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BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE

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MM. JUIZO DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE SUMARÉ/SP.
	CONTÉM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA/EVIDÊNCIA
JILENO FRANCISCO DOS SANTOS, brasileiro, casado, ajudante geral, portador do documento de identidade RG nº 14.650.021-0 SSP/SP e inscrito no CPF sob o Nº 964.715.908-06, residente na Rua Regina Consulin Escalhão, nº 475 – Jardim Maria Antonia, em Sumaré/SP – CEP 13.178-380 por seus procuradores abaixo subscritos, vêm, com o devido respeito, à presença de Vossa Excelência, propor
AÇÃO ORDINÁRIA PREVIDENCIÁRIA PARA IMPLANTAÇÃO DE BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE CUMULADO COM ANTECIPAÇÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA/EVIDÊNCIA 
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, autarquia federal estabelecida na Rua Jorge Harrat, n° 95 – Ponte Preta, em Campinas / SP, CEP 13.041-550; com fulcro no artigo 282 e seguintes do Código de Processo Civil Brasileiro, bem como na Lei nº 8213, de 24 de julho de 1.991, de acordo com os fatos e fundamentos jurídicos a seguir aduzidos: 
I - PRELIMINARMENTE
1.1) DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Preliminarmente salienta o Requerente, nos termos do artigo 98 e seguintes do Novo Código de Processo Civil; artigo 5, LXXIV, da Constituição Federal e Lei 1.060/50, que não possue condições financeiras de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento. 
Portanto, faz jus ao benefício da GRATUIDADE DE JUSTIÇA, consoante declaração de hipossuficiência anexada.
1.2) DO FORO COMPETENTE
Sabe-se que, nas questões que envolvam o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por ser este uma Autarquia Federal, a competência para dirimir eventuais dúvidas e litígios, em regra, seria da Justiça Federal. 
Todavia por não haver Justiça Federal nesta Cidade, cabe ao Juiz Estadual julgar e processar a presente contenda, pois tem Competência delegada conforme os termos do artigo 109, parágrafo 3° da CF c/c artigo 15 inciso III da Lei de 5.010/66.
1.3) DO SEGREDO DE JUSTIÇA
Pelo fato desta lide envolver matéria de sigilo médico, requer a autora que o feito tramite em segredo de justiça, até o seu deslinde, nos termos da Resolução do CFM.
1.4) DA AUTORIZAÇÃO DO AUTOR PARA ACOMPANHAMENTO DOS PATRONOS NAS PERÍCIAS MÉDICAS ADMINISTRATIVAS E JUDICIAIS A SEREM REALIZADAS
Nos termos do artigo 73, da Resolução CFM nº 1.931, de 17 setembro de 2009, do Código de Ética Médica: “É vedado ao médico: Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente.
Assim sendo, declara o autor que renuncia todo e qualquer sigilo médico no que se refira aos seus exames, inclusive periciais, motivo que pede para que Vossa Excelência determine o acompanhamento de sua patrona em todos aqueles a serem realizados, sob pena de se violar as prerrogativas asseguradas no artigo 7º, incisos I e IV, alíneas “c” e “d”, da Lei 8.906/94.
1.5) DA AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS ANEXADOS À PEÇA PREFACIAL
A advogada declara autêntica as cópias reprográficas dos documentos anexados à esta peça inaugural, nos moldes do artigo 365, inciso IV, do CPC.
II – DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS
 		
2.1) DA INCAPACIDADE DO SEGURADO E DA INCONGRUÊNCIA DAS PERÍCIAS MÉDICAS REALIZADAS PELO INSS 
A parte autora requereu, junto à Autarquia previdenciária, a concessão de benefício por incapacidade, que foi indeferido, conforme comunicado da decisão em anexo.
Com efeito, o motivo da negativa ao pedido foi alegado ausência de capacidade laborativa, após realização de perícia administrativa. Entretanto, a parte autora vem acometida por patologias que incapacitam para o trabalho, conforme demonstrado pelo prontuário médico elaborado pela UNICAMP ora anexado.
