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Disciplina: Ética e Responsabilidade Social Unidade 1 Ética e Responsabilidade Socioambiental Semana 3 Valores e Reflexões: concebido, percebido e vivido / Ética e Responsabilidade Socioambiental.. Responsabilidade Socioambiental Segundo o Instituto Ethos, responsabilidade Socioambiental “é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais para as gerações futuras, respeitando os aspectos culturais e a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais”. O Instituto Ethos visa desenvolver e aplicar ferramentas de gestão que permitam o planejamento e a ampliação do controle dos impactos das atividades das empresas sobre a sociedade e o meio ambiente. Acesse: http://www3.ethos.org.br/ Análise histórica sobre a percepção das questões sociais e ambientais A década de 50 marca o início das questões sociais e ambientais A década de 50 marca o início das questões sociais e ambientais Em 1957 ocorreu o primeiro acidente nuclear da história, em Tcheliabinski (URSS) Anos 50 Nesta época, o meio ambiente era considerado o local para o descarte dos resíduos da produção industrial. A natureza tinha capacidade ilimitada de assimilar estes resíduos. E também que a preservação ambiental não era tão importante quanto o progresso econômico Na área social, os donos de empresas eram alvo de pedidos de assistência por parte de pessoas, grupos ou comunidades carentes. Os empresários abastados prestavam assistência aos carentes, indo além de suas responsabilidades legais. Porém, estas doações ocorriam por motivações religiosas ou humanitárias e ficaram conhecidas como ações filantrópicas ANOS 60 Em 1967, o naufrágio do petroleiro Torrey Cânion na Inglaterra poluiu centenas de quilômetros da Costa da Comualha Eclodem movimentos sociais (pacifistas, feministas, raciais, de direitos humanos e ambientalistas) No final da década é criado o National Environmental Policy Act nos EUA, focado na promoção da harmonia entre o homem e seu ambiente. Joseph McGuirre passou a defender que as empresas não deveriam ajudar a sociedade apenas por razões humanitárias, mas como um compromisso moral No Brasil, A Associação de Dirigentes Cristãos passa a defender a ideia de que as empresas devem possuir uma função social. As indústrias se tornam o principal alvo das críticas ambientalistas. ANOS 70 Em 1976, vazamento de TCP (triclorofenol) em uma indústria de pesticidas em Seveso (Itália) dizima 2.000 hectares de vegetação ao redor, provoca 193 casos de doença de pele e gera um custo de U$ 10 milhões com evacuações Nesta década, foram criados legislações que proíbem o descarte de resíduos industriais no ambiente, além de órgãos de controle ambiental. Em 1977, na França, o balanço social torna-se obrigatório para as empresas Ocorreram a Conferência de Estocolmo (1972) e o Relatório do Clube de Roma. De acordo com o Relatório do Clube de Roma (“Os Limites do Crescimento”): O crescimento econômico era visto como o grande vilão que gerava pobreza e poluição no mundo. A solução dos problemas sugeria diminuir o ritmo do crescimento para conter os efeitos predatórios do crescimento ANOS 80 Nos anos 80 ocorreram 4 grandes acidentes que chocaram o mundo. Vejamos quais foram a seguir. 1984 - Bhopal (Índia) - 40 toneladas de metil isocianato e outros gases letais vazaram da fábrica de agrotóxicos da Union Carbide Corporation causando mais de 3.000 mortes 1986 – (Chernobil URSS) – acidente com 30 mortos e mais de 30.000 casos de doenças associadas 1986 – Rio Reno (Suíça) - a água usada para combater um grande incêndio na fábrica Sandoz carregou produtos altamente tóxicos para o rio, matando diversas espécies por envenenamento 1989 – Exxon Valdez (Alasca) – O petroleiro derrama sua carga de óleo (37 milhões de litros) em área selvagem, causando a morte de milhares de animais e custos de mais U$ 2 bilhões. Sob a superfície das áreas atingidas existe óleo até hoje. 1988 - A Constituição brasileira de 1988 assegura: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”, além de muitos avanços nos direitos de cidadania É a partir desta década que a responsabilidade socioambiental passa a ser encarada como uma necessidade de sobrevivência pelas empresas no mundo Em 1984, o professor americano de Administração, Edward Freeman, disseminou o conceito de stakeholder, alertando para os diversos grupos na sociedade que sofrem os efeitos da atuação das empresas. Freeman (1984) definiu stakeholder