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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL EMILLY BEZERRA FERNANDES DO NASCIMENTO NATAL/RN 2015 Emilly Bezerra. Serviço Social UFRN 2015 Referência completa do texto: Hobbes: o medo e a esperança. In: WEFFORT, Francisco C. (Org.). Os clássicos da política 1. Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau, “O Federalista”.13 ed. São Paulo: Ática, 2002. Palavraschaves: Contrato Vida Poder Soberania Ideias centrais do texto: A guerra se generaliza Para Hobbes o estado natural do homem não é selvagem. Ele acaba acreditando que o homem não muda conforme o tempo. (pág. 54) A teoria sobre o surgimento do Estado parte do fundamento de que os homens são iguais o suficiente para que um não se sobresaia de maneira absoluta sobre o outro. Disso resultariam guerras e iminências de guerras que ocorriam na época anterior à existência do Estado. Tendo como partida que o homem não conhece o que se passa no interior do outro, seria perfeitamente racional esse estado de “guerra”, pois crê que o ataque acaba sendo o melhor modo de defesa. (pág. 55) Para Hobbes seriam três causas principais de discórdia entre os homens: a competição; a desconfiança, e a glória. (pág. 56) Como pôr termo a esse conflito O estado de natureza do homem seria uma condição de guerra (pág. 59) O jurídico não é o suficiente para manter a ordem e preservar a vida, (direito natural, inalienável do homem) para isso era necessário um Estado armado, para obrigar os homens a respeitar as determinações do soberano. (pág. 61) O autor é a favor do poder ilimitado do governante, que não irá assinar o contrato e que por isso, não tem a obrigação de cumprilo. (pág. 63) Igualdade e Liberdade Segundo Hobbes, a igualdade é o que vai acabar levando os homens à guerra, pois eles sempre irão querer as mesmas coisas e isso causará uma tensão no Estado. (pág. 66) O súdito elege o soberano e entregao o direito de proteção à vida (pág .68) Emilly Bezerra. Serviço Social UFRN 2015 Hobbes afirma que, antes de estabelecer o Estado, é preciso assegurar quais os direitos que estão sendo transferidos, já que do ato da submissão faz parte tanto a liberdade como a obrigação. São dois os tipos de soberania: a instituída, que se firma num pacto entre um e todos; e a soberania adquirida, que é firmada num pacto pelo vencido e pelo vencedor, ou entre família, que deixa claro que os todos súditos continuam com os direitos que não são transferidos pelo contrato. (pág. 68) Se o soberano mandar qualquer ação que vá contra o direito inalienável da vida do súdito, o súdito poderá desobedecêlo . (pág. 69) Se o súdito for interrogado sobre um crime que possa haver cometido, ele não tem obrigação de confessar, pois não é obrigado a se incriminar. (pág. 69) Os súditos podem resistir à espada do Estado em defesa do seu direito, sua vida, mas não em defesa do direito do outro. (pág. 70) Se o soberano deixar de proteger a vida de um súdito, os outros devem continuar o obedecendo e apenas aquele que teve o seu direito deixado de lado pode se voltar contra o representante do Estado. (pág. 70) O Estado, o medo e a propriedade Hobbes diz que o soberano conquista seu espaço por meio do medo que coloca nos seus súditos, deixandoos apavorados e com isso, eles se tornam cumpridores das leis. Assim, o súdito que se comportar bem não terá nenhum problema com o representante do Estado. (pág. 71) O autor põe que a propriedade basicamente dita o conforto. A sociedade burguesa da época de Hobbes se estabelecia usufruindo da autonomia que cada proprietário tinha de fazer o que bem entendesse com seus bens, enquanto que na Idade Média, isso não acontecia, pois os costumes e obrigações do tempo não permitiam isso. (pág. 72) A primeira lei apresenta que o soberano