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Direito Penal IV

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Direito Penal IV – 16/02/16
Aula 1
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Crimes praticados por Funcionário Público contra administração Pública:
São os chamados crimes funcionais que estão na categoria dos crimes próprios porque exigem uma qualidade especial do sujeito ativo, que é ser funcionário público.
Os crimes funcionais se subdividem em:
1 Funcionais Próprios: São aqueles que retirada a elementar funcionário público gera atipicidade absoluta. Ex: Art. 323 – abandono de cargo público.
2 Funcionais Impróprios: São aqueles que retirada a elementar funcionário público, gera atipicidade relativa. Ex: Peculato Art. 312, em relação ao crime de apropriação indébita.
 Funcionário público
        Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
        § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.
- Conceito de funcionário público para efeitos penais:
 Conforme artigo 327 do CP, o conceito de funcionário público para efeitos penais é mais amplo e abrange todos aqueles que de alguma forma realizam uma função pública, sendo irrelevante se o vínculo é definitivo ou transitório, remunerado ou não.
Exemplo: jurados, mesários, conciliador ou estagiário de JECRIM, defensoria etc.
 O artigo 327, §1º amplia ainda mais o conceito de funcionário público, incluindo aqueles que exercem funções em entidade paraestatal (SESC, SENAI, ONGs) e ainda aqueles que prestam serviço em empresas privadas contratadas ou conveniadas para execução de atividades típicas da administração pública.
Exemplo: O engenheiro de uma empresa privada contratada para a execução de uma obra pública, desvia o dinheiro destinado à obra.
Pode um particular responder por um crime que é próprio do funcionário público?
Sim, desde que em concurso de pessoas com funcionário público. A fundamentação está no artigo 29 do CP, que trata da Teoria Monista, que estabelece que todos aqueles que colaboram para um crime, incidem nas penas a ele cominadas. E também no artigo 30 do CP, que estabelece que as elementares de caráter pessoal se comunicam ao coautor ou partícipe. Mas, para o particular responder pelo crime funcional, ele tem que saber que está aderindo a conduta de um funcionário público.
CRIMES FUCIONAIS EM ESPÉCIE
Peculato Próprio – Art. 312, caput do CP.
        Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
        Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
 A principal característica do Peculato Próprio é que o funcionário público tem a posse do bem em razão do cargo. Se subdivide em:
Art. 312, 1ª parte, caput do CP – Peculato-Apropriação:
O funcionário público se apropria do bem com a intenção de assenhoramento definitivo.
Art. 312, 2ª parte, caput do CP – Peculato-Desvio: 
O funcionário público não se apropria do bem com a intenção de se assenhorar da coisa de forma definitiva, mas desvia o bem, dando uma destinação diversa em proveito próprio ou alheio mesmo com a intenção de devolve-lo. 
 OBS.: O peculato de uso não é crime, mas para tanto este uso tem que ser momentâneo e sem deterioração do bem. Só haverá crime de peculato de uso, em relação aos Prefeitos, punido pelo artigo 1º, inciso II do Decreto Lei 201/67.
 
 Peculato Impróprio ou Peculato Furto - Art. 312, §1º do CP. 
        § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
 O funcionário público não tem a posse do bem, ele o subtrai. Mas, para tanto, no momento da execução do crime, se vale de uma facilidade que o cargo lhe proporciona. Caso ele subtraia como qualquer ladrão subtrairia, responderá por furto.
 Peculato Culposo – Art. 312, §2º do CP.
        § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
        § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
 O artigo 312, §3º do CP, traz uma possibilidade de extinção da punibilidade no peculato culposo, se o funcionário público repara o dano antes da sentença irrecorrível. Se a reparação for posterior, reduz a pena pela metade.
 A reparação do dano no peculato doloso pode beneficiar o agente conforme artigo 16 do CP ou conforme artigo 65, III, b do CP.
 
 Peculato mediante erro de outrem – Art. 313 do CP.
  Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
 O funcionário público se apropria de bem que chegou às suas mãos mediante erro de outrem. 
Exemplo: Depósito errôneo na conta de um servidor.
 Inserção de dados falsos em sistema de informações – Art. 313-A do CP.
        Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: 
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
 O funcionário público faz a inserção de dados falsos, ou altera ou exclui dados verdadeiros no banco de dados da administração pública.
  Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações – 313-B.
        Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente:  
        Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa
 É a modificação não autorizada no programa de informática da administração pública.
 
 Concussão – Art. 316 do CP
        Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
        Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
 O funcionário público exige direta ou indiretamente vantagem indevida. Mas, no crime de concussão, a ameaça diz respeito a função pública e as represálias prometidas a ela se referem.
Exemplo: O juiz exige 100 mil reais para não condenar o réu.
 Se houver violência ou ameaça de mal estranho à função pública, haverá crime de extorsão.
 A diferença da concussão para o crime de corrupção passiva (art. 317 do CP) está no verbo típico, que na concussão é exigir e na corrupção passiva é solicitar. 
 A consumação do crime de concussão se dá no ato da exigência. Se houver o recebimento da vantagem indevida, será mero exaurimento do crime.
 Aquele que sede à exigência do funcionário público não comete crime, pois não há previsão legal.
  Excesso de exação:
        § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: 
        Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
        § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
        Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
 É a cobrança regular de tributos que faz parte de uma atividade legítima da administração pública, mas que será crime se houver excesso nos seguintes moldes:
§1º - 1. O funcionário público exige um tributo indevido para recolher aos cofrespúblicos.
2. O funcionário público exige um tributo devido, mas emprega na cobrança um meio humilhante.
§2º - Traz uma outra modalidade de excesso de exação que é o ato do funcionário público exigir um tributo indevido para recolher aos cofres públicos, mas desvia este dinheiro em proveito próprio ou alheio.
23/02/16
CASO CONCRETO DA SEMANA 1
No dia 05 de maio do corrente ano, Jonas B. e Abelardo F, policiais civis, flagraram Lucas M., Marciano L., vulgo Martelão e sua companheira Neide S., mantendo em depósito, de forma livre e consciente, cerca de 35 (trinta e cinco) quilos de cocaína, sem autorização legal ou regulamentar, com vistas à posterior comercialização da citada droga. Jonas B. e Abelardo F valendo-se da condição de policiais civis, e sempre atuando em comunhão de desígnios, exigiram, para si, vantagem indevida consistente no recebimento da quantia aproximada de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), em troca da liberdade dos integrantes do grupo criminoso. Para tanto, os policiais civis deixariam de cumprir seu dever de ofício, qual seja, não dariam voz de prisão em flagrante aos agentes. Sendo certo que os agentes receberam parte da quantia em bens móveis (veículo automotor) e a outra em dinheiro, com base nos estudos realizados sobre os crimes contra a Administração Pública, responda de forma objetiva e fundamentada: 
Qual a correta tipificação da conduta de Jonas B. e Abelardo F. ? 
R: Art. 316 do CP, crime de concussão.
2. O recebimento da vantagem indevida é requisito para a consumação do delito? 
R: Não, porque o crime de concussão se consuma no ato da exigência, o recebimento da vantagem indevida é mero exaurimento do crime
3. Diferencie os delitos de concussão e corrupção passiva. 
R: A diferença está no verbo típico, que na concussão é exigir e na corrupção passiva é solicitar. 
QUESTÃO OBJETIVA 
Questão n.1. Lucas, funcionário público do Tribunal de Justiça, e Laura, sua noiva, estudante de direito, resolveram subtrair notebooks de última geração adquiridos pela serventia onde Lucas exerce suas funções. Assim, para conseguir seu intento, combinaram dividir a execução do delito. Lucas, em determinado feriado municipal, valendo-se da facilidade que seu cargo lhe proporcionava, identificou-se na recepção e disse ao segurança que precisava ir até a serventia para buscar alguns pertences que havia esquecido. O segurança, que já conhecia Lucas de vista, não desconfiou de nada e permitiu o acesso. Ressalte-se que, além de ser serventuário, Lucas conhecia detalhadamente o prédio público, razão pela qual se dirigiu rapidamente ao local desejado, subtraindo todos os notebooks. Após, foi a uma janela e, dali, os entregou a Laura, que os colocou no carro e saiu. Ao final, 
Lucas conseguiu deixar o edifício sem que ninguém suspeitasse de nada. Todavia, cerca de uma semana após, Laura e Lucas têm uma discussão e terminam o noivado. Muito enraivecida, Laura procura a polícia e noticia os fatos, ocasião em que devolve todos os notebooks subtraídos. 
 Com base nas informações do caso narrado, assinale a afirmativa correta. (OAB. Exame de Ordem Unificado. 2013) 
a) Laura e Lucas devem responder pelo delito de peculato-furto praticado em concurso de agentes. 
b) Laura deve responder por furto qualificado e Lucas deve responder por peculato-furto, dada à incomunicabilidade das circunstâncias. 
c) Laura e Lucas serão beneficiados pela causa extintiva de punibilidade, uma vez que houve reparação do dano ao erário anteriormente à denúncia. 
d) Laura será beneficiada pelo instituto do arrependimento eficaz, mas Lucas não poderá valer-se de tal benefício, pois a restituição dos bens, por parte dele, não foi voluntária.
Aula 2
Corrupção Passiva – Art. 317 do CP:
 Art. 317. - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: 
 Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. 
1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. 
Formas de execução:
1ª: O funcionário público solicita vantagem indevida. Nesta modalidade, a consumação se dá no momento em que o funcionário público solicita a vantagem.
2ª: O funcionário público nada solicita, mas recebe a vantagem indevida que lhe é oferecida. Nesta modalidade a consumação se dá com o recebimento. 
3ª: O funcionário público aceita promessa de recebimento futuro de vantagem indevida. A consumação se dá no momento da aceitação.
Corrupção ativa – Art. 333 do CP.
 Art. 333. - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. 
Parágrafo único: A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. 
OBS.: O artigo 333 do CP trata do crime de Corrupção Ativa, que é o crime do particular corruptor. Porém, a conduta só será típica se o particular oferecer ou prometer vantagem indevida ao funcionário público. Se o particular apenas cede à solicitação feita pelo funcionário público, a conduta é atípica por falta de previsão legal.
Espécies de corrupção passiva quanto a doutrina:
1ª: Corrupção Passiva Própria: O funcionário público solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem indevida para praticar um ato ilegal. Ex.: Pede um dinheiro para não prender em flagrante um traficante de drogas.
2ª: Corrupção Passiva Imprópria: O funcionário público solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem indevida para praticar um ato legal. Ex.: O oficial de justiça recebe um dinheiro do advogado para priorizar o cumprimento de um mandado de penhora em favor de seu cliente.
A doutrina ainda divide a corrupção passiva em:
1ª: Antecedente: O funcionário público primeiro solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem indevida, para depois praticar o ato.
2ª: Subsequente: O funcionário público primeiro realiza o ato, depois solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem indevida.
Corrupção Passiva Privilegiada – Art. 317, §2º do CP.
2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
 
