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Caso Harvard Demonstração de fluxo de caixa três exemplos

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA
Fichamento de Estudo de Caso
Josiane Reginaldo Martins
Trabalho da disciplina: Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras,
 Tutora: Prof.ª Tatiane Antonovz.
São José - SC
2018
Estudo de Caso de Harvard: 
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA: TRÊS EXEMPLOS
Referência: William J. Bruns Jr. / Julie H. Hertenstein. 112-P08. 03 de Novembro de 1998. Versão traduzida do caso 193-103 da Harvard Business School.
O engenheiro de vendas da Aldhus Corporation, John Stacey, havia se matriculado em um programa noturno de MBA e na semana passada havia perdido a aula que tratava das demonstrações de fluxos de caixa. Um colega de classe lhe enviou algumas anotações, porém, eram difíceis de compreender por quem não havia acompanhado a aula, portanto, John pediu ajuda para a controller assistente da empresa, Lucille Barnes.
As 14 horas, John foi até o escritório se encontrar com Lucille e ela lhe entregou três demonstrações de fluxos de caixa de empresas de alta tecnologia e lhe passou uma breve explicação a respeito. Lucille elaborou questões e pediu a John para estuda-las e apresentar a ela no dia seguinte seu entendimento sobre o conteúdo. Dentre outras coisas, Lucille disse que a demonstração de fluxo de caixa é parte útil das três demonstrações que a empresa precisa analisar e em alguns casos diz mais sobre a situação de uma empresa do que o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício. 
As demonstrações de fluxo de caixa são divididas em três partes: atividades operacionais, de investimento e de financiamento e cada parte mostra as entradas e saídas de caixa relacionadas a cada tipo de atividade:
Atividades operacionais: mostram as entradas e saídas relacionadas as operações da linha de negócios da empresa, como exemplo, saída para compra de estoque;
Atividades de investimento: mostram os fluxos relativos para a compra e venda de ativos não ligados a revenda e a liberação e cobrança de empréstimos; 
Atividades de financiamento: mostram aumento ou redução de recursos de investidores e credores da empresa;
Nas demonstrações de fluxos de caixa, as atividades operacionais são importantes para cobrir as necessidades de caixa das operações. Numa empresa em que há aumento das contas de estoque, clientes, fornecedores e outros pagamentos operacionais pode indicar crescimento. Nas atividades de investimento, espera-se que a empresa invista continuamente em terrenos, equipamentos e outros. Já as atividades de financiamento costumam oscilar muito, mais espera-se que seja negativo, demostrando que a empresa possui caixa operacional suficiente para saldar dívidas.
Numa análise, a princípio, observa-se se os fluxos operacionais são positivos ou negativos, perguntando-se se estes estão em crescimento ou retrocedendo. Há duas maneiras de apresentar os fluxos de caixa operacionais, pelo método indireto como no exemplo da empresa Alpha Corporation apresentado por Lucille, onde o lucro líquido é ajustado por todas as receitas e despesas que não afetam o caixa da empresa, como exemplos, depreciação e amortização de software capitalizado. E pelo método direto, como no exemplo da empresa Beta Corporation, onde evidencia-se todos os pagamentos e recebimentos como se em um extrato.
É preciso verificar se a empresa possui caixa suficiente para cobrir seus investimentos em ativos fixos, dividendos ou outras necessidades. Se insuficiente, observa-se como está sendo coberto, se por empréstimos, emissões de ações ou outros e por quanto tempo a empresa manterá continuidade na obtenção desses recursos, analisando se isso de alguma forma prejudicará a empresa. Para se chegar a uma conclusão, é preciso analisar todas as evidências encontradas, sendo elas boas ou ruins.
Como mencionado anteriormente, Lucille elaborou algumas questões afim de fixar o entendimento de John sobre as Demonstrações de Fluxos de caixa e analisando os exemplos podemos respondê-las com as considerações abaixo:
I.1) Alfa Corporation, principais fontes de caixa nos anos de:
1989 – Captação de dívida de longo prazo;
1990 – Caixa obtido na venda de operações descontinuadas;
1991 – Contas a Receber.
Principais usos de caixa:
1989 – Investimentos em ativos depreciáveis;
1990 – Pagamento de dívida de longo prazo;
1991 – Investimentos em ativos depreciáveis.
Beta Corporation, principais fontes de caixa nos anos de:
1989, 1990 e 1991 – Caixa recebido de clientes;
Principais usos de caixa: 
1989, 1990 e 1991 - Caixa pago a fornecedores e funcionários;
Gamma Corporation, principais fontes de caixa nos anos de:
1989, 1990 e 1991 – Caixa e equivalentes no início do ano;
Principais usos de caixa: 
1989, 1990 e 1991 – Aquisição de ativo fixo.
