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APOSTILA Sociologia da Educacao

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UNIVERSIDADE 
METROPOLITANA DE 
SANTOS 
Núcleo de Educação a Distância 
NÚCLEO COMUM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOCIOLOGIA DA 
EDUCAÇÃO 
 
 
 
UNIVERSIDADE 
METROPOLITANA DE 
SANTOS 
Núcleo de Educação a Distância 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Créditos e Copyright 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACEDO, Doroti de Oliveira Rosa. 
Sociologia da Educação. Doroti de Oliveira Rosa Macedo: 
Núcleo de Educação a Distância da UNIMES, 2015. 99p. 
(Material didático. Curso de ciências sociais). 
 
Modo de acesso: www.unimes.br 
1. Ensino a distância. 2. Educação. 3. Sociologia. 
CDD 371.12 
 
 
 
UNIVERSIDADE 
METROPOLITANA DE 
SANTOS 
Núcleo de Educação a Distância 
NÚCLEO COMUM 
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS 
PLANO DE ENSINO 
 
CURSO: Licenciaturas 
COMPONENTE CURRICULAR: Sociologia da Educação 
ANO/SEMESTRE: 1º 
CARGA HORÁRIA TOTAL: 80h 
 
EMENTA 
Interpretação e reflexão da educação, da sociedade e da escola, no contexto da 
realidade brasileira. As relações sociais na sociedade capitalista: desigualdade e 
exclusão social. Analise da função da escola como prática social numa sociedade 
multicultural e o papel do educador como mobilizador na construção da cidadania. 
 
OBJETIVO GERAL 
Compreender conceitos sociológicos e diferentes formas de organização da 
sociedade. Compreender a relação entre a organização da sociedade e a escola. 
Refletir a relação entre conhecimento, educação e sociedade. 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
UNIDADE I: Sociologia e Educação 
Ao compreender conceitos de interação social, educação, socialização, instituições 
sociais e conhecimento perceber-se como ser que passa por estes processos, 
vivenciando-os de determinadas formas; Compreender o homem como ser histórico, 
 
 
UNIVERSIDADE 
METROPOLITANA DE 
SANTOS 
Núcleo de Educação a Distância 
NÚCLEO COMUM 
criador de novas formas de vida, ao mesmo tempo capaz, por sua memória, escrita 
ou oral, de acumular experiências. 
 
UNIDADE II: Análise Sociológica da Sociedade Capitalista 
Compreender o capitalismo e o liberalismo como formas de organização da 
sociedade, tendo como pano de fundo os resultados e as contradições da sociedade 
brasileira, organizada sob o sistema capitalista; Situar o nascimento da Sociologia 
no estabelecimento do capitalismo, compreendendo que o uso da ciência não é 
neutro. A ciência pode ser usada para a conservação ou para a transformação da 
sociedade. 
 
UNIDADE III: A Escola na Sociedade Brasileira 
Refletir sobre a realidade da educação escolar brasileira como consequência das 
contradições da sociedade capitalista em que vivemos, buscando alternativas que 
viabilizem um projeto de construção da autonomia da escola; Questionar, buscando 
respostas junto à comunidade escolar, sobre a função da escola na atualidade. 
 
Bibliografia Básica 
LAKATOS, Eva M., MARCONI, Marina de Andrade, Sociologia Geral, São Paulo: 
Ed. Atlas, 2011. 
NERY, Maria Clara Ramos, Sociologia da Educação, Curitiba : Intersaberes, 2013. 
(Livro eletrônico – Biblioteca Virtual Unimes) 
RODRIGUES, Alberto Tosi, Sociologia da Educação, Rio de 
Janeiro: DP&A.Editora, 2002. 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE 
METROPOLITANA DE 
SANTOS 
Núcleo de Educação a Distância 
NÚCLEO COMUM 
Bibliografia Complementar 
ARAÚJO, Silvia M., BRIDI, Maria Aparecida, MOTIN, Benilde L., Sociologia – um 
olhar critico . SP , Editora Contexto , 2009 ( livro eletrônico – Biblioteca Virtual 
Unimes) 
BRANDÃO, C. R. O que é Educação? São Paulo: Brasiliense, 2007, disponível 
em https://pt.scribd.com/doc/39369244/O-que-e-Educacao-BRANDAO-Carlos-
Rodrigues 
DIAS, Reinaldo, Introdução à Sociologia, 2ª Edição – São Paulo – Pearson 
Prentise Hall – 2010. (livro eletrônico- Biblioteca Virtual Unimes) 
DURKHEIM, E., Fato Social e Divisão do Trabalho, apresentação e comentários 
de MUSSE, Ricardo, Editora Ática: SP, 2007, (Livro eletrônico - Biblioteca Virtual 
Unimes) 
MELLO , Alessandro de, Fundamentos socioculturais da educação, Curitiba -
InterSaberes, 2012, Série Fundamentos da Educação ( Livro eletrônico – Biblioteca 
Virtual Unimes) 
 
METODOLOGIA 
As aulas serão desenvolvidas por meio de recursos como: videoaulas, fóruns, 
atividades individuais, atividades em grupo. O desenvolvimento do conteúdo 
programático se dará por leitura de textos, indicação e exploração de sites, 
atividades individuais, colaborativas e reflexivas entre os alunos e os professores. 
 
 AVALIAÇÃO 
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e 
apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como 
forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados na parte 
teórica e prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos 
específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações à distância e Presencial, de 
acordo com a Portaria da Reitoria UNIMES 04/2014. 
 
 
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METROPOLITANA DE 
SANTOS 
Núcleo de Educação a Distância 
NÚCLEO COMUM 
Sumário 
Aula 01_A contribuição da Sociologia para a educação .......................................................................... 8 
Aula 02_A Sociologia na formação do educador ................................................................................... 12 
Aula 03_Sociologia e Educação .............................................................................................................. 14 
Aula 04_Conceitos básicos de Sociologia............................................................................................... 17 
Aula 05 _Educação e socialização .......................................................................................................... 20 
Aula 06_As instituições sociais e a educação ......................................................................................... 22 
Aula 07_Educação e Cultura .................................................................................................................. 25 
Aula 08_Educação e Cultura .................................................................................................................. 32 
Aula 09_Educação, cultura e conhecimento .......................................................................................... 40 
Aula 10_Educação, cultura e ideologia. ................................................................................................. 42 
Aula 11_A escola como instituição social .............................................................................................. 45 
Resumo_Unidade I ................................................................................................................................. 48 
Aula 12_A educação e a escola .............................................................................................................. 49 
Aula 13_A análise sociológica da sociedade capitalista ......................................................................... 50 
Aula 14_Compreendendo a realidade social ......................................................................................... 52 
Aula 15_Educação e política. ................................................................................................................. 55 
Aula 16_A dimensão social da liberdade ...............................................................................................57 
Aula 17_Sociedade Contratual e Sociedade Contextual ........................................................................ 60 
Aula 18_ Emile Durkheim e a Educação ................................................................................................. 64 
Aula 19 _A sociedade para a Sociologia crítica ...................................................................................... 65 
Aula 20_A Educação para a Sociologia Crítica ....................................................................................... 68 
Aula 21_A análise Marxista no estudo da escola ................................................................................... 71 
Aula 22_A educação escolar e a sociedade brasileira............................................................................ 74 
Aula 23_A educação escolar como intervenção .................................................................................... 77 
Aula 24_A educação escolar como invenção ......................................................................................... 79 
Aula 25_A escola e a questão cultural ................................................................................................... 80 
Aula 26_A escola e a questão cultural ................................................................................................... 81 
Aula 27_A organização da escola ........................................................................................................... 83 
Aula 28_A organização da escola ........................................................................................................... 85 
Aula 29_O preconceito na escola........................................................................................................... 87 
Aula 30_A escola no contexto social ...................................................................................................... 89 
Aula 31_A função da escola ................................................................................................................... 94 
 
 
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NÚCLEO COMUM 
Aula 32_Sawabona!!! Shikoba!!! ........................................................................................................... 97 
 
 
 
 
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8 NÚCLEO COMUM 
Aula 01_A contribuição da Sociologia para a educação 
 
Os estudos sociológicos trazem conhecimentos fundamentais para nossa 
compreensão sobre o homem e a sua realidade social e, consequentemente, para o 
processo educacional. 
Agora abordaremos a contribuição da Sociologia para a Educação. Segundo 
Rodrigues, o sociólogo Florestan Fernandes entende que: 
 
A educação é o elemento da vida social responsável pela 
organização da experiência dos indivíduos na vida cotidiana, pelo 
desenvolvimento de sua personalidade e pela garantia da 
sobrevivência e do funcionamento das próprias coletividades 
humanas. [...] (RODRIGUES, 2000, p. 9) 
 
Para ele, as práticas que têm por finalidade educar utilizam técnicas; seguem 
normas e valores que fazem parte de uma determinada sociedade, de uma 
determinada cultura e de um determinado tempo histórico. Para a Sociologia, não há 
técnica pedagógica neutra: todas são construídas e utilizadas em meio a valores e 
normas. 
Florestan Fernandes, ao mencionar o termo técnicas aplicadas à educação queria 
abranger não só os recursos ou meios utilizados para transmitir conteúdos, mas 
também a pedagogia, compreendida também em todos os aspectos filosóficos e 
sociológicos. É neste sentido que as técnicas utilizadas em educação estão 
presentes nas práticas educacionais que seguem as normas e os valores sociais. As 
normas são as leis e regulamentos escritos e as regras, aquelas estabelecidas nos 
grupos sociais. Os valores correspondem aos critérios de julgamento de si e dos 
outros; as concordâncias e discordâncias; as aprovações e reprovações que nunca 
são individuais e, sim, aceitas e compartilhadas na vida social. 
 
