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15 Demonstração do Resultado Abrangente

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE 
 
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Demonstração do Resultado Abrangente 
O Financial Accounting Standards Board (FASB) estabeleceu, em junho de 1997, os padrões de 
relatório e divulgação dos resultados abrangentes e seus componentes como um dos itens que 
integram o conjunto de demonstrações financeiras. O conceito de resultados abrangentes 
(comprehensive income) foi introduzido pela publicação do FASB Concepts nº 3 – Elements of 
Financial Statements of Business Enterprises. 
No entanto este conceito passou a ser discutido no Brasil somente em setembro de 2009, quando o 
CPC – Comitê de Pronunciamento Contábil aprovou o Pronunciamento Técnico nº 26, que 
regulamenta dentre outras demonstrações, a Demonstração do Resultado Abrangente. 
De acordo com a Resolução CFC nº 1.185/09 e o CPC 26 a demonstração do resultado abrangente é 
obrigatória, mesmo não sendo prevista na Lei nº 6.404/76. 
O normativo internacional define o resultado abrangente como “uma alteração no patrimônio líquido 
de uma sociedade durante um período, decorrente de transações e outros eventos e circunstâncias 
não originadas dos sócios. Isso inclui todas as mudanças no patrimônio durante o período, exceto 
aquelas resultantes de investimentos dos sócios e distribuições aos sócios”. 
A demonstração de resultados abrangentes é uma importante ferramenta de análise gerencial, pois, 
respeitando o princípio de competência de exercícios, atualiza o capital próprio dos sócios, através do 
registro no patrimônio líquido (e não no resultado) das receitas e despesas incorridas, porém de 
realização financeira “incerta”, uma vez que decorrem de investimentos de longo prazo, sem data 
prevista de resgate ou outra forma de alienação. 
Na prática o resultado abrangente visa apresentar os ajustes efetuados no Patrimônio Líquido como 
se fosse um lucro da empresa, por exemplo, a conta ajuste da avaliação patrimonial, registra as 
modificações de ativos e passivos a valor justo, que pelo princípio da competência não entram na 
DRE, no entanto, no lucro abrangente estas variações serão computadas, a fim de apresentar o lucro 
o mais próximo da realidade econômica da empresa. 
O CPC 26, aprovado pelo Conselho Federal de Contabilidade estabelece que o lucro abrangente seja 
calculado a partir do lucro líquido apurado na DRE, assim a demonstração do resultado abrangente 
deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas: 
1. Resultado líquido do período; 
2. Cada item dos outros resultados abrangentes classificados conforme sua natureza; 
3. Parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconhecida por meio do 
método de equivalência patrimonial; e 
4. Resultado abrangente do período. 
Segundo o pronunciamento do CPC a apresentação do resultado abrangente deve ser feita separada 
da DRE, No entanto, considerando que no Brasil, a demonstração das mutações do patrimônio 
líquido é obrigatória para as companhias abertas, existe ainda, a possibilidade da apresentação da 
demonstração do resultado abrangente aparecer como parte da DMPL. 
A própria regulamentação emitida pelo CPC, autoriza tal publicação quando diz: "A demonstração do 
resultado abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro das 
mutações do patrimônio líquido" 
Entretanto, a entidade deve divulgar o montante do efeito tributário relativo a cada componente dos 
outros resultados abrangentes, incluindo os ajustes de reclassificação na demonstração do resultado 
abrangente ou nas notas explicativas. 
Assim, os componentes dos outros resultados abrangentes podem ser apresentados: 
• Líquidos dos seus respectivos efeitos tributários; ou 
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• Antes dos seus respectivos efeitos tributários, sendo apresentado em montante único o efeito 
tributário total relativo a esses componentes. 
A entidade deve divulgar em notas explicativas os ajustes de reclassificação relativos a componentes 
dos outros resultados abrangentes. 
Demonstração do Resultado Abrangente - PME 
As Demonstrações Contábeis têm o objetivo de oferecer informações sobre a gestão da 
administração, bem como, a posição financeira, desempenho e fluxos de caixa da entidade aos 
seus usuários. 
