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Princípios do Direito Processual

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Princípios
Do
Direito Processual
Disciplina: Teoria Geral do Processo
Docente: Diane J. M. Amorim
 princípios
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Princípios são preceitos fundamentais que dão forma e caráter aos sistemas processuais.
Há princípios que são comuns a vários sistemas processuais.
Princípios vão além da dogmática jurídica.
 
 princípios
2. PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO PROCESSO
Princípio Lógico: seleção dos meios mais eficazes e rápidos de procurar e descobrir a verdade e evitar o erro.
Princípio Jurídico: igualdade no processo e justiça na decisão.
Princípio Político: o máximo de garantia social com o mínimo de sacrifício individual da liberdade.
Princípio Econômico: processo acessível a todos.
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2. PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO PROCESSO
Canotilho traz uma classificação própria:
Princípios Estruturantes: ideias diretivas básicas do processo, de índole constitucional.
Princípios Fundamentais: são os princípios estruturantes quando aplicados pelos estatutos processuais em suas particularidades.
Princípios Instrumentais: servem como garantia para que se atinjam os princípios fundamentais.
 princípios
3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Imparcialidade do Juiz
O juiz não pode ter interesse pessoal em relação ao litígio.
Valoração pessoal do juiz não pode atrapalhar ou beneficiar quaisquer das partes da lide.
A imparcialidade do juiz é pressuposto processual para que a relação processual se instaure validamente.
Meios para se garantir a imparcialidade:
Garantias aos magistrados (art. 95, CF)
Vedações aos magistrados (art. 95, p.u., CF)
Causas de impedimento (art. 134, CPC)
Causas de suspeição (art. 135, CPC)
 princípios
3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio do Juiz Natural
Juiz natural é aquele previamente constituído como competente para julgar determinadas causas abstratamente previstas.
Juiz natural é somente aquele integrado de forma legítima ao Poder Judiciário e com todas as garantias institucionais e pessoais da CF.
Desdobra-se em três conceitos:
Só são órgãos jurisdicionais os instituídos pela CF;
Ninguém pode ser julgado por órgãos constituídos após a ocorrência do fato;
Entre os juízes pré-constituídos vigora uma ordem taxativa
 de competência.
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Igualdade
As partes e os procuradores devem receber tratamento igualitário para que tenham as mesmas oportunidades de fazer valer em juízo as suas razões.
Igualdade não é a formal, sim a substancial, proporcional.
CPC busca equilibrar as partes para que litiguem em paridade de armas.
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa
As partes devem ter a oportunidade de expor suas razões, de apresentar suas provas, de influir sobre o convencimento do juiz.
Direito dos litigantes em qualquer processo judicial ou administrativo e aos acusados em geral (art. 5], LV, CF).
A cada litigante deve ser dada ciência dos atos praticados pelo juiz e pelo adversário.
Citação: ato pelo qual se dá ciência a alguém da instauração de um processo, chamando-o a participar da relação processual.
Intimação: ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos do processo, 
 contendo, também, eventualmente, comando de fazer ou deixar de
 fazer alguma coisa.
Notificação: citação da CLT e da LMS
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa
O contraditório é constituído de dois elementos:
Informação
Reação
Direitos disponíveis: faculdade das partes
Direitos indisponíveis: obrigatória. 
Mesmo a liminar inaudita altera parte respeita o contraditório
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Ação
Ação é o direito de ativar os órgãos jurisdicionais, visando à satisfação de uma pretensão.
É atribuição da parte provocar o exercício da função jurisdicional.
Processo Inquisitivo x Processo Acusatório
Processo Misto
Processo Penal brasileiro adota o sistema acusatório.
Obs: Inquérito Policial
A lei permite, em casos excepcionais, que o juiz atue ex officio, iniciando a demanda. Ex: art 878, CLT
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Ação
A reconvenção (art. 315, CPC) é uma manifestação do direito de ação, mas exercida pelo réu no processo em que é demandado.