 
 
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9 NÚCLEO COMUM 
Olhar a educação do ponto de vista da Sociologia é compreender 
que, se a Pedagogia é o fundamento das práticas educacionais as 
crenças, os valores e as normas sociais são os fundamentos da 
pedagogia. (RODRIGUES, 2000, p. 10) 
 
Neste sentido, a Sociologia é um instrumento importante no processo educacional, 
como reveladora de práticas sociais que auxiliam a compreender a Pedagogia e o 
fazer do pedagogo. Como diz Rodrigues (2000, p. 10): 
 
[...] a Sociologia da Educação é aquela disciplina acadêmica que se 
preocupa em reconstruir sistematicamente as relações, que existem 
na prática cotidiana, entre as ações que objetivam educar e as 
estruturas da vida social, quer dizer: a economia, a cultura, o 
arcabouço jurídico, as concepções de mundo, os conflitos políticos. 
 
Portanto, toda análise e o estudo a ser realizado devem ter como base os 
fundamentos trazidos pelos seus iniciadores que analisaram a sociedade de sua 
época, a sociedade capitalista, buscando compreendê-la em suas peculiaridades, 
propondo caminhos teóricos interpretativos para os mais variados fenômenos 
sociais. 
Vamos “acompanhar o caminho trilhado” por alguns desses autores que iniciaram os 
estudos da Sociologia. 
Para complementar seus conhecimentos, breves considerações sobre a História da 
Sociologia. 
 
História sobre a Sociologia 
O estudo dos acontecimentos sociais é muito antigo. Pode-se dizer que, desde o 
aparecimento dos primeiros agrupamentos humanos, houve a preocupação de 
organizar-se da melhor forma para a sobrevivência do homem. 
 
 
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10 NÚCLEO COMUM 
Somente no século XIX, a Sociologia passou a existir como ciência independente. 
As transformações pelas quais passou a sociedade européia nos séculos XVIII e XIX 
contribuíram de maneira acentuada para o aparecimento da Sociologia. A revolução 
industrial e a revolução francesa provocaram transformações radicais na sociedade 
da época. Os estudiosos começaram a estudar essas transformações e suas 
consequências para a vida humana: era início da Sociologia como ciência. 
O primeiro a registrar o termo “Sociologia” foi o filósofo francês Augusto Comte 
(1798-1857), em sua obra “Filosofia positiva”, publicada em 1838. Para ele, a 
Sociologia deveria realizar seus estudos com base na observação e na classificação 
sistemática e não baseada na autoridade e na especulação, como acontecia com a 
ciência antiga. 
O sociólogo francês Emile Durkheim (1858-1917) contribuiu para que a Sociologia 
analisasse a sociedade, os grupos sociais, os fatos sociais através do método 
científico. Em seu livro “Regras do método sociológico” (1895), Durkheim explicou 
como realizou sua pesquisa sobre o suicídio: primeiro planejou a pesquisa; depois 
coletou grande número de dados sobre pessoas que se suicidaram; por fim, chegou 
a uma conclusão elaborou a teoria do suicídio, em que apontou como fator principal 
o isolamento social. Durkheim analisou também a educação como fato social cujas 
teorias encontram-se no livro “Sociologia e Educação”; daí dizermos que foi o 
primeiro sistematizador da Sociologia da Educação. 
O que tem a ver a Sociologia com a educação escolar? A escola não está isolada 
em relação à comunidade, à sociedade em que está inserida. A escola é até certo 
ponto, reflexo das condições e das exigências estabelecidas pela sociedade, em seu 
sentido mais amplo, e pela comunidade, no sentidomais restrito. Por outro lado, 
mesmo no interior da escola, multiplicam-se os grupos sociais. Esses grupos - de 
alunos, de professores, de especialistas etc. têm enorme influência sobre o 
comportamento dos alunos e sobre sua educação. Até dentro da sala de aula, 
apesar do controle que pode ser exercido pelo professor, a influência das condições 
sociais do aluno e dos grupos de que ele participa dentro e fora da sala, não pode 
ser menosprezada. 
 
 
 
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11 NÚCLEO COMUM 
A contribuição da Sociologia da Educação ao trabalho pedagógico abrange pelo 
menos dois aspectos principais: 
 1. O estudo dos processos e das influências sociais envolvidos na atividade 
educativa, em especial na escola. Incluem-se aqui os processos de interação dos 
indivíduos e de organização social e as influencias exercidas pela sociedade, pela 
comunidade e pelos grupos sobre a educação. 
 2. A aplicação dos conhecimentos e descobertas da Sociologia à atividade 
educativa, ou seja, utilização dos princípios e teorias sociológicas para tornar mais 
eficiente o processo educativo. 
 
Assim, a Sociologia da Educação preocupa-se com três grandes áreas de estudo: 
 - organização da sala de aula 
 - interação entre a escola e a comunidade 
 - educação relacionada com a sociedade em seu sentido mais amplo. 
 
 Até a próxima aula! 
 
 
 
 
Referências bibliográficas: 
FORACCHI, Marialice M. Sociologia e sociedade, Rio de Janeiro, Livros técnicos e 
científicos, 1978. 
RODRIGUES, Alberto Tosi. Sociologia da Educação. RJ, ED. DP&A, 2000. 
 
 
 
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12 NÚCLEO COMUM 
Aula 02_A Sociologia na formação do educador 
 
Dando continuidade ao tema Sociologia na formação do educador, vamos 
aprofundar um pouco mais a questão da Sociologia como instrumental necessário 
na formação do professor para ajudar a prepará-lo para as diferentes realidades que 
encontrará e que, como professor, possa preparar criticamente seus alunos. 
Heloisa D. Penteado em seu texto “A Sociologia na formação do professor de 1° 
e 2° grau” (1982) diz que: 
 
[...] quando falamos da Sociologia na formação do professor de 
primeiro e segundo graus como instrumento de trabalho daquele 
profissional que o professor precisa se transformar estamos 
pensando no que chamamos, no início deste trabalho, de questões 
menores ou questões de sala de aula. 
Estamos pensando num professor instrumentado para perceber 
problemas do dia-a-dia da sala de aula, como faltas frequentes do 
aluno por perder a hora (não tem quem o chame); falta de estudo do 
aluno porque não lhe sobra tempo para tanto (trabalha) ou porque 
esquece (não tem quem o oriente fora da escola) visando lidar com 
eles de maneira mais produtiva e adequada. 
Estamos pensando num professor instrumentado para perceber 
problemas da relação com os pais como, por exemplo, não poder 
contar com eles para um acompanhamento dos filhos; para perceber 
o autoritarismo ou mesmo o passivismo dos pais em relação ao 
desempenho escolar dos filhos; para enfrentar o insucesso das 
reuniões de pais montadas pelos professores e buscar formas de 
superação. Estamos pensando num professor instrumentado para 
viver os problemas da relação professor – professor, professor – 
diretor, dentro da unidade escolar. 
 
 
 
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13 NÚCLEO COMUM 
Analise e reflita sobre a importância da Sociologia na formação do educador, a partir 
das seguintes propostas: 
 É indispensável conhecer conceitos e teorias sociológicas para a compreensão 
da realidade social. 
 Qual é a função da escola? 
 O professor precisa compreender que vai atuar num grupo social (escola), onde 
são encontrados outros grupos sociais de diferentes origens e culturas. 
 A finalidade dos conhecimentos sociológicos é a sua utilização para melhorar as 
condições da existência humana. 
 É trazer instrumentos para que o educador perceba que os problemas existentes 
numa escola são problemas sociais. 
 Os educadores, são construtores da história e da sociedade onde vivem. 
Precisam construir a sociedade democrática brasileira. 
 
 
 Até a próxima aula! 
 
 
 
 
 
 
 Referência Bibliográfica: 
PENTEADO, Heloisa D. A Sociologia na formação do professor de 1° e 2° 
grau. Revista da Faculdade de Educação da USP. São Paulo, v.8, n.2, p.157-164, 
dez.1982. 
 