 Trata-se de uma infração penal de menor potencial ofensivo, porque o funcionário público não faz comércio da função pública, mas sim deixa de praticar o ato ou o pratica, infringindo dever funcional para atender pedido ou influência de outrem. 
 A corrupção passiva privilegiada tem em comum com o crime de Prevaricação, o fato do funcionário público não fazer comércio da função pública. A diferença é que no artigo 317, §2º do CP há interferência de terceiro e no artigo 319 do CP (Prevaricação) o funcionário público, sem ninguém pedir, deixa de praticar ou pratica o ato, infringindo dever funcional para atender sentimento ou interesse pessoal. 
Facilitação de contrabando ou descaminho – Art. 318 do CP.
Art. 318. - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
O sujeito ativo deste crime é o funcionário público que tem o dever específico de fiscalizar o contrabando ou descaminho.
Prevaricação Imprópria – Art. 319-A do CP.
É o crime do diretor do presídio ou agente público que deixa de vedar ao preso o acesso a celulares ou similares que permitam a comunicação com outros presos ou com ambiente externo.
Condescendência criminosa – Art. 320 do CP.
Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridadecompetente: 
Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.
É o crime do funcionário público, que por indulgência deixa de punir subordinado que cometeu infração no exercício do cargo. 
Advocacia administrativa – Art. 321 do CP. 
Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. 
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, além da multa.
O funcionário público patrocina interesse privado perante administração pública, valendo-se da função pública.
CASO CONCRETO DA SEMANA 2:
Joana, Delegada de Polícia, negou-se a registrar ocorrência de estupro de vulnerável contra o filho de sua empregada doméstica, Marilza, sob o argumento de que conhecia o jovem e que a suposta vítima, de 13 anos, à época dos fatos, era, como afirmado pela mãe do suposto autor dos fatos, namorada deste. Independentemente do dissídio jurisprudencial acerca da configuração do delito de estupro de vulnerável, quando a menor já possui experiência sexual e consente com a relação sexual, analise sob o aspecto jurídico penal a conduta de Joana. Responda, de forma objetiva e fundamentada, consoante os estudos realizados sobre os Crimes contra a Administração Pública. Ainda, caso a Delegada de Polícia deixasse de registrar ocorrência de estupro de vulnerável a pedido de Marilza, a resposta permaneceria a mesma? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
R: Joana, ao deixar de registrar o estupro de vulnerável pela amizade que tinha com a mãe do autor, comete crime de Prevaricação, previsto no artigo 319 do CP.
Na segunda hipótese, se ela deixou de registrar o crime em razão do pedido da mãe do autor, cometeria Corrupção passiva privilegiada, prevista no artigo 317, §2º do CP. 
QUESTÃO OBJETIVA 
1. Sobre os crimes praticados por funcionário público contra a Administração Pública assinale a opção INCORRETA: 
1. Médico de hospital credenciado pelo SUS que presta atendimento a segurado, por ser considerado funcionário público para efeitos penais, pode ser sujeito ativo do delito de concussão. 
2. O funcionário que deixa de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo, por indulgência, comete crime de Condescendência criminosa. 
3. Segundo o Código Penal, aquele que patrocina, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário público, pratica o crime de advocacia administrativa. 
4. No crime de peculato culposo, a reparação do dano anterior à sentença irrecorrível é causa de redução de pena. 
5. Comete excesso de exação funcionário que exige tributo ou contribuição social indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza.
Aula 3
Crimes praticados por particular contra a administração pública.
Usurpação de função pública – Art. 328 do CPC
Usurpar o exercício de função pública: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único: Se do fato o agente aufere vantagem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
O sujeito ativo deste crime não apenas finge que é funcionário público, o que caracterizaria o artigo 45 da Lei de Contravenções Penais (fingir ser funcionário público), ele vai além, pratica um ato inerente à função que ele usurpa. 
Ex.: O agente se faz passar por policial e realiza uma blitz, checando documentos e revistando carros.
Usurpação de função pública qualificada – Art. 328, §ú do CP: o agente se faz passar por funcionário público, realiza um ato inerente à função que usurpa e aufere uma vantagem. 
OBS.: Caso o agente se passe por policial, recolha doações de comerciantes com o pretexto de colaboração de uma festa na delegacia, cometerá o crime de Estelionato, e não de Usurpação de função pública qualificada, pois não praticou um ato inerente a função que usurpa.
Resistência – Art. 329 do CP.
Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 2 (dois) anos. 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
§2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
É a oposição a prática de um ato legal realizado por um funcionário público competente e o modo de execução é a violência ou ameaça à pessoa.
Resistência qualificada – Art. 329, §1º do CP: a pena é maior quando em razão da resistência o ato não se realiza.
Conforme artigo 329, §2º do CP, haverá concurso do crime de resistência com o crime referente a violência física empregada. O crime de ameaça ficará absorvido. 
01/03/16
Aula 3 – Continuação 
Desobediência – Art. 330 do CP.
Desobedecer a ordem legal de funcionário público: 
Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, e multa. 
O particular desobedece ordem legal do funcionário público sem, no entanto, usar de violência ou ameaça contra ele.
Princípio da intervenção mínima - Não haverá crime de desobediência se existir uma norma extrapenal que solucione este conflito. Ex.: o guarda de trânsito determina que seja retirado do local um veículo estacionado irregularmente. A proprietária do veículo se recusa a retirá-lo, neste caso não haverá o crime de desobediência porque o CTB já sanciona esta conduta, com multa e remoção do veículo. 
Só haverá cumulação da sanção extrapenal com o crime de desobediência se essa norma extrapenal permitir expressamente essa cumulação. Ex.: art. 219 do CPP.
O descumprimento de medida protetiva imposta pela Lei Maria da Penha caracteriza crime de desobediência? Não, porque o CPP no artigo 313, III, já estabelece uma sanção de natureza processual para aquele que descumpre a medida protetiva, que é a possibilidade do juiz decretar sua prisão preventiva. O fundamento é o princípio da intervenção mínima.
Desacato – Art. 331 do CP. 
Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
É ofensa ao funcionário público no exercício da função ou até mesmo fora dela, mas neste último caso, a ofensa tem que ter relação com a função pública. Tem que ter o dolo de ofender.
O desacato exige a presença do funcionário público, uma ofensa, por exemplo, publicada em um jornal seria injúria, com a pena aumentada por ter sido praticada contra funcionário público no exercício da função.
OBS.: Há entendimentos jurisprudenciais no sentido de que o crime de desacato exige um dolo específico que é a consciência do menosprezo da função pública, portanto, excluiria o crime a embriaguez ainda que voluntária, e quando a ofensa se dá em situações de ânimos exaltados.
Vamos supor que o réu, na sessão do tribunal do júri, ofenda a honra de um jurado. Haveria crime de desacato? 
1ª corrente: o conceito de funcionário público do artigo 327 do CP vale tanto para o autor quanto para a vítima. Logo, se para efeitos penais, ele é funcionário público, haverá crime de desacato.
2ª corrente: Majoritária. Esse conceito mais amplo de funcionário público do art. 327 do CP, foi colocado dentro do capítulo “Crimes praticados por funcionário público”. Logo, só se aplica para o autor. Se, para esta corrente, o jurado como vítima não é funcionário público, o réu comete crime de injúria.
Tráfico de influência - Art. 332 do CP.
Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa 
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. 
O sujeito ativo solicita, exige, cobra ou obtémvantagem, fazendo com que a vítima acredite que ele irá influenciar na conduta do funcionário público, quando na verdade há venda de fumaça. 
A pena será aumentada, conforme parágrafo único, se o agente alega ou insinua que a vantagem será para o funcionário público.
Existe um crime semelhante, cujo modo de agir do agente é o mesmo, porque ele vende uma influência que não tem, que é o crime de exploração de prestígio, previsto no artigo 357 do CP, que está dentro do capítulo “Crimes contra a administração da justiça”. A diferença é que neste último, a pessoa diz que vai influir na conduta de juiz, jurado, membro do MP, serventuário da justiça, perito, tradutor e intérprete ou testemunha.
Corrupção ativa – Art. 333 do CP.
Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
É o crime do particular corruptor que oferece ou promete vantagem indevida à funcionário público. Aquele que apenas cede à solicitação do funcionário público não comete crime, por falta de previsão legal.
A corrupção ativa pode ser:
1º - Própria: quando o particular oferece ou promete vantagem indevida para que o funcionário público pratique um ato ilegal. Ex.: o traficante oferece um dinheiro ao policial para não ter a droga apreendida.
2º - Imprópria: o particular oferece ou promete vantagem indevida para que o funcionário público pratique um ato legal. Ex.: a parte interessada dá um dinheiro para o policial cumprir o mandado de prisão.
OBS.: Não existe corrupção ativa subsequente porque em razão da redação do artigo 333 do CP, só há o crime se o oferecimento ou promessa for feita ao funcionário público antes da prática do ato, “para determina-lo a praticar”.
O artigo 334 do CP pune o descaminho, que é a importação ou exportação de mercadoria permitida, sem o pagamento do tributo devido. A jurisprudência aceita neste caso a aplicação do princípio da insignificância.
O artigo 334-A do CP pune o contrabando, que é a importação ou exportação de mercadoria proibida. Salientando que, aplica-se o princípio da especialidade no tráfico internacional de drogas e armas, que são punidas por Lei extravagante.
CASO CONCRETO DA SEMANA 3
Leia o caso concreto apresentado abaixo e responda às questões formuladas: 