O juiz não pode tomar providências que superem o limite do pedido (art. 459 e 460, CPC).
Obs: No processo penal, o juiz pode dar definição jurídica diversa ao fato delituoso em que se funda a acusação, ainda que daí derive a aplicação de pena mais grave (emendatio libeli).
Se a alteração for nos fatos, o Ministério Público deverá
 aditar a denúncia ou a queixa (mutatio libeli).
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Disponibilidade
Vigora no Processo Civil.
A parte escolhe se quer ou não exercer o direito de ação.
Escolhendo demandar, a parte pode apresentar sua pretensão em juízo da maneira que melhor lhe aprouver.
A parte pode renunciar à sua pretensão a qualquer momento.
Disponibilidade sofre limitações quando o direito material em questão for indisponível.
 princípios
3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Indisponibilidade/Obrigatoriedade
Vigora no Processo Penal.
Normas penais são de caráter público.
O jus puniendi deve ser necessariamente exercido.
Não há discricionariedade na persecução penal.
A autoridade policial é obrigada a proceder às investigações preliminares (art. 5º, CPP).
O Ministério Público deve necessariamente apresentar a denúncia (art. 24, CPP)
Se o MP pedir o arquivamento do Inquérito Policial, o juiz pode
 discordar e remeter os autos ao Procurador-Geral (art. 28,
 CPP)
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Indisponibilidade/Obrigatoriedade
A autoridade policial, uma vez instaurado o Inquérito, é proibida de parar as investigações ou arquivá-las (art. 17, CPP).
O Ministério Público não pode desistir da ação penal (art. 42, CPP)
O Ministério Público não pode desistir do recurso interposto (art. 576, CPP)
Se o MP pedir a absolvição do réu, ainda assim o juiz poderá proferir sentença condenatória (art. 385, CPP)
Os órgãos incumbidos da persecutio criminis devem ser estatais:
Polícia judiciária instaura o Inquérito Policial
Ministério Público promove a ação penal
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Indisponibilidade/Obrigatoriedade
Mitigações à obrigatoriedade:
Ação Penal Privada;
Ação Penal Pública condicionada à representação;
Ação Penal subordinada à requisição do Ministro da Justiça;
Infrações penais de menor potencial ofensivo;
Proposta, pelo MP, de aplicação de pena alternativa, antes do oferecimento da denúncia;
Suspensão condicional do processo
 princípios
3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio Dispositivo
O juiz depende, na instrução da causa, da iniciativa das partes quanto às provas e às alegações em que se fundamentará a decisão.
Prevalecia no Processo Civil.
No Processo Penal sempre predominou o sistema da livre investigação de provas.
Com o tempo, os poderes do magistrado foram aumentando, cabendo-lhe não só impulsionar a causa, mas também determinar a produção de provas, conhecer circunstâncias de ofício, reprimir condutas 
 irregulares das partes...
 princípios
3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio Dispositivo
No Processo Civil vigora a verdade formal: o juiz pode satisfazer-se com aquilo que resulta ser verdadeiro em face das provas carreadas nos autos.
No Processo Penal vigora a verdade real: o juiz deve buscar descobrir o que realmente aconteceu para que possa fundamentar a sentença.
No Processo Trabalhista os poderes do juiz na colheita de
 provas também são amplos (art. 765, CLT).
 princípios
3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Oralidade
O processo oral é aquele em que predomina a palavra falada em seus atos e procedimentos.
Busca diminuir a formalidade para aumentar a celeridade.
Presente no procedimento dos Juizados Especiais.
Concentração: caracteriza-se pela celeridade, ou seja, as provas devem ser produzidas em um fator mínimo de audiências. 
Imediação: não é necessário intermediário, as provas serão realizadas diretamente ao juiz, onde este terá contato direto com as mesmas.
Princípio estendido ao Processo Penal.