 
 
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14 NÚCLEO COMUM 
Aula 03_Sociologia e Educação 
 
Nesta aula, trabalharemos alguns conceitos da Sociologia a partir de uma história 
que mostra uma trajetória de vida com várias dificuldades. 
Esta é uma história, como tantas outras em que “qualquer semelhança é mera 
coincidência” e foi extraída do livro: Sociologia da Educação de Nelson Piletti (pág. 
243 e 244). Leia abaixo! 
“Isabel é do signo de Leão. Completará dezessete anos no dia 10 de agosto. 
Nasceu num pequeno povoado, de não mais de vinte famílias de pequenos 
agricultores. Na escola local fez as três primeiras séries do ensino fundamental. Era 
uma escola de apenas uma sala, na qual a professora procurava ensinar, ao mesmo 
tempo, a vinte e duas crianças da primeira a quarta série. 
Aos dez anos Isabel mudou-se para a cidade. Foi morar num apartamento. Nem 
sabe quem são seus vizinhos do apartamento em frente. Apenas “bom dia”, “boa 
tarde”, “tudo bem”? e nada mais. Atualmente frequenta a segunda série do curso de 
magistério. A tarde trabalha numa loja, para reforçar o orçamento familiar, que anda 
apertado. 
Hoje Isabel acordou às sete horas, um pouco tarde para entrar na escola às sete e 
meia. Lavou-se e vestiu-se rapidamente. Pôs o uniforme da escola, blusa branca e 
saia azul, meias brancas e tênis. Tomou café e saiu. No caminho encontrou Joana e 
Sandra, duas amigas inseparáveis. Foram conversando de tudo um pouco, as 
matérias do dia, os namorados, etc. 
Saindo da escola, Isabel vai correndo para casa, troca de roupa, almoça e vai para o 
serviço, onde permanece das 13 às 19 horas. Sabe que não pode chegar atrasada, 
pois as consequências são pesadas. 
Seis horas mostrando tecidos, roupas, blusas calças, meias! Preços, descontos, 
notas! Isabel sai do serviço, vai para casa, toma banho, janta. E agora? Novela das 
oito, trabalho de escola, cansaço, sono, namorado, etc. O que fazer? Isabel procura 
conciliar as coisas, fazer o que dá. “Quer ser professora e precisa estudar”. 
 
 
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15 NÚCLEO COMUM 
 
Procure identificar, nesta história, situações que caracterizem: 
1. Fato social; 
2. Interação social; 
3. Grupo social; 
4. Estratificação social 
5. Classe social 
 
O que vocês entendem sobre esses conceitos? 
 
Nesta aula, vamos ainda trabalhar, com o conceito de Fato Social do sociólogo 
Emile Durkheim. 
Para isso, leia o texto A Sociologia de Durkheim de Valesca da Costa Abranches 
disponível no AVA: 
O trecho abaixo é uma resenha de Cristina Costa para o livro Abortion in United 
States, organizado por Mary Steichen Calderone. New York: Hoeber-Harper and 
Row, 1958. 
O aborto é uma velha prática, mas mesmo na Antiguidade provocava grandes 
diferenças de opinião. Platão, na República, aprovava o aborto a fim de impedir o 
nascimento de filhos concebidos em incesto; Aristóteles, sempre prático, pensavano 
aborto como um útil regulador malthusiano. De outro lado, o juramento de 
Hipócrates contém as palavras: “não darei a uma mulher o pessário para provocar 
aborto”; Sêneca e Cícero condenaram o aborto a partir de princípios morais; o 
código Justiniano proibia o aborto. No entanto, parece haver pouca dúvida de que, 
no Império Romano e no mundo helenístico, o aborto era, nas palavras de um 
especialista, “muito comum nas classes altas”. A Igreja Cristã opôs-se rigorosamente 
a essa “atitude pagã” e considerou o aborto um pecado. Em muitos estados, a lei 
 
 
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16 NÚCLEO COMUM 
seguiu a doutrina da Igreja e considerou o pecado um crime. Mas na lei anglo-
saxônica o aborto era considerado apenas “um delito eclesiástico”. 
Hoje, o aborto é um problema mundial. Os levantamentos e estudos realizados por 
pesquisadores isolados e pela Unesco mostram que essa prática é muito difundida 
nos países escandinavos, na Finlândia, na Alemanha, na União Soviética, no Japão, 
no México, em Porto Rico, na América Latina, nos Estados Unidos, bem como em 
outras regiões. O livro de George Devereux, “A study of abortion in primitive 
societies”, que abrange aproximadamente 400 sociedades pré-industriais, bem como 
20 nações históricas e modernas, conclui que o aborto “é um fenômeno 
absolutamente universal”. 
 
Até a próxima aula! 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
ABRANCHES, Valesca da Costa. A Sociologia de Durkheim. Disponível no site: 
http://www.duplipensar.net/lit/francesa/2004-02-durkheim.html, consultado em 
14/12/2005. 
COSTA, Cristina. Sociologia. Ed Moderna, SP, 1997. p.68. 
PILETTI, Nelson. Sociologia da Educação, SP, ED.Ática, 2003. p. 243 e 244. 
 
 
 
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17 NÚCLEO COMUM 
Aula 04_Conceitos básicos de Sociologia 
 
Nesta aula vamos trabalhar com alguns conceitos importantes da Sociologia. 
Acompanhem! 
 
FATO SOCIAL: 
Fenômeno ou ocorrência social, com as seguintes características: generalidade, 
exterioridade e coerção social. 
AÇÃO SOCIAL: 
Ato individual de caráter social, com significado e valor ativo. 
INTERAÇÃO SOCIAL: 
Ação coletiva que pressupõe reciprocidade e interdependência entre agentes 
sociais. 
RELAÇÃO SOCIAL: 
Forma como ocorre a interação social. 
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL: 
Processo que coloca os indivíduos de uma sociedade em camadas ou estratos 
sociais diferentes, de acordo com suas condições econômicas, de nascimento, 
étnicas, religiosas etc. 
 
 
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18 NÚCLEO COMUM 
CLASSE SOCIAL: 
Cada um dos estratos ou camadas que constituem a sociedade estratificada. 
STATUS SOCIAL: 
Corresponde à posição que o indivíduo ocupa num grupo social ou na sociedade. 
PAPEL SOCIAL: 
Função que cada indivíduo desempenha em consequência do status que ocupa. 
GRUPO SOCIAL: 
Conjunto de indivíduos que interagem uns com os outros, durante um certo período 
de tempo. 
SOCIEDADE: 
Conjunto de indivíduos, grupos e instituições, cujos relacionamentos são 
impessoais, formais, utilitários. 
COMUNIDADE: 
Grupo ou grupos localizados, bastante integrados, com predominância de contatos 
primários: pessoais, informais, tradicionais, sentimentais. 
 
SOCIEDADE COMUNIDADE 
Estratificada não estratificada 
Grande área geográfica área geográfica limitada 
Formada por muitos grupos formada por um ou poucos grupos 
Objetivos diversos objetivos comuns 
Nem todos se conhecem todos ou quase todos se conhecem 
Competição união de esforços 
Complexa simples 
Todo parte do todo. 
 
 
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19 NÚCLEO COMUM 
 
 
Até a próxima aula! 
 
 
 
 
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20 NÚCLEO COMUM 
Aula 05 _Educação e socialização 
 
 
Nesta aula trabalharemos com o conceito de socialização, para tanto escolhemos 
dois trechos da obra de Emile Durkheim, o fundador da Sociologia. 
 
Segundo Emile Durkheim, pode-se afirmar que: 
 
a) “Cada de nós, embora formando uma unidade, é constituído de dois seres: um 
ser individual formado por todos os estados mentais que só se relacionam conosco 
mesmos; e um ser social que é um sistema de idéias, sentimentos e hábitos, que 
exprimem em nós, não a nossa individualidade, mas o grupo ou os grupos diferentes 
de que fazemos parte; tais são as crenças religiosas, as crenças e as práticas 
morais, as tradições nacionais ou profissionais, as opiniões coletivas de toda 
espécie. (...) Constituir esse ser em cada um de nós ---- tal é o fim da educação”. 
b)”Não nascemos com este ser social nem ele se desenvolve em nós 
espontaneamente. O ser humano, espontaneamente, não se submeteria à 
autoridade, não respeitaria a disciplina, não se sacrificaria por objetivos comuns. É a 
educação, como socialização, que o leva a tais condutas. Ao nascer o ser humano 
não é social. A cada geração, a sociedade deve começar da estaca zero, pois a 
socialização não é hereditária e deve processar-se sempre de novo, com cada nova 
 
 
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21 NÚCLEO COMUM 
geração. A educação cria um ser novo, transforma cada ser não social que nasce 
num ser social”. 
 
Para complementar e esclarecer a socialização como conceito, veja a definição de 
Sonia Maria Portella Kruppa (1994, p.23): 
 
O processo educativo que procura tornar o indivíduo um membro da 
sociedade é chamado de socialização. A socialização e, por 
decorrência, a educação dependem da capacidade que os homens 
têm de influírem uns no comportamento dos outros, modificando-se 
mutuamente, no processo de interação social. Em outras palavras, é 
a capacidade de os homens reagirem, de serem capazes de atuar 
junto a outros homens, aprendendo e ensinando, que torna possível 
a educação. 
 
