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Direito Romano

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UTILIDADE DOS ESTUDO DO DIREITO ROMANO
O direito como regulamentação do comportamento humano dentro da sociedade , é tambem um fenomeno historico. Suas regras não são fruto de pura especulação, nem consequência de ixoneráveis forças da natureza. Essas regras são produtos, sim, da longa experiência humana e, por isso. Para compreendê-las, é muito util, senão imprescindível, conhecer sua evolução histórica.
Além dessas considerações teóricas há outras, de valor prático também, quue falam da utilidade da necessidade, do estudo do direito romano no incio do curso juridico. O cursoelemntar de direirto romano é curso introdutorio.
Correponde ás Institutas de Justiniano (século VI d.C.) e, respectivamente , ao modelo destas, que eram as Institutas de Gaio (século II d.C.).
Elas eram didáticas visando á iniciação dos estudantes no aprenziado sistematico da ciencia do direito. O cabeçalho das Institutas de Justiniani tras o título esclarecedor de “Instituições ou Elementos ...” Assim o cruso, seguindo uma tradição de quase dois milênios, tamém é um curso elementar. Enesse papel de disciplina propedêutica, coma função de introduzir os alunos no estudo do direirto (especialmente no do direito civil), é que o direito romano tem uma utilidade incompaável.
Ele apresenta as categorias jurídicas fundamentais nas quais o direirto moderno se baseia e, por isso, se presta magnificamente a dar aos principiantes uma visão geral de todo o sistema juridico, especialmente do direito civil. Ao mesmo ntempo se inicia na técnica do raciocínio jurídico. Tudo isto coma vantagem de explicar as categorias básicas conforme sua evolução histórica, o que facilita a compreensão.
INTRODUÇÃO HISTÓRICA 
O direito romano é o complexo de normas vigentes em Roma, desde a sua fundação (lendaria, no século VIII a.C.). A evolução posterior não será objeto de nosos estudos, porque a codificação justinéia foi conclusiva: foram recolhidos os resultados das experiencias anteriores e considerada a obra como definitiva e imutável.
Realmente, a evolução posterios dos diretios europeus baseou-se nessa obra de codificação, tanto assim que os códigos modernos, quase todos trazem a marca da obra de Justiniano.
Por isso consideramos a codificação de Justiniano como termo final do peíodo que estudamos. Nos treze séculos da historia romana, do século VIII a.C. ao século VI d.C, assistimos naturalmente, auma mudança continua no caráter do direito, de acordo com a evolução da civilização romana, com as alterações politicas, econômicas e sociais, que a caracterizavam.
Para melhor compreender essa evolução, costuma-se fazer uma divisão em períodos.
Tal divisão pode basear-se nas mudanças da organização política do Estado Romano, distinguindo-se, então a época régia (fundação de Roma no século VIII a.C. até a expulsão dos reis em 510 a.C.), a época republicana (até 27 a.C;), o principado até Diocleciano (que inciou seu reinado em 284 d.C.), e a monarquia absoluta, por este último inciada e que vai até o fim do período por nós estudado, isto é, até Justiniano (falecido em 565 d.C.).
Outra divisão, talvez preferivel, didaticamente, destingue no estudo do direirto romano, tendo em conta sua evolução interna: o período arcaico (da fundação de Roma no século VIII a.C até o século II a.C), o périodo clássico (até o ´seculo II d.c) eo periodo pós-clássico (até o século VI d.C.).
O direito no período arcaico caracterizava-se pelo seu formalismo e pela sua rigidez, solenidade e primitividade. O estado tinha funções limitadas a questões essenciais para sua sobrevivência: guerra, punição dos delitos mais graves, e naturalmente, a observância das regras religioisas.
 A evolução posterioscaracterizou-se por acentuar-se e desenvolver-se o poder central do Estado, e consequentemente, pela progresiva criação de regras que visam a reforçar sempre mais a autonomia do cidadão, como indivíduo.
O marco mais importante e característico desse período é a codificação do direirto vigente nas XII Tábuas, codificação feita em a a.C. por um decenvirato, especialmente nomeado para esse fim.
As XII Tábuas , chamadas séculos depos, na época de Augusto (século I), donte de todo o direito, (fons omnis publici privatrique iuris), nada mais foram que uma codificação de regras provavelmente costumeiras, primitivas, e, ás vezes, até cruéis. Aplicavam-se exclusivamente aos cidadãos romanos.
Esse direito primitivo, intimamente ligado ás regras religiosas, fixadoe promulgado pela publicação das XII Tábuas, já representava um avanço na sua época , mas, com o passar do tempo e pela mudança de condições, tornou-se antiquado, superando e impeditivo de ulterior progresso.
Mesmo assim, o tradioconalismo dos romanos fez com quye esse direito arcaico nunca fosse considerado como revogado: o próprio Justiano, séculos depois, fala dele com respeito. A conquista do poder, pelos romanos, em todo mediterrâneo, exigia uma evolução equivalente no campo do direito também. Foi aqui com o gênio romano atuou de uma maneira peculiar para nossa mentalidade.
A partir do século II a.C. assistimos a uma evolução e novação costante do direito romano, que vai até o século III d.C., durante todo o período classico. Essa revolução renovação se fez, porem por meios de indiretos, característicos dos romanos e diferentes dos métodos modernamentes usados.
A maior parte das inovações e aperfeiçoamente do direito no período classico, foi fruto da atividade dos magistrados e dos juris-consultos que, em princípio, não podiam modificar as regras antigas, mas que, de fato, introduziram as mais revolucionárias modificações para atender as exigências práticas de seu tempo.
Entre os magistrados republicanos, o tinha por incumbência funções relacionadas coma administração da Justiça. Nesse mister , cuidava da primiera fase do processo entre particulares, verificando as alegações das partes fixando os limites da contenda, para remeter o caso posteriosmente a um juiz particular. Incumbia, então, a esse a esse juiz, verificar a procedência das alegações diante das provas apresentadas e tomar, com base nelas, a sua decisão. Havia pretor para os casos entre cidadões romanos era o pretor urbano e havia também, a partir de 242 a.C., pretor para os casos que figuravam estrangeiros. Era o chamdo pretor peregrino.