Na Praça Central do Balneário do Cassino, Fiscais da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio de Rio Grande, juntamente com policiais civis, atendendo reclamações de moradores acerca da venda de produtos clandestinos e drogas, procederam às diligências no comércio da região. Ao chegarem ao Quiosque Alegria, o proprietário, Jacinto Gomes, ameaçou de morte o Chefe da Investigação, Escrivão de Polícia Paulo Rocha, com o objetivo de impedi-lo de fiscalizar seu estabelecimento comercial. Mesmo sob clima tenso e graves ameaças para cessar o ato legal, o mandado de busca e apreensão foi efetivado. Na operação, servidores apreenderam 260 CDs de músicas, cópias de obras intelectuais reproduzidas sem autorização, que estavam expostos à venda, com intuito de lucro direto. Ainda, em cumprimento ao mandado de busca e apreensão, apreenderam 36 trouxinhas de maconha envoltas em filme plástico incolor e fita adesiva parda, escondidas em uma caixa para armazenar CDs, juntamente com uma agenda, dois telefones celulares e R$2.000,00 em notas diversas. Durante a lavratura do auto de prisão em flagrante, Jacinto, arrependido, retratou-se das ameaças feitas ao policial civil. Quanto à droga, referiu que se destinava para consumo próprio, pois dependente dela, e disse desconhecer a ilicitude na venda de CDs piratas. Dos fatos, Jacinto Gomes restou denunciado pelo pelas condutas de violação de direito autoral tráfico de drogas. Com base nos estudos realizados sobre os crimes contra a Administração Pública, qual conduta também deve ser descrita na denúncia? Responda de forma objetiva e fundamentada. (MPE-RS. Promotor de Justiça. Modificada).
R: Também deve ser descrito na denúncia o crime de resistência, porque Jacinto se opôs à execução de um ato legal praticado por funcionário competente, utilizando-se de graves ameaças contra ele.
QUESTÃO OBJETIVA 
Sobre os crimes praticados por particular contra a Administração Pública assinale a alternativa correta: 
a) O crime de desobediência, previsto pelo art. 330 do Código Penal, por ter como objeto jurídico a administração pública e o cumprimento de suas ordens, não admite a transação penal contida na Lei n.º 9.099/95.
 b) A oposição à execução de ato legal, mediante ameaça a funcionário competente para executá-lo, caracteriza o crime de desobediência.
c) De acordo com o Código Penal, agente que se opõe ou presta auxílio, mediante violência ou ameaça, a funcionário competente para executar ato legal pratica o crime de resistência. 
d) No caso de exaltação de ânimos restará caracterizado o delito de desacato, independentemente da seriedade da ofensa. 
e) Caso a conduta do particular se caracterize pela resistência ativa, haverá concurso formal imperfeito de crimes entre os delitos de resistência e desobediência.
CASO CONCRETO DA SEMANA 4
Leia o caso concreto apresentado abaixo e responda às questões formuladas:
No dia 10 de março do corrente ano, por volta das 10h30min, Gabriela abordou Marinalva e indagou à mesma sobre a localização da agência dos Correios, eis que acabara de achar uma carteira com documentos e desejava entregá-la naquele local. Neste mesmo momento surgiu Penélope que se identificou como dona da carteira e falou que gostaria de recompensar Gabriela e Marinalva. Ato contínuo, Marinalva, Gabriela e Penélope se dirigiram ao endereço onde supostamente a recompensa iria ser paga, sendo no local, Marinalva induzida a deixar sua bolsa com as duas outras mulheres e ir à loja indicada onde receberia o valor de R$500,00. Ao chegar ao local descobriu que não havia loja alguma e que havia caído num golpe, na medida em que Gabriela e Penélope fugiram com sua bolsa que não foi recuperada, vindo a perder um aparelho de telefone celular, um tablet, documentos pessoais e a quantia de R$70,00. Desesperada pela perda dos objetos pessoais Marinalva dirigiu-se à uma viatura policial que se encontrava próxima ao local em que foi abordada, narrou os fatos e solicitou auxílio na recuperação de seus pertences. O policial militar logrou êxito em alcançar Gabriela e Penélope, uma vez que as mesmas se encontravam a apenas dois quarteirões de distância abordando, como posteriormente foi demonstrado pelas provas carreadas nos autos, outra vítima? Analice. A fim de evitar sua prisão Gabriela e Penélope ofereceram a quantia de R$900,00 para que o policial militar Augusto Mello não desse prosseguimento à prisão em flagrante delito, consoante depoimento do mesmo que descreveu toda dinâmica dos fatos, confirmando a conduta das acusadas. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os crimes contra o patrimônio e crimes contra a Administração Pública, sendo certo que Gabriela e Penélope agiram em comunhão de desígnios e vontade, tipifique suas condutas. 
R: Em relação ao crime patrimonial, houve estelionato, previsto no artigo 171 do CP e quando ofereceram dinheiro ao policial, praticaram o crime de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do CP.
QUESTÃO OBJETIVA. 
Ana doou um automóvel ao filho de um fiscal, para que não autuasse sua empresa por fraudes que havia constatado (corrupção ativa). Anita, oficial de justiça, exigiu R$ 5.000,00 de José, para não cumprir mandado de prisão que ordenava a sua prisão (concussão). Ângela decorou a casa de um policial para determiná-lo a deixar de investigar delito que havia praticado (corrupção ativa). Alice, médica de um posto de saúde, solicitou R$ 1.000,00 para fornecer atestado falso a pessoainteressada em justificar faltas ao serviço (corrupção passiva). Amanda, perita judicial, recebeu R$ 5.000,00 de uma das partes para favorecê-la no laudo pericial que estava elaborando (corrupção passiva). O crime de corrupção ativa será imputável somente a: (MPE-MA. Prova: Analista Ministerial? Direito. 2013) 
a) Anita, Alice e Amanda. 
b) Ana e Ângela. 
c) Alice e Amanda. 
d) Alice. 
e) Ana, Alice e Ângela
15/03/16
Aula 5
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
Denunciação caluniosa – art. 339 do CP
Art. 339. - Dar causa a instauração de investigação policial ou de processo judicial contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
O sujeito ativo deste crime não se contenta em macular a honra da vítima. Ele vai além, dando causa à instauração de um procedimento administrativo, policial, ou judicial, imputando falsamente a alguém a prática de um crime que sabe que a pessoa não praticou.
Falsa comunicação de crime ou de contravenção penal – art. 340 do CP
Art. 340. - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado
O sujeito ativo provoca a ação das autoridades públicas, comunicando um crime ou uma contravenção penal inexistente. A diferença em relação ao crime anterior é que o sujeito ativo não imputa a alguém específico o crime inexistente.
Auto-acusação falsa – art. 341 do CP
Art. 341. - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem
O sujeito ativo se acusa de um crime inexistente ou que não foi ele que praticou.
Falso testemunho ou falsa perícia – art. 342 do CP 
Art. 342. - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, tradutor ou intérprete em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
1º- Se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal 
2º- As penas aumentam-se de um terço, se o crime é praticado mediante suborno
Formas de execução: 
1. Prestar declaração falsa 
2. Negar a verdade
O réu não comete falso testemunho, pois não é testemunha e porque está acobertado pelo princípio constitucional da autodefesa que estabelece que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo.
As testemunhas não compromissadas que são aquelas previstas no art. 206 do CPP, como por exemplo o irmão, podem cometer o crime de falso testemunho?
1ª Corrente: Não, porque conforme artigo 208 do CPP, elas não assinam termo de compromisso de dizer a verdade.
2ª Corrente – Majoritária: Cometem crime porque o termo de compromisso não é requisito do crime.
Art. 342, §1º - Causa de aumento de pena.
Art. 342, §2º - Traz a possibilidade de retratação como causa extintiva da punibilidade no crime de falso testemunho, mas para isso a retratação tem que ser feita antes da sentença do processo que foi prestado o falso testemunho.
O artigo 343 do CP traz uma exceção pluralista à Teoria Monista porque pune aquele que corrompe a testemunha, subornando-a para mentir.
Art. 343. - Dar, oferecer, ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, tradução ou interpretação, ainda que a oferta ou promessa não seja aceita: 
Pena - reclusão, de 1(um) a 3(três) anos, e multa. 
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, aplica-se a pena em dobro.
Coação no curso do processo – Art. 344 do CP 
Art. 344. - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral
O sujeito ativo usa de violência ou grave ameaça para favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade ou qualquer pessoa que participe ou seja chamado a intervir em processo judicial, policial ou administrativo.
Exercício arbitrário das próprias razões – Art. 345 do CP
Art. 345. - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite
Parágrafo único. Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa
O agente tem uma pretensão que entende ser legítima, pode pleiteá-la através de vias judiciais, mas prefere fazer justiça com as próprias mãos.
Favorecimento pessoal – Art. 348 do CP
Art. 348. - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão
2º- Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
O sujeito ativo ajuda um criminoso a subtrair-se da ação das autoridades públicas. Para que haja favorecimento pessoal, o acordo de prestar auxílio tem que ser posterior a prática do crime antecedente, porque se for anterior, o agente será partícipe do crime antecedente.
O código penal isenta de pena o ascendente, descendente, cônjuge ou irmão e, por analogia benéfica, inclui-se também o companheiro.
Favorecimento real – Art. 349 do CP
Art. 349. - Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime.
O sujeito ativo auxilia o criminoso, tornando seguro para ele o proveito do crime, mas este acordo de prestar auxílio tem que ser posterior à prática do crime antecedente.
Neste crime, a finalidade do agente é só auxiliar o criminoso. Se ele oculta o produto do crime visando algum proveito, haverá o crime de receptação (art. 180 do CP).
CASO CONCRETO DA SEMANA 5
Chico Bento e Henrique Bom de Papo, em comunhão de vontades e desígnios decidem roubar o veículo automotor de Ludmila Rica, patroa da namorada de Chico Bento, quando esta saísse para ir à academia como fazia diariamente no mesmo horário. A grande dificuldade do plano criminoso estava no local em que seria escondido o veículo antes de ser desmontado para a venda das peças, haja vista tratar-se de um veículo utilitário da marca Volvo de alto valor de venda e de fácil reconhecimento. Desta forma, Chico Bento e Henrique Bom de Papo procuraram Henrique, amigo de infância de e proprietário de uma oficina mecânica, e perguntaram se ele teria interesse em guardar o carro no estabelecimento por uma semana. Antônio Faztudo concordou, o acordo foi sacramentado e, então, o crime de roubo foi praticado. Ante o exposto com base nos estudos realizados sobre os crimes contra o patrimônio e os crimes contra a Administração Pública, analise sob o aspecto jurídico-penal as condutas de Chico Bento, Henrique Bom de Papo, Antônio Faztudo e Rosinha, namorada de Chico Bento, sendo certo que esta desconhecia a conduta de seu namorado, ainda que tenha comentado com ele os horários e rotina da patroa - Ludmila Rica. Ainda, caso Antônio Faztudo fosse procurado por Chico Bento e Henrique Bom de Papo apenas após a subtração do veículo e os agentes o pedissem para guardá-lo em sua oficina narrando o delito de roubo e o mesmo consentisse, a tipificação seria a mesma? 
