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dificuldades aprendizagem

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Pós	Graduação	
Lato	Sensu	
	
	
UNICOIMBRA	
Circulação	
Interna	
 
Dificuldades	de	aprendizagem	moderadas,	graves	e	profundas	
 
2 
 
 
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“Paciência e 
perseverança tem o 
efeito mágico de fazer 
as dificuldades 
desaparecerem e os 
obstáculos 
sumirem.” 
 
 
 
John Quincy Adams 
 
 
 
 
1 
 
 
 
INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 2 
 
CAPÍTULO I 
O QUE SÃO DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM MODERADAS, 
GRAVES E PROFUNDAS? ........................................................................................................ 
ATIVIDADE DE REFLEXÃO................................................................................................ 
 
CAPÍTULO II 
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM MODERADAS................................................................. 
ATIVIDADES DE SÍNTESE....................................................................................................... 
 
CAPÍTULO III 
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM GRAVES: CURRÍCULO E AVALIAÇÃO............................. 
ATIVIDADES DE SÍNTESE....................................................................................................... 
 
CAPÍTULO IV 
ASPECTOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM PARA ALUNOS COM 
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM GRAVES......................................................................... 
ATIVIDADES DE SÍNTESE....................................................................................................... 
 
CAPÍTULO V 
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM PROFUNDAS E MÚLTIPLAS............................................ 
ATIVIDADES DE SÍNTESE....................................................................................................... 
 
CONCLUSÃO........................................................................................................................... 
 
REFERÊNCIAS......................................................................................................................... 
 
ATIVIDADES AVALIATIVAS................................................................................................... 
 
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Sumário	
 
2 
 
Procuramos definir as dificuldades de aprendizagem moderadas, graves e profundas (às 
quais nos referiremos coletivamente como dificuldades de aprendizagem gerais, para distingui-
las das dificuldades de aprendizagem específicas) e descrever os alunos que as apresentam. E 
feito com referência ao Código das Necessidades Educacionais Específicas (DfES, 2001a), à 
orientação aos Dados Coletados pelo Tipo de Necessidade Educacional Especial (DfES, 2003) e 
à definição legal de Necessidades Educacionais Especiais (NEE). 
É mencionado o tipo de ajuda com a qual os alunos com dificuldades de aprendizagem 
parecem beneficiar-se. Capítulos posteriores consideram as possíveis causas das dificuldades de 
aprendizagem gerais e examinam os fatores a elas associados. E considerada a prevalência das 
dificuldades de aprendizagem gerais. A questão da inclusão é tratada com especial referência 
aos alunos com dificuldades de aprendizagem gerais em termos da proporção de alunos em 
escolas regulares e especiais, com particular menção à orientação, Inclusive schooling: 
childrenwithSpecialEducationalNeeds (DfES, 2001b). Finalmente, são tratadas as questões dos 
profissionais trabalhando interdisciplinarmente com os pais e das questões que envolvem os 
alunos. 
AsNEElistadas no Código das Necessidades Educacionais Específicas, abrange: 
 
• dificuldades comportamentais, emocionais e sociais; 
• dificuldades de aprendizagem gerais (moderadas, graves, profundas e múltiplas); 
• dificuldades de aprendizagem específicas (dislexia, dispraxia e discalculia); 
• dificuldades de comunicação e interação (dificuldades de fala, linguagem e 
comunicação e transtornos do espectro autista); 
• dificuldades sensoriais e físicas (deficiências visual, auditiva, multissensorial e 
incapacidades físicas). 
 
A seguir um resumo de cada um dos capítulos deste estudo: 
O Capítulo 2, “Dificuldades de aprendizagem moderadas”, considera a prevalência 
das dificuldades de aprendizagem moderadas (DAM) e possíveis fatores causais a elas 
associados. São examinadas a identificação e a avaliação das DAM. São explicadas várias 
abordagens à provisão: intervenções para letramento e para matemática, intervenções mais 
gerais, uso de recursos concretos e visuais, entendimento e uso do ensino multissensorial, 
estabelecimento para o aluno de conexões com outros objetos e situações de vida relevantes, 
oferta de oportunidades de aprendizagem e investigação exploratórias, garantia de um ritmo 
adequado. Finalmente, são apresentadas intervenções apropriadas para alunos que possuem 
dificuldades adicionais de comunicação e linguagem e dificuldades comportamentais, 
emocionais e sociais. 
No Capítulo 3, “Dificuldades de aprendizagem graves: currículo e avaliação”, são 
examinadas as definições de dificuldades de aprendizagem graves (DAG), a prevalência e os 
	
Introdução	
 
3 
fatores causais associados. O capítulo considera a identificação e avaliação. A seguir, é 
examinada a provisão para alunos com DAG em termos de uma adaptação do currículo e da 
avaliação. Estão incluídas as questões curriculares da adaptação do currículo nacional e as 
estruturas nacionais de letramento e de numeralização. São examinados o uso de vínculos 
curriculares cruzados para reforçar o entendimento e as habilidades nas matérias, o 
desenvolvimento de metas intermediárias e, brevemente, uma abordagem ao planejamento das 
aulas. Com relação à avaliação, o capítulo analisa a amplitude, a qualidade, o desafio, a 
profundidade e a lateralidade e diversas avaliações utilizadas. São examinados outros aspectos 
da avaliação, incluindo os registros de desempenho. A seguir, é apresentada uma visão mais 
específica da adaptação curricular e avaliativa utilizando o exemplo da educação pessoal, social, 
de saúde e cidadania. 
O Capítulo 4, “Aspectos de ensino e aprendizagem para alunos com dificuldades 
de apredizagem graves”, examina abordagens de ensino e aprendizagem incluindo abordagens 
multissensoriais, interativas, inputs visuais, comunicação aumentativa e alternativa e incentivo à 
comunicação por meio da música. Também são considerados o uso das tecnologias de 
informação e comunicação (TIC) para melhorar o acesso ao currículo; o estabelecimento e a 
utilização de rotinas regulares; o início por aquilo que é familiar e a escolha e a tomada de 
decisões. Finalmente, o capítulo trata do uso e do desenvolvimento da compreensão de 
perguntas, aproveitamento de atividades práticas, desenvolvimento do vocabulário, narração 
interativa de histórias, desenvolvimento da mobilidade e coordenação, agrupamento de alunos e 
abordagem de gerenciamento de sala e recursos. 
O Capítulo 5, “Dificuldades de aprendizagem profundas e múltiplas99, examina 
definições dessas dificuldades. Ele considera a prevalência e os fatores causais a elas 
associados. São examinadas sua identificação e avaliação. E descrita a provisão para alunos com 
dificuldades de aprendizagem profundas e múltiplas, com particular referência ao currículo e à 
avaliação, e abordagens de ensino e aprendizagem. Essas últimas incluem abordagens 
multissensoriais, possibilitar a comunicação, associar recursos e rotinas para que o aluno possa 
controlar seu entorno. Também discutimos o desenvolvimento dos interesses, aptidões e 
realizações dos alunos, manejo de comportamentos desafiadorese os efeitos das deficiências 
sensoriais, físicas e condições médicas graves. 
O Capítulo 6, "Conclusão”, considera princípios que se aplicam às dificuldades de 
aprendizagem gerais e como podem ser aperfeiçoados e modificados, na medida em que a 
dificuldade de aprendizagem se torna mais grave. Em outras palavras, o capítulo reitera 
brevemente por que é utilizado o conceito de dificuldades de aprendizagem gerais e por que ele 
é útil. 
Este estudo destina-se particularmente aos seguintes leitores: 
 
• todos professores, coordenadores de necessidades educacionais especiais e diretores 
de escolas regulares e de unidades que trabalham com alunos com dificuldades de 
aprendizagem gerais; 
• toda a equipe de escolas especiais que atendem alunos com dificuldades de 
aprendizagem gerais; 
• profissionais dos serviços pedagógicos especializados com interesse e/ou 
responsabilidade por alunos com dificuldades de aprendizagem gerais; 
• professores em formação e recentemente qualificados que desejam conhecer a base 
educacional para alunos com dificuldades de aprendizagem gerais; 
 
4 
• professores e outros profissionais que continuam buscando o aprimoramento 
profissional; 
• conselheiros e orientadores educacionais. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Capítulo	I	
	
O	que	são	dificuldades	de	aprendizagem	gerais?	
 