O pretor, como magistrado, tinha um amplo poder de mando denominado imperium, utilizou-se dele, especialmente, a partir da lei Aebitia , no século II a.C., que, modificado o processo, lhe deu ainda maiores poderes discricionarios. 
Depois de terminada a codificação, a aqual, especialmente o código , continha a proibição de se invocar qualqwuer regra que nela não estivesse prevista, Justiniano reservou-se a faculdade de baixar novas leis.
Nos anos subsequentes a 535, até sua morte em 565 s.C., justiniano publicou efetivamente um grande número de novas leis, chamadas novallae constitiones. A coleção destas intitulada Novallae constitui o quarto volume da codificação justinianéia.
O Código, o Digetso, as Institutas e as Novallae formam, então, o Corpus Iuris Civilis, nome esse dado por Dionisio Godofredo, no fim do século XVI d.C.
Foi mérito dessa codificação a preservação do direito romando para a posteridade.
DIREITO OBEJETIVO. CONCEITO DE DIRETO E SUAS CLASSICAÇÕES 
O termo “direirto”, entre outros, tem dois sentidos técnicos.
Signiffica, primeiramente a norma agendi, a regra jurídica. Assim falamos de direito romano, de direirto civil brasileiro, como complexo de normas. Noutra acepção,a palavra significa a facultas agendi, que é om poder de exigir um comportamento alheio. Assim a entendemos quando falamos em “ direito á nossa casa”, “direito aos filhos”, direirto á remuneração do nosso trabalho”. No primeiro snetindo trata-se do direito objetivo e no segundo, do direrito subjetivo.
No mento interssa-nos apenas o direito no sentido de direito objetivo, que é precieto hipotético e bastratos, cuja finalidade é regulamentar o comportamento humano na sociedade e cuja característica essencialé a força coercitiva que a própria sociedade lhe atribui.
A famosa definição romana, pela qual os mandamentos do direito são: viver honestamente, não lesar a ninguém e dar a cada um o seu (Iuris praecepta sunt haec: honeste vivere, alterum nom laedere, suum cuique tribure, D. 1.1.10), não faz referêncua a essa importanete caracteristicas. Nós entratanto, ao estudarmos o conceito, não podemos prescindir da análise dessa sua caracteristica e de sua explicação.;
A força coercitiva atribuída á norma jurídica significa que a organização social,o
Estado interfere para que o preceito seja obedecido. Para essew fim, a regra jurídica contém. Normalmente além do mandamento regulamentador da conduta humana (norma agendi), uma outra disposição: a de estabelecer as conseqüências para o caso de transgressão da norma. Essa outra disposição da regra juridica se cham sansão (Sanctio).
A sanção pode ser de ois tipos: da nulidade ou d epenalidade.
Pela primeira, a inobservância do preceito legal gera, como consequência, a invalidade do ato, que séra, assim, ineficaz. Por exemplo o umúbere não tem capaciadade para vender, sozinho, seus bens. Vendendo nessas condições sua casa, o ato séra nulo, isto é, sem eficácia juridica. Por isso mesmo, tal sanção se denomina restituitiva, pois visaao restabelicimento da situação anterior á transgressão. O outrotipo de anção é a punitiva, que prevê uma pena para o trangressor.
Por outro lado, examinando as classificações sistemáticas, encontramos a distinção entre direito público e direirto privado. O primeiro regula a aatividade do Estado e suas relações com particularese outrso Estados. O direito privado, por sua vez, trata das relações entre particulares: Publicium ius quaod ad statum rei Romanae spectat, privatum quod ad singulorum utilitatem pertinet (Inst, 1.1.14 D. 1.1.1.2).
Relacionada ainda com esta destinção é aquela de ius dispositivum (direirto cogente e direito dispositivo). Cogente é a regra que á absoluta e cuja aplicação não pode dpender da vontade das partes interessadas. Tem que ser obedecida fielmente ; as partes não podem excluí-las nem modificá-las. Neste sentido os romanos diziam: ius publicum privatorum pactis mutari non potest (D.2.14.38): Assim, para que houvesse compra e venda, precisava-se do acordo das partes sobre a mercadoria e preço. As partes não podiam alterar essa regra, dispositiva, pois por acordo expresso, as partes podiam excluir essas responsbilidade do vendendor.
A distinção entre ius commune e ius commune e ius singulare referia-se, de um lado, ás regras que visavam a uma regulamentação generaloizada, aplicável a todas as pessoas e a todas as situações nela previstas (ius commune). Por outro lado, as regras que valiam somente com relação e determinadas pessoas oui grupos de pessoas, bem como a situações específicas, eram do ius singulare. Estas últimas contituiam, portanto, exceções ás regras gereias e comund. Por exemplo,as normas relativas ao usucapião das coisas furtadas (já conhecidas pelas XII Tábuas e reafirmadas pela lei Atinia do ´seculo II a.C.) eram regras do ius singulare.
Outra classificação do direirto obejetivo se baseava na sua forma de criação. É aquela feita de acordo com as fontes do direito.
FONTES DO DIREITO
A produção das regras jurídicas se faz pelas fontes do direito.
Elas são os órgãos que têm a função ou poder de crias a norma jurídica e, por isso mesmo, se chamam “fontes de produção”. Exemplo: os comícios (comitia), que votavam as leis em Roma. Por outro lado, podemos denominar “ fontes de revelação” o produto da atividade dos órgãos que têm aquele poder ou função de legislar. Assim. A própria regra jurídica, na forma como ela aparece ou se revla.
COSTUME
Entre as fontes do direitro romano, no segundo sentido, está o costume, que no período arcaico, foi que exclusivamente a sua única fonte. O costume (mos, consuetudo, mores maiorum) é a observência contante e espontânea de determinada normas de comportamento humano na sociedade. Cícero o defeniu como sento aprovado, sem lei pelo discurso do longuíssimo tempo pela vontade de todos: quod voluntate omnium sine lage vetustas comprobavit (De inv. 2.22.67). Juliani o caracterizado como “ inveterado”: inveterata suetudo (D.1 1.3.32.1) e Ulpiano como “diuturno”: diuturna consuetudo (D. 1.3.33). De qualquer modo, a observa^ncia da regra consuetudinária dever ser constante e universal.
