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SOCIOLOGIA – 2017 AULAS 14 a 18 AULA 14 - A RELAÇÃO HEGEMONIA, IDEOLOGIA E PODER NA EDUCAÇÃO 2 • Antoine Destutt de Tracy = Defende que as nossas idéias se baseiam em sensações físicas, pelo que podem ser estudadas de forma empírica, com os métodos próprios da ciência, com o que as parcialidades e as idéias preconcebidas poderiam ser eliminadas. A INVESTIGAÇÃO é que vai demonstrar se essas ideias tem origem nas necessidades e nos desejos humanos. Essas NECESSIDADES e IDEIAS deverão construir o fundamento da estrutura das leis reguladoras da sociedade. • Hegel = Explica como são relativas as idéias dominantes numa determinada época, porquanto dependem de situações históricas e, tal como estas, estão sujeitas a modificações. • Marx = Como discípulo de Hegel, vai colocar uma ênfase especial em demonstrar que as idéias sociais e políticas se transformam, dependendo das dinâmicas que promovem as relações entre as classes sociais de cada país. É um sistema elaborado de representações ou de idéias da vida em sociedade que se manifesta de forma invertida. As idéias da vida em sociedade representam a consciência, NÃO da maioria das pessoas, mas de uma classe social predominante. Assim, as relações dos homens com o mundo são como ilusão, mentira, sonho por estarem em oposição ao mundo real, às condições materiais da vida. As idéias surgem a partir das condições históricas reais vividas pelos homens ao estabelecerem as relações de produção, da maneira pela qual se organizam pela divisão social do trabalho, assim toda a atividade intelectual (mito, religião, moral, filosofia, literatura, ciência etc) passa a ser compreendida como derivada das condições materiais de produção da existência. Para ele, a ideologia vincula-se ao conceito de consciência falsa e de alienação, por isso, ideologia. Nem sempre o trabalhador percebe com clareza a situação em que se encontra. A ideologia que faz com que NÃO perceba a exploração de que é vítima. • Therborn = Para ele, SUBMETEM e QUALIFICAM os indivíduos, dizendo-lhes, fazendo-lhes reconhecer e relacionando- os com: 1.O QUE EXISTE (conscientizar sobre o que somos, a sociedade, o mundo, os homens, as mulheres); 2.O QUE É BOM (correto, justo, belo, atraente, agradável, assim como seus contrários, e ajuda na normalização de nossos desejos); 3.O QUE É POSSÍVEL e IMPOSSÍVEL (conhecendo é possível definir as possibilidades e o sentido de mudança e suas conseqüências. O que almejamos fica contido nas possibilidades concebíveis). Em função das 3 acima, podem ser elaborados os seguintes discursos: a)EM PRIMEIRO LUGAR, centrar-se em sublinhar unicamente as parcelas ou traços existentes daquela realidade que reforça os interesses do poder dominante; b)EM SEGUNDO LUGAR, sendo difícil de ocultar a realidade, opta por disfarçá-la, rotulando de tal modo a explicar a culpa da própria realidade; c)EM TERCEIRO LUGAR, consiste em defender a IMPOSSIBILIDADE de uma mudança diferente da projetada OU procurar convencer a sociedade que a mudança não pode ser feita e postergar para um futuro também não realizável. • Gramsci = Utiliza o conceito de hegemonia ideológica para compreender a unidade existente em cada agrupamento social concreto. Considera que a ideologia dominante numa situação histórica e social pode organizar os hábitos e significados do chamado senso comum. O que quer dizer que a ideologia impõe aos seus seguidores, de maneira sutil, significados e possibilidades de ação, de tal modo que até mesmo as formas de organização e de atuação de uma sociedade que contribuem para manter situações de injustiça chegam a ser entendidas como inevitáveis, naturais, sem possibilidade de modificação. Ele distingue 3 momentos no desenvolvimento da hegemonia ideológica: 1.Fase estritamente econômica – quando intelectuais orgânicos expõem os interesses da sua classe; 2.O político-econômico, a totalidade das classes, apóia as exigências da economia; 3.Etapa hegemônica. Os objetivos econômicos, políticos e morais de uma classe concreta sejam assumidos pelas classes restantes e grupos sociais utilizados pelo Estado para determinar modelos de atuação e de relações de produção e distribuição consonantes com esses objetivos. Althusser = Denominou a ESCOLA como Aparelho Ideológico do Estado por desempenhar em todos os seus aspectos, a função dominante dentre os outros aparelhos ideológicos do Estado. Pois em todas as sociedades, as classes sociais e ou grupos que detêm o poder procuram impor e legitimar o seu domínio e organizar a sua reprodução através de discursos textuais e simbólicos, protegidos pela organização de enunciados, proposições, classificações, regras e métodos que procuram impedir possíveis desvios; além das suas práticas e formas não discursivas coerentes com todo o conjunto acima. A FUNÇÃO DA IDEOLOGIA É MANTER E JUSTIFICAR AS ESTRUTURAS SOCIAIS EXISTENTES; OCULTAR AS DIFERENÇAS DE CLASSES, FACILITANDO A CONTINUIDADE DE DOMINAÇÃO DE UMA CLASSE SOBRE A OUTRO; ASSEGURAR A COESÃO ENTRE OS HOMENS E A ACEITAÇÃO SEM CRÍTICAS DAS TAREFAS MAIS PENOSAS E POUCO RECOMPENSADORAS, EM NOME DO DEVER MORAL OU SIMPLESMENTE COMO DECORRENTES DA ORDEM NATURAL DAS COISAS. CENTRA-SE PRINCIPALMENTE NA CONSTITUIÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE FORMAS SOB AS QUAIS AS PESSOAS VIVEM E CONSTROEM SIGNIFICATIVAMENTE A SUA REALIDADE, OS SEUS SONHOS, DESEJOS E ASPIRAÇÕES. (ver pág. 203) A IDEOLOGIA DETERMINA, A PARTIR DOS INTERESSES DA CLASSE DOMINANTE, O QUE O HOMEM DEVE PENSAR, SENTIR E AGIR, COM UM CONJUNTO DE REPRESENTAÇÕES, IDEIAS E NORMAS DE CONDUTA. PERMITE UMA VISÃO DE MUNDO, UMA PERSPECTIVA SOBRE AS COISAS, ACONTECIMENTOS E COMPORTAMENTOS NUMA CONSTRUÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA, SENDO RELATIVA, PARCIAL E NECESSITANDO DE UMA REELABORAÇÃO PERMANENTE PARA EVITAR O ABSOLUTISMO QUE IMPEÇA A REFLEXÃO E FAVOREÇA A DOMINAÇÃO DOS HOMENS. CADA IDEOLOGIA PODE CHEGAR INCLUSIVAMENTE A CRIAR ENTRE OS MEMBROS QUE A PARTILHAM UMA ESPÉCIE DE SENSO COMUM QUE, POR SUA VEZ, TEM UMA TRADUÇÃO NA PRÁTICA, ATRAVÉS DOS SEUS COMPORTAMENTOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS. AULA 15 – PENSANDO SOBRE ESCOLA, ESTADO E SOCIEDADE (resumo das aulas 8 a 14) . Instituições (maneira moderna de conviver, produzir e consumir) = Escola E Organizações . Estado e Governo (organizar e gerir as relações dos cidadãos entre si) Nas 1ªs aulas deste resumo: . RELAÇÃO ENTRE SOCIEDADE E ESCOLA . Indivíduo Universal – Educação Universal – visão tradicional . Socialização (assimilação de padrões e regras universais e estabelecidas) . Independe das condições sócio-culturais-históricas em que vive . MARXISMO – Contraponto à visão tradicional – Indivíduo = condicionamento histórico e social . Agrupamentos humanos e instituições . Divisão de classes . Modo de produção capitalista . Ideologia (alienação) . Diferente da universalidade de padrões – visão socialista do mundo . ALTHUSSER – Aparelho Ideológico do Estado Capitalista . Papel da Escola = Estabelecer e reproduzir as condições de estruturação e funcionamento da sociedade em termos produtivos, socioculturais, políticos, filosóficos etc . Sistema Educacional ligado ao funcionamento do governo e suas políticas para a Educação . Tipo de Educação oferecido às classes menos favorecidas . Psicologia na relação Escola e Sociedade: - Programas Educacionais; - Aprendizagem; - Estereótipos; - Medição das aptidões dos alunos; - Testes de Inteligência e aptidão (sub e superdotados); - Evolução da abordagem e na terminologia adotadas em relação aos alunos e aprendizagem (CONCEITOS: “aluno anormal”; “criança problema”; “higiene mental escolar”; “desajustamentos infantis”; “classes fracas”; “classes especiais”); - Substituição dos conceitos de “raça” para “cultura”; - Psicologia cultural (vindos da Antropologia Cultural – cultura dominante consideravam os outros “atrasados”, “rudes” ou “primitivos”– noções de “culturas inferiores ou diferentes” e de “grupos familiares patológicos” ) . “Teoria da carência cultural” = Fundamentados na ciência e discursos ideológicos, atingindo as camadas mais pobres da população e justificar rotulações como a de “inferioridade”, que supostamente explicariam o fraco desempenho, causado, em última análise, por privação, carência ou deficiência cultural ou pela simples ausência de cultura. . Reflexos no Brasil anos 80 – Programas de educação compensatória, visando preparar as crianças para a Escola e evitar futuros problemas de aprendizagem e de adaptação. . Introdução dos fundamentos das teorias crítico-reprodutivistas . “Dominação cultural” – Ações na Educação em que a cultura da maioria foi sendo inculcada nas minorias, e impostos valores dos “bem-sucedidos” aos “malsucedidos”. . Psicologia e Pedagogia – a serviço de visões discriminatórias em relação às classes desfavorecidas da população, com suas crianças tachadas, na escola, de “rebeldes”, “malcriadas”, “carentes de afeto”, “apáticas”, “ladras”, “doentes”, “sujas” e “famintas”, sendo suas famílias rotuladas como “desestruturadas”, “ignorantes” e “desinteressadas” . PIAGET e VYGOTSKY – Suas concepções trouxeram avanços nas Teorias de Aprendizagem e ações a serem desenvolvidas pelos professores com respaldo na Psicologia. PIAGET nos Estágios de desenvolvimento das crianças e as conseqüentes implicações para a aprendizagem. Acentuando para o perigo da redução da visão na questão dos estágios, pois indicam as capacidades cognitivas GERAIS, podendo não ser apropriado às aprendizagens específicas. VYGOTSKY denominou “lei geral do desenvolvimento SOCIEDADE cultural”, os processos psicológicos superiores e denomina de “Zona de Desenvolvimento Proximal”, região onde se realiza a transição entre as dimentões intermental (entre pessoas) e intramental (internalização). A ESCOLA E CONSOLIDAÇÃO DE