O Código das Necessidades Educacionais Específicas 
 
Como ponto de partida, o Código das Necessidades Educacionais Específicas (DfES, 
2001a) diferencia dificuldades de aprendizagem gerais e dificuldades específicas sob o termo 
amplo “cognição e aprendizagem”. A expressão “cognição e aprendizagem” remete a “crianças 
que demonstram sinais de dificuldades de aprendizagem moderadas, graves ou profundas ou 
dificuldades de aprendizagem específica, como dislexia ou dispraxia” (DfES, Capítulo 7, seção 
58). 
A expressão peculiar “demonstram sinais de” pode ter sido escolhida para não parecer 
que a criança está sendo rotulada, de forma excessivamente rígida, como “tendo” dificuldades 
de aprendizagem moderadas, graves ou profundas, mas fica difícil saber exatamente o que ela 
significa. De qualquer modo, as crianças com dificuldades de aprendizagem gerais (ou 
dificuldades de aprendizagem específicas) “requerem programas específicos para favorecer o 
progresso na cognição e aprendizagem” (DfES, Capítulo 7, seção 58). 
O requerimento de programas específicos para favorecer o progresso na cognição e 
aprendizagem também pode aplicar-se, “em certa extensão, a alunos com deficiências físicas e 
sensoriais e àqueles no espectro autista” (DfES, Capítulo 7, seção 58). Algumas crianças com 
dificuldades de cognição e aprendizagem podem ter dificuldades sensoriais, físicas e 
comportamentais que compõem suas necessidades” (DfES, Capítulo 7, seção 58). 
Possíveis motivos para intervenção e estimulação precoce incluem “a preocupação do 
profissional ou dos pais em relação à criança que, apesar de vivenciar experiências educacionais 
apropriadas, apresenta pouco ou nenhum progresso, mesmo quando as abordagens de ensino são 
especialmente planejadas para melhorar a área identificada como frágil na criança” (DfES, 
Capítulo 4, seção 21). 
No caso da intervenção, da estimulação precoce ou do acompanhamento escolar 
especializado o motivo para buscar ajuda fora da escola pode ser o fato de que “apesar de 
receber um programa individualizado e/ou apoio concentrado, a criança (...) continua 
trabalhando em um currículo dos primeiros anos substancialmente inferior ao esperado para 
crianças de idade semelhante” (DfES, Capítulo 4, seção 31). 
Na fase primária, o motivo para iniciar a intervenção de maneira precoce e/ou o 
acompanhamento escolar especializado seria “a preocupação do professor ou de outras pessoas, 
justificados por evidências, relativas a uma criança que, embora tenha oportunidades de 
aprendizagem diferenciadas, (...) apresenta pouco ou nenhum progresso, mesmo quando as 
O	que	são	dificuldades	de		
aprendizagem	moderadas,		
graves	e	profundas?	
 
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abordagens de ensino visam especialmente à sua área frágil (DfES, Capítulo 5, seção 44). Os 
motivos para a estimulação na fase primária seria o fato de que “apesar de receber um programa 
individualizado e/ou apoio concentrado a criança continua trabalhando em níveis 
substancialmente inferiores ao esperado para crianças de idade semelhante” (DfES, Capítulo 5, 
seção 56). 
Passando para a fase secundária, os motivos para estimulação precoce e/ou 
acompanhamento escolar específico são quase idênticos aos da fase primária. 
Com referência à avaliação estatutária das NEE, quando um serviço pedagógico 
especializado está decidindo sobre uma avaliação, deve “buscar evidências claras, registradas do 
desempenho acadêmico da criança e perguntar, por exemplo, se (...) a criança está trabalhando 
em um nível significativamente inferior ao de seus contemporâneos em qualquer uma das 
matérias do currículo nacional” (DfES, Capítulo 7, seção 41). 
À luz das evidências do que o Código classifica como “dificuldade de aprendizagem”, 
mas que, de fato, referem-se às crianças com NEE, o serviço pedagógico especializado deve 
considerar as ações tomadas e perguntar, particularmente, se “a escola utiliza, quando 
apropriados, programas estruturados de leitura e ortografia, e estratégias de ensino 
multissensoriais para intensificar as estruturas nacionais de letramento e de numeralização” 
(DfES, 2001a, Cap. 7, seção 49). 
 
A orientação dos Dados Coletados pelo Tipo de Necessidade Educacional 
Especial 
 
A orientação dos Dados Coletados pelo Tipo de Necessidade Educacional Especial, 
fornece uma descrição mais completa das dificuldades de aprendizagem gerais que está 
relacionada ao Censo Escolar Anual do Nível dos Alunos (DfES,2003). O Departamento de 
Educação e Habilidades (Department for EducationandSkills - DfES) enviou um esboço original 
com descrições para uma amostra de escolas, serviços pedagógicos especializados e 
organizações voluntárias e as aprimorou à luz dos comentários recebidos. A orientação refere-se 
à coleta de informações sobre o tipo de NEE de alunos que estão recebendo uma provisão 
educacional especial, como o acompanhamento escolar especializados ou por meio de um 
registro de NEE (DfES, 2003, p. 2). (Os alunos que iniciam o acompanhamento escolar são 
registrados como tendo NEE, mas, para o propósito do censo escolar, não é necessário registrar 
seu tipo de NEE.) 
Segundo a orientação, os alunos com dificuldades de aprendizagem múltiplas (DAM) 
“terão um desempenho significativamente inferior aos níveis esperados na maioria das áreas do 
currículo, apesar de intervenções apropriadas. Suas necessidades não serão atendidas pela 
diferenciação normal e pela flexibilidade do currículo nacional” (p. 3). A orientação enfatiza 
que esses alunos só devem ter registro de dificuldades de aprendizagem múltiplas se estiverem 
recebendo uma provisão educacional adicional para ajudá-los a ter acesso ao currículo” (p. 3, 
grifo no original). Os alunos com dificuldades de aprendizagem múltiplas “terão dificuldades 
maiores do que seus pares para adquirir habilidades básicas de letramento e numeralização 
como também para compreender conceitos. Eles podem apresentar atraso na fala e na 
linguagem, baixa auto-estima, baixos níveis de concentração e habilidades sociais 
subdesenvolvidas” (p. 3). 
Os alunos com dificuldades de aprendizagem múltiplas apresentam “deficiências 
intelectuais ou cognitivas significativas”. A orientação prossegue: 
 
7 
 
Isso tem um grande efeito sobre sua capacidade de participar do currículo escolar sem 
apoio. Eles também podem manifestar dificuldades na mobilidade e coordenação, 
comunicação, percepçãoe na aquisição de habilidades de auto-ajuda. Os alunos com 
dificuldades de aprendizagem graves precisarão de apoio em todas as áreas do 
currículo. Também podem precisar aprender habilidades sociais, de auto-ajuda e 
independência. Alguns alunos podem usar sinais e símbolos, mas a maioria será capaz 
de manter conversas simples. Seu desempenho pode estar no intervalo superior P da 
escala (P4-8) durantegrande parte de sua escolarização (que é abaixo do nível 1 do 
currículo nacional) (DfES, 2003, p. 3-4). 
 
Com relação aos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem profundas e 
múltiplas (DAPM), a orientação declara: 
 
Além de dificuldades de aprendizagem muito graves, os alunos manifestam outras 
dificuldades significativas, tais como deficiências físicas, sensoriais ou uma condição 
médica grave. Os alunos requerem um alto nível de apoio adulto, tanto para suas 
necessidades de aprendizagem como para seus cuidados pessoais. E provável que 
precisem de estimulação sensorial e um currículo dividido em passos muito pequenos. 
Alguns alunos se comunicam fazendo gestos, apontando com o olhar ou por símbolos, 
outros por uma linguagem simples. Seu desempenho provavelmente estará no 
intervalo inicial P da escala (PI-4) durante toda a sua escolarização (DfES, 2003, p. 4). 
 
Dificuldades de aprendizagem gerais e a definição legal de NEE 
 
As dificuldades de aprendizagem gerais também podem ser compreendidas se 
examinadas no contexto da definição legal de necessidades educacionais especiais na Lei de 
Educação de 1996. A Lei fornece uma definição em camadas, em que uma “dificuldade para 
aprender” ou uma “incapacidade” pode levar a uma “dificuldade de aprendizagem” que exige 
uma provisão educacional especial, constituindo, assim, uma NEE. 
Nesse contexto, as dificuldades de aprendizagem moderadas, graves, profundas e 
múltiplas, são todas “dificuldades de aprender” tão significativas que constituem uma 
“dificuldade de aprendizagem” que exige uma provisão educacional especial. Conse-
qüentemente, elas constituem uma NEE. Como já foi indicado no caso das dificuldades de 
aprendizagem profundas e múltiplas, também pode haver deficiências físicas, sensoriais ou as 
conseqüências de uma condição médica, que também podem representar, em si mesmas, uma 
dificuldade de aprendizagem que constitui uma NEE. 
 
Provisão	para	alunos	com	dificuldades	de	aprendizagem	gerais	
 
Os capítulos posteriores exploram a provisão para alunos com dificuldades de 
aprendizagem moderadas, graves, profundas e múltiplas na medida em que elas são distintas. O 
propósito desta seção é esclarecer a natureza das dificuldades de aprendizagem gerais e explicar 
as intervenções utilizadas na educação de alunos com essas dificuldades. Como um ponto de 
partida, o Código das Necessidades Educacionais Específicas (DfES, 2001a, Capítulo 7, seção 
58) fornece uma descrição básica da provisão que pode beneficiar os alunos com dificuldades de 
aprendizagem gerais. Essas crianças podem requerer alguns ou todos aspectos listados a seguir: 
 
• ajustes de ensino flexíveis; 
• ajuda para processar a linguagem, habilidades de memória e raciocínio; 
• ajuda e apoio na aquisição de habilidades de letramento; 
 
8 
• ajuda para organizar e coordenar o português falado e escrito para facilitar a cognição; 
• ajuda nas habilidades de sequencialização e organização; 
• ajuda para resolver problemas e desenvolver conceitos; 
• programas para auxiliar o desenvolvimento de competências motoras e finas; 
• apoio no uso de termos técnicos e idéias abstratas; 
• ajuda para compreender idéias, conceitos e experiências quando a informação não 
pode ser obtida por experiências sensoriais e físicas em um primeiro momento. 
 
O trecho acima não é tão útil quanto poderia ser, pois o Código combina observações 
sobre a provisão para alunos com dificuldades de aprendizagem gerais e específicas. 
Igualmente, algumas das sugestões não estão claras. O que, por exemplo, são “programas para 
auxiliar o desenvolvimento de competências motoras e finas”? São programas para auxiliar 
“competências finas”? Nesse caso, quais são elas? São programas para auxiliar habilidades 
motoras amplas e finas? E “ajuda para processar a linguagem, habilidades de memória e de 
raciocínio” realmente significa ajuda para processar a linguagem e ajuda para desenvolver 
habilidades de memória e de raciocínio? 
 
