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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Prof. Coord. MSc. Eng. Alessandro Saraiva Loreto Prof. MSc. Eng. Pedro Genuino de Santana Junior 5º Período de Eng.Civil 5º Período de Eng.San. Ambiental 7º Período de Eng.San. Ambiental 9º Período de Eng.San. Ambiental Nome: ______________________________________________ Período:______ 1 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Prof. Coord. MSc. Eng. Alessandro Saraiva Loreto Prof. MSc. Eng. Pedro Genuino de Santana Junior 5º Período de Eng.Civil 5º Período de Eng.San. Ambiental 7º Período de Eng.San. Ambiental 9º Período de Eng.San. Ambiental INTRODUÇÃO A resistência dos materiais é um ramo da mecânica que estuda as relações entre as cargas externas aplicadas a um corpo deformável e a intensidade das forças internas que agem no interior do corpo. No projeto de qualquer estrutura ou máquina, em primeiro lugar, é necessário usar os princípios da estática para determinar as forças que agem sobre os vários elementos, bem como no seu interior. O tamanho dos elementos, sua deflexão e estabilidade dependem não só das cargas internas, mas também do tipo do material de que são feitos. Por consequência, a determinação precisa e a compreensão fundamental do comportamento do material serão de vital importância para o desenvolvimento das equações necessárias usadas na resistência dos materiais. REVISAO GERAL GRANDEZA ESCALAR É caracterizada por um número real. Como, por exemplo, o tempo, a massa, o volume, o comprimento, etc. GRANDEZA VETORIAL Uma grandeza vetorial é caracterizada pela dependência de três elementos fundamentais, ou seja, representa um ente matemático que possui 2 intensidade, direção e sentido. Em problemas de estática é muito comum a utilização de grandezas vetoriais como posição, força e momento. A posição de um ponto no espaço em relação a outro ponto caracteriza uma grandeza vetorial. Para descrever a posição de uma cidade A em relação à outra cidade B, é insuficiente dizer que ambas estão separadas por uma distância de 100 km, para se caracterizar um vetor, deve-se dizer, por exemplo, que a cidade B se encontra 100 km a oeste da cidade A. A força também é caracterizada como uma grandeza vetorial, pois quando se empurra uma peça de móvel através do chão aplica-se na mesma uma força com intensidade suficiente para mover o móvel e com a direção desejada para o movimento. REPRESENTAÇÃO DE UMA GRANDEZA VETORIAL Uma grandeza vetorial pode ser representada graficamente por uma seta, que é utilizada para definir seu módulo, sua direção e seu sentido. Graficamente o módulo de um vetor é representado pelo comprimento da seta, a direção é definida através do ângulo formado entre um eixo de referência e a linha de ação da seta e o sentido é indicado pela extremidade da seta. A figura mostra a representação gráfica de dois vetores força atuando ao longo dos cabos de fixação de um poste, o ponto O é chamado de origem do vetor e o ponto P representa sua extremidade ou ponta. 3 LEI DOS SENOS Dado um triângulo ABC e seus ângulos internos a, b e g, a lei dos senos é definida da seguinte forma: “Em todo triângulo, as medidas dos seus lados são proporcionais”. LEI DOS COSSSENOS A partir do mesmo triângulo ABC e seus ângulos internos a, b e g, a lei dos cossenos é definida do seguinte modo: “Num triângulo, o quadrado da medida de um lado é igual à soma dos quadrados das medidas dos outros dois, menos o dobro do produto das medidas desses dois lados pelo cosseno do ângulo oposto ao primeiro lado”. 4 SOMA VETORIAL – REGRA DO PARALELOGRAMO O Cálculo da força resultante pode ser obtido através da soma vetorial com a aplicação da regra do paralelogramo. EXEMPLO 01) O parafuso mostrado na figura está sujeito a duas forças F1 e F2. Determine o módulo e a direção da força resultante. 5 SOLUÇÃO EXEMPLO 02) Duas lanchas rebocam um barco de passageiros que se encontra com problemas em seus motores. Sabendo-se que a força resultante é igual a 30KN. Encontre suas componentes nas direções AC e BC. SOLUÇÃO 6 EXERCICIOS PROPOSTOS 1) O elo da figura está submetido às forças F1 e F2, determine a intensidade e a orientação da força resultante. SOLUÇÃO 2) A chapa está submetida a duas forças Fa e Fb. Se ϴ=60º, determine a intensidade da força resultante e sua intensidade em relação ao eixo horizontal. 