Por tal motivo, se ajuíza a presente ação.
Atualmente conta com 59 anos (cinquenta e nove anos), sendo que seus laudos médicos constaram estar incapacitado desde 27/12/2016, diante ser acometido de FRATURA DIAFISARIA DO UMERO DIREITO (CID S42.3) COM TRAUMATISMO DOS MÚSCULOS EXTENSOR OU ABDUTOR E TENDÕES DO POLEGAR AO NÍVEL DO ANTEBRAÇO (CID G56.3), e para piorar ainda mais seu quadro, o autor ainda apresenta diminuição de força e déficit de extensão de punho.
Vide relatórios médicos.
Estando incapacitado desde 27/12/2016, não consegue exercer suas atividades laborais, especialmente diante da exigência de carregamento de pesos e movimentos repetitivos, além de sentir fortes dores no corpo.
Todo e qualquer esforço físico, podem leva-lo ao risco de complicações graves.
Pois bem.
Ocorre que o autor, mesmo diante de seus graves problemas que possui, requereu benefício por incapacidade junto ao instituto réu, e na perícia de 06/03/2017 (NB 610.986.357-6), opinou pelo indeferimento do benefício, sob fundamento de “não existe incapacidade para o seu trabalho e/ou atividade habitual”, mesmo tendo o autor graves problemas de saúde que o incapacita permanentemente, necessitando de tratamento por tempo indeterminado, conforme atestam as cartas médicas apresentadas e exames.
Inconformado com a decisão proferida pela Agência da Previdência Social, socorre-se do Poder Judiciário, de modo que tenha direito a concessão do benefício por incapacidade e/ou aposentadoria por invalidez, já que seus laudos médicos sempre relatam a gravidade de seu caso e “...afastamento das atividades laborativas por tempo indeterminado...”, “...por se tratar de trabalhador braçal encontra-se proibido de retornar a atividades de alta demanda física...”.
Para que não restem dúvidas quanto à permanência de sua incapacidade, acostamos aos autos todos os relatórios e exames médicos, emitidos por especialistas, os quais demonstram seu real quadro clínico, senão vejamos: 
- Em 27/12/16, o médico – Dr. Alexandre Arruda de Lima, CRM nº 98975 SP – declarou que o autor tem os seguintes problemas de saúde, “fratura de úmero d evoluiu com nesão do nervo radial”. 
- Em 14/03/17, o médico – Dr. Alexandre Arruda de Lima, CRM nº 98975 SP – novamente declarou que o autor tem os seguintes problemas de saúde, “fratura do úmero d evoluiu com lesão do nervo radial”.
- Em 16/05/2017, o médico – Dr. Alexandre Arruda de Lima, CRM nº 98975 SP – novamente declarou que o autor tem os seguintes problemas de saúde “fratura de úmero d evoluiu com lesão do nervo radial em 2015, evoluiu com perda da extensão do punho e dedos por lesão do nervo radial, foi submetido a transferência tendinea em dez de 2017”;
- Em 19/12/2017, o médico – Dr. Maurício Mongon, CRM nº 108741 SP – declarou que o autor possui os problemas supracitados agravados e é incapaz de continuar suas atividades laborativas, proibindo-o de retornar à atividade que realizara até então “Conforme solicitado no relatório anterior sugiro, o afastamento das atividades laborativas por tempo indeterminado. 
Por se tratar de trabalhador braçal (ajudante geral) encontra-se proibido de retornar a atividades de alta demanda física, do ponto de vista ortopédico, pelo mínimo neste período acima.
Sob acompanhamento ambulatorial. Sem condições de alta.”.
Em 16/01/18, o médico – Dr. Alexandre Arruda de Lima, CRM nº 98975 SP – declarou novamente em seu laudo que o autor possui os seguintes problemas “Encontra-se em seguimento ambulatorial, apresenta diminuição de força, e déficit de extensão de punho E.”
