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Condições Econômicas Sociais. p. 05-38 CARVALHO, Cícero Péricles de. Economia Popular: uma via de modernização para Alagoas. 5. ed. rev. e ampl. Maceió. EDUFAL, 2012. 135 p. “Tal como nos indicadores sociais, o IBGE informava, no final de 2011, no estudo sobre as contas regionais brasileiras, que a economia de Alagoas, medida pelo Produto Interno bruto (PIB), permanecia no antepenúltimo lugar entre os Estados nordestinos, superando apenas Sergipe [...] e Piauí.” (p. 07) “A falta de investimentos não decorre [...] da ausência de aparato institucional. Alagoas tem uma moderna Lei de Incentivos Fiscais, aprovada em 1993 e atualizada em 2000, e um Programa de Desenvolvimento Integrado, o Prodestin, que, desde 1995 analisa e concede incentivos fiscais a empresas que querem se instalar em Alagoas” (p. 08) “Sem uma estratégia que leve em conta essas especificidades regionais, em vez de respostas sólidas, com mudanças lentas e de longo prazo, teremos sempre as mesmas políticas centradas nos anúncios de factoides, investimentos mirabolantes que não se materializam e expectativas que nunca se confirmam” (p. 09) “Superar os índices sociais negativos sem responder às questões da economia é uma tarefa impossível. Para vencer o atraso crônico, a economia alagoana precisa enfrentar estes três maiores problemas: ausência de um mercado interno, inexistência de polos dinâmicos e dificuldades financeiras de Estado” (p. 09) “Entre os nove estados do Nordeste [...], Alagoas apresentava, em 2009, milhões de habitantes a 3ª menor renda per capita (6.728,21 reais por ano), resultado da divisão do Produto Interno Bruto (21,235 bilhões de reais) por uma população (3,1 milhões de habitantes). Uma renda que representa apenas 40% da média nacional, sendo também 20% menor que a média nordestina” (p. 09) “Além de produzir pouca riqueza, Alagoas possui uma renda mal distribuída [...]. Quando se analisa a diferenciação salarial entre os 1,3 milhão de alagoanos que compõem a População Economicamente Ativa (PEA), o destaque é a polarização entre um número pequeno de pessoas (3%) com mais de 5 salários mínimos e um grande contingente se renda (17%), ou recebendo até um salário mínimo (44%)”. (p. 09-10) “A concentração de renda, a diferenciação salarial, a distribuição desigual de riqueza, por atraso social e cor de pele, e os indicadores sociais negativos ajudam a entender as características do mercado regional. A ampliação desse frágil mercado interno, por meio de novos investimento produtivos e pela distribuição de renda, é uma concentração necessária, e, embora pareça lenta, pode ser agilizada pelo poder público quando este atua em linhas diferentes, como são as políticas sociais, os programas de estruturação da economia popular e as políticas de crescimento” (p.13). “A economia alagoana, vista sob o ângulo das atividades setoriais, apresenta um perfil semelhante ao das economias modernas. [...]” (p.17) “O mundo rural alagoano é marcado pela estrutura fundiária problemática, refletindo a concentração das melhores terras em poucos e grandes estabelecimento, e por um modelo agrícola que revela a centralização da produção em poucas atividades, como a pecuária e a cana-de-açúcar, ocupando menos de um quinto da área com as atividades de todas as demais lavouras”. (p. 21) “O mundo rural em Alagoas continua refletindo os traços mais fortes do seu passado colonial: concentração de terra, ausência de diversificação produtiva, pobreza e degradação ambiental. [...]” (p. 23) “A pecuária continua assentada na bovinocultura, dedicada, basicamente, à produção de leite, de criação extensiva, ocupando 900 mil hectares, o equivalente a duas vezes a área plantada de cana-de-açúcar. Essa atividade é complementada com a presença e outros plantéis, principalmente ovinos e caprinos. A produção agroindustrial – avicultura e suinocultura – perdeu o ritmo acelerado dos anos 90 e sofre com a presença dos competidores de outros estados”. (p. 26) “O IDH varia de zero a um, sendo que, quanto mais próximo de zero, pior a situação e quanto mais o índice se aproxima de um melhores são as condições de vida. [...]” (p. 28) “A falta de alternativas no interior do Estado e a dinâmica econômica municipal um pouco superior à média estadual têm penalizado Maceió com uma forte imigração rural (direta do campo) e com os deslocamentos das cidades do interior alagoano em direção à capital”. (p. 33) O Financiamento do Desenvolvimento. P.39-58 CARVALHO, Cícero Péricles de. Economia Popular: uma via de modernização para Alagoas. 5. ed. rev. e ampl. Maceió. EDUFAL, 2012. 