7 SOLUÇÃO 3) Duas forças são aplicadas a fim de remover a estaca mostrada. Determine o ângulo ϴ e o valor da força F de modo que a força resultante seja orientada verticalmente para cima no eixo y e tenha uma intensidade de 750N. SOLUÇÃO 8 4) A caminhonete mostrada é rebocada por duas cordas. Determine os valores de Fa e Fb de modo a produzir uma força resultante de 950N orientada no eixo X positivo, considerando ϴ=50º. SOLUÇÃO 5) O parafuso tipo gancho mostrado na figura está sujeito a duas forças F1 e F2. Determine o módulo e a direção da força resultante. 9 SOLUÇÃO PRINCÍPIOS DA ESTÁTICA 1º A ação de um sistema de forças não se altera se a ele acrescentarmos, ou dele subtrairmos, um sistema equilibrado de forças. 2º A condição necessária e suficiente para que duas forças constituem um sistema equilibrado é que elas sejam colineares, tenham o mesmo módulo e sentidos contrários. 3º A ação de duas forças aplicadas num mesmo ponto é equivalente à ação de uma força única, aplicada nesse ponto, representada pela diagonal do paralelogramo formado pelos vetores representativos daquelas duas forças. 4º A ação de um corpo sobre outro corresponde sempre uma reação igual e contrária, deste corpo sobre o primeiro. CONSEQUENCIAS IMEDIATAS DOS PRINCIPIOS DA ESTÁTICA No estudo do equilíbrio dos corpos rígidos, podem supor-se as forças aplicadas em qualquer ponto das respectivas linhas de ação. Porem quando os problemas envolvem os esforços internos ou deformações de um corpo, os mesmos podem sofrer uma compressão ou tração. 10 MOMENTO DE UMA FORÇA O momento de uma força em relação a um ponto ou a um eixo, fornece uma medida da tendência dessa força provocar a rotação de um corpo em torno do ponto ou do eixo. Momento é uma grandeza vetorial, possui intensidade direção e sentido. É determinado através da equação: M = F x d onde, M= momento F= força d= distância. Rotação no sentido horário – Momento negativo Rotação no sentido anti-horário – Momento positivo 11 MOMENTO DE UM BINÁRIO Um binário é definido como duas forças paralelas de mesma intensidade, sentidos opostos e separadas por um distância d. O efeito de um binário é proporcionar rotação ou tendência de rotação em um determinado sentido. A soma das componentes das duas forças em qualquer direção é zero. Entretanto, a soma dos momentos das duas forças em relação a um dado ponto não é zero.Pois as forças tendem a girar o corpo. EXEMPLO 01) Determine o momento da força em relação ao ponto O. SOLUÇÃO EXEMPLO 02) Determine o momento da força em relação ao ponto O. SOLUÇÃO 12 EXEMPLO 03) Determine os momentos da força de 800N em relação aos pontos A, B, C e D.. SOLUÇÃO EXEMPLO 04) Determine o momento das forças que atuam na estrutura mostrada em relação ao ponto A. SOLUÇÃO 13 VARIAÇÃO DO MOMENTO DE UM SISTEMA COM CENTRO DE REDUÇÃO Admita-se que um dado sistema de forças se reduz no ponto B à resultante R e o momento Mb. Pode-se transportar essa força R para um outro ponto A, desde que se considere o seu momento de transporte (R x d) do ponto B para o ponto A. Nessas condições o sistema é equivalente ao sistema inicial. Portanto o Ma é o momento do sistema dado, em relação ao ponto a, pode-se escrever: Ma = Mb + R x d EXEMPLO 01) Substitua as três forças mostradas na figura por uma força resultante e um momento equivalente em relação ao ponto O. SOLUÇÃO 14 EXEMPLO 02) Uma força vertical de 100 N é aplicada na extremidade de uma alavanca que está fixa em O. Determine: a) O momento da força de 100 N em relação ao ponto O; b) A intensidade da força horizontal aplicada em A que produz o mesmo momento em relação ao ponto O; c) A menor força em A que produz o mesmo momento em relação ao ponto O; d) A que distância do eixo deverá estar uma força vertical de 240 N de modo a produzir o mesmo momento em relação ao ponto O, e) Se alguma das forças obtidas nas alíneas b) c) e d) são equivalentes à força original. SOLUÇÃO 15 CARGAS DISTRIBUÍDAS Até o presente momento