As Demonstrações Contábeis têm o objetivo de oferecer informações sobre a gestão da 
administração, bem como, a posição financeira, desempenho e fluxos de caixa da entidade aos 
seus usuários internos e externos, sócios, acionistas, governo, instituições financeiras e demais 
usuários das informações contábeis para a tomada de decisão. 
Desta forma, devem ser elaboradas com o todo o rigor técnico respeitando os Princípios e as 
Normas Brasileiras de Contabilidade, e em especial e de acordo com a Resolução do Conselho 
Federal de Contabilidade CFC no. 1.255 de 2009, que aprovou a NBC TG 1000, que trata das 
regras aplicáveis a contabilidade das pequenas e médias empresas. 
Sendo assim, ao fim de cada exercício social, após concluir todos os registros contábeis de 
receitas, despesas, custos, provisões e demais registros, a administração da entidade fará elabora r 
todo o conjunto de demonstrações obrigatórias sendo: Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do 
Resultado do Exercício (DRE) , Demonstração do Resultado Abrangente (DRA), Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), 
Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA), Notas Explicativas (NE) e, caso 
exigido, as Demonstrações Consolidadas, Separadas ou Combinadas. 
Necessário destacar que os administradores devem respeitar, dentre outros, o que diz o artigo no. 
1.078 do código civil e os artigos 132 e 133 da Lei 6.404 de 1976. 
A Resolução 1.255 de 10 de dezembro de 2009 que aprovou a NBC TG 1000, aplicada aos 
exercícios iniciados a partir de 01 de janeiro de 2010 e o Pronunciamento Técnico CPC-PME, onde 
de acordo com a seção 5, item 5.1, a entidade deve apresentar os seus resultados para o período 
contábil de reporte em duas demonstrações de resultado, a Demonstração do Resultado do 
Período e a Demonstração do Resultado Abrangente. 
A Demonstração do Resultado Abrangente deve apresentar as receitas, despesas e outras 
mutações que afetam o patrimônio líquido, mas que não são reconhecidas (ou não foram 
reconhecidas ainda) na Demonstração do Resultado do Exercício. 
De acordo com o item 5.4 do Pronunciamento Técnico CPC-PME, a Demonstração do Resultado 
Abrangente deve iniciar com a última linha da Demonstração do Resultado, em sequência, todos os 
itens de outros resultados abrangentes, sendo: 
a- os efeitos de correção de erros e mudanças de políticas contábeis são apresentados como 
ajustes retrospectivos de períodos anteriores ao invés de como parte do resultado no período em 
que surgiram ( ver Seção 10 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro); e 
b- três tipos de outros resultados abrangentes são reconhecidos como parte do resultado 
abrangente, fora da demonstração do resultado, quando ocorrem: 
b1- alguns ganhos e perdas provenientes da conversão de demonstrações contábeis de operação 
no exterior (ver Seção 30 Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de 
Demonstrações Contábeis); 
b2- alguns ganhos e perdas atuariais (ver Seção 28 Benefícios a Empregados); 
b3- algumas mudanças nos valores justos de instrumentos de hedge (ver Seção 12 Outros Tópicos 
sobre Instrumentos Financeiros). 
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Conforme o item 5.7 A do Pronunciamento Técnico CPC-PME, a Demonstração do Resultado 
Abrangente deve iniciar com o Resultado do Período como primeira linha, transposto da 
Demonstração do Resultado, e evidenciar, no mínimo, as contas que apresentam valoresnos itens 
a seguir: 
a- cada item de outros resultados abrangentes classificado por natureza (letra “b” acima, 
correspondente ao item 5.4 b da norma); 
b- parcela dos outros resultados abrangentes de coligadas, controladas e controladas em conjunto, 
contabilizada pelo método da equivalência patrimonial; 
c- resultado abrangente total. 
Contudo, a entidade, de acordo com o item 5.6 do Pronunciamento Técnico CPC-PME, deve 
divulgar separadamente na Demonstração do Resultado e na Demonstração do Resultado 
Abrangente, respectivamente, o resultado do período e o resultado abrangente total do período, 
atribuível aos proprietários da entidade controladora e à participação de acionistas ou sócios não 
controladores. 
De acordo com as determinações do Pronunciamento Técnico CPC-PME, a Demonstração do 
Resultado Abrangente pode ser assim apresentada: 
EMPRESA X 
BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM X1 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE 
 