135 p. “Todo e qualquer processo de desenvolvimento requer fontes de financiamento. A poupança local, de base regional, seria a primeira delas. Mobilizar o capital existente para realizar projetos econômicos, criando a dinâmica necessária para gerar um círculo virtuoso de produção e de consumo, seria a primeira opção. Mas existe o limite desse próprio capital, que não tem volume para uma tarefa dessa dimensão”. (p. 40) “Há um fato novo. Alguns Estados e capitais que possuem dividas com a União estão se articulando para negociar outra formula de pagamento ao Tesouro Nacional, na medida em que a atualmente utilizada não possibilita o pagamento do montante principal. Isso termina aumentando o estoque da dívida.” (p. 46) “Não se pode avançar muito na análise financeira regional sem entender o passado recente das relações estaduais. O governo alagoano (1999-2006) herdou das gestões anteriores três grandes problemas nessa área: o acordo dos usineiros, o processo das Letras do Tesouro Estadual e a liquidação do Produban. Três problemas financeiros e políticos complexos porque envolvem bilhões de reais e trazem consequências negativas para o Estado de Alagoas” (p. 51) “No enfrentamento dos três casos herdados de administrações anteriores, o governo estadual apresentou soluções que criaram sombras de desconfiança pelos questionáveis resultados obtidos, e principalmente, pela ausência de amplo esclarecimento à sociedade alagoana dos encaminhamento tomados”. (p. 52) Tentativas de Modernização. p. CARVALHO, Cícero Péricles de. Economia Popular: uma via de modernização para Alagoas. 5. ed. rev. e ampl. Maceió. EDUFAL, 2012. 135 p. “Está claro que não podemos pensar Alagoas afastado de um modelo nacional, no qual destacam a concentração de renda, terra e poder político que jogam o Brasil no pódio da economia mais desigual na distribuição de riquezas, em âmbito mundial. Mas o Estado de Alagoas teve, ao longo daquelas décadas de crescimento acelerado, margens de autonomia para manobrar a máquina em direção aos interesses socialmente mais amplos. Se não fez, é outra história”. (p. 70-71) “Para romper com a herança do modelo concentrador de renda e de excludência social, Alagoas busca descobrir a justa formula que contemple o crescimento econômico com distribuição de renda”. (p. 71) “Os programas e os recursos federais possuem uma grande importância para a realidade local. Enquanto o Estado de Alagoas arrecada R$ 2,4 bilhões de ICMS durante o ano (2011) e, com esse dinheiro não consegue bancar a sua folha de pessoal, a Previdência Social injeta R$ 4, 0 bilhões na economia do Estado, pagando, mensalmente, benefícios no valor total de 330 milhões de reais a 458 mil pessoas. [...]. (p.74) “A forte presença federal em Alagoas é sentida, primeiro, pela baixa capacidade financeira do Estado e de seus municípios, o que limita os gastos com obras de infraestrutura e com políticas sociais;segundo, porque Alagoas não tem uma economia dinâmica, capaz de gerar renda, emprego e bem estar para a maioria de seus cidadãos. Assim, o Governo federal se transforma no principal agente, tanto para realizar investimentos em obras públicas, como desenvolver os programas sociais que beneficiam mais da metade da população do Estado. (p.78) “A atuação das políticas públicas se dá num quadro de muita pobreza. As políticas sociais e os programas de geração de emprego e renda [...] vêm transformando, lentamente o perfil socioeconômico de Alagoas. [...]. O conjunto formado pela saúde pública, educação fundamenta, renda mínima e previdência vem operando o milagre da melhoria da padrão social sem o correspondente crescimento econômico.” (p. 79) “O Estado acumula um déficit regular com a Previdência Social, o que revela, para os alagoanos, que essa política cumpre o seu papel positivo de distribuidor de renda. E, mais importante, o pagamento dos benefícios previdenciários é um dos principais esteios da frágil economia dos pequenos municípios alagoanos e dos bairros da periferia da capital.” (p. 82) “No interior, há uma sustentação de renda rural basicamente pela previdência, garantindo a permanência do aposentado no campo, uma espécie de seguro agrícola diminuindo a migração para as cidades polos ou mesmo Maceió. Nessas localidades, mais de 85% dos beneficiários de aposentadorias e pensões recebem um salário mínimo; ainda assim, essa é a principal fonte de renda dessas pequenas comunidades. A previdência social, principalmente a rural, mais as transferências federais ajudam a explicar como se mantêm as pequenas localidades do interior alagoano”. (p. 85) “Há alguns anos o Governo Federal realiza um conjunto de políticas sociais destinado ao combate à pobreza, centrado na transferência direta de renda. Alagoas é um dos que mais se beneficiam