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Aula de Fisiologia Veterinária I Prof. Antonio Carlos Santana Castro Núcleos = corpos de neurônios localizados no SNC Gânglios = corpos de neurônios localizados fora do SNC Tratos ou Fascículos = feixes de fibras nervosas que tem uma mesma origem, trajeto, destino e função no SNC Comissuras= feixe de fibras nervosas que cruzam de um lado para o outro Ipsilateral = do mesmo lado Contralateral= para o lado oposto Neurônios motores superior e inferior Neurônio motor inferior (NMI): presente na coluna ventral da medula espinhal (alfa ou esqueletomotor); lesão leva a paralisia ou paresia muscular com hipotônus, algum grau de flacidez e redução ou perda dos reflexos (hiporreflexia ou arreflexia); rápida atrofia muscular. Neurônio motor superior (NMS): neurônios dos sistemas piramidal e extrapiramidal (fora da coluna ventral da medula); lesão leva a paralisia ou paresia espástica (hipertônus), reflexos normais ou hiperreflexia e algum grau de atrofia muscular; alterações são geralmente contralaterais. NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR E INFERIOR ESQUEMA DE INICIAÇÃO DE MOVIMENTOS CÓRTEX CEREBRAL C E R E B E L O NÚCLEOS VESTIBULARES TECTO FORMAÇÃO RETICULAR NÚCLEO RUBRO PONTE TÁLAMO SUBSTÂNCIA NEGRA STRIATUM PALLIDUM NÚCLEOS SUBTALÂMICOS T rato co rtico esp in h al Via motora comum Neurônio motor M. Estriado esquelético Interneurônios não representados Piramidais = passam pelas pirâmides do bulbo; controlam a motricidade voluntária e movimentos precisos e delicados pp das extremidades dos membros torácicos dos carnívoros Extrapiramidais = não passam pelas pirâmides; controlam os movimentos automáticos e involuntários; mais importantes nos animais domésticos EXTENSÃO DOS TRATOS PIRAMIDAIS E EXTRAPIRAMIDAIS CÓRTEX MOTOR - ÁREA MOTORA PRIMÁRIA 3 – SULCO CRUZADO 4 – ÁREA MOTORA 5 - ÁREA SOMESTÉSICA CÃO = área motora primária se estende caudalmente ao sulco e se interpõe com a área sensitiva DEMAIS ESPÉCIES: área motora é rostral ao sulco Tratos descendentes - Piramidais Córtico-espinhal Ventral=direto Lateral=cruzado Piramidais No homem: Ventral= medula torácica Lateral= toda a medula Ventral=musculatura Axial Lateral= musculatura apendicular Cão= 100% decussação (lateral) Gato= ventral pequeno e na região cervical Cão= 50% cervical 20% torácico 30% lombossacral Função: atividades precisas e elaboradas de cada músculo dos membros Tratos descendentes - Piramidais Trato córtico- nuclear Termina em núcleos motores do facial, trigêmeo e hipoglosso Exerce controle sobre musculatura da cabeça e pescoço, influenciando movimentos oculares, mastigação, deglutição, expressão facial, lingua e pescoço Não passa pelas pirâmides Tratos descendentes - Extrapiramidais Rubro-espinhal – influencia musculatura apendicular Vestíbulo-espinhal, Retículo-espinhal, Tectoespinhal – ligam-se aos neurônios motores da parte medial da coluna ventral; influenciam musculatura axial (tronco) e proximal dos membros Vestíbulo-espinhal, Retículo-espinhal: manutenção do equilíbrio e postura básica Tectoespinhal: reflexos decorrentes de estímulos visuais; contração dos músculos do pescoço para o giro reflexo da cabeça em respostas à estímulos visuais e auditivos Tratos descendentes - Extrapiramidais Trato rubro espinhal Atua na musculatura apendicular; facilita NMI que inervam músculos distais dos membros sendo Importantes na alternância de flexão e extensão dos membros durante a locomoção Descem pelo funículo lateral Tratos descendentes - Extrapiramidais Trato reticuloespinhal pontino = facilita neurônios alfa e gama que inervam os músculos extensores ipsilaterais mas inibem neurônios que inervam músculos flexores. Importantes para suportar o peso e para o controle postural Descem pelo funículo ventral Trato reticuloespinhal bulbar = oposto ao pontino; inibe neurônios alfa e gama que inervam músculos extensores; facilita neurônios que inervam músculos flexores. Descem pelo funículo lateral Resumindo: coordenam músculos extensores e flexores, sendo base para manutenção da postura, do tônus muscular e dos reflexos espinhais Tratos descendentes - Extrapiramidais Trato vestibuloespinhal lateral = facilitam neurônios alfa e gama que inervam músculos extensores ipsilaterais (inibem neurônios da musculatura