Fatores causais e prevalência das dificuldades de aprendizagem gerais 
 
As possíveis causas das dificuldades de aprendizagem gerais serão consideradas 
separadamente para as dificuldades de aprendizagem moderadas, graves, profundas e múltiplas 
nos capítulos subseqüentes, nos quais também será discutida a prevalência. 
 
Inclusão e dificuldades de aprendizagem gerais 
 
Um entendimento da inclusão é que ela tem como objetivo incentivar as escolas a 
reconsiderar sua estrutura, as metodologias de ensino, a formação de grupos de alunos e o uso 
do apoio a fim de responder às necessidades percebidas em todos os seus alunos. Professores, 
em estreita colaboração, buscam oportunidades para examinar novas maneiras de envolver todos 
os alunos a partir da experimentação e reflexão. Deve haver um acesso planejado a um currículo 
amplo e equilibrado, desenvolvido desde seus fundamentos como um currículo para todos os 
alunos. 
Podemos ver a inclusão como educar um número cada vez maior de alunos em escolas 
regulares e menos alunos ou talvez nenhum em escolas especiais ou em outros locais. 
Entretanto, podemos argumentar que as escolas especiais podem ser inclusivas (Farrell, 2000). 
Na verdade, o órgão responsável pelas decisões sobre qualificação e currículo caracterizou a 
inclusão como “assegurar oportunidades adequadas de aprendizagem, avaliação e qualificação 
para permitir a total e efetiva participação de todos os alunos no processo de aprendizagem” 
(Wade, 1999). 
 
Aspectos	da	inclusão	em	relação	àsdificuldades	de	aprendizagem	
gerais	
 
Incluindo alunos com NEE em escolas regulares 
 
 
9 
Um aspecto da inclusão é o de abranger alunos com NEE que já freqüentam escolas 
regulares. Esta abordagem parece ser o propósito de documentos que visama incentivar este tipo 
de inclusão, como o Index for Inclusion (Boothet al., 2000). 
O documento se refere à inclusão de todos aqueles ligados à escola, quer adultosquer 
crianças, não apenas alunos com NEE. Desenvolver um grupo e abordagensinclusivas pode 
aumentar a capacidade da escola para incluir alunos com dificuldades de aprendizagem gerais 
que não estão atualmente em escolas regularesou que estariam sendo vistos como mais bem 
adaptados em outros ambientes, como uma escola ou unidade especial. Isso nos leva ao exame 
daquele aspecto dainclusão referente à proporção de alunos em escolas regulares e em outros 
ambientes, tais como escolas especiais. 
 
A proporção de alunos em escolas regulares e especiais 
 
A expressão “inclusão total”, aplicada a alunos com NEE, sugere a idéia de que todos 
os alunos com NEE deveriam ser educados em escolas comuns. Uma variedadeprovisional 
abrangendo escolas regulares, escolas especiais, unidades de encaminhamento de alunos, ou 
tutoramento em casa) não seria aceitável. Seria melhor haver maior apoio e mais recursos nas 
escolas regulares, de acordo com a gravidade ecomplexidade das NEE (por exemplo, Gartner e 
Lipsky, 1989). A inclusão total nãoera o objetivo do governo da Inglaterra, nem a dos principais 
partidos políticos da oposição. 
O documento Inclusive Schooling: ChildrenwithSpecialEducational (DfES, 
2001b)apresenta a orientação legal com relação à estrutura de inclusão. O 
SpecialEducationalNeedsandDisabilityAct 2001 (uma lei relativa a necessidades educacionais 
edeficiências) “reforça o direito das crianças com necessidades educacionais especiaisTCde 
receber uma educação convencional”(DfES, 2001b, p. 1, parágrafo 4), em umaemenda da Lei 
de Educação de 1996. 
Com relação à natureza do aparente “direito” à inclusão, há um claro constrangimento. 
Isso é indicado pelo documento Inclusive Schooling, referindo-se ao “direitoreforçado à 
educação convencional” (p. 1, parágrafo 4). O direito (se é essa a palavra correta) é parcial. A 
extensão do direito pode ser examinada considerando-se os deveres proporcionais que são 
impostos aos outros em relação ao “direito”. 
Como resultado da Lei de Educação de 2001 sobre necessidades educacionais e 
deficiências, a seção 316(3) da Lei de Educação de 1996 foi corrigida conforme segue: 
 
Se a criança tiver registro na seção 324, ela deve ser educada em uma escola regular, 
amenos que isso seja incompatível com: 
· os desejos dos pais ou 
· a provisão de educação eficiente para outras crianças. 
 
O uso da palavra deve na seção acima da Lei indica o dever dos serviços pedagógicos 
especializados e outros, correspondente ao “direito” de ser educada convencionalmente. Se a 
educação de uma criança com NEE for incompatível com a educação eficiente de outros alunos, 
a educação convencional só poderá ser recusada se não for possível a adoção de medidas 
razoáveis para evitar a incompatibilidade. Talvez não seja possível adotar medidas para que a 
inclusão da criança seja compatível com a educação eficiente dos outros alunos. Isso pode 
acontecer, por exemplo, se o professor, mesmo com auxílio, precisar dedicar à criança um 
tempo desproporcionalmente grande em detrimento do restante da turma. 
 
10 
Os direitos também são atingidos quando consideramos uma escola específica em vez 
do conceito genérico de convencional. Os pais podem preferir que uma determinada escola 
regular conste no registro de NEE de seu filho ou filha. Nesse caso, a nota 27 da Lei de 
Educação de 1996 requer que os serviços pedagógicos especializados nomeiem a escola de 
preferência dos pais, a menos que alguma das três condições seguintes se aplique: 
 
1. a escola não é capaz de atender às necessidades da criança; 
2. a inclusão da criança na escola é incompatível com a educação eficiente dos outros 
alunos; 
3. a inclusão da criança na escola é incompatível com o uso eficiente de recursos. 
 
Vemos que não existe nenhum direito completo de ingresso na escola regular, e sim que 
os direitos dos pais de uma criança com NEE são contrabalançados com os direitos dos pais das 
crianças que não têm NEE e com outros fatores. E nesse contexto que a provisão - o que 
funciona melhor para os alunos com dificuldades de aprendizagem gerais - deve ser 
compreendida. 
 
Profissionais	trabalhando	em	estreita	colaboração	
 
Entre os profissionais que trabalham com crianças que apresentam dificuldades de 
aprendizagem gerais estão professores, médicos clínicos, enfermeiro escolar, funcionários 
médicos da escola, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo educacional, assistentes de ensino, 
assistente social e outros1. Cada um pode ter uma perspectiva profissional e um nível diferente 
de experiência com as dificuldades de aprendizagem gerais. 
A confiança profissional é essencial, mas é difícil trabalhar construtivamente quando a 
rotatividade na equipe é muito alta. Para o trabalho multiprofissional ser praticável, são 
necessárias linhas claras de comunicação, assim como uma estrutura que demarque 
responsabilidades sem ser excessivamente constrangedora. 
O EarlyYearsDevelopment e o ChildcarePartnerships fazem um planejamento 
interagências para unir os primeiros anos de educação com o atendimento social. As pessoas 
que trabalham em zonas de ação de saúde e de educação vêm tentandocoordenar a ação em prol 
dos socialmente desfavorecidos e o apoio social para alunos com NEE. Parcerias regionais de 
NEE incentivam discussões e planejamento conjunto de alguns tópicos entre serviços 
educacionais, de saúde e assistência social. Aspectos do programa Excellence in Cities 
(Excelência nas Cidades) incluíram incentivar unidades de apoio à aprendizagem nas escolas, 
para atender alunos em risco de exclusão, envolvendo tutores de aprendizagem e serviços de 
apoio fora da escola. A iniciativa do programa Início Seguro ofereceu a oportunidade de inter- 
relacionar política familiar e a identificação e o apoio precoces de alunos com NEE. 
Em 2003, foi montado um programa-piloto de suporte para promover uma boa provisão 
de serviços e apoiar o desenvolvimento em várias áreas, incluindo a coordenação de apoio de 
múltiplas agências para famílias e parcerias entre agências e fronteiras geográficas. Isso 
envolveu o trabalho conjunto entre o Departamento de Educação e Habilidades (DfES) e outras 
agências, como o Royal NationalInstitute for theBlind, o Royal NationalInstitute for theDeaf e o 
NationalChildren’s Bureau. Veja também os sites do DfES , do Departmentof Health e do 
 