Leia, no seu ambiente virtual de aprendizagem, o texto “Sobre a importância do 
estudo dos processos de socialização em um curso de formação de educadores” de 
Fábio Gregori – Aluno de Pedagogia – FEUSP. 
 
Até a próxima aula! 
 
 
Referência Bibliográfica: 
DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. São Paulo, Melhoramentos, 1978. p. 
33 a 56. 
KRUPPA, Sonia Maria Portella. Sociologia da Educação. São Paulo, Cor- tez, 1994 
 
 
 
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22 NÚCLEO COMUM 
Aula 06_As instituições sociais e a educação 
 
Para esta aula vamos trabalhar com o conceito de Instituições Sociais. 
Vocês sabem o que são instituições sociais? 
E qual é a relação existente entre “instituições sociais” e “educação”? 
 
Para esclarecer estas questões leia, em seu AVA, o texto “Instituições”. 
 
Leiam, também, as explicações de Sonia Kruppa (1994, p.24): 
 
Os indivíduos organizam sua vida em sociedade formando instituições 
sociais. As instituições sociais são formas de ação ou de vivência a que 
os homens recorrem, sistematicamente, visando a satisfazer 
determinadas necessidades. Essa recorrência sistemática vaiorganizando essas formas de ação, de tal modo que as instituições se 
destacam do todo social por terem uma função ou finalidade, um objetivo 
que satisfaça a determinadas necessidades do homem, e uma estrutura, 
isto é, regras que organizam tanto as relações humanas dos que dela 
participam, como o espaço físico onde acontecem estas relações [...] 
Se definirmos a instituição social como sendo uma força que atua sobre a 
conduta individual, logo perceberemos que qualquer outra instituição, 
sejam quais forem suas características e finalidades, depende dos 
padrões da linguagem. 
 
Perceba que qualquer forma de linguagem é primordial para a comunicação e a 
interação entre os homens. Logo, é fundamental no processo educacional. 
 
 
 
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23 NÚCLEO COMUM 
Vamos complementar nossa aula, falando um pouco sobre a Educação Formal e a 
Educação Informal. 
 
A educação é um processo que envolve a aprendizagem com sentido amplo. 
Portanto, a educação não ocorre apenas em instituições formais, mas também nos 
hábitos e costumes que são normas sociais. 
Então, você sabe quais as relações e as diferenças entre a educação escolar e 
educação fora da escola? 
 
Segundo Sônia Kruppa (1994, p. 30): 
 
A educação escolar distingue-se, portanto, da educação informal 
(sem forma, sem norma) que acontece fora da escola. A escola tem 
horários, estabelece critérios para agrupamento dos alunos, tem 
profissionais executando papéis diferenciados (o professor, o diretor, 
o servente etc.), possui um sistema de avaliação e deve cumprir uma 
função: transmitir e criar conhecimentos. Assim, a primeira diferença 
entre o conhecimento escolar e aquele produzido no dia a dia está 
nas condições em que o conhecimento escolar é produzido e 
transmitido. 
 
A segunda diferença é dada pela própria função da escola, isto é, a transmissão e 
criação contínuas de conhecimento. Por essa função contínua, a escola é obrigada a 
fazer uma organização do conhecimento transmitido. Tal organização é feita a partir 
de critérios, dos quais o mais usado é aquele decorrente das ciências, cujo 
conhecimento é a base de onde são extraídos os conteúdos das disciplinas 
escolares. 
 
Agora vamos fazer algumas reflexões: 
 
 
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24 NÚCLEO COMUM 
Você compreendeu que: 
a) A educação que ocorre na escola é uma educação formal (é organizada, 
sistematizada, possui normas). Ela seleciona os conhecimentos considerados 
científicos. 
b) A educação que acontece fora da escola é uma educação informal (assistemática, 
sem normas específicas). O conhecimento que acontece, neste caso, é resultado 
das necessidades básicas do homem. 
c) A proposta hoje é para que as escolas não se “fechem” à transmissão de 
conhecimentos que estão sendo modificados a todo momento, através de novas 
descobertas. E, sim, “abram-se” ao conhecimento e compreensão da cultura 
existente em cada comunidade, sociedade ou grupos sociais, diminuindo o 
distanciamento entre os diferentes conhecimentos (internos e externos à escola). 
 
Até a próxima aula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referência Bibliográfica: 
KRUPPA, Sonia M. P. Sociologia da Educação. São Paulo, Cortez, 1994. 
 
 
 
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25 NÚCLEO COMUM 
Aula 07_Educação e Cultura 
 
 
Nesta aula vamos aprender um pouco mais sobre pluralidade cultural. 
Vocês sabem o que é pluralidade cultural? 
 
A resposta à pergunta acima você encontrará lendo o texto dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais. 
Você estará em contato com partes dos Referenciais Curriculares, que são 
fundamentais para a formação do educador. 
Selecionei aqui apenas a apresentação, a introdução, a justificativa de Pluralidade 
Cultural nos Parâmetros. 
No link em nossa sala, pode-se encontrar o texto completo sobre pluralidade 
cultural. 
 
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS 
PLURALIDADE CULTURAL 
APRESENTAÇÃO 
Para viver democraticamente em uma sociedade plural é preciso respeitar os 
diferentes grupos e culturas que a constituem. A sociedade brasileira é formada não 
 
 
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26 NÚCLEO COMUM 
só por diferentes etnias, como também por imigrantes de diferentes países. Além 
disso, as migrações colocam em contato grupos diferenciados. Sabe-se que as 
regiões brasileiras têm características culturais bastante diversas e que a 
convivência entre grupos diferenciados nos planos social e cultural muitas vezes é 
marcada pelo preconceito e pela discriminação. 
O grande desafio da escola é reconhecer a diversidade como parte inseparável da 
identidade nacional e dar a conhecer a riqueza representada por essa diversidade 
etnocultural que compõe o patrimônio sociocultural brasileiro, investindo na 
superação de qualquer tipo de discriminação e valorizando a trajetória particular dos 
grupos que compõem a sociedade. 
Nesse sentido, a escola deve ser local de aprendizagem de que as regras do espaço 
público permitem a coexistência, em igualdade, dos diferentes. O trabalho com 
Pluralidade Cultural se dá a cada instante, exige que a escola alimente uma “Cultura 
da Paz”, baseada na tolerância, no respeito aos direitos humanos e na noção de 
cidadania compartilhada por todos os brasileiros. O aprendizado não ocorrerá por 
discursos, e sim num cotidiano em que uns não sejam “mais diferentes” do que os 
outros. 
 
Secretaria de Educação Fundamental 
1ª PARTE 
PLURALIDADE CULTURAL 
INTRODUÇÃO 
 
A temática da Pluralidade Cultural diz respeito ao conhecimento e à valorização de 
características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no 
território nacional, às desigualdades socioeconômicas e à crítica às relações sociais 
discriminatórias e excludentes que permeiam a sociedade brasileira, oferecendo ao 
aluno a possibilidade de conhecer o Brasil como um país complexo, multifacetado e 
algumas vezes paradoxal. 
 
 
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27 NÚCLEO COMUM 
Este tema propõe uma concepção que busca explicitar a diversidade étnica e 
cultural que compõe a sociedade brasileira, compreender suas relações, marcadas 
por desigualdades socioeconômicas e apontar transformações necessárias, 
oferecendo elementos para a compreensão de que valorizar as diferenças étnicas e 
culturais não significa aderir aos valores do outro, mas respeitá-los como expressão 
da diversidade, respeito que é, em si, devido a todo ser humano, por sua dignidade 
intrínseca, sem qualquer discriminação. A afirmação da diversidade é traço 
fundamental na construção de uma identidade nacional que se põe e repõe 
permanentemente, tendo a Ética como elemento definidor das relações sociais e 
interpessoais. 
Ao tratar este assunto, é importante distinguir diversidade cultural, a que o tema se 
refere, de desigualdade social. 
As culturas são produzidas pelos grupos sociais ao longo das suas histórias, na 
construção de suas formas de subsistência, na organização da vida social e política, 
nas suas relações com o meio e com outros grupos, na produção de conhecimentos 
etc. A diferença entre culturas é fruto da singularidade desses processos em cada 
grupo social. 
A desigualdade social é uma diferença de outra natureza: é produzida na relação de 
dominação e exploração socioeconômica e política. Quando se propõe o 
conhecimentoe a valorização da pluralidade cultural brasileira, não se pretende 
deixar de lado essa questão. 
Ao contrário, principalmente no que se refere à discriminação, é impossível 
compreendê-la sem recorrer ao contexto socioeconômico em que acontece e à 
estrutura autoritária que marca a sociedade. As produções culturais não ocorrem 
“fora” de relações de poder: são constituídas e marcadas por ele, envolvendo um 
permanente processo de reformulação e resistência. 
Ambas, desigualdade social e discriminação articulam-se no que se convencionou 
denominar “exclusão social”: impossibilidade de acesso aos bens materiais e 
culturais produzidos pela sociedade e de participação na gestão coletiva do espaço 
público — pressuposto da democracia. 
 