SUA IMPORTÂNCIA NO MUNDO MODERNO . Séc XV – ascensão da burguesia, o Humanismo, o modo de produção capitalista, a Reforma, a Contra-Reforma e Renascentismo. ESCOLA passa a atender as idéias humanistas ANTROPOCÊNTRICO (o que tem o homem como centro). . Ser educado significa conhecer a realidade à sua volta; e significa preparar-se para participar das atividades desenvolvidas pelas classes dominantes. . Martinho Lutero – crítica à igreja Católica – defesa da racionalidade – produziu avanço no processo educativo – transformações de ordem socioeconômica (os instruídos deveriam ser os detentores do poder, para construção de um mondo novo em termos políticos, culturais e econômicos, e NÃO MAIS os que herdassem suas posições na sociedade) . Proposta Educacional da Reforma – utilidade social da instrução – desde os níveis elementares à universidade, como a educação laica e de responsabilidade do Estado – visão que se ajustava às necessidades do novo modo de produção (capitalismo). . Proposta Educacional da Contra-Reforma – visão do mundo do catolicismo - aliar ação evangelizadora (o catequismo) à ação educativa – Criadas ORDENS religiosas para esta função (destaque Companhia de Jesus – Jesuítas estiveram à frente da Educação no Brasil Colônia por 210 anos). IMPORTÂNCIA PARA A ESCOLA = TANTO A REFORMA QUANTO A CONTRA-REFORMA CONTRIBUÍRAM PARA INSTITUCIONALIZAÇÃO DA ESCOLA, PARA AMPLIAR E TORNAR PÚBLICO O ENSINO ELEMENTAR. A ESCOLA SE AFIRMA, EM CONTRAPOSIÇÃO AO ANTIGO MODELO, QUE ENSINAVA NO INTERIOR DOS CASTELOS, COM PRECEPTORES. O ESPAÇO ESCOLAR É FREQUENTADO PELOS FILHOS DA PEQUENA NOBREZA E DA BURGUESIA, COM VISTAS A PREPARÁ-LOS PARA ASSUMIR SEU LUGAR NA ADMINISTRAÇÃO, NA POLÍTICA, NOS POSTOS DE COMANDO DOS APARATOS PRODUTIVOS. . OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO: - Nova visão sobre a família e infância (criança deixa de ser vista como adulto em miniatura); - educação moral e intelectual baseada na disciplina, hierarquia rígida e métodos de ensino autoritários. . A ESCOLA passa a ser um organismo vivo, dinâmico, cujas transformações correspondem às das sociedades em que está inserida e ao momento histórico vivido. EVOLUÇÃO DA ESCOLA COM OS SÉCULOS: • Séculos XV e XVI – Inicio da diferença por idades, porém processo lento e só completamente consolidado no século XIX. • A partir do Século XVII – surgem as iniciativas em favor da Escola Pública e gratuita – evolução do modo de produção capitalista – trabalho livre – desenvolvimento da manufatura (exigência escolaridade básica para trabalhadores). • Século XVIII – Revolução Industrial gerou condições para consolidação da Escola pública, que se fortalecerá no século XIX. • Século XIX – a Escola pública torna-se a instituição escolar IMPRESCINDÍVEL na preparação das pessoas para atuação no modo de produção capitalista e para a transmissão dos valores e dos padrões de civilidade da época. SOCIOLOGIA DO CONSENSO = os sistemas educacionais e os movimentos educativos refletem as condições socioeconômicas e políticas de uma sociedade, embora também exerçam influência sobre essas condições. Dos vínculos educação e sociedade surgem os limites e Possibilidades do movimento educativo como instrumento de conservação ou de transformação sociais. Quando não pertence ao Estado, a Educação fica à mercê dos interesses políticos hegemônicos, que tendem à conservação, e não à transformação. Em épocas de crise ou de transformações socioeconômicas, as propostas e ações políticas se voltam para a educação e para sua possibilidade de concorrer para mudanças. Através da Educação – tanto aqueles que estão no poder quanto os que pretendem alcançá-lo se servem da ideologia para seus intentos. ENTUSIASMO PELA EDUCAÇÃO = Quando são depositadas todas as esperanças em movimentos educativos voltados para educação das massas. No Brasil vai se definir no século XX. • Século XX – ENTUSIASMO PELA EDUCAÇÃO NO BRASIL – preocupação com a quantidade que se oferece de ensino e a preocupação com a erradicação do analfabetismo e a inserção do país entre as consideradas “nações cultas” – Tudo era atribuído à educação (tanto as mazelas quanto a salvação do país) – surgem os primeiros profissionais da Educação, preocupados com a quantidade e qualidade de ensino. OTIMISMO PEDAGÓGICO = centrar-se nos aspectos técnicos – reforçar o papel da educação como instrumento de conservação das estruturas socioeconômicas e políticas da sociedade. REALISMO PEDAGÓGICO = Expansão do ensino com exigência de qualidade – TODAS as ações educativas são importantes, inclusive de Organizações Não-Governamentais. 4 PRINCIPAIS CORRENTES EM QUE SE DIVIDIRAM OS REALISTAS EM EDUCAÇÃO: 1.Os profissionais de educação liberais; 2.Os educadores ligados às esquerdas marxistas; 3.Os vinculados às esquerdas não-marxistas; 4.Os tecnocratas da educação. PESSIMISMO PEDAGÓGICO = Resume-se em 3 correntes de “Teorias Crítico-Reprodutivistas”: Teoria do Sistema de Ensino Entendido como Violência Simbólica = a origem social e a herança cultural são determinantes para a carreira Escolar e para a vida profissional dos indivíduos – parâmetro a cultura das classes superiores. Teoria da Escola como Aparelho Ideológico de Estado = Instrumento de reprodução das relações de produção do sistema capitalista. Teoria da Escola Dualista = duas escolas correspondentes às duas classes fundamentais existentes na sociedade capitalista: a burguesia e o proletariado SOCIOLOGIA DO CONFLITO = o CENTRO do debate são os conflitos de classe existentes na sociedade que envolvem a Educação. 3 PRINCIPAIS TEORIAS QUE SE SITUAM OS TEÓRICOS DO CONFLITUALISMO: 1ª TEORIA = ”Reprodução Social” =Althusser - Escola como Aparelho ideológico do Estado - O sistema escolar garantiria a manutenção e a reprodução das relações sociais e econômicas existentes no seio do sistema capitalista; 2ªTEORIA = “CORRESPONDÊNCIA” = Bowles Gintis – Defendem mudanças drásticas e implantação do sistema socialista. Combate o anterior a partir davisão liberal; 3ªTEORIA = “REPRODUÇÃO CULTURAL” = Pierre Bourdieu – Considera a Escola praticante da “violência simbólica”, com as divisões em classes, a ideologia e as relações de produção materiais que as sustentam, são transmitidas e reproduzidas através da violência simbólica. 5 proposições sobre as quais se baseia a ação educativa apoiada na violência simbólica: a)definição de violência simbólica; b)ação pedagógica; c)autoridade pedagógica; d)trabalho pedagógico; e)sistema de ensino. Em suma, SOCIOLOGIA DO CONSENSO = visão consensualista. O elemento central é a ORDEM. Enfatiza integração social e equilíbrio. SOCIOLOGIA DO CONFLITO = visão conflitualista. O elemento central é o CONTROLE. Centraliza debates. Conflitos de classes da sociedade que envolvem Educação. IDEOLOGIA Surgiu no Século XIX = Revolução Francesa – conjunto de idéias que corresponderiam a verdades com validade universal, que não mudariam ao longo da história e que teriam origem material, surgindo da relação do ser humano com o meio ambiente – origem nas sensações. Augusto COMTE = fundador do Positivismo – Ideologia para ele: Conjunto de idéias ou de opiniões de uma época; Émile DURKHEIM = um dos fundadores da Sociologia (junto com COMTE) – Ideologia: pré-noção, um conjunto de idéias falsas, fantasiosas, a ser evitadas pelos que pretendem fazer ciência. George Wilhelm Friedrich HEGEL e Karl MARX – HEGEL = Idealista. Examina a questão das ideias e da superação entre sua produção e realidade do mundo, entre o real e o racional, estabelecendo uma correlação com a História (ele denomina: “Espírito Absoluto”). A consciência determina a realidade, em termos dialéticos. MARX = Materialista-histórico. Entende a realidade como dependente das condições materiais da existência e, sobretudo, das relações de produção existentes concretamente na sociedade, num dado momento histórico. Diferente de Hegel, diz que a própria realidade é que é dialética, as condições concretas, materiais, sociais, históricas e econômicas em que se vive, em sua dinâmica de transformação, é que dão origem à consciência. A ideologia correspondendo ao interesse da classe dominante. Antonio GRAMSCI = Pós Marxista. Considera a ideologia uma forma de conhecimento do mundo, um modo de conhecer a realidade, tendo uma participação ativa e efetiva na explicação ou no ocultamento dessa mesma realidade. Cada classe social produz seu discurso ideológico, de acordo com seus interesses. ALTHUSSER = Marxista. Usa a metáfora do edifício para explicar a ideologia (os pilares compõem a infra-estrutura – a dimensão socioeconômica da produção material da existência; e a superestrutura – a dimensão onde se encaixam a cultura, a política e a própria ideologia como produção de idéias. A relação entre essas dimensões tem natureza dialética, determinam-se uma à outra). 