distribui uma porção de terra a cada súdito, de acordo com o que ele próprio julga preciso e adequado. (pág. 73) O súdito pode excluir os outros de suas terras, mas não pode fazer isso com o soberano, que é um monarca, e que visa à paz e a segurança, que fará essa distribuição para que isso ocorra. Qualquer distribuição feita contrária a esses dois princípios deve ser considerada nula por cada um dos súditos, e mesmo que isso aconteça não poderão se rebelar contra o soberano e nem acusálo de injustiça, porque é tido que eles também são responsáveis pelas ações do soberano. (pág. 74) O Estado também pode possuir parte das terras distribuídas e buscar a sua melhoria através do seu representante, e essas terras devem ser suficientes para que a paz e a defesa comum sejam mantidas. (pág. 74, 75) Emilly Bezerra. Serviço Social UFRN 2015 O soberano tem poder quase que absoluto sobre o Estado (pág. 75) É papel do Estado estabelecer o modo que todas as espécies de contratos sejam feitos e analisar quais palavras e sinais devem ser considerados úteis. (pág. 75) Trechos relevantes: “[...] o homem natural de Hobbes não é um selvagem. É o mesmo homem que vive em sociedade. Melhor dizendo, a natureza do homem não muda conforme o tempo, ou a história, ou a vida social.” (pág. 54) “[...] os homens são absolutamente iguais, mas que são "tão iguais que...": iguais o bastante para que nenhum possa triunfar de maneira total sobre outro.” (pág. 55) “Para Hobbes, o homem é o indivíduo [...] O indivíduo hobbesiano não almeja tanto os bens (como erradamente pensa o comentador Macpherson), mas a honra.” (pág. 59) “O estado de natureza é uma condição de guerra.” (pág. 59) “um Estado que é condição para existir a própria sociedade. A sociedade nasce com o Estado.” (pág. 62) “Aquele que é portador dessa pessoa se chama soberano, e dele se diz que possui poder soberano. Todos os restantes são súditos.” (Ibidem, cap. XVII, p. 1056.) (pág. 62) “Observemos que o soberano não assina o contrato — este é firmado apenas pelos que vão se tornar súditos, não pelo beneficiário. Por uma razão simples: no momento do contrato não existe ainda soberano, que só surge devido ao contrato. Disso resulta que ele se conserva fora dos compromissos, e isento de qualquer obrigação.” (pág. 63) “Mas, dando poderes ao soberano, a fim de instaurar a paz, o homem só abriu mão de seu direito para proteger a sua própria vida. Se esse f im não for atendidopelo soberano, o súdito não lhe deve mais obediência — não porque o soberano violou algum compromisso (isso é impossível, pois o soberano não prometeu nada), mas simplesmente porque desapareceu a razão que levava o súdito a obedecer.” (pág. 68) “Hobbes diz: o soberano governa pelo temor (awe) que inflige a seus súditos. Porque, sem medo, ninguém abriria mão de toda a liberdade que tem naturalmente.” (pág. 71) “Primeiro, o Leviatã não aterroriza. Terror existe no estado de natureza, quando vivo no pavor de que meu suposto amigo me mate. Já o poder soberano apenas mantém temerosos os súditos, que agora conhecem as linhas gerais do que devem seguir para Emilly Bezerra. Serviço Social UFRN 2015 não incorrer na ira do governante. Segundo, o indivíduo bemcomportado dificilmente terá problemas com o soberano.” (pág. 71) “[...] estabelece um limite muito forte à pretensão burguesa de autonomia: todas as terras e bens estão controlados pelo soberano.” (pág. 73) “De um só golpe, o contrato produz dois resultados importantes. Primeiro, o homem é o artífice de sua condição, de seu destino, e não Deus ou a natureza. Segundo, o homem pode conhecer tanto a sua presente condição miserável quanto os meios de alcançar a paz e a prosperidade.” (pág. 77) Emilly Bezerra. Serviço Social UFRN 2015
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