consideramos em nossas aulas apenas forças concentradas, isto é, que atuam em um único ponto do corpo. Na realidade, a ação de uma força é sempre distribuída continuamente, quer por um volume, quer sobre uma superfície. Dessa forma a ação de infinitas resultantes atuando em todas as partículas de um corpo ou em todos os pontos da superfície de contato entre dois corpos. A força concentrada é apenas uma abstração, e pode ser considerada como a resultante de um sistema contínuo de esforços elementares. A substituição desse sistema contínuo pela sua resultante – isto é, hipótese de força concentrada – é um procedimento somente valido nos problemas de estática dos corpos rígidos. Não obstante, quando uma força se distribui sobre uma superfície de dimensões muito pequenas, pode-se, muitas vezes, admitir essa superfície reduzida a um ponto, mesmo na estática dos corpos deformáveis, por ser desprezível o erro introduzido nos resultados. Os três tipos mais utilizados de cargas distribuídas são: Retangular Triangular Trapezoidal 16 EXEMPLO 01) Calcular o valor da resultante da carga uniformemente distribuída representada abaixo: EXEMPLO 02) Calcular o valor da resultante da carga triangular distribuída representada abaixo: 17 EXEMPLO 03) Calcular o valor da resultante da carga trapezoidal distribuída representada abaixo: MOMENTO DE UMA CARGA DISTRIBUÍDA O momento de uma carga distribuída representa a soma de todos os momentos das forças elementares, em relação a um ponto qualquer, pode ser obtido com teoremas desde que se conheçam a resultante e o eixo central do sistema. FÓRMULA MOMENTO MOMENTO DE UM PONTO FORA DA CARGA Ma = P x L/2 x 2L/3 Mc = P x L/2 (L/3 + a) Mb = P x L/2 x L/3 Mc = P x L/2 (2L/3 + a) 18 EXEMPLO 01) Calcular o momento em relação aos pontos A e B e C, da carga distribuída da figura abaixo: EXEMPLO 02) Calcular o momento em relação ao ponto D da carga distribuída da figura: 19 EXEMPLO 03) Calcular o momento em relação aos pontos A e B e C, da carga distribuída triangular da figura abaixo: EXEMPLO 04) Calcular o momento em relação aos pontos A, B e C da carga distribuída Trapezoidal da figura abaixo: 20 EQUILIBRIOS DOS SISTEMAS DE FORÇAS Condições gerais de equilíbrio. Para que um sistema de forças coplanares seja equilibrado, é necessário e suficiente que sejam satisfeitas de acordo com as seguintes condições: 1. As somas das projeções de todas as forças do sistema, sobre dois eixos quaisquer, Ox e Ou, no plano das forças, devem ser nulas. 2. A soma dos momentos de todas as forças do sistema em relação a um ponto arbitrário, A, do seu plano, deve ser nula. Essas condições se indicam com as seguintes equações simbólicas: ∑Fx = 0 ∑Fy = 0 ∑Ma = 0 As duas primeiras condições são necessárias para que a resultante do sistema seja nula; a terceira é necessária para que o sistema não seja redutível a um binário. Essas condições são também suficientes, pois, satisfeitas as duas primeiras, o momento do sistema será, o mesmo em relação a qualquer ponto. As três equações são de grande importância para a mecânica aplicada, sendo chamadas de equações algébricas redundantes. APOIOS São elementos que restringem os movimentos das estruturas e podem ser classificados em: 21 EXEMPLO 01) Determine as reações nos apoios A e B da viga ilustrada abaixo. SOLUÇÃO 22 EXERCICIOS PROPOSTOS 1) Determine as reações nos apoios, sabendo que F = 15 KN e a=1,2m; b=3,5m; c=2,4m e d=1,6m: SOLUÇÃO 2) Determine as reações no apoio A. SOLUÇÃO 23 3) Determine as reações nos apoios. SOLUÇÃO 4) Substitua as cargas atuantes na viga por uma única força resultante e um momento equivalente no ponto A. SOLUÇÃO 24 5) Substitua as cargas atuantes na viga por uma única força resultante. Especifique onde a força atua, tomando como referência o ponto B. SOLUÇÃO 25 CENTRO DE GRAVIDADE; CENTRÓÍDE E BARICENTRO CENTRO DE GRAVIADADE Um corpo é composto de uma série infinita de partículas de tamanho diferenciado, e assim, se o corpo estiver localizado dentro de um campo gravitacional, então cada uma das partículas terá um peso dW. Esses pesos formarão um sistema de forças aproximadamente paralelas, e a resultante desse sistema é o