3 funções da ideologia: COESÃO, INVERSÃO e MISTIFICAÇÃO. E os “Aparelhos Ideológicos do Estado” = agem como mecanismos que asseguram a continuação do poder por parte da classe dominante em relação às classes dominadas. A ESCOLA é um deles e de forte influência. HEGEMONIA Dominio e direção política num contexto social e histórico. Início do Século XX. Não mais se impõe o poder pela FORÇA, e sim pelo convencimento, consenso, persuasão = PAPEL DA IDEOLOGIA Constrói conjunto de idéias e práticas culturais que sirvam ao seu propósito – empenho da classe dominante para ganhar e perpetuar o poder em relação às classes dominadas – fundamentais os meios de comunicação, a instância jurídica, os partidos políticos e outros recursos e instituições, como a ESCOLA, que é fundamental para a consolidação da hegemonia de uma classe social. A ESCOLA pode servir à construção de uma nova consciência social. A ESCOLA deve buscar a superação da dicotomia entre TRABALHO MANUAL e TRABALHO INTELECTUAL, CULTURA ERUDITA e CULTURA POPULAR, possibilitando a instauração de uma nova hegemonia em favor das classes até aqui dominadas. Fortalecendo a criatividade, a autonomia e a autodisciplina em seus alunos, o professor torna-se elemento imprescindível nesse processo de transformação. Antonio GRAMSCI = 3 momentos na construção da hegemonia ideológica: 1) a fase estritamente econômica, em que os intelectuais orgânicos expõem os interesses de sua classe; 2) o momento político-econômico, em que a totalidade das classes das, mais ou menos apóia as exigências da economia; 3) a etapa hegemônica, que implica que os objetivos econômicos, políticos e morais de uma classe concreta sejam assumidos pelas classes restantes e grupos sociais utilizados pelo Estado para determinar modelos de atuação e de relações de produção e distribuição consoantes com esses objetivos. Contra-ideologia = a hegemonia ideológica pode ser contida e rejeitada mediante a mobilização no interior das classes dominadas. Deste confronto de ideologias levará à possibilidade de transformação da estrutura da sociedade e de seu funcionamento. O estudo da ideologia, de suas manifestações e dos meios contra-ideológicos de enfrentá-la conduzirá à consciência de que existem formas alternativas de compreender a realidade e de nela atuar. A instituição escolar é um dos lugares onde se desenvolvem os esforços das classes dominantes para impor e legitimar seu domínio, e para garantir sua reprodução. AULA 16 – MULTICULTURALISMO E POLÍTICA AFIRMATIVA • Multiculturalismo = É um movimento que propõe um currículo inclusivo, que incorpora as tradições culturais dos diferentes grupos sociais. Está intimamente relacionado com as reivindicações de mulheres, homossexuais e negros. Não tem um tratamento diferenciado. Convívio pacífico. • Políticas Afirmativas = Também chamadas de políticas de discriminação positiva ou políticas sociais compensatórias, são leis ou intervenções políticas que compreendem ações do Estado em favor de grupos específicos, historicamente discriminados. Ações do governo ou implementado por empresas privadas no sentido de “pagar” dívida com culturas inferiorizadas, para garantir a ascensão de minorias étnicas, raciais e sexuais. • Cultura = Representação do pensamento de um povo. Maneira de ser, pensar, agir (língua, culinária, música) • Estudos Culturais = Se referem ao campo de teorização e investigação que tem origem na Inglaterra em 1964, preocupado com a revisão do conceito de cultura, adotando uma concepção antropológica do termo. Afirmam que a cultura é um campo de luta e de intervenção política, concepção esta que irá influenciar a produção de diversas áreas do conhecimento. ORIGEM DO MULTICULTURALISMO COM A CRISE SOCIAL DOS ANOS 60 NOS E.U.A Relaciona-se a 5 grandes eixos de conflitos de identidade que vieram à tona nessa época nos EUA: 1. A QUESTÃO INDÍGENA = A LDB (Leis das Diretrizes Básicas) mencionam a Educação Indígena (Políticas Afirmativas) 2. A QUESTÃO DO RACISMO = EUA (Norte = Povoação e Sul = Exploração) 3. A QUESTÃO RELIGIOSA = Reforma e Contra-Reforma (catolicismo lutando contra os protestantes) 4. A QUESTÃO DA BASE ANGLO-SAXÔNICA DAS ELITES ECONÔMICAS E POLÍTICAS = Divisão cultural significativa 5. A QUESTÃO DO IMIGRANTE = Os Latino americanos – aversão a estrangeiros (Xenofobia) ***(MAIS DETALHES NAS PÁGs 23 e 24 DO MÓDULO) AS BASES FILOSÓFICAS DO MULTICULTURALISMO: A CRISE DA MODERNIDADE 5 grandes avanços na teoria social e nas ciências humanas no século XX. Estes, contribuíram para o avanço de uma outra percepção do sujeito e da identidade, à qual o multiculturalismo se associou: 1. AS NOVAS CORRENTES MARXISTAS 2. A PSICANÁLISE 3. A LINGUÍSTICA DE SAUSSURE 4. O PENSAMENTO DE FOUCAULT 5. O MOVIMENTO FEMINISTA 4 aspectos principais do pensamento MULTICULTURAL: 1. A REALIDADE É UMA CONSTRUÇÃO 2. AS INTERPRETAÇÕES SÃO SUBJETIVAS 3. OS VALORES SÃO RELATIVOS 4. O CONHECIMENTO É UM FATO POLÍTICO (vários níveis de conhecimento. Depende da origem. A GLOBALIZAÇÃO aproximou ospovos, mistura cultural, mas é inquestionável que também a POLÍTICA NEOLIBERAL HEGEMÔNICA, são o combustível que alimenta a problematização da diferença, ao incendiar o contexto social com a ampliação da desigualdade e da discriminação. ENTÃO, Apesar do multiculturalismo ser construído teoricamente em outros espaços, está ligada à realidade e às necessidades brasileiras e de outras partes do mundo. O multiculturalismo trouxe à tona a discussão dos direitos das minorias, da identidade e de seu reconhecimento, promovendo, numa perspectiva cultural, o debate em 3 zonas de conflito preferenciais: 1. A EDUCAÇÃO 2. A IDENTIDADE SEXUAL e AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS 3. AS REIVINDICAÇÕES DE IDENTIDADE AULA 17 – AÇÕES AFIRMATIVAS NA EDUCAÇÃO A DISCRIMINAÇÃO POSITIVA NOS EUA E NO MUNDO: ALGUMAS REFERÊNCIAS HISTÓRICAS INICIAIS Tudo começou nos EUA e se estendeu ao Brasil, e ao resto do mundo. Os EUA é um exemplo histórico de maior importância para os estudos das políticas sociais compensatórias, mas nas últimas décadas do século XX, por motivações diversas, diferentes mecanismos de discriminação positiva vêm sendo implantados em diversos países do mundo – como Canadá, Austrália, Índia etc. Em 1935, a legislação trabalhista norte-americana proibiu a discriminação de sindicalistas e de operários sindicalizados e determinou que as vítimas de discriminação fossem reconduzidas pelos empregadores às posições que ocupariam caso não tivessem sido perseguidos. Estado paternalista. Diminuir as desigualdades no povo. Até a década de 80, nos governos de Kennedy e Johnson as ações afirmativas cresceram continuamente até o governo de Reagan. Voltaram a fortaceler-se no governo de Clinton. Em 1947 – Na Índia – para corrigir as desigualdades geradas pelo SISTEMA DE CASTAS, adotaram o SISTEMA DE COTAS que destinava 22,5% das vagas na administração e no ensino público aos chamados “intocáveis”. (veja pág 31 do módulo) Entre 1982 e 1996, cerca de 25 países (dados da Organização Internacional do Trabalho – OIT) adotaram ações de intervenção política visando eliminar discriminação sexual e racial nas relações de trabalho. A PREOCUPAÇÃO ESPECIAL COM A EDUCAÇÃO Toda política da Educação para combater a discriminação está na Educação, para começar desde cedo. Quando a família discrimina, os filhos o farão. Escola como instituição difusora de um conjunto de valores universais ou dominantes. Émile DURKHEIM – viu na Educação uma das formas mais características do FATO SOCIAL (tudo que numa sociedade é anterior – produzidas antes de irmos ao mundo e continuarão depois - e exterior ao indivíduo, mas que o impulsiona a agir e ser, de certa forma, fruto da coletividade). “Uma coletividade tem suas formas específicas de pensar e sentir, às quais os seus membros se sujeitam, mas que diferem daquelas que eles praticariam se fossem abandonados a si mesmos”. Os modos de agir e ser são fruto de uma socialização metódica. A ESCOLA é uma das instituições que desempenham esse papel de SOCIALIZAÇÃO. Como sistema organizativo, a ESCOLA tende à perpetuação, à conservação dos valores. Louis ALTHUSSER – identificou a ESCOLA como Aparelho ideológico do Estado. Para ele, esta instituição tinha a função de criar condições para perpetuação da ideologia dominante, ao universalizar os valores e as práticas da elite. O papel principal da ESCOLA e da EDUCAÇÃO era naturalizar a posição social, a função que exercemos na sociedade, perpetuá-la pelo convencimento através da coerção ideológica. BOURDIEU e PASSERON – Violência simbólica (impor desigualdade como se fosse algo natural). Capital humano, ESCOLA em concordância com ideologia dominante (filho de operário – sempre operário). APPLE, YOUNG e TOMAZ TADEU DA SILVA – Atender as minorias que sofrem desigualdades. Apesar do papel de socialização direcionada da ESCOLA, os estudos autais contemplam o conflito, o confronto, o embate que ocorre continuamente entre as diferentes vozes presentes na escola, incluso o das minorias. Com o desenvolvimento das correntes críticas e pós-críticas da Teoria do Currículo e dos Estudos Culturais, os movimentos sociais de afirmação tiveram apoio para reivindicar inclusão de suas temáticas nos currículos escolares, o direito de organizar sistemas escolares especiais e o acesso aos níveis mais elevados da escolarização institucionalizada. Exemplos destas REIVINDICAÇÕES EDUCATIVAS: O MOVIMENTO NEGRO = incorporação de sua história e herança cultural nos currículos. No Brasil, como ação afirmativa, a História da África passou a ser conteúdo obrigatório no ensino de História na Educação Básica. MOVIMENTOS FEMINISTAS E DE HOMOSSEXUAIS = buscando eliminar das escolas as práticas que reforçam a visão deturpada do lugar do homem e da mulher na sociedade, e do exercício da sexualidade. No final do século XX, parte dessas demandas refletiu, por exemplo, as necessidades geradas pela própria reorganização da concepção de família. COMUNIDADES INDÍGENAS = debate das políticas sociais compensatórias, reivindicando o direito a uma educação indígena que não afastasse as comunidades do conjunto da sociedade mas que garantisse a consolidação de sua identidade num contexto multifacetado. Luta pelo ensino de suas línguas, ensino esse entendido como mecanismo essencial de afirmação de identidade. LUTA DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA = por uma educação inclusiva, que não os separasse da coletividade, permitindo a freqüência em escolas regulares, não especializadas. Atualmente no Brasil, as escolas públicas e particulares estão impedidas de negar matrícula aos portadores de deficiências, de modo a ampliar a convivência entre diferentes realidade. DEMANDA POR COTAS = iniciativa mais genericamente considerada como exemplo de política de discriminação positiva, especialmente no Ensino Superior. AULA 18 – ESPAÇOS EDUCATIVOS NÃO-FORMAIS