R: Chico Bento e Henrique serão coautores do roubo circunstanciado e Antônio será partícipe, pois o acordo foi sacramentado antes da prática do roubo. Rosinha não responderá pelo roubo, pela ausência de dolo. Caso Antônio fosse procurado após a prática do roubo, ao concordar em guardar o veículo para ajudar os amigos, responderia por favorecimento real. Se houvesse finalidade de proveito econômico, o crime seria o de receptação.
QUESTÃO OBJETIVA. No que concerne aos crimes contra a Administração da Justiça, é correto afirmar que: 
a) Constitui favorecimento pessoal prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime. 
b) No crime de favorecimento pessoal, algumas pessoas, pela sua qualidade pessoal, ficam isentas de pena em decorrência do auxílioprestado ao criminoso, como por exemplo, seu irmão. 
c) O agente que auxilia pessoa a tornar seguro o proveito do crime é considerado partícipe do delito em qualquer caso. 
d) Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública o autor de crime a que é cominada pena de reclusão caracteriza o delito de favorecimento real.
e) São considerados crimes contra a Administração da Justiça os delitos de favorecimento pessoal, favorecimento real e receptação.
22/03/16
LEIS PENAIS ESPECIAIS
Lei 8.072/90 – Crimes Hediondos
O critério utilizado para definir os crimes hediondos foi o legal, que significa que o art. 1º da Lei 8.072/90 trouxe um rol taxativo dos crimes que serão hediondos.
Tráfico ilícito de drogas, tortura e terrorismo não são crimes hediondos, mas são equiparados a eles, porque o tratamento penal é o mesmo.
Crimes Hediondos em espécie – art. 1º da lei 8.072/90:
I: Pela redação da lei, o homicídio simples é crime hediondo desde que praticado em atividade típica de grupo de extermínio. Esta redação, no entanto, foi condenada pela doutrina, porque na prática o homicídio praticado nesse tipo de atividade será sempre qualificado por ser inerente à torpeza.
O homicídio privilegiado, previsto no art. 121, §1º do CP, não está no rol, portanto não é hediondo. As circunstâncias que tornam o homicídio privilegiado dizem respeito à motivação do crime, portanto são de natureza subjetiva.
O homicídio qualificado, em todos os incisos do art. 121, §2º do CP, é hediondo. Cabe ressaltar que as qualificadoras do inciso I, II, V, VI e VII dizem respeito a motivação, portanto são subjetivos. Já, as dos incisos III e IV dizem respeito ao meio de execução, portanto são objetivas.
Pode haver reconhecimento simultâneo de uma qualificadora e de um privilégio? Segundo o entendimento do STF, é possível desde que a qualificadora seja de natureza objetiva, porque o privilégio sempre diz respeito a motivação. Ex.: o pai mata o estuprador da própria filha mediante asfixia.
O homicídio qualificado e privilegiado ao mesmo tempo será hediondo? Conforme entendimento do STF, deve ser usado o artigo 67 do CP por analogia e ele estabelece que a motivação do crime deve ser preponderante, e no homicídio qualificado e privilegiado ao mesmo tempo, a motivação estará sempre no privilégio. Se ele prepondera, não deve ser considerado hediondo.
I – A: Lesão corporal gravíssima (art. 129, §2º do CP) e Lesão corporal seguida de morte (art. 129, §3º do CP) quando forem praticados contra as pessoas previstas no art. 129, §12º do CP.
II: O Latrocínio é um crime complexo porque é a fusão do roubo e do homicídio, podendo a morte se dar a título de dolo ou de culpa. Para que haja latrocínio, a morte tem que ser decorrente da violência física empregada no roubo. 
Vamos supor que, ao anunciar um assalto, em razão da grave ameaça, tenha a vítima um infarto. Neste caso, haverá roubo e homicídio doloso ou culposo, conforme o caso concreto.
Súmula 603 STF: A competência para processar e julgar o latrocínio é do Juiz singular e não do tribunal do júri, porque o último julga crimes dolosos contra a vida e o latrocínio está inserido nos crimes contra o patrimônio.
Súmula 610 STF: Havendo a morte da vítima, o latrocínio será consumado, ainda que o agente não consiga subtrair seus bens. Se houver subtração patrimonial consumada e morte tentada, haverá tentativa de latrocínio.
III: Extorsão qualificada pela morte (art. 158, §2º do CP). A extorsão se diferencia do roubo porque, na extorsão o comportamento da vítima é imprescindível para o êxito na empreitada criminosa. A extorsão só é crime hediondo se houver a morte da vítima.
Em 2009, foi acrescentado o §3º ao art. 158 do CP para punir o vulgo “sequestro relâmpago”, que na verdade é extorsão com restrição da liberdade da vítima. Na parte final do §3º, o legislador pune a extorsão com restrição da liberdade da vítima seguida de morte, estabelecendo a maior pena do CP, que é 24 à 30 anos. 
A extorsão com restrição da liberdade da vítima seguida de morte é crime hediondo? 
1º Entendimento: Não é crime hediondo, porque o artigo 158, §3º do CP não está no rol. 
2º Entendimento: Deve ser feita uma interpretação extensiva, ampliando o alcance do art. 1º, III da Lei 8.072/90, para considerar crime hediondo, atendendo a vontade do legislador, que claramente é dar um tratamento penal gravoso para este crime, tento em vista ter a maior pena do CP.
IV: A extorsão mediante sequestro é crime hediondo tanto na forma simples quanto qualificada. A consumação deste crime se dá no momento do sequestro, bastando a finalidade de exigir um valor pelo resgate.
29/03/16
Continuação
V: Estupro.
VI: Estupro de vulnerável
VII: Epidemia com resultado morte – art. 267
VII-B: Falsificação, corrupção ou adulteração de produtos destinados à fins terapêuticos ou medicinais.
VIII: Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança, adolescente ou de vulnerável. Art. 218-B, caput, §§ 1º e 2º do CP.
Parágrafo único: Genocídio – Lei 2.889/56.
Implicações penais e processuais penais da Lei dos Crimes Hediondos:
1. Os criminosos hediondos e equiparados (tráfico de drogas, tortura e terrorismo) não terão direito à: (art. 2º da Lei 8.072/90)
a. Anistia: É concedida pelo Congresso Nacional, portanto é uma lei penal de efeito retroativo, que funciona como um esquecimento jurídico da prática de infrações penais. É aplicada em regra à crimes políticos.
b. Graça: É o perdão individual concedido pelo Presidente da República através de decreto e necessita de provocação da parte interessada.
c. Indulto: É o perdão coletivo concedido pelo Presidente da República por questões de política criminal. 
d. Fiança: A lei, no entanto, não proíbe que o juiz conceda liberdade provisória sem o pagamento de fiança, desde que ele verifique que aquela prisão provisória é desnecessária. 
OBS.: O artigo 5º, XLIII da CF já proibia a graça, a fiança e a anistia para estes crimes. A proibição de indulto da Lei dos Crimes Hediondos fere a Constituição? O STF entende que quando a Constituição proíbe a graça, o faz em termos amplos, que abrange a graça em sentido estrito, que é o perdão individual e o indulto, que é o perdão coletivo.
Art. 5º da CF, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.
2. Progressão de regime – art. 2º, §§ 1º e 2º da Lei 8.072/90.
Em 1990, o art. 2º, §1º da LCH, proibia a progressão de regime quando estabelecia que os criminosos hediondos e equiparados teriam que cumprir suas penas EM REGIME INTEGRALMENTE FECHADO.
Em 2006, o STF entendeu que esse dispositivo era inconstitucional porque feria o princípio da individualização da pena. A partir desta declaração, os condenados hediondos e equiparados passaram a ter direito à progressão de regime, com base no art. 112 da LEP, que exige o cumprimento de 1/6 da pena além do bom comportamento carcerário.
Em 2007, através da Lei 11.464, foi modificada a redação do art. 2º, §1º da Lei 8.072/90, sendo permitida a progressão de regime e exigido apenas o regime INICIALMENTE FECHADO. Esta nova lei trouxe também regras mais gravosas para a progressão de regime em crime hediondo ou equiparado, que são: cumprir 2/5 da pena, se primário, e 3/5 se reincidente. 
Súmula 471 do STJ: os condenados por crime hediondo e equiparados que praticaram crime antes da entrada em vigor da Lei 11.464/07 se sujeitam ao art. 112 da LEP para a progressão de regime, ou seja, terão que cumprir apenas 1/6 da pena. Com base no princípio da irretroatividade da lei penal para prejudicar o réu. Súmula vinculante 26 do STF.
No julgamento do HC 111.840 em 27/06/2012, o STF decidiu que o art. 2º, §1º da Lei 8.072/90, com a nova redação dada pela Lei 11.464/07 é inconstitucionalporque fere o princípio da individualização da pena, desta forma, foi afastada da obrigatoriedade do regime inicial fechado para quem comete crime hediondo ou assemelhado.
3. Prisão temporária nos crimes hediondos e equiparados – art. 2º, §4º da Lei.
A prisão temporária, que é aquela cabível em fase de inquérito policial tem prazo de 5 dias, prorrogáveis por igual período, mas em se tratando de crime hediondo ou equiparado, o prazo da prisão temporária será de 30 dias, prorrogáveis por mais 30.
4. Apelação em liberdade – art. 2º, §3º da Lei 8.072/90
 A lei permite que o condenado apele em liberdade se o juiz fundamentar esta decisão. Uma grande parte da doutrina, no entanto, entende que este artigo só se refere à réu solto.
CASO CONCRETO DA SEMANA 6
No dia 10 de janeiro do corrente ano, Anastácia Lima compareceu à XY Delegacia de Polícia da Comarca da capital acompanhada de sua filha M.L. para informar que havia flagrado seu namorado Aguinaldo abusando sexualmente de sua filha de apenas nove anos, oportunidade em que solicitou que fossem tomadas as devidas providências legais para que Aguinaldo fosse preso. Saliente-se que Anastácia possui parca instrução e condições financeiras, bem como, após o fato, conduziu de imediato sua filha vítima para a perícia. 
 Segue, abaixo, trecho das declarações fornecidas pela vítima M.L reduzidas a termo:
[...] depois disso, o réu disse vamos por ali que vai subir o morro e vamos chegar na casa do seu tio X ; que era subindo o morro; lá em cima o réu agarrou a vítima e a levou para um pé de mangueira; começou a abusar da mesma; disse para ela ficar quieta, não gritar e não falar nada, senão ia lhe bater; o réu empurrou a vítima no chão e tentou beijar sua boca ... ficou passando a mão em mim, aí começou a abusar, aí tentou botar dedo, aí não foi direito; machucou e não lembra direito se doeu; o réu abriu a calça que usava; abaixou sua calcinha [...].
 Ante o exposto, responda às questões formuladas:
Qual a correta tipificação da conduta de Aguinaldo?
Aguinaldo cometeu estupro de vulnerável, art. 217-A do CP.
Caso o fato tivesse sido levado a conhecimento da autoridade pública por vizinhos, a representação de Anastácia seria imprescindível para a deflagração da ação penal?
Não, porque conforme art. 225, §ú do CP a ação penal neste caso é pública incondicionada.
Uma vez condenado, a pena definitiva deverá ser cumprida, desde o início obrigatoriamente, em regime fechado?
Não, porque o STF incidentalmente decidiu pela inconstitucionalidade do art. 2º, §1º da Lei 8.072/90, que exige o regime inicial fechado.
 