1 N. de R.T. O psicopedagogo também deve fazer parte da equipe. 
 
11 
NationalChildren’s Bureau. 
Em relação ao trabalho profissional conjunto, foi anunciada em 2001 uma estrutura 
nacional de curadorias da criança, destinada a desenvolver novos padrões no Serviço Nacional 
de Saúde e nos serviços sociais para crianças e a incentivar parcerias entre agências. 
Posteriormente, as curadorias da criança passaram a ser vistas como uma tentativa de integrar os 
serviços educacionais, assistência social e alguns serviços de saúde (pela Lei da Saúde de 1999, 
seção 31) para crianças e jovens, e de incorporar uma estratégia integrada entre os serviços. Os 
serviços pedagógicos especializados, incluirão, potencialmente, todas as funções de educação, 
abrangendo NEE, o serviço de assistência à educação e à psicologia educacional. Os serviços 
sociais para a criança incluirão avaliação e atendimento às crianças com “necessidades 
especiais”. Serviços comunitários e de saúde incluirão serviços de saúde mental para a criança e 
o adolescente oferecidos localmente e comissionados, e também poderão incluir serviços de 
fonoaudiologia, visitação de saúde, fisioterapia e serviços de terapia ocupacional voltados à 
criança e à família. As curadorias de atendimento primário delegarão funções para a curadoria 
da criança e obterão fundos com o governo local. 
As curadorias também podem incluir outros serviços, como o Conexões, as equipes que 
trabalham com jovens infratores e o Início Seguro. Podem ser envolvidos outros parceiros locais 
como organizações voluntárias, serviços residenciais e serviços de lazer. 
É esperado que as curadorias estejam em contato com as autoridades locais, reportando-
se ao diretor dos serviços de atendimento à criança que, por sua vez, se reportará aos 
conselheiros locais por meio do executivo-chefe. As curadorias contratarão serviços e poderão 
oferecê-los diretamente ou por contratos com organizações públicas, privadas ou do setor 
voluntário. 
A resultante integração de provisão de serviços deve se refletir nos seguintes aspectos: 
serviços co-localizados, tais como centros infantis e escolas ampliadas; equipes 
multidisciplinares e um sistema de profissionais-chave; uma estrutura de avaliação comum entre 
os serviços; sistemas de comunicação de informações entreos serviços; treinamento conjunto e 
meios eficazes para proteger as crianças. A intenção é integrar serviços-chave de atendimento à 
criança com um mesmo foco organizacional, preferivelmente por meio das curadorias. Em 2003 
foram aprovadas 35 licitações para curadorias “desbravadoras”, financiadas até 2006. 
 
Trabalhando com os pais 
 
Trabalhar em estreita colaboração com os pais é uma aspiração de todas as escolas e um 
tema constante na orientação governamental. O Código das Necessidades Educacionais 
Específicas (DfES, 2001) dedica um capítulo ao trabalho em parceria com os pais e apresenta 
orientações específicas para buscarmos compreender asnecessidades dos pais (por exemplo, 
Greenwood, 2002). Capítulos subseqüentes deste livro deixam claro que os pais devem 
envolver-se o máximo possível. O apoio da escola aos pais pode: 
 
• fornecer informações sobre NEE e estratégias práticas de uso; 
• colocar os pais em contato com grupos de apoio, tanto municipais quanto nacionais; 
• disponibilizar as instalações da escola para várias atividades, tais como grupo de apoio 
aos pais; 
• fornecer literatura informativa, como folhetos; 
• ser um ponto de contato unificado para outros serviços. 
 
12 
 
Panter (2001) apresenta exemplos específicos de como envolver os pais na 
aprendizagem matemática de seus filhos: utilizar rotinas em casa e aproveitar outros momentos 
em que pais e filhos estão juntos para incentivar as habilidades matemáticas. Por exemplo, os 
pais podem perguntar se um recipiente de líquido está cheio ou vazio, meio cheio ou um quarto 
cheio. Eles podem perguntar à criança que horas são ou quanto tempo falta para um 
determinado momento, como a hora do jantar. Oficinas para os pais podem ajudá-los a 
compreender como auxiliar os filhos. Oficinas conjuntas para pais e filhos permitem que os pais 
vejam o que seu filho é capaz de fazer ou possibilitam um entendimento comum da linguagem 
matemática. Igualmente, dias de matemática em feriados escolares podem permitir que os pais 
se reúnam aos alunos parte do tempo, e a escola pode criar trilhas matemáticas para que os pais 
percorram junto com seus filhos (Panter, 2001, p. 50). 
Hornby (2003, p. 131) sugere um modelo de colaboração com os pais para ajudar os 
alunos que apresentam dificuldades na escola que pode ter aplicações mais amplas no trabalho 
com pais de alunos com NEE. O autor faz uma distinção entre o que deve ser considerado 
“necessidade” dos pais e a contribuição que, razoavelmente, podemos esperar que façam. 
As necessidades dos pais seriam: comunicação com a escola (todos os pais necessitam); 
ligações, como as que ocorrem em reuniões de pais e professores (a maioria dos pais necessita), 
instrução, como em oficinas para pais (muitos necessitam) e apoio, como aconselhamento 
(alguns necessitam). 
As contribuições dos pais seriam: informar, por exemplo, sobre as forças e capacidades 
da criança (todos os pais podem fazer), colaborar, por exemplo, em programas de com-
portamento ou apoiando um plano educacional individualizado para a criança (a maioria dos 
pais é capaz de fazer), fornecer recursos, oferecer-se para auxiliar em sala de aula (muitos são 
capazes de fazer) e ajudar a desenvolver políticas, como, por exemplo, auxiliar na administração 
da escola (alguns podem fazer). 
O modelo deixa em aberto a interpretação exata do que os termos “a maioria”, “muitos” 
e “alguns” poderiam significar, e as escolas exercerão seu próprio julgamento, por exemplo, 
para determinar se seria razoável esperar que “muitos” pais contribuam no nível sugerido de ser 
um auxiliar em sala de aula. No entanto, a estrutura básica do modelo, com uma visão graduada 
das necessidades dos pais e de sua potencial contribuição, é uma estrutura bastante útil. 
 
Envolvendoosalunos 
 
Osmateriaisutilizadosparacompreendermos o quepensam as crianças com NEE 
incluemfontes, como as orientações, Listening to Children with Communication SupportNeeds 
(Aitken e Millar, 2002) e How It Is (Marchant e Cross, 2002), e projetos, comoCan You Hear 
Us?: Including the Views of Disabled Children and Young People (Whittles, 1998). Lewis 
(2004) lista alguns aspectos de métodos relevantes para crianças cronologicamente jovens ou 
“desenvolvimentalmente jovens”. Incluem: 
 
• permitir ou encorajar respostas “não sei” e pedidos de esclarecimento; 
• enfatizar que se desconhecem os acontecimentos ou idéias da criança, para se opor à 
hipótese infantil de que o adulto sabe a resposta (a criança tende a ser mais sugestionável 
se o adulto tiver credibilidade e rapport com ela); 
• utilizar afirmações, em vez de perguntas, para provocar respostas mais completas por 
 
13 
parte da criança; 
• se fizer perguntas, utilizar um nível de generalidade apropriado (por exemplo, 
perguntas abertas ou moderadamente pontuais parecem gerar respostas mais precisas em 
crianças com dificuldades de aprendizagem do que perguntas extremamente específicas), 
• evitar perguntas sim/não para evitar aquiescência, especialmente no caso de alunos 
com dificuldades de aprendizagem, 
• procurar obter uma narrativa ininterrupta. 
(Lewis, 2004, p. 4-6 parafraseado) 
 
O Código das Necessidades Educacionais Específicas (DfES, 2001, especialmente o 
Capítulo 3) incentiva a participação dos alunos e sugere que os alunos com NEE participem do 
desenvolvimento e das avaliações dos planos educacionais individualizados e dos planos de 
apoio comportamental sempre que possível. Ao incentivar a participação, devemos buscar um 
equilíbrio e não sobrecarregar o aluno, pois ele talvez não tenha experiência e conhecimentos 
suficientes para fazer julgamentos sem ajuda. 
 
 
TEXTOS-CHAVE 
 
Farrell, M. The special education handbook (3. ed.). Londres: David FultonPublishers, 2003. 
 
Como ponto de partida, verbetes que podem ser úteis incluem: dificuldade de aprendizagem 
moderada, dificuldade de aprendizagem grave, dificuldade de aprendizagem profunda e 
múltipla, necessidades educacionais especiais e dificuldade de aprendizagem. Outras são: plano 
de educação individual, objeto de referência, linguagem de sinais, símbolos, defesa e ambientes 
multissensoriais. Os apêndices resumem a legislação, relatórios relacionados e documentos 
consultivos do relatório Wamock até o presente, regulamentos selecionados de 1981 até o 
presente e circulares selecionadas de 1981 até o presente, incluindo o Special Educacional 
NeedsCodeofPractice de 2001 e o SpecialEducationalNeedsandDisabilityAct de 2001. 
 
 
 
 
 
 
 
PONTO PARA PENSAR 
 
Podemos considerar: 
 
♦ a eficácia dos procedimentos para se chegar a um entendimento compartilhado das 
dificuldades de aprendizagem gerais, tais como discussões, consultas com o 
coordenador de necessidades educacionais especiais e observação. 
 
 
14 
 
A expressão “inclusão total”, aplicada a alunos com NEE, sugere a idéia de que todos os alunos 
com NEE deveriam ser educados em escolas comuns. Uma variedade provisional abrangendo 
escolas regulares, escolas especiais, unidades de encaminhamento de alunos, ou tutoramento em 
casa) não seria aceitável. Sobre esta questão escreva um texto crítico reflexivo sobre a “inclusão 
total” dos alunos com NEE na rede comum de ensino, destaque os avanços e os retrocessos 
desta medida. 
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Atividade	de	Reflexão	
 
15 
Capítulo	II	
	
Introdução	
 
Este capítulo procura definir as dificuldades de aprendizagem moderadas (DAM) de 
maneira mais precisa do que no capítulo anterior, no qual elas foram discutidas brevemente. São 
consideradas a prevalência e possíveis fatores causais a elas associados. O capítulo examina a 
identificação e avaliação das DAM. São apresentadas várias abordagens de atendimento ou 
provisão: intervenções de letramento e de matemática; intervenções mais gerais, utilizando 
recursos concretos e visuais, compreensão e uso do ensino multissensorial; estabelecimento para 
o aluno de conexões com outros objetos e situações de vida relevantes; oferta de oportunidades 
de investigação e aprendizagem explanatória; garantia de que as lições tenham um ritmo 
adequado. Finalmente, são apresentadas intervenções utilizadas com alunos que possuem 
dificuldades adicionais de comunicação e linguagem ou dificuldades comportamentais, 
emocionais e sociais. 
 