São lugares alternativos de aprendizagem. Extra ESCOLA. Local externo. Educa, mas não escolariza. A ESCOLA tem a função de formar cidadãos autônomos, capazes de atuar como leitores, consumidores e agentes críticos no mundo. A ESCOLA é local de construção e socialização de saberes. Espaços não formais de Educação = lugares de preservação de memória: museus, arquivos, exposições, TV-Rádio (educativos ou apenas de lazer), filmes, peças de teatro, músicas... importante na formação de identidade cultura de um povo. Na perspectiva dos Estudos Culturais, segundo Tomaz Tadeu da Silva, “A CULTURA É PEDAGÓGICA E A PEDAGOGIA É CULTURAL”. Alguns programa de TV, mesmo implicitamente, tem o objetivo de educar. Toda a pedagogia está inserida num contexto histórico e cultural. Todo conhecimento se constrói, portanto, num sistema de significados. Possuem cultura própria, ritos e códigos específicos, portanto, necessária a busca de caminhos para a construção de uma PEDAGOGIA DE MUSEUS. Objetivos para busca de espaços educativos não-formais: . Apresentação interdisciplinar dos temas; . Interação com o cotidiano dos estudantes; . Possibilidade de ampliação cultural proporcionada pela visita. A visita tem o objetivo de: . Alfabetização científica do cidadão (para isso, trabalha-se com elementos de relevância social que informam os indivíduos e os conscientizam de problemas político-sociais) Museus = lugar de preservação da memória. Aprender interagindo - participação ativa, gera transformação – num mundo em constante transformação podem surgir novos direitos, frutos de novas lutas e reivindicações. Esse movimento que caracteriza a cidadania. ESTÁGIOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES = utilizar tais espaços educativos não-formais como locais de estágio, além das escolas com o objetivo de unir teoria e prática. Cabe a nós, educadores, a utilização cada vez mais freqüente desses espaços alternativos de aprendizagem que, em geral, tanto encantam os alunos, trazendo-lhes prazer e uma aprendizagem significativa. EXERCÍCIOS (pág 45 e46 do módulo): 1. Defina espaços educativos não-formais. R. Locais de aprendizagem alternativa extra-escola, como museus, arquivos, exposições, indústrias etc. 2. Analise a importância da criação de uma pedagogia dos museus. R. A escola não é o único “lugar de conhecimento”, pois existem outros lugares de conhecimento com cultura própria, ritos e códigos específicos, além do espaço escolar. Lugares que também educam e proporcionam uma interatividade do saber teórico com o prático. 3.Justifique a frase “a cultura é pedagógica, e a pedagogia é cultural”. R. A pedagogia está inserida num contexto histórico e cultural. Todo conhecimento é construído em sistema de significados. 4.Apresente 3 exemplos de espaços educativos não formais. R. Museus, arquivos e exposição 5.Identifique 3 fatores que levam os professores a querer utilizar os espaços educativos não-formais. R. 1. Apresentação interdisciplinar dos temas; 2. Interação com cotidiano dos estudantes; 3. Possibilidade de ampliação cultural proporcionada pela visita. 6.Explique a importância do uso dos espaços educativos não-formais como campos de estágio curricular durante a formação inicial dos professores. R. Pela diversificação que tais locais de estudo podem oferecer aos alunos como diferentes leituras da ciência e do mundo. São espaços alternativos de aprendizagem e, portanto, importante ser inseridos como campo de estágio curricular durante a formação inicial dos professores. AULA 19 – ESCOLA: INCLUSÃO E EXCLUSÃO • Linha de Ação da Declaração de Salamanca = As ESCOLAS devem acolher TODAS as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras. Devem acolher crianças deficientes e bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades, crianças de minorias lingüísticas, étnicas e culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidos ou marginalizados... Nessa Linha de Ação, NECESSIDADES ESPECIAIS refere-se a todas as crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua capacidade ou de suas dificuldades de aprendizagem. NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS – crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem em algum momento de sua escolarização. A escola têm que encontrar a maneira de educar com êxito TODAS as crianças, INCLUSIVE as com deficiências graves. • A Declaração de Salamanca garante, mas nem sempre é a realidade. Algumas crianças estudam e outras não tem acesso à escola; muitas devem trabalhar sem poder freqüentar a sala de aula; outras são impedidas, ou por ter dificuldades de aprendizagem ou por necessidades especiais, decorrentes de diversas circunstâncias: físicas, emocionais, sociais etc. • Ser DIFERENTE É NORMAL. Todos somos diferentes, independente de deficiência física ou mental. Nos primórdios da sociedade quem não se enquadra às exigências são literalmente excluídos, abandonados, “jogados fora”. ESTIGMA, desde a Antiguidade, alude aos que levam no corpo marcas infamantes. Era comum entre os antigos, marcar o fogo o corpo de delinguentes ou de pessoas consideradas indignas e degradas. Na ótica medieval, todos que padeciam transtornos físicos ou psíquicos eram considerados seres estigmatizados, separados da Graça divina. Estigma aqui, alude à marca física ou psíquica que denuncia o pecado, a desgraça de alguém afastado de Deus. Os “anormais” são considerados indivíduos “diabólicos” – total exclusão e segregação. Jesus acolheu os “anormais”. ANTIGUIDADE-GRÉCIA Educação para governar (poucos), só cidadãos livres tinham acesso a Educação Atenas = exclusão social – discriminação aos não cidadãos (mulheres, escravos e estrangeiros – não estudavam; - não tinham direitos; - serviço braçal) Esparta = valorizava perfeição física. Qualquer defeito desqualificava para futuro guerreiros – ELIMINADOS IDADE MÉDIA Sociedade feudal = só integrantes da monarquia, da aristocracia e do clero eram incluídos no processo educativo. Ao lado do clero, a nobreza também realizava sua própria educação: seu ideal era o perfeito cavaleiro com formação musical e guerreira, experiente nas setes artes liberais. Classes trabalhadoras = nascentes não tinham senão educação oral, transmitida de pai para filho, só herdavam a cultura da luta pela sobrevivência. SÉCs XVII e XVIII Segregação social – problemas físicos e psíquicos = doentes. Confinamento em vez de eliminação – surgem manicômios, leprosários e asilos – afastar do convívio, sem cura, apenas “depósito de doentes”. Internação torna-se uma reclusão para toda a vida. Sem acesso à Educação (para não perturbar os “normais”) SÉC XX Tendências para superar a internação na reclusão de espaços fechados, asilares ou hospitalares. Avanços psicológicos levam a aparição de novos paradigmas sociais e educativos. APÓS 1960 Categorias psicológicas para diagnosticar-interpretar as diferenças. Utilização dos termos: - “anormal; - deficiente mental; - retardado; - irregular; - inadaptado; - difícil; - desajustado” (para explicar o insucesso escolar). Integração Escolar - Cria-se o “ENSINO ESPECIAL” (acompanhar com tratamento médico, atendimento individual, os que tem dificuldades de aprendizagem). OBJETIVO: Preparar o aluno para integrar às classes “normais” (não conseguindo se adaptar, retorna às salas especiais). Efeito “cascata” = o aluno vai pulando diversos patamares – como galgando diversos degraus de uma cascata – até chegar a estar “apto” para assistir às aulas ditas “normais”. Questionamentos deste modelo integrador, enfatizando que a escola e seus profissionais que deveriam adaptar a estrutura da escola, bem como capacitar os profissionais para receber estes alunos. Escola Inclusiva = Deve acolher TODOS os alunos com suas diferenças e dificuldades, sejam psíquicas, físicas, sociais, étnicas etc. Não é o aluno que deve adaptar-se e sim, a escola. INÍCIO DO SÉCULO XXI Era da informática, das comunicações instantâneas, da “sociedade da informação”, mas ainda há na sociedade brasileira, exclusão, preconceito e discriminação. Na escola, são banidos, excluídos, não só aqueles que tem “necessidades educacionais especiais”, mas também diversos grupos: negros, mestiços, pobres, nordestinos, homossexuais, gordos, mulheres, suburbanos etc. A exclusão social se perpetua na sala de aula. Os que são excluídos na sociedade também são preteridos ou rejeitados na escola. E necessário mudar na Educação para mudar a sociedade, mudar a sociedade para mudar a escola. Criar uma escola inclusiva para todos, ainda é UTOPIA, um sonho difícil de se realizar. A globalização, a glorificação do mercado e consumo individual acentua a exclusão. Na atualidade, existe uma grande reflexão sobre a inserção e a inclusão. A inclusão não pode eliminar a integração, para atender as diversidades devido as necessidades dos que têm deficiências específicas. PARA INCLUIR É PRECISO INTEGRAR. RESUMINDO: Desde a antiguidade vemos a exclusão social. Na Idade Média, as doenças físicas ou psíquicas eram consideradas estigmas: os que possuíam marcas “diabólicas” e deviam ser exorcizados ou eliminados. Outros mecanismos de exclusão como a segregação imposta, nos séculos XVI a XVIII para os considerados doentes, com confinamentos em hospícios, asilos e outros lugares de atendimento clínico, assim, separados da educação infantil. As diferenças transformam-se em desigualdades, tornando as pessoas “diferentes”, sejam por deficiência física ou classe social, etnia, religião, em pessoas preteridas pela sociedade, estendendo assim a uma rejeição escolar.Na sociedade, até mesmo a aparência física ganha espaço de exclusão, como os gordinhos, por exemplo, são rejeitados em determinadas empresas, pelo seu porte físico demonstrar pouca rentabilidade. Assim como, os homossexuais ou ação religiosa. AULA 20 – MECANISMOS E DISPOSITIVOS DA EXCLUSÃO-INCLUSÃO – EM UMA PERSPECTIVA