como "(...) qualquer grupo ou indivíduo que pode afetar, ou é afetado, pelo alcance dos propósitos de uma organização". Já Clarkson (1995) diz que são "(...) pessoas ou grupos que reivindicam ou dispõem de propriedade, direitos ou interesses em uma empresa e em suas atividades no período passado, presente e futuro". Donaldson e Preston (1995) indicam que se trata de "(...) pessoas ou grupos com interesses legítimos nos processos e aspectos substantivos de uma atividade corporativa". Fique atento! ANOS 90 Nos anos 90, aconteceu no Rio de Janeiro a Conferência Eco-92, marco do compromisso pela sustentabilidade mundial, expressa na Agenda 21. Surgiram as normas AS 8000, de avaliação da Responsabilidade Social e AA 1000, padrão internacional de gestão da responsabilidade corporativa; e as normas ISO 14001 (Gestão Ambiental) e OHSAS 18000 (Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho). Também nessa década o Protocolo de Kyoto foi assinado com o fim de reduzir a emissão de gases efeito estufa. O índice de sustentabilidade Down Jones, índice de referência para empresas com compromisso socioambiental teve seu lançamento. No Brasil, é criado o Instituto Ethos, fortalecendo a discussão sobre ética e responsabilidade Socioambiental no país. Início do século XXI Multiplicam-se os marcos da gestão socioambiental. Os termos social e ambiental aparecem juntos nos relatórios de balanço social e nas normas ambientais ou sociais. Torna-se cada vez mais difícil falar de um sem lembrar do outro. A Conferência Rio+10 (2002) chamou a atenção para a articulação entre as questões sociais e ambientais. O Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU 2007/2008 articula claramente mudanças climáticas e pobreza. Não é mais possível falar em Desenvolvimento Sustentável sem considerar os aspectos sociais, econômicos e ambientais. As empresas começam a falar em equilíbrio entre as três variáveis, para destacar que estão engajadas em promover o desenvolvimento sustentável. GESTÃO SOCIOAMBIENTAL: MUDANÇA DE PARADIGMA O impacto ambiental, geralmente, provoca também um impacto social. Por exemplo, a poluição do rio mata o peixe e prejudica o pescador, o banhista e toda a população que se serve do rio. Portanto, tratar a poluição do rio como um problema ambiental significa abordar apenas parte do problema. A gestão socioambiental surgiu pelo fato das questões ambientais possuírem interfaces com as questões sociais. Ela irá analisar as causas da poluição, os danos causados, as formas de remediação, bem como os impactos sociais do dano ambiental. O surgimento da gestão sociambiental decorreda ruptura do modelo de desenvolvimento praticado ao longo dos últimos séculos Neste modelo predominaram estratégias baseadas na busca do crescimento econômico a qualquer preço, no consumismo e na destruição dos recursos naturais até então considerados bens abundantes e inesgotáveis Os custos adicionais para as empresas, resultantes dos gastos com controle da poluição, comprometeriam a lucratividade das empresas e a oferta de empregos Como resultado desta visão, os custos sociais e ambientais das atividades econômicas das empresas eram “externalizados”, isto é, transferidos para a sociedade Às empresas cabia o exclusivo papel de fomentar a riqueza. A mobilização em torno das questões sociais e ambientais traz à tona os debates sobre estes temas em diversos países do mundo. O setor público, por meio de agências ambientais, aprimora a regulação sobre as empresas. O agravamento de problemas sociais cria expectativas e demandas na sociedade de uma atuação mais forte das empresas no combate à pobreza. A exposição na mídia de tragédias ambientais provocadas por empresas expõe estas organizações à pressão da opinião pública e dos movimentos ambientalistas. Professora poderia me dizer qual é mesmo o objetivo de uma gestão socioambiental? Desenvolver e aplicar ferramentas de gestão que permitam o planejamento e a ampliação do controle dos impactos das atividades das empresas sobre a sociedade e o meio ambiente (NASCIMENTO, 2007). Não esqueça de acessar os links abaixo para participar do fórum: A falta de responsabilidade socioambiental na Companhia Siderúrgica Nacional. http://noticias.terra.com.br/ciencia/sustentabilidade/meio-ambiente/volta-redonda- moradores-alegam-ter-sido-contaminados-por- empresa,7e24c4b74973e310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
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