 
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28 NÚCLEO COMUM 
Entretanto, apesar da discriminação, da injustiça e do preconceito que contradizem 
os princípios da dignidade, do respeito mútuo e da justiça, paradoxalmente o Brasil 
tem produzido também experiências de convívio, reelaboração das culturas de 
origem, constituindo algo intangível que se tem chamado de brasilidade, que permite 
a cada um reconhecer-se como brasileiro. 
Por isso, no cenário mundial, o Brasil representa uma esperança de superação de 
fronteiras e de construção da relação de confiança na humanidade. A singularidade 
que permite essa esperança é dada por sua constituição histórica peculiar no campo 
cultural. O que se almeja, portanto, ao tratar de Pluralidade Cultural, não é a divisão 
ou o esquadrinhamento da sociedade em grupos culturais fechados, mas o 
enriquecimento propiciado a cada um e a todos pela pluralidade de formas de vida, 
pelo convívio e pelas opções pessoais, assim como o compromisso ético de 
contribuir com as transformações necessárias à construção de uma sociedade mais 
justa. 
Reconhecer e valorizar a diversidade cultural é atuar sobre um dos mecanismos de 
discriminação e exclusão, entraves à plenitude da cidadania para todos e, portanto, 
para a própria nação. 
 
Justificativa 
É sabido que, apresentando heterogeneidade notável em sua composição 
populacional, o Brasil desconhece a si mesmo. Na relação do país consigo mesmo, 
é comum prevalecerem vários estereótipos, tanto regionais como em relação a 
grupos étnicos, sociais e culturais. 
Historicamente, registra-se dificuldade para se lidar com a temática do preconceito e 
da discriminação racial/étnica. Na escola, muitas vezes, há manifestações de 
racismo, discriminação social e étnica, por parte de professores, de alunos, da 
equipe escolar, ainda que de maneira involuntária ou inconsciente. Essas atitudes 
representam violação dos direitos dos alunos, professores e funcionários 
discriminados, trazendo consigo obstáculos ao processo educacional pelo 
sofrimento e constrangimento a que essas pessoas se vêem expostas. 
 
 
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29 NÚCLEO COMUM 
Movimentos sociais, vinculados a diferentes comunidades étnicas, desenvolveram 
uma história de resistência a padrões culturais que estabeleciam e sedimentavam 
injustiças. 
Gradativamente conquistou-se uma legislação antidiscriminatória, culminando com o 
estabelecimento, na Constituição Federal de 1988[1], da discriminação racial como 
crime. 
Mais ainda, há mecanismos de proteção e de promoção de identidades étnicas, 
como a garantia, a todos, do pleno exercício dos direitos culturais[2] , assim como 
apoio e incentivo à valorização e difusão das manifestações culturais. 
A aplicação e o aperfeiçoamento da legislação são decisivos mas insuficientes. Para 
construir uma sociedade justa, livre e fraterna, o processo educacional terá de tratar 
do campo ético, de como se desenvolvem no cotidiano atitudes e valores voltados 
para a formação de novos comportamentos, novos vínculos em relação àqueles que 
historicamente foram alvo de injustiças. 
Mesmo em regiões onde não se apresente uma diversidade cultural tão acentuada, 
o conhecimento dessa característica plural do Brasil é extremamente relevante. Ao 
permitir o conhecimento mútuo entre regiões, grupos e indivíduos, ele forma a 
criança, o adolescente e o jovem ³para a responsabilidade social de cidadão, 
consolidando o espírito democrático. 
Reconhecer essa complexidade que envolve a problemática social, cultural e étnica 
é o primeiro passo. A escola tem um papel fundamental a desempenhar nesse 
processo. 
Em primeiro lugar, porque é um espaço em que pode se dar a convivência entre 
estudantes de diferentes origens, com costumes e dogmas religiosos diferentes 
daqueles que cada um conhece, com visões de mundo diversas daquela que 
compartilha em família. Nesse contexto, ao analisar os fatos e as relações entre 
eles, a presença do passado no presente, no que se refere às diversas fontes de 
que se alimenta a identidade — ou as identidades, seria melhor dizer — é 
imprescindível esse recurso ao Outro, a valorização da alteridade como elemento 
constitutivo do Eu, com a qual experimentamos melhor quem somos e quem 
 
 
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30 NÚCLEO COMUM 
podemos ser. Em segundo, porque é um dos lugares onde são ensinadas as regras 
do espaço público para o convívio democrático com a diferença. Em terceiro lugar, 
porque a escola apresenta à criança conhecimentos sistematizados sobre o país e o 
mundo, e aí a realidade plural de um país como o Brasil fornece subsídios para 
debates e discussões em torno de questões sociais. 
A criança na escola convive com a diversidade e poderá aprender com ela. 
Singularidades presentes nas características de cultura, de etnias, de regiões, de 
famílias, são de fato percebidas com mais clareza quando colocadas junto a outras. 
A percepção de cada um, individualmente, elabora-se com maior precisão graças ao 
Outro, que se coloca como limite e possibilidade. Limite, de quem efetivamente cada 
um é. Possibilidade, de vínculos, realizações de “vir-a-ser”. Para tanto, há 
necessidade de a escola instrumentalizar-se para fornecer informações mais 
precisas a questões que vêm sendo indevidamente respondidas pelo senso comum, 
quando não ignoradas por um silencioso constrangimento. 
Esta proposta traz a necessidade imperiosa da formação de professores no tema da 
Pluralidade Cultural. Provocar essa demanda específica na formação docente é 
exercício de cidadania. É investimento importante e precisa ser um compromisso 
político-pedagógico de qualquer planejamento educacional/escolar para formação 
e/ou desenvolvimento profissional dos professores. 
 
Lido o texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais sobre Pluralidade Cultural, 
reflita: 
1. Qual a diferença entre diversidade cultural e desigualdade social? 
2. Como a escola pode auxiliar a compreensão da diversidade cultural? 
 
Até a próxima aula! 
 
 
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31 NÚCLEO COMUM 
_____ 
[1]Art. 5o, parágrafo XLII: “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à 
pena de reclusão, nos termos da lei”. 
[2] Art. 5o, parágrafos VI e IX: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença...; é livre a 
expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação”. 
[3]Sobre adolescência e juventude, ver quarta parte do documento de Introdução aos Parâmetros 
Curriculares Nacionais. 
 
 
 
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32 NÚCLEO COMUM 
Aula 08_Educação e Cultura 
 
Na aula anterior iniciamos a discussão sobrePluralidade Cultural. Agora vamos 
analisar como os conhecimentos sociológicos podem contribuir sobre esta questão. 
Leiam o texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais sobre 
 
Contribuições para o estudo da Pluralidade Cultural no âmbito da escola. 
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS 
PLURALIDADE CULTURAL 
CONTRIBUIÇÕES PARA O ESTUDO DA 
PLURALIDADE CULTURAL NO ÂMBITO DA ESCOLA 
 
Para informar adequadamente a perspectiva de ensino e aprendizagem, é 
importante esclarecer o caráter interdisciplinar que constitui o campo de estudos 
teóricos da Pluralidade Cultural. 
A fundamentação ética, o entendimento de preceitos jurídicos, incluindo o campo 
internacional, conhecimentos acumulados no campo da História e da Geografia, 
noções e conceitos originários da Antropologia, da Lingüística, da Sociologia, da 
Psicologia, aspectos referentes a Estudos Populacionais, além do saber produzido 
no âmbito de movimentos sociais e de suas organizações comunitárias, constituem 
uma base sobre a qual se opera tal reflexão que, ao voltar-se para a atuação na 
escola, deve ter cunho eminentemente pedagógico. 
A seguir são apresentadas algumas indicações das diferentes contribuições, a título 
de subsídios-chave, a fim de balizar o trabalho pedagógico deste tema, embora não 
o esgotem. São pistas que o professor poderá seguir aprofundando e ampliando 
conforme as necessidades de seu planejamento. Visam, sobretudo, a explicitar que 
tratar do povo brasileiro, em seus desafios e conquistas do cotidiano e no processo 
 
 
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33 NÚCLEO COMUM 
histórico exige estudo e preparo cuidadoso que não se confundem, em hipótese 
alguma, com o senso comum. 
 
Fundamentos éticos 
Uma proposta curricular voltada para a cidadania deve preocupar-se 
necessariamente com as diversidades existentes na sociedade, uma das bases 
concretas em que se praticam os preceitos éticos. É a ética que norteia e exige de 
todos — da escola e dos educadores em particular —, propostas e iniciativas que 
visem à superação do preconceito e da discriminação. A contribuição da escola na 
construção da democracia é a de promover os princípios éticos de liberdade, 
dignidade, respeito mútuo, justiça e eqüidade, solidariedade, diálogo no cotidiano; é 
a de encontrar formas de cumprir o princípio constitucional de igualdade, o que exige 
sensibilidade para a questão da diversidade cultural e ações decididas em relação 
aos problemas gerados pela injustiça social. 
 