OUTRAS FONTES DO DIREITO
Ao tratar das fontes do direito na época clássica, Gaio nas Institutas (Gai. 1.2), nem sequer menciosa o costume entre elas. Para ele, as fontes ão somente a lei (lex), os plebiscitos (plebicita), os senatus-consultos (senatusconsulta), as constituições imperiais (constitutiones principium), os editos dos magistrados (edicta masgistratum) e a jurisprudência (responsa prudentium). 
NOÇÕES PRELIMINARES
Significações do nosso DIREITO
No Português, o nome DIREITO tem duas significações: uma, de DIREITO OBJETIVO e outra de DIREITO SUBJETIVO, que se não confundem.
O mesmo acontece com o substantivo JUS, no Latim.
Com a significação OBJETIVA, Direito e Jus compreendem a NORMA AGENDI ou as regras impostas pelo ESTADO à conduta social das pessoas.
Com a significação SUBJETIVA, denotam o poder de a pessoa agir, fazer ou deixar de fazer, de acordo com a NORMA AGENDI.
É o mesmo que FACULTAS AGENDI.
O Inglês tem dois nomes diferentes – LAW para significar o DIREITO OBJETIVO e RIGHT, o DIREITO SUBJETIVO.
Com a denotação objetiva, Direito, Jus e Law estão, sempre, no singular, com a denotação subjetiva, no singular ou no plural: direitos, jura, right.
2. Distinções de Direito, Religião e Moral
Preceitos religiosos têm origem extra-humana e suas sanções são aplicáveis, definitivamente, no Além.
Regras morais relacionam-se à Filosofia e à Religião e suas sanções são aplicáveis na consciência.
Normas de DIREITO – JUS – emanam do Estado e suas sanções são aplicáveis pela Força do Estado, quando não cumpridas espontaneamente.
Nas suas origens, o Direito Romano – Jus Quiritium não é muito claro nas distinções normativas de Jus e de Faz, ou, Honesto.
Na época clássica, os jurisconsultos diferenciavam o domínio do JUS HUMANUM do do JUS DIVINUM.
Justiniano, porém, relacionava Jus à Religião, à Moral e à Filosofia, por esta definição celebrizada até hoje:
"Juris prudentia est divinarum atque humanarum rerum notitia, justi atque injusti scientia" - A Jurisprudência é o conhecimento dos assuntos divinos e humanos, a ciência do que é justo e do que é injusto.
Todavia, o jurisconsulto Paulo foi incisivo na distinção: "Non omne quod licet honestum ets" - Uma coisa é o que é honesti, outra coisa é o que é lícito (jurídico).
Feita a distinção do Faz e do Jus, cumpre conhecer a finalidade do Jus, que é dupla: uma, a do Jus Publicum visa à organização do Estado e outra, a do Jus Privatum, visa à utilidade das pessoas ou indivíduos.
É dupla a finalidade do Jus: a ordem pública e a utilidade dos indivíduos.
 JUS CIVILE e JUS GENTIUM
"O povo romano" - escreveu o jurisconsulto Gaio – serve-se de duas espécies de Direito; um é próprio deles, e outro. Comum a eles e a outros povos".
O Direito próprio dos romanos é o JUS CIVILE e o outro é o JUS GENTIUM, este aplicável, em Roma, a cidadãos romanos, aliados, latinos e estrangeiros.
O Jus Gentium tem regras que se confundem com as de Direito Natural e, pois, normatiza fatos naturais como nascimento, criação de filhos, etc.
Segundo outra corrente, o Jus Gentium é formado de regras que são comuns a todos os seres humanos, livres e escravos, em Roma e aos que viviam nas províncias e colônias romanas.
4. Fontes do JUS CIVILE ou JUS PRIVATUM
Fontes, na linguagem jurídica, são os modos de produção do JUS CIVILE SCRIPTUM – o Direito Civil Escrito. JUS NON SCRIPTUM é o Costume.
JUS CIVILE SCRIPTUM, segundo Justiniano, copiando Gaio, é formado por: Lex, Plebiscitum, Senatus Consultum, Rescriptum, Magistratuum edicta, Responsa prudentium.
LEX – Lei
1. O Direito costumeiro passa a ser escrito ou fixadoem tábuas, pouco depois da implantação da República.
A Lei das XII Tábuas fixou, por escrito, normas que até então só eram do conhecimento dos patrícios e monopólio dos sacerdotes.
Os plebeus, após longa campanha, forçaram a redação da Lei.
Os patrícios assentiram na suspensão temporária das magistraturas e na formação de magistraturas extraordinária ou ditadura por patrícios, os decemviri legibus scribundis - dez cidadãos para escrever as leis.
Essa comissão tinha o mandato de um ano e apresentara 10 tábuas escritas para a aprovação dos comícios.
Insatisfeitos, os plebeus exigiram a formação de outra comissão de 10 cidadãos que, no fim do mandato de 2 anos, apresentaram mais 2 tábuas.
Os plebeus continuaram insatisfeitos porque se deixou de estender-lhes o conubium – o direito de casaram-se com patrícias e vice-versa.
A Lei das XII Tábuas foi afixada no Forum de Roma, por ordem dos dois cônsules designados para a prática desse ato.
Estruturação da Lex e do Plebiscitum
Leis eram votadas pelos comitia, assembléia de patrícios e plebiscitos, plebiscita, pelos concilia, assembléias de plebeus.
A Lex Hortensia atribuiu aos plebiscitos a mesma autoridade de leis.
Os textos das leis eram propostos pelos magistrados superiores de Roma aos comitia.
Chamavam-se rogatio a proposição do texto e, assim, denominavam-se as leis leges rogatae.
Aprovadas, recebiam o nome ou nomes do magistrado ou magistrados que as propunham para votação, como: Lex Hortensia, Lex Canulea, etc.
A redação das leis tinha três partes: primeira – praescriptio, ou o nome e o título do magistrado que a propunha, o texto, a data da votação; segunda – rogatio ou a disposição da Lei, ou o texto votado e aprovado; terceira – sanctio, ou a consequência da violação da Lei, uma vez em vigor.
Também fazia parte da praescriptio o noe da tribo que votava a Lei, em primeiro lugar, direito este chamado praerrogativa.
Havia, também, leges datae, puros regulamentos da Administração.
