA CURSO DE GEOGRAFIA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA RURAL PROFESSORA MARIA APARECIDA DOS SANTOS TUBALDINI ANALISE DO DESENVOLVIMENTO RURAL DA MICRO REGIÃO DE PATOS DE MINAS E MUNICIPIO DE SÃO GOTARDO – MG BELO HORIZONTE – JUNHO DE 2014 Agradecimento especial a professora Cidinha, cuja a orientação e a paciência foram muito importantes na conclusão desse e de todos os trabalhos efetuados na disciplina. MARIA EDUARDA RODRIGO CAVALCANTE RONALDO BARRETO TATIANA ABREU VIRGINIA SAMORA SUMÁRIO SUMÁRIO.............................................................................................................................. 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................................... 7 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................... 8 Clima ................................................................................................................................................ 8 Hidrografia ...................................................................................................................................... 9 Geomorfologia & Pedologia ........................................................................................................ 11 Vegetação ..................................................................................................................................... 15 Análise do espaço rural e População Rural e Urbana da Microrregião de Patos de Minas e do Município de São Gotardo e o Projeto PADAP .................................................................... 17 Estrutura Agrária da microrregião e do município de São Gotardo ....................................... 22 Condição do produtor ................................................................................................................. 23 Grandes usos da terra ................................................................................................................. 25 Os cultivos da Lavoura Temporária e a diversidade da agricultura ....................................... 29 Bovino – corte e leite – nº de bovinos de corte e leite e quantidade de carne e leite ......... 31 Estrutura fundiária do município e da microrregião ................................................................ 32 ANÁLISE DA PROPRIEDADE VISITADA .......................................................................... 39 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 41 ANEXO ................................................................................................................................ 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 43 2 FIGURAS, TABELAS e GRÁFICOS Figura 1 - Localização do município de São Gotardo. Fonte: Cidade Brasil / Estado de Minas Gerais / Município de São Gotardo ........................................................................................................................................................ 6 Figura 2 - Mapa da HIDROGRAFIA DA MICRORREGIÃO DE PATOS DE MINAS E MUNICÍPIO DE SÃO GOTARDO. FONTE: IGAM 2012. ............................................................................................................................................... 10 Figura 3 - Mapa da Litologia da microrregião de Patos de Minas. Fonte: Sisema. ................................................ 11 Figura 4 Mapa da Pedogêses da Microrregião de Patos de Minas (UFLV 2010). .................................................. 12 Figura 5 Mapa da Vegetação da microrregião de Pato de Minas ( IEF 2009) ........................................................ 16 Figura 6 Fazenda Capão Grande (Foto: Gabriela Ascanio, 2014) .......................................................................... 32 Figura 7 Fazenda Capão Grande (Foto: Gabriela Ascanio, 2014) .......................................................................... 33 Figura 8 Mapa da Microrregião de Pato de Minas e Estrutura fundiária. Fonte: CENSO AGROPECUÁRIO. ......... 42 Tabela 1 Hidrografias dos município de São Gotardo Fonte: IGAM 2012. .............................................................. 9 Tabela 2 SUmarização das fisionomias que compõe a região. (IEF 2009). ............................................................ 15 Tabela 3 Produto interno Bruto, Renda percápta e IDH. Dados de Censo 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ranking decrescente dos IDH-M de 1991 e 2000 de todos os municípios do Brasil. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). .............................................................................................................. 18 Tabela 4 População residente em 2000 e população residente em 2010, por situação do domicílio, área total e densidade demográfica, segundo as mesorregiões, as microrregiões e os municípios. Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000/2010........................................................................................................................................ 18 Tabela 5 População urbana e rural da microrregião de Patos de Minas. Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000/2010. ............................................................................................................................................................ 20 Tabela 6 Número de estabelecimentos agropecuários e Área dos estabelecimentos por utilização das terras e grupos e classes da atividade econômica (Censo Agropecuário) .......................................................................... 21 Tabela 7 Estrutura fundiária 1970 Fonte: (Tese SANTOS, 2010) ........................................................................... 22 Tabela 8 Estrutura fundiária 1975 Fonte: (Tese SANTOS, 2010) ........................................................................... 22 Tabela 9 Condição do produtor 1995 (Censo Agropecuário) ................................................................................ 24 Tabela 10 Condição do produtor 2006 (Censo Agropecuário 2006) ..................................................................... 25 Tabela 11 Uso da terra - 1995 (Censo Agropecuário) ........................................................................................... 27 Tabela 12 Número de estabelecimentos agropecuários e Área dos estabelecimentos por utilização das terras, condição do produtor em relação àsterras, tempo em que o produtor dirige o estabelecimento, grupos de área total e associação à cooperativa e/ou à entidade de classe (Censo agropecuário 2006) ..................................... 28 Tabela 13 Lavoura Temporária – São Gotardo 2012. Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2012. Rio de Janeiro: IBGE, 2013. NOTA: Atribui-se zeros aos valores dos municípios onde, por arredondamento, os totais não atingem a unidade de medida. ....................................................................................................................... 30 Tabela 14 Bovinos efetivos - São Gotardo 2012. Fonte: IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2012. Rio de Janeiro: IBGE, 2013. NOTA: Atribui-se zeros aos valores dos municípios onde, por arredondamento, os totais não atingem a unidade de medida. ....................................................................................................................... 31 Tabela 15- Produção e Venda de leite de vaca no ano nos estabelecimentos agropecuários, por condição do produtor em relação às terras, grupos de área total e grupos de cabeças de bovinos (censo agropecuario 2006) ............................................................................................................................................................................... 31 Tabela 16 Número e Área dos Estabelecimentos segundo os grupos de área do Município de São Gotardo - MG. Fonte: IBGE - Censo Agropecuário ........................................................................................................................ 36 3 Gráfico 1 A Organização Meteorológica Mundial (OMM) define Normais como “valores médios calculados para um período relativamente longo e uniforme, compreendendo no mínimo três décadas consecutivas”, 30 anos. Fonte: INMET. .......................................................................................................................................................... 8 Gráfico 2 População residente 2000/2010. Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000/2010. .................................. 19 Gráfico 3 População urbana e rural da microrregião de Patos de Minas. Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000/2010. ............................................................................................................................................................ 20 Gráfico 4 Número e Área dos Estabelecimentos segundo os grupos de área do Município de São Gotardo - MG ............................................................................................................................................................................... 