Conhecimentos históricos e geográficos 
Os aspectos históricos e geográficos expõem uma diversidade regional marcada 
pela desigualdade, do ponto de vista do atendimento pleno dos direitos de 
cidadania. A formação histórica do Brasil mostra os mecanismos de resistência ao 
processo de dominação desenvolvidos pelos grupos sociais em diferentes 
momentos. Uma das formas de resistência refere-se ao fato de que cada grupo — 
indígena, africano, europeu, asiático e do oriente médio — encontrou maneiras de 
preservar sua identidade cultural, ainda que às vezes de forma clandestina e 
precária. 
Assim sendo, tratar da presença do índio pela inclusão nos currículos de conteúdos 
que informem sobre a riqueza de suas culturas e a influência delas sobre a 
sociedade, conforme disposto na Constituição de 1988 (art. 210, parágrafo 2o), é 
valorizar essa presença e reafirmar os direitos dos índios como povos nativos, de 
forma que corrija uma visão deturpada que os homogeneíza como se fossem de um 
único grupo, devido à justaposição aleatória de traços retirados de diversas etnias. 
 
 
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34 NÚCLEO COMUM 
Compreender a formação das sociedades européias e das relações entre sua 
história, viagens de conquista, entrelaçamento de seus processos políticos com os 
do continente americano, em particular América do Sul e Brasil, auxiliará professores 
e alunos a formarem referencial não só de conteúdos específicos, como também da 
estruturação de processos de influenciação recíproca. Isso é especialmente 
importante para o momento atual, quando o quadro internacional interfere no 
cotidiano do cidadão de muitas e variadas formas. 
O estudo histórico do continente africano compreende enorme complexidade de 
temas do período pré-colonial, como arqueologia; grupos humanos; civilizações 
antigas do Sudão, do sul e do norte da África; o Egito como processo de civilização 
africana a partir das migrações internas. Essa complexidade milenar é de extrema 
relevância como fator de informação e de formação voltada para a valorização dos 
descendentes daqueles povos. 
Significa resgatar a história mais ampla, na qual os processos de mercantilização da 
escravidão foram um momento que não pode ser amplificado a ponto que se perca a 
rica construção histórica da África. O conhecimento desse processo pode significar o 
dimensionamento correto do absurdo, do ponto de vista ético, da escravidão, de sua 
mercantilização e das repercussões que os povos africanos enfrentam por isso. 
Da mesma forma, uma visão histórica da Ásia contribui para a compreensão da 
formação cultural brasileira, tanto no que se refere às tradições como aos processos 
históricos que levaram seus habitantes a imigrarem para as Américas, e em 
particular para o Brasil, em diferentes momentos. É relevante, também, o estudo do 
Oriente Médio, sua história e suas influências na constituição da civilização 
ocidental. 
Cada um desses desenvolvimentos poderá estar presente conforme a necessidade 
e a oportunidade do trabalho em sala de aula. 
 
Conhecimentos sociológicos 
Toda seleção curricular é marcada por determinantes e fatores culturais, sociais e 
políticos, que podem ser analisados de forma isolada, para efeito de estudo, mas 
 
 
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35 NÚCLEO COMUM 
que se encontram amalgamados no social. Conhecimentos sociológicos são 
indispensáveis na Discussão da Pluralidade Cultural, pelas possibilidades que 
abrem de compreensão de processos complexos onde se dão interações entre 
fenômenos de diferentes naturezas.A escola pode fortalecer sua atuação tanto mais 
quanto seja conhecedora dos problemas presentes na estrutura socioeconômica e 
como se dão as relações de dominação, qual o papel desempenhado pelo universo 
cultural nesse processo. 
Além das diversas contribuições da Sociologia, aspectos particulares voltados para a 
discussão curricular têm sido desenvolvidos por autores que se ocupam da 
Sociologia da educação Sociologia do Currículo. Nesses estudos são analisados os 
vínculos entre escola democracia, escola e cidadania, democracia e currículo, 
permitindo uma reflexão voltada especificamente para o interior da escola e da sala 
de aula. 
Os conhecimentos sociológicos permitem uma discussão acurada de como as 
diferenças étnicas, culturais e regionais não podem ser reduzidas à dimensão 
socioeconômica de classes sociais. 
 
Conhecimentos antropológicos 
A Antropologia caracteriza-se como o estudo das alteridades, no qual se afirma o 
reconhecimento do valor inerente a cada cultura, por se tratar do que é 
exclusivamente humano, como criação, e próprio de certo grupo, em certo momento, 
em certo lugar. Cada cultura tem sua história, condicionantes, características, não 
cabendo qualquer classificação que sobreleve uma em detrimento de outra. Alguns 
temas, conceitos e termos da temática da Pluralidade Cultural dependem 
intrinsecamente de conhecimentos antropológicos, por se referirem diretamente à 
organização humana, na qual se coloca a diversidade.Entre eles destacamos os 
conceitos de cultura, raça e etnia. 
No sentido antropológico do termo, afirma-se que todo e qualquer indivíduo nasce 
no contexto de uma cultura e, ao longo de sua vida, ajuda a produzi-la. Não existe 
homem sem cultura, mesmo que não saiba ler, escrever e fazer contas. É como se 
 
 
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36 NÚCLEO COMUM 
fosse possível dizer que o homem é biologicamente incompleto: não sobreviveria 
sozinho sem a participação das pessoas e do grupo que o gerou. A cultura é o 
conjunto de códigos simbólicos reconhecíveis pelo grupo a partir dos quais se 
produz conhecimento: neles o indivíduo é formado desde o momento de sua 
concepção nesses mesmos códigos e, durante a infância, prende os valores do 
grupo. Por intermédio deles é mais tarde introduzido nas obrigações da vida adulta, 
da maneira como cada grupo social as concebe. 
A cultura, como código simbólico, apresenta-se como dinâmica viva. Todas as 
culturas estão em constante processo de reelaboração, introduzindo novos 
símbolos, atualizando valores, adaptando seu acervo tradicional às novas condições 
historicamente construídas pela sociedade. A cultura pode assumir sentido de 
sobrevivência, estímulo e resistência. 
Quando valorizada, reconhecida como parte indispensável das identidades 
individuais e sociais, apresenta-se como componente do pluralismo próprio da vida 
democrática. Por isso, fortalecer a cultura de cada grupo social, cultural e étnico que 
compõe a sociedade brasileira, promover seu reconhecimento, valorização e 
conhecimento mútuo, é fortalecer a igualdade, a justiça, a liberdade, o diálogo e, 
portanto, a democracia. 
O termo “raça”, de uso corriqueiro e banal no cotidiano, vem sendo evitado cada vez 
mais pelas ciências sociais pelos maus usos a que se prestou. Nas ciências 
biológicas, raça é a subdivisão de uma espécie, cujos membros mostram com 
freqüência certo número de atributos hereditários. Refere-se ao conjunto de 
indivíduos cujos caracteres somáticos, tais como a cor da pele, o formato do crânio e 
do rosto, tipo de cabelo, etc., são semelhantes e se transmitem por hereditariedade. 
O conceito de raça, portanto, assenta-se em conteúdo biológico, e foi utilizado na 
tentativa de demonstrar uma pretensa relação de superioridade/inferioridade entre 
grupos humanos. Convém lembrar que o uso do termo “raça” no senso comum é 
ainda muito difundido, para reafirmação étnica, como é feito comumente por 
movimentos sociais, ou nos contextos ostensivamente pejorativos que alimentam o 
racismo e a discriminação. 
 
 
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37 NÚCLEO COMUM 
Por sua vez, o conceito de etnia substitui com vantagens o termo “raça”, já que tem 
base social e cultural. “Etnia” ou “grupo étnico” designa um grupo social que se 
diferencia de outros por sua especificidade cultural. Atualmente o conceito de etnia 
estende-se a todas as minorias que mantêm modos de ser distintos e formações que 
se distinguem da cultura dominante. Assim, os pertencentes a uma etnia partilham 
da mesma visão de mundo, de uma organização social própria, apresentam 
manifestações culturais que lhe são características. “Etnicidade” é a condição de 
pertencer a um grupo étnico. É o caráter ou a qualidade de um grupo étnico que 
freqüentemente se autodenomina comunidade. Já o “etnocentrismo” — tendência de 
alguém tomar a própria cultura como centro exclusivo de tudo, e de pensar sobre o 
outro também apenas a partir de seus próprios valores e categorias — muitas vezes 
dificulta um diálogo intercultural, impedindo o acesso ao inesgotável aprendizado 
que as diversas culturas oferecem. 
Por isso é errado, conceitual e eticamente, sustentar argumentos de ordem 
racial/étnica para justificar desigualdades socioeconômicas, dominação, abuso, 
exploração de certos grupos humanos. Historicamente, no Brasil, tentou-se justificar, 
por essa via, injustiças cometidas contra povos indígenas, contra africanos e seus 
descendentes, desde a barbárie da escravidão a formas contemporâneas de 
discriminação e exclusão destes e de outros grupos étnicos e culturais, em 
diferentes graus e formas. A escola deve posicionar-se criticamente em relação a 
esses fatos, mediante informações corretas, cooperando no esforço histórico de 
superação do racismo e da discriminação. 
 