Sanctio ou Sanção
Havia leis que não impunham sanção à sua violação e, então, eram chamadas leges imperfectae, porque não impunham nem penalidade nem nulidade ao seu descumprimento.
Havia leis que só imounham a sanção de uma penalidade – multa, por exemplo – aos que as descumprisse: eram as chamadas minus quam perfectae.
Enfim, leis que impunham à violação a nulidade do ato praticado contrariamente às suas disposições: as chamadas leges perfectae.
Edicta
Em Roma, os Editos mais importantes eram os programados pelo praetor urbanus e pelo praetor peregrinus; nas províncias, os dos governadores e os dos questores.
Pretores eram magistrados, funcionários do Estado que exerciam o imperium – o poder de dar ordens e fazer proibições e a jurisdictio – o poder de dizer o direito, preparar processos e investur o judex para resolver os casos que não fossem solucionados por eles. 
Judex ou, propriamente, um jurado, não era funcionário do Estado, mas um particular a quem era deferido o compromisso de sentenciar os feitos processualmente deduzidos; cumprido o compromisso, voltavam a ser simples cidadãos.
2. Orinariamente, Editos eram proclamações orais dos magistrados ao entrarem no exercícios da pretura, com o mandato de um ano.
O preto urbano – que só oficiava com romanos – afixava o EDICTUM PERPETUUM, edito proclamado para o ano do seu mandato, no Forum, junto do tribunal, onde desempenhava as suas funções.
Se durante o ano do mandato tivesse de fazer outras proclamações - no exercício do imperium ou no da jurisdictio – aquelas eram afixadas no chamado EDICTUM REPENTINUM.
O Edito era escrito em tábua pintada de branco - daí, ser cognominado de ALBUM que passou a ser o nome do EDICTUM PERPETUUM: as disposições eram escritas em preto e os respectivos títulos, em vermelho: daí esses títulos serem chamados RUBRICAE, rubricas.
O Edito Perpétuo alcançou a posição de fonte principal do Direito Pretoriano ou Honorário, a ponto de introduzir um Novo Direito, o JUS HONORARIUM, ao lado do JUS CIVILE, chegando, mesmo, a corigi-lo, emendá-lo e supri-lo.
Responsa Prudentium ou jurisperitos
Jurisconsultos, também chamados periti, prudentes, gozavam, em Roma, de muito elevada posição social, moral e jurídica.
Na época de Augusto, duas escolas de jurisconsultos porfiavam pela sua predominância nos meios jurídicos: a dos proculianos e a dos sabinianos. Os sabinianos eram conservadores e os proculianos, inovadores.
A atividade deles era científica e prática. A prática resumia-se nos três verbos: agere, assessoramento da parte no tribunal, indicando-lhe a fórmula correta de agir; cavere, aconselhamento aos particulares na ´rática dos negócios e dos atos jurídicos; respondere, dar parecer a consultas, ora a domicílio do consulente, ora no Forum.
A atividade científica deles consisitia em lecionar, "ensinavam aos estudantes dar respostas aos que os consultavam" (Cícero) e publicar trabalhos na área do Direito.
Firmou-se, assim, a norma: quando os jurisconsultos estavam de acordo, em matéria de Direito, o parecer deles era fonte de Direito ou tinha o mesmo valor de lei; quando discordavam, o juiz era livre de acatar as respostas deles.
Senatus Consultum e Rescriptum
Quando o Senado Romano se constituiu em Poder Legislativo – antes só expedia ordens, mandados exigindo respeito às leis – o Senatus Consultum, o pronunciamento do Senado, passou à fonte de Direito.
Mas dominado pelo imperador, o Senatus Consultum não passava de oratio principis, pura e simples manifestação da vontade do imperador.
Assim, são considerados como constituições imperiais – sem a significação moderna de Constituição - a) mandata, instruções expedidas aos governadores de províncias; b) edicta, proclamações do imperador quando iniciava o governo, à imitação do pretor; c) decreta, julgamentos proferidos pelo imperador quando assumiu o poder absoluto de governar, legislar e julgar; d) rescripta, respostas do imperador apostas ao pé do requerimento; ou a pessoas, que dele requereram soluções ou benefícios.
Os rescritos, de natureza geral, não personalíssimos, tinham força de lei, porque continham o imperium ou manifestação do poder.
Normas jurídicas comuns aos alieni juris
Livres e escravos são distintos na domus; como, porém, são uns e outros alieni juris, são reguladas suas posições por regras comuns.
1. Pelo Direito Civil, escravos e pessoas sujeitas in mani in potestate, in mancipio praticavam atos jurídicos, mas no interesse do pater, em nome dele, naquelas atos jurídicos, mas no interesse do pater, em nome dele, naqueles atos jurídicos que "melhorasse" o patrimônio, como: comprar, adquirir direito real ou um legado, etc.
Não poderiam, pois, fazê-lo devedor, extinguir-lhe um crédito ou perder um direito real do pater.
2. A princípio, o pecúlio que o pater entregava ao filho ou ao escravo, consistia num pequeno rebanho, pecus; posteriormente, passou a denotar os bens que o pater lhes entregava para proveito deles, chamando-se pecúlio profetício.
O filius e o servus administram-no como se fosse donos mas na verdade eram simples detentores do pecúlio, do qual só o pater era dono.
Pela morte do filho, o pater recolhe-o, não a título de sucessor, mas jure peculii, a título de pecúlio.
3. O pater não assumia as dívidas contrárias pelo filho; este princípio de direito civil, dada a sua injustiça, foi alterado pelo preto, ficando o pater vinculado, jure praetorio, nos contratos feitos pelo filius, na administração do pecúlio; assim, a ação que resguarda esse direito é concedida ao credor, para que pleiteie, em juízo, contra o pater é a chamada actio de peculio aut de in rem verso.
Esta ação era movida contra o pater para pagamento do saldo, uma vez abatida a dívida do alieni juris com o pater, mas se o pater se enriqueceu além das forças do pecúlio.
4. Quando o pater colocou o filho ou o escravo como preposto dele, numa atividade comercial ou para cumprir ordens dele, a resposabilidade do pater foi alargada pelo pretor, respondendo in solidum.