Questão objetiva.
Sobre o tema “Crimes Hediondos”, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta:
O texto legal da Lei n. 8072/1990 não conceituou “crime hediondo”, tendo o legislador optado pela adoção de um critério taxativo.
A lei n.8072/1990 não pode ser considerada nova lei incriminadora, mas, sim, novatio legis in pejus, na medida em que trouxe uma série de restrições aos direitos e garantias fundamentais.
Consoante entendimento do Superior Tribunal de Justiça Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 
7.210/1984 	(Lei 	de 	Execução 	Penal) 	para a progressão de regime prisional.
Em caso de sentença condenatória, o réu não poderá apelar em liberdade, independentemente de fundamentação do juiz.
 
São corretas as assertivas I, II e III.
São corretas as assertivas I, II e IV.
São corretas as assertivas I, III e IV.
São corretas as assertivas II, III e IV.
CASO CONCRETO DA SEMANA 7
Acusado de matar a pauladas por causa de uma tábua de carne vai a júri na terça-feira 28/7 por BEA — publicado em 27/07/2015 17:35, disponível em: 
http://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2015.
 
 
 O Tribunal do Júri do Gama vai julgar na próxima terça-feira, 28/7, Cícero Rodrigues dos Santos, acusado de matar Ismael Rodrigues da Silva. A sessão de julgamento está prevista para começar às 8h30. Segundo a sentença de pronúncia, o motivo do crime teria sido a insatisfação do acusado com a atitude da vítima de cobrar-lhe a devolução de uma tábua de cortar carne.
 