Definições	
 
Deve-se lembrar de que a orientação relacionada ao Censo Escolar Anual do Nível dos 
Alunos (DfES, 2003) oferece uma descrição de DAM. A orientação diz respeito à coleta de 
informações sobre o tipo de NEE de alunos para os quais está sendo feita uma provisão 
educacional especial, com um acompanhamento escolar específico ou com um registro de NEE 
(p. 2). (Os alunos com acompanhamento escolar específico são registrados como tendo NEE, 
mas, para o propósito do censo escolar, não é necessário registrar seu tipo de NEE.) 
Segundo a orientação, os alunos com DAM “terão um desempenho significativamente 
inferior aos níveis esperados na maioria das áreas do currículo, apesar das intervenções 
apropriadas. Suas necessidades não serão atendidas pela diferenciação normal e pela 
flexibilidade do currículo nacional” (DfES, 2003, p. 3, grifos meus). A orientação enfatiza que 
esses alunos “devem ter registro de DAM se estiverem recebendo uma provisão educacional 
adicional para ajudá-los a ter acesso ao currículo” (DfES, 2003, p. 3, grifo no original). Os 
alunos com DAM “terão uma dificuldade muito maior do que seus pares para adquirir 
habilidades básicas de letramento e de numeralização e para compreender conceitos. Eles 
também podem apresentar atraso na fala e na linguagem, baixa auto-estima, baixos níveis de 
concentração e habilidades sociais subdesenvolvidas” (DfES, 2003, p. 3). 
Parte desta definição refere-se ao baixo desempenho. Não é sugerido que o baixo 
desempenho seja uma falha da escola, por exemplo, por não estar utilizando intervenções 
adequadas. Entretanto, a definição também não sugere que a escola seja complacente e suponha 
	
Dificuldades	de		
aprendizagem	moderadas	
 
16 
que não é capaz de fazer mais, depois de ter oferecido intervenções “apropriadas”. A definição 
especifica que os desempenhos situam-se abaixo dos níveis esperados, “apesar de intervenções 
apropriadas”. Então, por que os desempenhos são baixos? A definição sugere que isso está 
relacionado à “dificuldade” da criança de “adquirir habilidades básicas de letramento e de 
numeralização e para compreender conceitos”. 
A introdução à orientação deixa claro que “falta de competência na língua materna não 
é uma necessidade educacional especial” (DfES, 2003, p. 2, grifo no original). Ela também 
parece indicar que as circunstâncias da casa ou familiares da criança não são um dos fatores que 
constituem uma NEE. A orientação afirma que “o subdesempenho pode ser um indicador de 
NEE, mas o baixo rendimento pode ser devido a outros fatores, como problemas domésticos ou 
familiares da criança ou freqüência escolar insuficiente” (DfES, 2003, p. 2). Isso não se ajusta 
bem às noções de DAM que as relacionam, em parte, a circunstâncias socioeconômicas. 
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR) (American 
PsychiatricAssociation, 2000, publicado pela Artmed) utiliza categorias para descrever os 
transtornos e incluem o retardo mental. Este é um transtorno “caracterizado pelo funcionamento 
intelectual significativamente inferior à média (QI igual ou inferior a 70) com início anterior aos 
18 anos e déficits/comprometimentos concomitantes no funcionamento adaptativo” (p. 39). No 
“retardo mental leve”, os níveis de QI ficam entre 50/55 e aproximadamente 70” (p. 42). Deve 
haver déficits no funcionamento adaptativo em pelo menos duas de oito áreas específicas, como 
comunicação ou cuidados pessoais, correspondendo a algumas interpretações de DAM na 
Inglaterra. As definições de DAM variam internacionalmente (Norwich e Kelly, 2004, p. 17-19) 
e, na Inglaterra, também variaram ao longo do tempo (p. 20- 27). Se quisermos que o termo seja 
útil, quanto maior a concordância sobre o que ele significa, mais relevante será seu uso. A 
comissão de auditoria (AuditComission, 2002) também argumenta em defesa de uma definição 
nacional das NEE. 
Para Norwich e Kelly (2004), a validade das categorias de NEE tem a ver “com a 
possibilidade de categorias como DAM terem implicações para a provisão educacional 
adicional ou diferente para alunos com DAM comparados [.sic] aos que não apresentam DAM” 
(p. 31). Tais implicações poderiam ser, por exemplo, o atendimento com turmas muito 
pequenas, talvez em uma unidade ou escola especial, ou através de organizações especiais em 
um agrupamento convencional de turma (grupos) em que o aluno recebe da professora atenção 
muito maior do que em outras provisões. Relacionadas às questões de definição estão as 
questões de classificação. Foi sugerido, em relação às DAM, que: 
 
A fim de ser relevante para a educação, a classificação precisa ser feita em termos de 
currículo e ensino; em termos de metas de aprendizagem amplas e proporcionais, 
acesso e adaptação dos métodos de ensino e seu contexto. Foi argumentado que 
qualquer classificação adequada seria multidimensional e [sic] em termos do impacto 
de aprendizagem da provisão educacional adicional e diferente. 
(Norwich e Kelly, 2004, p. 158) 
 
Dificuldades	adicionais	
 
Em um estudo relatado por Norwich e Kelly (2004, p. 13-14), foi utilizada uma amostra 
que sugere fatores associados a alunos com diagnóstico de DAM. Foram identificados todos os 
alunos em um serviço pedagógico especializado (SPE) do sudoeste da Inglaterra com registro de 
NEE em que “dificuldades de aprendizagem gerais leves e moderadas” eram a principal 
dificuldadede aprendizagem. Desses, foi selecionada uma amostra aleatória, com 50 alunos de 
 
17 
escolas regulares e 50 de escolas especiais. A metade dos alunos de cada ambiente tinha de 10 a 
11 anos e a outra metade, de 13 a 14 anos, com números iguais de meninos e meninas. Os 
alunos das escolas regulares eram de 29 escolas de ensino fundamental e médio, enquanto os 
das escolas especiais eram de 4. Foram registradas as dificuldades associadas do registro de 
NEE mais recente de cada aluno. Foram anotados os níveis mais recentes do currículo nacional 
inglês em matemática e inglês, o que permitiu comparações entre a natureza e gravidade das 
dificuldades dos alunos de escolas convencionais e especiais. 
Enquanto 16% da amostra total foram registrados como tendo apenas DAM, 61% da 
amostra tinham alguma forma de dificuldade de linguagem e comunicação com DAM. Mais de 
um terço da amostra tinha mais de duas dificuldades adicionais. Voltando à amostra da escola 
especial, os alunos apresentaram mais dificuldades adicionais do que a amostra da escola 
regular; por exemplo, 75% dos alunos com apenas DAM estavam em escolas regulares, 
enquanto somente 25% estavam em escolas especiais. Igualmente, para os alunos com DAM e 
duas outras dificuldades adicionais, 29% estavam na amostra da escola regular e 71% na 
amostra da escola especial. 
Em uma pesquisa anterior, diretores de escolas especiais relataram que seus alunos com 
DAM apresentavam dificuldades associadas (Male, 1996). A amostra incluiu 54 escolas 
especiais da Inglaterra para alunos com DAM em 1993. Cerca de 87% dos diretores relataram 
que metade de seus alunos tinha dificuldades de linguagem e comunicação e 80% relataram que 
metade dos alunos tinha dificuldades emocionais e comportamentais. 
Foi sugerido que essa predominância de dificuldades adicionais requer “um esquema de 
definição que acomode áreas adicionais” (Norwich e Kelly, 2004, p. 14). Entretanto, a 
necessidade e a utilidade de tal esquema dependem de dois fatores: primeiro, em termos 
educacionais práticos, da extensão em que a principal dificuldade de aprendizagem é DAM; e, 
segundo, da extensão em que essas dificuldades adicionais, como dificuldades 
comportamentais, emocionais e sociais, serão atendidas em um ambiente que atende 
primariamente alunos com DAM. Igualmente, para qualquer serviço pedagógico especializado 
usado em uma amostra, a clareza de definições de NEE em todas as áreas (como dificuldades de 
aprendizagem moderadas, graves e dificuldades comportamentais, emocionais e sociais) precisa 
ser levada em conta. Finalmente, deve ficar claro se o mecanismo financiador de qualquer 
serviço pedagógico especializado oferece possíveis incentivos previstos para dificuldades 
adicionais encontradas na população de alunos com DAM. Por exemplo, um sistema pode 
fornecer fundos extras para alunos com NEE com necessidades adicionais. A menos que 
existam critérios para determinar quando tais dificuldades atingem um grau que justifique serem 
consideradas necessidades adicionais, fica difícil saber quão significativas elas são. Muitos 
serviços pedagógicos especializados ainda estão esforçando-se para desenvolver critérios 
comuns para o principal tipo de NEE da criança. (Outros já possuem tais critérios, como, por 
exemplo, os serviços pedagógicos especializados de Croydon, Blackpool e Northampton e mais 
alguns.) O desenvolvimento de critérios para possíveis dificuldades adicionais está bem mais 
atrasado. 
É possível que exista um incentivo político para se achar dificuldades adicionais, 
particularmente em escolas especiais para alunos com DAM que podem sentir-se ameaçadas 
pela possível queda no número de alunos, devido àquela linha de inclusão que procura encorajar 
a colocação de alunos em escolas comuns, em vez de em especiais. Em um estudo, vários 
profissionais, incluindo professores, psicólogos educacionais, assistentes sociais e funcionários 
do serviço de saúde, expressaram opiniões sobre alunos com determinados tipos de NEE serem 
 