DA PSICOLOGIADA EDUCAÇÃO • ESCOLA = Espaço de organizações sociais; lugar de invenções culturais • RELACIONAMENTOS SOCIAIS = Pequenas regras de civilidade que garantem o bem- estar social (bom dia, por favor, obrigado...) • MATERNIDADE = delegação de cuidados e educação, desde a antiguidade com as egípcias e romanas ricas que recorriam a amas- de-leite que, além de amamentarem, cuidavam dia e noite dos bebês até a atualidade no ocidente. Nos séculos XVII e XVIII = Francesas enviavam os recém-nascidos para o campo, onde eram criados por negligentes amas mercenárias até os quatro anos. As mães não se preocupavam com o alto índice de mortalidade dos bebês enquanto elas estavam sob a guarda dessas mulheres, desde que fossem aliviadas do peso da maternidade. Delegação de cuidados que deveriam ser das mães Durante o período colonial e império, as sinhás brasileiras usavam os serviços de leais mucamas e mães-pretas, que realizavam diligentemente todos os desejos dos “sinhozinhos e sinhazinhas”. Com a Lei Áurea, as mulheres de elite não aceitaram serviços domésticos e contratavam estranhas com salários abaixo da subsistência para cuidar de seus filhos. As mulheres de classe média não aceitavam ficar em casa. Mulheres no campo profissional. Pouco ou nenhum apoio dos maridos nas tarefas domésticas e não agüentando as “jornadas duplas”, delegavam suas funções de mãe a outros. • Educação transferida às babás – conseqüência na sociedade. A criança brasileira não aprende que existem deverem em oposição a seus direitos. Delegam resolução de todos os seus problemas, seja materiais ou emocionais, a quem cuida de seus filhos. Isso fomenta o egocentrismo, tornando-se avessa àquela autoridade e, em conseqüência, à realização de qualquer esforço físico ou mental para solução de seus problemas cotidianos. • Exemplos de tratamento dos pais com os empregados domésticos, inferiorizado-os leva os filhos a verem o Professor da mesma forma. • Jovens socializados segundo esse modelo sentem-se onipotentes e inatingíveis – levam o preconceito para a ESCOLA. SÉCULO XX – classe média (patrõezinhos) choque com a VIDA. • OUTRA REALIDADE SOCIAL = babás e empregadas que deixam seus filhos em creches ou com os filhos mais velhos. Rejeição dos professores com crianças menos favorecidas, devido: - Trabalho e responsabilidades precoces que atrapalham seu rendimento escolar; - Falta de estrutura familiar para esta criança estudar; - Falta de apoio dos pais pela dificuldade cotidiana (financeira, psicológica, pressões...) • A ESCOLA é um universo que ainda não se ajustou ao cotidiano desses excluídos que assumem compromissos com a família precocemente, não dispõem de infra-estrutura doméstica que lhes permita realizar os exercícios escolares e não contam com orientação efetiva dos pais para decifrar esse universo simbólico-ideológico alheio ao seu cotidiano. Inclusão em escolas particulares. 3 causas de conflitos das bases das classes privilegiadas: 1) Os alunos chegam imbuídos de valores absurdos; 2) Existência de graves distorções teóricas para a educação; 3) O fato da elite brasileira humilha sistematicamente o professor Antigamente, os alunos pertencentes às elites não agiam dessa maneira, porque o PROFESSOR tinha status correspondente ao de seus pais; isto é, pertencia também às classes privilegiadas. Entre 19644 e 1985 época da ditadura trouxe transformações sócio-econômicas. Houve exclusão à profissão de PROFESSORES pelas remunerações baixas, tirando a visão elitizada do status da profissão. Assim, alunos enquadraram os docentes na categoria de “empregados”, levando a exclusão da profissão. • Pais Poderosos = O professor está também vulnerável a mecanismos de intimidação dentro e fora da escola. Pais poderosos recorrem a esse comportamento para obter privilégios para os filhos. • O autoritarismo das classes privilegiadas brasileiras tem prejudicado nossas escolas. (VERIFICAR OS ADENDOS EM CINZA NAS LIÇÕES) AULA 21 – MECANISMOS E DISPOSITIVOS DE EXCLUSÃO SOCIAL • As três classes sociais (alta, média e baixa) tradicionais na estratificação social capitalista são organizadas por critérios econômicos, culturais e políticos. • O 4º grupo são os despossuídos de vez e voz - os miseráveis, famintos, sem teto etc – excluídos por não possuírem importância ECONÔMICA, CULTURAL e POLÍTICA na nossa sociedade. Em países como o Brasil, a exclusão social é maior para os negros (pretos e pardos), indígenas, crianças, jovens e mulheres. • A exclusão social é fenômeno que impede a integração satisfatória dos indivíduos e dos grupos aos direitos e privilégios estabelecidos socialmente. Pode ser econômica, quando atinge os mais pobres, e étnico-cultural, quando atinge as minorias. • Sistema Educacional – um dos meios mais importantes para que tenhamos acesso ás ocupações disponíveis no mercado de trabalho e de consumo. Máquina de produção de pessoas com qualificação suficiente para fazer as engrenagens funcionarem. • Mecanismos econômicos de exclusão – pirâmide (no topo, a classe alta, cerca de 5%; no meio, a classe média, cerca de 25% e na base, a classe baixa, cerca de 70%) revela o DESEQUILÍBRIO e a DESIGUALDADE perversa existente em nosso País. • As “distinções” existentes no sistema educacional permanecem para atender aos privilégios de alguns em detrimento de muitos. • Consequências no Ensino Superior começam no Ensino Fundamental em Médio público onde a maioria dos alunos são matriculados, uma vez que a maioria das vagas nos cursos de maior prestígio das melhores universidades, principalmente as públicas, vai para os alunos do ensino privado. • O próprio funcionamento do sistema de ensino é um mecanismo de exclusão por causa da lógica que o organiza e pelos resultados apresentados. Devido o sistema de ensino para a maioria da população. Ainda que todos os alunos pudessem ter acesso razoavelmente igualitário às mesmas condições de ensino nas escolas, isso não eliminaria totalmente a exclusão, por causa da desigualdade entre as classes sociais. • Quando se fala em “educação para todos” ou “democratização do ensino”, vê-se que é algo impossível de acontecer efetivamente, apesar das boas intenções de muitos analistas, planejadores, políticos e professores. • Mecanismos culturais de exclusão – nem sempre o sistema de ensino se importou com as diferenças de valores, hábitos, etnias, gêneros e práticas distintos, mantendo seus privilégios para os grupos tradicionalmente representativos da elite. Classe composta em sua maioria de pessoas brancas, escolarizadas e influenciadas por valores machistas. E as “minorias sociais” são os negros, os indígenas, as mulheres, os homossexuais etc. • A escola reflete tal discriminação na transmissão do conhecimento, estabelecido nos currículos, no material didático e nos critérios de mérito. Assim, dificilmente os chamados vencedores, que alcançam o sucesso escolar e social, são os indivíduos que representam essas minorias. AULA 22 – MECANISMOS E DISPOSITIVOS DE EXCLUSÃO-INCLUSÃO • As propostas inclusivas se deparam com nossa realidade social que é EXCLUDENTE, que marginaliza grades parcelas da população. É necessário que o docente tenha consciência dos mecanismos que impõem preconceitos e discriminação. • Principais mecanismos de exclusão = Globalização (capitalismo que marginaliza países e populações inteiras) e na sociedade brasileira os diversos grupos discriminados como: negros, mulheres, nordestinos etc. Os que fogem ao padrão dito “normal” são excluídos; os deficientes físicos são ridicularizados, homossexuais são agredidos, aqueles de religião “diferente” são preteridos, os idosos recebem apelidos que os denigrem. Desvalorização e humilhação estão presentes na questão da diferença. • Principais mecanismos de inclusão = A escola integradora tentava facilitar a adaptação daqueles que tinham NECESSIDADES ESPECIAIS, particularmente os portadores dedeficiências físicas ou mentais. “crê-se que a educação orientada pela inclusão é uma arma eficaz na construção de uma sociedade que respeite as pessoas e suas diferenças, dando condições de uma educação capaz de atender às especificidades de cada indivíduo”. Na compreensão atual da escola inclusiva, todo sujeito é DIFERENTE. A instituição e o docente devem preparar-se para atender às necessidades de todos os alunos. • Múltiplas Culturas = O espaço escolar deve deixar que apareçam as diferenças, as singularidades. Numa sociedade plural, como a brasileira, não há espaço para monotomia, mas para a policromia; a escola será um reflexo dessa diversidade onde convivem negros, brancos, índios, amarelos e as múltiplas cores imagináveis. • A escola inclusiva não deve negar a existência de conflitos que surgem das diferenças culturais entre os alunos. Alunos e professores devem falar sobre os conflitos para equacioná-los. • Os currículos de Pedagogia devem ser atualizados para atender, na escola, não só os portadores de necessidades especiais, mas também incluir todos os alunos, sem exceção. O novo educador deve ter consciência de que todos os estudantes têm “necessidades especiais”. • Enfim, a escola inclusiva AINDA ESTÁ SENDO CONSTRUÍDA – é uma proposta em vias de realização. AULA 23 – IMPLEMENTANDO AÇÕES AFIRMATIVAS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA • Práticas Afirmativas (Discriminação positiva ou Políticas sociais compensatórias) = ações do Estado ou estimuladas por ele voltadas para grupos específicos historicamente discriminados. • Exemplos dessas Políticas no Brasil: - Educação Especial; - Educação Indígena; - Política das cotas • A EDUCAÇÃO ESPECIAL = No Art. 58 da LDBEN, a Educação Especial é definida como aquela “oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”, reconhecendo no parágrafo 3º que sua oferta é um “dever constitucional do Estado”. • Esse tratamento especializado é previsto