Portanto, Meritíssimo(a) Juiz(a), devido a sua incapacitação total e permanente e a necessidade de realizar seu tratamento por tempo INDETERMINADO, o autor está privado de exercer atividade que lhe garanta a subsistência, vem passando por sérias dificuldades financeiras, haja vista estar incapacitado para o labor e para suas atividades habituais, dependendo do benefício ora pleiteado para seu sustento e de toda sua família. 
ORA, NÃO HÁ QUE SE FALAR QUE O AUTOR NÃO SE ENCONTRA INCAPACITADO DEFINITIVAMENTE PARA O LABOR, JÁ QUE VÁRIOS ESPECIALISTAS AFIRMAM PELA INCAPACIDADE!
Estamos diante da opinião de profissional especializado na patologia do Requerenteque atesta pela sua incapacidade, ao contrário do médico do INSS, profissional, muitas vezes, não especializado na patologia do Requerente, que a considerara apto ao labor.
Assim, patente a ilegalidade pela negativa indevida do seu benefício, mormente porque os relatórios dos médicos em anexo, não deixam dúvidas de que não possui condições de exercer toda e qualquer atividade laboral, ou suas atividades habituais.
Inclusive, considerando o fato do Médico perito do INSS ter ido contra todos os relatórios Médicos supracitados, emitidos por especialistas, insta mencionar o art. 52 do Código de Ética Médica do Conselho Federal de Medicina, que prevê o seguinte:
É vedado ao médico:
Art. 52. Desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente, determinados por outro médico, mesmo quando em função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de indiscutível benefício para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável. 
O que se observa, é que, infelizmente, a máxima In dúbio pro misero não foi respeitada pela Autarquia, tampouco a obediência ao Código de Ética Médica, já que o laudo do INSS se contrapôs a todos os laudos e tratamentos prescritos pelos médicos especialistas que cuidam da autora, sendo imperioso, no caso, desconsiderar o parecer do INSS por estar flagrantemente eivado de vício.
2.2) DA QUALIDADE DE SEGURADO E CARÊNCIA
Caracterizada a incapacidade do autor, outros dois elementos deverão ser configurados para a concessão do benefício postulado: a qualidade de segurado e a carência.
Nos termos da Lei 8.213/91, a qualidade de segurado é adquirida por meio da filiação, que corresponde ao ato que institui a relação entre o indivíduo e a Previdência Social, requisito este preenchido quando do início da incapacidade que ocorreu em 27/12/2016.
Por último, no que se refere ao cumprimento da carência cujo conceito está previsto no art. 24 da Lei 8.213/91, que afirma tratar-se número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, temos que tal requisito também foi preenchido pelo autor.
2.3) DO DIREITO À PERCEPÇÃO DO MELHOR BENEFÍCIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
	O Requerente apresenta todos os pressupostos legais para que lhe seja implantado o benefício previdenciário e, após a realização da perícia judicial confirmatória, sua concessão de fato e de direito, senão vejamos:
Possui condição de segurado da Previdência Social, como provado, inclusive não tendo sido contestado pelo órgão administrativo, além de preenchidos os requisitos pertinentes à carência exigida para fazer jus ao benefício pleiteado, conforme inteligência do artigo 151 da Lei 8213/91.
Do mesmo modo, a pretensão do Requerente encontra amparo legal na Lei 8.213/91, conforme dispõem os artigos 42, 59 e 62, respectivamente:
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.
Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade. Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não-recuperável, for aposentado por invalidez.
Agora, só resta saber se a incapacidade do autor é TOTAL e PERMANENTE, pois evidente que a perícia da Autarquia não foi feita de forma adequada. 
Ademais, deve se considerar, também, o disposto na Súmula 47 da Turma Nacional de Uniformização dispõe:
Uma vez reconhecida à incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais da segurada para a concessão de aposentadoria por invalidez.