flexora ipsilaterais; inibem alfa e gama da musculatura extensora contralateral) Resultado: facilita musculatura ipsilateral extensora e inibe musculatura extensora contralateral Trato vestibuloespinhal medial = comunica com fascículo longitudinal medial e influencia o tônus da musculatura do tronco Descem pelo funículo ventral da medula espinhal Importantes na manutenção do equilíbrio corporal facilitando os NMI que inervam os músculos extensores e inibindo os NMI que inervam os músculos flexores Tratos descendentes - Extrapiramidais Trato tectoespinhal = origem no colículo rostral do mesencéfalo Descem na medula espinhal no funículo ventral contralateral. Responsáveis pelo controle dos músculos do pescoço e do tronco que são reflexamente ativados após um estímulo auditivo ou visual Tratos descendentes - Extrapiramidais Trato córtico- pontino Conexões com o cerebelo Participa do circuito motor (coordenação motora) Trato córtico-pontino Tratos descendentes Tratos motores descendentes: 2 grupos Funículo lateral: cortico-espinhal lateral, rubroespinhal = inervam músculos distais dos membros Exceção: trato reticuloespinhal bulbar: NMI que inervam músculos axiais e proximais dos membros Funículo ventral: trato reticulopontino, trato vestibuloespinhal, trato tectoespinhal = NMI que inervam músculos extensores e flexores dos membros e músculos axiais Sub Tratos ascendentes – relacionado com motricidade Trato espinocerebelar Passa pelo tronco encefálico Conduz propriocepção inconsciente Somatotopia dos tratos Figura A- Nn. motores Obs: músculos mais proximais dos membros = parte medial do corno ventral músculos mais distais dos membros= parte lateral do corno ventral Figura B – Subst. branca e cinzenta Substância branca – Tratos de associação 8 = Fascículo próprio da medula Fascículo próprio da medula (sistema proprioespinhal)= conecta segmentos de um lado ao outro ( reflexo do panículo; cutâneo do tronco) Tratos de associação Fascículo longitudinal medial: localizado no tronco encefálico; conduz fibras para os núcleos vestibulares e fazem sinapse com os nervos cranianos III, IV e VI (centros que controlam os movimentos do globo ocular) Movimentos reflexos do olho compensam movimentos da cabeça, dando maior estabilidade à visão; atua no reflexo vestibulo ocular; tb se projeta para a formação reticular (motion sickness) para o centro do vômito e se estende a medula espinhal no nível torácico cranial (manutenção da posição da cabeça) Tratos de associação Fascículo longitudinal medial: localizado no tronco encefálico; conduz fibras para os núcleos vestibulares e fazem sinapse com os nervos cranianos III, IV e VI (centros que controlam os movimentos do globo ocular) Movimentos reflexos do olho compensam movimentos da cabeça, dando maior estabilidade à visão; atua no reflexo vestibulo ocular; tb se projeta para a formação reticular (motion sickness) para o centro do vômito e se estende a medula espinhal no nível torácico cranial (manutenção da posição da cabeça) 12. Trato proprioespinhal Núcleos da base: coordenam movimentos complexos por influenciar córtex motor e outros centros motores do tronco encefálico(n. rubro, formação reticular etc) Um dos centros de comando do sistema extra- piramidal Núcleos: caudado, putâmen, globo pálido, claustro e amigdalóide Função: Planejamento motor e iniciação de movimentos voluntários N. caudado Corpo estriado N. lentiforme Putâmen Globo pálido striatum pallidum Núcleos da base – Conexões aferentes a) Córtex cerebral motor Núcleos da base – Conexões eferentes a) Córtex cerebral motor: através do tálamo = participa não apenas na regulação motora voluntária mas na aprendizagem das habilidades motoras b) Substância negra e núcleos subtalâmicos – conexões recíprocas Doença de Parkinson em humanos: tremores ritmicos em repouso, iniciação e execução lenta dos movimentos Lesão dos núcleos: Deficit de movimento, incluindo movimentos involuntários; dificuldade de iniciar movimentos intencionais CEREBELO Cerebelo – Estrutura e conexões intrínsecas Núcleos centrais do cerebelo: Fastigial (medial) Interpósito (emboliforme e globoso) Denteado (lateral) Fibras eferentes Núcleo olivar caudal Núcleos centrais do cerebelo Conexões extrínsecas e organização morfofuncional FR Conexões- cerebelo vestibular Vestibular = arquicerebelo