também, na Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente -, que no seu Art. 54 afirma: “É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: (...) III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.” • A EDUCAÇÃO INDÍGENA = A Constituição Federal de 1988 assegura, entre diversos direitos das comunidades indígenas, “a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem” (Art. 210), além de registrar como função do Estado a proteção “às manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional” (Art. 215). • A POLÍTICA DE COTAS = Em dezembro de 2000, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, outorgou a Lei nº 3.524, que reservava 50% das vagas das universidades estaduais para os estudantes oriundos da rede pública dessa unidade da Federação. Em novembro de 2001, a ALERJ aprovava, por unanimidade, a Lei nº 3.708, que reservava 40% das vagas das mesmas universidades para estudantes autodeclarados negros e pardos. Com relação a esta última surgiram debates acirrados e polêmicas na linha da inconstitucionalidade, pois não tratava os cidadãos como iguais. Em contrapartida, os defensores chamaram a atenção de que as desigualdades sociais, de longa duração, impediam uma disputa equilibrada, além de ressaltarem que a reação contra a lei era prova do caráter racista da sociedade brasileira, já que ninguém se mobilizava tão veementemente contra os outros exemplos de cotas. • O maior mérito das políticas de discriminação positiva é desmascarar a discriminação surda, tocas nas feridas da nossa sociedade, gerar polêmicas que nos fazem repensar o passado, o presente e o futuro. AULA 24 – AS CONDIÇÕES DE TRABALHO DOCENTE NOS DIFERENTES TEMPOS HISTÓRICOS – DO SÉCULO XVII AO SÉCULO XIX • Entre os séculos XIII e XVI – período de construção das ESCOLAS LAICAS, com concepção humanista de mundo, que buscava a erudição por meio da cultura Greco-romana clássica, a laicização da educação e o conhecimento da natureza; construindo-se uma nova visão de homem e de instrução. • Entre os séculos XV e XVI - começaram a proliferar colégios para os filhos dos burgueses e da pequena nobreza, mas os descendentes da alta nobreza continuaram estudando com preceptores. • A partir do século XVI – as atividades econômicas começaram a se concentrar nas cidades e ampliou-se o comércio, o que facilitou a formação de uma civilização urbana, que exigiu um novo tipo de educação, de escola e, consequentemente, de PROFESSOR. Implantação do capitalismo – nova forma de trabalho – exigência do mínimo de instrução – necessidade de criar instituição escolar que preparasse as pessoas para o mundo do trabalho e a vida urbana – exigência de preparação dos professores para a nova realidade. • O trabalho do docente entre os séculos XVII e XIX - entre os séculos XVII e XIX foram criadas as condições históricas que consolidaram o trabalho docente, tal como o conhecemos hoje, um trabalho identificado como sacerdócio, missão, doação. – até o final do século XVII, o ato de educar permaneceu como uma tarefa da Igreja, mesmo em países, como a Alemanha, com o pioneirismo do sistema público de ensino. Concepção de professor como um “sacerdócio”. - entre os séculos XVII e XVIII, luta pela escola laica e estatal – busca pela libertação dos laços religiosos. Professores formados em escolas normais laicas e se tornarem funcionários do Estado. Em 1795 foi criada a primeira escola normal laica na França, porém durou de janeiro a maio de 1795. As promessas de formação de professores em escolas laicas e estatais continuaram no século XIX. - Século XIX – contexto socioeconômico: fortalecimento da indústria, formação dos Estados Nacionais e triunfo da Ciência. A industrialização muda as relações de trabalho e o processo de urbanização. Liberdade da “venda” de trabalho em troca de submissão às regras de trabalho e assalariamento de produção fabril; - esforço significativo para efetivar os sistemas nacionais de educação. Desencadeou-se uma acirrada luta entre racionários e liberais, conservadores e progressistas, para saber quem teria a HEGEMONIA do processo educacional; - surgiram nos meados dos séculos XIX, movimentos de professores que defendiam os princípios liberais e lutavam por uma organização profissional. Eles buscavam a autonomia da categoria e libertação frente à tutela do Estado e da Igreja. Cada vez mais, ao longo desde século, o trabalho docente foi sendo controlado pelo Estado; - Apareceram movimentos sociais que lutaram pela melhoria da educação e das condições do trabalho docente, principalmente o movimento socialista e as organizações docentes. Esses movimentos denunciavam as condições precárias dos prédios escolares, o número excessivo de alunos em sala de aula, a excessiva burocracia do estado no sentido de controlar o trabalho docente, a qualidade da formação dos professores e os baixos salários. - No Brasil, as escolas normais também foram instituições escolares importantes para a profissionalização do professor e, na segunda metade do século XIX, apareceram varias Escolas Normais, com o intuito de fornecer o conhecimento necessário para a profissionalização dos professores • Nas décadas finais do século XIX a profissão docente foi se tornando um ramo do serviço público, e cada vez mais o Estado passou a se encarregar das instituições escolares, controlando o trabalho docente para que este garantisse o fortalecimento da ordem econômica e social. AULA 25 – AS CONDIÇÕES DE TRABALHO DOCENTE NOS DIFERENTES TEMPOS HISTÓRICOS – SÉCULO XX • O TRABALHO MODIFICA A NATUREZA E A SOCIEDADE. O trabalho deveria satisfazer as suas necessidades. No modo capitalista, o processo de produção organiza-se decompondo o trabalho em tarefas parceladas. O trabalho torna-setão simplificado e parcela que passa a ser uma tarefa rotineira e insignificante. Conseqüências que esse processo de produção trouxe para o trabalho no mundo contemporâneo: - separação entre o processo de trabalho e seu objetivo, que é a satisfação das necessidades do trabalhador; - o trabalhador perde o controle sobre seu processo de trabalho; - o trabalho deixa de ser uma atividade criativa e passa a ser uma atividade pré-organizada, sem autonomia e submissa a regras; - o predomínio da economia de tempo, perdendo-se o caráter qualitativo das tarefas, pois cada vez mais se enfatiza a máxima “tempo é dinheiro”; - a perda do controle da regularidade e da intensidade do trabalho. • Nas sociedades industriais o trabalho e o não trabalho estão separados. Há uma nítida divisão entre: espaços de produção e consumo; ambiente privado e público; moradia e local de trabalho; local de lazer e local de trabalho; controle do ritmo, do tempo e do horário de trabalho; a maioria das pessoas não pode decidir qual será o produto do seu trabalho. • O trabalho docente a partir do desenvolvimento do capitalismo, no século XX: O ensino passa a ser visto como DEVER DO ESTADO (uma vez que separa a sociedade civil do Estado e do ensino, devido o capitalismo). O Estado começa a fiscalizar e supervisionar o ensino, assim como exigir a profissionalização do professor. O que se realizou na Europa e Estados Unidos no século XIX com relação a escola ter lugar central, só ocorreu no Brasil no século XX. • A partir da segunda metade do século XIX, o trabalho docente começa um processo de feminização, o que acarretou novas exigências para exercer o trabalho docente, e a professora passa a ser simultaneamente PROFISSIONAL, AMIGA e CIDADÃ. • As condições do trabalho docente no século XX: - O capitalismo ampliou o processo de industrialização e desenvolveu o setor de serviços. O professor é um trabalhador no setor de serviços. - Características do processo de produção capitalista no trabalho do professor: PERDA DO CONTROLE DO TRABALHO, O EXCESSIVO PARCELAMENTO e, O AUMENTO DE ATIVIDADES EXERCIDAS PELO PROFESSOR (características evidentes no Brasil nos últimos 30 anos). - Escolavonismo = Movimento educacional que questionou a pedagogia tradicional e fundamentou o ato pedagógico na ação e na atividade da criança. Defendia o método ativo e considerava que os conhecimentos científicos eram imprescindíveis à formação do profissional da educação. Teve papel relevante na luta pela formação do profissional da educação, defendendo uma formação científica desse profissional. Nesse período, consolidaram-se novas funções nas escolas brasileiras: a inspeção, a supervisão, a orientação, a administração escolar e o professor. O professor deveria ser formado, preferencialmente, em nível superior, com currículo que contemplasse a Biologia, a Filosofia, a Psicologia e a Sociologia e outros conhecimentos QUE POSSIBILITASSEM UMA SÓLIDA FORMAÇÃO CIENTÍFICA. - O inspetor, supervisor, orientador e administrador teriam a função primordial o planejamento de ações pedagógicas e o professor deveria executar o que era planejado. - A partir da década de 1930 foram abertos concursos para inspetores escolares que deveriam fiscalizar com vigor as atividades escolares (demonstrando criação de mecanismo para controlar o trabalho do professor). - Criados grupos escolares = a reunião de diferentes classes em um mesmo espaço escolar. Esse tipo de escola no Brasil possibilitou uma mudança substancial no processo de trabalho do professor. Na organização escolar vai se firmando sua especialização, ela agora trabalha com alunos de primeira, segunda, terceira ou quarta série, nunca com todos eles. - Um professor deveria ser especialista em alfabetização, outro em segunda série e outro em quarta série. E quem cuidava da qualidade do trabalho: INSPETORES, SUPERVISORES e ORIENTADORES • A partir da década de 1930 = começou a se efetivar no Brasil, a profissionalização do professor e de outras atividades escolares, coincidindo com mudanças substanciais no campo econômico e social. • Capitalismo monopolista = cresceu no Brasil o processo de