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Desnutrição O que é desnutrição? Desnutrição é um estado patológico causado pela falta de ingestão ou absorção de nutrientes. Dependendo da gravidade, a doença pode ser dividida em primeiro, segundo e terceiro grau. Existem casos muito graves, cujas consequências podem chegar a ser irreversíveis, mesmo que a pessoa continue com vida. Entretanto, a desnutrição pode ser leve e traduzir-se, sem qualquer registro de sintomas, numa dieta inadequada. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a desnutrição contribui com mais de um terço das mortes de crianças no mundo, apesar de raramente ser listada como a principal causa. Nos anos 70, cerca de 30% das crianças entre 5 e 9 anos estavam com déficit de altura no Brasil, um forte indicador de desnutrição de longa data na infância. Causas? Falta de acesso a alimentos com alto valor nutritivo é uma causa comum de desnutrição. Hábitos alimentares pobres, tais como amamentação inadequada, ingestão de alimentos pouco nutritivos e a falta de instrução sobre o valor nutricional dos alimentos contribuem para a desnutrição. Infecções frequentes ou persistentes, como diarreia, pneumonia e malária também são determinantes para o aparecimento da desnutrição. Os nutrientes com maiores índices de deficiência são: Ferro Zinco Cálcio Vitamina A Vitamina E Vitamina C Ácidos graxos essenciais Vitamina D. A desnutrição pode ser primária ou secundária, a depender do que causou o problema. Entre as causas primárias estão comer pouco ou comer “mal”. Ou seja, ter uma alimentação em quantidade ou qualidade insuficiente em calorias e nutrientes. Já entres as causas secundárias há a ingestão insuficiente de alimentos por fatores externos, que podem estar demandando um gasto energético maior do corpo, ou impedindo a pessoa de absorver os nutrientes e se alimentar corretamente. Alguns exemplos são presença de verminoses, câncer, anorexia, alergia ou intolerância alimentar, digestão e absorção deficiente de nutrientes. Fatores de risco Crianças provenientes de famílias de baixa renda apresentam um risco maior relacionado a deficiências alimentares. Além disso, condições sanitárias precárias contribuem para o aparecimento de infecções, parasitoses e da desnutrição. Fatores culturais também influenciam muito o consumo de alimentos. Isso porque algumas culturas ou religiões podem proibir o consumo de determinados alimentos, ou a dieta contém poucas calorias. Sintomas da desnustrição Adultos Se você perder de 5 a 10% do seu peso corporal ao longo de três a seis meses e não está fazendo dieta, você pode estar em risco de desnutrição. Outros sinais de desnutrição podem incluir: Cansaço e falta de energia Demorar um longo tempo para se recuperar de infecções Demora na cicatrização de feridas Irritabilidade Falta de concentração Dificuldades para se manter aquecido Diarreia persistente Depressão. Crianças Os sintomas de desnutrição em crianças podem incluir: Incapacidade de crescer dentro da taxa esperada Mudanças de comportamento, como sentir irritação, ansiedade ou letargia Mudanças na cor dos cabelos e cor da pele. Obesidade X Desnutrição A obesidade é uma doença que cursa com o acúmulo excessivo de gordura corporal e tem múltiplos fatores causais. A alimentação com excesso de calorias e desequilíbrio de nutrientes, somado ao baixo nível de atividade física, é a principal causa do excesso de peso. Lembrando que a obesidade genética corresponde a uma pequena parcela, representando 5% a 7% dos casos de obesidade. O desenvolvimento do Brasil e a distribuição de renda menos desigual ocorrido nas últimas décadas trouxeram melhores condições vida para a população. Com melhores condições financeiras, a população passou a consumir mais produtos e também alimentos industrializados, favorecendo ao que chamamos de transição nutricional. Ocorreu redução progressiva da prevalência de desnutrição infantil e elevação, ao mesmo tempo em que o sobrepeso e a obesidade tornaram-se um dos principais problemas de saúde pública. Apesar do excesso de peso, as crianças estão ao mesmo tempo desnutridas. É um tipo de desnutrição que está ligado à falta de nutrientes, e não necessariamente de comida. A criança com obesidade ingere com frequência alimentos concentrados em calorias, mas a qualidade e quantidade de micronutrientes é inapropriada. A deficiência nutricional das crianças com sobrepeso/obesidade é consequência do hábito alimentar baseado em fast food, salgadinhos e guloseimas (alimentos pobres em nutrientes importantes para o desenvolvimento adequado da criança) associado às muitas horas de sedentarismo. Buscando ajuda médica O peso e desenvolvimento das crianças devem ser acompanhados por profissionais de saúde. Se você tiver quaisquer preocupações com o desenvolvimento do seu filho ou filha ou você tem alguma condição que pode aumentar o risco de desnutrição, procure ajuda