20X1 20X0 
Lucro Líquido do Período 
(+-) Ganhos/Perdas de conversão das Demonstrações 
Contábeis 
 
(+ -) Ganhos ou Perdas Atuariais (benefícios a empregados) 
(+ -) Mudanças nos valores justos de instrumentos de Hedge 
(+-) Parcela de outros resultados abrangentes (coligadas, 
controladas e controladas em conjunto, contabilizadas pelo 
MEP) 
 
(=) Resultado Abrangente Total 
Participação no Resultado Abrangente 
Controladores 
Não Controladores 
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O item 3.18 do Pronunciamento Técnico CPC-PME diz que, caso as únicas alterações no 
Patrimônio Líquido durante os períodos das demonstrações contábeis forem decorrentes do 
resultado, de distribuição de lucro, de correção de erros de períodos anteriores e de mudanças de 
políticas contábeis, a entidade pode apresentar uma única demonstração dos lucros ou prejuízos 
acumulados no lugar da demonstração do resultado abrangente e da demonstração das mutações 
do patrimônio líquido. 
Por fim, conforme item 5.10 do Pronunciamento Técnico CPC-PME em comento, a entidade não 
deve apresentar ou descrever qualquer item de receita ou despesa como “item extraordinário” na 
Demonstração do Resultado ou na Demonstração de Resultado Abrangente, ou em notas 
explicativas. 
É de se concluir que a Demonstração do Resultado Abrangente oferece informações muito 
importantes para os usuários das Demonstrações Contábeis, sobretudo no que diz respeito a 
origem dos ajustes realizados no Patrimônio Líquido, de modo que possibilita o conhecimento do 
exato Capital Próprio da entidade e a participação no resultado abrangente dos Controladores e 
Não Controladores. 
O Financial Accounting Standards Board (FASB) estabeleceu, em junho de 1997, os padrões de 
relatório e divulgação dos resultados abrangentes e seus componentes como um dos itens que 
integram o conjunto de demonstrações financeiras. O conceito de resultados abrangentes 
(comprehensive income) foi introduzido pela publicação do FASB Concepts nº 3 - Elements of 
Financial Statements of Business Enterprises. 
No entanto este conceito passou a ser discutido no Brasil apenas em setembro de 2009, quando o 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) aprovou o Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) - 
Apresentação das demonstrações contábeis (1) (2), definindo a base para a apresentação das 
demonstrações financeiras, para assegurar a comparabilidade tanto com as demonstrações de 
períodos anteriores da mesma entidade quanto com as demonstrações de outras entidades. Nesse 
cenário, referido Pronunciamento estabelece ainda os requisitos gerais para a apresentação das 
demonstrações financeiras, diretrizes para a sua estrutura e os requisitos mínimos para seu 
conteúdo. 
Além disso, o Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) também requer determinadas divulgações (3) no 
Balanço Patrimonial (BP), na Demonstração do Resultado Abrangente (DRA), na Demonstração do 
Resultado do Exercício (DRE) e na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), além 
da divulgação de outros itens nessas demonstrações contábeis ou nas Notas Explicativas (NE). 
Divulgações também são exigidas por outros Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e 
Orientações do CPC. A menos que seja especificado em contrário, tais divulgações podem ser 
incluídas nas demonstrações contábeis. 
Dentre essas demonstrações financeiras, a que nos interessa no presente trabalho é a DRA. Referida 
demonstração é uma importante ferramenta de análise gerencial, pois respeitando o princípio de 
competência de exercícios, atualiza o capital próprio dos sócios, através do registro no Patrimônio 