37 4 INTRODUÇÃO Esse trabalho tem por finalidade analisar os aspectos que influenciam no desenvolvimento rural, o que significa analisar a atividade agrícola da mesorregião do Triângulo Mineiro e a microrregião de Pato de Minas, onde situa-se o município de São Gotardo, área do trabalho de campo na região. A natureza das atividades agrícolas, sempre esteve atrelada profundamente ao espaço geográfico e seus limites, como clima, relevo, biologia, pedologia etc, de forma endêmica. Contudo esses limites geográficos tem influência cada vez menor, em detrimento dos avanços na hibridação e na engenharia genética, assim como avanços tecnológicos que permitem modificações de elementos do meio físico, como irrigação, drenagem, cultivo em estufas, quebra-ventos etc, (TEIXEIRA & LAGES, 1997). Por essa razão é importante analisar os aspectos e impactos dessa mudança no cenário do rural. Em campo, observamos e analisamos essa nova forma de relação homem natureza, a modernização da agricultura e os parâmetros de insustentabilidade. São Gotardo é uma cidade mineira que se localiza na mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, Microrregião Pato de Minas. O processo de ocupação da região advêm das primeiras expedições que penetravam o sertão mineiro que povoaram com fazendas e arraiais, a partir dos anos 70 a região recebeu grande numero de descendentes japoneses que vieram integrar o Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba (PADAP). A população atual é estimada em 31.807 habitantes conforme o censo 2010 (IBGE). O município de São Gotardo detém uma das maiores taxas de crescimento populacional da região do Alto Paranaíba, que se relaciona com a grande oferta de trabalho local na produção agrícola. O município é conhecido pela alta produtividade agrícola por hectare, obtendo um alto rendimentos por área. A agricultura representa a principal atividade econômica, seguida pela pecuária, comércio e indústria. A produção é bem diversificada e com alta tecnologia envolvida em prol da elevada produtividade que visa abastecer o mercado interno brasileiro e algumas culturas visando exportação; Geograficamente privilegiada entre São Paulo, Minas Gerais, Brasília e Goiânia, a região do Alto Paranaíba onde se localiza o município de São Gotardo contou com ação estatal crucial na modificação e criação de infra-estrutura e em numerosos incentivos à iniciativa agrícola. 5 “A função de entreposto comercial assumida pela região permitiu uma sólida acumulação de capitais que, já nos anos 50, e com mais intensidade nos anos 60, se transformaria em investimentos modernizadores da atividade agrária, bem como financiaria em parte a industrialização regional ocorrida na década de 70”. (MICHELOTO, 1990, p.64) No dia 30/05/2014 saímos da UFMG Campus Pampulha no horário de aproximadamente 13:00 horas, acompanhados pela professora Maria Aparecida dos Santos Tubaldini, com destino a cidade de São Gotardo um município do estado Minas Gerais, no qual está localizado na mesorregião do Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba. Nosso objetivo principal é de verificar a estrutura agrária do local a fim de aplicar todo os conhecimentos aprendidos ao longo do semestre na disciplina de Geografia Agrária. A descrição do trajeto de Belo Horizonte até São Gotardo foi sugerida pela professora com a finalidade de observar as alterações na paisagem ao longo do percurso, aguçando nossos olhos principalmente às modificações nas quais estão direta ou indiretamente ligadas a disciplina de Geografia Agrária, observando as pastagens, ao gado leiteiro, aos latifúndios, minifúndios, monocultura e correlacionando estas informações aos tipos vegetação, solo, forma de manejo, clima, geologia, condições da estrada etc, analisando a relação entre o homem e o meio natural. São Gotardo faz divisa com os municípios de Matutina, Santa Rosa da Serra i Rio Paranaíba, São Gotardo se situa a 95 km a Sul - Leste de Patos de Minas a maior cidade nos arredores. Situado a 1 083 metros de altitude, de São Gotardo as coordenadas geográficas do município Latitude: 19° 18' 27'' Sul Longitude: 46° 3' 22'' Oeste. As cidades e vilarejos vizinhos de São Gotardo Município confinante de São Gotardo Rio Paranaíba Matutina Matutina Rio Paranaíba Matutina Campos Altos Santa Rosa da Serra Santa Rosa da Serra 6 Municípios vizinhos de São Gotardo Matutina 15.5 km Rio Paranaíba 23.4 km Santa Rosa da Serra 26.6 km Arapuá 29.4 km Serra da Saudade 31.6 km Tiros 35.6 km Estrela do Indaiá 36.9 km Carmo do Paranaíba 39 km Cedro do Abaeté 39.8 km FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO GOTARDO. FONTE: CIDADE BRASIL / ESTADO DE MINAS GERAIS / MUNICÍPIO DE SÃO GOTARDO 7 MATERIAIS E MÉTODOS Inicialmente foi feito um levantamento bibliográfico. Posteriormente, é posto como exemplificação um trabalho de campo no qual permitiu a nossa aproximação com o proprietário e funcionários a fim de compreendermos o posicionamento de cada um deste diante do que seria está estrutura agrária.A utilização de dados estatísticos, cartas topográficas, mapas, foi de extrema importância para se ter dimensão do espaço no qual estamos abordando dando subsídio para entendermos a essência do projeto PADAP. 8 DESENVOLVIMENTO CLIMA O clima que predomina no município é classificado como tropical de altitude (Köppen, 1948), com temperatura média dos meses mais quentes e mais frios, respectivamente, de 22° e de 18° C. Apresenta duas estações bem distintas com verão quente e úmido e inverno frio e seco, com precipitação média total anual de 1415 mm, influenciado por altas pressões subtropicais, ventos alísios e até mesmo da ZCIT . O regime térmico é caracterizado por temperatura média anual de 21º C, sendo a média máxima anual de 22,3°C e a média mínima anual de 18,3° C. GRÁFICO 1 A ORGANIZAÇÃO METEOROLÓGICA MUNDIAL (OMM) DEFINE NORMAIS COMO “VALORES MÉDIOS CALCULADOS PARA UM PERÍODO RELATIVAMENTE LONGO E UNIFORME, COMPREENDENDO NO MÍNIMO TRÊS DÉCADAS CONSECUTIVAS”, 30 ANOS. FONTE: INMET. O volume de precipitação tem sua menor taxa no mês de Junho, quando ocorre o solstício de verão no hemisfério Norte e respectivamente solstício de inverno no hemisfério Sul, que marcam a chegada do verão e do inverno respectivamente. A região tem um alto déficit hídrico nesse período. 9 HIDROGRAFIA As bacias hidrográficas que fazem parte da mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba são a Bacia do rio Grande, Bacia do rio Paranaíba e a Bacia do rio São Francisco e os rios são os rio Paranaíba com uma extensão aproximada de 1.070 km até a junção ao rio Grande, onde ambos formam o rio Paraná que localiza-se no ponto de encontro entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Hidrovias de São Gotardo Córrego Abaeté de Cima Córrego Euclides Córrego Tercinha Córrego Taquara Córrego Abaeté dos Venâncios Córrego Funchal de Cima Córrego Trincheite Córrego do Sapecado Córrego Angico Córrego Fundo Córrego Varanda Córrego do Varador Córrego Angélica Córrego Fundona Córrego Vargem Grande Córrego dos Francios Córrego Araçá Córrego Gameleira Córrego Varginha Córrego dos Lourenços Córrego Atalho Córrego Gordura Córrego Vieira Córrego dos Patos Córrego Bacaina Córrego Grande Córrego da Cachoeirinha Córrego dos Paulinos Córrego Balduino Córrego Guarda-Mor Córrego da Mata Córrego Água Fria Córrego Barbatimão Córrego Ilha do Inhame Córrego da Tonta Córrego Água Grande Córrego Batata Córrego João Severino Córrego da Vaca Riacho do Torto Córrego Bebedouro Córrego Matão Córrego da Vertente Riacho do Tourão Córrego Brejão Córrego Moinho Córrego da Volta Ribeirão Confusão Córrego Cachoeira Alta Córrego Monjolo Córrego do Barro Ribeirão do Ferreiras Córrego Café Córrego Movado Córrego do Borrachudo Ribeirão dos Ferreiras Córrego Caldeirão Córrego Nau de Guerra Córrego do Coqueiro Rio Abaeté Córrego Campestre Córrego Olaria Córrego do Ecalavrado Rio Borrachudo Córrego Campo Grande Córrego Pacheco Córrego do Engenho Rio Funchal Córrego Carneiro Córrego Pinheiros Córrego do Franquinho Rio Indaiazinha Córrego Confusão Córrego Pirapitinga dos Pessoas Córrego do Macaco Rio Indaiazinho Córrego Cruzeiro Córrego Ponte Funda Córrego do Melo Rio Indaiá Córrego Cêrca Velha Córrego Porteiras Córrego do Pavio Rio Traipu Córrego Estreito Córrego Porto Velho Córrego do Pirapitinga das Perobas TABELA 1 HIDROGRAFIAS DOS MUNICÍPIO DE SÃO GOTARDO FONTE: IGAM 2012. 10 FIGURA 2 - MAPA DA HIDROGRAFIA DA MICRORREGIÃO DE PATOS DE MINAS E MUNICÍPIO DE SÃO GOTARDO. FONTE: IGAM 2012. 11 GEOMORFOLOGIA & PEDOLOGIA Do ponto de vista do embasamento geológico, o relevo da mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba configura-se numa grande área, denominados Chapadões Tropicais do Brasil Central (Ab’saber, 1971), e situa-se na Formação Serra Geral. Conforme Nishyama (1989), a região possui arenitos conglomeráticos com grãos angulosos, seleção pobre, feldspatos e minerais pesados. A litologia da microrregião de Pato de Minas é compostas por rochas comgloméricas, lateríticas, depósito de areia, depósitos de argila, argilito, siltito, ardósia, foscorito, arenito, dolomito, rochas carbonáticas pontuais, xisto, filito, rochas metapeliticas e alguns vestígios de rochas piroclásticas e plutônicas. FIGURA 3 - MAPA DA LITOLOGIA DA MICRORREGIÃO DE PATOS DE MINAS. FONTE: SISEMA. 