Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Superior Tribunal de Justiça HABEAS CORPUS Nº 189.130 - DF (2010/0200912-4) RELATORA : MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA IMPETRANTE : MARCO ANTONIO MENEGHETTI E OUTRO ADVOGADO : MARÍLIA DE ALMEIDA MACIEL CABRAL IMPETRADO : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1A REGIÃO PACIENTE : E DE A M EMENTA PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PEDIDO DE ARQUIVAMENTO DE PEÇAS DE INFORMAÇÃO. DISCORDÂNCIA DO JUIZ. ENVIO DOS AUTOS AO PROCURADOR-GERAL. DETERMINAÇÃO DA CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO EM MATÉRIA CRIMINAL (POR DELEGAÇÃO DO PGR) DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL. INQUÉRITO POLICIAL DERIVADO DE ELEMENTOS DE INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO. RECONHECIMENTO DE AUSÊNCIA DE ILICITUDE NA ESFERA CIVIL. PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE. CARÊNCIA DE JUSTA CAUSA. ILEGALIDADE. RECONHECIMENTO. 1. No âmbito de disciplina do art. 28 do Código de Processo Penal, não há reconhecer, estritamente, apenas as duas únicas previsões de ratificação do arquivamento ou o oferecimento de denúncia. Nada obsta que o Parquet, dadas as peculiaridades do caso concreto, determine o envio/retorno dos autos à Polícia para a complementação das investigações a fim de melhor estabelecer a sua opinio delicti. Na espécie, contudo, havia peculiaridades que tornaram inapropriada a medida. 2. O Direito Penal deve ser encarado de acordo com a principiologia constitucional. Dentre os princípios constitucionais implícitos figura o da subsidiariedade, por meio do qual a intervenção penal somente é admissível quando os demais ramos do direito não conseguem bem equacionar os conflitos sociais. In casu, tendo em vista o pronunciamento definitivo do Ministério Público Federal, não se apurando sequer improbidade administrativa por parte do paciente, arquivando-se o inquérito civil público, tem-se que, ab initio, não se justificava a instauração do inquérito policial. 3. Ordem concedida para trancar o inquérito policial federal 1403/2009-4 (2008.34.00.023870-0 - 12.ª Vara Federal de Brasília/DF) ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por unanimidade, concedeu a ordem de habeas corpus, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora." Os Srs. Ministros Sebastião Reis Júnior e Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ/RS) votaram com a Sra. Ministra Relatora. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Og Fernandes. Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura. Brasília, 14 de fevereiro de 2012(Data do Julgamento) Documento: 20450446 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 12/03/2012 Página 1 de 2 Superior Tribunal de Justiça Ministra Maria Thereza de Assis Moura Relatora Documento: 20450446 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 12/03/2012 Página 2 de 2
Compartilhar