18 
mais fáceis ou difíceis do que outros de incluir em escolas convencionais. Os tipos de NEE mais 
fáceis de incluir seriam as DAM, dificuldades sensoriais e físicas, dificuldades de fala e de 
linguagem e dificuldades de aprendizagem específicas. Os mais difíceis seriam os tipos de NEE 
como dificuldades de aprendizagem graves (DAG), dificuldades de aprendizagem profundas e 
múltiplas (DAPM) e dificuldades comportamentais, emocionais e sociais (Evans e Lunt, 2002). 
Evidentemente, o grau de gravidade da NEE também é importante, mas a implicação é 
que, todas as outras coisas sendo iguais, os alunos com DAM estão entre os mais fáceis de 
incluir e, por exemplo, os alunos com dificuldades comportamentais, emocionais e sociais estão 
entre os mais difíceis. Portanto, uma escola especial identificar dificuldades comportamentais, 
emocionais e sociais em uma população com DAM sugeriria que a inclusão seria mais difícil. 
Há fatores que sugerem outras explicações: quando os alunos apresentam DAM e não 
experienciamdificuldades associadas, como dificuldades comportamentais, emocionais e 
sociais, é mais provável que sejam colocados em escolas regulares, de modo que a população 
das escolas especiais tende a ser composta por mais alunos com dificuldades adicionais, 
incluindo dificuldades comportamentais, emocionais e sociais. 
Isso não quer dizer que os alunos com DAM não apresentem dificuldades adicionais. 
Apenas sugere que a sua existência e, portanto, seu potencial de impacto sobre a educação do 
aluno, requerem um rigor semelhante ao que está desenvolvendo-se em relação à identificação 
dos tipos principais de NEE. 
 
Prevalência	
 
A prevalência, em relação às NEE, refere-se ao número de crianças com um tipo 
particular de NEE em uma população específica durante um determinado período - por 
exemplo, 0 a 5 anos ou em idade escolar. A incidência habitualmente é expressa como o número 
de crianças por nascimentos vivos em um determinado ano. A prevalência se relaciona à 
incidência, pois a prevalência é determinada pela incidência de uma condição e sua duração (ver 
também Farrell, 2003, p. 129-130). 
Estimativas da prevalência das DAM são difíceis de estabelecer. Isso, em parte, se deve 
às diferentes opiniões sobre o que constitui DAM referidas na seção sobre definições. O que é 
amplamente aceito é que os alunos considerados como possuindo DAM constituem o maior 
grupo entre os alunos com NEE (Fletcher-Campbell, 2003). Nas escolas especiais, há uma 
predominância de meninos (por exemplo, Norwich e Kelly, 2004, p. 159). 
Embora exista uma variação naquilo que diferentes escolas e diferentes SPE chamam de 
DAM, as estatísticas publicadas pelo DfES em 2004 fornecem informações bastante úteis. Com 
relação à “dificuldade de aprendizagem moderada”, em janeiro de 2004, na Inglaterra (DfES, 
2004, Tabela 9) havia 106.330 alunos em acompanhamento escolar específico, representando 
30,2% dos alunos nessa parte da estrutura das NEE, e mais 65.600 alunos ou 27,8% com 
registro de NEE. 
Isso indica que os alunos com DAM constituem o maior grupo entre os alunos com 
NEE, tanto os com acompanhamento quanto os alunos com registro de NEE, juntando escolas 
regulares e especiais, mas as diferenças entre escolas de ensino fundamental e médio regulares e 
escolas especiais também são dignas de nota. Os alunos com DAM em acompanhamento 
escolar específico são o maior grupo nas escolas de ensino fundamental regulares, mas nas de 
ensino médio eles são o segundo maior grupo, depois dos alunos com dificuldades 
comportamentais, emocionais e sociais. (Nas escolas especiais existem poucos alunos com 
 
19 
acompanhamento escolar.) Os alunos com registro de NEE para DAM são o maior grupo nas 
escolas especiais e nas escolas de ensino médio regulares, mas nas escolas de ensino funda-
mental háum número levemente maior de alunos com “necessidades de fala e da linguagem” 
como principal NEE do que com DAM. 
Os números específicos para escolas de ensino fundamental e médio regulares e para 
escolas especiais são os seguintes: nas escolas de ensino fundamental, 71.540 dos alunos com 
DAM eram auxiliados pelo acompanhamento escolar específico (32,7% de todos os alunos nas 
escolas de ensino fundamental) e 13.770 tinham registro de NEE (20% de todos os alunos com 
registro nas escolas de ensino fundamental). Nas escolas de ensino médio, o número era menor, 
estando 34.640 em processo de acompanhamento (26,4% de todos os alunos nas escolas de 
ensino médio) e 23.450 com registro de NEE (29,9% de todos os alunos com registro nas 
escolas de ensino médio). Nas escolas especiais, onde é raro que os alunos não tenham registro 
de NEE, havia apenas 140 alunos tinham o acompanhamento (8,6% de todos os alunos em 
escolas especiais) e 28.380 com registro de NEE (31,9% de todos os alunos com registro em 
escolas especiais). Os números das escolas especiais incluíam alunos que freqüentavam escolas 
especiais mantidas e não-mantidas, mas excluíam alunos em escolas especiais independentes e 
alunos em hospitais-escola. 
 
Fatores	causais	
 
Existe um debate sobre a extensão em que as DAM são predominantemente atribuídas a 
fatores internos “dentro da criança” ou a fatores sociais e ambientais. Fatores internos seriam 
aqueles que incluem deficiências cognitivas indicadas por avaliação do funcionamento 
cognitivo através de testes de QI e outros. Fatores sociais incluem a possível influência do 
ambiente social e econômico empobrecido. Os alunos com DAM, por exemplo, tendem a vir de 
famílias de classe socioeconômica mais baixa (por exemplo, Norwich e Kelly, 2004, p. 3). O 
debate sobre a influência relativa de fatores internos e de fatores sociais e ambientais pode 
refletir em uma dicotomia desnecessariamente nítida, pois ambos contribuem de maneira 
interativa. 
O DSM-W-TR (American PsychiatricAssociation, 2000) usa categorias para descrever 
condições como “retardo mental”. Em uma abordagem diferente, a CID (Classificação 
Internacional das Doenças) (Organização Mundial de Saúde, 2001, p. 3, publicada pela Artmed) 
procura dar peso relativo a fatores individuais e sociais utilizando um modelo biopsicossocial. 
Esse modelo pode ser usado em um sistema de categorização para ajudar a indicar possíveis 
influências dos fatores individuais e sociais (ver Farrell, 2004, p. 75-77 para uma descrição mais 
completa). 
 
Identificação	e	avaliação	
 
A identificação e avaliação das DAM é um desafio para quem trabalha com os serviços 
pedagógicos especializados e para as escolas. As razões disso são evidentes. As definições não 
concordam, por exemplo, quanto ao nível de desempenho em determinadas idades, em 
disciplinas curriculares como português e matemática, que estaria associado às DAM, ou quanto 
aos níveis cognitivos, conforme indicados por testes padronizados, que seriam tomados como 
uma das indicações de DAM. 
Os esforços dos serviços pedagógicos especializados para desenvolver e chegar a um 
 
20 
acordo sobre critérios incluem referências ao funcionamento intelectual e desempenho no 
currículo. Um levantamento incluindo uma amostra de 58 serviços pedagógicos especializados 
(49 ingleses e 9 galeses) reuniu informações sobre suas políticas e práticas para alunos com 
DAM (Norwich e Kelly, 2004, p. 138-152). O aspecto mais freqüente das definições dos 
serviços pedagógicos especializados dizia respeito “à distinção entre desempenho global 
rebaixado e capacidade cognitiva baixa” (p. 141). Um terço de serviços pedagógicos 
especializados usou uma medida de capacidade cognitiva em sua definição de DAM, como um 
QI de 50-70. Cerca de 23% dos serviços pedagógicos especializados mencionaram um 
progresso lento em todas ou algumas áreas do currículo (p. 141). Alguns utilizaram pontos de 
coorte para identificar o baixo desempenho, como alunos nos 1-2% mais baixos ou os 2- 5% 
mais baixos de todos os alunos. Um quinto dos serviços pedagógicos especializados definiu as 
DAM em termos de baixo desempenho e baixa capacidade. Igualmente, 19% dos serviços 
pedagógicos especializados mencionaram dificuldades adicionais associadas, tais como 
problemas de comportamento. 
Dois terços dos serviços pedagógicos especializados relataram ter emitido critérios para 
identificar alunos com “dificuldades semelhantes às DAM” (p. 147), por exemplo, por meio de 
documentos de orientação para equipes escolares e outros profissionais, painéis de avaliação 
estatutária que monitoraram o uso dos critérios, painéis de moderação e auditorias de NEE. Os 
critérios dos serviços pedagógicos especializados ainda não tendem a incorporar dois aspectos 
da definição oferecida em uma orientação ligada ao censo escolar anual (DfES, 2003): o aspecto 
relacionado à dificuldade de compreender conceitos e a noção de que a identificação das DAM 
depende de uma diferenciação normal e flexibilidade na provisão. 
 