Líquido (e não no resultado) das receitas e despesas incorridas, porém de realização financeira 
"incerta", uma vez que decorrem de investimentos de longo prazo, sem data prevista de resgate ou 
outra forma de alienação. 
O citado Pronunciamento do CPC define o resultado abrangente como sendo "a mutação que ocorre 
no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos que não 
derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários". Compreende todos os 
componentes da "demonstração do resultado" e da "demonstração dos outros resultados 
abrangentes". 
Em suma, a DRA registra os ganhos e as perdas economicamente incorridos, mas de possível 
reversão futura. Na sua essência, o resultado abrangente é aquele que abrange as variações futuras 
de receitas e despesas que já estão registradas no ativo ou no passivo, mas ainda não afetaram o 
resultado do exercício. Por exemplo: um investimento em derivativo é registrado pelo seu valor justo, 
com contrapartida no Patrimônio Líquido (PL), na conta ajuste da avaliação patrimonial. Este ajuste é 
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resultado de uma avaliação que em um futuro poderá ser reconhecida como receita ou despesa, 
dependendo do ajuste. Na apuração do resultado abrangente este ajuste será reconhecido como 
parte integrante do resultado. 
Assim, o resultado abrangente tende a demonstrar os ajustes realizados no Patrimônio Líquido (PL) 
como se fosse um lucro da empresa. Por exemplo, a conta ajuste da avaliação patrimonial registra as 
modificações de ativos e passivos a valor justo, que, pelo princípio da competência, não entram na 
DRE; no entanto, no lucro abrangente estas variações serão computadas, a fim de apresentar o lucro 
o mais próximo da realidade econômica da empresa. 
Feitos esses brevíssimos comentários, passaremos a analisar nos próximos capítulos as principais 
regras para elaboração e divulgação da DRA. Para tanto, utilizaremos como base de estudo o já 
citado Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1), bem como outras normas citadas ao longo do trabalho. 
Registra-se que a DRA é obrigatória mesmo não sendo prevista na Lei nº 6.404/1976, tendo em vista 
a convergência às normas internacionais de contabilidade levada a cabo pelo CPC. 
Demonstrações financeiras: 
As demonstrações financeiras (4) são relatórios extraídos da contabilidade após o registro de todos 
os documentos que fizeram parte do sistema contábil da entidade em uma determinada data, 
normalmente no final do ano. Em outras palavras, as demonstrações financeiras são o conjunto de 
informações (relatórios) que devem ser elaboradas pelas empresas e demais entidades com objetivo 
de prestar contas e/ou informar aos sócios ou acionistas, governo e demais usuários da informação 
contábil as reais condições de seu patrimônio. Tais informações, juntamente com outras constantes 
das Notas Explicativas às demonstrações financeiras, auxiliam os usuários a estimar os resultados 
futuros e os fluxos financeiros futuros da entidade. 
Segundo o IBRACON as demonstrações contábeis (ou Financeiras): 
(...) são uma representaçãomonetária estruturada da posição patrimonial e financeira em 
determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data. O 
objetivo das demonstrações contábeis de uso geral é fornecer informações sobre a posição 
patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma 
ampla variedade de usuários na tomada de decisões. As demonstrações contábeis também mostram 
os resultados do gerenciamento, pela Administração, dos recursos que lhe são confiados. 
Portanto, as demonstrações financeiras deverão exprimir com clareza a situação patrimonial e 