desses programas. O mais importante é o Programa Bolsa Família, que unificou todos benefícios sociais (Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Cartão Alimentação e o Auxilio Gás) do governo federal num único programa de transferência de renda destinados à famílias com renda per capita de até R$140 mensais. O Bolsa Família destina, mensalmente, 63 milhões de reais a 430 mil famílias alagoanas, injetando no mercado de consumo popular 750 milhões de reais por ano.” (p. 86) “[...], Alagoas foi o Estado que menos capitou recursos disponíveis no Ministério das Cidades para investimento nas áreas de habitação [...], saneamento, transporte e planejamento territorial urbano, realizados entre 2003 e 2005.” (p. 95) A Economia cresce? - P. 97-122 CARVALHO, Cícero Péricles de. Economia Popular: uma via de modernização para Alagoas. 5. ed. rev. e ampl. Maceió. EDUFAL, 2012. 135 p. “Se o Brasil está crescendo, como saber se Alagoas acompanha esse ritmo? É mais fácil constatar a conjuntura econômica nos centros industrializados, como, por exemplo, São Paulo, onde os institutos de pesquisas registram, regularmente, o desempenho geral e setorial (industrial, agrícola, comercial, financeiro) da economia desses estados. No caso alagoano, numa economia pouco desenvolvida, sem fortes instituições de pesquisas, devemos utilizar outras formas para verificar esse fenômeno. O consumo de energia elétrica, as contratações de mão de obra com carteira assinada, a pesquisa mensal do comercio, o desempenho das exportações e o movimento turístico são elementos que, com certeza permitem dizer como anda a economia de Alagoas e quais as suas perspectivas.” (p. 98) “Apesar da falta de expressivos investimentos privados e das dificuldades financeiras do Estado, as transferências, os financiamentos e os gastos federais em Alagoas foram decisivos no aumento do consumo popular que, por sua vez, dinamizou outros setores da economia. Esses recursos públicos, [...], permitiram que Alagoas obtivesse medias positivas no consumo no varejo, acima das nordestina e brasileira, ativando o setor de serviços, criando mais empregos formais, provando que o principal problema regional é encontrar formas de distribuir renda, ampliar o mercado consumidor, gerando dinâmica que permita a criação e a atração de novas empresas.” (p. 99) “A economia regional alagoana acompanha e sente os efeitos de crescimento da economia nacional. Tanto no setor privado, [...], como no setor público. Como as taxas de crescimento nacional, nos anos 2004/2011, foram positivas, a economia alagoana saiu diretamente beneficiada dessa conjuntura.” (p. 102) “As reformas no Sistema Simples Nacional para as micro e pequenas empresas e a criação do Estatuto do Microempreendedor Individual (MEI) deram um impulso forte a ampliação e criação de mais empresas formalizadas. Os números são surpreendentes.” (p. 102) “A energia elétrica está ligada à produção de bens, mercadorias e, por isso, significa mais consumo, mais movimento nas fabricas, no campo, nas residências. [...]” (p. 104) “Um fato extraordinário é o crescimento do número de consumidores residenciais, que influenciado pelo programa Luz para Todos, saltou de 574 mil em 2003 para 914 mil em 2011. Significativo também é o aumento de consumidores na área de serviços, que subiu de 42 mil para 47 mil no mesmo período de tempo. Já nas áreas industrial e rural esse número se manteve estável.” (p. 105-106) “O aumento na produção e a contratação de mão de obra têm etapas diferentes. No primeiro instante, a fábrica, o escritório ou a loja comercial apelam para a sua capacidade ociosa. Mesmo na crise, a empresa não dispensa todos os funcionários; fica uma parte dos empregados. É com esse pessoal que ela retoma a produção ou as vendas. Numa etapa mais na frente, com sustentação de crescimento, começam as contratações.” (p. 106) “Todos os anos, o número de contratações com carteira assinada em Alagoas, [...], aumenta ligeiramente em maio porque o mercado de trabalho tem sua dinâmica apoiada em alguns setores que contratam de forma sazonal. O aumento do desemprego entre os assalariados com carteira assinada, no período de dezembro a abril, é sempre esperado. A economia alagoana depende de alguns setores que são sazonais, ou seja, que possuem safras e entressafras ou altas e baixas estações. [...]” (p. 107) “Alagoas é diferente das economias mais desenvolvidas, que possuem muitos setores estabilizados seja na indústria, na agricultura diversificada ou no setor de serviços mais amplo e sofisticado. A economia regional precisava ter mais setores estáveis para que o nível de emprego não sofresse tantas mudanças assim. Poe exemplo, as sessenta empresas do