Qual a correta tipificação da conduta de Cícero? Incidem sobre a conduta os institutos repressores da lei de crimes hediondos?
Cícero praticou um homicídio qualificado pelo motivo fútil e pelo meio cruel. Sim, porque o homicídio qualificado está no rol dos crimes hediondos.
Caso o motivo do crime tivesse sido o domínio da violenta emoção logo em seguida à injusta provocação da vítima, ainda que praticado mediante pauladas, a resposta seria a mesma?
Não, neste caso seria um homicídio qualificado pelo meio e privilegiado pela motivação. Também deixaria de ser um crime hediondo, pois por analogia ao art. 67 do CP, a motivação prepondera.
Uma vez condenado, qual o prazo mínimo de cumprimento de pena para fins de progressão de regimes?
Levando em conta o fato original, que é um homicídio qualificado, se foi praticado depois da Lei 11.464/07, a progressão dar-se-á após o cumprimento de 2/5 da pena, se primário, ou 3/5, se reincidente.
Questão objetiva.
 Sobre crimes hediondos analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta:
 
Os delitos de extorsão qualificado pela restrição de liberdade da vítima com resultado morte (art.158, §3º, CP) e extorsão mediante sequestro (art.159, CP) são tipificados como delitos hediondos.
Com o advento da Lei n.12015/2009, a figura típica prevista no art.214, CP (atentado violento ao pudor) foi revogada, sem, contudo, ter ocorrido abolitio criminis, mas, apenas, a denominada continuidade normativa.
O delito de latrocínio, configura-se como delito hediondo, entretanto, não admite tentativa.
O delito de favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável somente é considerado delito hediondo se a vítima for menor de 14 anos.
 
As assertivas I, II e III estão incorretas.
As assertivas I, II e IV estão incorretas.
As assertivas I e IV estão incorretas.
As assertivas II e IV estão incorretas.
As assertivas I, III e IV estão incorretas.
05/04/16
Lei 11. 343/06 – Drogas – 6.368/76 
Quando esta nova lei foi criada, o legislador não mais cominou pena de prisão para o usuário de drogas. Houve então um entendimento de que teria ocorrido a descriminalização da posse de drogas para consumo pessoal, porém o STF entendeu que não houve descriminalização e sim despenalização, porque houve um abrandamento da pena em relação ao usuário, uma vez que hoje não há mais pena de prisão.
Recentemente, a Defensoria Pública de São Paulo interpôs um recurso extraordinário no STF para que seja declarada a inconstitucionalidade do artigo 28 da lei de drogas. Tal recurso é interposto à favor de um condenado que portava pequena quantidade de maconha. O argumento da Defensoria Pública é que este artigo fere o artigo 5º, X da CF, que determina a inviolabilidade da intimidade e da vida privada do cidadão e ainda a criminalização do usuário fere o princípio da alteridade, que estabelece que ninguém pode ser punido por fazer mal a si mesmo. 
 