financeira da empresa e as mutações ocorridas no exercício, auxiliando, assim, os diversos usuários 
no processo de tomada de decisão, estimando os resultados futuros e os fluxos financeiros futuros da 
empresa. Os relatórios que a compõem também mostram os resultados do gerenciamento, pela 
administração, dos recursos que lhe são confiados. 
Por fim, nunca é demais mencionar que na elaboração das demonstrações financeiras, as entidades 
devem observar as normas regulamentares dos órgãos normativos. Além disso, a legislação 
societária exige que as Sociedades Anônimas publiquem suas demonstrações em jornais de grande 
circulação, já as sociedades constituídas sob outros tipos societários necessitam apenas manter as 
demonstrações publicadas no Livro Diário e, quando solicitado, enviar cópias a bancos, fornecedores, 
outros parceiros comerciais e investidores. 
transcrição das Demonstrações no Livro Diário: 
Conforme disposto no item 13 da ITG 2000 (R1) - Escrituração Contábil, todas as demonstrações 
financeiras devem ser transcritas no Livro Diário, completando-se com as assinaturas do titular ou do 
representante legal da entidade e do profissional da contabilidade legalmente habilitado. 
Lembramos que igual procedimento deve ser adotado na hipótese de demonstrações financeiras 
elaboradas por força de disposições legais, contratuais ou estatutárias. 
 Resultado abrangente: 
O Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) define o resultado abrangente como sendo "a mutação 
que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos que 
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não derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários". Compreende todos os 
componentes da "demonstração do resultado" e da "demonstração dos outros resultados 
abrangentes". 
Base Legal: Item 7 do CPC 26 - R1 (Chegado pela Tax Contabilidade em 08/09/17). 
2.3) Outros resultados abrangentes: 
Outros resultados abrangentes compreendem itens de receita e despesa (incluindo ajustes de 
reclassificação) que não são reconhecidos na DRE como requerido ou permitido pelos 
Pronunciamentos, Interpretações e Orientações emitidos pelo CPC. Os componentes dos outros 
resultados abrangentes incluem: 
a. variações na reserva de reavaliação, quando permitidas legalmente (ver Pronunciamentos 
Técnicos CPC 27 - Ativo Imobilizado e CPC 04 - Ativo Intangível); 
b. ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido reconhecidos 
conforme item 93A do Pronunciamento Técnico CPC 33 - Benefícios a Empregados; 
c. ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior 
(ver Pronunciamento Técnico CPC 02 - Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de 
demonstrações contábeis); 
d. ganhos e perdas na remensuração de ativos financeiros disponíveis para venda 
(ver Pronunciamento Técnico CPC 38 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração); 
e. parcela efetiva de ganhos ou perdas advindos de instrumentos de hedge em operação 
de hedge de fluxo de caixa (ver Pronunciamento Técnico CPC 38). 
Conteúdo da DRA: 
A DRA pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro da DMPL. Quando 
apresentada em demonstrativo próprio, a primeira linha da DRA corresponderá ao resultado do 
período, transposto da DRE, seguida dos outros resultados abrangentes, e deverá evidenciar, no 
mínimo: 
a. o total do resultado (do período); 
b. total de outros resultados abrangentes; 
c. resultado abrangente do período, sendo o total do resultado e de outros resultados abrangentes. 
Se a entidade apresenta a DRE separada da DRA (5), ela não deve apresentar a DRE incluída na 
DRA. 
Itens de divulgação obrigatória: 
A entidade deve apresentar os seguintes itens, além da demonstração do resultado e de outros 