Posto isto, deverá haver o imediato a implantação do benefício previdenciário de auxílio-doença, sendo que, após a conclusão do médico perito deste E. Juízo, deverá ser convertido no benefício mais vantajoso, embasado no art. 201 da CF, art. 42, 59 e 62, todos da Lei 8.213/91, já que se tornou incontroversa, pública e notória a incapacidade do segurado, motivo que a aposentadoria por invalidez é medida que se impõe, já que resultante de patologia irreversível.
III – DA DATA DO INÍCIO DO PAGAMENTO E IMPLANTAÇÃO DO BENEFÍCIO
Tendo em vista a especialidade de cada profissional, seus cargos, suas opiniões, laudos médicos, relatórios e exames, é inteligente constatar que o segurado está incapacitado para exercer a função laboral desde seu primeiro requerimento de afastamento, qual seja, 13/03/2017, consoante comunicação de indeferimento já anexada, especialmente porque esta foi a data reconhecida pelos seus médicos e do INSS. 
Logo, deve RECEBER DESDE A DER 13/03/2017, tendo em vista PERMANECER INCAPACITADO COM AS MESMAS PATOLOGIAS DESDE ENTÃO.
 
Neste sentido já decidiram nossos tribunais:
PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA - CESSAÇÃO INDEVIDA - RESTABELECIMENTO - PERÍCIA JUDICIAL - DATA DA INCAPACIDADE. É possível o restabelecimento de auxílio-doença, desde a data da sua indevida cessação, ainda que o perito tenha fixado a data de início do benefício no dia da realização da perícia judicial, desde que, em razão dos documentos apresentados nos autos, obtenha-se a presunção de que o autor não recuperou a sua capacidade laborativa desde o cancelamento do benefício. (TRF-4 – RCI: 001369 SC 2008. 72.95. 001369-3 Relator: Luisa Hickel Gamba, Data de Julgamento: 27/05/2009. - g.n)
Além disso, frisa-se também que, como se não bastasse o indeferimento do benefício de forma arbitrária e sem fundamento plausível, o INSS sequer tentou reabilitar a Requerente, ferindo assim o Princípio da Legalidade, uma vez que desrespeitou visivelmente o art. 62 da Lei 8.213/91, vejamos:
Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade. Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não-recuperável, for aposentado por invalidez.
 
Assim, resta inexoravelmente comprovado, por meio dos documentos, Relatórios e Exames acostados aos autos, que em virtude de suas patologias, o Requerente está TOTALMENTE INCAPACITADO PARA RETOMAR ao seu posto de trabalho.
Então, como pode o Instituto Requerido considerá-lo apto se ele possui graves patologias?
Isto é inadmissível!
A condição de saúde do autor só vem se agravando com o tempo como resta comprovado no disposto no item 2.1. 
Deste modo, é inegável a incapacidade do Requerente, devendo o benefício de direito ser IMPLANTADO urgentemente, desde o indeferimento ocorrido em 13/03/2017, até ao menos a juntada do laudo pericial e nova análise por este Juízo, haja vista o teor dos parágrafos 8º e 9º , do art. 60 da Lei 8.213/91, que determina que caso não seja estimado prazo para a duração de benefício de auxílio-doença na decisão de concessão/restabelecimento administrativa ou judicial, este durará, no mínimo, por 120 dias, e posteriormente instalado de pleno direito, inclusive sendo pago todos os benefícios que não lhe foram conferidos desde a sua incapacidade, com juros e correção monetária apropriados. 