O argumento contrário, que é a favor da Constitucionalidade é que a criminalização do usuário tem como bem jurídico protegido não a saúde individual, mas a saúde pública, porque enquanto a droga pode circular, há perigo social.
Art. 28 da lei – verbos típicos:
Adquirir, guardar, trazer consigo, transportar e ter em depósito. 
O uso pretérito da droga não é punido, uma vez que se não há mais possibilidade da droga circular, não há mais perigo social que justifique a punição.
Este tipo penal exige uma finalidade específica, que é a realização das condutas típicas, com a finalidade específica que está na expressão “para consumo pessoal”.
 O art. 28, §2º da lei de drogas estabelece alguns critérios que devem ser observados pelo juiz na apreciação se a droga é ou não para consumo pessoal. A quantidade érelevante, mas não é o único valor a ser analisado, as circunstâncias da prisão, os antecedentes por exemplo são outros fatores.
Art. 28, §1º da lei de drogas pune a conduta de semear, cultivar ou colher planta destinada à preparação de pequena quantidade de droga para consumo pessoal.
Procedimento penal em relação ao usuário de drogas:
Art. 48, §1º da lei de drogas: a competência para processar e julgar o usuário de drogas é do juizado especial criminal (JECRIM).
Art. 48, §2º: impede a prisão em flagrante do usuário de drogas, no entanto, ela não proíbe a condução do usuário para uma unidade de polícia judiciária, o que a lei proíbe é a lavratura do auto de prisão em flagrante e o encarceramento do usuário.
OBS.: Em sede policial, será lavrado termo circunstanciado e após a realização dos exames periciais necessários, se possível o usuário será encaminhado diretamente ao JECRIM, se não for possível, ele assinará termo de compromisso de comparecimento posterior no juizado. Mas, ainda que ele se recuse a assinar, ele terá que ser liberado.
Condutas relativas ao tráfico de drogas: 
Art. 33 da lei de drogas: são 18 os verbos típicos, portanto, é um tipo penal misto alternativo e a prática de mais de uma conduta no mesmo contexto é crime único.
Consumação:
Se dá com a prática da primeira ação típica. A tentativa é possível, mas de difícil configuração, porque com tantos verbos típicos, o que é crime tentado em relação a um verbo já é consumado em razão de outro.
Flagrante preparado e tráfico de drogas:
Súmula 145 do STF: Quando a polícia leva o agente a praticar um crime para em seguida prendê-lo, há um delito putativo por obra do agente provocador, que é crime impossível. Portanto, o flagrante preparado é ilegal. 
No tráfico de drogas, em razão de tantos verbos típicos, o flagrante preparado é de difícil configuração, porque o que seria preparado em relação à um verbo típico, pode não ser em relação à outro. 
Ex.: O policial se faz passar por usuário e no momento em que o traficante tenta vender a droga, é preso. Em relação ao verbo típico “vender”, o flagrante é ilegal, mas como ele já tinha droga em depósito antes da ação policial, o flagrante é lícito.
12/04/16
Continuação lei de drogas
CONDUTAS EQUIPARADAS AO TRÁFICO DE DROGAS
Art. 33, I – O objeto material do crime é a matéria prima ou produto químico destinado à preparação da droga. A jurisprudência entente que se incluem nesse artigo o éter e a acetona, desde que comprovado que a finalidade do agente é usar este material na preparação da droga.
II – É a conduta daquele que semeia, cultiva ou colhe planta destinada à preparação da droga, excetuando a conduta descrita no art. 28, I da Lei.
III – Quem utiliza ou cede bem de sua posse ou propriedade para prática de tráfico de drogas.
Art. 33, §2º - Induzir, instigar ou auxiliar alguém a uso indevido de droga. 
O enquadramento neste tipo penal exige que a conduta do agente se dirija a uma pessoa determinada. Portanto, as músicas que propagam o uso da droga não se incluem neste dispositivo.
Art. 33, §3º - Uso compartilhado. É um crime intermediário entre o uso e o tráfico de drogas, porque a pena não é tão grave quanto a do tráfico, e não tão branda quanto a do usuário, mas o seu enquadramento exige os seguintes requisitos: 
1º - Oferecimento eventual de droga
2º - Sem objetivo de lucro
3º - A pessoa do seu relacionamento 
4º - Para juntos consumirem
Art. 33, §4º - Traz causa de diminuição de pena para o art. 33, caput e §1º da Lei, se o criminoso for primário, tem bons antecedentes e não integra nenhuma organização criminosa. 
OBS.: Este artigo, em sua redação, veda a substituição da pena de prisão por restritiva de direito ao condenado por tráfico de drogas. Mas, o STF já entendeu que esta proibição é inconstitucional porque fere o princípio da individualização da pena, e o próprio Senado Federal através da resolução nº 5 de 2012 já suspendeu esta proibição. Logo, o condenado por tráfico de drogas poderá ter sua pena de prisão substituída por restritiva de direito, desde que presentes os requisitos do artigo 44 do CP.
 Discute-se se a presença desta causa de diminuição de pena, que torna o tráfico privilegiado, retiraria a natureza hedionda da conduta do agente. A opinião do STJ na súmula 512 é que o tráfico privilegiado continua sendo um crime equiparado à hediondo.
Art. 34 – O objeto material do crime são os aparelhos, instrumentos ou maquinários que servem para a preparação ou fabricação de drogas, ainda que esses instrumentos não tenham esta finalidade exclusiva.
OBS.: O artigo 34, no entanto, é subsidiário em relação ao 33, caput da lei, e por ele ficará absorvido.
Art. 35 – Associação criminosa para prática de tráfico de drogas. Requisitos:
1º - A presença de pelo menos 2 pessoas.
2º - Estabilidade e permanência na associação, não se exigindo que a prática de tráfico seja feita de forma reiterada. 
Este artigo permite a cumulação com o delito previsto no 33 caput da lei.
Art. 36 – Pune o financiamento ou custeamento do tráfico ilícito de drogas. A lei 11.343/06 que criou este artigo trouxe uma exceção pluralista à teoria monista do concurso de pessoas, porque aquele que financia o tráfico não será partícipe do traficante, mas autor do artigo 36 da Lei.
Art. 37 – Novamente o legislador criou uma exceção pluralista à teoria monista, quando no art. 37 da lei, puniu aquele que colabora como informante para organização criminosa de tráfico de drogas.
Art. 38 – Prescrever ou ministrar culposamente drogas ao paciente sem que ele necessite ou em doses excessivas. Trata-se de um crime próprio que só o médico, dentista, profissional de enfermagem ou farmacêutico pode praticar.
Art. 39 – Pune a condução de embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, com possibilidade de risco a incolumidade (integridade) de outrem. Logo, o enquadramento exige não só o consumo da droga, mas também uma condução anormal.
Art. 45 – Ampliação do rol das causas que excluem a culpabilidade. Requisitos:
1º - Ser o agente dependente de drogas ou ter ingerido a droga por caso fortuito ou força maior.
2º - No momento do fato, estar o agente sem nenhuma capacidade de entendimento ou autodeterminação.
OBS.: Caso nestas duas situações o agente tenha apenas diminuída a capacidade de discernimento, ele responde pelo crime que praticou com a pena diminuída.
OBS.²: Para saber o prazo prescricional de determinado crime, deve-se pegar a pena máxima e levar ao artigo 109 do CP.
Prescrição da pena do usuário de drogas: 2 anos. Art. 30 
Prazo máximo para a aplicação da pena para o usuário: 5 meses. Se for reincidente, pode chegar até 10.
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CASO CONCRETO DA AULA 8 
No que concerne à distinção entre as condutas previstas, respectivamente, nos art.28 e 33, da Lei n.11343/2006, analise as seguintes situações hipotéticas e responda, de forma objetiva e fundamentada, qual a correta tipificação a ser dada:
 Situação 1: Anacleto possui na varanda de um sítio em Teresópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro, três vasos contendo “pés de maconha” (cannabis sativa) que não excedem à altura de 25 cm. 
 Situação 2: Foram encontrados, em uma lanchonete no centro da mesma cidade, dez exemplares vegetais de Cannabis Sativa e 241,0g (duzentos e quarenta e um gramas) de maconha prensada. 
R: Situação 1: A quantidade, neste caso, é indicativa de que aquelas plantas serviriam para preparar droga para consumo pessoal. Logo, o enquadramento seria no art. 28, §1º da Lei 11.343/06.
Situação 2: A quantidade e diversidade da droga, bem como o local da apreensão, é indicativa de tráfico de drogas. Art. 33, §1º e caput da Lei 11.343/06.
 Questão objetiva
Sobre as condutas de uso indevido de drogas analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta:
I.É de dois anos o prazo de prescrição do crime de posse de drogapara consumo pessoal, não se observando as causas interruptivas previstas no Código Penal.
II.Com a entrada em vigor da Lei n.º 11.343/2006, houve descriminalização (abolitio criminis) da conduta de porte de substância entorpecente para consumo pessoal.
III.A pena de prestação de serviços à comunidade, no caso de condenação por posse de droga para consumo pessoal, pode ser aplicada pelo prazo máximo de dez meses, se reincidente o agente.
IV. Para determinar se a droga destina-se a consumo pessoal, o juiz deverá atender à natureza, à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, bem como as circunstâncias pessoais e os antecedentes do agente sejam levados em consideração para tais fins.
As assertivas I, II e III estão corretas.
As assertivas I, II e IV estão corretas.
As assertivas I, III e IV estão corretas.
As assertivas II e III estão corretas.
As assertivas III e IV estão corretas.
CASO CONCRETO DA SEMANA 9
Abelardo Doidão foi preso em flagrante delito ao transportar na mala de seu carro 18 petecas de cocaína, 100 pedras de crack, e 622,86g de maconha, balança de precisão e a quantia de R$1320,00 em notas de 20 e 50 reais. Dos fatos restou denunciado e condenado pela conduta prevista no art.33, caput, da lei n.11343/2006 à pena de reclusão a ser cumprida inicialmente em regime fechado. Inconformado com a decisão interpôs recurso de apelação e, em suas razões, pugnou pela desclassificação para a conduta prevista no § 4º do citado artigo, bem como a alteração para o regime inicial semiaberto de cumprimento, haja vista sua condenação ser inferior a 8 anos.
 Ante o exposto, responda de forma objetiva e fundamentada, de acordo com os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais dominantes se a defesa deve prosperar.
R: Em caso semelhante, o STJ decidiu que não caberia a diminuição de pena porque a quantidade e variedade da droga apreendida demonstrava o envolvimento do réu com o tráfico organizado. Mas, deferiu o STJ o regime semi-aberto, uma vez que o STF já declarou inconstitucional a obrigatoriedade do regime inicial fechado. 
QUESTÃO OBJETIVA.
 