Provisão		
 
Pontos gerais 
 
Uma provisão adicional ou diferente para alunos com DAM pode ser especificada em 
termos do currículo, ensino e aprendizagem. Tal provisão deve ir além da flexibilidade escolar 
normal. Norwich e Kelly (2004) enfatizam o que consideram ser a importância pedagógica 
limitada das DAM como categoria. Eles afirmam que, se fosse sugerida uma “provisão distinta 
para alunos com DAM em termos de programas de enriquecimento cognitivo (Fuerstein, 1979), 
teríamos de examinar a questão de por que esses programas não seriam relevantes também para 
alunos com baixo desempenho e dificuldades de aprendizagem graves (DAG)” (p. 36, grifos 
meus). Igualmente, se fosse proposto “um programa distinto focalizado nas condições sociais e 
familiares subjacentes, teríamos de examinar se tais programas também não seriam relevantes 
para os alunos com baixo desempenho” (p. 36, grifos meus). 
Entretanto, essas críticas podem estar mais focalizadas na distintividade do que na 
eficácia. Considere uma situação em que uma determinada abordagem, como adotar programas 
de ensino e aprendizagem multissensorial, melhorou o desempenho de alunos com baixo 
desempenho, que trabalham, digamos, um ano “abaixo” do nível esperado para a criança típica. 
Vamos supor que a abordagem também melhorou o desempenho de alunos com DAM, que 
talvez trabalhem em um nível muito abaixo da criança típica da mesma idade. Poderia estar 
certo salientar que a intervenção não é exclusiva ou distintiva para alunos com DAM, mas seria 
irracional negar a eficácia da intervenção para alunos com DAM. (Entretanto, se o programa 
fosse rotina para todos os alunos ou para muitos alunos em uma escola regular, talvez ficasse 
 
21 
difícil considerar a intervenção como relacionada a NEE, porque ela não teria sido adicional ou 
diferente daquilo que a escola normalmente oferece.) 
Certamente, o que estamos buscando são abordagens eficazes para alunos com 
dificuldades muito maiores do que as crianças com desempenho típico. Se um aluno 
considerado como tendo DAM está vários anos atrás dos alunos-padrão da mesma idade, então 
serão bem-vindas todas as intervenções que aumentarem seu progresso e melhorarem seu 
desempenho. O fato de algumas delas também funcionarem para outros alunos não parece 
diminuir essa utilidade. E claro, o que talvez seja mais distintivo de alunos com DAM, 
comparados a alunos que não são identificados como apresentando dificuldades de 
aprendizagem, é o nível do currículo em que ele provavelmente está trabalhando. Isso 
constituiria um dos fatores “diferentes” da maioria dos outros alunos. A justificativa para 
identificar alunos com DAM como grupo ou para diagnosticar alunos individualmente seria o 
fato de eles estarem muito atrás dos outros alunos no nível de desempenhoacadêmico ou 
cognitivo - portanto, é particularmente importante garantir que progridam bem. 
 
Intervenções de letramento 
 
Um bom ponto de partida para considerar as intervenções de letramento é um relato 
sobre a eficácia de esquemas de intervenção para alunos com dificuldades de letramento 
(Brooks, 2002). Isso inclui algumas abordagens que foram testadas com alunos que apresentam 
DAM. Por exemplo, o “Treinamento da Consciência Fonológica” (Wilson e Frederickson, 
1995), foi avaliado experimentalmente com um pequeno grupo de alunos, de 9 a 11 anos, com 
“necessidades educacionais especiais” descritas como “incluindo algumas dificuldades de 
aprendizagem graves e outras leves” (Brooks, 2002, p. 106, ver também a p. 37). As abordagens 
utilizam o conhecimento existente do aluno de sons das letras e palavras, de modo que as 
palavras novas contendo finais com escrita idêntica apresentam menor dificuldade na leitura e 
na ortografia. 
Particularmente eficaz foi a “Intervenção de Leitura” (Hatcher, 2000), que também foi 
avaliada com alunos identificados como tendo DAM e níveis de QI de 55-75. A abordagem 
utiliza uma combinação de leitura e treinamento fonológico (Brooks, 2002, p. 38-39, 110). Os 
alunos são ajudados a isolar fonemas dentro de palavras para aprender a reconhecer que os sons 
podem ser comuns entre palavras e que certas letras podem representar sons específicos. Outras 
intervenções descritas no relato (Brooks, 2002) e avaliadas com alunos com “baixo 
desempenho” merecem ser consideradas para alunos que apresentam DAM. 
 
Pequenas etapas de progresso e avaliação 
 
Para alunos com DAM, é importante que o progresso seja reconhecido, mesmo que seja 
mais lento do que o de outros alunos. Essa questão envolve dois aspectos. Primeiro, é necessário 
que o material seja apresentado começando pelo que é fácil de entender e passando 
gradativamente ao mais difícil. Conceitos e procedimentos complexos podem ser divididos em 
componentes mais simples, que podem ser ensinados e utilizados para chegar a conceitos mais 
complexos. Ao mesmo tempo, o professor precisa garantir que a separação de tópicos em partes 
componentes não distorça o todo e que aquilo que o aluno aprende não seja fragmentado. 
Paralelamente, é necessário reconhecer e registrar pequenas etapas de progresso. Por 
 
22 
exemplo, se a professora quer ensinar um processo, como o ciclo da chuva, convém dividi-lo em 
componentes, como a evaporação e a condensação, e ter certeza de que isso foi compreendido 
antes de esperar que o aluno entenda o significado do ciclo. Em um esquema de trabalho, é 
importante que o aluno tenha um conhecimento suficiente dos conceitos básicos antes de 
aprender conceitos e procedimentos mais complexos. Uma breve revisão geral do tópico, para 
começar, ajuda a garantir que a aprendizagem dos componentes não seja fragmentada. 
 
Utilizando recursos concretos e visuais 
 
Panter (2001) sugere que o uso de recursos concretos e visuais ajuda a ensinar 
matemática para alunos com DAM, e a abordagem tem uma aplicação para outras matérias do 
currículo. Como os alunos têm muita dificuldade para entender conceitos, uma variedade de 
experiências concretas e visuais os ajudará a compreender e desenvolver um raciocínio mais 
abstrato. Essa ênfase em recursos concretos e visuais, por exemplo, na matemática, e em 
experiências concretas e visuais em outras partes do currículo também é importante para 
desenvolver um entendimento mais completo do ambiente. A experiência de resolver problemas 
utilizando recursos concretos relaciona-se ao subseqüente desenvolvimento do pensamento 
operacional, em que não são usados ou não são necessários materiais concretos. 
Isso está de acordo com a teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget (para um 
resumo recente, ver Tilstone e Layton, 2004, p. 15-21). Seguindo-se ao estágio sensório-motor, 
a fase do pensamento pré-operacional caracteriza-se pelo pensar infantil baseado nas evidências 
dos sentidos. Isso se relaciona a “uma forma de lógica que carece de reversibilidade e de foco 
constante em um aspecto do problema com a exclusão dos outros aspectos” (p. 9). Mais tarde, 
conforme se desenvolve o pensamento operacional, suas primeiras manifestações envolvem a 
criança visualizar objetos para auxiliar o pensamento (operações concretas). A implicação é que 
o desenvolvimento cognitivo da criança rumo ao pensamento concreto é auxiliado pela 
experiência de objetos concretos e, posteriormente, pela visualização desses objetos no 
pensamento. Para um aluno com DAM, o uso estruturado de objetos concretos e visuais será 
particularmente útil. 
No desenvolvimento da linguagem, a experiência direta repetida ajudará. Então, quando 
falamos sobre frutas, é importante ter frutas reais para ver, cheirar, manusear e provar. Quando 
discutimos conceitos mais difíceis, como segurança, exemplos visuais reais de itens e situações 
envolvendo segurança e insegurança facilitarão o desenvolvimento do conceito. Na matemática, 
é importante o uso de materiais concretos e visuais, como líquidos para medir, objetos reais para 
classificar, dinheiro real para manusear e áreas reais para medir. Na história, objetos reais serão 
mais pertinentes do que figuras. A partir dessa experiência estruturada, o aluno gradualmente 
passa a ser capaz de pensar concretamente ao visualizar os itens. Por exemplo, ele pode 
visualizar a ordem de altura de três pessoas ao saber sua altura em relação às outras. 
 
Compreendendo e utilizando o ensino multissensorial 
 
O entendimento e o uso do ensino multissensorial é um desenvolvimento do uso de 
recursos concretos e visuais que o professor pode utilizar, e seu objetivo é auxiliar o 
desenvolvimento de conceitos de uma maneira semelhante, empregando outros sentidos. Essas 
abordagens também são utilizadas para auxiliar a memória, ao construir experiências de modos 
 
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sensoriais diversos. Isso também ajuda a garantir que, quando um aluno tiver um modo sensorial 
preferido para aprender, este modo apareça nas lições. Quando ele tiver um modo menos 
eficiente, haverá uma substituição pela existência de outro modo que auxilie a aprendizagem e a 
memória. 
Na prática, a professora deve apresentar as lições de uma forma multissensorial. Uma 
lição sobre o uso do dinheiro teria um elemento visual, pois seria usado dinheiro de verdade. 
Haveria um elemento tátil e proprioceptivo, porque o aluno manusearia e contaria moedas e 
notas. Ao explicar cálculos específicos e solicitar aos alunos que os repitam ou expliquem, a 
professora garante um aspecto auditivo. 
Uma série de sessões explorando a devoção e crenças cristãs poderia recorrer ao sentido 
do olfato (incenso, flores usadas na igreja para casamentos e funerais); paladar (vinho, pão); 
visão (vestes coloridas, vitrais, prédios de igrejas, túmulos, artefatos de ouro e prata, 
manuscritos); audição (hinos, música de órgão, repique de sinos, preces, cânticos); movimento 
(caminhar até o altar, ajoelhar-se para rezar); tato (a textura da madeira dos bancos da igreja, os 
tecidos que revestem os bancos para ajoelhar, o mármore das estátuas). Evidentemente, esses 
são apenas alguns exemplos. 
 