12 A Pedogênese da região, conforme um mapeamento da UFLV em 2012, possui uma diversidade de solos, na maioria bem desenvolvidos como Cambissolos e Latossolos e solos menos desenvolvidos como Argissolos e Neossolos, em grande parte distróficos, ou seja, de baixa fertilidade. Isso sugere a necessidade usos e manejo adequado para o plantio da região. FIGURA 4 MAPA DA PEDOGÊSES DA MICRORREGIÃO DE PATOS DE MINAS (UFLV 2010). Mapa de Solos do Estado de Minas Gerais - Legenda Expandida (UFLV 2010) CXbd18 - CAMBISSOLO HÁPLICO distrófico típico A fraco/moderado textura média/argilosa, cascalhento/não cascalhento, pedregoso/ não pedregoso + ATOSSOLO VERMELHO-AMARELO distrófico típico A moderado textura siltosa/argilosa + NEOSSOLO LITÓLICO distrófico típico A fraco/moderado; todos fase cerrado, relevo suave ondulado e ondulado e forte ondulado. CXbd19 – CAMBISSOLO HÁPLICO distrófico típico A moderado textura siltosa/argilosa, cascalhento/não cascalhento + CAMBISSOLO HÁPLICO distrófico latossólico A moderado/proeminente textura argilosa + CAMBISSOLO HÁPLICO distrófico argissólico A moderado textura argilosa, pedregoso; todos fase campo cerrado, relevo suave ondulado e ondulado. 13 AR4 – AFLORAMENTO ROCHOSO + CAMBISSOLO HÁPLICO distrófico típico e lépticos A moderado, textura siltosa/argilosa + NEOSSOLO LITÓLICO distrófico típicos A fraco/moderado; todos fase floresta subperenifólia, relevo montanhoso. CXbd20 - CAMBISSOLO HÁPLICO distrófico típico A fraco textura argilosa + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO distrófico típico A moderado textura média/argilosa + LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO distrófico típico A moderado textura argilosa; todos fase campo cerrado, relevo ondulado e forte ondulado. CXbd4 - CAMBISSOLO HÁPLICO distrófico típico A moderado textura siltosa/argilosa; fase campo cerrado, relevo suave ondulado e ondulado. CXbd7 - CAMBISSOLO HÁPLICO distrófico típico A fraco/moderado textura argilosa, cascalhento/não cascalhento + LATOSSOLO VERMELHO distrófico A moderado textura argilosa; ambos fase caatinga hipoxerófila, relevo ondulado e forte ondulado. CXbd6 - CAMBISSOLO HÁPLICO distrófico típico A moderado textura argilosa, cascalhento/não cascalhento; fase cerrado, relevo forte ondulado. CXbd8 - CAMBISSOLO HÁPLICO distrófico latossólico A moderado textura média + LATOSSOLO VERMELHO distrófico A moderado textura argilosa; fase cerrado, relevo suave ondulado e ondulado. LVAd1 – LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO distrófico típico A moderado textura argilosa; fase cerrado, relevo plano e suave ondulado. LVAd19 – LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO distrófico típico A moderado textura média/argilosa + NEOSSOLO LITÓLICO distrófico típico A moderado; ambos fase floresta subperenifólia, relevo plano e suave ondulado e ondulado. LVAd7 – LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO distrófico típico A fraco/moderado textura média + LATOSSOLO VERMELHO distrófico típico A fraco/moderado textura média; ambos fase cerrado, relevo plano e suave ondulado. LVAd10 - LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO distrófico típico A fraco/moderado textura argilosa + CAMBISSOLO HÁPLICO distrófico A fraco/moderado textura siltosa/argilosa,cascalhento/não cascalhento; ambos fase floresta subperenifólia, relevo ondulado e forte ondulado e montanhoso. LVAd2 – LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO distrófico típico A proeminente textura argilosa; fase floresta subperenifólia, relevo plano e suave ondulado. LVAd3 – LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO distrófico típico A moderado textura média; fase caatinga hipoxerófila, relevo plano e suave ondulado. LVAd5 – LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO distrófico típico A moderado textura argilosa; fase campestre, relevo plano. 14 LVAd8 – LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO distrófico típico A moderado textura argilosa + LATOSSOLO AMARELO distrófico húmico textura argilosa; ambos floresta caducifólia, relevo plano e suave ondulado. LVdf1 – LATOSSOLO VERMELHO distroférrico típico A moderado/proeminente textura argilosa; fase floresta subcaducifólia, relevo plano e suave ondulado. PVAe14 – ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO eutrófico típico A moderado textura média/argilosa + NEOSSOLO QUARTZARÊNICO ÓRTICO distrófico típico A moderado; ambos fase floresta subperenifólia, relevo suave ondulado e ondulado. PVAe15 – ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO eutrófico típico A moderado textura média/argilosa, cascalhento/não cascalhento + NEOSSOLO LITÓLICO eutrófico típico A fraco/moderado; ambos fase floresta subperenifólia e caatinga hipoxerófila, relevo suave ondulado e forte ondulado. RLd1 – NEOSSOLO LITÓLICO distrófico típico A fraco/moderado; fase campo cerrado, relevo ondulado e escarpado. RLd2 – NEOSSOLO LITÓLICO distrófico típico A fraco/moderado + LATOSSOLO VERMELHO distrófico típico A moderado textura argilosa; ambos fase campo cerrado e cerrado, relevo suave ondulado e forte ondulado. RQo1 – NEOSSOLO QUARTZARÊNICO órtico típico A fraco/moderado; fase cerrado, relevo plano e suave ondulado. RQo4 – NEOSSOLO QUARTZARÊNICO órtico típico A fraco/moderado + CAMBISSOLO HÁPLICO distrófico típico A moderado textura média, cascalhenta/não cascalhenta + LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO distrófico típico A moderado textura média; todos fase caatinga hipoxerófila, relevo suave ondulado e ondulado. RUbe1 – NEOSSOLO FLÚVICO Tb eutrófico típico A moderado + GLEISSOLO MELANICO distrófico/ GLEISSOLO HÁPLICO distrófico típico A moderado/proeminente; todos fase floresta subperenifólia e campestre, relevo plano. 15 VEGETAÇÃO A região pertence ao bioma cerrado e predomina a vegetação de Cerrado e campo. A vegetação compõe-se de gramíneas, arbustos e espécies arbóreas. Há ocorrência de algumas espécies do bioma Mata Atlântica, de floresta ombrófila montana, porém a predominância é de espécies de campo, estacional semidecidual montana, adaptas a deficiência hídrica. Observe e distribuição sumarizada na tabela 2 e no mapa da figura 5, a distribuição geométrica da vegetação na microrregião de Patos de Minas. Microrregião de Pato de Minas Tamanho total da microrregião (m²) 10.740.388 Vegetação tam % Campo 2254782.50 20.99% Campo cerrado 4419.00 0.04% Campo rupestre 11687. 0.11% Cerrado 15.057 0.14% Cerradão 9.00 0.00% Eucalipto 60913. 0.57% Floresta estacional semidecidual montana 1052824.5 9.80% Floresta ombrofia montana 0.18 0.00% Pinus 440.37 0.00% Urbanização 4342.95 0.04% Vereda 114531. 1.07% Outros 7221381.5 67.24% TABELA 2 SUMARIZAÇÃO DAS FISIONOMIAS QUE COMPÕE A REGIÃO. (IEF 2009). 16 FIGURA 5 MAPA DA VEGETAÇÃO DA MICRORREGIÃO DE PATO DE MINAS ( IEF 2009) 17 ANÁLISE DO ESPAÇO RURAL E POPULAÇÃO RURAL E URBANA DA MICRORREGIÃO DE PATOS DE MINAS E DO MUNICÍPIO DE SÃO GOTARDO E O PROJETO PADAP A microrregião de Patos de Minas pertencente à mesorregião Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Sua população recenseada em 2010 pelo IBGE em 253.384 habitantes e está dividida em dez municípios. Possui uma área total de 10.740,388 km². De acordo com o censo 2010 (IBGE) o município de São Gotardo, que possui uma área de 853,8 km e uma altitude média de 1100m, foi fundado em 18 de setembro de 1914. Da área inicialmente destinada à implantação do PADAP, 10,0% encontra-se dentro do município. Apesar de possuir uma produção agrícola que merece ser destacada, é o setor de serviços que mais contribuiu para o PIB do município no ano de 2007, com aproximadamente 64,0%. É neste município que se encontra instalada a maior parte das empresas que prestam serviços aos produtores rurais da região, sendo, também, o local escolhido, pela maioria dos produtores do PADAP, para fixar residência. Merece destaque a produção de alho, cenoura e cebola. Como já mencionado anteriormente, o município faz parte do maior pólo produtor de cenoura do país. Considerando apenas a produção encaminhada as unidades do sistema Ceasa de Minas Gerais1, tem-se que 23,9% da cenoura, 8,9% do alho, 6,4% da batata e 3,0% da cebola comercializados em 2008, tinham São Gotardo como município de origem. O município também produz café, milho, soja, trigo, feijão e abacate. A tabela 3 expressa os dados referente ao desenvolvimento econômico da região. • Arapuá 2.772 habitantes • Carmo do Paranaíba 29.752 habitantes • Guimarânia 7.290 habitantes • Lagoa Formosa 17.136 habitantes • Matutina 3.763 habitantes • Patos de Minas 138.710 habitantes • Rio Paranaíba 11.898 habitantes • Santa Rosa da Serra 3.224 habitantes • São Gotardo 31.807 habitantes • Tiros 6.906 habitantes População Total: 253.384 habitantes 1 Os dados estão disponíveis no site da CEASAMINAS Centrais de Abastecimento, (http://minas.ceasa.mg.gov.br) 18 Município População PIB (R$) PIB per capita (R$) IDH3 Arapuá 2.772 10ª 65.375.000 9ª 23.584,01 2ª 0,724 3ª alto Carmo do Paranaíba 29.752 3ª 459.741.000 2ª 15.452,44 4ª 0,705 3ª alto Guimarânia 7.290 6ª 85.291.000 7ª 11.699,78 8ª 0,693 4ª médio Lagoa Formosa 17.136 4ª 184.769.000 5ª 10.782,20 10ª 0,703 9ª alto Matutina 3.763 8ª 45.244.000 4ª 12.023,50 7ª 0,707 5ª alto Patos de Minas 138.710 1ª 1.999.571.000 1ª 14.402,40 5ª 0,765 1ª alto Rio Paranaíba 11.898 5ª 389.325.000 4ª 32.721,86 1ª 0,709 7ª alto Santa Rosa da Serra 3.224 9ª 34.973.000 9ª 10.847,76 9ª 0,705 10ª alto São Gotardo 31.807 2ª 431.132.000 3ª 13.555,27 6ª 0,736 2ª alto Tiros 6.906 7ª 120.615.000 6ª 17.494,20 3ª 0,683 8ª médio TABELA 3 PRODUTO INTERNO BRUTO, RENDA PERCÁPTA E IDH. DADOS DE CENSO 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS 2004-2008. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. RANKING DECRESCENTE DOS IDH-M DE 1991 E 2000 DE TODOS OS MUNICÍPIOS DO BRASIL. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (PNUD) (2000). FONTE: WIKIPEDIA Município População residente 2000 (Total) População residente 2010 (Total) Urbana Rural Área total Km² Densidade demográfica Hab./Km² Arapuá 2.744 2.775 2.088 687 173.9 15.96 Carmo do Paranaíba 29.460 29.735 25.200 4.535 1307.9 22.74 Guimarânia 6.384 7.265 5.924 1.341 366.8 19.80 Lagoa Formosa 16.293 17.161 12.967 4.194 840.9 20.41 Matutina 3.838 3.761 2.693 1.068 261 14.41 Patos de Minas 123.881 138.710 127.724 10.986 3189.8 43.49 Patrocínio 73.130 82.471 72.758 9.713 2874.3 28.69 Rio Paranaíba 11.528 11.885 7.288 4.597 1352.4 8.79 Santa Rosa da Serra 3.114 3.224 1.973 1.251 284.3 11.34 São Gotardo 27.631 31.819 30.061 1.758 866.1 36.74 Serra do Salitre 9.390 10.549 7.755 2.794 1295.3 8.14 Tiros 7.571 6.906 4.815 2.091 2091.8 3.30 Total 314.964 346.261 301.246 45.015 14.905233.81 TABELA 4 POPULAÇÃO RESIDENTE EM 2000 E POPULAÇÃO RESIDENTE EM 2010, POR SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO, ÁREA TOTAL E DENSIDADE DEMOGRÁFICA, SEGUNDO AS MESORREGIÕES, AS MICRORREGIÕES E OS MUNICÍPIOS. FONTE: IBGE, CENSO DEMOGRÁFICO 2000/2010. 19 Entre os CENSOS de 2000 e 2010, dos municípios que compõe a microrregião de Patos de Minas somente os municípios de Pato de Minas e Patrocínio tiveram o crescimento da população mais expressivos, tanto dente todos os municípios que compõe a microrregião, quanto no crescimento absoluto, conforme os dados na tabela 4. O gráfico 2 abaixo, expressa de maneira ilustrativa essa analise. GRÁFICO 2 POPULAÇÃO RESIDENTE 2000/2010. FONTE: IBGE, CENSO DEMOGRÁFICO 2000/2010. Apesar de pouco expressivo, o município de São Gotardo também teve um crescimento na população entre os dois Censos. Levando em conta que o município tem além como principal atividade econômica a agricultura, o comércio e a indústria também são atividades econômicas expressivas no município. O PADAP2 também pode ser considerado fator que contribui com o crescimento total. 2 O PADAP (Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba) será explica posteriormente. 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000 50.000 55.000 60.000 65.000 70.000 75.000 80.000 85.000 90.000 95.000 100.000 105.000 110.000 115.000 120.000 125.000 130.000 135.000 140.000 145.000 150.000 Arapuá Carmo do Paranaíba Guimarânia Lagoa Formosa Matutina Patos de Minas Patrocínio Rio Paranaíba Santa Rosa da Serra São Gotardo Serra do Salitre Tiros População residente… População residente… 20 Na tabela 3 é possível observa o êxodo rural das cidades de Patos de Minas e Patrocínio, seguidas por Carmo do Paranaíba e São Gotardo. Município Urbana % Rural % Arapuá 2.088 1% 687 2% Carmo do Paranaíba 25.200 8% 4.535 10% Guimarânia 5.924 2% 1.341 3% Lagoa Formosa 12.967 4% 4.194 9% Matutina 2.693 1% 1.068 2% Patos de Minas 127.724 42% 10.986 24% Patrocínio 72.758 24% 9.713 22% Rio Paranaíba 7.288 2% 4.597 10% Santa Rosa da Serra 1.973 1% 1.251 3% São Gotardo 30.061 10% 1.758 4% Serra do Salitre 7.755 3% 2.794 6% Tiros 4.815 2% 2.091 5% Total 301.246 100% 45.015 100% TABELA 5 POPULAÇÃO URBANA E RURAL DA MICRORREGIÃO DE PATOS DE MINAS. FONTE: IBGE, CENSO DEMOGRÁFICO 2000/2010. Observe a diferença na população urbana e rural dos municípios da microrregião no gráfico abaixo. GRÁFICO 3 POPULAÇÃO URBANA E RURAL DA MICRORREGIÃO DE PATOS DE MINAS. FONTE: IBGE, CENSO DEMOGRÁFICO 2000/2010. Apesar da região ter como principal atividade econômica a agricultura, o próprio espaço rural, torna-se facultativo, na medida em que se pode cultivar cada vez mais em áreas menores. Conforme (TEIXEIRA, LAGES, 1997), os discursos sobre o modo de vida específico e o isolamento rural, mudaram em detrimento da mobilidade e a acessibilidade, com maior oferta de serviço, informação e infra-estrutura. Segundo os autores, o acelerado processo de urbanização ocorrido nas últimas décadas, denominado "explosão urbana", causa profundas transformações na população mundial, que passará em alguns anos a ser 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 Arapuá Carmo do Paranaíba Guimarânia Lagoa Formosa Matutina Patos de Minas Patrocínio Rio Paranaíba Santa Rosa da Serra São Gotardo Serra do Salitre Tiros Urbana Rural 21 majoritariamente urbana. Essa afirmação dos autores, fica evidente quando você analisa os dados demográficos do Censo na região e observa, não só o crescimento total da população, como também a assimetria o número absoluto da população urbana e rural. Variável = Área dos estabelecimentos agropecuários (Hectares) Grupos e classes de atividade = Total Ano = 2006 Microrregião Geográfica e Município Utilização das terras Patos de Minas - MG Total 751.627 Lavouras - permanentes 43.492 Lavouras - temporárias 72.765 Lavouras - área plantada com forrageiras para corte 14.126 Área para cultivo de flores (inclusive hidropônica e plasticultura), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas de vegetação 54 Pastagens - naturais 242.690 Pastagens - plantadas degradadas 27.733 Pastagens - plantadas em boas condições 248.249 Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preservação permanente ou reserva legal 60.648 Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de preservação permanente e as em sistemas agroflorestais) 13.787 Matas e/ou florestas - florestas plantadas com essências florestais 1.463 Sistemas agroflorestais - área cultivada com espécies florestais também usada para lavouras e pastoreio por animais 7.525 Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públicas para exploração da aquicultura 1.274 Construções, benfeitorias ou caminhos 7.693 Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salinizadas, etc.) 1.704 Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária (pântanos, areais, pedreiras, etc.) 8.425 São Gotardo - MG Total 50.284 Lavouras - permanentes 2.684 Lavouras - temporárias 5.200 Lavouras - área plantada com forrageiras para corte 912 Área para cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultura), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas de vegetação X Pastagens - naturais 14.153 Pastagens - plantadas degradadas 2.511 Pastagens - plantadas em boas condições 15.416 Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preservação permanente ou reserva legal 7.161 Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de preservação permanente e as em sistemas agroflorestais) 991 Matas e/ou florestas - florestas plantadas com essências florestais 51 Sistemas agroflorestais - área cultivada com espécies florestais também usada para lavouras e pastoreio por animais 183 Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públicas para exploração da aquicultura Construções, benfeitorias ou caminhos 536 Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salinizadas, etc.) 55 Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária (pântanos, areais, pedreiras, etc.) 348 TABELA 6 NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS E ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS POR UTILIZAÇÃO DAS TERRAS E GRUPOS E CLASSES DA ATIVIDADE ECONÔMICA (CENSO AGROPECUÁRIO) 22 ESTRUTURA AGRÁRIA DA MICRORREGIÃO E DO MUNICÍPIO DE SÃO GOTARDO A região escolhida para a implantação do PADAP apresentava, em 1970, uma estrutura fundiária relativamente concentrada, com os estabelecimentos menores que 200 hectares representando 86,4% do total e ocupando 42,0% da área total, ao passo que os 40 estabelecimentos com mais 500 hectares, embora representassem menos de 4,0% do total de estabelecimentos, ocupavam mais de 30% da área total. Os dados do Censo Agropecuário de 1975 mostram um aumento da concentração fundiária, com as propriedades menores que 200 hectares passando a representar 81,1% do total dos estabelecimentos e 37,0% da área total. As propriedades entre 200 e 500 hectares foram as que mais aumentaram sua participação, tanto em relação ao número de estabelecimentos, passando de 9,9 para 15,1%, quanto em relação à área total, passando de 26,0 para 34,4%. O aumento da concentração fundiária e da participação deste extrato específico é reflexo da implantação do PADAP, uma vez que, dos 95 lotes ocupados inicialmente pelos colonos, 91 tinham entre 200 e 500 hectares, ocupando uma área de mais de 24.000 hectares. Estrutura fundiária 1970 % de estabelecimentos % de área ocupadaEstabelecimentos menores que 200 Ha 86,4 42,0 Estabelecimentos entre 200 e 500Ha 9,9 26,0 Estabelecimentos maiores que 500Ha 4,0 30,0 TABELA 7 ESTRUTURA FUNDIÁRIA 1970 FONTE: (TESE SANTOS, 2010) Estrutura fundiária 1975 % de estabelecimentos % de área ocupada Estabelecimentos menores que 200 Ha 81,0 37,0 Estabelecimentos entre 200 e 500Ha 15,0 34,4 Estabelecimentos maiores que 500Ha 4,0 28,6 TABELA 8 ESTRUTURA FUNDIÁRIA 1975 FONTE: (TESE SANTOS, 2010) Vale observar que os dados referentes aos Censos Agropecuários de 1980 e 1985 mostram uma tendência de desconcentração fundiária, em relação àqueles de 1975, com crescimento das propriedades com áreas menores que 200 hectares, tanto na área total, quanto no número total de estabelecimentos. 