Este tendo sido o entendimento de nossos tribunais em casos análogos:
PREVIDENCIÁRIO. VALOR DA CAUSA. COMPETÊNCIA DA VARA COMUM. AUXÍLIO DOENÇA. RESTABELECIMENTO E CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.INCAPACIDADE LABORATIVA TOTAL E PERMANENTE COMPROVADA. 1. Quanto à preliminar de incompetência absoluta da Justiça Comum Federal suscitada pelo INSS, embora resguardado o entendimento pessoal do relator - de que seria do Juizado Especial Federal a competência para julgar o feito -, verifica-se que esta Segunda Turma entende que tendo a parte autora atribuído valor à causa superior ao limite fixado para a competência do Juizado Especial, deve o feito ser processado e julgado pela Vara Federal Comum, não se podendo extinguir o processo ao argumento de que a futura liquidação, em sendo deferido o pedido, seja inferior ao valor estimado. 2. No caso em exame, não restam dúvidas quanto à qualidade de segurada da autora, eis que a requerente visa o restabelecimento do benefício de auxílio-doença já previamente concedido (Data da cessação: 31/12/2012). 3. No tocante à prova da incapacidade para o trabalho, o perito do juízo constatou, e expressamente firmou em seu parecer técnico, que a autora é portadora de doença cardíaca hipertensiva, hipertensão arterial sistêmica, transtornos não-reumáticos da valva mitral, transtornos não-reumáticos da valva aórtica, varizes dos membros inferiores sem úlcera ou inflamação, transtorno misto ansioso depressivo e sinais incipientes de gonartrose e artrose das articulações das mãos, salientando, de forma clara, que a mesma possui incapacidade total e definitiva, desde 2008, sendo a doença irreversível. 4. Direito reconhecido ao restabelecimento do auxílio-doença pleiteado, desde o cancelamento, com conversão deste em aposentadoria por invalidez. 5. Honorários advocatícios mantidos à base de 10% sobre o valor da condenação, a teor do parágrafo 3º, do art. 20, do CPC. 6. Correção monetária conforme o Manual de Cálculos da Justiça Federal e juros de mora de 0,5% ao mês, a partir da citação (Lei nº 9.497/97, art. 1º- F, dada pela Medida Provisória nº 2.180-35, 2001). 7. Remessa oficial e apelação improvidas.
(APELREEX 00041533920124058000, Desembargadora Federal Cíntia Menezes Brunetta, TRF5 - Segunda Turma, DJE - Data:12/12/2014 - Página:123.). (g.n).
PREVIDENCIÁRIO. REMESSA NECESSÁRIA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CONCESSÃO. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. CONSECTÁRIOS LEGAIS FIXADOS DE OFÍCIO. 1. São requisitos dos benefícios postulados a incapacidade laboral, a qualidade de segurado e a carência, está fixada em 12 contribuições mensais, nos termos do art. 25 e seguintes da Lei nº 8.213/91. 2. No caso dos autos, verifica-se do extrato do CNIS que a parte autora satisfaz os requisitos necessários à concessão do benefício pleiteado (carência e qualidade). Ademais, restaram incontroversos, ante a ausência de impugnação pela Autarquia. No tocante à incapacidade, o s.r. perito judicial concluiu que a parte autora, portadora de Arritmia Cardíaca, HAS, Síndrome do Pânico, Depressão e Hipotireoidismo, está incapacitada total e definitivamente para o exercício de atividades laborais. Desse modo, diante do conjunto probatório e considerando o parecer elaborado pela perícia judicial, a parte autora faz jus à concessão do benefício de aposentadoria por invalidez a partir da juntada do laudo pericial, momento em que foi diagnosticada a doença, conforme corretamente explicitado na sentença. 3. A correção monetária deverá incidir sobre as prestações em atraso desde as respectivas competências e os juros de mora desde a citação, observada eventual prescrição quinquenal, nos termos do Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal, aprovado pela Resolução nº 267/2013, do Conselho da Justiça Federal (ou aquele que estiver em vigor na fase de liquidação de sentença). Os juros de mora deverão incidir até a data da expedição do PRECATÓRIO/RPV, conforme entendimento consolidado pela colenda 3ª Seção desta Corte. Após a expedição, deverá ser observada a Súmula Vinculante 17. 4. Com relação aos honorários advocatícios, esta Turma firmou o entendimento no sentido de que estes devem ser fixados em 15% sobre o valor das parcelas vencidas até a sentença de primeiro grau, nos termos da Súmula 111 do E. STJ. Entretanto, mantenho os honorários como fixados na sentença, em respeito ao princípio da vedação à reformatio in pejus. 5. Remessa necessária desprovida. Fixados, de ofício, os consectários legais.