Segundo a lei antidrogas: (Juiz Substituto. TJRR. 2015)
 
É isento de pena o agente que, em razão da dependência de droga, era, ao tempo da ação ou omissão relacionada apenas aos crimes previstos na própria lei, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Incide nas penas do crime de associação para o tráfico quem se associa para a prática reiterada de financiamento ou custeio do tráfico de drogas.
É de dois anos o prazo de prescrição do crime de posse de droga para consumo pessoal, não se observando as causas interruptivas previstas no Código Penal.
O concurso de agentes é causa de aumento da pena no crime de tráfico de drogas.
 A aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4°, da Lei n° 
11.343/06, conhecida como tráfico privilegiado, afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas, de acordo com entendimento sumulado o Superior Tribunal de Justiça.
26/04/16 – Pós AV1
Aula 10
Lei 9.455/97 – Tortura
Art. 1º da lei:
I- Meio de execução: é a violência ou grave ameaça, no entanto, a lei de tortura só pune situações mais estremadas em que o agente impõe à vítima um verdadeiro padecimento, como por exemplo: dar choque elétrico, arrancar unhas, queimar com ferro etc.
A violência ou grave ameaça excessiva, não é suficiente para configuração do crime de tortura, pois o tipo penal exige um especial fim de agir do agente, como veremos nas 3 modalidades de crime do art. 1º, I da Lei:
Alíneas:
a) Tortura-Prova: É o ato de constranger alguém mediante violência ou grave ameaça, com o fim de obter da vítima uma confissão ou declaração.
b) Tortura-Crime: é o ato de constranger alguém mediante violência ou grave ameaça, provocando sofrimento físico ou mental com o fim de obrigar a pessoa a praticar um crime. Ex.: João dá choque elétrico na mulher, obrigando-a a matar seu amante. João responderá pelo art. 1º, I, b da Lei 9.455/97, como autor direto e por homicídio, como autor indireto. Enquanto, a mulher, fica isenta de pena, pela coação irresistível.
c) Tortura-Discriminatória: é o ato de constranger alguém com violência ou grave ameaça, causando-lhe um verdadeiro padecimento, em razão de discriminação racial ou religiosa.
OBS.: Estas modalidades não são crimes próprios, pois podem ser cometidos por qualquer pessoa, no entanto, se forem praticados por agentes públicos, haverá uma causa de aumento de pena – Art. 1º, §4º, I da Lei.
II- Tortura-Castigo: Trata-se de um crime próprio, porque só pode ser praticado por quem possui poder, guarda ou autoridade sobre a vítima. Ex.: Os pais, tutor, curador, babá etc.
Este crime se assemelha ao de maus tratos (art.136 do CP) porque o sujeito ativo é o mesmo, e a tortura-castigo estabelece que a finalidade do agente é aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo, enquanto que os maus tratos exige a finalidade de corrigir. No entanto, a tortura-castigo pune situações mais extremadas, exigindo para sua configuração, que a vítima passe por intenso sofrimento físico ou mental, ficando evidenciado que o dolo do agente é fazer a vítima sofrer por puro ódio ou sadismo; já no crime de maus tratos, a intenção é só a de corrigir, mas o agente excede nos meios de correção.
§1º - O sujeito passivo deste crime é a pessoa presa legalmente ou sujeita a medida de segurança, o sujeito ativo deste crime tem que ser a pessoa que tenha poder sob a pessoa presa, logo, só o agente público pode praticá-lo. 
Para configuração deste crime, não se exige como meio de execução a violência ou grave ameaça, é admitido qualquer meio executório que cause intenso sofrimento físico ou mental à vítima, como por exemplo privar o preso de alimentação, colocá-lo em cela escura etc.
Neste tipo penal não incide causa de aumento de pena pelo crime já ter sido praticado por agente público, pois já é essa circunstância elemento constitutivo do crime.
§2º - Trata-se de um crime omissivo e próprio do agente garantidor, o legislador neste crime rompeu com a regra do artigo 13, §2º do CP, regra esta que determinava que o agente garantidor que se omite quando podia e devia evitar a prática de um crime, responde pelo mesmo crime daquele que agiu, por isso surge divergência doutrinária acerca do tema:
1ª Corrente: mesmo o art. 1º, §2º da lei beneficiando o agente garantidor, pelo princípio da especialidade, é ele que prevalece.
2ª Corrente: a lei de tortura foi criada com a finalidade de combater a tortura, e não criar benefícios para os autores. Logo, o agente garantidor que toma conhecimento da tortura no momento da sua ocorrência e nada faz para evita-la, deve responder pelo mesmo crime do torturador, com base no artigo 13, §2º do CP; e responderá pelo Art. 1º, §2º da lei apenas quando o garantidor toma conhecimento da tortura depois da sua ocorrência e devendo apura-la, se omite.
§3º - Traz formas qualificadas para a tortura se houver lesão corporal grave, gravíssima ou morte da vítima. Na tortura qualificada pela lesão corporal grave ou gravíssima, pode haver dolo na tortura e dolo ou culpa nesses resultados. 
Já na tortura qualificada pela morte, há dolo na tortura e culpa na morte, ou seja, é um crime exclusivamente preterdoloso. 
No crime de homicídio qualificado pela tortura, a intenção do agente é matar, e a tortura é apenas o meio para atingir este fim.
§4º - Traz causas de aumento de pena para o crime de tortura.

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