23 Ao compararmos os Censos Agropecuários de 1980 e 1985 com os Censos Agropecuários de 1970 e 1975, observamos uma tendência à desconcentração fundiária, entretanto os dados do Censo Agropecuário de 1995-1996 mostram um panorama totalmente oposto. Com o passar de vinte anos da implantação do PADAP, a região possuía uma estrutura fundiária bem próxima àquela apresentada no início da década de 70 antes da presença do projeto. Apesar das semelhanças do censos anteriores, os dados de 1995- 96 apontam uma concentração fundiária ainda que as propriedades com menos de 200 hectares tenham apresentado uma participação relativa no número total de estabelecimentos e na área total praticamente idêntica à de 1970. Isso se dá pelo fato das propriedades com mais de 2.000 hectares apresentar, em 1995-96, uma participação relativa 17,0% maior do que em 1970 e se comparando com 1985, a participação relativa em 1995-96 era 222,0% maior. A produção agrícola de São Gotardo abastece os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Minas Gerais, Pará, Ceará, Amazonas, Tocantins. O município tem na agricultura a sua principal atividade econômica, seguida da pecuária, comércio e indústria. A agricultura tem uma produção altamente diversificada, com aplicação de alta tecnologia, constantes de projetos de pesquisa, assistência técnica que resultam em índices elevados de produtividade, com uma rotatividade de plantio de colheitas de janeiro a dezembro. É conhecida nacionalmente por ser capital nacional da cenoura. CONDIÇÃO DO PRODUTOR Considera-se produtor a pessoa física ou jurídica que detém a responsabilidade da exploração do estabelecimento, quer fosse o mesmo constituído de terras próprias ou de propriedade de terceiros. Os produtores são classificados em proprietário, arrendatário, parceiro e ocupante. Os proprietários são os titulares do direito real de propriedade. O termo “ocupante”, no direito agrário, indica genericamente, a pessoa que ocupa um imóvel rural, explorando-o com base em atividade agrária que entender por conveniente. Não tem qualquer título que legitime a detenção da terra. Apenas a sua presença física e a exploração agrária. O arrendamento rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra o uso e gozo de imóvel rural, com o objetivo de nele ser exercida uma atividade de exploração 24 mediante certa retribuição ou aluguel. Parceria rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, o uso específico de imóvel rural, com o objetivo de nele ser exercida uma atividade de exploração, mediante partilha de riscos de caso fortuito e da força maior do empreendimento rural, e dos frutos, produtos ou lucros havidos nas proporções que estipularem. A diferença existente entre os contratos de arrendamento e parceria reside nas vantagens usufruídas pelo arrendatário, haja vista que, no contrato de arrendamento o arrendatário usufrui de todas as vantagens do imóvel de acordo com os limites estabelecidos no contrato, enquanto que, no contrato de parceria é cedido apenas o uso específico do imóvel rural para a exploração, limitando-se a utilização das benfeitorias por ventura existentes. Ou seja, o contrato de arrendamento o pagamento deve ser feito em dinheiro, enquanto que no contrato de parceria, os pactuantes partilham dos lucros obtidos. Outra diferença notável é que no contrato de arrendamento, os riscos são todos do arrendatário, e no contrato de parceria, ambas as partes sofrem em caso de prejuízo. Em São Gotardo, há 825 estabelecimentos agropecuários, com área total de 50.284 hectares. Em 765 estabelecimentos, com área total de 47.776 hectares, o produtor é o proprietário. Em50 estabelecimentos, com área total de 1753 hectares, o produtor é arrendatário.Em 2estabelecimentos o produtor é parceiro e em2 o produtor é ocupante. Em6 estabelecimentos com área total de 115 hectares, o produtor não possui titulação definitiva. Numero de estabelecimento e area por condição legal do produtor Ano=1995 Microrregião Geográfica e Município Condição do produtor Variável Número de estabelecimentos agropecuários (Unidades) Área dos estabelecimentos agropecuários (Hectares) Patos de Minas - MG 9.996 818.495,29 Proprietário 9.042 757.568,86 Assentado sem titulação definitiva 0 0 Arrendatário 306 23.048,50 Parceiro 96 4.691,11 Ocupante 552 33.186,83 Produtor sem área 0 0 São Gotardo - MG Total 879 73.355,03 Proprietário 765 67.075,51 Assentado sem titulação definitiva 0 0 Arrendatário 37 1.581,75 Parceiro 2 225 Ocupante 75 4.472,77 Produtor sem área 0 TABELA 9 CONDIÇÃO DO PRODUTOR 1995 (CENSO AGROPECUÁRIO) 25 Numero de estabelecimento e área por condição do produtor Ano = 2006 Microrregião Geográfica e Município Condição do produtor Variável Número de estabelecimentos agropecuários (Unidades) Área dos estabelecimentos agropecuários (Hectares) Patos de Minas - MG 10.846 751.627 Proprietário 9.804 697.576 Assentado sem titulação definitiva 38 1.387 Arrendatário 562 37.707 Parceiro 73 6.000 Ocupante 228 8.958 Produtor sem área 141 - São Gotardo - MG Total 825 50.284 Proprietário 764 47.776 Assentado sem titulação definitiva 6 115 Arrendatário 50 1.753 Parceiro 2 X Ocupante 2 X Produtor sem área 1 - TABELA 10 CONDIÇÃO DO PRODUTOR 2006 (CENSO AGROPECUÁRIO 2006) GRANDES USOS DA TERRA Segundo o IBGE,as áreas dos estabelecimentos, segundo a sua utilização, são divididas nas seguintes categorias: Lavouras permanentes - Compreendeu a área plantada ou em preparo para o plantio de culturas de longa duração, que após a colheita não necessitassem de novo plantio, produzindo por vários anos sucessivos. Foram incluídas nesta categoria as áreas ocupadas por viveiros de mudas de culturas permanentes. Lavouras temporárias - Abrangeu as áreas plantadas ou em preparo para o plantio de culturas de curta duração (via de regra, menor que um ano) e que necessitassem, geralmente de novo plantio após cada colheita, incluíram-se também nesta categoria as áreas das plantas forrageiras destinadas ao corte. Pastagens naturais - Constituídas pelas áreas destinadas ao pastoreio do gado, sem terem sido formadas mediante plantio, ainda que tenham recebido algum trato. Pastagens plantadas - Abrangeu as áreas destinadas ao pastoreio e formadas mediante plantio. 26 Matas naturais - Formadas pelas áreas de matas e florestas naturais utilizadas para extração de produtos ou conservadas como reservas florestais. Matas plantadas - Compreendeu as áreas plantadas ou em preparo para o plantio de essências florestais (acácia-negra, eucalipto, pinheiro, etc.), incluindo as áreas ocupadas comviveiros de mudas de essências florestais. Terras em descanso - Terras habitualmente utilizadas para o plantio de lavouras temporárias, que em 31 de dezembro de 1995 se encontravam em descanso, por prazo não superior a 4 anos em relação ao último ano de sua utilização. Terras produtivas não utilizadas - Constituídas pelas áreas que se prestavam à formação de culturas, pastos ou matas e não estivessem sendo usadas para tais finalidades. Foram incluídas as terras não utilizadas por período superior a 4 anos. Terras inaproveitáveis - Formadas por áreas imprestáveis para formação de culturas, pastos e matas, tais como: areais, pântanos, encostas íngremes, pedreiras, etc, e as formadas pelas áreas ocupadas com estradas, caminhos, construções, canais de irrigação, açudes, etc. Em São Gotardo, há 453 estabelecimentos agropecuários com lavouras permanentes, com área total de 2.684 hectares e 495 estabelecimentos com lavouras temporárias, com área total de 5.200 hectares. As áreas de matas nativas destinadas a preservação permanente ou reversa legal ocupam 7161 hectares e as outras matas nativas ocupam 991 hectares. As matas plantadas 51 ocupam hectares. A área de pastagem natural é de 14.153 hectares, a de pastagem plantada degradada é de 2511 hectares e a de pastagem natural em boas condições é de 15.416. As terras improdutivas ocupam 348 hectares. 