resultados abrangentes, como alocação da demonstração do resultado e de outros resultados 
abrangentes do período: 
a. resultado do período atribuível a: 
i.participação de não controladores; e 
ii.sócios da controladora; 
b. resultado abrangente atribuível a: 
i.participação de não controladores; e 
ii.sócios da controladora. 
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Se a entidade apresentar a DRE em demonstração separada, ela apresentará a letra "a" acima nessa 
demonstração. 
Outros resultados abrangentes devem apresentar rubricas para valores de: 
a. outros resultados abrangentes (excluindo valores previstos na letra "b"), classificados por natureza 
e agrupados naquelas que, de acordo com outros Pronunciamentos Técnicos do CPC: 
i.não serão reclassificados subsequentemente para o resultado do período; e 
ii.serão reclassificados subsequentemente para o resultado do período, quando condições específicas 
forem atendidas; 
b. participação em outros resultados abrangentes de coligadas e empreendimentos controlados em 
conjunto contabilizados pelo método da equivalência patrimonial, separadas pela participação nas 
contas que, de acordo com outros Pronunciamentos Técnicos CPC: 
i.não serão reclassificadas subsequentemente para o resultado do período; e 
ii.serão reclassificadas subsequentemente para o resultado do período, quando condições específicas 
forem atendidas. 
Base Legal: Itens 81B e 82A do CPC 26 - R1 (Chegado pela Tax Contabilidade em 08/09/17). 
5) Inclusão de outras rubricas: 
Em função dos efeitos das várias atividades, transações e outros eventos da entidade diferirem em 
termos de frequência, potencial de ganho ou perda e previsibilidade, a divulgação dos componentes 
do desempenho ajuda na compreensão do desempenho alcançado e a fazer projeções de futuros 
resultados. 
Outras rubricas devem ser incluídas na DRA, sendo as nomenclaturas utilizadas e a ordenação das 
rubricas modificadas quando seja necessário para explicar os elementos de seu desempenho. 
Os fatores a serem considerados incluem a relevância, a natureza e a função dos componentes das 
receitas e despesas dessas demonstrações. Por exemplo, uma instituição financeira modifica as 
referidas nomenclaturas a fim de fornecer a informação que é relevante para as operações de uma 
instituição financeira. 
Os itens de receitas e despesas não devem ser compensados a menos que sejam atendidos os 
critérios do item 32 do Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1). 
32. A entidade não deve compensar ativos e passivos ou receitas e despesas, a menos que a 
compensação seja exigida ou permitida por um Pronunciamento Técnico, Interpretação ou Orientação 
do CPC. 
Por fim, temos que a entidade não deve apresentar rubricas ou itens de receitas ou despesas como 
itens extraordinários, quer na DRA, quer na DRE, quer nas Notas Explicativas (NE). 
Base Legal: Itens 32, 86 e 87 do CPC 26 - R1 (Chegado pela Tax Contabilidade em 08/09/17). 
6) Outros resultados abrangentes do período: 
A entidade deve divulgar o montante do efeito tributário relativo a cada componente dos outros 
resultados abrangentes, incluindo os ajustes de reclassificação na DRA ou nas Notas Explicativas 
(NE). 
Os componentes dos outros resultados abrangentes podem ser apresentados: a) líquidosdos seus 
respectivos efeitos tributários ou; b) antes dos seus respectivos efeitos tributários, sendo apresentado 
em montante único o efeito tributário total relativo a esses componentes. A entidade deve divulgar 
ajustes de reclassificação relativos a componentes dos outros resultados abrangentes. 
Base Legal: Itens 90 a 92 do CPC 26 - R1 (Chegado pela Tax Contabilidade em 08/09/17). 
