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20/02/2018 1 Direito Empresarial IV Séfora Junqueira seforajunqueira@uol.com.br 2018 CCJ0029 Direito Empresarial IV Conteúdo programático 1. Evolução Histórica. Disposições comuns. 2. Recuperação Extrajudicial 3. Recuperação Judicial. 4. Falência. Direito Empresarial IV Conteúdo programático - distribuição Plano de aula 01. Evolução histórica. Disposições preliminares comuns. Plano de aula 02. Das Disposições Comuns a Recuperação Judicial e a Falência. Plano de aula 03. Da Habilitação e Verificação dos Créditos. Plano de aula 04. Órgãos Atuantes na Recuperação Judicial e Falência. Plano de aula 05. Recuperação Extrajudicial. Plano de aula 06. Recuperação Judicial. Plano de aula 07. Recuperação Judicial. Plano de aula 08. Falência. Plano de aula 09. Falência. Plano de aula 10. Falência. Plano de aula 11. Falência. Plano de aula 12. Falência. Plano de aula 13. Falência. Plano de aula 14. Falência. Plano de aula 15. Falência. Plano de aula 16. Crimes Falimentares e Atuação do Ministério Público. Direito Empresarial IV Objetivos gerais • Compreender as Ferramentas Jurídicas para a Recuperação da Empresa em crise Econômico-Financeira • Identificar os Elementos Estruturais da Falência Direito Empresarial IV Objetivos específicos • Conceituar a Recuperação Judicial da Empresa em Crise Econômico- Financeira; • Compreender o Processamento Jurídico para a Recuperação Judicial da Empresa em Crise Econômico-Financeira; • Compreender o Rito Especial da Recuperação Judicial para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte; • Identificar as Características da Recuperação Extrajudicial; • Relacionar os Pressupostos necessários para a Decretação da Falência do Empresário ou Sociedade Empresária; • Apontar as Espécies de Defesas do Devedor como Elementos Impeditivos da Falência; • Identificar as Fases Processuais no Desenvolvimento da Falência até seu Encerramento; • Caracterizar os Elementos Estruturais dos Crimes Falimentares. Direito Empresarial IV Bibliografia básica CAMPINHO, Sérgio. Direito Falimentar. 10 ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Renovar, 2009. COELHO, Fábio Ulhôa. Manual de Direito Comercial. 21. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009. BRUNO, Raquel. Direito Empresarial. v. 08 Coleção Tópicos de Direito. Coord. Milton Delgado Soares .2ª Tiragem. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2009. 20/02/2018 2 Direito Empresarial IV Bibliografia complementar NEGRÃO. Ricardo. Manual de Direito Comercial e de Empresa. 5ª ed. v.3. São Paulo: Saraiva, 2010. FAZZIO JUNIOR, Waldo. Nova Lei de Falência e Recuperação de Empresas. 5ª ed. São Paulo:Atlas, 2009. COELHO, Fábio Ulhôa. Curso de Direito Comercial. 14. ed. v.1. São Paulo: Saraiva, 2010. BERTOLDI, Marcelo M. Curso Avançado de Direito Comercial. 4 ed.rev. atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009. BEZERRA FILHO, Manoel Justino. Lei de Recuperação de Empresas e Falências: Comentada: Lei 11.101/2005. 6ªed. rev. atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009. Direito Empresarial IV Material disponível no Leitor Estácio Rachel Bruno, Direito Empresarial - Vol. 8, editora: Lumen Juris, edição: 1, ano:2009 capítulo: Lei de Recuperação de Empresas, nº de páginas: 96 Fábio Ulhoa Coelho, Manual de Direito Comercial - Direito de Empresa, editora: Saraiva, edição: 25, ano:2013 capítulo: 27 Regime Jurídico Atos e Contratos Falidos, nº de páginas: 11 Direito Empresarial IV Agenda 20/02/2018 3 Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 1. Evolução Histórica: Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falência. 1.1Disposições Preliminares 1.1.1 Sujeito Passivo. 1.1.2 Juízo Competente. 1.1.3 Títulos não exigíveis. 1.1.4 Atuação do Ministério Público. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Evolução histórica LEI 11.101 de 9 de fevereiro de 2005 Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Evolução histórica http://www.serasaexperian.com.br/ Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Evolução histórica http://www.serasaexperian.com.br/ Lei de 8 de março de 1595 Ordenações Filipinas de 1603 Alvará de 13 de dezembro de 1756 do Marquês de Pombal Código Comercial de 1850 (Parte III – das Quebras, art. 797-913) Decreto 7.661 de 21 de junho de 1945 Código Civil de 2002 LEI 11.101 DE 9 de fevereiro de 2005 Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Evolução histórica Projeto de lei 3.476/1993 LEI 11.101 DE 9 de fevereiro de 2005 Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Evolução histórica 20/02/2018 4 “o que se verificava é que o sistema do Dec.-lei 7.661/1945 não conseguia proteger os credores da empresa concordatária ou falida e não conseguia também, por outro lado, preservar a atividade empresária, apresentando-se como sistema incapaz de preservar qualquer tipo de interesse, atendendo apenas, na grande maioria das vezes, ao empresário oportunista e desonesto.” (a posição de Jorge Lobo, apud Bezerra Filho, 2014) Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Evolução histórica Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns LEI 11.101 de 9 de fevereiro de 2005 Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Art. 1º ao 5º LEI 11.101 DE 9 de fevereiro de 2005 CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Legitimidade Empresa Empresa é a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. [Coelho, 2009] Conceito Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Legitimidade LIVRO II Do Direito de Empresa TÍTULO I Do Empresário CAPÍTULO I Da Caracterização e da Inscrição Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Legitimidade Empresário = quem exerce profissionalmente a empresa Empresário Empresário individual Sociedade empresária Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Legitimidade 20/02/2018 5 Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Legitimidade Estão sujeitos à falência e à recuperação, judicial e extrajudicial: • Empresário individual – de responsabilidade ilimitada (CC art. 966) – de responsabilidade limitada (EIRELI – CC art. 980-A Lei 12.411/11) • Sociedades em nome coletivo (CC art. 1.039) • Sociedades em comandita simples (CC art. 1.045) • Sociedades Limitadas (CC art. 1.052) • Sociedades Anônimas (CC art. 1.088 e Lei 6.404/76) • Sociedades em comandita por ações (CC art. 1.090) Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Legitimidade Estão sujeitos à falência e à recuperação, judicial e extrajudicial: • Empresário individual – de responsabilidade ilimitada (CC art. 966) – de responsabilidade limitada (EIRELI – CC art. 980-A Lei 12.411/11) • Sociedades em nome coletivo (CC art. 1.039) • Sociedades em comandita simples (CCart. 1.045) • Sociedades Limitadas (CC art. 1.052) • Sociedades Anônimas (CC art. 1.088 e Lei 6.404/76) • Sociedades em comandita por ações (CC art. 1.090) Obs.: Sociedade em conta de participação – somente o sócio ostensivo CC/2002 art. 991 e ss. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Legitimidade LEI 11.101 DE 9 de fevereiro de 2005 CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 2o Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista; II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Legitimidade Empresas públicas São pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da administração pública indireta, instituídas pelo Poder Público, mediante autorização de lei específica, sob qualquer forma jurídica e com capital exclusivamente público, para exploração de atividades econômicas ou para a prestação de serviços públicos. Exemplos: ECT, Serpro, CEF [Alexandrino, 2011] Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Legitimidade Sociedades de Economia Mista São pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da administração pública indireta, instituídas pelo Poder Público, mediante autorização de lei específica, sob a forma de Sociedade Anônima e com participação obrigatória de capital privado e público, sendo da pessoa política instituidora ou de entidade da respectiva administração indireta o controle acionário, para exploração de atividades econômicas ou para a prestação de serviços públicos. Exemplos: Banco do Brasil S/A e Petrobrás S/A [Alexandrino, 2011] Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Legitimidade 20/02/2018 6 • instituição financeira pública ou privada (Lei 6.024/74) • cooperativa de crédito (Lei 5.764/71) • consórcio (Lei 6.024/74) • entidade de previdência complementar (LC 109/2001) • sociedade operadora de plano de assistência à saúde (Lei 9.656/98) • sociedade seguradora (Decreto lei 73/66) • sociedade de capitalização (Dec.lei 261/67) • outras entidades legalmente equiparadas Tratamento em legislação especial – segurança [Bezerra Filho, 2011] [Ver Coelho, 2009, p. 312] Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Legitimidade Legitimidade ativa na falência: • o credor, por obrigação tornada líquida constante de título executivo judicial ou extrajudicial; • O próprio devedor, na chamada autofalência; • O cônjuge sobrevivente, os herdeiros e o inventariante, na falência do espólio; • O sócio ou acionista da sociedade devedora. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Legitimidade Legitimidade ativa na recuperação: • o empresário e a sociedade empresária; • O cônjuge sobrevivente; • os herdeiros e o inventariante, na falência do espólio; • O sócio ou acionista remanescente da sociedade devedora. [Almeida, 2010] Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Legitimidade LEI 11.101 DE 9 de fevereiro de 2005 CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Juízo competente Competência em razão do lugar Domicílio do empresário Comando empresarial Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Juízo competente Competência em razão da matéria Justiça ordinária dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, perante os juízes de direito. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Juízo competente 20/02/2018 7 LEI 11.101 DE 9 de fevereiro de 2005 CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 4o Vetado (O representante do Ministério Público intervirá nos processos de recuperação judicial e de falência. Além das disposições previstas nesta Lei, o representante do Ministério Público intervirá em toda ação proposta pela massa falida ou contra esta.) Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Atuação do MP Separação dos poderes Interesse público Celeridade processual Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Atuação do MP 1. ALEXANDRINO, Marcelo, PAULO, Vicente. Direito Administrativo descomplicado. - 19 ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro : Forense ; São Paulo : MÉTODO, 2011. 2. ALMEIDA, Amador Paes de. Curso de falência e recuperação de empresa : de acordo com a Lei 11.101/2005. – 25 ed. – São 3. BEZERRA FILHO, Manoel Justino. Lei de recuperação de empresas e falência : Lei 11.101/2005 : comentada artigo por artigo. – 7 ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2011. 4. COELHO, Fábio Ulhôa. Curso de Direito Comercial, volume 1 : Direito de Empresa. 13. ed. - São Paulo: Saraiva, 2009. 5. COELHO, Fábio Ulhôa. Manual de Direito Comercial: Direito de Empresa. 21. ed. v.1. São Paulo: Saraiva, 2009. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Referência bibliográfica Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Caso concreto Analise a questão abaixo e esclareça de acordo com a Doutrina e Jurisprudência sobre o tema: "Cuida-se de agravo de instrumento, com pedido de liminar, em face de decisão que declinou da competência para conhecer de pedido de falência ajuizado pelo agravante, sob o fundamento de que a sede do agravado se situa em São Paulo/SP, para onde determinou a remessa dos autos. Daí a interposição do agravo de instrumento, sustentando o recorrente que todas as atividades do devedor são realizadas no Distrito Federal, sendo que até mesmo um de seus sócios reside nesta Capital. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Caso concreto Depois, o agravado foi citado em outra demanda em curso na comarca de Cuiabá/MT, tendo ofertado exceção de incompetência objetivando a remessa dos autos para uma das varas cíveis desta Circunscrição Judiciária. Portanto, não há dúvida de que o principal estabelecimento da pessoa jurídica situar-se-ia no Distrito Federal, o que torna o Juízo da Vara de Falências competente para apreciar o requerimento de quebra. Por fim, salienta que, caso a decisão seja imediatamente cumprida, poderá haver lesão de difícil reparação, pois não possui condições financeiras para acompanhar o trâmite da ação no Estado de São Paulo e o recurso estaria prejudicado pela perda de objeto. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Caso concreto Pede a concessão de efeito suspensivo, bem como a reforma da decisão impugnada para declarar que o Juízo da Vara de Falência do Distrito Federal é o competente para apreciar o pedido.“ 20/02/2018 8 A competência para apreciar o processo de falência é do juiz sob cuja jurisdição estiver situado o principal estabelecimento do devedor (Lei n° 11.101/2005, art. 3º). Segundo o renomado jurista FÁBIO COELHO ULHÔA: "Por principal estabelecimento entende-se não a sede estatutária ou contratual da sociedade empresária devedora, a que vem mencionada no respectivo ato constitutivo, nem o estabelecimento maior física ou administrativamente falando. Principal estabelecimento, para fins de definição de competênciapara o direito falimentar, é aquele em que se encontra concentrado o maior volume de negócios da empresa; é o mais importante do ponto de vista econômico. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Caso concreto O juiz do local onde se encontra tal estabelecimento é o competente para o processo falimentar, porque estará provavelmente mais próximo aos bens, à contabilidade e aos credores do falido. Por outro lado, se a lei reputasse competente o juiz da sede estatutária ou contratual, esse critério poderia dificultar a instauração do concurso de credores, porque a devedora, antevendo a possibilidade de falir, poderia alterar, por simples ato registrário, o local a que se deveriam dirigir os credores para pedirem a falência dela. É claro que, existindo, como no caso das grandes redes de varejo, construtoras de atuação nacional e outros, diversos estabelecimentos igualmente importantes sob o ponto de vista econômico, e sendo um deles o da sede da devedora, este prevalece sobre os demais, na definição do juízo competente.“ Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Caso concreto De fato, o critério de eleger a sede designada no estatuto como definidora da competência para os feitos falimentares não encontra fomento jurídico. Com efeito, o estabelecimento principal não se confunde com a sede estatutária, embora possam estar instalados no mesmo local. O estabelecimento principal é aquele do qual são emanadas as decisões administrativas, onde se encontram os registros contábeis, os credores e aquele em que o devedor se obriga e realiza as operações financeiras, bem como onde se encontra a maior parte do patrimônio. Assim, estabelecimento principal não é "aquele a que os estatutos conferem o título principal, mas o que forma o corpo vivo, o centro vital das principais atividades do devedor" (CC nº 21.896 - MG, Rel. Ministro Sálvio de Figueiredo). Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Caso concreto Assinale a alternativa correta. (A)é competente a Justiça Federal para decretar falência ou deferir processamento da recuperação judicial de sociedade de economia mista cuja acionista majoritária seja a União. (B)é competente a Justiça Estadual para decretar falência ou deferir processamento da recuperação judicial de sociedade de economia mista cuja acionista majoritária seja a União. (C)é competente o juízo do foro eleito pela assembleia geral, ao aprovar o respectivo estatuto, para decretar falência ou deferir processamento da recuperação judicial de sociedade operadora de plano de assistência à saúde. (D)é competente o juízo do local da filial para decretar falência ou deferir processamento da recuperação judicial de empresa que tenha sede fora do Brasil. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Questão objetiva Assinale a alternativa correta. (A)é competente a Justiça Federal para decretar falência ou deferir processamento da recuperação judicial de sociedade de economia mista cuja acionista majoritária seja a União. (B)é competente a Justiça Estadual para decretar falência ou deferir processamento da recuperação judicial de sociedade de economia mista cuja acionista majoritária seja a União. (C)é competente o juízo do foro eleito pela assembleia geral, ao aprovar o respectivo estatuto, para decretar falência ou deferir processamento da recuperação judicial de sociedade operadora de plano de assistência à saúde. (D)é competente o juízo do local da filial para decretar falência ou deferir processamento da recuperação judicial de empresa que tenha sede fora do Brasil. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Questão objetiva 20/02/2018 9 Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 02 1.1.4. Das Disposições Comuns a Recuperação Judicial e a Falência. 1.1.4.1 Títulos não exigíveis. 1.1.4.2 Dos Efeitos do Processamento da Recuperação Judicial e da Decretação da Falência. LEI 11.101 DE 9 de fevereiro de 2005 CAPÍTULO II DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA Seção I Disposições Gerais Art. 5o Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência: I – as obrigações a título gratuito; II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 01 Disposições preliminares comuns – Títulos não exigíveis Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. § 1o Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 02 Das Disposições Comuns a Recuperação Judicial e a Falência Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. § 2o É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8o desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro- geral de credores pelo valor determinado em sentença. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 02 Das Disposições Comuns a Recuperação Judicial e a Falência Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. § 3o O juiz competente para as ações referidas nos §§ 1o e 2o deste artigo poderá determinar a reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido líquido o direito, será o crédito incluído na classe própria. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 02 Das Disposições Comuns a Recuperação Judicial e a Falência Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. § 4o Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 02 Das Disposições Comuns a Recuperação Judicial e a Falência 20/02/2018 10 Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. § 5o Aplica-se o disposto no § 2o deste artigo à recuperação judicial durante o período de suspensão de que trata o § 4o deste artigo, mas, após o fim da suspensão, as execuções trabalhistas poderão ser normalmente concluídas, ainda que o crédito já esteja inscrito no quadro-geral de credores. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 02 Das Disposições Comuns a Recuperação Judicial e a Falência Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelasdos credores particulares do sócio solidário. §6o Independentemente da verificação periódica perante os cartórios de distribuição, as ações que venham a ser propostas contra o devedor deverão ser comunicadas ao juízo da falência ou da recuperação judicial: I – pelo juiz competente, quando do recebimento da petição inicial; II – pelo devedor, imediatamente após a citação. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 02 Das Disposições Comuns a Recuperação Judicial e a Falência Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. § 7o As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 02 Das Disposições Comuns a Recuperação Judicial e a Falência Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. § 8o A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 02 Das Disposições Comuns a Recuperação Judicial e a Falência Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 02 Caso concreto Julgue o próximo item, relativo às normas de falência e de recuperação de empresas. Justifique com o dispositivo legal pertinente. "De acordo com a legislação de regência, o deferimento do processamento da recuperação judicial de sociedade empresária suspende o curso de todas as ações e execuções que tramitem contra o devedor; contudo, em hipótese nenhuma, a suspensão pode exceder o prazo improrrogável de cento e oitenta dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial". Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 02 Questão objetiva Sobre as disposições comuns Recuperação Judicial e à Falência, analise os itens a seguir de acordo com a legislação falimentar: I - É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8o desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença. II - A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor. III - A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário e a ação que demandar quantia ilíquida. IV - São exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência as obrigações a título gratuito. 20/02/2018 11 Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 02 Caso concreto A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: (A) apenas a IV (B) apenas III e IV (C) apenas a II (D) apenas a I e II 20/02/2018 12 Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 03 1.2 Da Habilitação e Verificação dos Créditos. CAPÍTULO II DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA Seção II Da Verificação e da Habilitação de Créditos Art. 7o A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 03 Habilitação dos créditos CAPÍTULO II DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA Seção II Da Verificação e da Habilitação de Créditos Art. 7o A verificação dos créditos ... § 1o Publicado o edital previsto no art. 52, § 1o, ou no parágrafo único do art. 99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 03 Habilitação dos créditos Art. 9o A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7o, § 1o, desta Lei deverá conter: I – o nome, o endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de qualquer ato do processo; II – o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido de recuperação judicial, sua origem e classificação; III – os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem produzidas; IV – a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o respectivo instrumento; V – a especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor. Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 03 Habilitação dos créditos CAPÍTULO II DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA Seção II Da Verificação e da Habilitação de Créditos Art. 7o A verificação dos créditos ... § 2o O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos na forma do caput e do § 1o deste artigo, fará publicar edital contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contado do fim do prazo do § 1o deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo comum em que as pessoas indicadas no art. 8o desta Lei terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 03 Habilitação dos créditos 1ª lista de credores 15dias 2ª lista de credores 45dias Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 03 Habilitação dos créditos 20/02/2018 13 CAPÍTULO II DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA Seção II Da Verificação e da Habilitação de Créditos Art. 8o No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida no art. 7o, § 2o, desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado. Parágrafo único. Autuada em separado, a impugnação será processada nos termos dos arts. 13 a 15 desta Lei. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 03 Impugnação dos créditos CAPÍTULO II DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA Seção II Da Verificação e da Habilitação de Créditos Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7o, § 1o, desta Lei, as habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias. § 1º a 6º - condições e consequências Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 03 Impugnação dos créditos Art. 11. Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para contestar a impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que tiverem e indicando outras provas que reputem necessárias. Art.12. Transcorrido o prazo do art. 11 desta Lei, o devedor e o Comitê, se houver, serão intimados pelo juiz para se manifestar sobre ela no prazo comum de 5 (cinco) dias. Parágrafo único. Findo o prazo a que se refere o caput deste artigo, o administrador judicial será intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo elaborado pelo profissional ou empresa especializada, se for o caso, e todas as informações existentes nos livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do crédito, constante ou não da relação de credores, objeto da impugnação. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 03 Impugnação dos créditos 1ª lista de credores 15dias 2ª lista de credores 45dias 10dias 5dias 5dias 5dias Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 03 Impugnação dos créditos Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 03 Homologação do quadro geral de credores Transitadas em julgado todas as sentenças, o administrador judicial, com base na relação republicada e no resultado das impugnações, consolida o quadro geral de credores e o submete à homologação do juiz. O quadro geral de credores assinado pelo juiz e pelo administrador judicial será juntado aos autos da falência e publicado nos 5 dias seguintes ao último trânsito em julgado de sentença proferida em impugnação de crédito. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 03 Homologação do quadro geral de credores 1ª lista de credores 15dias 2ª lista de credores 45dias 10dias 5dias 5dias 5dias Lista final 5dias... 20/02/2018 14 Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 03 Caso concreto Em 29/01/2010, ABC Barraca de Areia Ltda ajuizou sua recuperação judicial, distribuída à 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. Em 03/02/2010, quarta-feira, foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico do Rio de Janeiro ("DJE-RJ") a decisão do juiz que deferiu o processamento da recuperação judicial e, dentre outras providências, nomeou o economista João como administrador judicial da sociedade. Decorridos 15 (quinze) dias, alguns credores apresentaram a João as informações que entenderam corretas acerca da classificação e do valor de seus créditos. Quarenta e cinco dias depois, foi publicado, no DJE-RJ e num jornal de grande circulação, novo edital, contendo a relação dos credores elaborada por João. No dia 20/04/2010, você é procurado pelos representantes de XYZ Cadeiras Ltda., os quais lhe apresentam um contrato de compra e venda firmado com ABC Barraca de Areia Ltda., datado de 04/12/2009, pelo qual aquela forneceu a esta 1.000 (mil) cadeiras, pelo preço de R$ 100.000,00 (cem mil reais), que deveria ter sido pago em 28/01/2010, mas não o foi. Diligente, você verifica no edital mais recente que, da relação de credores, não consta o credor XYZ Cadeiras Ltda. E, examinando os autos em cartório, constata que o quadro-geral de credores ainda não foi homologado pelo juiz. Na qualidade de advogado de XYZ Cadeiras Ltda., analise a questão à luz da Lei 11.101/2005 para regularizar a cobrança do crédito desta sociedade. 20/02/2018 15 Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 1.3. Órgãos Atuantes na Recuperação Judicial e Falência. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Órgãos atuantes • Administrador judicial • Comitê de credores • Assembleia de credores Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Órgãos atuantes • Administrador judicial • Comitê de credores • Assembleia de credores Órgãos atuantes • Administração • Conselho fiscal • Assembleia de sócios Processos que envolvam grandes devedores Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Órgãos atuantes • Administrador judicial • Assembleia de credores • Comitê de credores [Bezerra Filho, 2014] Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Administrador judicial O administrador judicial pode ser pessoa física ou jurídica. Trata-se de profissional da inteira confiança do juiz e por este nomeado com observância dos impedimentos legais (parente de administrador da sociedade falida, pessoa que não cumpriu a contento a mesma função em outra falência etc.) [Coelho, 2009] Processos que envolvam grandes devedores Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Órgãos atuantes • Administrador judicial • Assembleia de credores • Comitê de credores [Bezerra Filho, 2014] 20/02/2018 16 Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Administrador judicial na recuperação judicial O administrador judicial tem sempre a função de fiscalizar a sociedade requerente, presidir a Assembleia dos Credores e proceder à verificação dos créditos. Se não houver Comitê, ele também exerce as funções desse órgão. Finalmente, se o juiz tiver determinado o afastamento da administração da empresa em recuperação, caberá ao administrador judicial geri-la enquanto não for escolhido o gestor judicial pelos credores. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Administrador judicial na falência Sua missão consiste em procurar maximizar o resultado da realização do ativo. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Administrador judicial na falência O administrador judicial é, em termos gerais, o auxiliar do juiz na administração da falência e representante legal da comunhão dos interesses dos credores. Não goza de absoluta autonomia (não pode, por exemplo, transigir sobre direito da massa falida sem autorização do juiz), mas nos limites dos atos a ele cometidos pela lei, tem plena responsabilidade. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Seção III Do Administrador Judicial e do Comitê de Credores Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. Parágrafo único. (...) Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Seção III Do Administrador Judicial e do Comitê de Credores Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe impõe: I – na recuperação judicial e na falência: (...) II – na recuperação judicial: (...) III – na falência: (...) Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Seção III Do Administrador Judicial e do Comitê de Credores Art. 23. (prestação de contas) Art. 24 e 25 (remuneração) (...) Art. 30. (impedimentos) Art. 31. (destituição) Art. 32 33 e 34 (responsabilidade e termo de compromisso) 20/02/2018 17 Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Comitê de credores na recuperação judicial A competência ordinária do Comitê, quando instalado, é a de fiscalizar a administração da sociedade que pleiteia a recuperação judicial. Além disso, o Comitê pode elaborar plano de recuperação alternativo e, quando afastada a administração da sociedade em crise, requerer ao juiz a autorização para a prática de determinados atos. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Comitê de credores na falência O Comitê é órgão consultivo e defiscalização. É, ademais, facultativo. Existe quando o juiz determina sua instalação na sentença de quebra ou quando ela é deliberada por qualquer das classes de credores na Assembleia. Integram-no 1 representante efetivo e 2 suplentes de cada classe, escolhidos pela maioria dos que a compõem. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Seção III Do Administrador Judicial e do Comitê de Credores Art. 26. O Comitê de Credores será constituído por deliberação de qualquer das classes de credores na assembléia-geral e terá a seguinte composição: I – 1 (um) representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes; II – 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia ou privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes; III – 1 (um) representante indicado pela classe de credores quirografários e com privilégios gerais, com 2 (dois) suplentes; IV - 1 (um) representante indicado pela classe de credores representantes de microempresas e empresas de pequeno porte, com 2 (dois) suplentes. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Seção III Do Administrador Judicial e do Comitê de Credores Art. 27. O Comitê de Credores terá as seguintes atribuições, além de outras previstas nesta Lei: I – na recuperação judicial e na falência: (...) II – na recuperação judicial: (...) (...) Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Assembleia de credores na recuperação judicial A assembleia de credores é um importante órgão da recuperação judicial da empresa. A ela cabe, por exemplo, aprovar o plano de recuperação apresentado pela devedora. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Assembleia de credores na recuperação judicial Na Assembleia de Credores, há cinco* instâncias de deliberação: o plenário e quatro* instâncias classistas. Dependendo da matéria em discussão, a votação cabe a uma ou mais dessas instâncias. [Coelho, 2009] * Ver art. 41 alterado pela LC 147/2014 20/02/2018 18 Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Assembleia de credores na falência A assembleia de credores na falência tem poderes de deliberação na substituição do administrador judicial, constituição e eleição do Comitê e aprovação de formas alternativas de realização do ativo se alcançar expressivo consenso na votação da matéria (aprovação por 2/3 dos créditos) [Coelho, 2009] Seção IV Da Assembléia-Geral de Credores Art. 35. A assembléia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre: I – na recuperação judicial: (...) II – na falência: (...) Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Seção IV Da Assembléia-Geral de Credores Art. 36. (convocação) Art. 37. (presidência, instalação e representação) Art. 38 e 39 (votação) Art. 40. (suspensão ou adiamento) Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Seção IV Da Assembléia-Geral de Credores Art. 41. (Classes de credores) Art. 42. (quórum de aprovação) Art. 43. (exceções ao direito de voto) ... Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Órgãos atuantes na Recuperação e Falência Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Caso concreto A respeito do Administrador Judicial, no âmbito da recuperação judicial, JULGUE as afirmativas abaixo: ( ) A – Somente pode ser destituído pelo Juízo da Falência na hipótese de, após intimado, não apresentar, no prazo de 5 (cinco) dias, suas contas ou os relatórios previstos na Lei 11.101/2005; ( ) B – O Administrador Judicial, pessoa física, pode ser formado em Engenharia; ( ) C – Será escolhido pela Assembleia Geral de Credores; ( ) D – Perceberá remuneração fixada pelo Comitê de Credores. Direito Empresarial IV Unidade 1 – Plano de aula 04 Questão objetiva Na Lei de Falências – 11.101/2005, o Comitê de Credores será constituído: a) por determinação do juiz, após manifestação do Ministério Público neste sentido; b) por deliberação de qualquer classe de credores na assembleia- geral; c) por requerimento do administrador judicial, observando, no que couber, o procedimento do Código de Processo Civil; d) por requerimento do devedor ao juízo, expondo as razões para sua criação. 20/02/2018 19 Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 2. Recuperação Extrajudicial. 2.1 Conceito 2.2 Pressupostos 2.3 Processamento Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Recuperação extrajudicial – Conceito Recuperação extrajudicial consiste na possibilidade, concedida ao devedor em situação de crise, de convocar seus credores para oferecer-lhes forma de composição para pagamento dos valores devidos. [Bezerra Filho, 2011] Direito Empresarial IV Unidade 4 – Recuperação extrajudicial Conceito Recuperação extrajudicial consiste na possibilidade, concedida ao devedor em situação de crise, de convocar seus credores para oferecer-lhes forma de composição para pagamento dos valores devidos. [Bezerra Filho, 2011] Na lei anterior (Decreto-lei 7.661/45) a tentativa de negociação era considerada “ato de falência” O inciso III do art. 2º estabelecia ser ato de falência aquele do devedor que “III – convoca credores e lhes propõe dilação, remissão de crédito ou cessão de bens” [Bezerra Filho, 2011] Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Recuperação extrajudicial – Conceito Se a sociedade devedora em crise procura seus credores (ou parte deles) e os consegue convencer de que a renegociação de suas obrigações é indispensável para a superação do estado crítico e, sem a quota de sacrifício deles (representada pela dilação do prazo de pagamento, novação etc.), não terá como escapar da falência, o acordo de vontades é suficiente para realizar-se o desiderato. [Coelho, 2010] Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Recuperação extrajudicial – Conceito A homologação judicial desse acordo (plano de recuperação) só é obrigatória quando a maioria dos credores atingidos concorda em apoiá-lo, mas há uma minoria que nega sua adesão. A homologação judicial, nesse caso, estende os efeitos do plano aos credores minoritários. [Coelho, 2010] Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Recuperação extrajudicial – Homologação 20/02/2018 20 Há duas hipóteses de homologação judicial do acordo: • Homologação facultativa • Homologação obrigatória [Coelho, 2010] Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Recuperação extrajudicial – Homologação A homologação do plano de recuperação que conta com a adesão de todos os credores alcançados é facultativa. Visa apenas revestir o ato de maior formalidade, chamando atenção das partes para a importância dele, ou possibilitar a alienação por hasta judicial de filiais ou unidades produtivas, se for essa uma medida de reerguimento da devedora. [Coelho, 2010] Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Recuperação extrajudicial – Homologação A homologação facultativa pode visar: • revestir o ato de maior formalidade • possibilitar a alienação por hasta judicial de filiais ou unidades produtivas [Coelho, 2010] Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Recuperação extrajudicial – Homologação Se o plano de recuperação extrajudicial obteve a adesão de credores titulares de pelo menos 60% do valor de cada espécie do passivo (são 5 as espécies: garantia real, privilégio especial, privilégio geral, quirografário e subordinado) por ele alcançado, osseus efeitos podem ser forçosamente estendidos aos