 (REO 00318861220164039999, DESEMBARGADOR FEDERAL NELSON PORFIRIO, TRF3 - DÉCIMA TURMA, e-DJF3 Judicial um DATA: 30/11/2016 .FONTE_REPUBLICACAO:.). (g.n).
IV- DA TUTELA DE EVIDÊNCIA
 Desde logo, registre-se cuidar a pretensão autoral de requerimento com natureza alimentar, a qual, com base na comprovação dos pressupostos dos arts. 294 e 311 do CPC, entende ser possível à obtenção de provimento favorável já em primeira instância, por meio de pedido de tutela de evidência.
O Código de Processo Civil em vigência trouxe a possibilidade do pedido de tutela de evidência como espécie de “antecipação dos efeitos da tutela” ligada a pedido incontroverso:
“Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e IV, o juiz poderá decidir liminarmente.” (g.n).
 Na presente situação, além da evidente existência de teses jurisprudenciais e dispositivos legais que corroboram com o pleito autoral, conforme fundamentação exposta nesta Inicial, cumprida também está a exigência de que tudo o quanto relatado deva estar devidamente comprovado por robusta documentação.
 Como se percebe, o Demandante acostou: (a) cópias de Laudos e exames médicos, atestando o quadro clínico grave e incurável; b) cópia da CTPS; c) cópia do comunicado de decisão do INSS; d) Declaração de Hipossuficiência e) atestado do médico especialista onde comprova a inaptidão de caráter crônico e definitivo, além de documentos suficientes para comprovar a sua incapacidade para o trabalho.
 Diante de todo o exposto, pugna-se pela concessão da tutela de evidência em caráter de medida liminar inaudita altera pars, pela condenação do Instituto Réu em implantar o benefício de auxílio-doença, enquanto não seja realizada a perícia médica judicial, sendo que, após, poderá Vossa Excelência fazer nova avaliação para conceder-lhe o benefício de direito, até mesmo a aposentadoria por invalidez.
V - DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE CONCILIAÇÃO
Considerando a necessidade de produção de provas no presente feito, o Autor vem manifestar, em cumprimento ao art. 319, inciso VII do CPC/2015, que não há interesse na realização de audiência de conciliação ou de mediação, haja vista a iminente ineficácia do procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua realização, conforme previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.
VI - DA PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL
Considerando que a prova pericial é fundamental para o deslinde das questões ligadas aos benefícios por incapacidade e para uma adequada análise do nexo de causalidade e da consequente incapacidade, faz-se mister que o Médico Perito observe o Código de Ética da categoria, e especialmente em relação ao tema, a RESOLUÇÃO CFM Nº 1931/2009, que dispõe sobre as normas específicas de atendimento a trabalhadores.
Portanto, REQUER o autor que, quando da realização da prova pericial, sejam observadas as referidas disposições legais, uma vez que se trata de norma cogente e, portanto vincula a atividade do médico, sob pena de nulidade do laudo pericial. 
Outrossim, tendo em vista que a perícia médica é ato complexo, que não envolve apenas o exame clínico, mas também a análise dos documentos fornecidos ao médico e demais elementos essenciais à realização satisfatória do procedimento,se faz imperativo que o Perito Judicial observe o Parecer nº 10/2012 do CFM, que versa acerca da responsabilidade do expert pelas consequências da sua avaliação, tendo por objetivo evitar a confecção de pareceres irresponsáveis. 
Neste sentido, destaca-se o seguinte trecho do referido Parecer:
“O médico do trabalho pode discordar dos termos de atestado médico emitido por outro médico, desde que justifique esta discordância, após o devido exame médico do trabalhador, assumindo a responsabilidade pelas consequências do seu ato”.
Sendo assim, REQUER seja observado o Parecer nº 10/2012 do CFM, quando da avaliação pericial, além do acompanhamento do patrono no ato processual da perícia médica, conforme autorização e quebra do sigilo médico da autora, sob pena de nulidade do ato processual.