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7) Reclassificação de resultados abrangentes para o resultado do período: 
Alguns Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações do CPC especificam se e quando 
itens anteriormente registrados como outros resultados abrangentes devem ser reclassificados para o 
resultado do período. 
Tais ajustes de reclassificação são incluídos no respectivo componente dos outros resultados 
abrangentes no período em que o ajuste é reclassificado para o resultado líquido do período. Por 
exemplo, o ganho realizado na alienação de ativo financeiro disponível para venda é reconhecido no 
resultado quando de sua baixa. Esse ganho pode ter sido reconhecido como ganho não realizado nos 
outros resultados abrangentes do período corrente ou de períodos anteriores. 
Dessa forma, os ganhos não realizados devem ser deduzidos dos outros resultados abrangentes no 
período em que os ganhos realizados são reconhecidos no resultado líquido do período, evitando que 
esse mesmo ganho seja reconhecido em duplicidade. 
Base Legal: Item 93 do CPC 26 - R1 (Chegado pela Tax Contabilidade em 08/09/17). 
7.1) Apresentação dos ajustes de reclassificação: 
Os ajustes de reclassificação podem ser apresentados na DRA ou nas Notas Explicativas (NE). A 
entidade que apresente os ajustes de reclassificação nas Notas Explicativas (NE) deve apresentar os 
componentes dos outros resultados abrangentes após os respectivos ajustes de reclassificação. 
Os ajustes de reclassificação são cabíveis, por exemplo, na baixa de investimentos em entidade no 
exterior (ver Pronunciamento Técnico CPC 02 (R2) - Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e 
Conversão de demonstrações contábeis), no desreconhecimento (baixa) de ativos financeiros 
disponíveis para a venda (ver Pronunciamento Técnico CPC 38 - Instrumentos Financeiros: 
Reconhecimento e Mensuração) e quando a transação anteriormente prevista e sujeita a hedge de 
fluxo de caixa afeta o resultado líquido do período (ver item 100 do Pronunciamento Técnico CPC 38 
no tocante à contabilização de operações de hedge de fluxos de caixa). 
Ajustes de reclassificação não decorrem de mutações na reserva de reavaliação (quando permitida 
pela legislação vigente) reconhecida de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 27 - Ativo 
Imobilizado e Pronunciamento Técnico CPC 04 (R1) - Ativo Intangível ou de ganhos e perdas 
atuariais de planos de benefício definido, reconhecidos em consonância com o Pronunciamento 
Técnico CPC 33 (R1) - Benefícios a Empregados. Esses componentes são reconhecidos como outros 
resultados abrangentes e não são reclassificados para o resultado líquido em períodos subsequentes. 
As mutações na reserva de reavaliação podem ser transferidas para reserva de lucros retidos (ou 
prejuízos acumulados) na medida em que o ativo é utilizado ou quando é baixado 
(ver Pronunciamento Técnico CPC 27 e Pronunciamento Técnico CPC 04 (R1)). Ganhos e perdas 
atuariais devem ser reconhecidos na reserva de lucros retidos (ou nos prejuízos acumulados) no 
período em que forem reconhecidos como outros resultados abrangentes (ver o Pronunciamento 
Técnico CPC 33). 
Base Legal: PT CPC 02 - R2; PT CPC 04 - R1; Itens 94 a 96 do CPC 26 - R1; PT CPC 27; PT CPC 
33 - R1; e; Item 100 do PT CPC 38 (Chegado pela Tax Contabilidade em 08/09/17). 
7.2) Modelo de DRA: 
Reproduzimos abaixo o modelo de DRA constante do Apêndice A do Pronunciamento Técnico CPC 
26 (R1), o qual poderá ser utilizado pelas entidades que optarem pela divulgação em separado desta 
demonstração. 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE EM 31.12.X0 - R$ 
Lucro Líquido do Exercício 
 