industrialização, as taxas de urbanização foram duplicadas e ampliou a participação da mulher na força de trabalho. Pressão da classe média para ampliação do número de escolas, principalmente secundário. Expandiu posto de trabalho nas atividades escolares. Neste mesmo período o mundo atravessava a “era de ouro”, “os anos dourados” (segunda metade da década de 1940 até 1970). • Entre 1946 e 1964, o Brasil, no campo econômico, estava consolidando a fase monopolista do capitalismo e, no campo político, passava pelo processo de redemocratização. • IERJ (Instituto de Educação do Rio de Janeiro) – Formação de Professores = Reconhecido como o produtor da cultura pedagógica nacional, centro de excelência na formação de professores primários e, por isso, um paradigma para o Brasil. A) a profissão de professora era uma das poucas opções para o universo feminino; B) ao sair do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, a professora tinha emprego garantido na rede pública de ensino; C) a remuneração da professora primária era bastante significativa, na segunda metade da década de 1940 e ao longo da década de 1950. • Nos últimos 30 anos = o trabalho docente sofreu uma grande desvalorização e a condição financeira do professor do primeiro segmento do Ensino Fundamental aproxima-se, algumas vezes, a da classe proletária. CONCLUSÃO: O trabalho do professor continua sendo fundamental e imprescindível. Dilema enfrentado pelos professores: SABEM que exercem uma atividade relevante e fundamental, mas esbarram constantemente com a desvalorização e o desprestígio de seu trabalho. Pressão social e Política. AULA 26 – O JOGO DAS REPRESENTAÇÕES MÚTUAS – COMO PROFESSORES E ALUNOS PERCEBEM SEUS PAPÉIS SOCIAIS • Atitudes e visão de professores e alunos. Um com relação ao outro e vice-versa. • A Psicologia Social contemporânea = Da mesma maneira que a reação das pessoas frente aos fenômenos naturais mediatizada pela maneira como elas os percebem e os representam, nossa reação diante dos fenômenos sociais, e, mais concretamente, diante dos comportamentos de outras pessoas é também mediatizada pela percepção e pela representação que construímos desses comportamentos. Aplicado esse princípio no âmbito escolar, vemos que o comportamento efetivo que um professor manifesta diante de seus alunos é sempre mediatizado pelo que se pensa e se espera deles, pelas intenções, pelas motivações, pelas capacidades e pelos interesses que lhes são atribuídos. • 4 FONTES DE INFORMAÇÕES UTILIZADAS PELOS PROFESSORES PARA CONSTRUIR UMA REPRESENTAÇÃO DE SEUS ALUNOS (E reciprocamente os alunos com relação aos professores): 1) Informação direta = Sobre as características e o comportamento dos seus alunos, através da observação no decorrer dos primeiros contatos; 2) Informação indireta = Através de outros professores, pais, relatórios orais (ex.: conselhos de classes) 3) Organização do sistema educacional = que fornece um conjunto de dados, ex.: histórico escolar, residência, nível de escolaridade dos pais; classe social, situação familiar etc. 4) Observação continuada = produzida durante as atividades de ensino e de aprendizagem desenvolvidas em aula. As impressões podem conservar-se ou não; modificar ou não. Ideia de “aluno ideal” construída pelo professor, imagem influenciada por FATORES IDEOLÓGICOS. Traços do “aluno ideal”: Respeito às normas de relação com o professor e os colegas; Esforço, atenção, persistência nas tarefas, responsabilidade, motivação para a aprendizagem, interesse pelos conteúdos e atividades. Visão do aluno. Imagem do “professor ideal”: Respeito e afeto que lhe transmite; disponibilidade dirigida ao aluno e a capacidade de se mostrar acolhedor e positivo, competente quando explica os conteúdos;habilidoso na resolução dos conflitos e situações comprometedoras. AULA 27 – OS ESQUEMAS DE CONTROLE DA PROFISSÃO DOCENTE • As diferentes culturas que se entrecruzam no espaço escolar = CULTURA CRÍTICA, CULTURA ACADÊMICA, CULTURA SOCIAL, CULTURA INSTITUCIONAL, CULTURA EXPERIENCIAL e CULTURA DOCENTE – sentido dos intercâmbios e o valor das transações em meio às quais se desenvolve a construção de significados de cada indivíduo. • CULTURA CRÍTICA = Alojada nas disciplinas científicas, artísticas e filosóficas. • CULTURA ACADÊMICA = Refletida nas definições que constituem o currículo. • CULTURA SOCIAL = Constituída pelos valores hegemônicos do cenário social. • CULTURA INSTITUCIONAL = Presente nos papéis, nas normas, nas rotinas e nos ritos próprios da escola como instituição específica. • CULTURA EXPERIENCIAL = Adquirida individualmente pelo aluno através da experiência nos intercâmbios espontâneos com seu meio. • CULTURA DOCENTE = Conjunto de crenças, valores, hábitos e normas dominantes que determinam o que esse grupo social considera valioso em seu contexto profissional, assim como os modos politicamente corretos de pensar, sentir, atuar e se relacionar entre si. Ela modela, de forma explícita ou latente, a maneira particular de construir a comunicação em cada sala de aula e em cada escola, pois cada vez se torna mais evidente que a qualidade educacional dos processos escolares está baseada na natureza dos processos de comunicação que, nesses espaços, são favorecidos, induzidos ou condicionados. 3 níveis distintos e complementares de análise: - UM PRIMEIRO NÍVEL = transracional, no qual os valores são concebidos como propostas metafísicas, fundamentadas em crenças, códigos éticos e intuições morais; - UM SEGUNDO NÍVEL = racional, no qual os valores se fundamentam nas normas e nas expectativas do contexto social e dependem da justificação coletiva; - UM TERCEIRO NÍVEL = sub-racional, no qual os valores são experimentados como sentimentos e preferências pessoais, estão impregnados de contaminações emotivas e podem ser considerados basicamente amorais ou associais. A cultura dos alunos mostra-se dependente da cultura dos docentes e se encontra, de forma substantiva, mediada pelos valores, pelas rotinas e pelas normas que os docentes impõem. Mesmo nos conflitos e nas situações de contestação dos alunos percebemos uma reação à impermeabilidade da cultura dos docentes, que permanece de modo mais prolongado e detém maiores fatias de poder institucional. O conteúdo da cultura docente está fundamentalmente relacionado com o conceito de educação que os professores possuem teórica e praticamente e com suas implicações na determinação no cotidiano da vida escolar. Está intimamente articulado com a função social que a escola adquire em cada tempo histórico e em cada contexto social, com sua regulação política e administrativa e, também, com o conhecimento pedagógico acumulado na tradição teórica e prática da profissão docente. FORMA DE CULTURA DOCENTE: • Isolamento do docente e autonomia profissional; • Colegialidade burocrática e cultura de colaboração; • Saturação de tarefas e responsabilidade profissional; • Ansiedade profissional e caráter flexível e criativo da função docente. Isolamento do docente = está vinculado a um sentimento de posse da sua sala de aula, sua turma, seus alunos; enfim, tem um sentido patrimonialista, bastante pernicioso à cultura escolar. Por uma infinidade de razões históricas, a cultura do docente tem defendido sua autonomia de razões históricas, sua autonomia e independência profissional. Colegialidade burocrática = conjunto de procedimentos impostos pelas autoridades administrativas (planejamento, projetos, escolha de livros didáticos para próximo semestre etc...). Pouco espaço de liberdade para a criatividade docente. O caráter burocrático impregna de duas maneiras o cotidiano: de forma subterrânea e explícita. Contamina as tarefas diárias e, sobretudo, as interações entre professores e alunos, correndo-se o risco de valorizar procedimentos independentes de seu conteúdo e de sua virtualidade educativa e, assim, as tarefas dos professores e alunos vão perdendo seu sentido vital e transformam-se em meros instrumentos formais para cobrir as aparências. AULA 28 – O MAL-ESTAR DOCENTE • Um dos sentimentos mais atuantes e constantes no professorado é a sensação de sufocação, de saturação de tarefas e responsabilidades, para fazer frente às novas exigências curriculares e sociais demandadas pela vida escolar cotidiana: - a inclusão de crianças e adolescentes, com necessidades educacionais especiais, no desenvolvimento regular da aula; - a introdução de novas áreas e orientações curriculares; - a educação ambiental; - as novas tecnologias que atravessam horizontalmente a estrutura disciplinar do currículo; (às vezes, dependendo da escola, a educação moral e a sexual também são matérias exigidas no dia-a-dia da sala de aula); - os constantes projetos de reforma e mudança impostos pelas secretarias, em que se modificam não apenas os conteúdos do currículo, como também os métodos didáticos e os papéis profissionais dos docentes. A falta de tempo e de tranqüilidade para q o professor possa se concentrar na tarefa de atender aos alunos dentro e fora da sala de aula, refletir sobre o sentido de sua atividade e se formar nos aspectos científicos e culturais q compõem a base de seu pensamento e de sua sensibilidade. As urgências das tarefas de curto prazo angustiam os professores, pedindo o desenvolvimento sossegado de suas virtudes pessoais e profissionais, q só podem se manifestar a longo prazo. Status social da profissão de professor = tempo de declínio, unido ao sentimento de baixo auto estima do mesmo, tende a aumentar o mal-estar na profissão do docente. Para a Psicanálise, aprender é aprender COM ALGUÉM. Freud nos aponta que um professor pode ser ouvido quando tem importância especial para seus alunos. Nessa “importância” o mestre tem o poder de influenciar seus alunos. Fonte de influencia e a relação afetiva – transferência. Não importa os “conteúdos”, aprendizagem fluirá. A questão do