Numa dessas hipóteses, o pater respondein solidum, mas ações promovidas contra ele:
A) Se prepostos do pater, no comércio marítimo, o filho ou o escravo têm contra o pater a actio exercitoria, pela qual o pater, como armador, exercitor, responderá pelos atos jurpidicos que o capitão, magister navis ou o escravo fizera junto a credores.
B) Quando o pater colocou filius ou servus como prepostos dele num comércio terrestre, têm os alieni juris a actio institoria – institor é o preposto – para responder pelos atos jurídicos deles.
C) Se, porém, o alieni juris fez contrato, por ordem ou com o assentimento do pater, tem contra este a actio quod jussu para força-lo a responderr junto aos credores.
D) O pater poderá fazer o abandono dos servi e liberi à vítima, ao invés de pagar multas, em determinados delitos civis, cometidos por aqueles.
Começo e término da personalidade
O gozo ou a capacidade de direitos começa com o nascimento com vida e desaparece com a morte da pessoa natural.
O direito considera o feto já como nascido, pro nato habetur, para receber benefícios.
Também a herança jacente, hereditas jacens é havida como prolongamento da pessoa do defunto – hereditas jacens personam defuncti sustinet.
Capitis Deminutio
No decurso da existência, a pessoa poderá sofrer modificações e até perda completa da capacidade de direito.
Poderá perder o direito de ser testemunha e, acessoriamente, o de testar: ser punido coom a pecha de infame, pela prática de determinados atos, como se condenado em ações de injúria, dolo, mandato, tutela, ou por exercer comércio considerado infarmante.
Em nenhum destes casos, porém, deixa de ser pessoa.
A perda da personalidade ou da liberdade é a máxima, capitis deminutio maxima; perdendo o status libertatis, ou a condição de livre, perde o status civitatis ou cidadania e o status familiae, a condição de família, como no caso de, por causa da insolvência, ser tratado como escravo.
Direito Romano
É o nome que se dá ao conjunto de princípios, preceitos e leis utilizados na antiguidade pela sociedade de Roma e seus domínios.
A aplicação do Direito romano vai desde a fundação da cidade de Roma em 753 a.C. até a morte do imperador do Oriente Justiniano, em 565 da nossa era. Neste longo período, o corpo jurídico romano constituiu-se em um dos mais importantes sistemas jurídicos criados desde sempre, influenciando diversas culturas em tempos diferentes.
Em sua longa história, podemos assinalar as seguintes fases como capitais no desenvolvimento e aperfeiçoamento do Direito Romano (de acordo com sua organização estatal).
Período Régio
Período que vai desde a fundação da cidade de Roma (753 a.C.) até a República (510 a.C.), onde predominava um direito baseado no costume (mores), tendo o Direito Sagrado ligado ao humano.
Período Republicano
Período que vai desde 510 a.C. até o período imperial com Augusto, em 27 a.C. A fase seguinte do Direito Romano ocorre no período imperial, com o primeiro monarca, Augusto, onde prevalecia o jus gentium sobrerssaindo sobre o jus fas (Direito Sagrado, religioso), direito comum a todos os povos do Mediterrâneo, bem como o conceito do bonum et aequum, e o conceito da boa fé.
Período do Principado
Período do Direito clássico, época áurea da jurisprudência, que vai do reinado de Augusto até o imperador Diocleciano. Há uma participação maior dos jurisconsultos, os conhecedores do Direito à época, além da substituição do direito magistratural (jus honorarium) que auxiliava, e supria o cerne originário do Direito Quiritário; no lugar deste surge o cognitio extra ordinem, administração da justiça de aplicação particular do imperador.
Período da Monarquia Absoluta
Período após o imperador Diocleciano (século IV d.C.), até a morte do imperador Justiniano. É neste período que surge o direito pós-clássico, havendo a ausência de grandes jurisconsultos, ocorrendo uma adaptação das leis em face à nova religião predominante, o Cristianismo. É neste período que ocorre a formação do direito moderno, que começa a ser codificado a partir do século VI d.C. pelo imperador Justiniano.
Pessoas jurídicas
Já escrevia Ulpiano, Claramente, que são disttintas a pessoa natural, que fazia parte duma sociedade e a própria sociedade: uma é universitas, outra, a pessoa que fazua parte dela.
O Direito Romano considerava pessoas jurídicas o Estado e, depois, o Município, Colônias e Cidades; finalmente, collegia, associações formadas de servidores da Administração Pública, como cobradores de impostos, ou publicanos.
No Baixo Império, reconhece personalidade jurídica à Igreja, aos mosteiros, hospitais e orfanatos.
Associações privadas, collegia, eram admitidas, irrestritamente, pela Lei das XII Tábuas; porém bastante restringidas, no fim da Replúbica de Roma, por cuasa de movimentos subversivos.
A Lex Julia de Collegiis exigia que associações fossem autorizadas pelo senado e pelo imperador, com exceção das funerárias e religiosas, sem estas deixarem de ser pessoas jurídicas.
A capacidade de direitos das pessoas jurídicas era limitada; podiam aadquirir posse e fazer contratos inter vivos, mas só por favor excepcional poderiam ser instituídas herdeiras.
De fato, agiam por meio de representantes, síndicos, actores.
Consequências jurídicas da capitis deminutio
A capitis deminutio acarreta consequências nas áreas do Direito das pessoas, do Direito das coisas e nas obrigações civis.
Na área do Direito das pessoas extingue todos os direitos derivados do parentesco civil: se o capite minutus, incapacitado, tiver a patria potestas, deixa de exercê-la; se for tutor legítimo, não mais o é; perde todos os direitos à sucessão mortis causa.
Entrementes, assevera Gaio, são mantidos os liames de parentesco consanguíno, pois escreveu o jurisconsulto: "Cognationis vero jus eo modo non commutatur" - O direito de cognação (parentesco pelo sangue) não é modificado por esse modo; a saber: pela capitis deminutio.
No caso do patronato, se o patronus for capite minutus, o alforriado desobriga-se das prestações do obsequium, operae e bona que o vinculavam ao ex-senhor.
Na área do Direito das Coisas, a capitis deminuti extingue alguns direitos reais do incapacitados, bem como dívidas civis do mesmo.
Extriguem-se-lhe direitos de usufruto e uso; direitos que adquiriu intuitu personae, pela sua fama em arte ou ofício; o direito de fazer testamento , sendo írrito o que já houvesse feito.