2) Na empresa Alpha os fluxos de caixa das operações continuadas foram positivos nos três anos analisados em comparação ao prejuízo nas operações continuadas, isso porque os valores de depreciação foram maiores que os caixas gerados. Na empresa Beta o caixa líquido gerado nas atividades operacionais foram maiores em 1989 e 1990 e menor em 1991 e as principais causas foram as atividades de financiamento. Na Gamma Corporation, os fluxos de caixa das operações foram maiores que os lucros líquidos/prejuízos nas atividades operacionais nos três anos analisados e as principais causas foram as depreciações e amortizações.
3) A Empresa Alfa não gerou em nenhum dos três anos caixa para cobrir todo o seu investimento em ativos depreciáveis, a empresa Beta gerou caixa para cobrir seus investimentos de capital nos anos de 1989 e 1990 e a empresa Gamma gerou caixa nos três anos analisados para cobrir suas aquisições de ativos fixos.
4,5 e 6) A Empresa Alfa não cobriu em nenhum dos três anos o seu investimento de capital nem seus dividendos e em 1991 não houveram dividendos pagos. A Beta gerou caixa nas operações suficiente para cobrir seus investimentos de capital nos anos de 89 e 90 e em 1991 mesmo não gerando caixa suficiente nas operações, obteve captação pela emissão de ações ordinárias e adquiriu títulos e valores imobiliários, mais não pagou nenhum dividendo. Na empresa Gamma o caixa gerado nas operações cobriu todos os investimentos inclusive o aumento de outros ativos, liquido nos anos de 89 e 90 e na aquisição da empresa Kienzle em 1991, e não fez pagamentos de dividendos nestes anos.
7) Na empresa Alpha as contas de capital de giro, exceto caixa e equivalentes de caixa foram fontes de caixa nos anos de 1989 e 1991 e usuários de caixa no ano de 1990. Na empresa Beta as contas de capital de giro, exceto caixa e equivalentes de caixa foram principalmente fontes de caixa nos 3 anos e na empresa Gamma as contas de capital de giro, exceto caixa e equivalentes de caixa foram usuários de caixa nos anos de 1989 e 1991 e fontes de caixa no ano de 1990 assim como na Alpha.
8) Itens que afetaram os fluxos de caixa: 
Empresa Alpha e Beta: prejuízos nas operações continuadas e pagamentos de dívidas de longo prazo nos 3 anos e aumento dos empréstimos a curto prazo em 1990.
Empresa Gamma: pagamentos na liquidação de dívidas e aquisições de ações em tesouraria nos 3 anos.
II - Empresa Alpha: lucro líquido e o fluxo de caixa das operações continuadas mostraram tendências de crescimento, enquanto os investimentos de capital e os dividendos apresentaram tendência de redução. Os empréstimos líquidos (captações menos pagamentos de dívidas de curto e longo prazos apresentaram redução em 1989 e 1990 e início de recuperação em 1991 refletindo nas contas de capital de giro que apresentaram redução entre 1989 e 1990 e crescimento entre 1990 e 1991. 
Empresa Beta: lucro líquido, investimentos de capital e contas de capital de giro apresentaram crescimento, o fluxo de caixa das operações continuadas mostrou crescimento em 1989 e 1990 e reduziu em 1991, não se verificouo pagamento de dividendos e os empréstimos líquidos apresentou redução em 1989 e 1990 e crescimento em 1991.
Empresa Gamma: lucro líquido mostrou grande queda, o fluxo de caixa das operações continuadas e os investimentos de capital apresentaram redução, os empréstimos líquidos apresentaram crescimento em 89 e 90 e redução 91, não foram feitos pagamentos de dividendos e as contas de capital de giro apresentaram crescimento em 1989 e 1990 e praticamente se manteve no ano seguinte.
III – Observa-se que a força financeira da empresa Alpha é ruim pois as operações continuadas deram prejuízo nos 3 anos analisados e o caixa de final de ano foi gerado principalmente por captação de longo prazo em 1989, venda de operações descontinuadas em 1990 e vendas de ativos em 1991. A empresa Beta apresenta crescimento, as operações geraram caixa e os resultados de final de ano estão todos positivos. A Gamma possui boa força financeira pois as operações geraram caixa e o lucro líquido apresentou queda devido aos investimentos e aquisições.
Enfim, como disse Lucille dificilmente uma empresa apresenta todas as evidências positivas ou negativas e para uma conclusão geral, é necessário avaliar cada evidência e sua relação com a visão geral tomando por base o peso de cada uma.
Trabalho elaborado com base no caso Harvard disponível na Biblioteca virtual da Universidade Estácio de Sá.
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