Lóbulo flóculo-nodular Influenciam neurônios motores do grupo medial (axial) = manutenção do equilíbrio corporal Núcleos vestibulares originam fibras que seguem pelo fascículo longitudinal medial – controle dos movimentos oculares Conexões- cerebelo espinhal Espinhal = paleocerebelo Lóbulo rostral Cerebelo tem influência indireta na motricidade via tratos (a)vestíbulo- espinhal e retículo- espinhal (axial) e (b) rubro-espinhal (apendicular) Mecanismo postural e de locomoção = coordenação motora e manutenção do tônus muscular Conexões- cerebelo cortical Cerebelo cortical = neocerebelo Lóbulo caudal Trato córtico- pontino: origem em regiões motoras do córtex cerebral e em Áreas somestésicas : visão e audição Cerebelo influencia córtex motor Movimentos voluntários : musculatura distal dos membros Considerações funcionais Centro controlador da motricidade (não inicia movimentos) Participa de processos cognitivos (sensoriais, atencionais e comportamentais); aprender, predizer e preparar o SN para análise de informações Vestibular – informações de posição e movimentos da cabeça = equilíbrio corporal Espinhal – mantêm a postura – musc. axial e apendicular – Lesão: ataxia; hipertonia e exagero de reflexos posturais Cortical – Coordenação de movimentos precisos e delicados, planejamento de ações motoras – Lesão: ataxia c/ movimentos assincrônicos e isolados Lesões no cerebelo – efeitos ipsilaterais MEDULA ESPINHAL VIA FINAL COMUM DO NEURONIO MOTOR INFERIOR UNIDADES MOTORAS RECRUTAMENTO E O PRINCÍPIO DO TAMANHO CÉLULAS DE RENSHAW E INIBIÇÃO RECORRENTE Unidade motora Conceito: único motor alfa e todas as fibras musculares que ele inerva Controle fino: reduzido número de fibras musculares por ele inervados (músculos do olho) Músculos maiores = cada neurônio motor inerva centenas e milhares de fibras musculares (geram mais força) Recrutamento de unidades motoras depende do tamanho dos corpos celulares dos neurônios Menor força necessária, menores neurônios motores são ativados; menores neurônios disparam antes (menor limiar de despolarização) Neurônios motores na coluna ventral da medula espinhal Neurônio motor alfa (motoneurônio)= inerva fibras musculares comuns, i.e, fibras extrafusais ; axônio mielínico longo de até 20 µm de diâmetro; portanto condução rápida Neurônio motor gama (fusimotor) = inerva fibras intrafusais que formam parte de um fuso muscular; axônio mielínico mais fino (até 8 µm), portanto condução lenta De todos os neurônios da coluna ventral, 2/3 dos axônios são gama e 1/3 alfa Célula de Renshaw É um interneurônio presente no corno ventral da medula espinhal que participa da inibição recorrente Quando um neurônio alfa é ativado, estimula, através de colaterais de seu axônio, uma célula de Renshaw que inibe o neurônio motor alfa que a excitou. Estão principalmente associadas com neurônios alfa que inervam músculos extensores do membro. A toxina do tétano se liga às células de Renshaw e bloqueia a liberação de seu neurotransmissor inibidor; sinal clínico mais evidente é rigidez extensora dos membros Controle motor reflexo Reflexo: reação involuntária à um estímulo sensitivo específico Auxilia na manutenção do tônus muscular e da postura Reflexos no tronco encefálico e na medula espinhal Reflexo monossináptico ou simples : reflexo de estiramento ou miotático (joelho) Reflexo mandibular (fechar a boca) Controle motor reflexo Circuito motor gama: formado por neurônios motores gama, pelas fibras sensitivas Ia e por neurônios motores alfa SNC modula reflexos de estiramento e o tônus muscular , modulando o circuito gama Circuito gama é essencial à manutenção dos fusos musculares em atividade mesmo quando um músculo contrai e reduz seu comprimento Fusos musculares monitoram alterações na tensão e comprimento das fibras extrafusais Controle motor reflexo- manutenção da postura e do tônus muscular Sistema motor mantêm a postura (a) através de tendência excitatória tônica aos circuitos que excitam os músculos extensores e (b) modulando os reflexos de estiramento Músculos extensores são antigravitacionais e excitados pelos tratos descendentes que passam pelo funículo ventral da medula Controle motor reflexo- manutenção da postura e do tônus muscular Por que o reflexo de estiramento está envolvido na manutenção da postura e do tônus