médica. Diagnóstico da desnutrição Existem diversos métodos de diagnosticar a desnutrição. Eles vão desde uma avaliação clínica (observação de características como peso, altura e idade) até uma completa avaliação do estado nutricional do paciente. Em adultos é diagnosticada desnutrição quando o IMC está abaixo de 18,5 ou houve perda acidental de 5-10% do peso corporal durante os últimos três a seis meses. Além disso, podem ser feitos exames de sangue para avaliar as concentrações de determinados nutrientes em seu corpo, independente dos resultados de IMC ou perda de peso. Nesse caso, o médico ou médica pode suspeitar de desnutrição com base em sua alimentação. O diagnóstico de desnutrição em crianças envolve tomar uma medida do seu peso e altura e, em seguida, comparar com o que seria a altura média esperada e peso para uma criança daquela idade. Os exames de sangue também podem ser utilizados para medir os níveis de proteína no sangue. Os baixos níveis de proteína pode sugerir que uma criança está desnutrida. Tratamento de desnutrição Dieta e educação alimentar A dieta deve possibilitar a reposição, manutenção e reserva adequadas de nutrientes no organismo. Para tanto, deve ser elaborada e acompanhada por um nutricionista ou nutrólogo. A educação alimentar é muito importante em todas as etapas da vida. Como a desnutrição é bastante comum na infância, torna-se essencial e urgente que as pessoas que fazem parte do processo de educação/formação das crianças (família, professores) tenham acesso a informações sobre o correto aproveitamento dos alimentos e a alimentação saudável. Só então as crianças poderão ser bem orientadas e cuidadas! Algumas sugestões para aproveitar ao máximo o valor nutritivo dos alimentos, em especial das frutas e verduras: Frutas e verduras devem ser consumidas bem frescas, pois os nutrientes vão se perdendo com o amadurecimento e com o tempo de armazenamento Evite bater esses alimentos no liquidificador para não perder algumas vitaminas, como a vitamina C Ao cozinhar as verduras, mantenha a tampa da panela fechada Não cozinhe demais os alimentos, principalmente os vegetais. Prefira cozinhar no vapor Aproveite a água que sobrou do cozimento para preparar outro prato, como sopas, cozidos ou sucos Não submeta nenhum alimento a temperaturas altas demais, prefira o fogo brando Conserve os alimentos de maneira adequada: em geladeira ou à temperatura ambiente, entre 20 e 27 C. É importante dar orientações sobre a melhor forma de ter uma alimentação equilibrada, levando em consideração a realidade da população.Esse tipo de orientação é indispensável no tratamento, mas principalmente na prevenção da doença. Em alguns casos, pode ser necessária a suplementação de nutrientes. Somente o médico ou médica poderá dizer quando a suplementação é necessária. Tratamento Hospitalar Em alguns casos, a desnutrição é tão grave que deve ser tratada no hospital. Nesses casos, a pessoa pode precisar se alimentar por meio de tubos, como a sonda nasogástrica (que liga o nariz ao estômago) e a gastrostomia endoscópica (um tubo cirurgicamente colocado no estômago através do abdômen). Se um tubo de alimentação não pode ser colocado, a nutrição pode ser feita diretamente na veia. A pessoa também pode necessitar de tratamento adicional para a causa subjacente de sua desnutrição. Complicações possiveis A desnutrição leva a uma série de alterações na composição corporal e no funcionamento normal do organismo. Quanto mais grave for o caso, maiores e também mais graves serão as repercussões. As principais complicações são: Grande perda muscular e dos depósitos de gordura, provocando debilidade física Emagrecimento: peso inferior a 60% ou mais do peso ideal (adultos) ou do peso normal (crianças) Para crianças com obesidade, a desnutrição pode dificultar a perda de peso e favorecer ainda mais ganho de gordura corporal Desaceleração, interrupção ou até mesmo involução do crescimento Alterações sanguíneas, provocando, dentre elas, a anemia Alterações ósseas, como a má formação Alterações no sistema nervoso: estímulos nervosos prejudicados, número de neurônios diminuído, depressão, apatia Alterações nos demais órgãos e sistemas respiratório, imunológico, renal, cardíaco, hepático, intestinal etc A pessoa desnutrida fica mais sujeita a infecções. Outros efeitos da desnutrição são o aumento da morbidade e da mortalidade, além de hospitalização e convalescença prolongadas. Prevenção Uma dieta equilibrada e saudável é a maior arma na prevenção da desnutrição. Ter uma alimentação rica em frutas, verduras e cereais integrais, bem como proteínas magras, ajuda no combate à desnutrição. Alimentos e bebidas ricos em gordura ou açúcar não são essenciais para a maioria das pessoas e só devem ser consumidos em pequenas quantidades. Se você possui alguma condição que aumenta o risco de desnutrição, busque tratamento.
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