O adrrogado (v. ADRROGAÇÃO), que de susi juris passa a alienai juris e a mulher casada in manu, por cuasa da capitis deminutio são liberados de suas dívidas civis ou contratuais.
Subsistem as obrigações provenientes de delitos porque as desta natureza são executadas no corpo do delinquente e até no cadáver do capite minutus.
Quanto aos direitos que não se extinguem pela capitis deminutio, são transferidos ao adrrogante, no caso de adrrogção e ao marido, no caso de casamento in manu dando-se, então uma verdadeira sucessio, sucessão, segundo Gaio.
Herdarão o ativo – bens e créditos do capite minutus, não, porém, o passivo - dívidas civis ou contratuais – a não ser que essas dívidas integrem a herança já adquirida pelo capite minutus.
O Direito Romano na realeza
Trata-se do período histórico em que Roma foi governada pelos reis, compreendendo uma faixa de aproximadamente 250 anos, segundo os cálculos de VARRÂO, desde a fundação de Roma, em 753 a.C., até o desaparecimento do trono, com Tarquínio, o Soberbo, em 510 a.C. Havia duas classes bem distintas e opostas entre os habitantes da cidade de Roma: os patrícios e os plebeus. Os primeiros, homens livres, descendentes de homens livres, agrupados em clãs familiares patriarcais, que recebiam o nome de gentes, formavam a classe detentora do poder e privilegiada. Os plebeus, por sua vez, não faziam parte das gentes, estando, no entanto, sob a proteção do rei. Até o reinado de Sérvio Túlio, os plebeus não faziam parte da organização política de Roma. Durante a Realeza, o Poder Público em Roma era composto por três elementos: o Rei (rex), o Senado (senatus) e o Povo (populus romanus), esteúltimo, como acima mencionado, constituído apenas por patrícios. Enquanto o rei, indicado por seu antecessor ou por um senador, era detentor de um poder absoluto, ou imperium, com atribuições políticas, militares e religiosas, sendo ao mesmo tempo chefe de governo e de Estado, o Senado era um órgão de assessoria do rei, com função predominantemente consultiva. Era, pois, o Senado detentor da auctoritas, sendo ouvido pelo rei nos grandes negócios do Estado. O povo romano (somente patrícios, inicialmente) reunia-se em assembléias, que recebiam o nome de comícios curiatos, com o objetivo de discutir e votar as propostas de lei, sempre de iniciativa do rei. A unidade de voto recebia a denominação de cúria. A lei, assim votada e aprovada, recebia o nome de leges curiatae. No entanto, com as reformas empreendidas pelo rei Sérvio Túlio, a plebe foi favorecida, quando a riqueza de cada um, e não mais apenas as suas origens, passou a ser base para a distinção entre as pessoas. Com isso, ganhavam o direito de voto os plebeus contribuintes, sendo por estes entendidos aqueles que dispunham de meios para pagar impostos e que agora tinham direito de prestar serviço militar. Estes plebeus contribuintes votavam nos comícios centuriatos, sendo a unidade de voto a centúria. Ao mesmo tempo, adquiriam os plebeus o direito de praticar atividade comercial, o que favorecia, conseqüentemente, o contato com outros povos e outras culturas, culturas estas que mais tarde viriam a ser incorporados pelo Império Romano, ao mesmo tempo em que ganhava o povo romano poder econômico, passo fundamental para se alcançar o poder político.
São duas as principais fontes do Direito Romano na Realeza: o costume e a lei. O costume, ou jus non scriptum, uso repetido e prolongado da norma jurídica tradicional não proclamada pelo Poder Legislativo, é a principal delas. A lei, de menor importância neste período, nascia com a proposta do rei ao povo, que, reunido em comícios curiatos ou centuriatos, aceitavam ou rejeitavam a iniciativa do rei. Se aceita, a regra de direito, depois de ratificada pelo Senado, tornava-se obrigatória. Vale ainda ressaltar que as leis, durante este período, eram particulares, e não gerais, regendo verdadeiros contratos entre patres da cidade.
O Direito Romano na República
Abolida a Realeza em Roma, foi implantada a República, advinda de uma revolução chefiada Abolida a Realeza em Roma, foi implantada a República, advinda de uma revolução chefiada por patrícios e militares, e que se prolongou de 510 ate 27 a.C. Caracterizava-se por ser uma República Aristocrática, onde a administração se subdividia em várias magistraturas. O poder consular, ou dos cônsules, substitui o rei, enquanto detentores do imperium.Encarnavam a suprema magistratura. Estes cônsules eram eleitos em número de dois para um período de um ano, cada um deles governando alternadamente um mês cada. Assim, enquanto um governava, o outro fiscalizava, tendo contra o primeiro o direito de veto, ou intercessio, em caso de discordância. No entanto, o grande desenvolvimento da população romana fez com que as funções consulares se repartissem por outras pessoas. Foi assim que surgiram cargos como questores (responsáveis pela administração das finanças), censores (encarregados de promover o recenseamento e de fiscalizar os costumes), pretores (importantes magistrados para o Direito. Estavam encarregados da administração da justiça), edis curis (cuidavam da fiscalização do comércio e do policiamento da cidade), governadores das províncias, ou procônsules (encarregados de distribuir a justiça). Além dos cônsules, a organização política de Roma na República ainda era composta pelo Senado e pelo povo. O Senado, nesta época, era um órgão consultivo e legislativo composto por 300 patres, nomeados pelos cônsules. Os atos oriundos do Senado eram os senatusconsultus. O povo (populus romanus), por sua vez, agora era composto por patrícios e plebeus, que reuniam-se em comícios (comícios curiatos, comícios centuriatos e comícios tributos) para votar. A plebe, cuja maior conquista na época foi a criação do tribuno da plebe (magistrados plebeus invioláveis e sagrados, com direito de veto – intercessio – contra decisões a serem tomadas), também se reunia sozinha no concilia plebis, onde se votavam os plebiscitos. As fontes do Direito Romano na República são as seguintes: costume, lei, plebiscito, interpretação dos prudentes e os editos dos magistrados. O costume, apesar de conservar extrema importância na sociedade romana, tornava-se, pela incerteza a ele inerente, importante arma de que dispunham os patrícios contra os direitos da plebe. A lei, por sua vez, é a segunda fonte de Direito Romano na República. É redigida, apesar de muita resistência por parte dos patrícios e do Senado, a Lei das XII Tábuas, cuja importância é incontestável, sendo considerada pelos próprios romanos como a fonte de todo o direito público e privado. O cunho de romanidade presente em suas disposições garantiu-lhe imediata aceitação por parte de todos, passando a reger as relações jurídicas do povo romano. Mais tarde, numerosas outras leis surgiram também com o intuito de reger as relações dos povos de Roma e dos territórios submetidos, como a leges rogatae e a leges datae. O plebiscito é aquilo que a plebe deliberava por proposta de um magistrado plebeu, aplicando-se, a princípio, unicamente à plebe, adquirindo, a partir da Lei Hortênsia, valor de lei. Os prudentes, ou jurisprudentes,são jurisconsultos encarregados de adaptar os textos legais às mudanças do direito vivo, preenchendo, assim, as lacunas deixadas pelas leis. A interpretação dos prudentes corresponde ao que atualmente chamamos de doutrina, diferindo, portanto, do que atualmente entendemos por jurisprudência (decisões repetidas dos tribunais). Tais pareceres, ou seja, a interpretação dos prudentes, passaram a influir na formação do direito.
