Buscar

resenha holocausto brasileiro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aluna: Milca Cibelle Pereira Sousa
Matrícula: 201802400273
Curso: Psicologia
 
 Resenha Crítica do documentário:
 “O HOLOCAUSTO BRASILEIRO”
 
 
 São Luis, Ma 
 
 2022 
 RESENHA
 O documentário “ O holocausto brasileiro”, baseado em um livro com o mesmo título publicado no ano 2016, que como autora é uma jornalista, Daniela Arbex, trata-se de um período caótico do Hospital Colônia, localizado em Barbacena no estado de Minas Gerais. No referido documentário, há relatos de “ex-funcionários”, e de sobreviventes, que expõe com detalhes, como eram realizados certos procedimentos, com os pacientes.
 Na obra, é explicado como os considerados “loucos” chegavam, e como eram “tratados”. A jornalista relata a sua indignação, antes de fazer todo o processo de investigação, sobre o fato de muitas pessoas desconhecerem “uma das maiores tragédias do Brasil”, provavelmente comovida pela situação não tão conhecida, esta começou a procurar sobreviventes que foram vítimas. Pode-se perceber, que a ideia principal da autora é abordar vários fatores que afetaram pessoas inocentes, que eram consideradas ”loucas”, sem terem passado pelo processo adequado de psicodiagnóstico.
 Uma das ex-funcionárias relata que muitos pacientes morreram por falta de alimento, um fator que deixa mais evidente o quão grave a situação das pessoas que ali viviam “internadas”. Outra funcionária, da área de enfermagem, também relata que os pacientes recebiam a mesma injeção, com a mesma seringa. No documentário, aparecem fotos do livro de alguns pacientes que estavam praticamente entre a vida e a morte. O fotógrafo Napoleão Xavier, conta que tirou foto de uma criança que o perguntava tristonho, se ele não queria ser pai desta. 
 Havia crianças em situação de abandono, sem educação e saúde. Uma sobrevivente, já de idade avançada, por nome Elza Campos Silva, relata que foi deixada por sua família, quando criança, por ter tido uma “ crise”, e não havia remédio para tratá-la, e logo foi internada. Ela conta que viu pessoas levarem choque, pessoas que estavam morrendo, e que havia passado fome. Para dormir, ela expõe, que as pessoas pegavam “capim de lixo, cheio de formigas”, e formavam um colchão juntamente com remendos de pano.
 De acordo com o site Agência de Notícias UniCEUB, cerca de 60 mil pessoas morreram no hospício de Barbacena. Outras causas de mortes: processos de inanição e eletrochoque.
Conforme vemos todos os detalhes, entendemos a precisão de esclarecimentos, de como deve ser realizado procedimentos para se saber se o indivíduo necessita ou não de tratamentos apropriados. Adicionando a também a ética, e os elementos básicos de sobrevivência como alimento, e água.
 A autora, fala um pouco a respeito das crianças que sobreviveram, e que foram abandonadas na Colônia. Ela fala que “a memória afetiva tivesse parado no momento
do abandono, (...) quando os pais deixaram eles ali, e não voltam.” Sabemos que qualquer abandono causa sentimentos nada agradáveis, principalmente em crianças. É perceptível a diferença de uma criança quando esta recebe atenção e afeto da parte dos pais, e de outra que não recebe absolutamente nada da parte dos pais.
 Por meio deste documentário, pode-se ter várias reflexões a respeito de saúde física e mental, proteção, ética, educação, direitos, liberdade e etc. É chocante como a falta dos fatores anteriormente citados, afetam,e destroem de alguma forma a vida de várias pessoas. Neste caso de Barbacena, percebe-se claramente uma espécie de desigualdade social. Desigualdade essa que comprometeu várias vidas, onde a maioria era de cor “preta”, e os sobreviventes que acumularam traumas, devido os maus tratos, abusos, abandono, e tortura. 
 Devido a superpopulação no hospício e no cemitério nos anos setenta, acontecia a venda de cadáveres para faculdades de medicina. Juntamente com esse fato, muitos pacientes submetidos ao trabalho escravo, realizavam construções de funcionários do hospício. A autora conta que esteve à procura do “culpado”, e uma das personagens do livro falou que a culpa era na verdade uma “culpa coletiva”, pelo fato de não só o Estado falhar, mas a sociedade também. 
 É “incrível” como o ser humano pode ir tão longe no sentido de se aproveitar de pessoas vulneráveis, fechar os olhos para a humanização e sensibilidade. No documentário há várias fotos e relatos que comovem quem as vê, e reflete sobre o passado tão opressor do Hospital Colônia. Muitas fotos mostram como as pessoas estavam em forma de “defesa, sem roupa, com pele ressecada, e olhar vazio”, palavras do fotógrafo Napoleão Xavier.
 
 A obra de modo geral, é muito interessante, mas em paralelo, provoca uma sensação de pena e tristeza pelo ocorrido. Os pacientes eram tratados como se fossem animais. Crianças, adultos, adolescentes, idosos, negros, brancos, potadores de alguma outra condição, tanto finnceira como biológica, independente da crença, ou gênero, devem ter direitos. Devem ser reconhecidos pela sociedade.
 
 Observamos a mudança da situação no Colônia, devido a denúncias, e exposições da imprensa, e inclusive, foi feito um filme em 1979 chamado “Em nome da razão”, e o parecer de Franco Basaglia, um psiquiatra que comparou o hospital a um centro de concentração nazista,influenciou uma mudança. Outro fator decorrente dos anteriores, foi a Reforma Psiquiátrica, iniciada no mesmo ano. 
 Entende-se que não havia um padrão definido entre “loucura e normalidade”, entre o normal e patológico, entre são e não são. Não acontecia nada adequado, para “separar” ou distinguir os problemas de cada paciente. Conforme o diagnóstico, sabe-se as medidas que devem ser tomadas para a melhora da saúde do indivíduo, que precisa de tal intervenção.
 De forma resumida, podemos aprender que pessoas são pessoas. Pessoas devem ser tratadas como pessoas. Ainda há preconceito com portadores de algum déficit mental. Mas algo parecido com o que aconteceu, não devemos deixar se repetir. O documentário e o livro de Daniela Arbex, alcançaram o objetivo de mostrar com detalhes algo tão único, mas caótico do hospício, naquela época.
Referências:
https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/alemdosmuros/2017/05/05/alem-dos-muros,867127/memorias-de-um-holocausto-a-brasileira.shtml#:~:text=O%20estopim%20das%20den%C3%BAncias%20de,a%20campos%20de%20concentra%C3%A7%C3%A3o%20nazistas.
https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/alemdosmuros/2017/05/05/alem-dos-muros,867127/memorias-de-um-holocausto-a-brasileira.shtml#:~:text=O%20estopim%20das%20den%C3%BAncias%20de,a%20campos%20de%20concentra%C3%A7%C3%A3o%20nazistas.

Continue navegando