muscular? Gravidade atua no corpo e estira os músculos extensores, seus fusos musculares e excitam suas fibras sensitivas Eferentes do fuso muscular estimulam neurônios motores alfa que contraem os músculos extensores Modulação do reflexo de estiramento está sob controle dos tratos descendentes originados dos centros superiores Exemplo: músculo gastrocnêmio Controle motor reflexo- manutenção da postura e do tônus muscular Papel dos fusos musculares: detectam e corrigem pequenas alterações nos ângulos de articulações de suporte de peso Podem também induzir o encurtamento de músculos da locomoção; isto requer estímulo inicial dos neurônios gama pelas vias descendentes do cérebro (piramidal e extrapiramidal) Controle motor reflexo- manutenção da postura e do tônus muscular Maioria dos arcos reflexos envolvem neurônios sensitivos, motores e interneurônios Interneurônios podem ser excitatórios ou inibitórios; podem cruzar a linha média da medula espinhal e terminar em neurônios motores contralaterais. Reflexo extensor cruzado: animal retira a mão a um estímulo nocivo mas estende o membro contralateral; quando um membro é flexionado, o membro oposto precisa estender para suportar o peso maior nesta mão.Esta flexão ipsilateral com reflexo de extensão contralateral ajuda a manter a postura Controle motor reflexo- manutenção da postura e do tônus muscular Reflexo do Órgão Tendinoso de Golgi (estiramento): localizado nas fibras de colágeno do tendão. A contração do músculo esquelético estira o tendão (excita o órgão tendinoso); as fibras aferentes do órgão inibem os neurônios motores alfa que inervam o músculo envolvido e excitam o músculo antagonista. Este reflexo opõe-se a contrações prolongadas e fortes da musculatura esquelética (proteção) Controle motor reflexo- manutençãoda postura e do tônus muscular Choque espinhal : ocorre imediatamente após transecção completa da medula espinhal Caudal à lesão, há paralisia flácida, atonia e completa perda de reflexos (arreflexia). Há também atonia da bexiga e do reto com retenção de urina e fezes. No cão, em poucas horas há uma recuperação desses reflexos. Quanto menos evoluído o animal, mais rápida é a recuperação. Fenômeno de Schiff Sherrington: ocorre no cão após transecção completa e brusca ou compressão da medula espinhal na região toracolombar (ex: atropelamento) Imediatamente após a lesão, ocorre uma completa paralisia flácida e arreflexia caudal à lesão, o que se assemelha ao choque espinhal. Entretanto, há uma severa e duradoura hipertonia dos membros torácicos com rigidez extensora, que desaparece em duas semanas. Clinicamente, o envolvimento dos membros torácicos podem levar o foco para a região cervical como local da lesão. Acredita-se que esse fenômeno seja causado pela interrupção das fibras que originam do corno ventral da região lombar da medula espinhal, ascendem pelo fascículo próprio da medula e inibem os neurônios alfa extensores na intumescência da região cervical da medula espinhal. Controle motor reflexo- manutenção da postura e do tônus muscular Rigidez da descerebração Teoria: centros superiores do cérebro (núcleos da base) exercem influência inibitória nos sistemas reticuloespinhal e vestíbuloespinhal; perda da inibição resulta na liberação desses sistemas Consequência: aumentam tônus extensor dos músculos nos membros e pescoço Transecção mesocolicular – transecção de todas as vias descendentes com tônus extensor exagerado (rigidez) do tronco e membros; animal não consegue andar ; quando cai, não levanta Obs: sistemas pontino e vestibulo- espinhal aumentam tônus extensor Controle motor rítmico Marcha: método de locomoção utilizando quatro membros alternadamente para proporcionar apoio e propulsão, com pelo menos um membro em contato com o solo a todo momento Ciclo da locomoção depende de duas fases: (a) Oscilação= mão/pé fora do chão e oscilando para frente; (b) Postura= mão/pé em contato com o solo e a perna está em movimento para trás Fase de oscilação = músculos flexores Fase de postura = músculos extensores Marcha do gato na esteira ilustra esse padrão Padrão ritmico da marcha depende de grupos de interneurônios espinhais Controle motor rítmico Marcha do gato na esteira ilustra esse padrão Padrão ritmico da marcha depende de grupos de interneurônios espinhais que atuam