do direito. Por fim, são também fontes do direito romano os editos dos magistrados, conjunto de declarações (edicta) destes, em que expunham aos administrados os projetos que pretendiam desenvolver. Para o Direito Romano, assumem maior relevância os editos dos pretores, e, em especial, os editos urbanos. O pretor, como magistrado que o era, era detentor do poder de fazer editos, contribuindo assim para o florescimento, em oposição ao jus civile (formalista e rigoroso), do jus honorarium, mais humano, pois com ele se fazia uso da equidade, instrumento através do qual o pretor adequava a justiça ao caso concreto, abrandando-se a impessoalidade do caso concreto.
A POSSE NO DIREITO ROMANO
Como a própria origem ou etimologia da palavra ensina, posso ou possesão é uma to fisíco, um fato.
Posse é o poder fisico sobre a coisa, possuidor é quem pode “sensatar-se sobre a coisa”, segura-la, detê-la, conservá-la em seu poder. Em grande número de casos, posse e propriedade confundem-se como nas hipóteses em que o proprietário exerce efetivamente o poder fisíco sobre a coisa que lhe pertence.
Há casos, porem em que a posse é separada da propriedade, como por exemplo, quando o proprietario empresta a coisa a outra pessoa, ou pede a outra pessoa que guarde a coisa. Nesse caso, o proprietário que tem a propriedade, transferindo por um certo tempo a posse.
No período clássico do direito romano, não existe ainda uma teoria única sobre a posse, cumprindo, pois mencionar a posse civil, a natural e apor meio dos interditos.
Posse civil (possesio civilis) é a que se fundamenta em atos juridicos, o que acontece , por exemplo, no ususcapião. Uma pessoa ocupa um móvel ou imóvel durante certo tempo, preenchendo certos requisitos.
A pessoa tem a intenção (animus) e tem a coisa em seu poder (corpus). Nesse caso, reunidos os dois elementos, comportando-se como um verdadeiro proprietario, tendo o animus domini adquire o dominio pelo direito dos Quirites (dominium ex juri Quiritium)
ORGANIZAÇÃO SOCIAL
A República, a organização social se modifica um pouco. As classes sociais eram bem distintas: classe baixa (ouplebs urbana), escravos, Cavaleiros da Ordem Eqüestre e a nobreza.
A economia, assim como na realeza, se baseava na mão-de-obra escrava. Os escravos, parcela significativa da população, “eram considerados bens semoventes, despidos de personalidade” (FIUZA, 2007, p. 53).
Já a classe baixa, ou plebs urbana, era a casta composta por plebeus pobres, “com profissões menos prestigiosas: barbeiros, sapateiros, padeiros, açougueiros, pastores, agricultores etc” (FIUZA, 2007, p. 53).
A classe dos Cavaleiros da Ordem Eqüestre era composta, na verdade, por homens de negócio. Atuavam, até mesmo, em nome de nobres, que não queriam ou não podiam exercer atividades mercantis. Eram os homens que não integravam a nobreza e que possuíam patrimônio superior a 400.000 sestércios. Esse nível patrimonial era o mesmo exigido “para se tornar um juiz eqüestre, a quem competia julgar as questões envolvendo corrupção” (FIUZA, 2007, p. 54).
A última classe era a nobreza, também chamada de nobilitas, composta de descendentes de magistrados. Nesta classe, tinha destaque a Ordem Senatorial. Ao final da República, não era preciso ser descendente de homem público para integrar essa Ordem.
A nobilitas era considerada a classe administradora e constituía, juntamente com os Cavaleiros, a classe dominante da época. Posto isso, as demais classes (plebe urbana e os escravos) eram dominados na fase do direito romano na República.
ORGANIZAÇÃO POLITICA E JUDICIARIA 
Na República, a organização política era composta por cônsules, pelo senado e pelo povo, que se reúne em comícios populares.
Tendo em vista que os cônsules eram apenas dois e que enquanto um governava, o outro fiscalizava, o desenvolvimento da população de Roma exigiu a repartição das funções antes concentradas no rex. Por isso, foram criados vários cargos, dentre eles: questores, censores, edis curuis, pretores, praefecti jure dicundo e governadores das províncias.
Já o Senado, que exercia funções consultivas, como por exemplo, ratificar leis e decisões dos Comícios, “compõe-se de 300 patres, nomeados pelos cônsules” (CRETELLA JÚNIOR, 2007, p. 31). “A partir de 312 a.C., os censores passaram a nomear os senadores, normalmente, dentre antigos cônsules. Até essa data eram indicados pelos cônsules” (FIUZA, 2007, p. 47).
O povo, composto por patrícios e plebeus, exercia seus direitos reunidos em comícios:
“Os comícios curiatos e os comícios centuriatos, como na realeza. Além disso, há uma nova espécie de comícios, os comícios tributos. A plebe, sozinha, reúne-se nos concilia plebis. Nestes concílios, votam-se os plebiscitos. Os comícios tributos (comitia tributa) são assembléias do povo, cuja unidade de voto é a tribo.” 