peso total do corpo, que passa por um único ponto chamado centro de gravidade, G. Equações para localização do centro de gravidade G em relação aos eixos x, y, e z tornam-se: �̅� = ∫𝑥𝑑𝑤 ∫𝑑𝑤 �̅� = ∫𝑦𝑑𝑤 ∫𝑑𝑤 𝑧̅ = ∫ 𝑧𝑑𝑤 ∫𝑑𝑤 CENTRO DE MASSA DE UM CORPO Para estudar a resposta dinâmica ou movimento acelerado de um corpo, é importante localizar o centro de massa Cm do corpo. Essa localização pode ser determinada substituindo-sedW = g x dm ,nas equações anteriores. Como g é constante, ele é cancelado e, portanto, temos as seguintes equações para o centro de massa. �̅� = ∫𝑥𝑑𝑚 ∫𝑑𝑚 �̅� = ∫𝑦𝑑𝑚 ∫𝑑𝑚 𝑧̅ = ∫ 𝑧𝑑𝑚 ∫𝑑𝑚 CENTRÓIDE DE UM VOLUME Se um corpo é feito de um material homogêneo, então sua densidade ρ (rho) será constante. Portanto um elemento diferencial de volume dV tem uma massa dm = ρ x dV. Substituindo essa massa nas equações do centro de massa e cancelando ρ, obtemos as fórmulas que localizam o centróide C ou o centro geométrico do corpo; conforme as equações abaixo: �̅� = ∫𝑥𝑑𝑣 ∫𝑑𝑣 �̅� = ∫𝑦𝑑𝑣 ∫𝑑𝑣 𝑧̅ = ∫ 𝑧𝑑𝑣 ∫𝑑𝑣 26 CENTRÓIDE DE UMA ÁREA Se uma área se encontra no plano xy e estiver contornada pela curva y = f(x), então seu centróide estará nesse plano xy e pode ser determinado a partir de integrais semelhantes às equações do volume: �̅� = ∫𝑥𝑑𝐴 ∫𝑑𝐴 �̅� = ∫𝑦𝑑𝐴 ∫𝑑𝐴 Essas integrais podem ser avaliadas realizando-se uma integração simples se usarmos uma faixa retangular para o elemento de área diferencial CENTRÓIDE DE UMA LINHA Se um segmento de linha (ou barra) estiver dentro do plano xy e puder ser descrito por uma curva fina y = f(x), então seu centróide é determinado a partir de: �̅� = ∫𝑥𝑑𝐿 ∫𝑑𝐿 �̅� = ∫𝑦𝑑𝐿 ∫𝑑𝐿 O centróide representa o centro geométrico de um corpo. Esse ponto coincide com o centro de gravidade somente se o material que compõe o corpo for uniforme ou homogêneo. As fórmulas usadas para localizar o centro de gravidade ou o centróide simplesmente representam um equilíbrio entre a soma dos momentos de todas as partes do sistema e o momento da ``resultante´´para o sistema. Em alguns casos, o centróide está localizado em um ponto que não está sobre o objeto, como no caso de um anel, onde o centróide está no seu centro. Além disso, esse ponto estará sobre qualquer eixo de simetria para o corpo. 27 FORMULÁRIO 28 EXEMPLO 01) A figura mostrada no quadro é feita de um pedaço de arame fino e homogêneo. Determine a localização do centro de gravidade. EXEMPLO 02) Uma barra semicircular uniforme de peso W e raio r é ligada a um pino em A e repousa sobre uma superfície sem atrito em B. Determine as reações em A e B. 29 EXEMPLO 03) Numa chapa quadrada ABCD, homogênea e de lado a = 24 cm faz um corte também quadrado EFGH, de lado b = 12 cm. Determine a distância do centro de massa da chapa cortada à linha de base AD. EXERCÍCIOS PROPOSTOS Determinar o centro de massa das figuras abaixo: A) SOLUÇÃO 30 B) C) D) 31 2) Determine a força aplicada no cabo AB. 32 MOMENTO DE INERCIA DE AREA O momento de inércia de área representa o segundo momento de área em relação a um eixo. Normalmente ele é usado em fórmulas relacionadas à força e estabilidade de membros estruturais ou elementos mecânicos. Se a forma da área for irregular, mas puder ser descrita matematicamente, então um elemento diferencial precisa ser relacionado e a integração sobre a área total deve ser realizada para determinar o momento de inércia. Ix = ʃª y² da Iy = ʃª x² da TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS Se o momento de inércia para uma área for conhecido em relação a um eixo Centroidal, então seu momento de inércia em relação a um eixo paralelo pode ser determinado pelo teorema dos eixos paralelos. I = I + Ad² 33 Fórmulas para as figuras mais usadas. Ix = 1 x b x h³ Iy = 1 x b³ x h 12 12 IX = 1 x b x h³ 36 EXEMPLO 01) Determine o momento de inércia em relação aos eixos centroidais x e y. 34 EXERCICIOS PROPOSTOS 1) Determine os momentos de inércia em relação aos eixos centroidais X e Y da peça mostrada na figura abaixo: 35 2) determine o centro de massa da figura: TRELIÇAS Treliça é uma estrutura de elementos delgados ligados entre si pelas extremidades. Treliças planas são aquelas se distribuem em um plano e geralmente