como gerador de padrões centrais localizados na região toracolombar da medula espinhal Este gerador de padrões centrais induz contrações e relaxamentos ritmicos e repetitivos dos músculos flexores e extensores Os estímulos motores descendentes do córtex cerebral podem iniciar, modificar ou terminar a atividade motora O mesencéfalo também inicia atividade motora; quando estimulado eletricamente o gato caminha na esteira rolante. O mesencéfalo age na formação reticular do bulbo que atua no gerador de padrões centrais da medula espinhal Destruição do trato reticuloespinhal bulbar bloqueia o efeito locomotor do mesencéfalo O padrão ritmico básico do gerador de padrões centrais da medula independe de centros superiores; estes apenas modulam os geradores padrões Reflexo de ajuste no ar (air-righting reflex) ESQUEMA DE INICIAÇÃO DE MOVIMENTOS - RESUMO Estática e dinâmica do sistema locomotor Estática = princípios de construção Dinâmica = movimentos (locomoção) Comparação do corpo animal com uma ponte: animal é mais do que uma máquina Corpo sólido obedece leis da física Tipo de locomoção é de suma importância na construção do aparelho locomotor; a estática é determinada pelo princípio da dinâmica, que é em parte responsável pelas inúmeras diferenças entre espécies no sistema locomotor 1ª pergunta de importância estática: qual é a posição do centro de gravidade do corpo em repouso Considerando o tronco: face cranial do ombro até face caudal do túber isquiádico, centro está 42,8% do tronco caudal ao ombro ou 38 cm caudal ao cotovelo Carnívoros e suínos : mais ou menos no mesmo local Ruminantes e equinos pesados: um pouco mais caudal Cavalo – 55% peso no membro torácico Cão – 2/3 do peso Empurrar o animal para frente ou para o lado Construção do tronco Comparação com ponte se aplica ao cavalo, porco, carnívoros ( exceto ruminantes, processos espinhosos lombares direcionados ligeiramente para trás) Slijper – “ponte arqueada” ou “ arco de corda” Arco – parte inferior : sistema de pressão (discos e arcos intervertebrais) Parte superior : sistema de tensão resistência (processos espinhosos, lig. interespinhoso, mm do dorso , lig. supraespinhoso Arco e corda podem alterar sua forma pela ação muscular Arco = Coluna vertebral torácica e lombar , pelve, músculos e ligamentos Elasticidade = disco intervertebral, lig. Interespinhoso, supraespinhoso, flavo (amarelo), nucal, tonicidade dos mm. longos e curtos do dorso Esterno, linha alba e mm abdominais (pp. reto abdominal) Corda que estica o arco Arco Superextensão na região lombar não ocorre devido ao ligamento longitudinal ventral Corda Região torácica – mais rígida Região abdominal – distensível e contrátil Construção do tronco Adições nas extremidades anterior e posterior da ponte = vigas equalizam o impulso centrífugo do setor inferior durante a locomoção e auxiliam no equilíbrio Viga anterior = cabeça e pescoço Viga posterior = sacro e cauda Construção do tronco Viga anterior = maior (peso do membro torácico maior e movimento é para frente) e fixada ao tronco; móvel Viga posterior = firme e menor Sacro tem conexão móvel com última lombar mas imóvel com a pelve; suspenso pelo firme lig sacroilíaco dorsal e lig sacrotuberal largo Viga posterior é duramente Impulsionada contra o arco. Consequência desta junção firme com o sacro e pelve = Quando arco é curvado dorsalmente, toda a garupa segue com um movimento para frente e para baixo, permitindo um maior alcance para a frente (no galope) Construção do tronco Coluna vertebral e pescoço suspensos na viga anterior e mais móveis. Erguendo ou abaixando a viga anterior, o centro de gravidade pode ser deslocado, alterando o equilíbrio No movimento acelerado para frente, as forças que atuam na viga anterior são compensadas pelo abaixamento da cabeça e da tensão do mm do pescoço Animais com pescoço longo: cavalo e ruminantes – lig nucal Cães (pouco desenvolvido), Gatos e porco – ausentes – músculos Construção dos membros Membro torácico – suporta maior peso mas tem menos musculatura; mais vertical Membro pélvico – articulações mais anguladas; maior massa muscular (58,5% no cavalo) dos membros Membro torácico – sinsarcose (movimento mais livre) Estrutura suspensora mais importante no membro torácico é o mm serrátil ventral. Estruturas do mecanismo passivo do membro