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Oralidade
No Processo do Trabalho o princípio da oralidade tem ampla utilização: 
reclamação poderá ser verbal, sendo reduzida a termo posteriormente (art. 840, CLT);
a defesa pode ser verbal. O réu dispõe de vinte minutos (art. 847, CLT);
o juiz pode interrogar (oralmente) os litigantes (art. 848, CLT);
oitiva de testemunhas, peritos e técnicos (art. 848, § 2º, CLT);
as razões finais podem ser feitas oralmente. Cada parte dispõe
 de dez minutos (art. 850, CLT)
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio do Impulso Oficial
O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial (art. 262, CPC).
Uma vez instaurada a relação processual, deve o magistrado mover o procedimento de fase em fase, até exaurir a função jurisdicional.
Antes do CPC de 39, a todo momento as partes deviam solicitar o andamento da causa. 
Os CPCs de 39 e 73 consagraram o impulso oficial, mas sem abolir por completo a iniciativa das partes. Ex: art. 130, CPC 
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Persuasão Racional
Regula a apreciação e a avaliação das provas existentes nos autos, indicando que o juiz deve formar livremente a sua convicção.
Intermediário entre o sistema da prova legal e o sistema do julgamento secundum conscientiam.
As provas não são tarifadas.
O juiz não é desvinculado da prova e dos elementos existentes nos autos, mas a sua apreciação não depende de critérios pré-determinados.
 princípios
3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Motivação
Princípio constitucional: art. 93, IX, CF
As decisões judiciais devem necessariamente ser motivadas.
Garantia das partes.
Possibilita a impugnação.
Função política.
Possibilita a análise da imparcialidade do juiz, da legalidade e justiça das decisões.
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Publicidade
Princípio constitucional: art. 93, IX, CF
Art. 10º da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
 Busca garantir a transparência dos atos processuais praticados pelo juiz durante a persecução civil ou penal. 
Função política
Em alguns casos, por decoro ou interesse social, a publicidade é restrita e os atos processuais só são públicos em relação às partes e seus defensores.
O Inquérito Policial é sigiloso (art. 20, CPP)
Obs: art. 7º, XIV, Lei n. 8.906/94
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Lealdade Processual
Impõe o dever de moralidade e probidade a todos aqueles que participam do processo.
As partes devem agir com lealdade, sem artifícios fraudulentos no decorrer do processo para que este possa alcançar seus objetivos.
Desrespeito ao dever de lealdade é ilícito processual (há sanção).
Código Penal comina pena de detenção para a fraude em processo civil ou procedimento administrativo, determinando a sua aplicação em dobro quando a fraude se destina a produzir efeitos em processo penal
 (art. 347, Código Penal)
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Economia
Busca o máximo de resultado na atuação do direito com o mínimo emprego possível de atividades processuais.
O processo não pode exigir um dispêndio exagerado com relação aos bens que estão em disputa.
Implica no aproveitamento dos atos processuais, quando equivocados, desde que aptos para alcançar sua finalidade e não resultem em prejuízo para as partes.
Ex: art. 920, CPC; art. 154, CPC; arts. 566 e 567, CPP.
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição
Indica a possibilidade de revisão, por via de recurso, das causas já julgadas pelo juiz de primeiro grau.
Funda-se na possibilidade de a decisão de primeiro grau ser injusta ou errada.
Dá ao vencido uma oportunidade para o reexame da sentença com a qual não se conformou.
Fundamento de natureza política: nenhum ato estatal pode ficar imune aos necessários controles.
Não é garantido constitucionalmente de modo expresso.
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3. PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição
Inexiste duplo grau de jurisdição nas hipóteses de competência originária do Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, CF).
Em regra, há necessidade de nova provocação do órgão jurisdicional, mas há casos em que há a remessa necessária (recurso de ofício).
No processo civil, há duplo grau de jurisdição qualquer que seja o valor econômico do benefício pleiteado.
No processo penal, há duplo grau de jurisdição qualquer que seja a pena cominada para o ilícito penal.
CLT considera irrecorríveis as sentenças proferidas em causas
 de pequeno valor, salvo se versarem sobre matéria 
 constitucional (art. 894, CLT)

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