Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE JACQUELINE INGE DE SOUSA LANG TRABALHO DE PROCESSO CIVIL II MARECHAL CÂNDIDO RONDON – PR 2017 É possível parcelar parte do débito na execução e embargar a parte controversa? O Código de Processo Civil de 2015, por meio de seu artigo 916, conserva a possibilidade, antes constante do artigo 745-A do Código de Processo Civil de 1973, de o executado, no prazo para oferecimento dos embargos à execução de pagar quantia certa, reconhecer o direito do exequente e, mediante o depósito de 30% do crédito exequendo (incluídos honorários advocatícios e custas processuais), requerer o pagamento do débito então reconhecido em até 6 (seis) parcelas mensais, que serão acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. Via de regra, aduz o art. 916 § 6º do NCPC que tão só a formulação do requerimento de pagamento parcelado feito pelo executado, pressupõe como premissa o reconhecimento do crédito, o que a partir de então, importa a renúncia ao direito de opor embargos por parte do devedor. Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. § 6o A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de opor embargos. No entanto, segundo a doutrina e jurisprudência majoritária pode o executado apresentar os embargos e o requerimento de pagamento parcelado concomitantemente. Isso acontece quando o devedor assume parte da dívida, requerendo o parcelamento dessa quantia, e ao mesmo tempo alega excesso de execução (art. 917, III), restando uma parte da dívida controversa, parte tal que poderá ser alvo de embargos à execução. Neste sentido discorre o Prof. José Miguel Garcia Medina: “O executado não poderá requerer a realização de pagamento parcelado e discutir a mesma dívida nos embargos já que tais atividades são incompatíveis entre si (...). Pode o executado requerer o pagamento parcelado da parte incontroversa da execução e apresentar embargos quanto ao valor restante”. Em tais casos, conforme preceitua o art. 917, §3º, deverá o embargante (executado) declarar na petição inicial da execução o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.
Compartilhar