	VII – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, o autor requer:
a) Haja a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos moldes do artigo 129, parágrafo único, da Lei nº 8.213/91 c/c Lei nº 1.060/50, consoante declaração de hipossuficiência anexada;
b) Haja a concessão da TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA/ EVIDÊNCIA com fulcro no artigo 300 c/c 311, IV, ambos do NCPC, para a imediata concessão do benefício de auxílio-doença, inclusive que seja determinado tempo razoável de sua duração, enquanto não seja juntado laudo médico pericial em Juízo, momento onde Vossa Excelência pode rever a tutela concedida, conforme inteligência dos parágrafos 8º e 9º do art. 60 da Lei 8.213/91;
c) Que ao final, ao prolatar a r. Sentença, Vossa Excelência estabeleça o prazo estimado para a duração do benefício concedido a parte autora, conforme determinação legal dos parágrafos 8º e 9º, do art. 60, da Lei 8.213/91, caso contrário o benefício será cessado após o prazo de cento e vinte dias ocasionando prejuízos tanto a parte autora quanto ao Judiciário, que terá maior número de pedidos de prorrogação/restabelecimento de benefícios para serem apreciados;
d) Haja a citação do Instituto-Réu, na pessoa de seu representante legal, para que, querendo, apresente contestação, sob pena dos efeitos da revelia;
e) Haja a dispensa da audiência de conciliação ou de mediação;
f) Seja a Autarquia-ré condenada a conceder o melhor benefício previdenciário de direito, com o pagamento das parcelas vincendas e vencidas desde a data da incapacidade da Autora, ou seja, desde seu primeiro requerimento de benefício em 13/03/2017, sucessivamente deste a data estabelecida pelo Nobre Perito;
g) Haja a condenação do Instituto-Réu ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, no percentual de 20% (vinte por cento);
h) Na hipótese remota de improcedência deste pedido DE TUTELA, CASO ENTENDA NECESSÁRIO, seja determinada, antecipadamente, a produção da prova pericial médica POR EQUIPE MULTIDISCIPLINAR (AsSISTENTE SOCIAL, MÉDICO ESPECIALISTA), para a reafirmação, dos exames complementares, declarações médicas e da incapacidade dO requerente;
i) SEJA A PRESENTE AÇÃO JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE E QUE MANTENHA A TUTELA NA SENTENÇA PARA QUE PRODUZA SEUS EFEITOS LEGAIS, PARA QUE SE FAÇA LÍDIMA JUSTIÇA;
j) QUE SEJA DECLARADA EXPRESSAMENTE NA SENTENÇA que o INSS, nos termos do artigo 71 da Lei 8212/91 está autorizado a realizar perícias periódicas para a avaliação da persistência da incapacidade, MAS SOMENTE PODERÁ CESSAR O PAGAMENTO DO BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE CONCEDIDO ATRAVÉS DO INGRESSO DE AÇÃO REVISIONAL, prevista nos artigos 505, inciso I, do NCPC c/c artigo 71, parágrafo único da Lei de Custeio, evitando-se assim o ingresso de repetidas ações com o mesmo objeto pelo autor e garantindo-se o poder-dever fiscalizatório da Autarquia-Ré;
k) Que todas as publicações relativas a estes autos sejam feitas em nome da patrona ANDRESSA REGINA MARTINS, com escritório à Rua Ipiranga, 234, Centro, em Sumaré / SP – CEP 13.170-026, sob pena de nulidade;
l) Derradeiramente protesta por todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente provas: documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do representante da Autarquia Previdenciária.		
Dá-se a causa o valor de R$ 37.483,13 (trinta e sete mil, quatrocentos e oitenta e três reais e treze centavos), segundo preceitua o art. 292 do NCPC, utilizando os benefícios vencidos e não pagos, mais 12 (doze) benefícios futuros.
Termos em que,
Pede Deferimento.
Sumaré, 19 de abril de 2018.
ANDRESSA REGINA MARTINS 
 OAB/SP n° 264.854
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