Distrito do Tabuleiro do Martins não têm safra ou estação, empregam o ano todo e seus trabalhadores possuem relativa estabilidade. [...]” (p. 108) “Nos últimos anos, refletindo o crescimento da economia nacional e nordestina, Alagoas ampliou seu número de empresas, aumentando 182 mil novos postos de trabalho e, mais importante, a renda média dos alagoanos empregados cresceu mais de 140%.” (p. 109) “Favorecido pelos recursos das várias políticas públicas, o comércio varejista alagoano vem batendo recordes de venda e crescendo com taxas maiores que a média nacional. A combinação entre o aumento da renda dos estratos mais pobres mais o alongamento dos prazos de financiamento e a ampliação do credito consignado produziu uma redução sistemática da inadimplência e um relativo dinamismo do comercio local. Para uma sociedade que tem dois terços de seus consumidores com uma renda de até um salário mínimo, a abertura de novas fontes de financiamento ativa a economiados setores populares de forma muito significativa.” (p. 112) “A presença do sistema financeiro [...] está diretamente vinculada a esse consumo massivo. A formalização de trabalhadores com carteira assinada (490 mil), o grande número de funcionários públicos (mais de 100 mil) e de previdenciários (450 mil) permitiram a ampliação do “crédito consignado” e de outras formas de empréstimos que têm dinamizado o setor comercial e de serviços em Alagoas. No entanto, refletindo a concentração espacial de sua economia e população, essa rede de atendimento financeiro está concentrada em poucos municípios.” (p. 114) “Em 2011, o Brasil bateu um recorde histórico com exportações de 256 bilhões de dólares e mais de 30 bilhões em saldo da balança comercial. O resultado das vendas externas nordestinas, 2011, também acompanhou o desempenho nacional, com 19 bilhões de dólares exportados, mas um saldo negativo de cinco bilhões em função do aumento dos combustíveis e químicos importados. As exportações nordestinas revelam alguns aspectos importantes da economia regional e ajudam a compreender o processo alagoano e suas perspectivas. [...]” (p. 116) “[...], a economia alagoana vem crescendo com duas novas características: sua dinâmica está centrada na produção e consumo popular e diminui seu grau de pobreza. [...]” (p. 122) Radicalização da Parceria Estado-União – p. 123-130 CARVALHO, Cícero Péricles de. Economia Popular: uma via de modernização para Alagoas. 5. ed. rev. e ampl. Maceió. EDUFAL, 2012. 135 p. “O Estado de Alagoas tem presença constante nas páginas dos jornais e revistas brasileiras de grande circulação por suas múltiplas dificuldades econômicas e sociais, destacadas sempre pelos documentos oficiais; assim como pela forte representação política no cenário nacional, muito mais expressiva que sua economia e muito mais significativa que a de alguns estados ricos do Sul e Sudeste. A presença ativa de alagoanos em instituições de caráter nacional e os problemas locais atraem, de forma ainda mais insistente, os olhares da mídia nacional.” (p.124) “Em Alagoas, os mais conhecidos índices de desenvolvimento humano apresentam valores negativos. A taxa de mortalidade infantil, por exemplo, apesar de sua redução, continua sendo a maior do país, mais alta que a média nordestina. A taxa de analfabetismo da população acima de 15 anos, tanto rural como urbana, é também, a maior do país. Os outros indicadores seguem a mesma direção.” (p. 124) “As políticas públicas, são hoje, os únicos instrumentos para enfrentar, de forma massiva, um problema que é generalizado em todo o Estado. Há uma clara consciência de que o Nordeste não pode avançar se Alagoas não resolver seus problemas; não pode se desenvolver, se o Nordeste não acompanhá-lo.” (p. 130) “A perspectiva econômica e social para Alagoas nos próximos anos parece apontar para uma única forte alternativa: a radicalização da parceria Estado-União para realizar, simultaneamente, o processo de modernização social e o crescimento econômico.” (p. 130) UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS- UNEAL CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA- CAMPUS I FICHAMENTO DO LIVRO ECONOMIA POPULAR: UMA VIA DE MODERNIZAÇÃO PARA ALAGOAS ARAPIRACA, NOVEMBRO 2014 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS- UNEAL CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA- CAMPUS I JOSIVALDO MOREIRA DOS SANTOS FICHAMENTO DO LIVRO ECONOMIA POPULAR: UMA VIA DE MODERNIZAÇÃO PARA ALAGOAS Fichamento de citação do Economia Popular: uma via de modernização para Alagoas de Cícero Péricles de Carvalho realizado por alunos do 3º Período de Geografia Campus I ARAPIRACA, NOVEMBRO 2014
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