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Hiroshima: a catástrofe atômica e suas testemunhas


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PSICOLOGIA
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JUSSARA SANTOS OLIVEIRA
OS TRANSTORNOS PSICOLOGICOS QUE OS CIVIS SOFRERAM APÓS A BOMBA ATÔMICA DE HIROSHIMA E NAGASAKI
ILHÉUS-BA
2018
PSICOLOGIA
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JUSSARA SANTOS OLIVEIRA
OS TRANSTORNOS PSICOLOGICOS QUE OS CIVIS SOFRERAM APÓS A BOMBA ATÔMICA DE HIROSHIMA E NAGASAKI
Trabalho apresentado a disciplina métodos e técnicas de pesquisa em psicologia, do segundo semestre, sob orientação do professor xxxxxxx xxxxxx, como parte da avaliação da primeira regimental.
ILHÉUS-BA
2018
A TRAGÉDIA PROVOCADA
Como resultado de uma demonstração de poder, realizada pelos Estados Unidos, que se encontrava em guerra com o Japão, duas bombas atômicas foram lançadas pela primeira vez na história sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Aniquilando mulheres, idosos e crianças a maioria eram de civis.
Sobreviventes das bombas que foi lançada sobre a cidade de Hiroshima no dia 06 de agosto de 1945 às 08h e 16 min da manhã, presenciaram o terror de um atentado que devastou a cidade e parte de sua população, ocorrido por um ataque repentino e utilizando-se de uma arma desconhecida, da qual a população de Hiroshima não teve tempo de buscar refugio e nenhuma informação de como se proteger, perderam seus entes querido, assistindo suas mortes agonizantes e desumanas, sem nenhum amparo e tudo em questões de minutos, horas e para quem sobreviu, este sofrimento se eternizou em suas memórias, corpos e familiares que passaram a conviver com alterações genéticas devido a radiação, estimasse que cerca de 140.000 pessoas morreram, sendo que 80.000 mil civis morreram na hora e os demais até dezembro daquele ano (HIROSHIMA PEACE MEMORIAL MUSEUM, 1999 apud NAKAGAWA 2015). O ataque à cidade de Nagasaki aconteceu somente três dias após o primeiro, no dia 09 de agosto do mesmo ano.
2- A VIDA DEPOIS DA BOMBA
Para os que conseguiram sobreviver ao que parecia impossível, carregaram não só cicatrizes em seus corpos, mais também uma ferida ainda maior em seus corações e em suas mentes. A terrível sensação de impotência e culpa, tomou conta dos pensamentos dos sobreviventes, como o testemunho de Obayashi quando disse: “(...) sentia culpa. Não culpa de ter feito algo errado, mas se sentir mal de ter o que os outros não podem ter. (...). Só o fato de ter sobrevivido é como se me sentisse constrangido.” (Nakagawa, 2015).
Os sentimentos de culpa como afirma (Levi, 2004 apud. Nakagawa, 2015) acompanham os sobreviventes, e os colocam em uma obscuridade, fazendo-os se questionarem pelo que deixaram de fazer para salvar a si próprio, e sente vergonha de suas atitudes, suas memórias os levam ao massacre e eles revivem o que ocorreu buscando suas falhas, buscando ver o que deixou de fazer, e não se conformam por terem sobrevivido ao que parecia uma morte certa, e seguem mergulhados nessa angustia e escuridão sem saber o motivo de continuarem vivos. 
A estes que sobreviveram foi dado um apelido de hibakushas (palavra que em japonês significa os sobreviventes da bomba). Está palavra carrega um peso muito maior do que o mero significado que lhe foi atribuído. “(...) foi socialmente consagrado um lugar paradoxal: ao mesmo tempo sagrado e amaldiçoado.” (LOULA, 2017). Segundo o autor, vários hibakushas relataram ter sofrido preconceito ao largo de suas vidas como dificuldades em constituir família, pelo medo dos demais em si contaminarem com a radiação, e também por saberem que as vítimas poderiam desenvolver doenças como câncer e ainda passar para os filhos se viesse a ter, porque umas das muitas sequelas da contaminação por radiação foi o desenvolvimento de diversos tipos de câncer e a transmissão genética para os descendentes, outros ficaram impossibilitados da paternidade e maternidade, sofreram preconceito ainda pela dificuldade em encontrar bons trabalhos já que outro efeito é o cansaço excessivo. 
OS TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS. 
Os trabalhos freudianos classificou como neurose traumática e psicose sintomas que poderam ser observados nos depoimentos dos sobreviventes, Freud baseou seu trabalho observando vítimas das guerras. Na pesquisa de Loula (2017) e na pesquisa de Nakagawa (2015) onde sintomas como vergonha e sensação de frieza e anestesiamento diante da catástrofe, e relatados depois como senção angustiante, podem ser relacionados a neurose traumática. Porém desde o DSM IV este termo passou a ser alterado e atualmente não se encontra no DSM 5, ele foi substituído por vários transtornos que acumularam sintomas relacionados que acaba fragmentando a teoria e a compreensão do sintoma como um todo.
Uma sobrevivente chamada Thurlow relata que sentia vergonha por não conseguir expressar sentimentos diante da barbaridade que estava diante de si, (NAKAGAWA, 2015). Ela foi uma entre milhares de pessoas que sobreviveram a este epsódio de terror, logo após a bomba equipes de cientistas americanos com parceria com o Japão isolaram as vítimas para realizações de investigação de forma desumana, agravando ainda mais os transtornos psíquicos. Muitos foram os relatos de que estes atendimentos ocorriam unicamente como forma de relatório médico e cientifico do que uma forma paliativa do sofrimento causados pelas por queimaduras, reações da radiação como vômitos e diarreias e outras lesões originadas de desmoronamentos da estrutura física da cidade. Para as vítimas os médicos estavam mais interessados em saber e anotar como eles morriam. 
Não é errado supor que ouve casos de depressão, suicídios, ataque de pânicos, crise de ansiedade, entre diversos outros problemas ocasionados pelo ataque a Hiroshima e Nagasaki, porque estas presenciaram um imenso sofrimento de seus familiares amigos e colegas em suas mortes trágicas e violentas, além de terem carregados sequelas das doenças.
REFERÊNCIA
 
LOULA, A. L. A “associação hibakusha Brasil pela paz” e os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki. 2017. 111 f. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade católica de São Paulo, 2017. Disponível em: https://tede.pucsp.br/bitstream/handle/19970/2/Andr%C3%A9%20Lopes%20Loula.pdf. Acesso em: 23 de Ago de 2018.	
NAKAGAWA, C. I. Hiroshima: a catástrofe atômica e suas testemunhas. 2014. 163 f. Dissertação (Mestrado) – Instituto de psicologia, Universidade de São Paulo, 2014. Disponível em: www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-06112014.../nakagawa_corrigida.pdf. Acesso em: 20 de Ago de 2018.
RESENDE, Maria. S. de; CALAZANS, Roberto. NEUROSE E PSICOSE NA CID-10 E NO DSM IV: o que é ignorado. Revista de psicanalise. 
Observação: para os estudantes que Utilizarem este material como base para a construção de seus trabalhos, peço que busquem nas referências aqui citadas os materiais para leitura e melhor aprofundamento sobre o tema, a construção deste trabalho foi muito enriquecedor para mim, por isso indico a leitura e a reflexão sobre o tema. 
Desejo bons estudos! 
(por favor se gostarem deem um like isso me ajuda e posso continuar colaborando)