poder, relaciona-se a importância-status dentro do ambiente social. Este status q delimita aceitação ou não. AULA 29 – A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO • Sociologia = área de estudo q se preocupa em compreender as relações sociais estabelecidas coletivamente pelos homens em cada um dos lugares onde vivem, estabelecidas por seus diversos níveis: econômico, político e cultural, com a contribuição de outras Ciências Sociais, tais como: Antropologia, Ciência Política, Economia, História e Psicologia. Todas as questões do ser humano serão tratados como problema social. A visão de mundo é importantíssima. Problemas sociais no Brasil, em relação a Educação, urbanização, tráfico, criminalidade, violência... • O cientista social visa conhecer os fenômenos vivenciados pelos indivíduos e grupos, tentando ser o mais imparcial possível, ainda que isso seja mais um objetivo a ser alcançado do que uma realidade efetiva. A tarefa do sociólogo, não é a de justificar a ordem social segundo seus próprios interesses e vontade, mas construir um modelo explicativo que seja capaz de dar uma noção razoável a respeito de algum tipo de comportamento coletivo, como se fosse uma fotografia, ou ainda um recorte capaz de retratar as características presentes numa determinada realidade e seu desdobramento, como se faz num filme. AS CONCEPÇÕES DE ABORDAGENS SOCIOLÓGICAS Auguste Comte (FRANCÊS) = Positivismo (entitulado por ele mesmo por esse nome). Quando a Sociologia surgiu, no século XIX herdou sua influência. Ele batizou essa ciência inicialmente de Física Social que posteriormente passou a chamar Sociologia. Positivismo porque só a ciência seria capaz de conhecer verdadeiramente a realidade, em detrimento da Religião e Filosofia. Pra ele, nenhuma destas 2 formas de conhecimentoteria condições de comprovar seus argumentos. A Religião representaria a infância, e a Filosofia a juventude da humanidade, porém a ciência representaria a MATURIDADE. Ele possui um método que trabalha com a argumentação com base na lógica e cria as suas teorias, que são consideradas verdadeiras desde que possam ser comprovadas com dados extraídos da REALIDADE por meio da verificação EMPÍRICA (experiências). ÉMILE DURKHEIM = Fato Social. Sujeito é produto do meio. Agente de socialização (adaptação do indivíduo ao meio social, às exigências coletivas vigentes, sem as quais ele não pode viver em sociedade e realizar suas funções – essa concepção é conhecida como FUNCIONALISMO). Educação é responsável pela SOCIALIZAÇÃO DO INDIVÍDUO. Para ele, a Ciência Social deveria estudar os “fatos sociais”, que é o conjunto de ações e relações que são criadas coletivamente e impõem aos indivíduos uma coerção. Segundo ele, a vida social é regida por normas e padrões (chamadas de instituições) que existem de acordo com as necessidades e interesses coletivos. Há preponderância do COLETIVO SOBRE O INDIVÍDUAL (do geral para o particular), logo, temos nosso comportamento determinado pelas instituições da sociedade. Exemplo: A moral, a religião, o casamento, a justiça, a política, a educação e o trabalho. A sociedade industrial tem uma educação baseada na Ciência e suas diversas especializações e aplicabilidade. MARX = Relações de Produção, que ele entendia como fundamentais e determinantes. A maneira pela qual os homens organizam a produção econômica (produção, distribuição e consumo), a fim de satisfazer as suas necessidades básicas. O capitalismo possui duas classes sociais: a dominante (burguesia – empresários) e a dominada (proletariado – trabalhadores). A EDUCAÇÃO é o instrumento para formar os indivíduos segundo a mentalidade burguesa e prepará-los com as capacidades para o trabalho que atenda aos objetivos de acumulação de capital, lucro e competitividade das empresas. A ESCOLA é reprodutora de valores e do saber dominante e da reprodução da força de trabalho (pela qualificação profissional). Na visão de MARX, a escola é organizada para manter a desigualdade das condições de classe, pois serve a um projeto geral de dominação que se perpetua, com raríssimas possibilidades de os membros das classes dominadas aproveitarem as oportunidades e chances de ascensão social . A maioria dos dominados não possui verdadeira consciência de sua realidade, por isso vivem de forma alienada, conformando-se à ordem socialmente estabelecida. A ESCOLA ensina os homens a serem bons cidadãos, membros da família fiéis, responsáveis funcionários, felizes com seu aumento de poder aquisitivo etc. através da ideologia dominantes do capitalismo, que é disseminada pelo conjunto do aparato cultural. Materialismo histórico Dialético (modo de produção, ditando as normas da sociedade alimentando o CAPITALISMO) MAX WEBER = Ação Social. O que importa é como o sujeito interpreta o que faz (do particular para o geral – diferente de Durkheim). Trabalha toda a concepção da sociedade com Ações Sociais (analisando o indivíduo, consigo ver a sociedade). A sala de aula é um microcosmo dentro do macrocosmo que tem por objetivo atender a sociedade (macrocosmo). Educação tem a função de manter o que a própria sociedade dita. Quando um professor ensina uma determinada disciplina, ele está realizando uma ação social que tem a ver com o(s) sentido(s) construído(s) por ele e seus colegas; por sua vez, isso está relacionado ao(s) sentido(s) atribuído(s) pelos demais atores envolvidos nesse contexto: estudantes, responsáveis, patrões, governantes, sindicatos e população. Para ele ação social NÃO é para ser entendido como um ato de beneficência-assistencialismo, mas SIM como AÇÕES HUMANAS que possuem sentido e reciprocidade na vida social, o que inclui até mesmo a violência, a guerra, a corrupção e todos os atos que possam vir a prejudicar outrem. As ações sociais possuem características, tais como: FINS (objetivos), VALORES (avaliação), AFETOS (sentimentos) e TRADIÇÕES (costumes). Assim, EDUCAÇÃO É AÇÃO SOCIAL, onde aprender ou ensinar podem ser entendidos a partir dos propósitos do sistema de ensino, da apreciação do fim do conhecimento, do prestígio social, do ganho financeiro com obtenção de diploma etc. ALGUMAS QUESTÕES SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS NA EDUCAÇÃO 1) CONCEPÇÕES FUNCIONALISTAS: justificam a maneira pela qual o sistema social capitalista deve funcionar, tal como ele tem sido ao longo dos anos, e o papel que a Educação desempenha nele. 2) CONCEPÇÕES CRÍTICAS: criticam a função da escola na estrutura capitalista. Essa concepção se subdivide em: A) perspectivas reprodutivistas, B) perspectivas gramscianas (de GRAMSCI), C) perspectivas frankfurtianas, D) perspectivas foucautianas (de FOUCAULT) 3) CONCEPÇÃO INTERACIONISTAS: centram as análises nas interações existentes na interação entre os membros de uma comunidade e maneira como eles constroem os significados da vida coletiva. (PARA CONHECER DETALHADAMENTE CADA CONCEPÇÃO, VER PÁGs 48 A 55 DESTA AULA) A NOVA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO (NSE) Campo de estudos onde as trilhas de análise se misturam um pouco entre si. Decorrência das Concepções acima, fazendo um certo tipo de cruzamento entre elas para tratar dos temas como o currículo, o sucesso-fracasso escolar, as identidades culturais e os papéis existentes no universo educacional. AULA 30 – EDUCAÇÃO, MEMÓRIA, COMUNICAÇÃO, ARTES, ESTÉTICA E SOCIOLOGIA: A ÚLTIMA PARADA NAS TERRAS DOS FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO • Memória e Educação – a Antropologia nos oferece conhecimentos muito interessantes sobre o LEMBRAR e o ESQUECER que podem ser pensados como elementos elásticos que requerem concentração e atenção, estando sempre juntos e em estado de equilíbrio frágil. Podem ser processos não apenas individuais, mas também, relativos àquilo que se refere às vivências coletivas que compõem os ritos de uma cultura. • Comunicação e memória – Ela nos leva a refletir sobre memória social, que é um campo que demanda constante investigação, pois nela pode-se encontrar muitos elementos que contribuem para a formação e para o enriquecimento de nossas identidades como povo, grupo ou indivíduo. Ao mesmo tempo nos propõe, para estudos futuros, o repensar sobre a memória do futuro, uma vez que é no presente quer realizamos escolhas, mas elas constituem o fio tecido para o que virá. • Educação e comunicação – escola x mídia: há uma releitura sobre qual é a instituição que exerce mais influência sobre a mentalidade das pessoas na sociedade contemporânea: a família, a escola ou a mídia. Neste caso a escola não é mais considerada como a organização mais importante na reprodução de idéias, mas sim a mídia, que se apresenta como capaz de superar a escola no “fazer a cabeça” das pessoas para se adaptarem às exigências do sistema social. O educador precisa lembrar-se que existem várias implicações pedagógicas no processo educativo, como: A linguagem adotada pelos meios de comunicação no dimensionamento das formas de pensar e de agir do aluno. A identidade e a subjetividade são formadas pela linguagem audiovisual. • Arte na Educação – Importante na formação do homem, pois ao brincar com as aparências, jogar e construir novos mundos, tanto o adulto quanto a criança podem dar vazão às suas emoções, e assim, os problemas do cotidiano podem ser traduzidos ou deslocados, peculiarmente as dores, em obras de arte, que se tornam um bálsamo salutar para as agruras corriqueiras. O ensino da arte é que nos permite aprimorar tanto o modo particular de cada um de perceber e sentir as coisas, quanto favorecer a descoberta de novos sentidos e interpretações para o mundo que nos rodeia. Por isso, é essencial que se cultue as atividades lúdicas em sala de aula. • Padrões Estéticos e práticas educativas – avalia a experiência estética, na apreciação de obras artísticas,
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