27 Área dos estabelecimentos por utilização das terras e grupo de atividade econômica Variável = Área dos estabelecimentos agropecuários (Hectares) Ano = 1995 Microrregião Geográfica e Município Utilização das terras Patos de Minas - MG Total 818.495,29 Lavouras permanentes 31.674,71 Lavouras temporárias 69.843,21 Lavouras temporárias em descanso 8.739,55 Pastagens naturais 356.277,03 Pastagens plantadas 248.499,22 Matas e florestas naturais 42.682,99 Matas e florestas artificiais 3.693,60 Terras produtivas não utilizadas 9.089,28 Terras inaproveitáveis 47.995,70 São Gotardo - MG Total 73.355,03 Lavouras permanentes 1.931,55 Lavouras temporárias 7.465,72 Lavouras temporárias em descanso 645,215 Pastagens naturais 23.356,37 Pastagens plantadas 27.231,12 Matas e florestas naturais 6.692,89 Matas e florestas artificiais 263,916 Terras produtivas não utilizadas 1.281,16 Terras inaproveitáveis 4.487,09 TABELA 11 USO DA TERRA - 1995 (CENSO AGROPECUÁRIO) 28 Variável = Área dos estabelecimentos agropecuários (Hectares) Condição do produtor = Total Tempo em que o produtor dirige o estabelecimento = Total Grupos de área total = Total Produtor associado à cooperativa e/ou à entidade de classe = Total Ano = 2006 Microrregião Geográfica e Município Utilização das terras Patos de Minas - MG Total 751.627 Lavouras - permanentes 43.492 Lavouras - temporárias 72.765 Lavouras - área plantada com forrageiras para corte 14.126 Lavouras - área para cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultura), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas de vegetação 54 Pastagens - naturais 242.690 Pastagens - plantadas degradadas 27.733 Pastagens - plantadas em boas condições 248.249 Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preservação permanente ou reserva legal 60.648 Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de preservação permanente e as em sistemas agroflorestais) 13.787 Matas e/ou florestas - florestas plantadas com essências florestais 1.463 Sistemas agroflorestais - área cultivada com espécies florestais também usada para lavouras e pastoreio por animais 7.525 Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públicas para exploração da aquicultura 1.274 Construções, benfeitorias ou caminhos 7.693 Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salinizadas, etc.) 1.704 Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária (pântanos, areais, pedreiras, etc.) 8.425 São Gotardo - MG Total 50.284 Lavouras - permanentes 2.684 Lavouras - temporárias 5.200 Lavouras - área plantada com forrageiras para corte 912 Lavouras - área para cultivo de flores (inclusive hidroponia e plasticultura), viveiros de mudas, estufas de plantas e casas de vegetação X Pastagens - naturais 14.153 Pastagens - plantadas degradadas 2.511 Pastagens - plantadas em boas condições 15.416 Matas e/ou florestas - naturais destinadas à preservação permanente ou reserva legal 7.161 Matas e/ou florestas - naturais (exclusive área de preservação permanente e as em sistemas agroflorestais) 991 Matas e/ou florestas - florestas plantadas com essências florestais 51 Sistemas agroflorestais - área cultivada com espécies florestais também usada para lavouras e pastoreio por animais 183 Tanques, lagos, açudes e/ou área de águas públicas para exploração da aquicultura 59 Construções, benfeitorias ou caminhos 536 Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salinizadas, etc.) 55 Terras inaproveitáveis para agricultura ou pecuária (pântanos, areais, pedreiras, etc.) 348 TABELA 12 NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS E ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS POR UTILIZAÇÃO DAS TERRAS, CONDIÇÃO DO PRODUTOR EM RELAÇÃO ÀS TERRAS, TEMPO EM QUE O PRODUTOR DIRIGE O ESTABELECIMENTO, GRUPOS DE ÁREA TOTAL E ASSOCIAÇÃO À COOPERATIVA E/OU À ENTIDADE DE CLASSE (CENSO AGROPECUÁRIO 2006) 29 OS CULTIVOS DA LAVOURA TEMPORÁRIA E A DIVERSIDADE DA AGRICULTURA A economia do município, tradicionalmente esteve atrelada ao garimpo e à agropecuária extensiva, visto a fertilidade natural dos solos. Porém, a partir da década de 1970, com a implementação do PADAP, ocorreram transformação nas formas de utilização do solo, com a introdução de cultivo de produtos como o abacaxi, o alho, a soja, o trigo e a batata(Veja a tabela 8) com rápida expansão nas safras e produtividade, cujos reflexos foram sentidos na paisagem rural e na dinâmica regional. Destacam-se também as plantações de cana para a fabricação de rapadura e aguardente, seguido das plantações de café, milho e feijão, combinado com atividades de pecuária mista, gado para corte e leiteiro (Tabela 8). Produção Agrícola / Lavoura Temporária - São Gotardo /2012 Produto Quantidade Produzida Área plantada Abacaxi 90 mil frutos 5 hectares Algodão herbáceo (em caroço) - - Alho 1.500 toneladas 100 hectares Amendoim (em casca) - - Arroz (em casca) 9 toneladas 5 hectares Aveia (em grão) - - Batata - doce - - Batata - inglesa 7.200 toneladas 240 hectares Cana-de-açúcar 17.500 toneladas 250 hectares Cebola 5.400 toneladas 120 hectares Centeio (em grão) - - Cevada (em grão) - - Ervilha (em grão) - - Fava (em grão) - - Feijão (em grão) 944 toneladas 500 hectares Fumo (em folha) - - Girassol (em grão) - - Juta (fibra) - - Linho (semente) - - Malva (fibra) - - Mamona (baga) - - Mandioca 1.280 toneladas 80 hectares Melancia - - Melão - - Milho (em grão) 29.904 toneladas 4.320 hectares Rami (fibra) - - 30 Soja (em grão) 4.200 toneladas 1.500 hectares Sorgo (em grão) 150 toneladas 30 hectares Tomate 2.400 toneladas 40 hectares Trigo (em grão) 908 toneladas 208 hectares Triticale (em grão) - - TABELA 13 LAVOURA TEMPORÁRIA – SÃO GOTARDO 2012. FONTE: IBGE, PRODUÇÃO AGRÍCOLA MUNICIPAL 2012. RIO DE JANEIRO: IBGE, 2013. NOTA: ATRIBUI-SE ZEROS AOS VALORES DOS MUNICÍPIOS ONDE, POR ARREDONDAMENTO, OS TOTAIS NÃO ATINGEM A UNIDADE DE MEDIDA. 31 BOVINO – CORTE E LEITE – Nº DE BOVINOS DE CORTE E LEITE E QUANTIDADE DE CARNE E LEITE Na pecuária se destacam os efetivoso rebanho bovino, visto ser comum na região a prática da pecuária extensiva e semi-intensiva mista, ou seja, combinar a criação de gado de corte com o manejo de vacas leiteiras, com destaque para a presença da raça holandesa.Os demais efetivos compõem-se de eqüinos, suínos, aves e outros conforme pode ser verificado nos dados do censo demográfico do IBGE. Bovinos Efetivos São Gotardo - 2012 Bovinos - efetivo dos rebanhos 54.014 cabeças Vacas ordenhadas - quantidade 24.306 cabeças Leite de vaca - produção - quantidade 63.196 mil litros TABELA 14 BOVINOS EFETIVOS - SÃO GOTARDO 2012. FONTE: IBGE, PRODUÇÃO DA PECUÁRIA MUNICIPAL 2012. RIO DE JANEIRO: IBGE, 2013. NOTA: ATRIBUI-SE ZEROS AOS VALORES DOS MUNICÍPIOS ONDE, POR ARREDONDAMENTO, OS TOTAIS NÃO ATINGEM A UNIDADE DE MEDIDA. Condição do produtor = Total Grupos de área total = Total Grupos de cabeças de bovinos = Total Ano = 2006 Microrregião Geográfica e Município Vacas ordenhadas no ano nos estabeleciment os agropecuários (Cabeças) Vacas ordenhadas no ano nos estabeleciment os agropecuários (Percentual) Quantidade produzida de leite de vaca no ano nos estabelecimentos agropecuários (Mil litros) Quantidade produzida de leite de vaca no ano nos estabelecimentos agropecuários (Percentual) Patos de Minas - MG 115.829 100 297.853 100 São Gotardo - MG 8.870 100 26.471 100 TABELA 15- PRODUÇÃO E VENDA DE LEITE DE VACA NO ANO NOS ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS, POR CONDIÇÃO DO PRODUTOR EM RELAÇÃO ÀS TERRAS, GRUPOS DE ÁREA TOTAL E GRUPOS DE CABEÇAS DE BOVINOS (CENSO AGROPECUARIO 2006) 32 ESTRUTURA FUNDIÁRIA DO MUNICÍPIO E DA MICRORREGIÃO No município de São Gotardo, desde sua ocupação, faz-se presente a agricultura familiar. A fim de buscar compreender e interpretar as especificidades desta, foi selecionada uma propriedade localizada na Fazenda Capão Grande (Figuras 6 e 7), a oeste e distando cerca de 3 Km da sede municipal. A opção por essa propriedade para uma análise mais pormenorizada acerca das condições da agricultura familiar no referido município, justifica- se pelos seguintes elementos: a) assim como grande parte dos estabelecimentos com essa função apresenta área inferior a 50 ha; b) espacialmente localizada num bolsão de pequenas propriedades; c) a unidade produtiva é explorada, basicamente, pela família que é residente na propriedade; d) produtos e forma de produção semelhante às demais unidades produtivas; e) ser beneficiaria de recursos do PRONAF. Além disso, as análises pautaram se no processo produtivo, considerando alguns elementos, como a origem, a posse da terra, os tipos de cultivos predominantes, as relações econômicas, acesso às técnicas e as condições socioeconômicas. FIGURA 6 FAZENDA CAPÃO GRANDE (FOTO: GABRIELA ASCANIO, 2014) 33 FIGURA 7 FAZENDA CAPÃO GRANDE (FOTO: GABRIELA ASCANIO, 2014) O PADAP se insere no conjunto de políticas públicas voltadas para a modernização do campo, e que, portanto, conforme destaca Corrêa (1995), produz impactos na estrutura fundiária, nas relações sociais de produção, nos sistemas agrícolas, nos produtos cultivados, no habitat rural, na mobilidade demográfica, substancialmente ampliada, na refuncionalização dos centros urbanos pré-existentes, etc. Todavia, apesar de ter apresentado aspectos negativos, como a marginalização de parte da população local do processo produtivo, incorporando-a como mão de obra temporária; a especulação no preço das terras e a devastação de grandes áreas do ecossistema de cerrados, conforme colocado por Pessoa (1988), o PADAP foi eficaz na implementação de uma agricultura moderna, servindo de embasamento para a elaboração de outros programas de colonização nas áreas de cerrado pelo governo brasileiro, bem como proporcionou a dinamização da economia local, na medida em que demandou a implantação de novas atividades para atender a demanda da agricultura (crédito, insumos, maquinário, entre outros) e dos novos produtores que passaram a dispor de mais recursos para o consumo. Neste contexto, o município de São Gotardo com uma área territorial de 853 Km², localizado na mesorregião Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba13, no chapadão da “Mata da Corda”, conforme indicado no mapa 1, no divisor de águas das bacias São Francisco e Paranaíba (IGA / CETEC, 1999), passou por significativas transformações. 