O SER HUMANO COMO AGENTE SOCIAL E PRODUTOR DE CULTURA 
Ao pressupormos o ser humano como agente social e produtor de cultura, evocamos 
a emergência de suas histórias, delineadas no movimento do tempo em interação 
com o movimento no espaço. 
Esse movimento, por sua vez, é mediado por diferentes linguagens, cujas 
expressões denotam traços de conhecimentos, valores e tradições de um povo, de 
uma etnia ou de um determinado grupo social. Nesse contexto, as imagens 
 
 
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38 NÚCLEO COMUM 
construídas pelos gestos, pelos sons, pela fala, pela plasticidade e pelo silêncio 
implicam conteúdos relevantes para a construção da identidade, pois é nesse 
universo plural de significados e sentidos que as pessoas se reconhecem na sua 
singularidade. 
É no interior desse amálgama que podemos articular os conceitos de agente social e 
produtor cultural. Os conteúdos apresentam-se numa relação de igualdade, na qual 
não cabem avaliações preconceituosas e/ou pejorativas às diferenças de 
linguagens, tradições, crenças, valores e costumes, com o objetivo de valorizar os 
seres humanos como instância primeira das histórias. 
• Conhecimento, respeito e valorização das diferentes linguagens pelas quais 
se expressa a pluralidade cultural. 
Conhecer e respeitar diferentes linguagens é decisivo para que o trabalho com este 
tema possa desenvolver atitudes de diálogo e respeito para com culturas distintas 
daquela que a criança conhece, do grupo do qual participa. 
Este bloco oferece muitas oportunidades de transversalidade em Arte, quando por 
exemplo o adolescente poderá aprender sobre a cerâmica artesanal de certa 
população, ou músicas e danças de certos grupos étnicos, como formas de 
linguagem. É muito importante que, ao propor a atividade, o professor contextualize 
seu significado para o grupo étnico ou cultural de onde se originou a proposta, para 
que o assunto não seja tratado como folclore, mas como elemento cheio de 
importância para a estruturação e manifestação da vida simbólica daquele grupo. 
• Conhecimento dos instrumentos disponíveis para o fortalecimento da 
cidadania. 
Cidadania é prática, e a escola tem meios de desenvolver essa prática para 
trabalhar com o aluno não só a busca e acesso à informação relativa a seus direitos 
e deveres, como o seu exercício. Assim, consultas a documentos jurídicos nacionais 
e tratados e declarações internacionais poderá ser feita em sala de aula, 
continuando trabalho desenvolvido nos ciclos anteriores. 
 
 
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39 NÚCLEO COMUM 
Da mesma forma, identificar e desenvolver alternativas de cooperação na melhoria 
da vida cotidiana na escola, na comunidade, na família é uma forma de prática de 
cidadania, no espaço imediato de vivência. 
É importante, também, entrelaçando com o tratamento dado à importância da 
imprensa, identificar situações na vida da comunidade, localidade, estado, país, que 
exigem ação reivindicatória, assim como ação de cooperação, entendendo a 
dinâmica de direitos e deveres. 
Em diferentes situações que se apresentem na vida diária da escola, será possível 
desenvolver uma atitude de responsabilidadedo aluno pelo seu ser, como 
adolescente, exigindo respeito para si, cuidado com sua saúde, seus estudos, seus 
vínculos afetivos, sua capacidade de fazer escolhas e opções. 
Da mesma forma, é importante enfatizar conteúdo já mencionado no primeiro bloco, 
referente à valorização, pelo adolescente, das oportunidades educacionais de que 
dispõe, como elemento de formação e consolidação de sua cidadania, 
potencializando-as o máximo possível. Esse cuidado é particularmente importante, 
tanto para evitar o abandono dos estudos, como na percepção e atitude dos alunos 
em relação à escola como instituição voltada para o bem comum, a qual cabe 
valorizar, cuidar e proteger. Entrelaçando-se com Ética, é importante tratar da 
cidadania a partir de atitude de valorização da solidariedade como princípio ético e 
como fonte de fortalecimento recíproco. 
Lido o texto e reflita sobre a seguinte questão: 
Qual a contribuição dos conhecimentos Sociológicos sobre pluralidade 
cultural? 
 
 
Até a próxima aula! 
 
 
 
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40 NÚCLEO COMUM 
Aula 09_Educação, cultura e conhecimento 
 
 
O conhecimento é um instrumento para a vida. Nesta aula vamos conversar um 
pouco sobre este tema. 
 
Uma visão do conhecimento 
Podemos dizer que o homem é um acontecimento cósmico, planetário, social e 
individual. 
O homem produz, organiza e difunde o conhecimento para sobreviver e transcender. 
No processo educacional, o homem deve ser pensado como aquele que vive 
em busca de sobrevivência e transcendência. O homem procura adquirir 
conhecimento para sobreviver e transcender. O homem observou a natureza e 
produziu conhecimento: um bom exemplo é a chuva, pois na sua ausência, o 
homem passou a regar a sua plantação para substituí-la. Além de produzir, ele 
organizou e transmitiu esse conhecimento. 
Conhecimento é o conjunto de meios para a sobrevivência e transcendência, 
gerados por indivíduos coletivizados e acumulados no curso da história. 
O conhecimento tem sido o maior instrumento para o exercício do poder e da 
autonomia. 
 
 
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41 NÚCLEO COMUM 
O grande momento da espécie humana foi a descoberta do outro e a troca com o 
outro por meio da comunicação, de informações e de modos de ações. 
 
Vivemos hoje numa sociedade de conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referência bibliográfica: 
D’AMBRÓSIO, U. Educação para uma sociedade em transição. SP, ED. Papirus, 
2000. 
 
 
 
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42 NÚCLEO COMUM 
Aula 10_Educação, cultura e ideologia. 
 
Nesta aula vamos conversar um pouco sobre trabalho, educação, cultura e 
ideologia. 
 
Cultura, Trabalho e Educação 
A atividade animal é determinada por condições biológicas, caracterizada, 
sobretudo, por reflexos e instintos. Trata-se de um tipo de inteligência concreta, 
distinguindo-se da inteligência humana, que é abstrata. 
O homem representa o mundo por meio do pensamento, expressando-o pela 
linguagem simbólica. De fato, a linguagem substitui as coisas por símbolos, com 
palavras, por exemplo. 
A transformação que o homem exerce sobre a natureza chama-se cultura; 
entretanto, o mundo cultural é um sistema de significados já estabelecidos por 
outros. 
A noção de trabalho é fundamental para se compreender o que é cultura. Aliás, o 
trabalho é condição de liberdade, mas não em situações de exploração em que a 
maioria é obrigada a trabalhar em condições inadequadas à sua humanização. Isto 
é, na sociedade dividida em classes, o trabalho se torna alienado. Alienar, portanto, 
é tornar alheio, é transferir para outrem o que é seu. 
Por meio do trabalho o homem instaura relações sociais, cria modelos de 
comportamento, instituições e saberes. O aperfeiçoamento dessas atividades, no 
entanto, só é possível pela transmissão dos conhecimentos adquiridos através das 
gerações. É a educação que mantém viva a memória de um povo e dá condições 
para a sua sobrevivência. 
 
Cultura Erudita e Cultura Popular 
 
 
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43 NÚCLEO COMUM 
Não vivemos em uma sociedade homogênea, toda produção cultural está sujeita à 
avaliação que depende da posição social do grupo a que ela pertence. Para 
exemplificar, vamos estabelecer algumas distinções, considerando as seguintes 
divisões: 
- A Cultura Erudita é a produção acadêmica centrada no sistema educacional, 
sobretudo na universidade, produzida por uma minoria de intelectuais. 
- A Cultura Popular é identificada com folclore, conjunto das lendas, contos e 
concepções transmitidas oralmente pela tradição. É produzida pelo homem do 
campo, das cidades do interior ou pela população suburbana das grandes cidades. 
- A Cultura de Massa é aquela resultante dos meios de comunicação de massa. 
Produzida “de cima para baixo”, impondo padrões e homogeneíza o gosto. 
É preciso entender essas manifestações culturais como sendo expressões 
diferentes de uma sociedade pluralista, sem considerações a respeito da 
superioridade de uma ou outra. 
 
 Ideologia 
A Ideologia é o conjunto de representações e idéias bem como de normas de 
conduta por meio das quais o homem é levado a pensar, sentir e agir de uma 
determinada maneira que convém à classe dominante. 
Lidar com conceitos abstratos, eternos e imutáveis, independentes da situação 
histórica em que se inserem, é um dos artifícios ideológicos pelos quais os valores 
dominantes são impostos. 
Os meios pelos quais a ideologia é, a nós imposta, variam, sendo utilizados meios 
tais como: a escola, os livros didáticos, os meios de comunicação de massa. 
As estruturas petrificadas que justificam as formas de dominação são ameaçadas 
pela filosofia, devido a essa ciência exercer papel importante como crítica de 
ideologia. 
 