272.000,00 
Parcela dos Sócios da Controladora 250.000,00 
 
Parcela dos Não controladores 22.000,00 
 
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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE EM 31.12.X0 - R$ 
(-) Ajustes de Instrumentos Financeiros 
 
60.000,00 
Tributos sobre Ajustes de Instrumentos Financeiros 
 
20.000,00 
Equivalência Patrimonial sobre Ganhos Abrangentes de 
Coligadas 
 
30.000,00 
Ajustes de Conversão do Período 
 
260.000,00 
(-) Tributos sobre Ajustes de Conversão do Período 
 
90.000,00 
Outros Resultados Abrangentes Antes da Reclassificação 
 
160.000,00 
Ajustes de Instrumentos Financeiros Reclassificados para 
Resultado 
 
10.600,00 
Outros Resultados Abrangentes 
 
170.600,00 
Parcela dos Sócios da Controladora 164.600,00 
 
Parcela dos Não Controladores 6.000,00 
 
Resultado Abrangente Total (6) 
 
442.600,00 
Parcela dos Sócios da Controladora 414.600,00 
 
Parcela dos Não Controladores 
28.000,00 
 
 
 
Entre as novidades trazidas pela Contabilidade das PMEs está o Resultado Abrangente, que consiste 
nas mudanças que ocorrem no patrimônio líquido resultantes de transações e outros eventos, não 
ocorridas com os sócios. 
Como as demais demonstrações contábeis, tem como finalidade apresentar informações úteis para 
apoiar o processo decisório de uma vasta gama de usuários que não podem exigir relatórios 
específicos para atender suas necessidades de informação. 
A Demonstração de Resultado Abrangente Total é a diferença entre todas as receitas e todas as 
despesas (soma do resultado com outros resultados abrangentes), assim, não pode ser entendida 
como um elemento separado, uma vez que não é necessário nenhum princípio específico para seu 
reconhecimento, ou seja, todos os princípios para reconhecimento e mensuração, válidos as demais 
demonstrações, são válidos para a abrangente. 
Os itens de resultado abrangente são: 
a) os efeitos de correção de erros e mudanças de políticas contábeis apresentados como ajustes 
retrospectivos de períodos anteriores; 
b) alguns ganhos e perdas provenientes da conversão de demonstrações contábeis de operação no 
exterior 
c) alguns ganhos e perdas atuariais; 
d) algumas mudanças nos valores justos de instrumentos de hedge. 
Os itens abordados, em sua maioria, são estranhos às pequenas e médias empresas, que raramente 
necessitarão elaborar esta demonstração, limitando-se as informações da demonstração de 
 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE 
 
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resultados. Apesar disto, com o objetivo de alinhar as práticas das grandes empresas, obrigadas aos 
CPC´s completos, dedicaram a seção 5 a Demonstração do Resultado e a Demonstração do 
Resultado Abrangente. 
As grandes empresas, com operações financeiras e comerciais em vários países estão expostas a 
riscos e oportunidades, portanto susceptíveis a ganhos e perdas com diferenças de variações 
cambiais de operações no exterior, variação líquida de hedge de investimento líquido em operações 
no exterior, parcela efetiva de mudança de valor justo dos hedges de fluxo de caixa, imposto de renda 
e contribuição social sobre lucros abrangentes, entre outros, que necessitam informar aos usuários. 
Apesar da complexidade das operações que cercam os itens da Demonstração de Resultado 
Abrangente o pronunciamento não exige, ou recomenda para as PMEs, a avaliação anual ou a 
contratação de serviços de atuário independente para calculo do benefício definido (item “c” – ganhos 
ou perdas atuariais). Recomenda, caso as premissas atuariais não mudem significativamente entre 
os períodos da demonstração, como por exemplo alterações nos dados demográficosdos 
empregados (número de empregados e níveis de salário), a mensuração por meio de ajuste na 
mensuração do período anterior. 
Nesta demonstração são reconhecidas despesas que não puderam ser consideradas como ativos, 
pela improbabilidade de geração de benefícios econômicos para a entidade após o período contábil 
corrente, e cujos reembolsos ocorreram ou foram comprometidos. 
Os itens que compõem os resultados abrangentes podem ser apresentados dentro da Demonstração 
de Mutação do Patrimônio Líquido – DMPL ou em demonstrativo próprio, ocasião que é elaborada se 
iniciado após o resultado do período, e complementada com os itens dos outros resultados 
abrangentes. 
Similar ao resultado abrangente total do período o resultado abrangente deve ser divulgado 
separando a parcela atribuída aos proprietários da entidade controladora dos acionistas ou sócios 
não controladores 
Quando as alterações no patrimônio líquido, durante os períodos apresentados (exercício atual e o 
exercício anterior), derivarem da distribuição de lucros, correção de erros de exercícios anteriores e 
de mudanças de políticas contábeis a empresa pode apresentar uma única demonstração de lucros 
ou prejuízos acumulados no lugar da demonstração do resultado abrangente e da demonstração das 
mutações do patrimônio líquido. 
Concluindo este artigo, destacamos o caráter da Demonstração de Resultado Abrangente – DRA 
como medida de desempenho da empresa, ou de seus gestores, com relação as transações e 
eventos não diretamente ocorridos com os sócios. 
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