torácico e membro pélvico Fixação no membro pélvico : tendões e ligamentos Certos princípios básicos de construção estática são semelhantes mas existem algumas diferenças entre espécies Bovino vs Equino (2 vs 1 dedo); ligamentos mais fortes no equino Peso relativo e absoluto de carnívoros é menor – menos peso para carregar Tronco de carnívoros – mais leve e móvel; número maior de vértebras lombares Construção dos membros Membro pélvico: quando todas as articulações estão estendidas, associado ao membro sendo impulsionado contra o solo,o tronco é lançado para frente no seu centro de gravidade, razão pela qual a musculatura extensora é bemdesenvolvida no membro pélvico Músculos importantes na propulsão: glúteos (estendem quadril); quadríceps femoral (estende o joelho), tríceps sural (estende o tarso), e flexores digitais superficial e profundo ( empurram a sola contra o solo) Musculatura posterior : bíceps femoral, semitendíneo e semimembranáceo auxiliam o inicio do movimento (puxam o joelho para trás e através do tendão calcanear comum) estendem o quadril e o tarso Estruturas ligamentosas e tendíneas predominam Centro de gravidade: 9 espaço intercostal Estruturas musculares predominam Dinâmica Fase de levantar (lifting) o membro do solo, toda a perna é encurtada pela flexão das articulações. MM envolvidos: 1. flexores do quadril (tensor da fascia lata, iliopsoas; glúteo superficial) 2. flexores do joelho (mm das nádegas)3. flexores do tarso (tibial cranial,fibular terceiro), 4. flexor digital superficial e profundo Fase de balanço (swinging), tensor da fascia lata e sartório empurram a coxa e joelho cranialmente. Sartório, pectíneo e grácil asseguram o avanço do membro paralelo ao plano mediano. Isto é importante porque nessa fase, há uma tendência do joelho supinar pela ação do iliopsoas, gêmeos, quadrado femoral, obturadores. Dinâmica Ao final da fase de balanço (swinging), o membro está preparado para tocar o solo (fase de suporte) através da lenta extensão das articulações. Inicialmente, articulações digitais são estendidas pelos mm extensores digitais lateral e longo, seguido pela extensão progressiva do joelho e tarso (quadríceps e tríceps sural). Todo o membro é gradualmente estirado e trazido para mais próximo do solo. O extensor digital longo assegura o contato de toda a sola do pé com o chão. Nessa fase de suporte, o membro suporta a carga tensionando todos os extensores Fase de impulso (thrusting), pé é colocado no chão e a sola é empurrado contra o solo pela contração dos flexores digitais Dinâmica dos movimentos Empinar (levantar) os membros pélvicos e escoicear envolvem os mm extensores longos do dorso, pp o sistema do longíssimo, da garupa e das nádegas Caso clínico História: Exame de cadela boxer de 11 anos de idade. Vacinas em ordem. Cadela teve adenocarcinoma de mama, removido seis meses antes do exame. Proprietário relata que nos ultimos dias , o animal ficou progressivamente mais fraco nos membros torácicos e pélvicos esquerdos , e que , ocasionalmente, parava com a mão dianteira esquerda virada para cima. No dia anterior à consulta, tinha apresentado uma convulsão Exame Clínico: alterações senis rotineiras e resultados da cirurgia de mama. Cadela sonolenta e com fraqueza nos membros torácicos e pélvicos esquerdos. Apresentava déficit da resposta de propriocepção consciente nos membros torácicos e pélvicos esquerdos. Radiografia do tórax revelou lesões neoplásicas, metastáticas nos pulmões. Comentário: Testa-se propriocepção consciente: vira-se a mão/pé do animal com a parte inferior para cima. Resposta requer: - função normal de receptores da pele e articulações – integridade dos nervos periféricos do membro testado – integridade dos tratos ascendentes sensitivos em direção ao cérebro; cruzam para o lado oposto no tronco encefálico e terminam no córtex contralateral – Após tomar consciência que mão/pé está em posição incomum, trato corticoespinhal desencadeia resposta para os músculos da mão/pé afetados e há o retorno à posição normal Dúvida: déficit na propriocepção pode estar na medula espinhal (cervical) ou no córtex motor direito. - Cadela apresentou convulsões, indicativo de lesão cerebral - Cérebro é local comum de metástase Caso clínico Caso clínico
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