 
 
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44 NÚCLEO COMUM 
Até a próxima aula! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referência Bibliográfica 
ARANHA, M.L.A. Temas de Filosofia. SP. ED Moderna, 1996. 
 
 
 
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45 NÚCLEO COMUM 
Aula 11_A escola como instituição social 
 
Na aula de hoje abordaremos, de forma simplificada, alguns momentos e tendências 
da escola e de sua relação com a sociedade em que se insere. 
 
As sociedades antes da escola 
Desde o aparecimento da educação formal, sempre existiu uma relação indissolúvel 
entre escola e sociedade. 
Vamos caminhar sobre as condições do aparecimento da educação formal, as 
transformações ao longo do tempo e também as críticas que têm sido feitas às 
soluções encontradas, trataremos das comunidades tribais, onde ainda inexistem 
escolas. 
 
As comunidades tribais - Trata-se de sociedades que não têm Estado, classes, 
Escrita, Comércio e Escola. Essa sociedade é essencialmente mítica. 
Nas comunidades tribais, as crianças aprendem imitando os gestos dos adultos em 
suas atividades diárias. 
A adaptação aos usos e valores da tribo geralmente é levada a efeito sem castigo. 
 
 A escola tradicional burguesa 
Nos séculos XVI e XVII, são fundados colégios pelas ordens religiosas dos séculos 
XVI e XVII. E para disciplinar a criança, submetendo-a aos rigores da hierarquia, 
surge o hábito dos castigos corporais. 
Com isso, surge o modelo da escola tradicional:nestes colégios existe uma rígida 
formação moral. 
 
 
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Tornam-se famosos os internatos dos jesuítas, que se espalham por toda a Europa 
durante 200 anos (do século XVI ao XVIII). Essas escolas se destinam à nobreza e à 
burguesia ascendente. 
Com a Revolução Industrial, passou-se a exigir que, ao lado da formação 
humanística, fossem também estudadas as ciências da natureza. 
 
A escola nova 
No Brasil, o movimento da escola nova começou só no século XX, na década de 20. 
Na escola renovada, o aluno é o centro e há uma preocupação muito grande com a 
natureza psicológica da criança. A educação tradicional é magistrocêntrica. 
 
A escola tecnicista 
A escola tradicional no século XX tem sofrido inúmeras críticas de enfoques 
diversificados. Entre essas, a partir da década de 60, surgem propostas de 
inspiração tecnicista, baseadas na convicção de que a escola só se tornaria mais 
eficaz caso adotasse o modelo empresarial. No modelo citado, há uma nítida 
preocupação com a transmissão do saber científico exigido pela moderna 
tecnologia. 
No Brasil, nunca houve de fato plena implantação de reformas de tendência 
tecnicista, por estarem os professores imbuídos ou da tendência tradicional ou das 
idéias escola-novistas. 
 
A desescolarização da sociedade 
A escola nova pretendeu revolucionar os métodos trazendo para a vida a escola 
tradicional. No entanto, seu ideal de democratização não foi atingido, aliás, ela 
continuou a reproduzir as formas de dominação social. Devido a esse fato, o 
australiano Ivan Illich apresenta uma proposta radical, a desescolarização da 
sociedade. 
 
 
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47 NÚCLEO COMUM 
A principal crítica que pode ser feita a Illich refere-se à dimensão individualista do 
seu projeto, que despreza uma análise mais profunda dos conflitos sociais. Na 
verdade, ele propõe uma revolução moral, empenhada em conscientizar os 
indivíduos para a mudança e converter cada um no seu íntimo. 
 
Até a próxima aula! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referência bibliográfica: 
ARANHA, M.L.A. Temas de Filosofia. SP, Moderna, 1996. 
 
 
 
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48 NÚCLEO COMUM 
Resumo_Unidade I 
 
Apresentamos alguns conceitos básicos, pertinentes à literatura sociológica, 
utilizados por sociólogos e educadores. Introduzimos o significado de educação e 
socialização como processos interativos. Conhecemos as principais instituições 
sociais e suas características, bem como o surgimento da escola como instituição 
social. Por intermédio da análise sociológica da sociedade desvelamos a realidade 
social, compreendendo a sua historicidade. 
 
 
 
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49 NÚCLEO COMUM 
Aula 12_A educação e a escola 
 
Na aula de hoje veremos como a escola vem realizando sua principal função: a 
formação do educando. 
Para esta discussão leiam o texto “Educar pra que? ” de Frei Betto, disponível em 
nosso AVA. 
 
Para complementar nossos conhecimentos, indico dois textos: 
1 – A Escola dos meus sonhos, de Frei Betto, e 
2 – Pra que serve a Educação, de Selma de Assis Moura: 
 
Após a leitura do texto reflita sobre as questões abaixo: 
1. Para Frei Betto qual é a finalidade do processo educacional? 
2. Para ele a escola está atendendo às finalidades do processo educacional? Por 
quê? 
3. Qual a maior crítica que ele faz a escola? 
 
 Chegamos ao final de nossa unidade 
Até a próxima aula! 
 
 
 
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50 NÚCLEO COMUM 
Aula 13_A análise sociológica da sociedade capitalista 
 
Vamos, inicialmente, analisar e reconhecer a sociedade brasileira. 
 
 
 
No início dos anos de 1970 Edmar Barra usou o termo Belíndia para falar da 
desigualdade social no Brasil. Segundo ele havia uma pequena parcela da 
sociedade brasileira que possuía grande poder aquisitivo, comparada com a Bélgica, 
enquanto a grande maioria era pobre, esta era a Índia brasileira. 
Sobre isso Kruppa diz que: 
 
A explicação que se usa o exemplo da “Bélgica” e da “Índia” como 
convivendo no mesmo Brasil, impossibilita-nos de ver que, longe de 
se apresentarem como realidades distintas, aqueles que se encaixam 
na Bélgica brasileira vivem assim graças à miséria causada pela 
exploração daqueles que são considerados como pertencentes à 
Índia brasileira. As razoes disso estão na forma pela qual o 
capitalismo se estrutura, desde seu aparecimento: na exploração do 
trabalho assalariado, que progressivamente foi separando os 
 
 
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51 NÚCLEO COMUM 
trabalhadores, o proletariado, dos donos dos meios de produção, a 
burguesia. (1994, p. 48) 
 
Leiam também o texto: “Belíndia” de Alan Henriques, disponível em nosso AVA: 
Agora que você leu, analisou e compreendeu o texto “Belíndia”, vamos refletir sobre 
algumas questões, em conformidade com as ideias do texto lido: 
1- Por que o Brasil é um país de contrastes? 
2- O que provoca a diferença social? 
3- Qual é a classe social que tem maior acesso aos jornais, bibliotecas, teatros, 
viagens, etc? 
4- O Estado brasileiro tem procurado mudar esta situação de desigualdade, 
investindo em serviços públicos como educação, saúde e moradia? 
5- O modelo econômico adotado e o sistema educacional atendem com qualidade a 
maioria da população? 
6- Você concorda com as ideias da autora do texto? Por quê? 
 
 
 
 
 
 
 
Referência Bibliográfica: 
KRUPPA, Sonia M. P. Sociologia da Educação. São Paulo, Cortez, 1994. 
 
 
 
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52 NÚCLEO COMUM 
Aula 14_Compreendendo a realidade social 
 
Vamos analisar e compreender a realidade em que vivemos com o auxilio da 
Sociologia. 
Leia em seu AVA o texto “O Surgimento da Sociologia e do Socialismo” de 
Lázaro Curvêlo Chaves. 
Vejam também os textos “Origem da sociedade capitalista” de Paulo Meksenas, e “O 
que é a Sociologia?” de Lucien Goldmann. 
 
Reflita sobre esses aspectos: 
1- A Sociologia é uma ciência que surge com a sociedade capitalista. 
2- Ela procura explicar a sociedade capitalista. 
3- Há várias teorias (explicações) para a realidade social. 
4- Na análise da sociedade, os pensadores diferem quanto ao papel que 
contribuem para a educação, cultura e sociedade. 
5- Durkheim e Marx são contraditórios em relação aos processos sociais. 
6- A Sociologia, como qualquer ciência, não é “dona da verdade”; está sempre se 
refazendo. 
 
Vamos Relembrar alguns assuntos importantes? 
1. Segundo Émile Durkheim: 
1.1. A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as novas, que 
ainda não se encontram preparadas para a vida social. 
1.2. A educação é, ao mesmo tempo, múltipla e una: 
 a) Múltipla: varia segundo o grupo social, no tempo e no espaço; 
 
 
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53 NÚCLEO COMUM 
 b) Una: procura inculcar os valores dominantes na sociedade e preservar a 
identidade nacional e os avanços da humanidade. 
1.3. Como socialização, a educação vai construindo, em cada ser humano, o ser 
social. 
1.4. Embora cada indivíduo eduque a si mesmo,

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