são utilizadas em estruturas de telhados e pontes. Os elementos de uma treliça atuam como barras de duas forças. Se uma força tende a alongar o elemento, é chamada de força de tração. Se uma força tende a encurtar o elemento, é chamada de força de compressão. MÉTODO DOS NÓS Quando calculamos os esforços, admitimos que as forças saem dos nós e nos próximos nós usamos os resultados das forças do nó anterior fazendo a troca de sinais. Importante lembrar que somente os jogos de sinais deverão ser feitos nas equações dos nós, pois as forças das reações horizontais e verticais devem ser inseridas na equação considerando-se exclusivamente os sinais que possuem, ou seja, não fazer jogo de sinais para tais reações. 36 EXEMPLO 01) Calcular as forças normais N nas barras da viga sobre dois apoios em treliça representada na figura abaixo: 37 EXERCICIOS PROPOSTOS 1) Calcule as reações de apoio e as forças normais nas barras através do Método dos Nós nas figuras abaixo: A) EQUILIBRIO DE UM CORPO DEFORMÁVEL A estática tem um importante papel no desenvolvimento e na aplicação da resistência dos materiais, para isso os seus fundamentos devem ser bem compreendidos. Cargas externas. Um corpo pode ser submetido a vários tipos de cargas externas; todavia, qualquer uma delas pode ser classificada como força de superfície ou uma força de um corpo. Ex. força concentrada; força distribuída; reações nos apoios. Obs. Se o apoio impedir a translação em uma determinada direção, então uma força deve ser desenvolvida no elemento naquela direção; ou se o apoio impedir a rotação, um determinado momento deve ser exercido no elemento. 38 Para a obtenção das cargas internas que agem sobre uma região específica no interior de um corpo, é necessário usar o método das seções que exige um corte imaginário passando pela região onde as cargas internas deverão ser determinadas, assim as duas partes do corpo são separadas e o diagrama de corpo livre é desenhado. Embora a distribuição da carga interna seja desconhecida, podemos usar as equações de equilíbrio para relacionar as forças externas sobre o corpo com a força e o momento resultantes em um ponto específico. TIPO DE CARGAS RESULTANTES 39 Força Normal (N). Força de Cisalhamento (V) ou (Q). Momento de Torção ou Torque (T) ou (MT). Momento Fletor (M) ou (MF). EXEMPLO 01) Determine as cargas internas resultantes que agem na seção transversal em C da viga mostrada abaixo: EXEMPLO 02) Determine as cargas internas resultantes que agem na seção transversal em C do eixo de máquina mostrado abaixo. O eixo está apoiado em mancais em A e B, que exercem somente forças verticais no eixo. 40 EXEMPLO 03) Determine as cargas internasresultantes que agem na seção transversal em G da viga de madeira. Considere que as articulações em A, B, C, D e E estejam acopladas por pinos. 41 EXERCICIOS PROPOSTOS 01) Determine a resultante das forças internas nas figuras indicadas abaixo em cada ponto pedido: A) Ponto B. B) Ponto C e D. 42 02) A lança DF do guindaste giratório e a coluna DE têm peso uniforme de 750 N/m. Se o guindaste e a carga pesam 1.500 N, determine as cargas internas resultantes nas seções transversais que passam nos pontos A, B e C. 43 CONCEITO DE TENSÃO Representa a intensidade da força interna sobre um plano específico (área) que passa por um determinado ponto. TENSÃO NORMAL E TENSÃO DE CISALHAMENTO 44 UNIDADES DE TENSÃO NO SI No Sistema Internacional de Unidades (SI), a intensidade tanto da tensão normal quanto da tensão de cisalhamento é especificada na unidade básica de Newtons por metro quadrado (N/m²). Esta unidade é denominada pascal (1 Pa = 1 N/m²), como essa unidade é muito pequena, nos trabalhos de engenharia são usados prefixos como quilo (10³), mega (10^6) ou giga (10^9). TENSÃO NORMAL MÉDIA – HIPÓTESES DE SIMPLIFICAÇÃO É necessário que a barra permaneça reta tanto antes como depois da carga ser aplicada, e, além disso, a seção transversal deve permanecer plana durante a deformação. A fim de que a barra possa sofrer deformação uniforme, é necessário que P seja aplicada ao longo do eixo do centróide da seção transversal e o material deve ser homogêneo e isotrópico. 