34 A economia do município, tradicionalmente esteve atrelada ao garimpo e à agropecuária extensiva, visto a fertilidade natural dos solos de origem vulcânica presentes na região. Contudo, a partir da década de 1970, com a implementação do Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba – PADAP na região foram muitas as mudanças na configuração e dinâmica econômica desse município. Nesse sentido, ocorreu uma verdadeira transformação nas formas de utilização do solo, com a introdução de cultivo de produtos como a cenoura, o alho, a soja, o trigo e a batata com rápida expansão nas safras e produtividade, cujos reflexos foram sentidos na paisagem rural e na dinâmica regional. Entre as atividades agrícolas da unidade produtiva em questão, assim como as demais dessa área, destaca as plantações de cana para a fabricação de rapadura e aguardente, seguido das plantações de café, milho e feijão, combinado com atividades de pecuária mista (gado para corte e leiteiro). Assim, a partir da combinação de mais de uma atividade o agricultor consegue a manutenção da unidade produtiva, por meio do predomínio econômico de uma ou duas atividades destinadas, fundamentalmente a comercialização, conciliado com o desenvolvimento de outras atividades de caráter secundário para a subsistência. Pois, conforme colocado por Mendes (2005) para enfrentar as exigências e desafios impostos, os agricultores devem ser capazes de adotar estratégias e formas possíveis, considerando conhecimentos de vida e o estabelecimento de redes de diversas tipologias. Entretanto, muitas vezes, os excedentes gerados pela agricultura familiar são irrisórios frente as necessidade para a reprodução. Isso, explica-se porque assim, como as demais atividades produtivas, a agricultura familiar está submetida às mesmas condições da economia capitalista, perpassando por períodos de crises e de benesses. Frente à dificuldade de obtenção de rendas expressivas pelos agricultores familiares, torna-se necessário a realização de financiamentos para investimento e custeio das atividades agropecuárias. Nesse caso, destacam-se como as principais fontes de financiamento, os recursos do PRONAF, os empréstimos de terceiros, além de “adiantamentos” feitos pelos intermediários, isto é, os negociantes dos produtos agropecuários adiantam ou emprestam uma determinada quantia de dinheiro a ser paga com a produção. No que concerne à comercialização, produtos como milho, feijão, geralmente, destinam ao consumo na própria unidade produtiva, já outros como o leite, a rapadura e a água ardente destinam a comercialização. Em relação à destinação e as formas de comercialização essas podem abarcar leque muito variado, pois os produtos são 35 comercializados desde a escala local a nacional, bem como de forma direta e indireta. A comercialização direta ocorre na medida em os produtos, principalmente a rapadura e a aguardente, são vendidos pelo produtor nos mercados, bares e restaurantes da cidade, nesse caso as quantidades comercializadas são pequenas. Por outro lado, a comercialização indireta ocorre quando, intermediários percorrem boa parte das unidades produtivas comprando os produtos de vários produtores até atingir uma quantidadesignificativa para desse modo revendê-los em outras localidades, regiões e até mesmo Estados. No caso do leite, existem laticínios locais e regionais que compram o produto diretamente do produtor. O trabalho e a exploração da terra são determinados pelos ciclos do processo produtivo, estendendo por todo o ano, porém com a intensificação em alguns períodos – época de plantio e colheita, principalmente - sendo necessária a contratação de trabalhadores assalariados, a utilização de implementos agrícolas e até mesmo maior a quantidade de horas a ser utilizadas. É relevante destacar que, é comum entre as pessoas que trabalham como assalariadas (como tratoristas, carreteiros, domador de animais, carpinteiro,etc), muitas serem membros de famílias que mantém unidades produtivas familiares na região, essa é uma maneira de complementar a renda familiar. Com relação à força de trabalho da unidade familiar predomina a certa divisão de tarefas, enquanto o agricultor e os filhos assumem as atividades mais pesadas, relacionadas aos cultivos e trato de animais de grande porte, as esposas e filhas assumem as responsabilidades domésticas, cuidados com os animais de pequeno porte e com os vegetais e frutas e atividades artesanais, como costuras e bordados. No caso dos filhos (as), principalmente os mais jovens, é comum que os mesmos dedique apenas parte do tempo às atividades na unidade de produção, haja vista que a necessidade de um período para se dedicar aos estudos. 36 No contexto mais atual, no Censo Agropecuário 2006, vemos um cenário progressivo na concentração fundiária. Observe a tabela abaixo. Grupos de área total Variáveis Número de estabelecimentos agropecuários (Unidades) Número de estabelecimentos agropecuários (Percentual) Área dos estabelecimentos agropecuários (Hectares) Área dos estabelecimentos agropecuários (Percentual) De 0,2 a menos de 1 ha 9 1,09% 5 0,01% De 1 a menos de 3 há 52 6,31% 80 0,19% De 3 a menos de 4 ha 70 8,50% 215 0,52% De 4 a menos de 5 ha 16 1,94% 67 0,16% De 5 a menos de 10 ha 97 11,77% 677 1,63% De 10 a menos de 100 ha 464 56,31% 17308 41,80% De 100 a menos de 500 ha 108 13,11% 19756 47,71% De 500 a menos de 1000 ha 5 0,61% 3303 7,98% De 1000 a mais de 2500 ha 3 0,36% x x Total 824 100% 41411 100% TABELA 16 NÚMERO E ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS SEGUNDO OS GRUPOS DE ÁREA DO MUNICÍPIO DE SÃO GOTARDO - MG. FONTE: IBGE - CENSO AGROPECUÁRIO Observando a tabela é possível verificar que a classe que possui menor número de estabelecimentos agropecuários é a de 1000 a mais de 2500 ha, demonstrando que há uma concentração de terras. Isso é facilmente percebido, enquanto os estabelecimentos menores que 100 ha representam 85,92% do total e ocupam 44,31%da área total, os estabelecimentos maiores que 100 representam somente 14,08% do total e ocupam 55,69% da área total. O aumento da concentração fundiária e da participação deste extrato é reflexo da implantação do PADAP (Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba), programa criado pelo governo federal em 1970, uma vez que, dos 95 lotes ocupados inicialmente pelos colonos, 91 tinham entre 200 e 500 hectares, ocupando uma área de mais de 24.000 hectares. 37 Observe essa analise demonstrada no gráfico 4. GRÁFICO 4 NÚMERO E ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS SEGUNDO OS GRUPOS DE ÁREA DO MUNICÍPIO DE SÃO GOTARDO - MG Conforme aponta Santos(2010): a microrregião estudada apresentou a incorporação de novas culturas, e a intensa mecanização e especialização na produção pelo pacote tecnológico da Revolução Verde. Com isso nesse período ocorreu um aumento da ocupação da força de trabalho nas décadas de 1970 e 1980, em atividades permanentes e temporárias. Com o avanço tecnológico e a introdução de novas tecnologias e técnicas de produção, o emprego rural passou a decrescer, principalmente o temporário (Ortega, Garllip & Jesus, 2003). Em meio ao processo de modernização agrícola conhecido como Revolução Verde a região despontou frente à incorporação das áreas de cerrado ao processo produtivo, até então predominantemente utilizadas como pastagens naturais. O processo de expansão da fronteira agrícola e desenvolvimento industrial da região fomentou a ocupação da região que se incluiu no Plano Nacional de Desenvolvimento, concebido neste período. Várias iniciativas governamentais se configuraram para apoiar este processo, o PADAP (Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba), em 1973 dentre outros planos de cooperação internacional estabelecia parcerias nipo-brasileiras pela modernização do campo. Conforme CLEPS JUNIOR: “Na avaliação dos programas regionais de desenvolvimento para os cerrados, o que se pode concluir é que a fórmula de expansão capitalista adotada pela agricultura brasileira e mineira nos anos iniciais foi a de incorporação de terras do cerrado através da distribuição de crédito barato destinado aos projetos com número limitado de produtores selecionados” (CLEPS JUNIOR, 1998, p.138.) 38 O processo de modernização da região bem como todo o território nacional, foi acompanhado do estreitamento de contradições sócio-econômicas, já que não privilegiava todos os segmentos envolvidos e dava abertura ao lucro do capital internacional na região. Neste período ocorreu no campo uma intensificação das formas de exploração do trabalho e o processo de expropriação do camponês, traduzindo-se no agravamento dos conflitos de classe na área rural. 