Relevância para a vida cotidiana 
 
Ao procurar tomar relevantes o ensino e a aprendizagem, convém estabelecer ligações, 
cuidadosamente planejadas e explícitas, com a experiência do aluno. Por exemplo, ao ensinar o 
elemento de design em desigti e tecnologia, explicando como é feito um brinquedo que se 
move, o professor pode fazer com que os alunos: 
 
• conversem sobre seus próprios brinquedos ou brinquedos que tiveram quando eram 
mais jovens; 
• observem outras crianças brincando com brinquedos que se movem; 
• examinem outros brinquedos que se movem e desmontem um para ver como funciona. 
 
Podem ser estabelecidas ligações com outras matérias docurrículo, como o português 
(examinar brinquedos e aprender os nomes de diferentes brinquedos e suas partes) e a 
matemática (separar e classificar brinquedos e partes de brinquedos ou medir diferentes 
brinquedos ou partes). 
Ao aprender sobre eletricidade, a experiência prática de construir circuitos pode ser 
aplicada a um item funcional, como a campainha de uma porta, fazendo-se comparações com 
campainhas acionadas por bateria e por fios que conduzem eletricidade. Os alunos podem ler o 
medidor de eletricidade na escola e em casa. Podem ser estabelecidos vínculos com matemática 
(ler mostradores de recursos, números), geografia (visitar uma estação geradora ou ver torres 
que carregam eletricidade) e ter experiências práticas de situações em que é seguro usar 
eletricidade. 
 
Criar oportunidades para aprendizagem exploratória e investigativa 
 
A aprendizagem exploratória e investigativa implica manusear, olhar, escutar e mover 
coisas. Essas são estruturas que levam a resultados claramente especificados, de modo que a 
exploração é orientada em grau variado. Existe uma conexão com atividades práticas, pois o 
 
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aluno é incentivado a ter experiências diretas com itens e materiais. Há um paralelo entre a 
aprendizagem de descoberta e a relevância, no sentido de que a descoberta orientada é 
considerada a abordagem mais útil na aprendizagem de descoberta. A exploração é importante, 
mas ela será mais útil para a aprendizagem se for estruturada de modo a encorajar as conexões a 
serem feitas e as aprendizagens que devem ocorrer. 
Por exemplo, convém que a exploração dos materiais seja encorajada antes que o ensino 
ocorra, pois assim as crianças estarão familiarizadas com eles. Depois que o aluno explorou 
diferentes formas de comunicação, como livros, jornais, internet, e-mails, conversas, televisão, 
rádio e assim por diante, é mais provável que seja capaz de responder a lições em que se discute 
a importância das comunicações e como diferentes tipos de comunicação podem influenciar a 
mensagem. 
 
Assegurar um ritmo adequado 
 
O ritmo da aprendizagem é um aspecto importante da educação dos alunos com DAM. 
O aluno provavelmente terá aprendido no passado em um ritmo mais lento do que o dos outros, 
o que o levou a níveis mais baixos de desempenho. Na presente aprendizagem, ele pode 
responder melhor a um ritmo mais lento de aprendizagem do que outros alunos da mesma idade, 
para ter tempo de consolidar o que aprendeu,superaprender e garantir que um determinado tema 
foi inteiramente compreendido. 
Entretanto, devemos buscar o equilíbrio entre um ritmo que garanta a aprendizagem e 
um que mantenha interesse e entusiasmo pelo assunto. O ritmo, em outras palavras, deve ser tal 
que a aprendizagem seja garantida e a lição avance com rapidez suficiente para manter o 
interesse dos alunos. Isso pode ser ajustado por estratégias de questionamento, como uma 
mistura de perguntas abertas e fechadas, ou pela mescla de dados novos e difíceis com dados 
mais conhecidos a ser consolidados. Igualmente, se a lição está bem-estruturada e progride do 
prático ao mais abstrato e do conhecido ao menos conhecido, é provável que se consiga manter 
um bom ritmo, pois a estrutura da lição ajuda a estruturar a aprendizagem. 
 
Intervenções	que	levam	em	conta	dificuldades	“adicionais”	de	
comunicação	e	linguagem	
 
Na amostra de alunos com dificuldades de aprendizagem moderadas (DAM) descrita 
anteriormente neste capítulo (Norwich e Kelly, 2004, p. 13-14), 61% foram considerados como 
apresentando alguma forma de dificuldade de comunicação e linguagem. Já foi sugerido que é 
preciso cuidado ao descrever as chamadas dificuldades adicionais e que seria útil haver critérios 
que ajudassem a esclarecer o grau de dificuldade. Feita essa ressalva, na medida em que um 
aluno com DAM também tiver dificuldades de comunicação e linguagem, uma provisão 
adequada deve levar isso em conta. 
Para todas as dificuldades de comunicação e interação, dependendo de sua natureza e 
gravidade, podem ser necessários a intervenção e o apoio de um fonoaudiólogo. 
Se as dificuldades são na fala (fonética, fonologia e prosódia), as abordagens incluem 
aumentar a consciência fonológica, incentivando o interesse por novos vocabulários e seu 
ensino explícito. A análise de erros pode ser usada para “corrigir” sons da fala, como, por 
exemplo, através de exercícios de articulação. 
Se o aluno tiver dificuldade na gramática (sintaxe e morfologia), as intervenções 
 
25 
procuram garantir que haja uma comunicação direta, clara e compreensível por parte do 
professor e que o aluno tenha um tempo extra e oportunidades para superaprender conforme seja 
necessário. Oportunidades planejadas de discussão em grupo e o uso de auxílios visuais para 
facilitar a comunicação são outras intervenções. 
As dificuldades no significado (semântica) podem ser tratadas melhorando-se o 
entendimento e as habilidades de “rotulagem” do aluno (por exemplo, por meio do ensino direto 
e experiências estruturadas utilizando objetos e dramatização e depois figuras que representam 
objetos e ações). O “agrupamento” (combinação de significado conceituai e gramatical na 
comunicação) pode ser facilitado por exemplos e modelos e uma sensata reformulação das 
vocalizações do aluno. A criação de rede refere-se à maneira como um lexema (unidade léxica 
de linguagem de uma ou mais palavras cujos elementos não transmitem separadamente o 
significado do todo) ganha significado a partir de sua relação com outras palavras. A “criação de 
rede” pode ser facilitada pelo ensino direto em várias matérias e pelo uso e explicação, por parte 
da professora, de palavras polissêmicas (palavras que têm diversos significados) em diferentes 
matérias. 
Dificuldades no uso da linguagem (pragmática) podem ser abordadas pelo 
desenvolvimento de habilidades de conversação, como introduzir um tópico, mantê-lo e 
concluí-lo. Isso pode envolver dramatização e aprender as oportunidades freqüentemente usadas 
para mudar ou encerrar o tópico da conversa. O Social Use ofLanguageProgramme (Rinaldi, 
2001) foi utilizado para melhorar as habilidades de conversação de crianças e jovens com 
“dificuldades de aprendizagem leves a moderadas” (Kirby e Drew, 2003, p. 133). Ele pode ser 
usado para avaliar habilidades de comunicação social verbais e não-verbais e para implementar 
um programa de intervenção. 
Se o aluno apresentar dificuldades de compreensão, estratégias úteis incluem o ensino 
explícito e lembretes de como manter a atenção e o ensino do “comportamento de escuta”. 
Outras estratégias úteis são verificar áreas específicas de entendimento e incentivar a 
assertividade do aluno em sinalizar quando não compreende. 
 
Intervenções	que	levam	em	conta	dificuldades	comportamentais,	
emocionais	e	sociais	adicionais	
 
Na pesquisa mencionada anteriormente sobre alunos com DAM de escolas especiais 
(Male, 1996), 80% dos diretores relataram que metade dos alunos apresentava dificuldades 
emocionais e comportamentais. Novamente, pode haver ressalvas sobre os critérios utilizados 
para determinar o nível e a gravidade do que atualmente seria chamado de dificuldades 
comportamentais, emocionais e sociais. Mas na extensão em que alunos com DAM apresentam 
essas dificuldades adicionais, algumas das abordagens explicadas em outro livro desta série, 
Dificuldades de relacionamento pessoal, social e emocional, são um bom ponto de partida para 
escolher estratégias. 
Elas incluem abordagens sistêmicas, tais como examinar o sistema escolar em busca de 
explicações para as dificuldades comportamentais, emocionais e sociais, o trabalho em grupo, a 
hora do círculo e intervenções especializadas, como a terapia familiar. Abordagens cognitivas 
que podem ser consideradas incluem aspectos de letramento emocional, aumento da auto-
estima, manejo da ansiedade,

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