45 A fim de que a barra possa sofrer deformação uniforme, é necessário que P seja aplicada ao longo do eixo do centroide da seção transversal e o material deve ser homogêneo e isotrópico. Material Homogêneo: Possui as mesmas propriedades físicas e mecânicas em todo o seu volume. Material Isotrópico: Possui as mesmas propriedades físicas e mecânicas em todas as direções 46 DISTRIBUIÇÃO DE TENSÃO NORMAL MÉDIA 47 EXEMPLO 01) A luminária de 80 kg é suportada por duas hastes AB e BC como mostra a figura. Se AB tem diâmetro de 10 mm e BC tem diâmetro de 8 mm. Determinar a tensão normal média em cada haste. EXERCICIOS PROPOSTOS 01) Determine a tensão normal média na seção do pilar em I. 48 02) Determine a tensão de cisalhamento no pino de 6 mm de diâmetro. 03) O bloco de concreto tem as dimensões mostradas na figura. Se o material falhar quando a tensão normal média atingir 0,84 MPa, determine a maior carga vertical P aplicada no centro que ele pode suportar. 04) O bloco de concreto tem as dimensões mostradas na figura. Se ele for submetido a uma força P = 4 kN aplicada em seu centro, determine a tensão normal média no material. Mostre o resultado sobre um elemento de volume infinitesimal do material. 49 05) Os dois elementos de aço estão interligados por uma solda de topo angular de 60°. Determine a tensão de cisalhamento média e a tensão normal média suportada no plano da solda. 06) Um corpo de prova sob tração com área de seção transversal A é submetido a uma força axial P=150 KN. Determine a tensão de cisalhamento média máxima na seção do corpo de prova e θ=60º. 50 07) Os diâmetros das hastes AB e BC são 4 mm e 6 mm, respectivamente. Se for aplicada uma carga de 8 kN ao anel em B, determine a tensão normal média em cada haste se θ = 60°. 08) Cada uma das barras da treliça tem área de seção transversal de 780 mm². Determine a tensão normal média em cada elemento resultante da aplicação da carga P = 40 kN. Indique se a tensão é de tração ou de compressão. 51 FATOR DE SEGURANÇA (FS) O fator de segurança (F.S.) é a relação entre a carga de ruptura Fadm e a carga admissível Frup O fator de segurança é um número maior que 1 a fim de evitar maior possibilidade de falha. Valores específicos dependem dos tipos de materiais usados e da finalidade pretendida da estrutura ou máquina. FS = Fator de segurança F rup = Força de ruptura F adm = Força admissível σ rup = Tensão normal de ruptura σ adm = Tensão normal admissível Ƭ rup = Tensão de Cisalhamento Ruptura Ƭ adm = Tensão de Cisalhamento Admissível TENSÃO ADMISSÍVEL (adm) Um Engenheiro Civil ou Sanitarista responsável pelo projeto de um elemento estrutural deve restringir a tensão atuante no material a um nível seguro. Vale ressaltar que é necessário fazer os cálculos usando-se uma tensão segura ou admissível. 52 TENSÃO DE CISALHAMENTO MÉDIA 53 54 EXEMPLO 01) Os dois elementos estão interligados por pinos em B, que também apresenta vistas de cima dos acoplamentos em A e B. Se a tensão admissível de cisalhamento para os pinos é de 90 MPa e a tensão admissível de tração para a haste CD for igual a 115MPa. Determine com aproximação de 1mm o menor diâmetro dos pinos A e B e o diâmetro da haste CD necessários para suportar a carga. EXEMPLO 02) O braço de controle está submetido ao carregamento mostrado. Determine, com aproximação de 5mm, o diâmetro exigido para o pino de aço em C se a tensão de cisalhamento admissível para o aço for de 55 MPa. O pino sofre cisalhamento duplo. 55 EXEMPLO 03) A haste esta apoiada em sua extremidade por um disco circular fixo apoiado. Se a haste passar por um orifício de 40mm de diâmetro, determine o diâmetro mínimo exigido para a haste e a espessura mínima do disco necessária para suportar a carga de 20 KN. A tensão normal admissível para a haste é de 60MPa e a tensão admissível de cisalhamento para o disco é de 35 MPa. 56 EXERCICIOS PROPOSTOS 01) A junta está presa por dois parafusos. Determine o diâmetro exigido para os parafusos se a tensão de ruptura por cisalhamento para os parafusos for Ƭrup = 350 MPa. Use um fator de segurança para cisalhamento FS = 2,5. 