39 ANÁLISE DA PROPRIEDADE VISITADA Ao analisarmos a distribuição da terra - mais comumente denominada de estrutura fundiária – devemos primeiramente definir o espaço a ser analisado, podendo este ser um município ou microrregião. Para isto, devemos levantar dados como o tamanho das propriedades e numero de estabelecimentos agrícolas a fim de compreendermos “como a terra está distribuída em um dado espaço num dado momento” Andrade (1980). No caso específico do Brasil, uma grande parte das terras do país se encontra nas mãos de uma pequena parcela da população, essas pessoas são conhecidas como latifundiários. Essa condição é produto histórico, resultado do modo como no passado ocorreu a posse de terras ou como foram concedidas, uma vez que a distribuição teve início ainda no período colonial com a criação das capitanias hereditárias e sesmarias. Esses sistemas eram caracterizados pela entrega da terra pelo dono da capitania a quem fosse de seu interesse ou vontade, em suma, fazendo com que a divisão de terras fosse desigual e os reflexos percebidos na atualidade. A Revolução Verde, período no qual ocorreu o aumento e a disseminação de novas práticas agrícolas, só reforçou essa desigualdade da distribuição de terras, devido à adoção de sistemas de produção simplificados, especializados – ou seja, a monocultura, além a acentuação da divisão social do trabalho, com a maior separação cidade/campo.Se por um lado, a modernização da agricultura brasileira ocorrida nesse período possibilitou a transformação industrial dos produtos agrícolas através do desenvolvimento dos transportes e da conservação dos produtos agrícolas, por outro, trouxe como conseqüência uma série de problemas ambientais/ecológicos e sociais. Com o surgimento do termo sustentabilidade, muitos consumidores passaram a exigir alternativas de manejo agrícola sustentável, que permitem a minimização de danos ambientais, o que resulta em grandes desafios, pois quase sempre essas práticas vão de encontro com os interesses econômicos. Durante o campo,visitamos três fazendas localizadas entre os municípios de Rio Paranaíba e de São Gotardo que demonstram bem isso: a Fazenda Shimada, a Fazenda Iamaguti e a Fazenda do grupo Tsuge. As propriedades pertencem a descendentes japoneses que migraram nos anos 1970 devido ao programa federal PADAP (Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba) e dispõem de tecnologias e produtos de alto investimento que vão desde pivôs centrais, câmaras frias que ajudam na conservação dos produtos agrícolas, máquinas de plantio e colheita, até caminhões destinados ao transporte. 40 Muitas dessas máquinas inclusive são controladas por sistema GPS, como na Fazenda Iamaguti, possibilitando uma economia de mão de obra, além de permitir medições mais precisassem termos de plantação e colheita em grande escala. Equipamentos esses que também se destacam pelo seu valor (algumas avaliadas em R$ 350 mil). Apesar de se falar muito em desenvolvimento rural sustentável, foi possível verificar que muito ainda deve ser feito. Ainda há desperdício de alimentos e o consumo de insumos químicos (fertilizantes e agrotóxicos) em larga escala. Outro ponto que pode ser observado é que em quase todas as plantações visitadas havia espécies de trincheiras próximas às culturas com o intuito de armazenar o excesso da água utilizada na irrigação e que contém defensivos agrícolas, impedindo assim que atinja outras culturas. No entanto, essa prática causa contaminação do solo e em alguns casos do lençol freático, resultando não só em um dano ambiental, mas uma perda financeira. Nesse sentido, percebemos que apesar de haver um avanço tecnológico, ainda deve haver um avanço nas técnicas e práticas sustentáveis na atividade agrícola, de forma que ocorra o atendimento das necessidades sociais das famílias e das comunidades rurais, com o mínimo de impactos ambientais possível. 41 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Analise do desenvolvimento rural na mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, microrregião de Patos de Minas e do município de São Gotardo, de acordo com os dados apresentados e analise, considerando a dimensão populacional, econômica, ambiental e de bem-estar social, constatamos níveis diferenciados de desenvolvimento rural entre os municípios principalmente, em por efeito do PADAP, que influenciou no aumento da concentração fundiária e com isso os altos investimentos dos produtores da região para otimizar a produção e o cultivo hiperintensivo, além de técnicas armazenamento, o que impacta no que os produtos atingem no mercado. É importante verificar como ocorreu a modernização da agricultura brasileira, em geral, e da região, em particular. Assim, verificamos que essa modernização foi movida pela ação estatal segundo uma concepção modernizante que privilegiou apenas as questões ligadas à transformação da base técnica da agricultura. Os planos adotados pelo Governo para a agricultura visavam a modernização do setor rural para aumentar a produção e a produtividade. Ficou claro que não havia nos planos uma preocupação em promover um desenvolvimento rural que buscasse realizar uma política redistributiva que fosse compatível com as condições sociais, econômicas e ambientais de cada região. Isso ocorre, também, com os programas governamentais voltados aos processo de modernização da agricultura brasileira, que revela algumas distorções presentes, também, na modernização da mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba e microrregião de Patos de Minas. Assim, alcançar um desenvolvimento mais equilibrado, justo e mais bem adaptado às condições específicas de cada município requer, ao mesmo tempo, uma mudança na concepção de modernização da agricultura e a inclusão de tais dimensões. É importante destacar que as políticas a serem implementadas devem ser específicas e não gerais –– como aquelas para a modernização agrícola. Mas para isso deve haver uma ampla ação coletiva entre as entidades governamentais, os agentes privados e a sociedade civil, para que, juntos possam promover um desenvolvimento mais eqüitativo, homogêneo e equilibrado. Cada parcela deste mundo é propriedade de um Estado ou de um particular. Este "roubo social" que é a apropriação exclusiva do solo, se encontra materializada na onipresença de muros, barreiras, fronteiras e cercas. No tocante, outro problema fundiário de máxima importância, seria a tão sonhada reforma agrária. Não só na região estuda, ou no Estado como um todo, como praticamente em todo território brasileiro, a concentração fundiária é uma realidade que não se discute uma solução definitiva. 42 ANEXO FIGURA 8 MAPA DA MICRORREGIÃO DE PATO DE MINAS E ESTRUTURA FUNDIÁRIA. FONTE: CENSO AGROPECUÁRIO. 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Lidiane Aparecida. A agricultura familiar: reflexões a partir do município de São Gotardo (MG). Caminhos de Geografia Uberlândia v. 11, n. 36 dez/2010 p. 348 - 365. BENTO, L. C. M. Reforma Agrária: a luta pela terra e a realidade do Assentamento Rural Rio das Pedras, Uberlândia/MG. Centro Científico Conhecer - ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Goiânia, vol.5, n.8, 2009. FRANÇA, C. G. Del Grossi, M. E. Marques, V. P. M. O censo agropecuário 2006 e a agricultura familiar no Brasil. Brasília: MDA, 2009. 96p.; 20cm. ISBN: 978-85-60548-57-6. GOMES, R. M. JUNIOR, J. C. REFORMA AGRÁRIA NO TRIÂNGULO MINEIRO: A LUTA PELA TERRA E A CONSTRUÇÃO DOS ASSENTAMENTOS RURAIS. Departamento de Ciências Sociais, Faculdade de Filosofia, Artes e Ciências Sociais, Universidade Federal de Uberlândia. 2010. MELO, R. F. ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO RURAL NA REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO E ALTO PARANAÍBA: caracterização dos municípios com base em indicadores populacionais, econômicos, ambientais e de bem-estar social. Dissertação apresentada de Mestrado em Economia. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia, 2005. NOVAIS, G. T. CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA DA MESORREGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO/ALTO PARANAÍBA E DO ENTORNO DA SERRA DA CANASTRA (MG). Dissertação de Mestrado em Geografia. Instituto de Geociências. Universidade Federal de Urbelândia. Urbelândia, 2011. RIBEIRO, C. M. ASSIS, W. L. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PRINCIPAIS REGIMES CLIMÁTICOS. Universidade Federal de Minas Gerais. 2012. SANTOS,M A. A influência da dinâmica demográfica e domiciliar no processo de ocupação do Cerrado Brasileiro: o caso do Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba, Minas Gerais, Brasil . 2010. 151 f. Tese de Doutorado em Demografia do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas. Universidade Federal de Minas Gerais. Minas Gerais 2010. Dados de Censo 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Página visitada em 31 mai. 2014. 44 Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Página visitada em 31 mai. 2014. Ranking decrescente dos IDH-M de 1991 e 2000 de todos os municípios do Brasil. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 31 mai. 2014. São Gotardo, MG. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. Página visitada em 31 mai. 2014. Projeto Sul de Minas. Conjunto de 13 mapas geológicos, impressos a cores, na escala 1:100.000, elaborados pela COMIG e a UFMG, com interveniência da SEME, SEMAD e FUNDEP. As folhas são: Andrelândia, Caxambu, Chiador, Juiz de Fora, Lavras, Leopoldina, Muriaé, Pirapetinga, Pouso Alto, Rio Preto, Santa Rita do Jacutinga, São João Del Rei e Ubá. O NÚCLEO DE GEOMÁTICA (NGeo) DA EMBRAPA SOLOS agradece a gentileza da comunicação de falhas verificadas neste mapa. Rua Jardim
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