Nesses comícios populares, o populus romanus exercia funções legislativas e judiciárias (Comícios Centuriatos); eram responsáveis pelos testamentos e pelas ad-rogações (Comícios Curiatos); e exerciam funções eletivas e legislativas (Comícios Tributos e Conselhos da Plebe).
 DIREITO SUBJETIVO
Conceito e Classificação
Direirto, no sentinto subejtivo, significa a facultas agendi, que é um poder de exigir determinado comportamento de outrem, poder esse conferido pela norma juridica , cujo lado passivo é a obrigação. Por exemplo, a regra que responsabiliza o vendedor pelos direito de pedir rescisão da venda pelo vício ocultos da coisa vendida é um direito no sentido objetivo. O direito de pedir rescisão da venda pelo vício descoberto na coisa recém-comprada é um direito subjetivo do comprador.
Os direirtos subjetivos, por sua vez, não têm todos as menos caracteristicas. Conforme o tipo de poder que representam e, por outro lado, de acordo coma obrigação, na realidade, fazemos a divisão da matéria do direito privado romano em conformidade com nos concetos da dogmática moderna e traçamos os planos do nosso estudo.
Em grandes linhas, os direitos subejetivos ( e obrigações) são de dois tipos, decorrentes de relações familiares ou patrimoniais. Os primeiros incluem os relativos ao casamento, ao pátrio poder e a tutela e curatela.
Os direitos subjetivos ( e obrigação) patreimoniais dividem-se em dois grupos: os direitos reais e as obrigações.
Os direitos reais são direirtos que conferem um poder absoluto sobre as coias do mundo externo. Sua caracaterística essencialç é valerem erga omnes: “ contra todos”. O comportamento alheio que o titular do direito subjetivo pode exigir é o de todos, que são obrigados a respeitar o exercício de seu direito (poder) absoluto sobre a coisa.
CIDADANIA (Status civitatis)
Em princípio o direito romano, tanto público como, privado valia só para os cidadãos romanos (Quirites).
Os estrangeitos (peregrini) não tinham a capacidade jurídica de gozo no concernente aos direitos e obrigações do ius civile. Entretanto, a eles que aplicavam as regras do ius gentium. O estrangeiro podia adquirir propriedades pelo direirto dele, mesmo em roma. Também podia fazer testamento, conforme as regras de sua cidade somente os peregrinio dediticii, os inimigos vencidos, cujo direirto e independência política não foram reconhecidos pelos romanos,estavam privados do uso de seu direirto de origem. Eles se sujeitavam pura e exclusivamente ás regras do ius gentium romano.
Entre os estrangeiros, os latinos tinha uma posição especial.
Os latinos, vizinho de Roma (latini prisci), tinham cpacidade juridica de gozo semelhante á dos cidadãos romanos. Tinham direito de votar nos comícios (ius suffragii), quando se encontravam em Roma, e podiam comerciar e contrair matrimônio: ius commercii e ius conubii. Com a extensão da cidadania romana a toda a Itália, em 89 a.C., essa categoria de latinos deixou de existir. Como segunda categoria, porém, aparece a dos latini coloniarii, que eram os cidadãos das colônias fundadas por Roma e ás quais fora dado o ius Latii.
Estes gozavam da capacidade de teros direitos privados, mas não os publicos, essa categoria, também desapareceu coma extensão da cidadania a tosos os habitantes livres o império, por Caracalla, em 212 d.C.
A cidadania romana adquire-se por nasicmento de justas núpccias ou mesmo fora delas, se a mãe fosse cidadã no momento do parto, os filhos nascidos de matrimônio misto (isto é em que um dos cônjugues fosse estrangeiro) seguiam a condição de estrangeiro, de acordo comas diposição de lei minicia (Gai. 1.78)
O cidadão romano, desde que completasse também o requisito da indoencia do poder familar, tinha pelna capacidade jurídica de gozo, assim ele podia ter a totalidade dos direirtos públicos e privaos e as obrigações respectivas.
Perdia-se a cidadania pela pérda da liberdsade. Podia-se, contudo, perder a cidadania sem a perda liberdade como no caso do exílio, da deportação, da renúncia.
O povo era a sociedade romana, constituída, no início, apenas de patrícios. Após Sérvio Túlio, que deu à plebe a cidadania, também passaram a compor a populus romanus.
O povo exercia seus direitos em assembléias, denominadas comícios, onde votavam para decidir sobre propostas específicas de casos concretos. 
PRINCIPAIS EVENTOS
Essa fase é marcada pela monarquia absolutista, diante da concentração dos poderes nas mãos do Imperador, sem repartição de poderes com o Senado. Para alguns autores, esse período é chamado de Dominato.   
O primeiro a experimentar esse “poder absoluto” foi Diocleciano (284 a 305), que dividiu o império romano em Império Romano do Oriente (Constantinopla) e Império Romano do Ocidente (Roma).
Todos os poderes, atribuições e órgãos públicos passaram a ser submetidos à vontade do imperador. Como fatos importantes nessa fase têm-se:
“313 – Edito de Milão, de Constantino, dando liberdade de culto aos cristãos. O edito foi reforçado posteriormente e aplicado em todo o império. Constantino se converteu à fé cristã, atribuindo várias de suas vitórias a isso.
380 - Constituição Cunctos Populos, de Teodósio I (379 a 395). Elevou o catolicismo a religião oficial.
395 - Morte de Teodósio I e divisão do Império em Oriente e Ocidente, com dois imperadores, seus filhos: Arcádio,no Oriente, e Honório, no Ocidente. A unidade jurídica foi mantida por meio da legislação, que era a mesma.
476 - Queda do Império Romano do Ocidente. Rômulo Augusto é derrotado por Odoacro, rei dos hérulos. Alguns reis bárbaros invasores passaram a ser tratados como delegados do Imperador no Ocidente (ex.: Odoacro, Teodorico e outros).
527 a 565 - Reinado do Imperador Justiniano. Tenta reunificar o Império e promulga as compilações de leis e doutrina, conhecidas hoje com o nome de Corpus Iuris Civilis.” (FIUZA, 2007, p. 60/61).
E o fim da fase do baixo império é marcada pela morte do Imperador Justiniano (565 d.C.).

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