02) As hastes AB e CD são feitas de aço cuja tensão de ruptura por tração é σ rup = 510 MPa. Usando um fator de segurança FS = 1,75 para tração, determine o menor diâmetro das hastes de modo que elas possam suportar a carga mostrada. Considere que a viga está acoplada por pinos em A e C. 57 03) Os dois cabos de aço AB e AC são usados para suportar a carga. Se ambos tiverem uma tensão de tração admissível σadm = 200 MPa, determine o diâmetro exigido para cada cabo se a carga aplicada for P = 5 kN. DEFORMAÇÃO Sempre que uma força é aplicada a um corpo, esta tende a mudar a forma e o tamanho dele. Essas mudanças são denominadas deformações e podem ser altamente visíveis ou praticamente imperceptíveis se não forem utilizados equipamentos que façammedições precisas. De modo geral, a deformação de um corpo não será uniforme em todo em todo o seu volume e, portanto, a mudança na geometria de cada segmento de reta interior do corpo pode variar ao longo de seu comprimento. Com isso, percebemos que a quantidade da mudança em qualquer segmento de reta localizado em um ponto distinto do corpo será diferente da observada em qualquer outro ponto. Além disso, essas mudanças também dependem da orientação do segmento de reta no ponto em questão. 58 DEFORMAÇÃO NORMAL O alongamento ou contração de um segmento de reta por unidade de comprimento é denominado deformação normal. Se a deformação normal for conhecida, podemos usar essa equação para obter o comprimento final aproximado de um segmento curto de reta na direção de n após a deformação. Temos: 𝜀 = (∆𝑆′ − ∆𝑆) ∆𝑆 (∆𝑆′ − ∆𝑆) = 𝛿 Deslocamento 𝜀 = Deformação Normal ∆𝑆′ = Comprimento Final ∆𝑆 = Comprimento Inicial DEFORMAÇÃO POR CISALHAMENTO A mudança que ocorre no ângulo entre dois segmentos de reta que originalmente eram perpendiculares um ao outro é denominada deformação por cisalhamento. Esse ângulo é representado por e medido em radianos (rad). 𝜀 = 𝜋 2 − ∅′ DESLOCAMENTO 𝛿 =∑ 𝑃. 𝐿 𝐴. 𝐸 𝛿 = Deslocamento 𝐿 = Comprimento 𝐴 = Área da seção 𝐸 = Módulo de Elasticidade EXEMPLO 01) Uma haste delgada é submetida a um aumento de temperatura ao longo de seu eixo, o que cria uma deformação normal na haste de Ex=40x(10^-3) z^1/2, onde z é dado em metros. Determine (A) o deslocamento da extremidade B da haste devido ao aumento da temperatura e (B) a deformação normal média na haste. 59 EXEMPLO 02) Uma força que atua na empunhadeira do cabo da alavanca provoca uma rotação no cabo da alavanca de ɵ=0,002 rad em sentido horário. Determine a deformação normal média desenvolvida no cabo BC. 60 EXEMPLO 03) A chapa é deformada até a forma representada pelas linhas tracejadas. Se, nessa forma deformada as retas horizontais na chapa permanecem horizontais e seus comprimentos não mudarem, determine (A) a deformação normal ao longo do lado AB e (B) a deformação por cisalhamento média da chapa em relação aos eixos x e y. EXEMPLO 04) A barra rígida é sustentada por um pino em A e pelos cabos BD e CE. Se a carga P aplicada a viga provocar um deslocamento de 10mm para baixo na extremidade C, determine a deformação normal desenvolvida nos cabos CE e BD. 61 EXEMPLO 05) A barra de aço A-36 é composta por dois segmentos, AB e BD, com áreas de seção transversal Aab=600mm² e Abd=1200mm², respectivamente. Determine o deslocamento vertical da extremidade A e o deslocamento de B em relação a C. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01) O diâmetro de um balão de borracha cheio de ar é 150 mm. Se a pressão do ar em seu interior for aumentada até o diâmetro atingir 175 mm, determine a deformação normal média na borracha. 62 02) O comprimento de uma fita elástica delgada não esticada é 375 mm. Se a fita for esticada ao redor de um cano de diâmetro externo 125 mm, determine a deformação normal média na fita. 03) O diâmetro da parte central do balão de borracha é d = 100 mm. Se a pressão do ar em seu interior provocar o aumento do diâmetro do balão até d = 125 mm, determine a deformação normal média na borracha. 04) A barra rígida é sustentada por um pino em A e pelos cabos BD e CE. Se a carga P aplicada à viga provocar um deslocamento de 10 mm para baixo na extremidade C, determine a deformação normal desenvolvida nos cabos CE e BD. 63 05) A viga rígida é sustentada por um pino em A e pelos cabos BD e CE. Se a carga P aplicada à viga for deslocada 10 mm para baixo, determine a deformação normal desenvolvida nos cabos CE e BD. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01) Duas marcas de referência são colocadas a exatamente 250 mm uma da outra, em uma barra de alumínio com diâmetro de 12 mm. Sabendo que uma força axial de 6000 N atuando nessa barra provoca um afastamento entre as marcas de 250,18 mm, determine o modulo de elasticidade em GPa do alumínio utilizado. 64 02) Uma barra feita de poliestireno de comprimento igual a 304,8 mm e diâmetro igual a 12,7 mm está submetida a uma força de tração igual a 3558 N. Sabendo que E= 3,1 GPa, determine (a) o alongamento dessa barra e (b) a tensão normal na barra. 03) Um fio de aço de 60 m de comprimento está submetido a uma força de tração de 6 KN. Sabendo que E = 200 GPa e que o comprimento do fio deve aumentar no máximo 48 mm, determine (a) o menor diâmetro que pode ser selecionado para o fio e (b) a tensão normal correspondente. 65 04) Duas barras cilíndricas sólidas são unidas em B e submetidas a carga conforme mostra a figura abaixo. A barra AB é feita de aço (E = 200 GPa) e a barra BC, de latão (E = 105 GPa). Determine (a) o deslocamento total da barra composta ABC e (b) o deslocamento do ponto B. 66 05) Cada uma das quatro barras verticais que conectam os dois elementos horizontais é feita de alumínio (E= 70 GPa) e tem seção transversal retangular e uniforme de 10 x 40 mm. Para o carregamento mostrado, determine o deslocamento de (a) o ponto E, (b) ponto F e (c) ponto G. 07) Cada uma das barras AB e CD é feita de alumínio (E= 70 GPa) e tem seção transversal com área de 125 mm². Sabendo que elas suportam a barra rígida BC. Determine o deslocamento do ponto E. 67 08) O poste é sustentado por um pino em C e por um arame de ancoragem AB de aço A-36. Se o diâmetro do arame for 5 mm, determine quanto ele se deforma quando uma força horizontal de 15 KN agir sobre o poste. 68 FLEXÃO PURA Vigas e eixos são elementos estruturais e mecânicos usados em projetos de Engenharia, tornando a determinação da tensão provocada nesses elementos pela flexao de extrema importância. Assim como os diagramas de força normal e de torque, os diagramas de força cortante e o maior momento em um elemento e especificam onde ocorrem esses máximos. Uma vez determinado o momento interno em uma seção, a tensão de flexão pode ser calculada. Em primeiro lugar, consideramos elementos retos, com seção transversal simétrica e feitos de materiais homogênios lineares elásticos. Em seguida, analisamos os casos especiais que envolvem flexão assimétrica e elementos feitos de materiais compósitos, também consideramos os elementos curvos, concentrações de tensão, flexão inelástica e tensões residuais. EXERCÍCIOS DE RESOLVIDOS 01) Construa os diagramas de força cortante e do momento fletor para cada caso abaixo: A) 69 70B) 71 𝝈𝒏 = 𝑴.𝑪 𝑰 1 𝜌 = 𝑀 𝐸.𝐼 EXEMPLO 01) Uma barra de seção transversal retangular medindo 20,3mm X 63,5mm esta submetida a dois momentos fletores iguais e opostos atuando no plano vertical de simetria da barra. Determine o valor do momento fletor M que provoca escoamento na barra. Considere σe=248MPa. 72 EXEMPLO 02) O tubo é um extrutado de uma liga de alumínio para o qual σE = 275MPa, σL = 414MPA e E = 736PA. Desprezando o efeito dos adoçamentos, determine: (a) o momento fletor M para o qual o coeficiente de segurança será de 3 (b) o raio de curvatura correspondente ao tubo. 73 EXEMPLO 03) Uma peça de máquina feita de ferro fundido está submetido a um momento fletor de 3KN.m. sabendo que E = 165GPA e desprezando o efeito dos adoçamentos, determine: (a) Tensões de Tração e a compressão máxima na peça fundida (b) o raio de curvatura dessa peça. 74 FLEXÃO DE BARRAS CONSTITUÍDAS DE VÁRIOS MATERIAIS Formulário EXEMPLO 04) Uma barra obtida unindo-se duas peças de aço (Eaço = 203GPA) e latão (Elatão = 105GPA) tem a seção transversal mostrada abaixo: Determine a Tensão máxima no aço e no latão quando a barra estiver em flexão para com um momento fletor M = 4,5KN.m.
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