que não aderiram pela homologação judicial. [Coelho, 2010] Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Recuperação extrajudicial – Homologação Os requisitos legais para a homologação do plano de recuperação extrajudicial são de duas ordens: • Requisitos subjetivos (dizem respeito à sociedade empresária requerente) • Requisitos objetivos (são pertinentes ao plano submetido à homologação) [Coelho, 2010] Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Recuperação extrajudicial – Requisitos Requisitos subjetivos 1. Atender às condições estabelecidas para a recuperação judicial a. Exercer a atividade empresarial regularmente há pelo menos 2 anos b. Não estar falida ou, se o foi, terem sido declaradas extintas suas obrigações por sentença transitada em julgado c. Não ter como administrador ou controlador pessoa condenada por crime falimentar 2. Não se encontrar em tramitação nenhum pedido de recuperação judicial dele 3. Não lhe ter sido concedida, há menos de 2 anos, recuperação judicial ou extrajudicial [Coelho, 2010] Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Recuperação extrajudicial – Requisitos 20/02/2018 21 Requisitos objetivos 1. Não pode ser previsto no plano o pagamento antecipado de nenhuma dívida 2. Todos os credores sujeitos ao plano devem receber tratamento paritário, vedado o favorecimento de alguns ou o desfavorecimento apenas de parte deles 3. O plano não pode abranger senão os créditos constituídos até a data do pedido de homologação 4. Do plano só pode constar a alienação de bem gravado ou a supressão ou substituição de garantia real se com a medida concordar expressamente o credor garantido 5. O plano não pode estabelecer o afastamento da variação cambial nos créditos em moeda estrangeira sem contar com a anuência expressa do respectivo credor [Coelho, 2010] Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Recuperação extrajudicial – Requisitos Petição inicial 30 dias Autos conclusos para o juiz 5dias Juiz: Edital de convocação de credores para impugnar Juiz: Homologar Acolher a impugnação e indeferir a homologação Da sentença cabe apelação sem efeito suspensivo Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Recuperação extrajudicial – Processamento Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Recuperação extrajudicial – Processamento Podem ser objeto de impugnação: a)Não preenchimento do percentual mínimo de 60% de cada espécie de crédito envolvido b)Prática de ato de falência previsto no art. 94, III c) Prática de ato que terá sua ineficácia subjetivamente suspensa, com base no art. 130 da LF, se vier a ser decretada a quebra do requerente *** d)Desatendimento a requisito subjetivo ou objetivo para a homologação e)Descumprimento de qualquer outra exigência legal (art. 164, § 3º) Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Recuperação extrajudicial – Impugnação Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Caso concreto A sociedade empresaria Telefonia do Sul S/A, constituída há mais de 5 anos e nunca beneficiada dos Institutos da Lei 11.101/2005, vem enfrentando dificuldades financeiras oriundas da crise econômica o que fez com que seu faturamento anual caísse em 40%, acarretando o não pagamento de dívidas tributárias e principalmente trabalhistas. O Diretor Financeiro da empresa procura seu escritório para detalhamento de eventual pedido de Recuperação Extrajudicial sob o argumento de ser procedimento menos oneroso e mais rápido do que o processo judicial. Oriente seu cliente de acordo com a legislação falimentar vigente. Passa Sete Serviços Médicos S/A apresentou a seus credores plano de recuperação extrajudicial, que obteve a aprovação de mais de quatro quintos dos créditos de todas as classes por ele abrangidas. O plano estabeleceu a produção de efeitos anteriores à homologação judicial, exclusivamente, em relação à forma de pagamento dos credores signatários que a ele aderiram, alterando o valor dos créditos com deságio de 30% (trinta por cento). Direito Empresarial IV Unidade 2 – Plano de aula 05 Caso concreto 20/02/2018 22 A companhia consultou seu advogado, que se pronunciou corretamente sobre o caso, da seguinte forma: a) o plano não pode estabelecer a produção de efeitos anteriores à homologação, devendo o juiz indeferir sua homologação, permitindo, contudo, novo pedido, desde que sanada a irregularidade. b) o plano não pode estabelecer a produção de efeitos anteriores à homologação, devendo o juiz negar liminarmente sua homologação e decretar a falência. c) é lícito que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação, desde que exclusivamente em relação à modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores signatários. d) é lícito que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação, desde que exclusivamente em relação à supressão da garantia ou sua substituição de bem objeto de garantia real. Direito Empresarial IV Unidade2– Plano de aula 05 Caso concreto 20/02/2018 23 Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 3. Recuperação Judicial. Disposições Gerais. 3.1 Conceito. Pressupostos. Meios de Recuperação. 3.2. Do Pedido e do Processamento da Recuperação Judicial. 3.2.1 Petição Inicial. 3.2.2 Do Plano de Recuperação Judicial. 3.3 Do Procedimento de Recuperação Judicial. Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Objetivos Lei 11.101/05 Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Conceito Medida judicial com objetivo de evitar que a crise na empresa acarrete a falência de quem a explora: Recuperação Judicial Homologação judicial de acordo de recuperação extrajudicial Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Objetivos da Recuperação Judicial e da Homologação: Lei 11.101/05 - art. 47 • Saneamento da crise econômico-financeira e patrimonial • Preservação da atividade econômica • Preservação de seus postos de trabalho • Atendimento aos interesses dos credores [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Pressupostos custo socializado Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Pressupostos Somente as empresas viáveis devem ser objeto de recuperação judicial ou extrajudicial: – Importância social –Mão de obra e tecnologia empregadas –Volume do ativo e passivo – Idade da empresa –Porte econômico 20/02/2018 24 Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Processamento 3 fases Fase postulatória Fase deliberativa Fase de execução Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Processamento Fase postulatória Inicia com a petição inicial e termina com o despacho mandando processar o pedido Fase deliberativa Inicia com o despacho mandando processar o pedido e termina com a decisão concessiva do benefício Fase de execução Inicia com a decisão concessiva do benefício e termina com a sentença de encerramento do processo Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase postulatória A fase postulatória do processo de recuperação judicial compreende, via de regra, dois atos apenas: 1.a petição inicial (com a instrução exigida por lei)e 2.o despacho do juiz mandando processar a recuperação. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase postulatória: requisitos Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III – não ter, há menos de 5 (cinco)* anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. Parágrafo único. A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. * Ver art. 48 alterado pela LC 147/2014 Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase postulatória: requisitos Os requisitos para a legitimação da sociedade empresária ao pedido de recuperação judicial são quatro: a)Não estar falida; b)Explorar a atividade econômica há pelo menos 2 anos; c) Não ter requerido igual benefício há menos de 5 anos (ou 8 anos, se microempresário ou empresa de pequeno porte); d)Seu sócio controlador e seus diretores não podem ter sido condenados por crime falimentar. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase postulatória: requisitos Requisitos Legitimidade 20/02/2018 25 Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase postulatória: requisitos Só tem legitimidade ativa para o processo de recuperação judicial quem é legitimado passivo para o de falência... e tiver interesse. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase postulatória: do pedido Petição inicial: Lei 11.101 – art. 51 • Exposição das causas • Demonstrações contábeis e relatório • Relação dos credores • Relação dos empregados • Documentos societários • Bens de sócio ou acionista controlador e administradores • Extratos bancários e de investimentos • Certidões de protesto • Relação das ações judiciais em andamento Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase postulatória: do pedido Transparência X Sigilo de informações estratégicas Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase postulatória: do pedido A mera distribuição do pedido de recuperação judicial produz o efeito de sustar a tramitação dos pedidos de falência aforados contra a devedora requerente. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase postulatória: despacho Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato: I – nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei; II – determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, observando o disposto no art. 69 desta Lei; III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6o desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei; IV – determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores; V – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento. Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase postulatória: despacho Despacho de Processamento da Recuperação Judicial: • Nomeação do administrador judicial • Dispensa do requerente da exibição de certidões negativas para o exercício de suas atividades econômicas (...) • Suspensão de todas as ações e execuções contra o devedor (...) • Determinação à devedora de contas demonstrativas mensais • Intimação do Ministério Público e comunicação às Fazendas públicas (...) 20/02/2018 26 Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase postulatória: despacho Art. 52. (...) § 1o O juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão oficial, que conterá: I – o resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processamento da recuperação judicial; II – a relação nominal de credores, em que se discrimine o valor atualizado e a classificação de cada crédito; III – a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do art. 7o, § 1o, desta Lei, e para que os credores apresentem objeção ao plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta Lei. § 2o Deferido o processamento da recuperação judicial, os credores poderão, a qualquer tempo, requerer a convocação de assembleia-geral para a constituição do Comitê de Credores ou substituição de seus membros, observado o disposto no § 2o do art. 36 desta Lei. § 3o No caso do inciso III do caput deste artigo, caberá ao devedor comunicar a suspensão aos juízos competentes. § 4o O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência na assembleia-geral de credores. Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Processamento Fase postulatória Inicia com a petição inicial e termina com o despacho mandando processar o pedido Fase deliberativa Inicia com o despacho mandando processar o pedido e termina com a decisão concessiva do benefício Fase de execução Inicia com a decisão concessiva do benefício e termina com a sentença de encerramento do processo Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase deliberativa A fase de deliberação do processo de recuperação judicial inicia-se com o despacho de processamento. O principal objetivo dessa fase, é a votação do plano de recuperação da sociedade empresária devedora. Para que essa votação se realize, porém, como providência preliminar, é indispensável a verificação dos créditos. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Homologação do quadro geral de credores 1ª lista de credores 15dias 2ª lista de credores 45dias 10dias 5dias 5dias 5dias Lista final 5dias... A sociedade devedora deve elaborar o Plano de Recuperação Judicial, para apresentá-lo no prazo de 60 dias, contados da publicação do despacho de deferimento do processamento. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Apresentação do plano Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter: I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo; II – demonstração de sua viabilidade econômica; e III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissionallegalmente habilitado ou empresa especializada. Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a manifestação de eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei. Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Apresentação do plano 20/02/2018 27 Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Apresentação do plano Se o plano de recuperação é consistente, há chances de a empresa se reestruturar e superar a crise em que mergulhara. Terá, nesse caso, valido a pena o sacrifício imposto diretamente aos credores e indiretamente a toda a sociedade brasileira. [Coelho, 2009] A consistência econômica do plano está diretamente relacionada ao adequado diagnóstico das razões da crise e de sua natureza (...) e à adequação dos remédios indicados para o caso. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Apresentação do plano Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros: I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas; (...) XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor. Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Meios de recuperação 1. Concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas; 2. Cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente; 3. Alteração do controle societário; 4. Substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos; Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Meios de recuperação 5. Concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano especificar; 6. Aumento de capital social; 7. Trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos próprios empregados; 8. Redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva; Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Meios de recuperação 9. Dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro; 10.Constituição de sociedade de credores; 11.Venda parcial dos bens; 12.Equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Meios de recuperação 20/02/2018 28 13.Usufruto da empresa; 14.Administração compartilhada; 15.Emissão de valores mobiliários; 16.Constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor. Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Meios de recuperação Assembleia de credores A assembleia de credores é um importante órgão da recuperação judicial da empresa. A ela cabe, por exemplo, aprovar o plano de recuperação apresentado pela devedora. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Assembleia de Credores Assembleia de credores A assembleia de credores é um importante órgão da recuperação judicial da empresa. A ela cabe, por exemplo, aprovar o plano de recuperação apresentado pela devedora. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 2 – Recuperação Judicial Assembleia de Credores Art. 35. A assembleia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre: I – na recuperação judicial: a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor; b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição; c) (VETADO) d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4o do art. 52 desta Lei; e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor; f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores; Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Assembleia de Credores Assembleia de credores Na Assembleia de Credores, há cinco instâncias de deliberação: o plenário e quatro instâncias classistas. Dependendo da matéria em discussão, a votação cabe a uma ou mais dessas instâncias. [Coelho, 2009] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Assembleia de Credores Art. 41. A assembleia-geral será composta pelas seguintes classes de credores: I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho II – titulares de créditos com garantia real III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados IV - titulares de créditos enquadrados como micro empresa ou empresa de pequeno porte Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Assembleia de Credores 20/02/2018 29 Art. 36. A assembleia-geral de credores será convocada pelo juiz por edital publicado no órgão oficial e em jornais de grande circulação nas localidades da sede e filiais, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, o qual conterá: I – local, data e hora da assembleia em 1a (primeira) e em 2a (segunda) convocação, não podendo esta ser realizada menos de 5 (cinco) dias depois da 1a (primeira); II – a ordem do dia; III – local onde os credores poderão, se for o caso, obter cópia do plano de recuperação judicial a ser submetido à deliberação da assembleia. Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Assembleia de Credores Seção IV Da Assembleia-Geral de Credores Art. 37. A assembleia será presidida pelo administrador judicial, (...) (...) § 2o A assembleia instalar-se-á, em 1a (primeira) convocação, com a presença de credores titulares de mais da metade dos créditos de cada classe, computados pelo valor, e, em 2a (segunda) convocação, com qualquer número. (...) Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Assembleia de Credores Seção IV Da Assembleia-Geral de Credores Art. 42. Considerar-se-á aprovada a proposta que obtiver votos favoráveis de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia-geral, exceto nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial nos termos da alínea a do inciso I do caput do art. 35 desta Lei, a composição do Comitê de Credores ou forma alternativa de realização do ativo nos termos do art. 145 desta Lei. * Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Assembleia de Credores O plano de recuperação é aprovado pela Assembleia de Credores quanto atingido o quórum deliberativo qualificado. Quando não atingido esse quórum deliberativo qualificado, mas algo próximo a ele, o plano pode ser adotado. No primeiro caso, o plano aprovado pelos credores é simplesmente homologado pelo juiz. No segundo, pode ser aprovado pelo juiz, ou não. [Coelho, 2009/1] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Assembleia de Credores Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas no art. 41 destaLei deverão aprovar a proposta. § 1o Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes. § 2o Na classe prevista nos incisos I e IV do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito. § 3o O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de quorum de deliberação se o plano de recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito. Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Assembleia de Credores Direito Empresarial IV Unidade 2 – Recuperação Judicial Plano de Recuperação – aprovação ou rejeição Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembleia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei. § 1o O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa: I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes; II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta Lei. § 2o A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 1o deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado. 20/02/2018 30 Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembleia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei. § 1o O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa: I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes; II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta Lei. § 2o A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 1o deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado. Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Assembleia de Credores LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966 Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial - Assembleia de Credores Fase postulatória Inicia com a petição inicial e termina com o despacho mandando processar o pedido Fase deliberativa Inicia com o despacho mandando processar o pedido e termina com a decisão concessiva do benefício Fase de execução Inicia com a decisão concessiva do benefício e termina com a sentença de encerramento do processo Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase de execução Direito Empresarial IV Unidade 2 – Recuperação Judicial Plano de Recuperação – execução do plano Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial. § 1o Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei. § 2o Decretada a falência, os credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito da recuperação judicial. Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial. § 1o Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei. § 2o Decretada a falência, os credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito da recuperação judicial. Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase de execução A concessão da recuperação judicial obriga todos os credores anteriores ao pedido (exceto os que não se sujeitam aos efeitos da medida, como, por exemplo, o fiduciário), mesmo aquele que não tenha votado pela sua aprovação na Assembleia. [Coelho, 2009/1] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase de execução 20/02/2018 31 Credores que não se sujeitam à Recuperação: 1. Bancos que anteciparam ao exportador recursos monetários com base em um contrato de câmbio; 2. Proprietários fiduciários, arrendadores mercantis e proprietários vendedores, promitentes vendedores ou vendedores com reserva de domínio, quando do contrato consta cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade. [Coelho, 2009/1] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase de execução A sociedade empresária em recuperação judicial não tem suprimida sua personalidade jurídica. [Coelho, 2009/1] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase de execução Uma única restrição sofrerá sua personalidade: os atos de alienação ou oneração de bens ou direitos do ativo permanente só podem ser praticados se úteis à recuperação judicial. (...) mediante prévia autorização do juiz, ouvido o Comitê. [Coelho, 2009/1] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase de execução Durante a fase de execução da recuperação judicial, a devedora deve apresentar-se em todos os seus atos com a denominação acrescida da expressão “em recuperação judicial”. Em princípio, ela continuará sob a direção de seus administradores anteriores. Apenas se o plano previa a reestruturação da administração ou se estes incorreram em conduta indevida, o juiz determinará sua substituição. Ver art. 64 [Coelho, 2009/1] Direito Empresarial IV Unidade 3 – Plano de aula 06 Recuperação Judicial – Fase de execução Art. 63. Cumpridas as obrigações vencidas no prazo previsto no caput do art. 61 desta Lei, o juiz decretará por
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